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Curta Comedia 2015
Curta Comedia 2015
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MÓDULO IV
Fátima está em casa, na cama, com roupas de homem espalhadas em cima e um par de sapato preto no
chão. Edgar chega da rua. Ela esconde roupas no armário e os sapatos em baixo da cama. Ele tira os seus
sapatos e ela guarda os sapatos errados no armario. No dia seguinte ele pega os sapatos errados para
calçar.
EDGAR
Fátima?
FÁTIMA
Edgar?
EDGAR
(Suspiro de cansaço) Ah...
EDGAR
Com quem você estava conversando?
FÁTIMA
Eu? Com ninguém ué.
FÁTIMA
Era a televisão.
FÁTIMA
Você não disse que ia para São Paulo?
ESCOLA DE ATORES WOLF MAYA – UMA NOVA GERAÇÃO DE ATORES
Rio: Avenida das Américas, 2000 – Shopping freeway – (21) 33885864 / SP: Rua Frei Caneca, 569, 3º piso – São Paulo – (11)34722444
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(vê um par de sapatos de cor preta, olha para os pés de Edgar , então
esconde rapidamente os sapatos embaixo da cama e volta a deitar-se).
EDGAR
(voltando do banheiro) Hei, aqui no quarto não tem televisão!
FÁTIMA
Não muda de assunto Edgar!
FÁTIMA
Disse ou não disse?
Edgar tira os seus sapatos de cor marrom. Câmera mostra os dois pares
de sapato
FÁTIMA
Porque você não está em São Paulo agora Edgar?
EDGAR
Por que não precisei ir, pronto!
Passagem de tempo
EDGAR
(suspira) Ah...
Edgar pegando o sapato para calçar ao olhar para ele percebe que o
sapato é de outra cor e que não é seu.
EDGAR
De quem são esses sapatos?
FÁTIMA
Como assim? São seus!
EDGAR
Ah, não, não são!
Edgar mede o sapato no pé e vê que o sapato é bem maior que o seu pé.
Fátima senta-se na cama ao lado dele.
3
FÁTIMA
Aonde você arrumou esses sapatos Edgar?
EDGAR
Esses sapatos não são meus Fátima!
FÁTIMA
(pega o pé de sapato da mão de Edgar ) E de quem são Edgar? Onde é que
você andou Edgar? Como é que você me sai de casa com um par de sapatos
e volta com outro hein Edgar? Te explica Edgar, te explica?
FÁTIMA
(com o sapato na mão) Você está me enrolando... Você está me
enrolando...
EDGAR
Fátima, eu não entrei aqui com esses sapatos!
FÁTIMA
Então só há uma explicação!
EDGAR
Qual?
FÁTIMA
Eu estava com outro homem quando você chegou. Ele se escondeu no
armário e esqueceu os sapatos.
EDGAR
Onde é que estão os meus sapatos?
FÁTIMA
Eu posso ter entregado para o homem no armário por engano!
EDGAR
Ah... faz sentido!
Vai para o quarto, Fátima vai atrás. Edgar vai abrir a porta do
armário.
FÁTIMA
Espera! (segurando a porta)
EDGAR
O que foi?
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FÁTIMA
Você sabe que no momento que você abrir essa porta, vai estar
arruinando o nosso casamento!
EDGAR
Por quê?
FÁTIMA
Por que se não houver ninguém no armário, eu nunca vou lhe perdoar,
por pensar que havia! Será o fim!
EDGAR
E se houver?
FÁTIMA
Será pior! Se houver um homem de cuecas dentro do armário, nós não
vamos poder conviver com o ridículo e também será o fim!
EDGAR
Eu vou dar uma saída!
FÁTIMA
Boa idéia! .
EDGAR
Ah... Vou comprar cigarros! (pega o sapato de cor marrom e fica
medindo na sola do seu pé).
FÁTIMA
Você não fuma!
EDGAR
Fósforos! (começa a calçar o sapato) Comprar fósforos! Eu volto em dez
minutos! (sai do quarto).
FÁTIMA
Vinte!
EDGAR
Vinte!
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MÓDULO IV
Cláudio chega do trabalho e encontra sua mulher, Diana, na cama, de roupa íntima com a sua amiga
Camila. Claudio fica com tesão na situação e tenta induzir um menáge. Elas discutem. Cláudio apzígua a
situação eles fazem as pazes.
CLÁUDIO
Tive um dia péssimo viu. Estou louco para tomar uma sopa, (abrindo a
porta do quarto) escovar os dentes e cair na cama. (ele vê a cena da
sua mulher Diana com outra de roupas intimas. Ao ver Cláudio elas se
sentam na cama).
