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Grundise, de Mars. De acordo com Williams, que tinha passado de uma oposigio 20 marxismo em Cit- ture and society (1958) a um marxismo explicito na metade dos anos 70, quando o liv Marciano e lit satura foi escrito, esta literatura, que agora se torna- va disponivel, propiciava uma visio renovada do mancismo — um marxismo constitnido de “questées alternativas, abertas” (1977, p. 4). E Stuart Hall chamou este movimento intelectual de “am merge tho em um marxismo complexo” (1984a, p. 25). COLOCANDO 08 ESTUDOS CULTURAIS NO MAPA INTELECTUAL, Desde seu inicio, o Centro tratow a comunica- ‘io, em seu sentido mais amplo, como um “sistema de relagdes sociais — culmnralmente mediadas — en- tre as classes” (Jornson, 1983, p. 7). Grande parte de seus esforgos até o momento tinham se focaliza- ddo na experitacia britinica — crticando sua hists- tia (na qual a cultura era descrita de forma ‘monolitica, de acordo com os termos da elite) ¢ pes- quisando (em geral através de uma combinasio de analise textual, observacio participante e andlise de recepgio) suas formas contemporineas. Os primei- 105 estudos etnogrificos de instincias especificamente ee britinicas de comunicagio inclufam o estudo de Phil Cohen sobre as culturis juvenis de uma comunida- de operitias o estudo de Roger Grimshaw sobre 0 “significado social do escotismo”, que relacionava concepgées de masculinidade a uma predilegéo pelo conscrvadorismo na vida politica e social; ¢ a anslise & Dorothy Hobson sobre 0 papel que 0 ridio ¢ a televisdo cxerciam nas vidas das donas de casa brit niiess. Outros trabalhos empiricos que apareciam em uma lista de “ensaios mimeografados ocasionais” [stencilled occasional papers), de 1984-85, distr. buida pelo Centro, inctufam um estudo da “cobee- tura de esporte pela televisio”, por Ray Peters: tim ‘estudo dos “hippies”, por Janice Winship; um estu- do de como os jovens de classe operétia obtinham ‘empregos de classe operétia, por Paul Willis; e um estudo do reggae por Dick Hebdige (CCCS, 1985, P. 27-9). Estes trabalhos concretos, empiticos, con. tribuiram para contrabalangar a inclinagéo 3 con- ceptualizagio esotérica de que os Estados Culrarais cram As vezes acusados, mas seu escopo relativamen- te limitado leva a um outro tipo de critica. Como afirmou uma vez. Richard Johnson, “havia (e h4) problemas profidos com 0 emocentrismo € 0 Blocentrismo dos textos ¢ dos temas fuandamentais em nossa radigéo” (1983, p. 5). aaa oo = = 98 (© Centro tem sido aflgido, 20 longo de sua hist- ia, por sérios problemas financeiros, situagio que se proonga até hoje, De acoxdo com Stuart Fall, um mo- esto “fundo educacional” concedido “incondi- onalmente”, por Sir Alln Lane ¢ pela Penguin Books, permitiu que o Centro tivessealguma independéncia finanecira (1984a, p. 16) © que publicasse, de uma for- rma mais ou menos regula, os Tnking paper in Cul thera Saudies (WPCS), una sé cujo titulo (de acordo «com Hall) tit sido ponsado para refltir “0 cater de cexpetimentagio do empreendimento”, Em sua intto- dugio ao primeiro volume do WPCS, Hall afimmava «que “os Estudos Culturas sdo ainda demasiadamente iversficados e mal definidos” (1971, p. 5). De forma diferente de mites outros movimentos — socais, pol ticas e imelectuais — Hall sempre insistia na falta de _unidade essencal do projto intelectual ema que cle est va emvlvido, Em um coseio de 1980, “Paes Coit ris: dois paradigmas”, ee identificou duas variantes cdistintivament diferentes dos Estocos Qulturis: a “cul turaisa” © a “estruturalista”, Mais recentemente, Hall (@gora membro do Departamento de Sociologia da Open University) observou em uma entrevista Qualquer tentativa de codificagio — incluindo as tentativas de codificago das coisas nas quais tstive envolvido — me di arrepios. As pessoas filam sobre a “escola de Birmingham” mas nunca ‘vemos uma escola tinica; pode ter havido qua- ‘m0 ou cinco delas mas nés nunca fomos capazes de unificé-las, nem tampouco querfamos criar qualquer tipo de ortodoxia. (1986, p, $9) Objetivando “colocar os Estados Culturais no mapa intelectual”, os Working Papers in Cultural Studies tiveram infcio em 1971, aproximadamen- tena mesma época da série dos “ensaios mimeogra- fados ocasionais”, apresentando ensaios curtos € inédivos sobre uma variedade de t6picos, publica dos de forma irregular, Cronicamente mal em termos financciros, 0 Cen- {to tem sido sustentado, ao menos em parte, pela renda de suas publicagées (que inciuem uma série de livros pablicados por Hutchinson) ¢ pela dispo- nibilidade de parte de todos os grupos envolvidos ‘em partlhar tarefas, incluindo o trabalho de secre ‘aria, Como um centro pés-graduado de pesquisa, le tem, tradicionalmente, apresentado um estilo inovador ¢ cooperative de trabalho, envolvendo pro- jetos de pesquisa coletivos que sio o produto de pe- ‘qnenos grupos de interesse, De acordo com Michae] Green, es grapos de seis ou dez membros duravam, Se 05 ‘em geral, trés ou quatro anos, durante os quais, eles revisavam uma érea de estudo, examinavam- na em profundidade e, finalmente, criticavam 0 ‘trabalho que tinha sido feito anteriormente (1982, p. 85). Na maior parte de sua existéncia, 0 Cen- tro teve apenas trés professores em tempo inte- gral (um diretor e dois docentes), cada um deles orientando seis ou sete estudantes de pds-gradua- fo, embora tenha recentemente recebido a colabo- ragio de dois professores adicionais em tempo integral, vindos do (agora extinto} Departamento de Sociologia da Universidade de Birmingham, re- cebendo também uma carga consiceravelmente gran- de de responsabilidades no cnsino de graduagio. De acordio com Hall, durante os primeiros anos da existincia do Centro como instituigio de pos- graduagio, a formagio da maioria dos estudantes cera em estudos litersrios, Mais tarde, merade dos ‘estudantes de pés-graduagéo era formada em Cir éncias Sociais ¢ em Humanidades. Embora o Cen- wo, até recentemente, estivesse concentrado n0 Mestrado ¢ no Doutorado, havia um mimero 1a- zodvel de estudantes de graduagio fazendo disci plinas em Estudos Culturais. Seu objetivo explicito, de acordo com 0 16° Relat6rio Amual, era 0 de “con- centrar-se em uma analise concreta, mas teoricamente 196 Ree inspirada, da cultura contemporinea”, com “énfa- se na Gri-Bretanha contemporinea”. Seu propéai to de “levar a sério as questdes levantadas pela politica féminista e pela politica do movimento ne- gro” refletia-se na lista de grupos de interesse & nos tdpicos de teses e dlissertagies trahallados pe- Jos estudantes de mestrado ¢ doutorado.” Como observou Stuart Hall, as diferensas de nase académica refletiam-se nos “ensaios ocasio- pais” bem como nos artigos pablicados nos WRCS, caja coletinea mais acessfvel pode ser enconteada no livro Culture, media, lanyruage (1984a), organizae do por Hall ct al. Como prova da gama de tpicos bem como da diversidade de metodologias utiliza- das no Centro, 0 livto Culture, media, language divide os estudos em quatro tipos: etmografia, estu- dos de midia, linguagem e Estudos Ingleses. Este mesmo conjunto de categorias revela, em tum nivel superficial, algo que ¢ também: verdadei- ro a respeito dos Estudos Culturais em termos mais amplos: os Estudos Culturais buscam investigar de forma intensiva os significados da experiéncia hu- mana, na medida em que eles se efetivam na lin- guagem € em outras priticas de significagio, procurando também examinar de forma sistemstica as priticas institucionais, a estrurura da sociedade — ——197 Sritinica ¢ os movimentos politicos contemporine- os, Centrando-se na hegemonia e na ideologia, tis somo se manifestam nas préticas politicas ¢ educaci- conais, nas subculturas € nos textos populares da mic ia, os Estudos Culturais Britinicos tém aplicado os vonceitos marxistas a praticamente qualquer coisa, desde 0 tratamento que a midia dé & questio da vio. Xéncia até a0 thatcherismo. Como observei anteriormente, apesar do descjo de ‘manter os Estudos Cultaras fidos, “ecltions” e “re- Jivamente abertos”, eles tendem (ao menos da pers pectiva de uma pessoa de fora) a assumir um molde ‘monolitco — devido, em part, 3 sua terminologia so- ‘erica 6, cm parte, 4 incinacSo geral dos académicos a insttucionalizar as inovagies, Hall observou. que “nos Estados Unis, os Estudos Culturis sio tatados como simplesmente mais um paradigma” (1986, p, 59) — ‘uma caracteritica que cle atribui, em parce, 20 “nest vel” impacto de se fier pesquisa de forma cooperativa, A admissio técita de Hall, de que a “codifica- Go” realmente se insinva naquilo que cle vé como uum “projeto critico ¢ desconstrutivo”, € um sinal saudével de que, embora ele deplore “paradigmas tebrico fechados”, ele & capaz de reconhecer que 08 Estudos Cultarais Britinicos tém algumas das mar- cas de um paradigma — um paradigma enraizado 198 ‘numa visio de mundo — fortemente marxista — razoavelmente cocrente que pode tender a parecer ddeterminista aos olhos esticunidenses. De