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Bom já se passaram cerca de 45 anos dês da ultima vez que escrevi

um relato pessoal, faço isto agora por pura coincidência de estar


desembrulhando minha bagagem na minha nova casa em nova York e
ter achado meu relato feito na época antes de meu abraço, então
achei interessante escrever meio que de forma espontânea para
comparar se houve alguma mudança súbita de personalidade, além
daquelas que forcei ter para manter minha mascara.

Bom como muita coisa aconteceu vamos do começo, o que ocorreu


naquela noite foi um “beijo falso”, mais um teste que foi uma benção
disfarçada de maldição, pois neste beijo falso, passei um tempo como
um ghoul, próximo da morte, longe da vida, porém não morto, isto me
possibilitou em compreender o que eu enfrentaria diariamente, e
também me fez me sentir próximo ao oblívio, um oficio que somente
meu clã domina e me agraciou com tal, próximo do oblívio e tentando
compreende-lo para dominar minhas habilidades o mais rápido o
possível quando minha transformação fosse completa, fiquei um bom
tempo, apesar de não me recordar quantos messes, porém julgo ter
dado em torno de um ano ou um pouco menos, fiquei sobre a tutela de
minha senhora Anastasia Giovani minha tia por parte de pai, sendo de
certa forma seu “servo” e acatando suas ordens, não que tenha sido
desagradável sendo algumas até prazerosas, mas admito que demorei
a me acostumar a cuidar de cadáveres, mais do que pensei que iria e
também ainda sirvo a ela, pois após o abraço ela é mais próxima que
uma mãe para min.

Bom após cerca de um ano cuidando de cadáveres e satisfazendo os


caprichos de minha Senhora recebi meu verdadeiro abraço, aonde me
senti mais vivo que nunca, um mundo novo se abriu para min e no
mesmo dia fui atrás dela, a dama de cachos negros que fazia meu
sangue ferver, mesmo morto porém ela havia se mudado, então
comecei minha “caça” ao meu amor perdido, escrevendo isto vejo
como eu era apaixonado, jovem e tolo, sob supervisão do clã sai da
cidade e fui a busca dela, e quando a achei, bom, me lembro daquele
dia vividamente até hoje, pois eu estava cheio de paixão e libido devo
admitir, mas quando a vi por um segundo quase quebrei minha
mascara e matei um humano, uma ira tomou conta de min quando a vi
com outro, “é só eu sumir por um ano que ela tinha esquecido de
nosso amor” pensei comigo, mas decidi investigar mais fundo antes de
matar seu noivo da forma mais agonizante o possível e estudar seu
cadáver, fazendo o máximo de experimentos nele, sim ele seria minha
primeira vitima e teste, e quando eu pudesse o ressuscitaria somente
para atormenta-lo.

Me aproximei dela na rua a noite, junta a seu noivo enquanto voltavam


de um teatro, e antes eu não notara mas ela tinha um bebe um criança
no colo, “ela não perdeu tempo” pensei, tudo procedeu como uma
conversa normal, com o detalhe dela não me olhar nos olhos e mal
conseguir falar comigo de forma concisa , mas tinha algo que me
incomodava, a criança ela me tinha algo familiar, cheiro dela? Rosto
dela? A criança não se parecia muito com o pai, era mais puxado a
ela? Decidi investigar mais e adiar minha vingança, pois no fundo eu
ainda a amava.

Uma noite me encontrei com ela em segredo exigindo respostas, e ela


não mentiu excitou ou gaguejou, foi direto ao ponto, como sempre
fazia, ela havia se mudado, pois seu pai prometera sua mão a um
jovem rico, bom de fato ela era linda o suficiente para muitos a
desejarem e tal coisa era costume na época, este foi o primeiro
motivo, o segundo é que ela estava grávida, 3 semanas após eu ter
ido “estudar no exterior” ela havia descoberto que de nossa relação
nascerá um fruto então por pressão do pai e para cuidar da criança,
ela não teve escolha, tentei a convencer de vir comigo porém ela
rejeitou, ela disse que não era correto trair um homem que acolheu
mesmo sabendo de sua gravidez e tratava tão bem um filho de outro,
mas eu sabia, que ela nutri muito ressentimento de minha pessoa,
como não podia? Eu a deixei a deriva por tanto tempo.

Me mudei para a cidade dela, e me tornei “amigo da família”, acontece


que vampiros tem muita mais estamina no corpo que um humano
então mesmo não podendo a ter por completo ainda a tinha na cama,
também era o medico particular da família e cuidei da criança com
todo zelo a vendo crescer, brincar, estudar, se rebelar contra os pais
e pedir conselhos a min, seu primeiro amor, sua primeira decepção e
em tudo, tudo ela me lembrava de Maria seu jeito de falar, andar,
respirar, seu estilo, cabelo, olhos, voz, até sua estatura corporal se
desenvolveu como tal, tanto Maria quanto Anabel me mantinham
humano de certa forma e eu fiz de tudo para dar o melhor a elas.

Maria morreu de velhice como todos humanos morrem, pensei em


transforma-la a anos atrás, mas vi que ela não era feita para este
mundo, bom no fim a beleza de uma linda rosa está em sua morte e
Anabel cresceu e se tornou mãe de um menino, animado sempre
sorridente e inocente, gosta de me chamar de tio e adora parque de
diversões (que criança não gosta), convencidos pela propaganda
estadunidense eles embarcaram para América, bom consegui propor a
minha Senhora um acordo que beneficiaria a família ela e eu, minha
Senhora tinha entrado para o mercado negro a cerca de dez anos e
estava querendo expandir seus negócios, que negócios? Contrabando
de órgãos e cadáveres assim como Vitae, bom nós Hecata
procuramos tomar sangue retirado previamente de nossas vitimas pois
ao contrário de êxtase nosso beijo traz dor e agonia, uma sensação
que lembro muito bem pois a senti na pele, e mesmo querendo isto
admito que foi difícil não querer correr, por fim fiz a proposta de
embarcarmos neste continente que por sua vez expandiríamos os
negócios e daríamos um ótimo suporta a família lá e assim em 2005
viajava para nova York, bom agora eu sou William Giovani
“descendente bastardo” de Edward Giovani estando em nova York
como médico, particular ( e contrabandistas de órgãos e cientista do
oblívio nas horas vagas) e padrinho de Lucas Elliot, bom sou um
homem simples buscando algo simples, o bem a minha família e o
conhecimento sobre a morte me tornar um mestre no oblívio, bom por
“sorte” minha profissão é excelente para tal.

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