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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
FORTALEZA
2018
PEDRO HENRIQUE LUSTOSA BEZERRA DE MENEZES
FORTALEZA
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
BANCA EXAMINADORA
Aos meus pais, Iolanda Lustosa e Claudio Barbosa, pelo incentivo e ensinamentos
dos valores basilares da minha vida.
Ao orientador, Dr. Alfran Sampaio, pela atenção e prontidão nas suas análises
minuciosas e sugestões.
Ao professor Marcos Porto e sua aluna Giullia Mendes pelo auxílio na execução do
ensaio de compressão triaxial no laboratório de solos do IFCE.
À Shirley e a Neuza da secretaria do POSDEHA, pela atenção e eficiência na
solução dos assuntos burocráticos e por seu atendimento de qualidade.
Aos colegas de mestrado Deyvid Elias, Henrique Petisco, Jose Melchior e Yago de
Matos pelas horas extracurriculares no carneiro.
A todos que de alguma forma contribuíram para realização deste sonho, muito
obrigado.
RESUMO
O recalque de uma fundação profunda pode ser previsto por diversos métodos, quase sempre
baseados em correlações semi-empíricas com aplicação restrita aos solos de onde foram
concebidas. Dessa forma, é necessário a inovação dos métodos existentes e a concepção de
novas metodologias a fim de se obter previsão de recalques mais convergentes com a realidade.
Algumas das metodologias existentes, utilizam-se as chamadas curvas de transferência de
carga. Nesse contexto, a presente dissertação avalia a acurácia dos recalques previstos para cada
para os dois tamanhos de estaca, uma escavada e outra hélice continua. Para avaliar o
comportamento das estacas escavadas, utilizam-se 2 estacas, executadas no Campo
Experimental de Geotecnia e Fundações da Universidade Federal do Ceará (CEGEF – UFC),
ambas de 1,5 m de comprimento e 10 cm de diâmetro. Sendo que uma dessas estacas foi
executada com ponta assente numa camada de poliestireno expandido de forma a não apresentar
resistência de ponta. Já com relação à estaca hélice continua, foi utilizado uma estaca com 17
m de comprimento e 0,3 de diâmetro, executada mais próximas do alojamento da educação
física da UFC. Os métodos utilizados na previsão dos recalques foram os seguintes: Aoki (1979,
1984), Bowles (2001), Leis de Cambefort modificadas por Massad (1992), Poulos e Davis
(1980) e Randolph & Wroth (1979) estendido por Lee (1993). Além disso, foram realizadas
simulações numéricas a partir dos programas ALXPAXL, UniPile e RSPile. Para a utilização
dessas metodologias, o subsolo adjacente à essas estacas foi investigado a partir de ensaios
geotécnicos. Na caracterização geotécnica, utilizou-se amostras deformadas retiradas nas
profundidades de 20 cm, 60 cm e 110 cm e para obtenção dos parâmetros de resistência, foram
realizados ensaios especiais, cisalhamento direto e compressão triaxial do tipo CD, utilizando
corpos de provas de amostras indeformas retiradas nas profundidades de 60 cm e 1,10 m. Os
resultados foram confrontados, a fim de se verificar a convergência dos valores de recalques
estimados e tomados como referência valores obtidos experimentalmente por meio de provas
de carga estática (PCEs). O perfil de solo adjacente as estacas analisadas é classificado como
do grupo SM e de comportamento típico de areia de baixa compacidade. Com base nos métodos
utilizados, observou-se convergência nas previsões dos recalques na faixa de recalques
elásticos. Por fim, para a carga de trabalho, obteve-se a previsão mais próxima do valor
experimental utilizando o método proposto por Massad (1992).
The deep foundation settlements could be predicted by several methods, which are mostly
based on semi-empirical correlations in application restricted to the ground from where
they were conceived. Therefore, it is necessary to innovate these methods and to design
new methodologies to obtain predictions of more convergence with reality. A couple of
the current methodologies use load transfer curves. In this sense, the present dissertation
evaluates the accuracy of the predicted settlements for each of two piles size, one drilled
and another auger cast. In order to evaluate the behavior of the drilled pile, two piles were
used in the Experimental Field of Geotechnics and Foundations of the Federal University
of Ceará (CEGEF - UFC), both with 1.5 m length and 0.1 m diameter. One of these piles
was executed on top of a layer of expanded polystyrene to eliminate toe resistance. On the
other hand, it was used a auger cast pile with 17 m long and 0.3 diameter, it was executed
in physical education accommodation. The methods used in order to settlements pile
predicting were: Aoki (1979, 1984), Bowles (2001), Cambefort Laws modified by Massad
(1992), Poulos and Davis (1980) and Randolph and Wroth (1979) extended by Lee (1993).
In addition, numerical simulations were used from computer programs: ALXPAXL,
UniPile and RSPile. For the use of these methodologies, the adjacent subsoil to these piles
was characterized from geotechnical tests. In the geotechnical characterization, it was used
deformed patterns, it was taken at depths of 20 cm, 60 cm and 110 cm. And, to obtain
resistance soil parameters, it was used triaxial compression test and direct shear test
performed using undefined pattern taken at depths of 60 cm and 110 cm. The results were
compared, in order to verify the convergence of the absolute values of settlements and the
factor correlation with respect to the corresponding load test. The soil profile adjacent to
the analyzed pile is classified as SM group and typical behavior of sand of low
compactness. Based on the used methods, it was noticed a convergence in the predictions
of the re settlements in the elastic zone. Finally, for the design load, the closest settlements
prediction of the experimental value was obtained by using the method proposed by
Massad (1992).
Tabela 2.1 – Valores sugeridos para o parâmetro e limites para a tensão lateral por unidade
de comprimento em solos granulares. ................................................................. 26
Tabela 2.2 – Curva t-z para solos granulares............................................................................ 26
Tabela 2.3 – Curva t-z para solos coesivos .............................................................................. 27
Tabela 2.4 – Curvas Q-z para solos coesivos e não coesivos ................................................... 28
Tabela 2.5 – Valores recomendados para o parâmetro adimensional ...................................... 29
Tabela 2.6 – Valores de b e k ................................................................................................... 32
Tabela 2.7 – Valores de Ep para diferentes tipos de estacas .................................................... 38
Tabela 2.8 – Valores de E0 sugeridos ...................................................................................... 39
Tabela 2.9 – Tipos de estaca em função de k ........................................................................... 48
Tabela 2.10 – Tipos de estaca em função de m ........................................................................ 48
Tabela 3.1 – Lista de ensaios de caracterização realizados ...................................................... 60
Tabela 4.1 – Percentuais granulométricos em cada profundidade. .......................................... 67
Tabela 4.2 – Umidade Natural .................................................................................................. 68
Tabela 4.3 – Resultado dos ensaios de compactação realizados. ............................................. 70
Tabela 4.4 – Resumo das principais características/parâmetros do solo estudado. .................. 78
Tabela 5.1 – Previsão de recalque da estaca curta - 01 pelos métodos semi-empíricos utilizados.