fat0, como se pode imaginar, os Estudos Culturais, em sua ver. so estadunidense, ttm evitado as questées da estru= tara social, da classe, da dominacZo e do poder ¢, em consequéncia de terem se afastado dessas preocupa- es protomanxistas, tendem a parecer como indcuos © indistintos perante sua contraparte britinica. Por sua continua receptividade a uma série de ‘movimentos contemporineos tais como a psicandli- se, 0 estruturalismo, o féminismo, 0 marxismo al- ‘thusseriano, 0 desconstrucionismo ¢ a hermengntica, (s Estudos Culturais britinicos tém mostrado seu cariter aberto, Seu voraz apetite por novas comen- tes inteleceusis, aki de demonstrar sua “necessida- de por continuar teorizindo”, faz com que pelo ‘menos uma familiaridade radimentar com os Est dos Culturais se tome obrigatéia para qualquer pes- soa que queira se manter anualizada com 0s novos desenvolvimento redricns na iltima metade do sé calo XX. Entretanto, em vétios momentos da histé- Fin do Centro, os citicos téen argumentado que tanto seu “teoricismo” quanto sua excessiva concentragéo no caso britinico conereto tém sido probleméticos em sua andlise da cultura e da cormanicagio. ~ —~199 Richard Johnson escreveu que “acima de rudo, tems que lutar contra as desconexdes que ooorrem ‘quando 05 Estudos Cultures sio ocupadas por props sitos demasiadamente académicos ou quando o entusi asmo pela cultura popular esti divorciado da andlise do poder e das possibilidades sociais” (1983, p. 9). Reagindo & incorporagio dos Esmdos Culturais 20 curriculo universtério, Johnson observou que “as for- ‘mas académicas de conhecimento (ou alguns aspectos delas) parecem consttuir, agora, parte do problema ¢ no da solo. De fato, o problema continua o mesmo de sempre — como se pode tirar proveito das preoou: pagies ¢ habilidades académicas para se obter elemen- tos de conhecimento stil”. (1988, p. 6) Quando estava na diregio, Hall também parti- hava da preocupacéo com o teoricismo, ¢ uma vez. afirmou que “estamos conscientes dos muitos pon- 10s criticos nos quais caimos numa dependéncia imi- tativa on quando permitimos que os debates tesricos obscurecessem o teste absolutamente necessrio do trabalho € da exemplificagio coneretos” (1984a, p. 42-43). Em tiltima anilise, entretanto, a “histori- izagio” das inclinagées te6ricas do Centro; seu en- volvimento na politica educacional, no curtfeulo ¢ nas questies pedagdgicas; ¢ seu envolvimento con: creto mna oposigio ao thatcherismo e & Nova Direita 200 a tém servido como corretivos de uma tendéncia a raciocinar abstratamente — uma tendéncia ampla- mente manifestada durante os anos intermedirios de sua historia (0s anos 70), quando o Centro esta- va sob a ditegéo de Hall. © Centro também viven muitas das dificaldae des organizacionais pelas quais passa a maioria dos empreendimentos educacionais tradicionais — ficuldades ctiadas por “hicrarquias de conhecimen- to, de diferengas de idade, de experiéncia ¢ formagio intelectual, e diferencas genuinas nas orientagSes on Enfises te6ricas” (HALL, 1984a, p. 45). De forma mais importante, os Estudos Cult: rais de Birmingham tentaram enfrentar a dificil ‘questo de qual deve ser 0 papel ea fangs do inte- lectual na sociedade britinica e, por extensio, em qualquer sociedade. Tanto Hall quanto Johnson, ‘em diferentes épocas, tém observado que “um dos ‘mais prementes problemas para 0 Centro tem sido 0 de encontrar € manter ma compreensio apropria- da e disciplinada do Ingar, das possibilidades, dos limites © das condigdes daquilo que Gramsci cha- ‘mou de ‘fangio intelectual’ em nossa sociedade” (Har1, 1984a, p. 288). Ocorre mnito frequente- ‘mente neste tipo de empreendimento que, tal como afirmou Hall, Sou a teoria € tudo (atribuindo aos = —a1 intelectuais um papel de vanguarda que cles nfo merecem) ou a pritica é tudo (levando os intelecta- ais a negar sua fangio em um esforgo para se passa rem como “algo que eles no so — guertilhas urbanas)” (1984a, p. 287-8). Para 0 Cento, sob a diregio de Hall, a nogio de “intelectual orgiinico” de Gramsci ~~ um intelectual que tenha um envol- vimento visceral € no simplesmente profissional ‘ou académico com os problemas — constitufa um ‘modelo siil a ser emulado. CONTRIBUIQOES PARA O ESTUDO DA COMUNICAGAO E DA CULTURA Os Estudos Calturais de Birmingham, como vi ‘mos, estavam pensados para preencher um vazio intelectual (¢ politico) numa sociedade altamente cstratificada, cujo sistema de ensino superior esta- va construido de acordo com as