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Sebenta5 CEE
Sebenta5 CEE
51143
TEMA 5 - SEBENTA 5
(Semanas 11 a 12 do Semestre)
Pós-Modernismo:
• a pulverização das formas;
• a percepção do jogo / simulacro;
• desconstrução e intertextualidade.
Este documento é de leitura obrigatória
Literatura ............................................................................. 21
Música ................................................................................. 25
4. Epílogo ............................................................................... 33
Sebenta5_CEE
© Cristiana Vasconcelos Rodrigues
1. Breve Introdução
Recursos nº 1 e 2
Texto
Modernidade/Modernismo Pós-modernidade/Pós-
modernismo
- Racionalidade - Crítica da razão/irracionalismo
- Pensamento "duro" - Pensamento "debole"
- Pensamento da unidade - Pensamento da "diferença"
- Totalidades sistemáticas - Fragmentação assistemática
- Pensamento dialéctico - Pensamento "aberto"
(Estrutura) (Desconstrução)
- Sentido do trágico - Sentido do lúdico
- Sentido ético - Vazio ético
- Eticização da estética - Estetização da ética e da política
- Programas (vinculativos, - "Valores" (flexíveis, referenciais)
unilaterais)
- Um pensamento adentro de - Fim da história, "pós-história"
uma filosofia da história
- Crítica das ideologias - Fim das ideologias
- Vivência crítica da crise - Convivência acrítica com as
crises
- Superstição do 'novo' - Reciclagem e revivalismos
- Arte do profundo e do - Arte do superficial e do acidental
elementar
- Purismo estético - Eclectismo
- Culto da originalidade - Culto da intertextualidade
- Ironia séria - Paródia e humor
- Subjectivismo sem sujeito - Sujeitos (sem subjectivismo)
- "Desumanização"? - Re-humanização? ('reality-
(abstracção) shows', 'realismo urbano')
Recursos nº 3, 4 e 5
Recursos nº 6 e 7
fazer uma visita guiada por alguns dos ícones da arte contemporânea
do século XX, que nos ajudam a entender o que queremos debater
quando falamos de "pós-modernismo", em especial no que toca os
aspectos que queremos privilegiar: a pulverização das formas (e da
matéria!), o jogo e o simulacro, a desconstrução e a
intertextualidade. A leitura a fazer deverá fixar-se, uma vez mais, nos
nomes e obras citados, nos traços e características de alguns autores.
Literatura
Italo Calvino,
«Tudo num ponto», in Cosmicómicas, Ed. Teorema, Lisboa,
1993, pp.55-62.
• http://www.italocalvino.it/
• http://www.treccani.it/enciclopedia/italo-
calvino_%28Dizionario-Biografico%29/
• http://www.treccani.it/enciclopedia/italo-
calvino_%28Enciclopedia-dell%27Italiano%29/
• https://www.illibraio.it/italo-calvino-libri-581230/
• https://www.studenti.it/italo-calvino-biografia-opere-
pensiero.html
Adília Lopes,
[dois poemas], in A Dobra. Poesia Reunida, Assírio & Alvim,
Lisboa, 2009, pp.290 e 292-293.
OP-ART
«Buen vestido no haze ledos los tristes»
(Gil Vicente, Dom Duardos)
1
A poetisa é Marta
e é Maria
mas a máquina de costura
encravou
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2
Porque não deixa de escrever
e passa a dizer Tchau?
3
A minha biografia foi-se
como leite derramado
entre Tridim-M e Tridim-T
4
Tenho 32 anos
nunca fui a um enterro
e também nunca fui
ao Algarve
5
Se o bom verso
como o bom vestido
não alegra as poetisas
ajuda bastante
6
Nasci em Portugal
não me chamo Adília
7
Sou uma personagem
de ficção científica
escrevo para me casar
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8
Que morra Marta
mas que como Maria
morra farta
§§§§§
Clarice Lispector,
a senhora não devia
ter-se esquecido
de dar de comer aos peixes
andar entretida
a escrever um texto
não é desculpa
entre um peixe vivo
e um texto
escolhe-se sempre o peixe
vão-se os textos
fiquem os peixes
como disse Santo António
aos textos
da arte, não lhes retira, contudo, a nobreza que contêm, ainda assim,
no resultado final do exercício literário a que assistimos e nos é
testemunhado. Mas levam-nos a dar nova escala, a compactuar a e
aceitar tacitamente, já não a ficção que nos oferecem (como
acontece com o romance e o critério da verosimilhança que lhe dá a
identidade artística), mas a fragilidade dessa mesma fronteira entre
real e ficção, quase totalmente derrubada, sendo muito ténue a linha
que separa o acontecimento artístico do real, que, contudo, nos
impede de falar simplesmente de registo autobiográfico, pois mesmo
este é, noutras gerações da escrita literária muito mais ficcionalizado
do que o que aqui lemos.
• https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/-adilia-no-pais-
das-maravilhas-1686612
• http://visao.sapo.pt/jornaldeletras/cronicas/adilia-
lopes=f812270
Música
John Cage,
Water Walk
John Cage,
4'33''
Por seu turno, a peça 4'33'' — que notabilizou de tal forma John
Cage, que prejudica e impede um conhecimento mais cabal da
riqueza e profusão da sua música (estou a pensar, por exemplo, em
44 Harmonies from Apartment House 1776, de que se pode ouvir
uma parte no seguinte endereço da Internet, a partir dos arranjos
feitos por Irvine Arditti:
https://www.youtube.com/watch?v=NrcoCktxARg) — é uma invenção
que acontece sobretudo na sua recepção, seja na leitura da partitura
(que mesmo quem não domina a notação musical entende), seja na
sua interpretação (que tem exigências próprias e que deve ser bem
interpretada, para que possa acontecer como foi projectada). 4'33''
pode ser tocada por qualquer instrumento ou formação instrumental,
e é uma peça com três andamentos, cada um definido por um
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Artes Plásticas
Marcel Duchamp,
Fountain (1917)
facto, pela sua posição invertida e pelo nome que lhe é dado,
estamos perante uma fonte, não um urinol.
Yves Klein,
Anthropometries
Joseph Beuys,
O Fim do Século XX (1983-85)
http://www.tate.org.uk/art/artworks/beuys-the-end-of-the-
twentieth-century-t05855/text-summary
Após esta curta visita guiada à arte da segunda metade do século XX,
tente realizar as seguintes tarefas:
4. Epílogo
Ana Hatherly, Escuta o canto profano, tinta a china sobre papel, 1998.