CLÁUDIO
Oi Camilinha, tudo bem, quanto tempo hein? Você anda sumida.
DIANA
É ela anda muito deprimida.
CLÁUDIO
Ah é? Então vamos levantar esse astral hein Camila?
CLÁUDIO
(OFF) A gente pode tomar banho, aí eu visto uma roupa, a gente sai
para jantar,
CLÁUDIO
E vamos cair na farra!
CAMILA
Obrigado Cláudio, mas eu acho que eu hoje estou precisando mesmo é de
um... de um lar...
CLÁUDIO
Estou entendendo...
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Diana olhando para Cláudio e balançando a cabeça como dizendo assim:
que malandro filho da mãe paquerando a minha amiga.
CLÁUDIO
Estou entendendo! Então vou fazer para gente, aqui mesmo em casa um
jantarzinho tá, vai ficar uma delícia. Vai ficar ótimo Camilinha. (vai
saindo de cena).
DIANA
Toda vez que a Camila vem aqui em casa é sempre a mesma coisa não é,
você fica todo assanhadinho. Faz a barba, passa perfume, põe jazz na
vitrola, fica falando coisinhas inteligentes...
CAMILA
Calma gente eu não quero causar uma briga entre vocês...
DIANA
Não se mete Camila, vai se meter com os seus bofes lá nos banheiros de
churrascaria!
CAMILA
Olha aqui! (solta o cobertor) Restaurante japonês viu, porque eu tenho
classe!
DIANA
Classe, classe, aliás, você tem várias classes, não é? Pensa que eu
não lembro, hein? Você transou com toda a turma do colégio!
CAMILA
(vestindo sua calça) Ah... Eu? quem foi que transou com o Boioca, hã?
Com o trolha, e o Edmilson.
CLÁUDIO
Ué, quem foi?
CAMILA
A sua esposinha querida!
CLÁUDIO
Está vendo, depois fica se fazendo de santinha aqui dentro de casa.
DIANA
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Pior é você que chega em casa e fica dando em cima das minhas amigas.
CAMILA
(juntando suas coisas do chão). Olha pode ficar tranqüila viu Diana,
porque tipos como Cláudio não me interessam!
DIANA
Como assim tipos como ao Cláudio?
CLÁUDIO
É... o que é isto? Tipos como eu...
CAMILA
(ainda se vestindo) Ah... O Cláudio... O Cláudio é uma mosca morta
né...
DIANA
Há... Você vem na minha casa e fica contando essas bandalheiras perto
do meu ouvido faz o meu ouvido de pinico e ainda fala mal do meu
marido.
CAMILA
Você falou mal dele a tarde inteira!
CLÁUDIO
O quê é isso, você falou mal de mim?
DIANA
Cala a boca mosca morta. É o seguinte, eu posso falar por que marido
foi feito para falar mal, você não sabe disso por que você não tem!
CAMILA
Acontece que eu tenho uma outra coisa minha querida que está te
fazendo falta sabia, é homem!
CLÁUDIO
Opa que é isso Camila, (Cláudio caminha para o centro da sala) opa,
agora parou, parou agora, epa, que é isto, parou Camila maluca, agora
parou aqui! Opa... oh... (apaziguando a situação) Reflete, reflete o
que vocês estão fazendo é loucura, ó a loucura que vocês estão
fazendo.
DIANA
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Desculpa vai?
CAMILA
(Camila vai em direção de Diana) Desculpa... (as duas se abraçam).
CAMILA
Eu falei sem pensar viu. (Cláudio vem na direção das duas).
CLÁUDIO
(abraçando as duas) Desculpa gente.
CAMILA
Ai é... (larga Diana e empurra Cláudio para trás).
DIANA
Desesperado como sempre, hã? (as duas se abraçam novamente ,Cláudio
vai para a cozinha).
CLÁUDIO
Oh... vou fazer o jantar.
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MÓDULO IV
Diego convida Edna para provar seu bobó de camarão. Diego derruba vinho em Edna. Eles flertam...
EDNA
(vem caminhando) Que beleza a sua cozinha!
DIEGO
(mexendo em uma panela que está no fogão, aceso) Obrigado! Quem sabe a
gente abre o vinho e fica bebericando?
EDNA
Eu adoro bebericar. Que beleza o seu abridor.
DIEGO
Obrigado! (abrindo a garrafa) Esse vinho precisa respirar um pouco,
pode parecer bobagem.