linhas disciplina- res tradicionais. Constitui uma medida de quanto 05 Estudos Cultura tiveram éxito em modificar 0 clima da educacio superior na Gr5-Bretanha 0 fato de que o vario que motivou sua fandagio nio é mais tio flagrantemente visivel. De fato, desde 0 inicio dos anos 60, os Estudos Culturais torna- ram-se um movimento internacional, com revistas, conferéncias, associagdes profissionais, bem com. 2B ‘cursos acadkimicos em muitas faculdades ¢ univer sidades. Outros centros interdisciplinares foram fundados na Gri-Bretanha para analisar © conted- do dos meios de comunicaczo de massa: The Cen- tte for Television Research, da Universidade de Leicester; 0 programa da Open University sobre cultura popular; © agora extinto Glasgow Media Group, da Universidade de Glasgow; ¢ 0 Media Studies Program, da Politécnica da Londres Cen- tral, para mencionar apenas alguns dos mais proe- minentes. Os Estudos Culturais tiveram um importante impulso em pafses espalhados por todo (© mundo, mais notavelmente na Franca, Estados Unidos, Canada, Austrilia e Aftica do Sul, fre- {quentemente através dos esforgos de estudiosos que alguma vez ensinaram ou estudaram no Centro de Birmingham, Qualquer historia estritamente ins- titucional do COCS teria que descrever © desloca- ‘mento intelectual de um grande miimero de antigos membros do Centro por todo 0 globo, mapeando, também, suas publicagdes em algumas das revistas mais importantes, tais como Media, Culture and Societys Screen; New Formations; Social Text; ¢ Cultural Sruities, que est2o, de forma crescente, propiciando espagos para intercimbios sobre dife- rentes perspectivas de Estudos Culturais. ists a 208 Mnitos estudiosos filiados ao Centro em uma posigdo ou outra, durante os anos iniciais de suas carrcitas (como Angela McRobbie, David Mor- dey, Dick Hebdige, ou Lawrence Grossberg), ob- tiveram, mais tarde, um importante reconhecimento, depois que seu trabalho acadé ‘mico progrediu e eles saftam para assumir postos docentes em outras instituigées. Um grupo dos livtos do Centro publicado pela Hutchinson no final dos anos 70 ¢ inicio dos anos 80, com traba- Ihos extrados dos Working papers in Cultural Studies ¢ da lista de ensaios mimeografados iné- ditos do Centro, teve um grande efeito na ampli- agio do piiblico dos Estudos Culturais britinicos. Livros como Resistance through rituals (1976), On ideology (1978), Women take issue (1978), Working class culture (1979), Unpopular educa. ion (1981), The ennpive seikes back (1982), Making ristories (1982), € Culture, media and language (1984), bem como o livro de Hebdige, Subeitin- re: the meaning of style (1979) e 0 de Hall, Poli cing the ovis (1978), fizeram com que o trabalho cempitico ¢ as preocupagies tedricas mais importan- tes dos coletivas ¢ dos estudiosos individuais do Centro se tomassem mais amplamente conhecidos tanto na Gré-Bretanha quanto no exterior 208 - 2 Poderse-ia argumentar, agora, no inicio dos anos 90, que, a menos em parte, a atengio se deslocou de Birmingham para os trabalhos de Estudos Cul- ‘urais prodzidos em outros lugares. Beneficiando- se enormemente da capacidade intelectual ¢ do ‘magnetismo pessoal de Stuart Hall, o Departamen- to de Sociologia da Open University, fonte de um grande mimero de publicagées ¢ de uma grande ati- vidade pedagégica, tomowse um Ingar particular -mente visivel de estado da mia ¢ da cultura popular © CCCS esteve sob ameaga, durante um certo tempo, de set absorvido pelo Departamento de Lin- ‘gua Ingkesa da Universidade de Birmingham, tendo- se tomado, agora, um Departamento de Estudos ‘Calturais, com substanciais encargos 0 ensino de graduagio. Ainda esti por ser determinado qual 0 impacto que isto teré em sua contribu — em ter- mos de pesquisa e publicago — para o campo dos Estudos Culturais, tendo em vista que esta tradicio- nal instituigio de pesquisa pés-graduada cxtraia gran- de parte de sua vitaldade intelectual, no passado, de csreitos ¢ animados interembios entre professores € estudantes de pés-graduagio € da publicagio colet- via, Alguns erticos, como Graeme Tamer, temem que cesta mmudanga organizacional provavelmente “rediza sua produgio e sua infiuéneia de forma consicersvel” —- - 205 990, p.80). No lado positivo, o Programa de Esta: ios Galtuais ficou, a0 menos, com uma equipe mnai- ‘or que o magro contingente de tr pessoas em tempo “regra, com o qual o Centro normalmente contou, ‘Avroiea discipfnar efetucn um giro completo quando Jorge Lamain, znembro do (agora