Você está na página 1de 52

Regra da Cadeia

Aplicações

AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e


Aplicações

Marco Mackaaij

FCT, Universidade do Algarve

2020/2021

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Section outline

1 Regra da Cadeia

2 Aplicações

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Regra da Cadeia para funções duma variável: revisão

Teorema
Seja f = f (x ) : Df ⊆ R → R diferenciável em x0 ∈ Df◦ e, por sua
vez, x = x (t) : I ⊆ R → Df diferenciável em t0 ∈ I ◦ , onde
x (t0 ) = x0 . Então a função composta g(t) = f (x (t)) é
diferenciável em t0 e

g 0 (t0 ) = f 0 (x0 )x 0 (t0 ).

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Exemplo
Sejam f (x ) = x 2 e x = sin(t).
Neste caso, g(t) = sin2 (t).
De facto:

g 0 (t) = f 0 (sin(t))(sin(t))0
= 2x |x =sin(t) cos(t)
= 2 sin(t) cos(t).

Sejam t0 = π/2 e x0 = sin(π/2) = 1. Então


π  π  π 
g0 = 2 sin cos
2 2  π 2
= 2x |x =1 · cos
2
= 2·0
= 0.
Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações
Regra da Cadeia
Aplicações

Regra da Cadeia 1

Seja f = f (x , y ) : Df ⊆ R2 → R diferenciável em (x0 , y0 ) ∈ Df◦ .

Teorema
Caso
1 x = x (t), y = y (t) : I ⊆ R → Df sejam ambas funções duma
outra variável t;
2 (x (t0 ), y (t0 )) = (x0 , y0 ) para um dado t0 ∈ I ◦ ;
3 x e y sejam diferenciáveis em t0 ,
a função composta g(t) := f (x (t), y (t)) é diferenciável em t0 e a
sua derivada satisfaz

g 0 (t0 ) = fx0 (x0 , y0 )x 0 (t0 ) + fy0 (x0 , y0 )y 0 (t0 ).

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Exemplo
Sejam f (x , y ) = x 2 y , x (t) = e t , y (t) = ln(t).
Neste caso g(t) = f (e t , ln(t)) = e 2t ln(t).
Por um lado,
e 2t
g 0 (t) = (e 2t )0 ln(t) + e 2t (ln(t))0 = 2e 2t ln(t) + .
t
Por outro lado,

fx0 (e t , ln(t))(e t )0 + fy0 (e t , ln(t))(ln(t))0 =


1
2xy |(e t ,ln(t)) e t + x 2 |(e t ,ln(t)) =
t
e 2t
2e t ln(t)e t + =
t
e 2t
2e 2t ln(t) + .
t
Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações
Regra da Cadeia
Aplicações

Regra da Cadeia 2

Seja f = f (x , y ) : Df ⊆ R2 → R diferenciável em (x0 , y0 ) ∈ Df◦ .

Teorema
Caso
1 x = x (s, t), y = y (s, t) : R ⊆ R2 → Df sejam ambas funções
dum par de novas variáveis (s, t);
2 (x (s0 , t0 ), y (s0 , t0 )) = (x0 , y0 ) para um dado (s0 , t0 ) ∈ R ◦ ;
3 x e y sejam diferenciáveis em (s0 , t0 ),
a função composta g(s, t) := f (x (s, t), y (s, t)) é diferenciável em
(s0 , t0 ) e as suas derivadas parciais satisfazem

gs0 (s0 , t0 ) = fx0 (x0 , y0 )xs0 (s0 , t0 ) + fy0 (x0 , y0 )ys0 (s0 , t0 );
gt0 (s0 , t0 ) = fx0 (x0 , y0 )xt0 (s0 , t0 ) + fy0 (x0 , y0 )yt0 (s0 , t0 ).

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Exemplo

Sejam f (x , y ) = x 2 + y 2 , x (s, t) = s cos(t), y (s, t) = s sin(t).


Neste caso

g(s, t) = s 2 cos2 (t) + s 2 sin2 (t)


= s 2 (cos2 (t) + sin2 (t))
= s 2.

Por um lado,

gs0 (s, t) = (s 2 )0s = 2s e gt0 (s, t) = (s 2 )0t = 0.

