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Limites e Funções Variáveis
Limites e Funções Variáveis
DE FUNÇÕES DE
UMA VARIÁVEL E
DERIVADAS
Cristiane da Silva
Abordagem numérica
e gráfica de limites,
investigação gráfica
e limites laterais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Partindo da análise do comportamento de uma função, quando x se
aproxima de determinado valor por meio de tabelas e gráficos até o
estudo de limites infinitos, no infinito e com indeterminação matemática,
tornarão seu entendimento mais fácil. Os limites são aplicáveis em diversas
situações, como na mecânica dos fluidos, nas leis do eletromagnetismo,
no estudo da força de materiais, em problemas associados ao crescimento
populacional, no aparecimento de epidemias, entre outras.
Outro aspecto relevante é que o desenvolvimento do cálculo por
Newton e Leibniz possibilitou que, em um primeiro momento, os cien-
tistas e estudiosos entendessem o que significa uma taxa de variação ins-
tantânea, como a velocidade e a aceleração. A partir desse entendimento,
a ciência cresceu rapidamente, e o conceito de limite é fundamental na
ideia de taxa de variação, assim como para diversas áreas do cálculo.
Neste capítulo, você verá o conceito de limite por meio de noções
informais e intuitivas seguidas de uma formalização e conceitualização
matemática precisa. Você encontrará, também, representações gráficas
e numéricas que mostram diferentes funções e direcionam a atenção
Conceito
Braga (2012, p. 26-27) faz a seguinte definição: “dizemos que uma função
f(x) tem limite L quando x tende para k, se pudermos tornar os valores de
f(x) tão próximos de L quanto quisermos, desde que tomemos valores de x
suficientemente próximos de k, mas não iguais a k”. Podemos escrever como:
Tal função deve ser lida como: o limite de f(x) quando x tende a k é igual a L.
Esses são os chamados limites bilaterais, pois requerem que os valores da função
fiquem cada vez mais próximos de L quando x tende a k por qualquer lado de k
(BRAGA, 2012). Algumas funções têm comportamentos distintos em cada um
dos lados de k. Nesses casos, é necessário definir se x está se aproximando de
k pelo lado direito ou esquerdo. Acompanhe um exemplo a seguir.
Isso porque, se x > 0, |x| = x, portanto, . Mas se x < 0, temos que |x| = –x
e, portanto, .
Pela Figura 3, note que, à medida que x se aproxima de 0 pelo lado direito – ou seja,
x é próximo de 0, mas maior do que 0 –, os valores de f(x) são sempre 1, E quando x se
aproxima de 0 pela esquerda (x é próximo, mas menor do que 0), f(x) é –1. Podemos
dizer que o limite de é 1 quando x tende a 0 pela direita e –1 quando x
tende a 0 pela esquerda:
e
Nessa notação, o sinal “+” significa um limite à direita, e o sinal “–” indica um limite
à esquerda.
Limites infinitos
Braga (2012, p. 32-33) apresenta uma definição informal de limite infinito
da seguinte forma: “se os valores de f(x) crescem indefinidamente quando x
tende a k pela direita ou pela esquerda, escrevemos:
e
e
Sendo assim, o limite não existe devido ao fato de os limites laterais serem
diferentes.
Limite no infinito
Braga (2012, p. 35) apresenta a definição informal de limite no infinito da
seguinte forma: “se os valores de f(x) ficam cada vez mais próximos de um
número L à medida que x cresce sem limitação, então escrevemos:
O mesmo ocorre quando os valores de f(x) ficam cada vez mais próximos
de um número L à medida que x decresce sem limitação, e escrevemos:
Chamamos de assíntota horizontal uma reta y = L do gráfico de uma função f(x) quando:
ou
ou
Nesse caso, não há assíntotas horizontais. Observe a Figura 6, que mostra esse
comportamento.
Solução:
Seja f(x) = 5. Para mostrar que , devemos mostrar que |f(x) – 5|
torna-se arbitrariamente pequeno quando x estiver suficientemente próximo de (mas
não igual a) 7. Mas |f(x) – 5| = |5 – 5| = 0 para todo x, portanto o que precisamos mostrar
está automaticamente satisfeito.
b)
Solução:
Seja f(x) = 3x + 1. Para mostrar que , devemos mostrar que o
valor |f(x) – 13| torna-se arbitrariamente pequeno quando x estiver suficientemente
próximo de (mas não igual a) 4. Temos |f(x) – 13| = |(3x + 1) – 13| = |3x – 12| = 3 |x – 4|.
Como f(x) – 13| é um múltiplo de |x – 4|, podemos tornar |f(x) – 13| arbitrariamente
pequeno, tomando x suficientemente próximo de 4.
Solução:
O gráfico de , na Figura 7, tem um buraco em x = 9 porque f(9) não
está definido:
O gráfico indica que f(x) tende a 6 quando x → 9. Para obter evidência numérica,
consideramos a tabela de valores de f(x) para x tendendo a 9, tanto pela direita quanto
pela esquerda. Observe a Figura 8.
Solução:
Seja f(x) = x2, a Figura 9 sugere que . Nesse caso, f(4) está definido e
f(4) = 16, portanto o limite é igual ao valor funcional.
a)
Solução:
A função é negativa para x < 2 e positiva para x > 2. Como mostra a
Figura 10, f(x) tende a –∞ quando x tende a 2 pela esquerda e ∞ quando x tende a 2
pela direita. Então:
Figura 10. .
Fonte: Rogawski (2008, p. 52–56).
b)
Solução:
A função é positiva para todo x ≠ 0 e fica arbitrariamente grande quando
x → 0 de cada lado, como mostra a Figura 11, a seguir.
Figura 11. .
Fonte: Rogawski (2008, p. 52–56).
desde que existam os limites indicados de f(x). Também segue que constantes podem
ser movidas para fora do símbolo de limite no caso de limites no infinito:
Quando f(x) está definida para x = c, calcular o limite de f(x) quando x tende a c é
equivalente a calcular f(c).
Para ilustrar a aplicação de limite, suponha que um corretor de imóveis estime que,
daqui a t anos, S terrenos de certo bairro serão vendidos:
S(t) 3,859 3,943 3,972 3,997 Indeterminado 4,003 4,028 4,285 4,572
No caso em que for uma função racional para a qual p(a) = 0 e q(a) = 0, o numerador
e o denominador necessariamente apresentarão um ou mais fatores comuns de
x – a. Nesse caso, o limite de quando x → a pode ser encontrado por meio do
cancelamento de todos os fatores comuns de x – a.
Encontre:
a)
b)
c)
Mas:
e
e
a)
b)
c)
d) , desde que L2 ≠ 0
Além disso, essas afirmações também valem para os limites laterais quando x → a–
ou x → a+.
ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014. 2 v. 1352 p.
BRAGA, R. O. Cálculo I: estudo da derivada. São Leopoldo: Unisinos, 2012. 190 p.
HOFFMANN, L. D. et al. Cálculo: um curso moderno e suas aplicações. 11. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2015. 680 p.
ROGAWSKI, J. Cálculo. Porto Alegre: Bookman, 2008. 2 v. 1248 p.
SALAS, S. L.; HILLE, E.; ETGEN, G. J. Cálculo. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005. v. 1. 600 p.