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ECONOMIA – 11.

º ANO ELSA SILVA | ROSA MOINHOS

TEMA 8| AGENTES ECONÓMICOS E CIRCUITO ECONÓMICO

DOCUMENTOS DE APOIO
DOC. 1 | SETORES INSTITUCIONAIS

A economia de um país é um sistema em que instituições e pessoas interagem através de trocas e


transferências de bens, serviços e meios de pagamento (por exemplo, dinheiro), com vista à
produção e ao consumo de outros bens e serviços. Estes agentes em interação, denominados
unidades institucionais, são entidades económicas com capacidade de possuir ativos, contrair
passivos e realizar atividades e operações económicas com outras unidades.
A análise macroeconómica não considera as ações de cada unidade institucional separadamente,
mas antes as atividades agregadas de instituições similares. Por essa razão, as unidades
institucionais cujo comportamento económico é semelhante são combinadas em grupos
designados de setores institucionais.
A apresentação de estatísticas por setor institucional facilita a construção de indicadores-chave
que são fundamentais para fins de política económica e orçamental.

Quantos setores institucionais existem?


A classificação e definição dos setores institucionais resulta de uma convenção internacional e
agrupa as instituições de uma economia da seguinte forma:
S1 – Total da economia: engloba os setores institucionais residentes (S11 a S15);
S11 – Empresas não financeiras: unidades institucionais dotadas de personalidade jurídica que
são produtoras mercantis e cuja atividade principal consiste em produzir bens e serviços não
financeiros;
S12 – Empresas financeiras: unidades institucionais dotadas de personalidade jurídica que são
produtores mercantis e cuja atividade principal consiste em produzir serviços financeiros;
S13 – Administrações públicas: unidades institucionais públicas que correspondem a produtores
não mercantis, cuja produção se destina ao consumo individual e coletivo e que são financiadas
por pagamentos obrigatórios feitos por unidades pertencentes a outros setores. Este setor inclui
ainda todas as unidades institucionais cuja função principal é a redistribuição do rendimento e da
riqueza nacional;
S14 – Famílias: indivíduos ou grupos de indivíduos, na sua função de consumidores e de
empresários, que produzem bens mercantis e serviços financeiros e não financeiros (produtores
mercantis), desde que essa produção não seja feita por entidades distintas consideradas quase
sociedades. Inclui igualmente os indivíduos ou grupos de indivíduos que produzem bens e serviços
não financeiros exclusivamente para utilização final própria;
S15 – Instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias: unidades institucionais privadas,
dotadas de personalidade jurídica, que estão ao serviço das famílias e são produtores não
mercantis;
S2 – Resto do Mundo: unidades não residentes no território económico do país, na medida em
que efetuem operações com as unidades institucionais residentes ou possuam outros laços
económicos com unidades residentes.
Cada setor institucional pode ainda encontrar-se dividido em subsetores e cada unidade
institucional só pode ser classificada num único setor ou subsetor institucional.
Banco de Portugal, https://bpstat.bportugal.pt/ (adaptado).

DOC. 2 | O CIRCUITO ECONÓMICO


Pelo circuito económico, podemos analisar o seguinte: as famílias possuem os fatores produtivos
— a Terra, o Trabalho e Capital —, fornecendo-os as empresas. As empresas procuram estes
fatores produtivos, pois é da sua combinação que resulta a produção de bens. Isto é ilustrado no
circuito económico pelo fluxo que vai das famílias para as empresas. Por outro lado, são as
empresas que produzem os bens e serviços (serviços são bens imateriais) que as famílias adquirem
no mercado de bens e serviços. O fluxo que parte das unidades de produção para as famílias reflete
o que se disse. Estes dados fluxos formam o que se designa por circuito real. Um fluxo monetário,
com sentido inverso ao circuito real, estabelece-se entre as empresas e as famílias. Assim, as
empresas ao adquirirem no mercado de fatores os recursos produtivos pagam aos seus detentores
uma remuneração que no seu conjunto constitui o rendimento nacional. A remuneração do
trabalho é o salário, a remuneração da terra designa-se por renda e a remuneração do capital é
constituída pelo lucro e pelos juros.
Estas despesas são por vezes chamadas «votos» dos consumidores para enfatizar o facto de
refletirem as suas preferências entre os vários produtos existentes no mercado. Se houver muitos
«votos» no mercado por um determinado produto que leve ao aumento do preço desse bem e
assim proporcionar altos lucros para os produtores do bem, a quantidade produzida aumentará.
Uma descida na procura de um bem (menos «votos») levará a uma baixa do preço e a menores
lucros, o que determinará, em consequência, uma contração na produção desse bem e uma menor
oferta. Deste modo, alterações da procura do consumidor por vários bens geram uma
correspondente alteração na oferta dos mesmos bens. É aquilo a que se chama «soberania do
consumidor». Na economia de mercado, os consumidores, em última instância, determinam os
tipos e quantidades dos bens a produzir, através da revelação das suas preferências.
Mas as famílias, ao adquirirem no mercado os bens e serviços, têm de despender o rendimento
que obtiveram das empresas, despesa que constitui uma receita para as empresas. O fluxo
monetário que vai das famílias para as empresas evidencia esta situação. Estes dois fluxos
monetários formam o circuito monetário.
https://repositorio.ual.pt/bitstream/11144/3189/2/QUEST%C3%95ES%20FUNDAMENTAIS%20%20DA%20ECONOMI
A.pdf (adaptado).

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