............................................................................................................................. 84
Tabela 5.2 – Previsões de recalque da estaca curta – 01 pelos métodos baseados na teoria de
elasticidade. ......................................................................................................... 87
Tabela 5.3 – Características do elemento estrutural da estaca curta - 01. ................................ 89
Tabela 5.4 – Previsões de recalque pelos métodos Coyle & Reese com E estimado por Texeira
e Godoy para a da estaca curta - 01. .................................................................... 90
Tabela 5.5 – Previsões de recalque pelos métodos Coyle & Reese com E obtido pelo ensaio de
compressão triaxial para a da estaca curta - 01. .................................................. 92
Tabela 5.6 – Previsão do Coyle & Reese (1988). ..................................................................... 94
Tabela 5.7 – Valores limites dos trechos calculados para Massad (1992). .............................. 95
Tabela 5.8 – Previsão de recalque e erro relativo para os programas de computador.............. 98
Tabela 5.9 – Previsão do ALPAXL. ....................................................................................... 101
Tabela 5.10 – Previsão do RSPile. ......................................................................................... 102
Tabela 5.11 – Previsões de recalques efetuadas para carga de trabalho e seus respectivos erros
percentuais. ........................................................................................................ 106
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
1.1 Objetivos da pesquisa............................................................................................... 14
1.2 Escopo da dissertação .............................................................................................. 14
2 RECALQUES DE ESTACAS SOB CARGA AXIAL........................................... 16
2.1 Mecanismo de transferência de carga .................................................................... 16
2.2 Funções de transferência de carga .......................................................................... 21
2.2.1 Construção das Curvas t-z......................................................................................... 23
2.2.2 Construção das Curvas q-z ........................................................................................ 27
2.3 Leis de Cambefort (1964)......................................................................................... 29
2.3.1 Efeito da carga residual ............................................................................................ 30
2.3.2 Obtenção dos parâmetros .......................................................................................... 31
2.4 Métodos para previsão de recalques ....................................................................... 32
2.4.1 Métodos baseados na teoria da elasticidade ............................................................. 33
2.4.2 Métodos Semi-Empíricos........................................................................................... 37
2.4.3 Métodos Numéricos ................................................................................................... 43
2.5 Analise de recalques através de Softwares ............................................................. 49
2.5.1 RSPile......................................................................................................................... 50
2.5.2 UniPile ....................................................................................................................... 50
2.5.3 ALPAXL..................................................................................................................... 51
2.6 Estudos recentes ....................................................................................................... 51
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 55
3.1 Metodologia ............................................................................................................... 55
3.2 Local do estudo ......................................................................................................... 55
3.3 Coleta de Dados ........................................................................................................ 56
3.3.1 Caracterização das Estacas ....................................................................................... 57
3.3.2 Sondagem à Percussão .............................................................................................. 58
3.3.3 Prova de Carga Estática ............................................................................................ 58
3.4 Coleta de Amostras .................................................................................................. 59
3.5 Ensaios Geotécnicos ................................................................................................. 60
3.5.1 Ensaios de Caracterização Geotécnica ..................................................................... 60
3.5.2 Ensaios Especiais ...................................................................................................... 61
3.6 Previsões dos Recalques das Estacas ...................................................................... 65
3.7 Comparação das Previsões Realizadas ................................................................... 66
4 RESULTADOS E ANÁLISES DE ENSAIOS GEOTÉCNICOS ........................ 67
4.1 Ensaios de Caracterização ....................................................................................... 67
4.1.1 Granulometria ........................................................................................................... 67
4.1.2 Umidade Natural ....................................................................................................... 68
4.1.3 Densidade Real .......................................................................................................... 69
4.1.4 Compactação.............................................................................................................. 69
4.2 Ensaios Especiais ...................................................................................................... 70
4.2.1 Ensaio de Cisalhamento Direto ................................................................................ 70
4.2.2 Ensaio de compressão triaxial .................................................................................. 74
4.3 Ensaios de Campo .................................................................................................... 78
4.3.1 Sondagem à Percussão (SPT) ................................................................................... 78
4.3.2 Provas de Carga Estáticas (PCE) ............................................................................. 81
5 PREVISÃO DE RECALQUE E ANALISES ........................................................ 83
5.1 Previsões de recalque por métodos semi-empíricos .............................................. 83
5.2 Previsões de recalque por métodos baseados na teoria da elasticidade .............. 86
5.3 Previsões de recalque por métodos numéricos ...................................................... 88
5.4 Previsões de recalque pelos programas ALPAXL, RSPlile e UniPile ................. 97
5.5 Comparação das previsões de recalques realizadas ............................................ 102
5.6 Análise das previsões dos recalques de uma estaca hélice continua de dimensões
comerciais ................................................................................................................ 104
6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES .......................................................................... 108
6.1 Conclusões ............................................................................................................... 108
6.2 Sugestões para pesquisas futuras .......................................................................... 110
REFERÊNCIA............................................................................................................ 112
13
1 INTRODUÇÃO
Diante dos fatos expostos, cabe a validação das previsões de recalques em estaca
assentes em perfis de solo granular típicos dos que ocorrem em Fortaleza – CE a partir da utilização
14
• Estimar os recalques das estacas escavadas e hélice continua coletadas por métodos
semi-empíricos, baseados na teoria da elasticidade e numéricos;
Esse mecanismo, também, pode ser representado como resultado do equilíbrio entre
as forças solicitantes da superestrutura e as forças resistentes ao longo do sistema solo-
fundação, ou seja, a força normal atuante na seção da estaca é absorvida pelo solo, diminuindo
de intensidade ao longo da profundidade (NOGUEIRA, 2004). Para exemplificar, tem-se o
equilíbrio de forças entre uma carga aplicada no topo de uma estaca e sua respectiva reação no
solo em termos de atrito lateral (τl) e tensões normais na ponta, conforme ilustrado na Figura
2.2.a. Além disso, mostra-se, esquematicamente, um diagrama de carga axial ao longo do fuste
correspondendo ao caso de atrito lateral constante ao longo do fuste na Figura 2.2.b.
Figura 2.2 – Mecanismo de transferência (a) cargas e tensões na estaca; (b) diagrama carga-
profundidade
de carregamento. A terceira reflete a carga de ruptura, cuja a forma da curva varia com a rigidez
do sistema e com a velocidade de aplicação do carregamento (NIYAMA et al., 1996).
a literatura sugere valores mais elevados para deslocamentos. Tais como, deslocamentos da
ordem de 5% a 10%, às vezes até 20% do diâmetro da ponta da estaca (MILITITSKY, 1980).
Figura 2.5 – Curva carga x recalque a partir da combinação do fuste com a ponta (a) estaca
esbelta e (b) tubulão com base alargada
Além disso, a carga transferida para a ponta é inferior com relação a transmitida
pelo fuste. Sugestões de valores podem ser encontrados na literatura, tais como: 25% da carga
do topo (REESE et al., 1969); 10% a 20% da carga no topo (TOH et al., 1989); e 10% da carga
do topo para estacas escavadas (CHANG & BROMS, 1991).
Desse modo, temos que a transferência de carga entre o fuste e o solo é representado
por molas laterais, onde a resistência última da mola é equivalente a resistência ao cisalhamento
do solo e seu modulo de deformabilidade consiste na relação entre tensão aplicada na estaca e
o deslocamento correspondente. O gráfico contendo o deslocamento versus carga representa a
curva t-z para determinada profundidade. Por outro lado, a mola vertical no fundo da estaca
representa a transferência de carga entre a ponta e solo abaixo da estaca. Logo, a curva q-z
consiste no gráfico força transmitida pela ponta e seu deslocamento correspondente.