EDNA
Não! Respirar é uma das coisas mais importantes que existem, eu por
exemplo, adoro respirar!
DIEGO
O vinho tem que ficar na temperatura ambiente.
EDNA
Muito boa à temperatura ambiente.
DIEGO
Você está disposta a provar o meu bobó?
EDNA
(olha para baixo na direção da cintura dele) O seu...
DIEGO
bobó de camarão, é a minha especialidade.
EDNA
Ah..., claro, adoro bobó!
DIEGO
Você gosta?
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EDNA
Nunca comi, mas vou adorar.
DIEGO
Olha aqui mais vinho...
EDNA
Hum, hum...
DIEGO
(Coloca vinho no copo dela) Você disse alguma coisa?
EDNA
Eu disse, hum...
DIEGO
(Ele e derruba vinho no vestido dela) Ah!
EDNA
(vinho está gelado) Ahhhh!!!
DIEGO
Me desculpa, peraí, vou esquentar um pouco de água para limpar o seu
vestido. (anda até o fogão e pega a chaleira) Eu estou muito nervoso,
é muita responsabilidade, você sabe como é,você pode não gostar do
meu/
EDNA
(andando até ele) bobo...
DIEGO
Bobó!
EDNA
Bobo é você, eu vou adorar o seu bobó!
EDNA
Que beleza a sua chaleira!
DIEGO
Obrigado!
EDNA
Quer alguma ajuda?
DIEGO
Se você quiser pegar os camarões, estão na parte debaixo da geladeira.
EDNA
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(indo até a geladeira e passando as mãos nela) Que beleza a sua
geladeira! (abre a porta e abaixa-se curvando a cintura – ela está de
mini-saia – Diego olha para a bunda dela)
DIEGO
(assobia e vira rapidamente) Fiuuuuu.....!
EDNA
(ainda curvada) Você assobiou?
DIEGO
Não, foi a minha chaleira, mas...
EDNA
Sim?
DIEGO
Eu concordo com ela!
Edna olhando para ele, dá uma risada de sacana e torna a olhar para
dentro da geladeira, empinando mais a sua bunda.
DIEGO
(olhando novamente para a bunda dela, e dando dois assobios)
Fiuuuuu.....! Fiuuuuu.....!
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MÓDULO IV
Edgar e Fátima estão comemorando o aniversário de casamento. Edgar toca teclado e canta. Ninguém
chega Fátima decide ir pra cama. Ele quer transar de qualquer jeito para comemorar o aniversário e
inventa os mais inacreditáveis argumentos. Quando Fátima se convence Edgar desiste pois ficou
deprimido.
EDGAR
(cantando e tocando) Quando eu estou aqui, vivendo esse momento
lindo...
FÁTIMA
Puxa, já são onze horas , eu estou achando que eles não vem viu!
EDGAR
(muda de canção) Se você não vem e eu estou a lhe esperar...
FÁTIMA
(servindo-se de bebida) Ai meu Deus, o que será que aconteceu é o
aniversário de casamento deles também, puxa!
EDGAR
O show já terminou, vamos voltar a realidade...
FÁTIMA
Ai meu Deus, você quer parar Edgar, que coisa chata!
EDGAR
Eu sou terrível e é bom parar desse jeito me provocar (outra música).
FÁTIMA
Você sabe o que você é Edgar? Você é um inconsequente, é isto que você
é, viu Edgar! Você é um inconsequente, (pega uma toalha de mesa na mão
e cobre as coisas) e as pessoas ai fazendo coisas ouviu? Coisas
importantes e você não está nem aí. Uma pessoa como o seu talento
Edgar e que jogou tudo fora. Você não leva nada a sério, o seu talento
é esse!(vai saindo).
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EDGAR
Eu quero apenas olhar os cantos, eu quero apenas cantar o meu canto
(Fátima se solta e sai) eu só não quero ficar sozinho...
FÁTIMA
Eu vou dormir, boa noite!
EDGAR
(vai para o órgão e muda de canção) Eu quero um pouco de paz, amanhã
pela manhã, nossa chama outra vez ( abaixa-se e pega uma vela acesa)
tão acesa e o café esfriando na mesa esquecemos de tudo, au , au , au,
(soprando a vela e apagando-a)
EDGAR
Ai... Fatinha e nosso aniversário amor, você não gosta mais de mim?
FÁTIMA
Ah, deixa de ser bobo Edgar. Hoje eu não tô afim, só isso. Dá um
tempo.
EDGAR
Dá um tempo? O mundo está acabando Fátima.