extnto) Deparment de Sociologia da Universidade de Birmingham, asst mi a diregao dos Estudos Cultura. Isto, em si mex smo, demonstra o tipo de aproximagio intelectual gue ‘ez, surgi, internacionalmente, um corpo interdiscipl- nar de toria com um feo cro comum desde es anos em que os Estudos Oakuris foram fandados, Lamain que tem esaito sobre temas to variados quanto con- cepgoes martists de ideologia, materilismo histérco, colonialsmo ¢ desenvolvimento econémico — exerpli fica quito préxima dos Estudios Caltarais de Bismin- gham se romou a Sociologia nos anos desde que 4 Fnmuguragio do Centro reputactamente provocon 2 hos- tlidade dos professores das ciéacias socais empiitas. Na medida em que se modificaram no Centro € ‘em outros Ingares, 0s Estudos Culturais afistaram-se radicalmente do projeto original (niio marwista) de “Hooggart ~ algumas vezes acusado de simplesmente produzir uma “nostalgia” pela caltara operdtia dos anos 20 ¢ 30 ¢ de glorifici-la como uma especie de “dade de Ouro”. De fato, tal como ocorre com & 206 ase maioria dos projetos inovadores, houve, sem diivida, um perigo, no inicio, de que os Estudos Ouiturais se romassem principalmente um cmpreendimento rea tivo de contraposigéo 4 tradigio simbolizada por Ar ‘nold/Bliot/Leavis de exaltar “o melhor que se pensou ¢ se disse”, substituindo-o com uma nova pedra de toque “ulhada especficamente de acordo com a cul. ura operdria” (Sranxs, 1974, p. 10). O proprio Hoggare parece ter tido algum arrependimento por ter se “posicionado no lado literério® nos dis iniciais do Centro, obscrvando, em uma entrevista relativa- mente recente com John Comer, que se fosse “refi rer 0 Centro”, de “faria um apelo em favor do estado das instinsigdes como exemplos da forma como uma clear perpetia asi propria, aomesmo tempo, muito frequentemente, subverte a si propria” (CoRNER, 1991, p. 147). ‘Mas a virada subsequente em diregio a0 marsis- ‘mo, coincidindo, de forma aproximada, com a ida de Hooggart para a UNESCO e a chegada de Hall & dre: ‘Go do Centro no final dos anos 60, foi bem longe no processo de amular quaisquer tendéncias a senfimen= talizar a cultura operéria. E principalmcate por causa de sua incorporacio da teoria marxista clssica, pro- gressivamente modificada nas das éitimas décadas ‘pela apropriagio aplicagio de eonccitos-chave (como 207 ideologia e hegemonia) a partir de pensadores como Althusser © Gramsci, que a contribuigio do Centro para a andlise cultural pode ter acabado por se tornar mais duradoura e abrangente do que até mesmo o mais otimista de seus fandadores poderia imaginar. ‘Sem seu componente marssta, 0 legado dos Estudos Culturais de Birmingham podia muito bem ter se Jimitado simplesmente a estiomular urn maior interes- se na andlise da cultura popular (britinica) e na com- preensio da politica de representacio. Embora 0 préprio Hoggart tenha dito (com a visio retrospecti- ‘va de quase tés décadas ap¢s) que sew real papel nos Fsmudos Calnurais tenha sido 0 de fazer “proselitis- ‘mo”, avaliagSes mais objetivas sitaam sua contibui- go na introdugio de uma metodologia brihantemente inovadora: @ aplicagio dos “protoco- los analiticos das Estudos Literdrios a uma gamma mais ampla de prodtos culturais” (Tuanen, 1990, p. 48), (Os fiandamentos marsistas dos Estudos Caltu- sais de Birmingham fazem com que cles se tornein, entre outras coisas, potencialmente generalizéveis para outras culturas — embora a questfo de se sa- ber se os Estudos Culturais Britinicos so de faro “exportiveis” para outros paises tenha sido objeto de considerveis debates acacémicos, particularmente nos Estados Unidos, onde tentativas foram feitas 208 —- por Carey (1983) e outros para neutralizar seu — por vezes virulento — anticapitalismo, retendo, a0 mesmo tempo, seu vocabulirio extico geral Embora seja muito cedo para avaliar a diregio ‘que os Estudos Culturais de Birmingham irdo to- mar sob a direcio de Larrain, especialmente con: siderando todas as mudangas organizacionais que ele e sua equipe tiveram de empreender, sua pré- pri obra sobre desenvolvimento internacional (es- pecialmente na América do Sul) permite-nos prever uma continuidade —¢ talvez uma amplia- ‘gio — do foco internacional dos Estudos Culeu- rais de Birmingham. Além disso, Larrain, pelo menos no passado, ficou conhecido por sua cren- 62 apaixonada de que 0 marxismo rem exercido um papel politico vidvel no desdobramento da his- t6ria contemporinea — nos movimentos de inde- pendéncia de Angola, Mogambique