Outra forma de visualizar, foi proposta por Fellenius (2017), o qual analisou o
comportamento de uma estaca com 300 mm de diâmetro por 30 m de comprimento assente em
solo adotado como homogêneo. Nesse estudo, as curvas carga-recalque, t-z e q-z foram
23
Nota-se, na Figura 2.9 que as curvas cheias representam o comportamento dos solos
coesivos, enquanto que as curvas tracejadas referem se aos solos granulares. Vale mencionar
que o deslocamento vertical para a adesão residual solo-estaca define o início da formação do
patamar de plastificação do maciço ao redor da estaca e é representado por zres; e a resistência
ao atrito lateral ao longo do fuste é simbolizado por tmáx, podendo ser calculado pelas Equações
2.5 ou 2.7.
𝜎0 = 𝛾𝑛 . ℎ (2.1)
25
𝜎ℎ = 𝐾𝑠 𝜎0 (2.2)
𝜏𝑙 = 𝑐𝑎 + 𝜎ℎ tan (2.3)
Aplicando as Equações 2.1 e 2.2 na Equação 2.3 obtém-se a seguinte equação para
o atrito lateral por unidade de comprimento:
𝜏𝑙 = 𝐾𝑠 𝛾𝑠 𝐻 tan (2.4)
𝐿
𝑄𝑠 = ∫0 𝛽. 𝜎0 . 𝑑𝐴𝑠 (2.5)
das análises conduzidas com base nos valores propostos pela Tabela 2.1 podem ser não
conservadoras. Por fim, constrói-se o curva t-z com auxílio da Tabela 2.2.
Tabela 2.1 – Valores sugeridos para o parâmetro e limites para a tensão lateral por unidade
de comprimento em solos granulares.
Classificação do
Densidade Relativa max (KPa)
Solo
Muito fofa
Areia
Fofa
Areia Siltosa Não aplicável Não aplicável
Mediamente
compacta Silte
Compacta
Mediamente Areia Siltosa 0,29 67
compacta Areia
0,37 81
Areia Siltosa
Compacta
Areia
0,46 96
Areia Siltosa
Muito compacta
Areia 0,56 115
𝜏𝑙 = 𝑐𝑢 (2.6)
𝑙
𝑄𝑠 = ∫0 𝛼. 𝑐𝑢 . 𝑑𝐴𝑠 (2.7)
Onde a Equação 2.8 é válida para Ψ ≤ 1 e a Equação 2.9 é válida para Ψ > 1 e
em ambas assume valores menores que 1. Sendo que Ψ é cu divido por 0.
Segundo Valenzuela (1980), as curvas q-z são utilizadas como instrumento para
analisar a variação da resistência da ponta de uma estaca. O formato dessas curvas independe
da natureza do solo. Contudo, define-se a relação q-z, na Figura 2.10, cujo os parâmetros são
definidos na Tabela 2.4 e a máxima capacidade de carga na ponta da estaca (Qmáx) pode ser
calculada através das equações 2.9 e 2.10, para solos coesivos e não coesivos, respectivamente.
28
𝑄𝑝 = 𝑁𝑞 𝜎0 𝐴𝑝 (2.10)
𝑄𝑝 = 9𝑐𝑢 𝐴𝑝 (2.11)
para a reação de ponta das estacas. Desse modo, a ruptura do solo se dará por rupturas
progressivas, ou seja, a resistência última não irá necessariamente ocorrer simultaneamente em
todos os pontos da lateral e da ponta da estaca. Essas leis estão ilustradas na Figura 2.11,
conforme apresentado por Massad (1992).
Figura 2.11 – Leis de Cambefort (a) Primeira lei e (b) Segunda Lei.
Analisando a primeira lei, afere-se o deslocamento máximo para que o atrito lateral
seja plenamente mobilizado (Y1) e o coeficiente angular da Primeira Lei de Cambefort (B) até
atingir a mobilização máxima do atrito lateral (fu). O parâmetro Y1 varia de 0,1% a 0,4% do
diâmetro da estaca (D) (MASSAD, 2008).
∆𝑄
𝑓= (2.12)
𝐴𝑙
𝑄𝑝
𝑞= (2.13)
𝐴𝑝
𝐵 = 2𝐸𝑓 (2.14)
𝑅 = 4𝐸𝑝 (2.15)
32
𝐸𝑓 = 𝑏. 𝑘. 𝑁 (2.16)
𝐸𝑝 = 𝑏. 𝑘. 𝑁𝑝 (2.17)
𝐸𝑝
𝐾𝑝 = . 𝑅𝐴 (2.18)
𝐸𝑠
𝐼 = 𝐼0 . 𝑅𝑘 . 𝑅ℎ . 𝑅𝑣 . 𝑅𝑏 (2.19)
Onde:
I0 = Fator de influência do recalque para estaca incompressível na massa semi-infínita;
𝑅𝑘 = Fator de correção para compressibilidade da estaca;
𝑅ℎ = Fator de correção para profundidade finita de solo compressível;
𝑅𝜐 = Correção para o coeficiente de Poisson do solo;
𝑅b = fator de correção para a base ou ponta em solo mais rígido.
P.I
w= (2.20)
𝐸𝑠 .𝐷
35
Figura 2.13 – Fatores para o cálculo de recalque de estacas, (a) fator I0; (b) influência da
compressibilidade da estaca; (c) da espessura finita do solo compressível; (d) do coeficiente de
Pisson do solo.
Figura 2.14 – Fator Rb para o método de Poulos e Davis (1980). (a) para L/B=75; (b) para
L/B=50; (c) para L/B=25; (d) para L/B=10; (e) para L/B=5
Lee (1993) propôs uma extensão para a equação de previsão de recalque sugerida
por Randolph e Wroth (1978) para estacas isoladas. Essa equação estar representada pela
Equação 2.21.
37
4.𝐿 tanh(𝑣.𝐿)
𝐺𝐿 .𝑟0 1+ −
𝜂.(1−𝜐).𝜋.𝜆𝑟0 𝑣.𝐿
𝑤= ( 4 2.𝜋.𝜌.𝐿.tanh(𝑣.𝐿) ) (2.21)
𝑄 +
𝜂.(1−𝜐) 𝜁.𝑟0 .𝑣.𝐿
Onde:
Ep = Módulo de elasticidade da estaca;
E’s = Modulo de elasticidade do solo abaixo da ponta da estaca;
υ = Coeficiente de Poisson;
GL = E’s/2(1+υ) (Módulo cisalhante);
GL/2 = Módulo cisalhante na profundidade de embutimento L/2;
r0 = Raio da estaca;
rm = k.L.(1- υ) (máximo raio de influência da tensão cisalhante); onde: k = 2,5 para camada
de solo 3L; k = 2,0 para camada de solo < 3L;
rm = L(1/4+[2.(1-)-1/4]𝜁) para capacidade de carga na ponta (nesse caso use 𝜂 = 1);
λ = Ep/ GL;
vL = (L/ r0).raiz(2/𝜁. Λ);
= GL/2/ GL;
𝜁 = ln(rm/r0)
𝜂 = r0/rb = 1 apenas rbase > r0.
Figura 2.15 – Parcelas de recalque da estaca (a) estaca descarregada e sem recalque; (b)
recalque após a aplicação do carregamento.