FÁTIMA
Ai, não faz drama Edgar, só porque eu não tô afim não quer dizer que o
mundo vai acabar.
EDGAR
O mundo esta acabando mesmo. Você não lê jornal? O mundo tá chegando
ao fim. A gente tem que aproveitar tudo. Não temos tempo pra mais
nada.
FÁTIMA
Que exagero, Edgar!
EDGAR
Não tem isso, que exagero o que Fátima. A gente tem que aproveitar, o
agora, hoje, experimentar tudo, provar tudo, tudo... (agarrando ela)
FÁTIMA
Ai, espera aí.
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EDGAR
A gente tem que fazer tudo agora, meu amor.
FÁTIMA
Pára Edgar. Não tô afim já disse, que coisa chata. (Se solta dele, e
vai para o banheiro. Ele vai atrás).
EDGAR
E o clima?
FÁTIMA
Que clima, Edgar?
EDGAR
A neve da Europa. Você acha que tudo isso tá acontecendo por acaso
essa loucura toda. E o calor? E esse dilúvio ai fora?
FÁTIMA
É verão Edgar. Todo ano é assim, faz calor, chove. Mas que coisa hein?
EDGAR
Me explica uma coisa. E a crise, fala pra mim.
FÁTIMA
Que crise?
EDGAR
Que crise? Fala, qual delas? Que crise? Como você mesma disse é crise
em todo lugar, legislativo, executivo, judiciário. Falta de emprego,
falta petróleo , falta leite em pó, carne...
FÁTIMA
Material de construção.
EDGAR
Material de construção. Você sabe onde é que vamos acabar?
FÁTIMA
Aonde?
EDGAR
Você sabe onde é que vamos acabar?
FÁTIMA
Ai meu Deus. Agora você ficou... oh meu amor ... agora você ficou
bravo? Não fica assim não.
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EDGAR
Nós vamos acabar ali, na terra cavando atrás de uma mandioca.
Disputando uma raiz, um capim e vamos comer tudo isso aí de que jeito?
Nem vai ter nada pra gente comer, nada, nada!
FÁTIMA
Vem pra cá meu bem, não fica assim meu amor. (Fátima deitada na cama)
EDGAR
Tem que ser tudo agora.
FÁTIMA
Vem cá, está bem, você me convenceu.
EDGAR
Rato de esgoto, você ouviu bem? Vai ter que comer cru, porque nem sal
vai ter
Mais, nem sal.
FÁTIMA
Tá bom, tá bom. Deita aqui meu amor, vem.
EDGAR
Peraí. Como é que eu te convenci?
FÁTIMA
Você me convenceu meu amor. Você tem razão, vem cá vem.
EDGAR
Não, não... Espera um pouquinho, Da um tempo, espera um pouquinho.
Acho que vou dormir.
FÁTIMA
O que é que foi Edgar? Você não queria tanto.
EDGAR
Eu fiquei deprimido, é isso. Boa noite! (vira para o lado ao contrario
de Fátima e dorme)
FIM
Frases:
EDGAR
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O mais importante para uma boa relação sexual, são as preliminares
dependendo da pressa, você pode percorrer todos os pontos sensíveis do
corpo dela... É o garantir que pode levar dias, ou você pode ficar no
circuito econômico, parando ali nos principais pontos interessantes.
FÁTIMA
Eu colei aquelas estrelinhas aquelas estrelinhas que brilham no teto
do nosso quarto sabe? O Edgar é meio demorado né?... ai eu conto
aquelas estrelinhas lá para me distrair , são trezentas e oitenta e
seis, fora a lua.
EDGAR
Bom, eu nunca enganei a Fátima, esse tempo todo, nunca em nenhuma vez
eu enganei a Fátima, teve aquela loira... Aquilo foi no Rio também.
MÓDULO IV
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SUICÍDIO COLETIVO - LUIS FERNANDO VERÍSSIMO
SALA (LOFT) / INT / NOITE – 5 PÁG
Três amigas estão na casa de uma delas. Uma some e as outras vão procurar. Encontram ela comvários
comprimidos na mão prestes a tomar. Elas descobrem que é por causa de um homem. Todas começam a
contar podres dos homens umas das outras. Resolvem se matar juntas.
AMIGA 3 – Olha se você morrer desse jeito, você vai se arrepender pro
resto da vida.
AMIGA 2 – Então, você vai se arrepender pelo resto da sua vida eterna.
Ela vai demorar uma eternidade pra passar.
AMIGA 1 – O que foi que aconteceu? O que foi que aconteceu? O Heitor!