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Exemplo
Por outro lado,

fx0 (s cos(t), s sin(t))(s cos(t))0s + fy0 (s cos(t), s sin(t))(s sin(t))0s =


2x |(s cos(t),s sin(t)) cos(t) + 2y |(s cos(t),s sin(t)) sin(t) =
2s cos2 (t) + 2s sin2 (t) =
2s(cos2 (t) + sin2 (t)) =
2s.

fx0 (s cos(t), s sin(t))(s cos(t))0t + fy0 (s cos(t), s sin(t))(s sin(t))0t =


2x |(s cos(t),s sin(t)) (−s sin(t)) + 2y |(s cos(t),s sin(t)) s cos(t) =
−2s 2 cos(t) sin(t) + 2s 2 sin(t) cos(t) =
2s 2 (−(
cos(t) sin(t)
( + sin(t)
(((cos(t)) =
( (( (
(((
0.

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Section outline

1 Regra da Cadeia

2 Aplicações

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

O gradiente

Sejam f : Df ⊆ R2 → R e (a, b) ∈ Df◦ .

Definição
Caso exista, o gradiente de f em (a, b) é o vetor

∇f (a, b) := fx0 (a, b), fy0 (a, b) ∈ R2 .




Variando o ponto (a, b), o gradiente define uma função vetorial

∇f = (fx0 , fy0 ) : D ∇f → R2 .

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Exemplo

Sejam f (x , y ) = 2x 2 y − 3x 2 y 2 + 4x e (a, b) = (1, 2).

fx0 (x , y ) = 4xy − 6xy 2 + 4 e fy0 (x , y ) = 2x 2 − 6x 2 y , logo

∇f (x , y ) = (4xy − 6xy 2 + 4, 2x 2 − 6x 2 y ).

No ponto (1, 2), obtém-se

∇f (1, 2) = (4 · 1 · 2 − 6 · 1 · 22 + 4, 2 · 12 − 6 · 12 · 2)
= (8 − 24 + 4, 2 − 12)
= (−12, −10).

∇f (1, 2) = (−12, −10).

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Representação gráfica do gradiente

∇f (x , y ) = (4xy − 6xy 2 + 4, 2x 2 − 6x 2 y )
4

0
y

−1

−2

−3

−4
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
x

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Representação gráfica do gradiente normalizado

∇f (x , y ) (4xy − 6xy 2 + 4, 2x 2 − 6x 2 y )
=
k∇f (x , y )k k(4xy − 6xy 2 + 4, 2x 2 − 6x 2 y )k
4

0
y

−1

−2

−3

−4
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
x

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Domínios

Nem sempre Df = D∇f .

Exemplo
y
Seja f (x , y ) = arctan x . Note-se que

Df = (x , y ) ∈ R2 | x 6= 0 .


É fácil de ver que


 
−y x
∇f (x , y ) = , .
x2 + y2 x2 + y2

Logo
D∇f = R2 \{(0, 0)}.

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Representação gráfica do gradiente normalizado


!
∇f (x , y ) −y x
= p ,p
k∇f (x , y )k x2 + y2 x2 + y2
4

0
y

−1

−2

−3

−4
−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
x

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Derivadas direcionais

Dados:
uma função f : Df ⊆ R2 → R;
um ponto (a, b) ∈ Df◦ ;

um vetor unitário ~v = (v , w ) ∈ R2 (k~v k = v 2 + w 2 = 1).

Definição
Caso exista, a derivada direcional de f em (a, b) ao longo de ~v é

f (a + tv , b + tw ) − f (a, b)
f~v0 (a, b) = lim .
t→0 t

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Formulação alternativa

Seja g(t) := f (a + tv , b + tw ). Então

g(t) − g(0)
g 0 (0) = lim
t→0 t
f (a + tv , b + tw ) − f (a, b)
= lim
t→0 t
= f~v0 (a, b).

Logo
g 0 (0) = f~v0 (a, b)

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Interpretação geométrica: (a, b) ∈ Df e ~v ∈ R2 (k~v k = 1)

−20 −2
−1
~v
> 0
−2 1
−1 0
1 2
2

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Interpretação geométrica: plano vertical paralelo a ~v

−20 −2
~v −1
> 0
−2 1
−1 0 2
1
2

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Interpretação geométrica: g(t) = f (a + tv , b + tw )

−20 −2
−1
~v
> 0
−2 1
−1 0
1 2
2

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Animação!