1
𝑤𝑒 = ∑(𝑄𝑠𝑖 . ∆𝑙𝑖 ) (2.22)
𝐴𝑠 .𝐸𝑝
qualquer, cuja espessura é H, e que h é distância vertical do ponto de aplicação da carga ao topo
dessa camada, de acordo com a Figura 2.17 (AOKI, 1984).
4.𝑃𝑏
∆𝜎𝑝 = 𝐻 (2.23)
𝜋(𝐷+ℎ+ )2
2
4.𝑄𝑠𝑖
∆𝜎𝑖 = 𝐻 (2.24)
𝜋(𝐷+ℎ+ )2
2
Por fim, o acréscimo total de tensões (Δ𝜎) na camada de solo será dado pela soma
das parcelas de acréscimo de tensões devido à ponta e à resistência lateral, conforme descrito
na Equação 2.25.
𝜎0 +∆𝜎 𝑛
𝐸𝑠 = 𝐸0 . ( ) (2.26)
𝜎0
Onde n é Coeficiente da natureza do solo (0,5 para solos granulares e 0 para argilas
duras e rijas).
42
Dessa forma, é possível estimar o recalque do solo nas camadas de solo até a
camada indeslocável utilizando a Teoria da Elasticidade Linear, de acordo com a Equação 2.28.
∆𝜎.𝐻
𝑤𝑠 = ∑ ( ) (2.28)
𝐸𝑠
O deslocamento no topo da estaca (w) será dado pela soma do encurtamento elástico
e o recalque do solo, segundo a Equação 2.29.
𝑤 = 𝑤𝑒 + 𝑤𝑠 (2.29)
𝑄𝑚𝑒𝑑 .∆𝐿𝑖
𝑤𝑒𝑖 = (2.30)
𝐴𝑚𝑒𝑑 .𝐸𝑝
𝑤𝑒 = ∑ ∆𝑤𝑒𝑖 (2.31)
(1−𝜐2 )
𝑤𝑝 = 𝑄. 𝐷. . 𝑚. 𝐼𝑠 . 𝐼𝐹 . 𝐹1 (2.32)
𝐸𝑠
Onde:
m.Is = 1 é o fator de forma;
IF = Fator de embutimento com os seguintes valores (IF = 0,55 se L/D≤5; IF = 0,5 se L/D > 5);
υ = 0,35;
Es = 500 (N+15) em kPa;
F1 = Fator de redução variando entre valores de 0,25 se a resistência lateral reduz a carga de
ponta Pp ≤ 0 ; 0,5 se a carga na ponta Pp > 0 ; 0,75 se houver apenas carga de ponta.
Por fim, soma-se o recalque axial e o recalque da ponta para se obter o recalque
total, conforme a Equação 2.33.
𝑤 = 𝑤𝑒 + 𝑤𝑝 (2.33)
carga utilizadas nesse método forma introduzidas por Seed & Reese (1957), porém
aproximações teóricas têm sido usadas na avaliação das curvas t-z e q-z.
Um pequeno deslocamento inicial da base (wb) é imposto, podendo ser nulo para o
caso de estacas assentes em rocha ou em solo muito resistente. A força de reação na ponta P b
provocada por este deslocamento, pode então ser calculada, aproximadamente, pela formulação
de Boussinesq representada pela Equação 2.34; onde D é o diâmetro da estaca, Es é o modulo
de elasticidade do solo e υ é o coeficiente de Poisson do solo. Os parâmetros médios de
deformabilidade do material podem ser estimados através dos ensaios de campo ou laboratório.
45
𝐷.𝐸𝑠 .𝑤𝑏
𝑃𝑏 = (2.34)
(1−𝜐2 )
Usando o valor de w3, obtém um determinado valor para a razão entre a tensão
transferida (τ3) e a resistência ao cisalhamento do solo (τmax) na curva t-z normatizada do solo,
onde são representadas por (t/tmax). Essa curva de transferência de carga pode ser obtida por
prova de cargas instrumentadas ou por métodos teóricos, como descrito no item 2.3.1.
𝑁𝑆𝑃𝑇
𝜏𝑚𝑎𝑥 = (2.35)
324
Desse modo, a carga (Q3) no topo do elemento 3 pode então ser obtida, conforme a
Equação 2.36. Onde L3 é o comprimento e u3 é o perímetro da subdivisão 3.
𝑄3 = 𝑃𝑏 + 𝜏3 . 𝐿3 . 𝑢3 (2.36)
Para calcular a carga no ponto médio do elemento (Qm), admite-se uma variação
linear de carga ao longo do elemento, através da Equação 2.37.
𝑄3 +𝑃𝑏
𝑄𝑚 = (2.37)
2
𝑄𝑚 +𝑃𝑏 𝐿
𝑤𝑒 = (
2
) (2.𝐴 3.𝐸 ) (2.38)
3 𝑝
𝐸𝑝 .𝐴
𝐾𝑟 = (2.40)
𝐿
Sendo que a resistência de atrito lateral é dada pela Equação 2.41. Onde D é o
diâmetro da estaca, L é seu comprimento e fu é a máxima mobilização do atrito lateral.
𝜏𝑙 = 𝜋. 𝐷. 𝐿. 𝑓𝑢 (2.41)
Feito isso, a rigidez relativa solo-estaca (k) é calculado pela Equação 2.42. Onde y1
é o deslocamento máximo para que o atrito lateral seja plenamente mobilizado. Segundo essa
rigidez, as estacas podem ser classificadas conforme a Tabela 2.9.
𝜏𝑙
𝑘 = (2.42)
𝐾𝑟 .𝑦1
48
A rigidez relativa solo fuste-ponta-estaca (m) é calculado pela Equação 2.43. Onde
Rp é mobilização máxima da ponta. As estacas podem ser classificadas em função da rigidez
relativa solo fuste-ponta-estaca conforme a Tabela 2.10.
𝑅.𝐴.𝑦1
𝑚= (2.43)
𝜏𝑙
I. Trecho 0-3
A carga no ponto 3 pode ser calculada segundo a Equação 2.43.
𝜏𝑙 tanh √𝑘 +𝑚.√𝑘
𝑄3 = [ ] (2.44)
√𝑘 1+𝑚.√𝑘.tanh √𝑘
𝑤3 = 𝑦1 (2.45)
49
𝑄4 = 𝜏𝑙 + 𝑦1 . 𝑅𝑝 . 𝐴 (2.46)
𝜏𝑙 𝑅.𝐴.𝑦1
𝑤4 = 𝑦1 + + (2.47)
2𝑘𝑟 𝑘𝑟
A carga no ponto 5 pode ser calculada segundo a Equação 2.49. Onde y2 é o deslocamento
máximo para que ocorra ruptura pela ponta.
𝑃05 = 𝜏𝑙 + 𝑦2 . 𝑅𝑝 . 𝐴 (2.48)
𝜏𝑙 𝑅.𝐴.𝑦2
𝑦05 = 𝑦2 + + (2.49)
2.𝑘𝑟 𝑘𝑟
2.5.1 RSPile
𝑑2 𝑢𝑧
−𝐸𝐴 + 𝜏. 𝐶 = 0 (2.50)
𝑑𝑧 2
Nesse modelo, a estaca e solo são assumidos como elástica linear e perfeitamente
plástica sob compressão axial. Por fim, o software permite escolher a geometria da estaca,
definir o material da estaca e as camadas do solo (tipo e espessura).