AMIGA 2 – Não. Todo mundo sabe que o Heitor não sabe que você existe.
AMIGA 1 – Você tem um marido que nem sabe que você existe! Não vale a
pena viver...
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AMIGA 3 – Claro, você pode muito bem arranjar outro, sua boba.
AMIGA 3 – Tudo, menos deixar razão para um homem. Ainda mais pra ele.
AMIGA 3 – Nunca! Um homem que não manda flores, não escreve cartas de
amor...
AMIGA 1 – Um homem que não sabe meu signo, que não abre a porta do
carro pra mim, que não acende meu cigarro...
AMIGA 3 – Realmente o Heitor não é nenhum Ernesto, mas ele tem lá suas
qualidades.
AMIGA 1 – Peraí. O Ernesto também não é nenhum Heitor mas ele tem lá
seus defeitos.
AMIGA 3 – Se você não deixar ela contar, eu não conto tudo que eu sei
sobre o Eduardo.
AMIGA 2 – Conta!
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AMIGA 3 – (se dirigindo para amiga 1) Então conta você!
AMIGA 1 – Eu não tenho nada a ver com isso... já estava até dando o
fora (mostra os comprimidos)
AMIGA 1 – Nãooooo....
AMIGA 3 – Quantos?
AMIGA 2 – 43!
AMIGA 3 – Mentira!
AMIGA 2 – 17!
AMIGA 3 – Quantos???
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AMIGA 2 – É por isso que eu prefiro homem casado. Não tem perigo dele
casar com outra, já casou.
AMIGA 1 – É por isso que eu prefiro morrer e tomara que lá no céu não
tenha homem!
AMIGA 2 – (pegando os comprimidos) Agora quem vai tomar isto aqui sou
eu!
AMIGA 2 – Me enterra com ele! Não melhor, fica pra você. Vai ficar
ótimo disfarça os quadris.
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AMIGA 2 – ninguém inventa uma esposa ciumenta e três filhas.
AMIGA 1 – Um...
AMIGA 2 – Dois...
AMIGA 1 – Todas.
MÓDULO IV
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O BRINCO - LUIS FERNANDO VERÍSSIMO
QUARTO / INT / NOITE – 4 PÁG
Raquel está dormindo com Roberta e recebe a ligação de Mara. Ela quer falar com Mauro ele não está
em casa e ela diz que ele está na casa de Raquel pois ele estava usando o brinco que Raquel comprou.
Mara desliga e diz que vai atrás de Raquel. Ela fala com Roberta e descobre que o brinco que ela de para
Roberta foi parar com Mauro pois o namorado de Roberta, Leo está se encontrando com Mauro.
RAQUEL
Alô?
MARA
Raquel, deixa eu falar com Mauro.
RAQUEL
Que?!
MARA
Eu sei que ele está aí. Passa o telefone pra ele.
RAQUEL
Mara, você enlouqueceu? O que o Mauro ia estar fazendo aqui a esta
hora?
MARA
Eu só quero falar com ele, Raquel. Não vou brigar, não vou fazer
cena...
RAQUEL
Mas o que é isso? Você sabe que horas são.
MARA
Desculpe se interrompi qualquer coisa, mas eu preciso falar com o
Mauro.
RAQUEL
Mara. Escuta. São três da manha, eu estou dormindo, não tem ninguém
comigo e muito menos o ... Oh, Mara! O que você pensa que eu sou? Você
e o Mauro são os meus melhores amigos!
MARA
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O Mauro não é só seu amigo, não é, Raquel? Eu sei. Você e ele...
RAQUEL
Mas que loucura! Mara...
MARA
Deixa eu falar com ele!
RAQUEL
Quer saber de uma coisa! Vai a... Se o Mauro não está em casa eu não
tenho nada a ver com isso. Aqui é que ele não esta.
MARA
Você não sabia, mas eu vi você comprando um brinco no calçadão.
RAQUEL
Que brinco?
MARA
Eu vi! E no dia seguinte o brinco apareceu na orelha do Mauro.
RAQUEL
E ele disse que eu dei pra ele?
MARA
Ela não disse nada. Eu vi!
RAQUEL
Oh, Mara...
MARA
Você quer que eu faça uma cena? Então está bem. Estou indo para aí
agora mesmo. Vamos fazer uma cena completa, Raquel. Mulher traída,
revólver na mão, tudo. Te prepara!
Mara desliga. Raquel fica por um momento pensativa. Vemos que quem
estava os seu lado é Roberta. Raquel fala.