e Vietna do Sul, ¢ na “curta experiéncia democtética da Uni- dade Popular no Chile” — contra aqueles acadé- micos que argumentam que o martismo sobrevive como uma teoria “totalmente divorciada da pré- tica” (LarRatn, 1984, p. 159). Com esta visio € com esta sélida base nos intrincados problemas do ‘marxismo, Larrain esti talvez idealmente apto a en- frentar aquilo que O'Connor chamou de dicotomia ——— --209 centre a predilegio dos Estudos Calturais pela expe- ‘inci vivida e sua inclinasio & teoria (1981, p. 185). (© marxismo de Larrain parece incliné-lo em fe vor de uma visio tradicional de economia politica, baseada numa perspectiva “de cima para baixo”, de acordo com a qual a “fungio da ideologia ¢ instru mental — para representar 0 ‘teaP de forma distor- cida © para mascarar qualquer luta politica” (Turwer, 1990, p. 197). Esta perspectiva coloce- se em oposigio i perspectiva tradicionalmente ado- tada pelos Estudos Cultura, isto é a concepgio de que a préptia “ideologia ¢ um terreno de fata”, com base numa perspectiva “de baixo para cima”, ‘que atribui poder aos sujeitos ¢ aos grupos subcul- turais para intervie nos sistemas politicos e nos ss temas de significagio para produzir mudancas” (Tunes, 1990, p. 215). A visio marxista clissica de Larrain, que concebe a ideologia como “alsa consciéncia” (embora ¢le lamente o termo) — (1991), pode ser vista pelos tedricos de Estudos Colturais (parsicularmente aqueles com inclinagBes piis-modernistas) como um passo atrés reltivamen- te ao movimento que Hall chamou de distancia- mento de um “marxismo monists”. ‘Mas qunisquer que tenham sido as incinagGes in- telectuais exibidas pelos quatro dlretores do Centro, 210 © CCCS foi sempre um empreendimento critico co- letivo € democritico. Quando Johnson era ditetor, le escreveu: “ni me vejo como o ‘Diretor, trizen- do ordens de Roma para uma parte rebelde do Império” (1983, p. 1); afirmagio com a qual, sem. iivida, Hoggart, Hall ¢ Larrain concordariam. Em. Jum grat notivel, a histéria do Centro mostrou ser aquilo que Dienst chama “uma narrativa de adver- téncia: contra @ profissionalizagio, contra o phuralis- ‘mo oficial, contra o isolamento” (1990, p. 330) (s insights que 0 trabalho do Centro proporcio- ‘now sobre a forma como a raga € 0 genera sao cultural mente definidos para colocar em desvantagem (ou “narginalizar”) as mulheres ¢ os grupos minocitirias ‘sto entre suas maiores contribnigoes. Angela McRo- bic foi uma das primeira pesquisadoras do Centro a advertir sobre a auséncia das mafheres ¢ de suas préti= cas cultarais no trabalho de pesquisa do COCS sobre subculturas (McRosnm, 1980; McRosme ¢ Gaxsen, 1978). Eh chamou 2 atengio para o grande mimero de pressupostos patrareais inerentes 305 protocolos de pesquisa de Birmingham dos anos 70, observando que apenas 4 artigos nos 10 nimeros dos Working papers sin Cudturl Studies tratavam das preosupagées das mu- heres, Essas etografias ¢ histirias masculinocéntri- ‘eas, argumentava McRobbie ¢ outras mulheres que - au ‘wabalhavam 0 Centro, “reproduzem, de forma in- consciente, a atinude repressiva de sua subcultura relax tivamente As mulheres” (Turner, 1990, p. 179). McRobbie, Charlotte Brundson, Dorothy Ho- bson, Janice Winship e outras pessoas formaram, em 1974, um Grupo de Estudos da Mulher, no Centro, para examinar os assim chamados géne- ros femininos (notavelmente as telenovelas ¢ as revistas de moda); para estudar, qualitativamen- fe, como 0s piblicos femininos respondiam 20 con- tetido dos meios de comunicagio de massa e quais nevessidades sociais ¢ pessoais eram atendidas; para resgatar do esquecimento a literatura feita por ‘escritoras mulheres; para teorizar papel do trax balho doméstico (ndo remunerado); © para exami- nar os papéis das mulheres, na familia, relativamente 20 consumo da midia. A critica que las fizeram ao trabalho do Centro até aquele momento foi muito importante, com resultados de longo alcance. De acordo com elas, seus pres- supostos patriarcais distorciam os resultados de qualquer tentativa de andlise ou pesquisa cultu- ral, contribuindo pata relegar a metade feminina da raga humana a uma relativa obscuridade. ‘A maior parte do trabalho do Grupo de Estudos da Mulher, que tinha sido planejado para 0 décimo mimeno dos WPCS, foi publicado no limo Mdmaer take ‘awe (1978), um trabalho que teve grande eféito sobre os estudos feminisas. Lidando, em grande parte, com mulheres da. classe operiia, os ensaios de Hobson € -MeRobbic incluiam