2.5.2 UniPile
Uma das suas funções consiste em simular prova de carga estática de uma estaca
51
através funções t-z apropriadas para cada camada de solo, como Hiperbólica, Razão, Hansen-
80%, Zhang e Exponencial, ou definido pelo usuário. Vale ressaltar o programa utiliza
parâmetros obtidos de ensaios de campo, SPT e CPT, a fim de determinar a resistência máxima
lateral e de ponta da estaca. Tanto a estaca como o solo assumem comportamentos elasto-
pláticos.
2.5.3 ALPAXL
Silva (2011) fez uso do software Unipile conseguindo simular a curva hipotética de
transferência de carga, para estimar o efeito das tensões residuais nas provas de carga
instrumentadas, tendo que fazer ajustes para aproximá-la da obtida em campo, após serem
comparadas. Suspeitou-se que o processo de cura do concreto influenciou o funcionamento da
instrumentação, uma vez que a instrumentação foi instalada logo após a concretagem das
estacas ensaiadas. A aproximação que foi feita entre os resultados obtidos em campo e os
resultados obtidos no UniPile são dependentes dos parâmetros geotécnicos, do coeficiente de
fuste (β) e do coeficiente de ponta (Nt) que foram igualados aos obtidos por Anjos (2006).
Cambefort. De acordo com o resultado dessas provas de cargas, verificou-se que as estacas
trabalharam preponderantemente por atrito lateral, cuja porcentagem variou de 100% para
estaca menor a aproximadamente 96% para as outras duas. Verificou-se pelo gráfico da
Primeira Lei de Cambefort que o deslocamento no momento do esgotamento do atrito lateral
unitário médio para estacas foi de 2,1 mm, 4,0 mm e 5,0 mm, respectivamente, valores da ordem
de 1,0 % do diâmetro da estaca. Por fim, para estacas com mobilização da resistência de ponta,
verificou-se que não há esgotamento de carga da ponta, já que a curva não indica proximidade
de um ponto de inflexão.
Alves (2016), utilizou previsões a partir de sondagens CPT, DMT e SPT para
previsão do comportamento de uma estaca escavada com polímero com diâmetro de 1 m e com
comprimento de 24 m. Em comparação com os resultados obtidos em campo pela prova de
carga estática da estaca instrumentada, as previsões foram majoritariamente conservadoras,
54
onde notou-se que a maioria das estimativas subestimou a capacidade lateral e superestimou a
de ponta. As curvas carga-recalque com médias de até 10% utilizaram Elementos Finitos e o
software UniPile, e o menor valor de variância utilizou Verbrugge (1981). As curvas carga-
profundidade com médias de até 10% utilizaram Verbrugge (1981), Randolph e Wroth (1978)
e Gwizdala e Steczniewski (2003), e o menor valor de variância utilizou o software UniPile.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Metodologia
− Coleta de dados;
− Coleta de amostras deformadas e indeformadas;
− Realização de ensaios de laboratório, caracterização e especiais;
− Execução de uma caracterização geotécnica do subsolo do campo experimental a partir de
ensaios coletados e realizados;
− Apresentação dos resultados das provas de carga em estacas escavadas e uma hélice
continua coletados e utilizadas no presente trabalho;
− Previsões de recalque das estacas das PCEs coletadas por métodos semi-empíricos, teóricos
e numéricos;
− Comparação dos resultados e análises;
− Estabelecimento das conclusões e escrita da dissertação.
Para o presente trabalho são executadas duas estacas de concreto armado, isoladas,
com 1,5 m de comprimento e 0,1 m de diâmetro. Essas estacas foram escavadas manualmente
por trado-concha e aplicação de água. O concreto utilizado tem resistência à compressão de 20
MPa e seu adensamento foi realizado de forma manual com auxílio de uma barra metálica. Seus
respetivos blocos de coroamento foram executas com concreto de aproximadamente 27 MPa
com comprimento e largura de 0,3 m e altura de 0,2 m, sobre uma camada de 5 cm de concreto
magro.
O que diferenciam as duas estacas é que uma delas foi assente sobre uma camada
de poliestireno expansivo, o que a tornou uma estaca flutuante, ou seja, uma estaca resiste
apenas por atrito laterais.
58
Figura 3.3 – Sistema de Reação: (a) caminhão utilizado e (b) instrumentação para medição.
Figura 3.4 – Etapas da realizadas da coleta das amostras indeformadas: (a) Escavação do poço
de coleta, (b) Moldagem da amostra, (c) Colocação do tecido e revestido com parafina, (d)
Preenchimento com raspas de madeira, (e) Inserção na caixa e (f) Bloco finalizado para o
transporte.
Consoante a NBR 6458 (ABNT, 2016), a densidade dos grãos foi determinada por
meio do uso do picnômetro de vidro e com baixo coeficiente de dilatação térmica.
Figura 3.5 – Moldagem do corpo de prova: (a) cravação do gabarito metálico e (b) retirada do
solo excedente.
Figura 3.6 – Equipamento de cisalhamento direto: (a) vista do equipamento e (b) detalhe dos
extensômetros.
1
𝑣 = 𝐷𝑓 . 𝐻0 (3.1)
100.𝑡𝑓
A tensão normal específica para cada ensaio aplicada no cabeçote localizado sobre
o corpo de prova. A cada incremento de 0,25 mm do deslocamento horizontal, as deformações
do anel dinamométrico e a variação da altura dos corpos de prova foram anotadas. A força
horizontal aplicada no ensaio é determinada pelas deformações do anel dinamométrico. Já a
partir da variação da altura, obtém-se sua variação volumétrica durante a ruptura. Essa etapa,
prossegue até o deslocamento horizontal de aproximadamente 5 mm no leitor do carrinho, ou
seja, uma deformação de 10% em relação à dimensão inicial.
O ensaio foi iniciado com a moldagem dos corpos de prova cilíndricos de 3,5 cm
de diâmetro e 7,0 cm de altura moldados utilizando-se um extrator de amostras indeformadas
com auxílio de uma espátula metálica, preservando-se a umidade e a massa específica aparente
natural da amostra. Depois, o cp foi envolto por uma membrana de látex de 61,8 mm de
diâmetro e 240 mm de comprimento. Nas extremidades, superior e inferior do cps, foram
64
colocadas pedras porosas para possibilitar a drenagem interna do corpo de prova. Esse conjunto
foi colocado em uma célula que foi completada por água, como mostrado na Figura 3.8.
a saturação dos corpos de prova foi alcançada com incrementos constantes e alternados de
pressão e contra-pressão de 10 kPa até obter-se um valor do parâmetro B de Skempton (1954)
igual 100%.
Por fim, a ruptura dos corpos de prova foi atingida com a aplicação de incrementos
sucessivos de carga axial (∆σ) através do deslocamento vertical da prensa a uma velocidade
constante e permitindo a drenagem do corpo de prova. Os valores de tensão e deformação foram
aferidos eletronicamente pelo software.