RAQUEL
Você e o Mauro, é Roberta?
ROBERTA
Por que eu e o Mauro?
RAQUEL
O brinco que eu comprei pra você apareceu na orelha dele.
ROBERTA
Deve ser um parecido.
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RAQUEL
Por favor, Roberta. Tudo menos mentira.
ROBERTA
Está bem, eu dei o brinco, Roberta. Mas não pro Mauro. Pro Leo.
RAQUEL
Pro Leo?!
ROBERTA
É, pro Leo, meu marido. Juro.
RAQUEL
E o Leo deu pro Mauro.
ROBERTA
Será?
RAQUEL
Você sabe onde o Leo está agora, Roberta?
ROBERTA
Deve estar em casa, por que?
RAQUEL
Porque o Mauro não está em casa.
ROBERTA
Você acha que o Leo e o Mauro...
RAQUEL
É melhor você ir embora, Roberta. Estou esperando alguém.
ROBERTA
Quem?
RAQUEL
A Mara. Vem me matar.
ROBERTA
Eu fico.
RAQUEL
Você vai.
ROBERTA
Está bem.
25
RAQUEL
Roberta...
ROBERTA
Ahn?
RAQUEL
Você não gostou do brinco?
fim
MÓDULO IV
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ANIVERSÁRIO DE 1 MÊS - LUIS FERNANDO VERÍSSIMO
SALA / INT / NOITE – 3 1/2 PÁG
Luis Eduardo vai para casa de Maria Helena com flores e bombons para comemorar um mês de
aniversário de namoro, mas fica enveronhado e finge não lembrar. Ela se irrita e diz que ele não lembra
de nada do diia em que se conheceram. Até que ele dá uma descrição completa da roupa dela e ela fica
desconfiada.
LUIZ EDUARDO – Motivo especial? Não. Esses pentelhos que ficam na rua
vendendo um monte de coisas… aí quando vi, já tinha comprado essas
flores, pra não jogar no lixo trouxe pra você! E esses bombons estavam
no porta-luvas há séculos, ia acabar apodrecendo.
LUIZ EDUARDO – Ah... Imagina... Uns bombons meio podres umas flores
fedorentas.
LUIZ EDUARDO – Ah, é mesmo né… aniversário de 1 mês, como é que fui
esquecer.
27
LUIZ EDUARDO – Você ficou.
MARIA HELENA – Mas eu não (Antes que termine a frase estoura outro
balão). Você não acredita em mim ?
LUIZ EDUARDO – Sim, mas você disse que não tinha ficado triste
MARIA HELENA – Cara, eu não posso mentir, não? Você esqueceu nosso
aniversário de 1 mês, porque não posso mentir? O que, o que é pior?
Mentir ou esquecer o aniversário de 1 mês? Eu me lembro de cada
detalhe do nosso primeiro encontro.. Eu duvido que você lembre de
alguma coisa.
MARIA HELENA – Então diz, como é que eu estava vestida no dia em que a
gente se conheceu?
LUIZ EDUARDO – Ah eu não ligo pra essas bobagens, mane. Bobagem isso,
esses negócios de corte de cabelo, modelos de roupa..
LUIZ EDUARDO – Hum, pelo menos comigo você não precisa se preocupar:
se seu cabelo está cheio de pontas, se o vestido está meio cheguei, se
a bolsa combina com sapato que eu não vou nem notar.
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LUIZ EDUARDO - Não, não lembro se eu lembro, ou não lembro. Estou
tentando lembrar!
LUIZ EDUARDO – Tá você quer que eu digo… a cor do esmalte que você
estava usando no dia em que a gente se conheceu?
MARIA HELENA – Olha.. só vou te dar mais uma chance. Se você não
responder direitinho você pode pegar a primeira a esquerda e esquecer
o caminho de volta. Com que roupa eu estava vestida no primeiro dia em
que a gente se conheceu?
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contraste aos sapatos em vermelho… de verniz.. Tudo sóbrio, elegante e
descontraído… ao mesmo tempo.
MARIA HELENA – Você podia ser menos observador né… sei lá, para um
homem você é bem ligado nestas bobagens.
30
MÓDULO IV
Luis Eduardo chega em casa as três da manhã pois estava com outra. Conta uma história absurda e Maria
Helena acredita na história e ele fica irritado e diz que ela não o ama mais.
LUIZ EDUARDO – Você vai deixar isso ficar assim? Vai acreditar nesta
história de manifestação?
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LUIZ EDUARDO – Mas isso é uma desculpa esfarrapada.