A seguinte animação mostra as derivadas direcionais de

sin(x ) sin(y )
f (x , y ) = 3
xy

no ponto (1, 1) em todas as direções:


John
c F. Putz
Link

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Relação do gradiente com as derivadas direcionais

Proposição
Seja f : Df ⊆ R2 → R diferenciável em (a, b) ∈ Df◦ . Para todo o
~v = (v , w ) ∈ R2 unitário, f~v0 (a, b) existe e satisfaz

f~v0 (a, b) = ∇f (a, b) · (v , w ) := fx0 (a, b)v + fy0 (a, b)w .

AVISO: Esta proposição é falsa para funções não diferenciáveis!

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Demonstração

Proof.
Seja g(t) := f (a + tv , b + tw ). Graças à Regra da Cadeia,

f~v0 (a, b) := g 0 (0)


= fx0 (a, b)(a + tv )0 |t=0 + fy0 (a, b)(b + tw )0t=0
= fx0 (a, b)v + fy0 (a, b)w .

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Exemplo

Determinemos a derivada direcional de f (x , y ) = x 2 − xy − 2y 2 em


(1, 2) ao longo do vetor unitário na direção de (1, 2) para (3, 4).
fx0 (x , y ) = 2x − y , fy0 (x , y ) = −x − 4y .
Logo

∇f (1, 2) = (2x − y , −x − 4y )|(x ,y )=(1,2)


= (2 · 1 − 2, −1 − 4 · 2)
= (0, −9).

∇f (1, 2) = (0, −9).

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Exemplo

O vetor unitário na direção de (1, 2) para (3, 4) é

(3, 4) − (1, 2)
~v =
k(3, 4) − (1, 2)k
(2, 2)
= √
22 + 22
  √
2 2 2 2 1 2
= √ ,√ (√ = √ = √ = ).
8 8 8 2 2 2 2

√ √ !
2 2
~v = , .
2 2

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Exemplo
√ √ 
2 2
Dos slides anteriores: ∇f (1, 2) = (0, −9) e ~v = 2 , 2 .

Pela Proposição:
√ ! √
2 2
f~v0 (1, 2) = (0, −9) · ,
2 2
√ √
2 2
= 0· −9·
√2 2
9 2
= − .
2


9 2
f~v0 (1, 2) =− .
2

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Relação com o plano tangente: revisão

Qualquer plano V ⊂ R3 que contenha (a, b, c) ∈ R3 é


definido por uma equação do tipo:

n1 (x − a) + n2 (y − b) + n3 (z − c) = 0,

onde n1 , n2 , n3 ∈ R são constantes.


Em termos do produto interno euclidiano:

(n1 , n2 , n3 ) · (x − a, y − b, z − c) = 0.

Para qualquer (x , y , z) ∈ V , o vetor (x − a, y − b, z − c) é


paralelo a V . Logo N ~ = (n1 , n2 , n3 ) é perpendicular a V , ou
seja, é um vetor normal.

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Relação com o plano tangente: revisão

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Relação com o plano tangente: revisão

A equação do plano tangente Tf (a, b):

z = f (a, b) + fx0 (a, b)(x − a) + fy0 (a, b)(y − b) ⇔


fx0 (a, b)(x − a) + fy0 (a, b)(y − b) − (z − f (a, b)) = 0.

~ = (f 0 (a, b), f 0 (a, b), −1) neste caso.


Logo N x y
Para todo o (u, v , w ) ∈ R3 :

(u, v , w ) k Tf (a, b) ⇔
(u, v , w ) · (fx0 (a, b), fy0 (a, b), −1) = 0 ⇔
ufx0 (a, b) + vfy0 (a, b) − w = 0 ⇔
w = fx0 (a, b)u + fy0 (a, b)v .

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Relação com o plano tangente


Seja f : Df ⊆ R2 → R diferenciável em (a, b) ∈ Df◦ . Para qualquer
vetor unitário ~v = (v , w ) ∈ R2 , o vetor (v , w , f~v0 (a, b)) ∈ R3 é
paralelo à reta tangente a Gf no ponto (a, b, f (a, b)) e na direção
de ~v .

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Relação com o plano tangente


Seja f : Df ⊆ R2 → R diferenciável em (a, b) ∈ Df◦ .

Corolário
Para todo o vetor unitário ~v = (v , w ) ∈ R2 , verifica-se

v , w , f~v0 (a, b) k Tf (a, b).




Em particular, todos os vetores v , w , f~v0 (a, b) são coplanares!