є𝑓 .𝐻0
𝑣𝑓 = (3.2)
100.𝑡𝑓
Além desses métodos, utilizou-se os métodos os métodos de Coyle & Reese (1966)
e as Leis de Cambefort modificadas por Massad (1992), que consideram a transferência de
carga para a determinação dos recalques das estacas. No método de Coyle & Reese (1966),
foram utilizadas 6 metodologias distintas para prever os recalques, a fim de verificar qual delas
tem melhor convergência com a PCE. Além disso, foram plotados o perfil de deslocamento e e
o diagrama carga-profundidade para a metodologia mais eficaz na carga de trabalho. Por outro
lado, as Leis de Cambefort modificadas por Massad (1992), utilizou apenas uma metodologia
na sua aplicação e sua análise consistiu na previsão dos recalques através dos pontos limites
dos trechos descrito anteriormente.
Por fim, foram realizadas simulações numéricas com auxílio dos programas
computacionais ALPAXL, UniPile e RSPile; pois esses programas permitirem simular o
comportamento de transferência de carga da estaca correspondente a um ensaio de carga
estático, utilizando os resultados das sondagens à percussão (SPT) realizadas e os ensaios
especiais. Vale acrescentar, ALPAXL e RSPile permitiram plotar o perfil de deslocamento e o
diagrama carga-profundidade.
4.1.1 Granulometria
A umidade natural do solo foi obtida a partir da coleta de amostras em campo, que
foram coletadas em sacos plásticos e, no laboratório, foram submetidas à estufa. Os resultados
dos ensaios de umidade são apresentados na Tabela 4.2. Pela tabela, observa-se um aumento
gradual da umidade com a profundidade, variando de 4,9% a 12,4%.
4.1.4 Compactação
Para cada uma das amostras coletadas nas profundidades de 20 cm, 60cm e 110 cm,
conforme relatado anteriormente, utilizando-se a energia do Proctor Normal, foram realizados
ensaios de compactação. As curvas resultantes dos três ensaios de compactação realizados são
mostradas na Figura 4.2. Na Tabela 4.3, indica-se os resultados dos pesos específicos seco
máximo e das umidades ótima de cada um dos ensaios mencionados.
Pela figura, observa-se que as três curvas obtidas apresentaram curvatura bastante
suave, típica de solos granulares. Além disso, foi observado uma elevação do peso específico
máximo com o aumento da profundidade.
70
Com bases nas envoltórias da Figuras 4.5 e 4.8, obtém-se que, praticamente, não há
alteração de resistência ao cisalhamento do solo com a profundidade. Por outro lado, há um
discreto decréscimo da coesão do solo com a profundidade. Além disso, observa-se que para as
curvas de ambas profundidades, as curvas de tensão de cisalhamento versus o deslocamento
horizontal indicam valores máximo sem pico e, nas curvas deslocamento vertical versus
deslocamento horizontal, houve uma redução de altura dos corpos de prova durante o
cisalhamento.
Vale observar que os valores do ângulo de atrito obtidos estar dentro da faixa
indicada por Pinto (2006) para areias mal graduadas de grãos arredondados, que é de 28º a 35º.
Além disso, o comportamento encontrado é típico de areias menos rígidas, pois não apresentam
pico de resistência e diminuem de altura no ensaio.
74
Figura 4.9 – Comparativo entre as curvas (1-3)/2 versus deformação do solo e q versus p
da amostra de 60 cm.
A Figura 4.10 mostra a curva ΔV/V0 versus deformação do solo. A partir dela
observa-se a redução do volume dos corpos de prova durante a fase de cisalhamento dos ensaios
realizados.
75
Figura 4.12 – Comparativo entre as curvas (1-3)/2 versus deformação do solo e q versus p
da amostra de 110 cm..
A Figura 4.13 apresenta as curvas ΔV/V0 versus deformação dos 3 corpos de prova
ensaiados. A partir delas, pode-se observar a redução do volume durante o cisalhamento dos 3
ensaios.
Figura 4.14 – Envoltória de ruptura do solo de 110 cm de profundidade obtida a partir dos
ensaios de compressão triaxial (CD) realizados.
A Tabela 4.4 resume os resultados dos ensaios realizados nos solos estudado.
De acordo com o gráfico da Figura 4.18 observa-se que a carga máxima em ambas
as estacas foi de 68,67 kN. Além disso, foi evidenciando a ruptura física em ambas. Na estaca
82
com ponta, denominada a partir desse momento de estaca curta - 01, o recalque máximo foi de
7,12 mm e o residual foi de 6,83 mm. Por outro lado, na estaca sem ponta, denominada de
estaca curta - 02, o recalque máximo e residual medido foram de iguais a 9,59 mm. Ainda pela
Figura 4.18, observa-se que a ruptura física de ambas ocorreu com cerca de 60 kN, ou seja,
como a estaca curta – 01 não apresentou maior carga de ruptura pode-se concluir que ambas as
estacas resistem apenas por atrito lateral.
A estaca do alojamento, denominada aqui de estaca longa – 03, foi do tipo hélice
contínua de 0,3 m de diâmetro até atingir a profundidade de 17 m. A prova de carga foi realizada
em 11 estágios de carga e 3 de descarga.
Conforme se observa no gráfico da Figura 4.22, a prova de carga dessa estaca foi
realizada até a carga máxima de 1766 kN, com um recalque máximo de 10,62 mm e recalque
residual de 3,54 mm. Verifica-se para mencionada curva que a ruptura física dá indícios de
início nas proximidades na carga máxima.
83
Por outro lado, para aplicação da metodologia proposta por de Bowles (2001), o
recalque elástico foi obtido através da Equação 2.30. A partir das respectivas correlações
propostas pelo método e empregados na Equação 2.32, o módulo de elasticidade e os fatores de
forma, de embutimento e de redução adotado receberam os seguintes valores respectivamente,
14,7 MPa, 1, 0,5 e 0,5.
84
Os valores dos recalques da estaca curta - 01, medidos pela prova de carga
correspondente e estimados pelos dois métodos mencionados, para cada um dos estágios de
carga e seus erros percentuais estão apresentados na Tabela 5.1. Em ambas situações, observa-
se a convergência de valores na região dos recalques elásticos, apresentadas pela hachura na
Tabela 5.1, e posterior divergências de valores para cargas mais elevadas. Vale mencionar que
a metodologia que apresentou os menores erros percentuais na carga de trabalho foi a proposto
por Bowles (2001).
Confronta-se na Figura 5.1 as curvas carga versus recalque obtidas através dos
métodos semi-empíricos utilizados. É importante salientar que, apesar dos erros percentuais
significativos, os métodos previram bem o comportamento da estaca; tal fato pode ser resultado
do seu pequeno comprimento. A curva prevista por Bowles (2001) interceptou a curva medida
na carga aproximada de 53 kN.
Por fim, a partir desses dados, foi determinado, para a faixa de valores elásticos, o
fator de correlação (R²) representando a dispersão dos resultados entre os recalques medidos na
PCE e os previstos com os métodos utilizados, cujo valores estão apresentados na Figura 5.2.
Apesar de um diferencia pouco significativa, o método que apresentou melhor correlação foi o
proposto por Bowles (2001).
85
Na utilização do método de Randolph & Wroth (1979), estendido por Lee (1993),
empregou-se a Equação 2.21 determinando-se o módulo de elasticidade estimado por Texeira
& Godoy (1996) e as correlações sugeridas pelo próprio método, conforme descrito na revisão
bibliográfica da presente dissertação.