LUIZ EDUARDO – Não acha, porque você não liga mais pra mim…
LUIZ EDUARDO - Por quê? Eu podia tá em outro lugar, podia por exemplo
tá com a amante
LUIZ EDUARDO – o que é que tem? Não posso ter uma amante?
MARIA HELENA - Luiz Eduardo pensa bem você com uma amante
MARIA HELENA – Isto não é batom. Isto é sangue dos manifestantes que
tombaram na luta contra repressão.
MARIA HELENA – Ohh, quenga meu amor? Você está delirando, está dizendo
coisas
LUIZ EDUARDO - Você não me ama mais , você não liga mais pra mim
32
LUIZ EDUARDO – Não toca a mão em mim, estamos entendidos, não? Não
fala mais comigo!
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MÓDULO IV
Pedro Henrique pergunta a Jurema se ela quer transar. Ela responde “Tá”. Inicia uma discussão conjugal
por conta desta resposta.
PEDRO HENRIQUE
Você quer?
JUREMA
Se você quiser...
PEDRO HENRIQUE
Como, se eu quiser? Você quer ou não quer?
JUREMA
Se você quiser eu quero.
PEDRO HENRIQUE
Se eu não quisesse não teria perguntado.
JUREMA
Então você quer?
PEDRO HENRIQUE
Quero.
JUREMA
Então tá.
PEDRO HENRIQUE
Como, “tá”?
JUREMA
Tá. Está bem. Sim. Vamos.
PEDRO HENRIQUE
“Tá”... Que coisa triste. A que ponto chegamos. Francamente: “tá”?
JUREMA
Pedro Henrique, você não vai fazer um drama só porque...
PEDRO HENRIQUE
Não, não. Tudo bem. Eu acho perfeito. Assim termina um grande amor.
Não com uma explosão, não com um suspiro. Com um “tá”?
ESCOLA DE ATORES WOLF MAYA – UMA NOVA GERAÇÃO DE ATORES
Rio: Avenida das Américas, 2000 – Shopping freeway – (21) 33885864 / SP: Rua Frei Caneca, 569, 3º piso – São Paulo – (11)34722444
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JUREMA
Pedro Henrique...
PEDRO HENRIQUE
É perfeito. Curto, preciso e definitivo. “Tá”. Como um ponto final.
“Tá”, ponto. Que vida conjugal pode existir depois de um “tá”?
Nenhuma. Boa noite.
JUREMA
Sabe o que eu acho, Pedro Henrique? Acho que você também não estava a
fim e está usando um pretexto para...
PEDRO HENRIQUE
Ah, então você não estava a fim? O “tá”, além de tudo, era mentiroso?
JUREMA
Não desconversa, Pedro Henrique. Você é que estava louco para ir
dormir mas decidiu que, já que fazia tanto tempo, tinha a obrigação de
perguntar se eu queria. Não era vontade, era descargo de consciência.
PEDRO HENRIQUE
E já me arrependi. Se era pra ouvir um “tá”, melhor não ter
perguntado.
JUREMA
Confesse. Você não sente mais nada por mim.
PEDRO HENRIQUE
Não é verdade.
JUREMA
Não faz tanto tempo assim, você nem teria perguntado.
PEDRO HENRIQUE
Ah, desculpe a boa educação. Você preferia que eu atacasse você sem
avisar? Pimba, sem dizer nada?
JUREMA
Sem dizer nada, não, Pedro Henrique. Dizendo tudo o que você costumava
dizer no meu ouvido, antes do pimba, lembra? Você nem se lembra.
PEDRO HENRIQUE
Lembro. E lembro de muito mais. Lembro de quando você é que tomava a
iniciativa. Coisa que não acontece desde, sei lá. Há um ano.
JUREMA
Um ano não.
PEDRO HENRIQUE
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10 meses então.
JUREMA
Não tomava a iniciativa para não ser repelida, porque sabia que você
não me amava mais.
PEDRO HENRIQUE
Que injustiça. Que injustiça! Eu nunca deixei de amar você. Não sou
mais o mesmo, reconheço. Não digo mais coisas no seu ouvido. O tempo
passa, que diabo. Ninguém é mais o mesmo. Nem o Silvio Santos, que não
envelhece, mas aposto que não diz mais o que dizia. Nós todos mudamos
com o tempo. Mas isso não quer dizer que eu ame você menos.
JUREMA
Tá certo...
PEDRO HENRIQUE
Jurema, você, pra mim, é uma semideusa!
JUREMA
“Semi”, Pedro Henrique?!