Proof.

v , w , f~v0 (a, b) k Tf (a, b) ⇔




f~v0 (a, b) = fx0 (a, b)v + fy0 (a, b)w .

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Exercícios

Exercício extra
Seja  2 2
 xy + x y , se (x , y ) 6= (0, 0)
f (x , y ) = x + y2
2

0, se (x , y ) = (0, 0).

a) Calcule ∇f (0, 0).


b) Calcule f~v0 (0, 0) para todo o vetor unitário ~v ∈ R2 .
c) Verifique se f é diferenciável em (0, 0).

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Soluções: exercício extra

Pela definição:

f (t, 0) − f (0, 0) 0−0


fx0 (0, 0) = lim = lim=0
t→0 t t→0 t
f (0, t) − f (0, 0) 0−0
fy0 (0, 0) = lim = lim = 0.
t→0 t t→0 t

∇f (0, 0) = (0, 0).

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Soluções: exercício extra

Seja ~v = (v , w ) um vetor unitário qualquer. Então

f (tv , tw ) − f (0, 0)
f~v0 (0, 0) = lim
t→0 t
t 3 vw 2 +t 3 v 2 w
2 2 2 2 −0
= lim t v +t w
t→0 t
t (vw + v 2 w )
3 2
= lim (v 2 + w 2 = 1)
t→0 t 3 (v 2 + w 2 )

= vw 2 + v 2 w .

f~v0 (0, 0) = vw 2 + v 2 w .

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Soluções: exercício extra


Se f fosse diferenciável em (0, 0), devia verificar-se
f~v0 (0, 0) = fx0 (0, 0)v + fy0 (0, 0)w
para todo o vetor unitário ~v = (v , w ) ∈ R2 .
Mas isso é falso em geral:
f~v0 (0, 0) = fx0 (0, 0)v + fy0 (0, 0)w ⇔
2 2
vw + v w = 0 · v + 0 · w ⇔
2 2
vw + v w = 0 ⇔
vw (v + w ) = 0 ⇔
v = 0 ∨ w = 0 ∨ v = −w .

f não é diferenciável em (0, 0).


Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações
Regra da Cadeia
Aplicações

Soluções: exercício extra

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Interpretação geométrica do gradiente

Seja f : Df ⊆ R2 → R diferenciável em (a, b) ∈ Df◦ .

Corolário
Para todo o vetor unitário ~v ∈ R2 :

−k∇f (a, b)k ≤ f~v0 (a, b) ≤ k∇f (a, b)k.

Além disso,
f~v0 (a, b) = ±k∇f (a, b)k sse ~v aponta na direção de ±∇f (a, b).
Se ∇f (a, b) = 0, então f~v0 (a, b) = 0 para todo o ~v , i.e. Tf (a, b) é
horizontal.

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Demonstração
Proof.
Seja θ é o ângulo entre ∇f (a, b) e ~v = (v , w ).
Então

f~v0 (a, b) = ∇f (a, b) · (v , w )


= k∇f (a, b)k k(v , w )k cos(θ) (k(v , w )k = 1)
= k∇f (a, b)k cos(θ).

Como −1 ≤ cos(θ) ≤ 1,

−k∇f (a, b)k ≤ f~v0 (a, b) ≤ k∇f (a, b)k


f~v0 (a, b) = ±k∇f (a, b)k ⇔ θ = 0, π

Se ∇f (a, b) = 0, então f~v0 (a, b) = 0 por enquadramento.


Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações
Regra da Cadeia
Aplicações

Animação!

Vejam mais uma vez o gradiente (em verde):


John
c F. Putz
Link

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Exercícios

Exercício extra
Seja f (x , y ) = xe y . Qual é o declive direcional máximo de f no
ponto (2, 0)?

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Soluções: exercício extra

O declive direcional máximo de f no ponto (2, 0) é igual a


k∇f (2, 0)k.

 
(xe y )0x (x ,y )=(2,0) , (xe y )0y (x ,y )=(2,0)

∇f (2, 0) =
 
e y (x ,y )=(2,0) , xe y (x ,y )=(2,0)

=
= e0, 2 · e0


= (1, 2).


k∇f (2, 0)k = k(1, 2)k = 5.

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Plano tangente a uma superfície

Nem todas as superfícies S ⊂ R3 são gráficos de funções de


duas variáveis. Por exemplo, a esfera definida pela equação

x2 + y2 + z2 = 4

não é um gráfico.
Quando se tenta escrever z como função de x , y , obtém-se:
p
z = ± 4 − x 2 − y 2.