Tabela 5.2 – Previsões de recalque da estaca curta – 01 pelos métodos baseados na teoria de
elasticidade.
PCE Poulos e Davis (1980) Randolph e Wroth (1978)
Q (KN) w (mm) w (mm) Erro(%) w (mm) Erro(%)
0,00 0,00 0,00 0,0% 0,00 0,0%
7,45 0,14 0,18 31,9% 0,08 -41,0%
9,81 0,16 0,23 51,2% 0,10 -32,3%
19,91 0,24 0,47 95,3% 0,21 -12,6%
29,42 0,45 0,70 58,0% 0,31 -29,3%
39,23 0,73 0,94 28,4% 0,42 -42,5%
49,03 1,21 1,17 -2,8% 0,52 -56,5%
58,84 2,61 1,41 -46,0% 0,63 -75,8%
Fonte: Autor, 2018.
Na Figura 5.3, apresenta-se uma comparação das curvas carga versus recalque
obtidas em campo através da PCE realizada e a partir dos métodos baseados na teoria da
elasticidade utilizados. Por essa mesma figura observa-se que, na região de comportamento
elástica, os dois métodos utilizados apresentam concordância. A curva resultante do método
Rondolph e Wroth (1978) é a que mais se aproxima da curva da PCE, com valores ligeiramente
inferiores de recalque. Em contrapartida, a curva decorrente do método proposto por Poulos e
Davis (1980) superestima os recalques até a carga de valor 49 kN.
Figura 5.3 – Comparação das previsões de recalques por métodos baseados na teoria da
elasticidade para a da estaca curta 01.
Por fim, a partir desses dados, foi determinado, para a faixa de valores elásticos, o
fator de correlação (R²) representando a dispersão dos resultados entre os recalques medidos na
PCE e os previstos com os métodos utilizados, cujo valores estão apresentados na Figura 5.4.
Por essa figura, observa-se que o R² assumiu valor igual em ambos métodos.
Figura 5.4 – Fator de correlação da estaca curta – 01 a partir de métodos baseados na teoria da
elasticidade.
A fim de verificar a acurácia do método proposto por Coyle & Reese, utilizou-se
distintos modos de obtenção do módulo de elasticidade do solo e da curva tensão de
cisalhamento versus deslocamento vertical (curva t-z) como ilustrado na Figura 5.6, onde a
primeira coluna mostra o método utilizado para obtenção do modulo de elasticidade do solo e
a segunda, os critérios de resistência utilizados para compor as curvas t-z utilizadas.
90
Figura 5.6 – Metodologias empregadas para a utilização do método de Coyle & Reesse.
Os valores das cargas obtidas para cada recalque arbitrado utilizando o módulo de
elasticidade estimado por Texeira & Godoy (1996) e as diferentes curvas de transferência de
carga estão apresentadas na Tabela 5.4. Com esses dados, traçou-se as curvas carga versus
recalque, na Figura 5.1, para cada método de previsão de tensão de cisalhamento máximo e
para a prova de carga estática.
Tabela 5.4 – Previsões de recalque pelos métodos Coyle & Reese com E estimado por Texeira
e Godoy para a da estaca curta - 01.
TG/Cisalhamento
PCE TG/SPT TG/Triaxial
direto
Q (kN) w (mm) Q (kN) w (mm) Q (kN) w (mm) Q (kN) w (mm)
0 0 0 0 0 0 0 0
7,45 0,14 4,89 0,14 1,56 0,14 6,01 0,14
9,81 0,16 5,38 0,16 1,84 0,16 6,61 0,16
19,61 0,24 7,72 0,24 3,13 0,24 9,47 0,24
29,42 0,45 12,82 0,45 6,05 0,45 15,64 0,46
39,23 0,73 17,78 0,73 9,68 0,73 21,51 0,74
49,03 1,21 23,14 1,21 15,23 1,21 27,54 1,21
58,84 2,61 32,00 2,61 28,26 2,61 36,40 2,62
58,84 6,87 58,84 6,98 58,84 6,18
Figura 5.7 – Comparação dos resultados obtidos pela utilização do método de Coyle &
Reesse com E estimado por Texeira e Godoy para a da estaca curta - 01.
Pela Figura 5.7, verifica-se que a partir do método Coyle e Reese e com E estimado
por Texeira e Godoy (1996) obteve-se boa concordância nas previsões realizadas. Foi
observado ainda que a metodologia utilizando os parâmetros dos ensaios triaxiais foi o que mais
se aproximou da curva resultante da prova de carga. Por outro lado, a previsão mais discordante
foi a resultante do ensaio de cisalhamento direto.
Por outro lado, os valores das cargas obtidas para cada recalque arbitrado utilizando
o módulo de elasticidade obtido pelo ensaio de compressão triaxial, anteriormente descrito, e
as diferentes curvas de transferência de carga estão apresentadas na Tabela 5.5. Com esses
dados, traçou-se as curvas carga versus recalque, na Figura 5.8, para cada método de previsão
de tensão de cisalhamento máximo e para a prova de carga estática.
92
Tabela 5.5 – Previsões de recalque pelos métodos Coyle & Reese com E obtido pelo ensaio de
compressão triaxial para a da estaca curta - 01.
PCE TRIAXIAL/SPT TRIAXIAL/Cisalhamento direto TRIAXIAL/Triaxial
Q (kN) w (mm) Q (kN) w (mm) Q (kN) w (mm) Q (kN) w (mm)
0 0 0 0 0 0 0 0
7,45 0,14 4,66 0,14 1,56 0,14 5,79 0,14
9,81 0,16 5,13 0,16 1,84 0,16 6,36 0,16
19,61 0,24 7,34 0,24 3,13 0,24 9,09 0,24
29,42 0,45 12,09 0,45 6,05 0,45 14,91 0,45
39,23 0,73 16,62 0,73 9,68 0,73 20,32 0,73
49,03 1,21 21,20 1,21 15,23 1,21 25,56 1,20
58,84 2,61 27,75 2,61 28,26 2,61 32,06 2,60
58,84 8,52 58,84 7,18 58,84 8,34
Figura 5.8 – Comparação dos resultados obtidos pela utilização do método de Coyle & Reesse
com E obtido pelo ensaio de compressão triaxial para a da estaca curta - 01.
Pela Figura 5.8, verifica-se que a partir do método Coyle e Reese e com E obtido
pelo ensaio de compressão triaxial obteve-se boa concordância nas previsões realizadas. Assim
93
como nas previsões de recalque utilizando o E estimado por Texeira e Godoy (1996), foi
observado que a metodologia utilizando os parâmetros dos ensaios triaxiais foi o que mais se
aproximou da curva resultante da prova de carga, porem a previsão mais discordante foi a
resultante das correlações com NSPT.
Figura 5.9 – Comparação dos recalques obtidos pela utilização do método de Coyle & Reesse
para a da estaca curta - 01.
Figura 5.10 – Resultado do programa Coyle & Reese para carga de trabalho: (a) perfil de
deslocamento e (b) diagrama carga-profundidade.