PEDRO HENRIQUE
Hein?
JUREMA
Você disse “semideusa”.
PEDRO HENRIQUE
Bom...
JUREMA
Antigamente era uma deusa.
PEDRO HENRIQUE
É o tempo, Jurema. Nós todos nos desgastamos um pouco.
JUREMA
Quer saber de uma coisa, Pedro Henrique? Boa noite.
PEDRO HENRIQUE
Tá.
MÓDULO IV
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AQUILO - LUIS FERNANDO VERÍSSIMO
QUALQUER LUGAR / 2 PÁGINAS
B - Onze anos?
B -Não. Eu antigamente, pensava pouco naquilo. Era uma coisa que não
me preocupava. Claro que a gente convivia com aquilo desde cedo. Via
acontecer à nossa volta, não podia ignorar. Mas não era, assim, uma
preocupação constante. Como agora.
B -Desde criança?!
A -Mas é uma coisa natural. Acho que todo mundo é assim. Você é que é
anormal, se só começou a pensar naquilo nessa idade.
A -Pra você não sei. Pra mim, é o maior prazer que um homem pode ter.
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A -Ajuda religiosa? Perdi a fé há muito tempo. Dá ultima vez que falei
com um padre a respeito, só o que ele me disse foi que eu devia rezar.
Rezar muito, para poder enfrentar aquilo sem medo.
B -Vou apresentar você a uma amiga minha. Ela vai tirar todo o seu
medo.
B -Hein?
A -O quê?
B -Daquilo. Da morte.
A -Ah.
B -E você?
A -Esquece.
MÓDULO IV
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HOMEM IDEAL - LUIS FERNANDO VERÍSSIMO
QUARTO / INT / NOITE – 3 PÁG
Helena e Alberto conversam sobre homens. Helena diz que o homem ideal é gay. Resolve jogar Alberto
na cama quando entra o ex-marido e pega os dois.
HELENA
Perdi as esperanças, viu Albert? Homem quando é bonito não presta, se
presta é feio.Se é bom de cama não de cama não gosta de trabalhar, se
gosta de trabalhar não tem tempo pra mulher... Enfim, no mundo não tem
homem perfeito, meu Deus!
ALBERTO
Não é possível que não exista um homem bonito, sensível, trabalhador e
bom de cama!
HELENA
Existir, existe, mas esse só gostam de homem, Alberto, assim como
você! Na minha agenda o homem solteiro, e não gay é o encanador, ai..,
se bem que ele cobra uma fortuna pela visita... Eu já sei! O homem
ideal... Ele não é homem!
ALBERTO
Não!
HELENA
O homem ideal é você Alberto!
ALBERTO
Eu!? Ai, cruzes Helena! Mas você tá mesmo necessitada, hein Helena!?
HELENA
Não tem defeitos, é o meu melhor amigo, não vai se apaixonar por mim,
só com você que eu posso ter meu filho!
ALBERTO
Mas eu não sei como se faz, Helena.
HELENA
Não, eu te ensino
ALBERTO
Mas Helena...
HELENA
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Vem cá, Alberto! ( joga-o na cama)
ALBERTO
Mas isso é loucura,Helena!
HELENA
Me beija, Alberto!
ALBERTO
Ai,meu Deus!, Eu não sei como é que alguém pode gostar disso!
HELENA
Deita Alberto!(deita de costas pra ela) virado pra cá! Vem, solta o
meu sutien! Solta!
ALBERTO
Ai, meu Deus!
HELENA
Ai...
ALBERTO
Ai meu deus!
HELENA
Agora, a calcinha... A minha Alberto!
ALBERTO
Ai meu Deus! Helena eu escutei um barulho, tem alguém chegando!
HELENA
Não disfarça, Alberto! ( entra o ex-marido ) Maurício!
MAURICIO
Desculpe vir sem avisar, mas eu preciso de você Helena.
HELENA
Mauricio, não é uma boa hora.
MAURICIO
Você não sabe o que me aconteceu... A gente confia numa pessoa, acha
que conhece e ela te apunhala pelas costas!
HELENA
Mauricio é que...
MAURICIO
Tem um homem ai?
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HELENA
Não exatamente...
MAURICIO
Como não exatamente!? Você esta com um homem na nossa cama?
HELENA
Na nossa cama?
MAURICIO
Não desconversa! Tem um homem ou não tem?
HELENA
Não tem
MAURICIO
Tem um homem aqui.
HELENA
Não tem
MAURICIO
Tem ( descobrindo a cama )
ALBERTO
Viu não tem!
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