exratos de materais eoketados ate vi de observagio participativa, na qual donas de casa falavam, de forma comovedora, de seu isolamento, ¢ mulheres adolescentes revelavam suas (fequenteren- te) sombrias expectativas para 0 fisuro, Em um nivel nis tedrco, a coletinea inciuia uma anslse da “ideolo- gia da feminilidade” (feta por Winship), bem como ‘uma pesquisa sobre como os papeis traciconas cas rm lheres podiam ser incukdos em formulagées manstas clos prooessos de produgio e reproducio. As iimplicagées da critica feminisa feta no Centro foram profi. Ela contibuiu para tomar a pesquisa cdo Centro menos exotica, em um petiodo no qual grande parte dela tendia para um teoricismo, Sua forga bisica ea ‘completamente consistente com a énfiase prévia de Will ams e Hoggart no wo da experitncia pessonl para exer- pliiar os fendmenos geri. Além dso, ens estos d= como a familia ¢, em um grat menor, o s’temna ecocace coma, cootribuiam para perpettar © parriareado serviram, para iusra, de forma mais conaeta, © argumento geal de Althusser de que os “aparelhos ideolégicas de Esti do” tém um importante impacto na forma como as ~ a1 (pessoas pensam, Juntamente com a influéncia da psica- nalse, tanto feudiana quanto lscaniana, ¢ do pés-estru- tural, a crtica feminsta judo a centrar o interesse sma forma como a identidade, a subjetividade e o género So consuuidos (Feansuns eal, 1991, p. 176). A preocupacio feminista com a diversidade também. ‘combinavase com 0 trabalho sobre racsmo feito pelo ‘Centro — uma dea na qual, eneretanto, hi aida mui- 1m mabulho a ser fit, No lino icy the ors (1978), Mill ec al. mestravam como 2 midia britinica assocava © atime ¢ outros problemas socais is minorias racis © nics, Eks também mostravam como as concepgbes de icentidace nacional eram racialmente crcunscrits. Mais, tarde, o trabalho teériao adiconal feito no lito Enpire strikes back (1982) reafrmon a necessidade de analisat conaretamente 0 racsmo em sou contest hisiico pare ticular, em vez de yélo como uma eonstante transcuk ‘oral a expesiéocia humana. No trabalho sobre racism, bem como no trabalho sobre sexismo feito no Centro, “o pessoal era 0 politico”, Est caracterstica do trabalho do Centro é acimiravelmenteitusttada pela forma como Stuart Hall (1985) escrevea, de forma especialmente ‘comovedora, sobre suas préprias experiéncias de imi sgrante caribenho na sociedade ingles. Grande parte da pesquisa do Centro sobre ra- cismo ¢ sexismo levava 4 conclusio de que essas PlaeseeeeceeeeHeee esigualdades eram prdprias da esurutura do prdprio ‘apitalismo, funcionando para ajudar a manter no desemprego fontes baratas de trabalho, particular mente na Gri-Bretanha, onde a imigracio dos pa- {ses pertencentes ao antigo Império Britinico estava associada, na mente popular, com as minorias raci ais (Hat al., 1978, p. 380-1). Ainda no resol- vemos, entretanto, a questo de como incorporar a raga € 0 género As andlises de classe do marxismo ¢ qual peso relativo devemos atribuir a estes més di- ferentes — mas nfo mutuamente exclusivos — fi- tores. Nao existe qualquer consenso neste momento — nem mesmo entre feministas brancas ¢ mulhe- res negras, a8 quais estdo inclinadas 4 discordar sobre a forma como a raga € 0 género se interseci- ‘onam para constituir formas de opressio. De fato, © legado dos estudos de raga e género consiste em. complicar a equagio (“reducionista”) marxista de uma forma bastante fértil, para introduzir, nas palavras de Paul Gilroy, uma “visio da formagio de classe como um efeito de lutas heterogéneas, baseadas, talver, em diferentes farores comuns — linguisticos, sexuais, regionais, ecoldgicos € raci- ais” (1982, p. 281). Estas questées acabaram por se enredar (na “vira- da em diregio a Gramsci” que 0 Centro tomoa desde 216 (0 anos 80) com questdes de como ox grupos subordi- smados tanto se sabmetcm. quanto resistem 3s visSes da classe dominante. Hall ¢ Johnson, entre outros, tra- ram proveito da énfise que Gramsci colocava na hege- ‘monia como um local de nga, O-conceito de hegemonia permitia um afistamento da visio altnusseriana de que a ideologia é tama forga implacivel, movimentando-se de cis pare bv, para crisalizar assimecsias de pos- lonamento social, 20 afitmar significados que agem. ppara colocar em desvantagem os grupos subordinados. © conccito de hegemonia ajudou os estudiosos do, Centro a sair do impasse que o manxismo estruturalis- ta de Althusser havia ctiado, fazendo com que cers ceoncepgdes de agéncia parecessem