Por outro lado, na aplicação do método proposto por Massad (1992), que modifica
as Leis de Cambefort (1964), utilizou -se as correlações com NSPT propostas por Decourt (1978)
a fim de obter os valores de máximo atrito lateral (fu) e resistência de ponta (Rp). O cálculo de
o fu foi efetuado pela Equação 5.1. Foi adotado para o o valor de 0,85, valor correspondente
a solos areno siltosos, e o NSPTf é a média do índice da sondagem a percussão para a camada de
solo adjacente ao fuste da estaca, que nesse caso correspondeu a 14 golpes. Já, a Equação 5.2
foi usada para a obtenção do Rp. Neste caso, o K é 200 para solos areno siltosos e NSPTp é o
índice de da sondagem a percussão para a ponta. Os valores encontrados foram 48,2 KPa e 2,8
MPa respectivamente.
95
𝑁𝑆𝑃𝑇𝑓
𝑓𝑢 = 10. 𝛽 ( + 1) (5.1)
3
𝑅𝑝 = 𝐾. 𝑁𝑆𝑃𝑇𝑝 (5.2)
A partir daí a rigidez da estaca (Kr) foi estimada em 94,25 utilizando a Equação
2.40 e a rigidez relativa solo-estaca (k) de 1,47 calculado pela Equação 2.42. Sendo assim,
classificada como rígida (Tabela 2.9). Além disso, a rigidez relativa solo fuste-ponta-estaca (m)
foi estimada em 0,02 pela Equação 2.43, o que sugere deficiência de rigidez de ponta conforme
a Tabela 2.10.
Tabela 5.7 – Valores limites dos trechos calculados para Massad (1992).
Q (KN) w (mm)
0,00 0,00
0,77 0,16
23,08 0,29
44,69 9,88
Já para as previsões efetuadas a paritr do RSPile foram realizadas pelo método dos
elementos finitos. Assim como o ALPAXL, o solo foi dividido em duas camadas e definiu-se
os módulos de elasticidade, através das correlações de Texeira & Godoy (1996). Assim,
estimou-se os módulos de elasticidade nos valores de 29 MPa e de 38 MPa para a camada
inferior e superior, respectivamente.
Por fim, utilizando-se UniPile, os recalques foram obtidos pelo método unificado
de Fellenius. A distribuição de tensão utilizada foi a de Boussinesq e o método de resistência
foi a proposta por Meyerhof que utiliza as correlações a partir do N SPT na obtenção da tensão
máxima de cisalhamento ao longo do fuste e da tensão máxima de ponta. As curvas de
transferência de carga, sugeridas pela norma API e ISO (2007), foram introduzidas no tipo de
função personalizada. Na presente previsão, não se levou em consideração o efeito da carga
residual.
Para uma melhor visualização das previsões, as curvas obtidas pelos programas
utilizados foram confrontadas com a curva experimental obtida com a PCE (Figura 5.8).
99
Figura 5.14 – Comparação dos recalques obtidos pelos softwares para a da estaca curta - 01.
A partir dos valores hachurados da Tabela 5.8, foi determinado o fator de correlação
(R²) representando a dispersão dos resultados entre os recalques medidos na PCE e os previstos
com os programas utilizados, cujo valores estão apresentados na Figura 5.15. Por essa figura,
observa-se que o melhor índice de correlação (R²) ocorre nos recalques obtidos pela
metodologia do UniPile em divergência com o ocorrido com erro relativo. Tal fato pode ser
explicado pelo fato, apesar da diferencia dos recalques, que os resultados obtidos desde
programa seguirem a mesma tendência da PCE o que não acontece com o RSPile.
Figura 5.15 – Fator de correlação da estaca curta – 01 a partir de métodos baseados na teoria
da elasticidade.
Por fim, na Tabela 5.12, são apresentadas as previsões de carga e recalque no topo
e na base da estaca resultadas do programa RSPile. Além disso, o programa forneceu o perfil
de deslocamento e o diagrama carga-profundidade para a carga de trabalho, apresentados na
Figura 5.12. Observa-se que o encurtamento elástico no topo da estaca foi nulo e a carga
absorvida por atrito lateral foi de 7,97 kN.
Por fim, nota-se que o encurtamento elástico variou de nulo a 0,13 mm que era
esperado para estaca de comprimento reduzido. Além disso, a transferência de carga por atrito
lateral apresentou uma distribuição praticamente linear para os softwares utilizados.
102
Figura 5.18 – Comparação entre as previsões mais concordantes para a estaca curta - 01.
Pela Figuras 5.18 e 5.19, observa-se que o método Massad (1992) foi o que melhor
representou o comportamento da estaca em analise até a carga de 23 kN. Os métodos RSPile e
Randolph e Wroth (1978) subestimaram os recalques na mesma faixa de carga, no entanto, com
pequeno distanciamento dos valores de referência. Já os métodos de Coyle & Reese e o de
Bowles (2001) superestimaram o recalque com diferenças relativamente mais elevadas em
relação as medidas experimentalmente.
5.6 Análise das previsões dos recalques de uma estaca hélice continua de dimensões
comerciais
Figura 5.20 – Comparação entre as previsões mais concordantes para a estaca longa – 03.
Figura 5.21 – Ampliação do intervalo de interesse da comparação para estaca longa - 03.
Por fim, as previsões dos recalques resultantes efetuados para carga de trabalho,
que neste caso é de 450 kN, a partir dos métodos mais convergentes de ambas as estacas, curta
- 01 e longa – 03, os seus respectivos erros percentuais em relação aos valores medidos nas
PCEs e a média desses erros por método estão apresentados na Tabela 5.11. Já na Figura 5.22,
os mencionados recalques obtidos são comparados de forma gráfica. Por essa figura, observa-
se que a diferença máxima entre os recalques estimados e calculados foi de apenas 0,81 mm,
indicando convergência na utilização dos métodos. Apesar de subestimar o recalque na estaca
de tamanho reduzido, a utilização do programa RSPile previu os recalques dessa estaca com a
maior aproximação, dentre todos os métodos utilizados. Por outro lado, para essa mesma estaca,
a metodologia que proporcionou a maior divergência foi a proposta por Coyle & Reese (1966).
Tabela 5.11 – Previsões de recalques efetuadas para carga de trabalho e seus respectivos erros
percentuais.
Estaca curta - 01 Estaca longa - 03
Média dos
Estacas Recalque Recalque
Erro (%) Erro (%) erros (%)
previsto (mm) previsto (mm)
Bowles (2001) 0,40 60,0 1,34 18,6 39,3
Coyle & Reese (1966) 0,40 60,0 1,87 65,5 62,7
Massad (1992) 0,24 -4,0 1,57 38,9 17,5
Randolph e Wroth (1978) 0,21 -16,0 1,94 71,7 27,8
RSPile 0,20 -20,0 1,17 3,5 -8,2
Figura 5.22 – Comparação das previsões dos recalques das estacas curta – 01 e longa – 03
efetuada e obtido experimental.
6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
6.1 Conclusões
• Nas provas de carga estática realizadas nas estacas curtas (01 e 02), cuja
carga máxima foi de 68,67 kN e foram evidenciadas as rupturas físicas. Na
estaca com ponta, o recalque máximo foi de 7,12 mm e o residual foi de
6,83 mm. Por outro lado, na estaca sem ponta, o recalque máximo e residual
medido foram de iguais a 9,59 mm. Com relação ao diâmetro das estacas,
esses recalques representa os percentuais de 7,12% e 9,59%
respectivamente.
experimentais.
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