Portanto, cada hemisfério é um gráfico:


p p
z = 4 − x 2 − y 2 (Norte); z = − 4 − x 2 − y 2 (Sul),

mas a esfera inteira não é um gráfico.

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Plano tangente a uma superfície

Em geral, S é o gráfico duma função de x , y sse qualquer reta


vertical interseta S no máximo num ponto.
Mesmo que S satisfaça esta última condição, poderá ser difícil
escrever z como função de x , y na prática.
Também pode haver casos em que x é uma função de y , z, ou
y uma função de x , z.
Felizmente não precisamos de estudar estas questões a fundo
para determinarmos a equação do plano tangente a uma
superfície S ⊂ R3 num dado ponto (a, b, c) ∈ S, denotado
por TS (a, b, c).

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Plano tangente a uma superfície

Seja S ⊂ R3 uma superfície definida por uma equação do tipo

F (x , y , z) = 0,

onde F é uma função diferenciável. Por exemplo, a esfera:

x 2 + y 2 + z 2 − 4 = 0.

A equação de TS (a, b, c) é:

Fx0 (a, b, c)(x − a) + Fy0 (a, b, c)(y − b) + Fz0 (a, b, c)(z − c) = 0.

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Plano tangente a uma superfície

Lembrem-se que o gradiente de F em (a, b, c) é o vetor:

∇F (a, b, c) = Fx0 (a, b, c), Fy0 (a, b, c), Fz0 (a, b, c) ∈ R3 .




Portanto, a equação de TS (a, b, c) é equivalente a:

∇F (a, b, c) · (x − a, y − b, z − c) = 0.

Ou seja, ∇F (a, b, c) ⊥ TS (a, b, c).

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

O plano tangente superfície

Seja (x (t), y (t), z(t)) : ] − 1, 1[→ S diferenciável e tal que


(x (0), y (0), z(0)) = (a, b, c).
Então (x 0 (0), y 0 (0), z 0 (0)) é um vetor paralelo a TS (a, b, c).
Note-se que

G(t) := F (x (t), y (t), z(t)) = 0,

para todo o t ∈] − 1, 1[. Por isso G 0 (0) = 0.


Pela Regra da Cadeia:

G 0 (0) = 0 ⇔
Fx0 (a, b, c)x 0 (0) + Fy0 (a, b, c)y 0 (0) + Fz0 (a, b, c)z 0 (0) = 0 ⇔
∇F (a, b, c) · (x 0 (0), y 0 (0), z 0 (0)) = 0

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

O plano tangente a uma superfície

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

O plano tangente a uma superfície

Considere o exemplo:

S = (x , y , z) ∈ R3 | x 2 + y 2 + z 2 = 4 .


Então F (x , y , z) = x 2 + y 2 + z 2 − 4 e por isso

∇F (x , y , z) = (2x , 2y , 2z).

Para todo o (a, b, c) ∈ S, a equação de TS (a, b, c) é

2a(x − a) + 2b(y − b) + 2c(z − c) = 0 ⇔


a(x − a) + b(y − b) + c(z − c) = 0.

Em particular, o vetor (a, b, c) é um vetor normal de S.

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

O plano tangente a uma superfície

y

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

O plano tangente a um gráfico

Caso S = Gf , onde f = f (x , y ) é uma função diferenciável,

TGf (a, b, f (a, b)) = Tf (a, b).

A equação que define Gf é igual a

f (x , y ) − z = 0.

Portanto, F (x , y , z) = f (x , y ) − z.
Logo a equação que define TGf (a, b, f (a, b)) é igual a
Fx0 (a, b, f (a, b))(x − a) + Fy0 (a, b, f (a, b))(y − b) + Fz0 (a, b, f (a, b))(z − f (a, b)) = 0 ⇔
fx0 (a, b)(x − a) + fy0 (a, b)(y − b) − (z − f (a, b)) = 0 ⇔
z = f (a, b) + fx0 (a, b)(x − a) + fy0 (a, b)(y − b).

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações


Regra da Cadeia
Aplicações

Fim de aula

FIQUEM BEM
E
NÃO DESISTAM DE ESTUDAR!

Marco Mackaaij AM II, LEI + BE, T: Regra da Cadeia e Aplicações

Você também pode gostar