fits diante do que ‘ra teorizado como 0 posicionamento ideolégico ine viel do indiviiuo pelo aparato do Bstado e suas agén- as, tis como @ escola e a familia, De acordo com a cconcepgo de “hegemonia” de Gramsci, as pritics cul: turas € 0s textos dos meios de comunicagio podem ser visos como um campo de batalha, em uma lara entre cs diferentes grupos para defini, manter e conter 0 significado. Isto tem trés consequéncias altamente im- pportantes para o projeco de Birminghana e para os Es- tados Culeurais Britinicos em geral: os resutados das Jas de poder entre os grupos so vstos como fluids, continuos, nunca pré-determinados; eles compreen- ddem peqienas “Tevolugies” em tomo de algo to espe- cifico quanto a mudanga da forma como 0s epftetos racais sio usados (Hatt, 1985); ¢ os eftitos da ideolo ‘gia podem ser concretamente examinados tal como eles se manifestaram, por exemplo, nos “textos vivos” do thatcherismo e da “nova direta E io esses textos que, sem duivida, continuarso ‘ocupando a atengio dos estudiosos de Birmingham. nos anes 90, uma década que & parte de um perfoddo — trazido pela vtéria conservadora em 1979 — longo, sombrio, recionétio para a Gré-Bretanha. Sejam quais forem as dificuldades engrentadas pelo Centro, pode- se argumentar que Id menos rsco de que sua forga de opesigho soja desperdigada nesta era da “nova dircita” do que o seria em uma época mais igualitéria, popular, antilista e democritica. As observagées de Johnson, sobre a miso do Centro, fetas hd quase uma décaca, considerando-se 0 que pode ser chamado de “Contra- Reforma Conservadora na Gri-Bretanha’, poderiam sr feta igualmente hoje: “Os Estudos Oalturais con uistaram espagos reais na Gré-Bretanha e eles rém aque ser mamsides ¢ ampliados... para Iota eficaztnente estes contextos, para reivindicar recursos, para car Gear nossas mentes na corretia ¢ i confusio do taba- Iho cotidiano e para decidir quais so as proridades do censino ¢ da pesquisa” (1983, p. 7). NOTAS * Como observou Swart Hall, “no existe sinda nenhu- ma histéria detalhada ou autorizada da fundagio e do desenvolvimento do Centro” (1984a, p. 277). Decidi ancorar este modesto relato das origens © desenvolv -mentos do Centro nas percepgies (cenas ou erradas) dss pessoas que fizeram pare do movimento tal como, le se desenvolveu nos titimos 28 ou 29 anos. Tanto por causa da escasez de material publicado de nature- 2a histérica quanto porque acredito que os lideres tém lum modo de dar até mesmo 20 mais igualitirio dos projetos sua diego e tom, baseei-me muito nas ob: servagdes dos antigos diretores Richard Hoggart, St act Hall ¢ Richard Johnson. Gostaria de agradecer as sugestdes extremamente titeis dos avaliadores do Ci radian Journal of Communication que me levaram a tuma versio ampliada deste ensao, * Hoggart foi sucedicio por Stuart Hall, que foi 0 diretor de 1968 2 1979, quando Richard Johnson 0 substituis, Jorge Larrain, professor de Sociologia a Universidade de Birmingham, dirige agora 0 Pro- arama de Estudos Colturais. * Neste contesto, veja, especialmente, Hoggart, 1967. + Para uma discussio mais completa da tadigio elitists na Gri-Bretanha, veia Miles ¢ Smith, 1987, p, 81-101. 218—— # Sobre este ponto, as lembrangas de Hoggart parecem colidir com as de Hall. Em oma entrevista recente, “Hoggart disse: “os soclogos foram, na verdade, bas- ‘ante caridosos, Eles imediatamente disseram: “& um ‘material interessante ¢ nés podemos aprender com el” (Consex, 1991, p. 149) * Outros exemplos desta pesquisa incluem uma anilise do romance de Bronte, Shidey, em temnos da “ideolo- i do romance”, feta por Rachel Harton; um estudo da descentralizagio do planejamento, feito por Michael Green; ama historia das poliicas da Manpower Serv es Commission, da Gri-Bretanha, feta pelo Grupo de Ecducagio; um estudo das eamunas, por Calin Webster, ‘um extudo do uso de drogas pelos hippies urbanos, por Paul Willis; ¢ um estudo das fotografia utilizadas nos jomais, por Stuart Hall, ” Tem havido, no Centro, por exemplo, grupos de interes se sobre “raga € politica” e sobre “malheres © cnitura” ‘bem como um Grupo de Esudos Negros ¢ um Fécum das Mulheres, Esereveramse teses ou sseragdes sobre as mulheres aitcas na Gri-Bretanha;hisrias do racs- mo ma caltura europea, a eseita feminina nos anos 30 € 40; raga € relagdes de rasa; feminism; cuidado das cx angas ¢ movimentos populares nos anos 1880-1930; ¢ raga/clsse/mulheres, entre outros tpcos.

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