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Versão 1.0
Fernando Catanho
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© Ao aluno é permitido fazer uma cópia do material didático disponibilizado para uso próprio. De acordo com a Lei n o.
9.610 de 19/02/1998, que trata de direitos autorais, todo aluno fica proibido de propagar, distribuir e vender o
material de qualquer forma, sob pena de responder civil e criminalmente por violação da propriedade material e
intelectual.
Curso: Bases Metabólicas da Nutrição
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Quando a gliconeogênese ocorre a partir dos aminoácidos, vale a ressaltar que a estrutura
carbônica dos mesmos é útil para a formação de glicose, enquanto que o resíduo nitrogenado
(NH4) deve ser metabolizado para ser excretado do organismo. Esse metabolismo hepático cuida
de transformar a amônia (NH4) em uréia, através do ciclo da Uréia. Esse ciclo guarda uma
semelhança com o ciclo de Krebs, uma vez que conta com a participação de 2 precursores para o
seu início (Carbamoil-P e Ornitina) e, ao seu final, regenera um destes, que é a Ornitina. Outro
detalhe que conecta o ciclo da Uréia ao ciclo de Krebs é a reação de transaminação entre
Glutamato e Oxaloacetato, que acaba gerando Alfa-cetoglutarato e Aspartato. O Aspartato é mais
um precursor do ciclo da Uréia, junto da NH4 e do bicarbonato (HCO3-).
De maneira concomitante à ocorrência da via gliconeogênica, temos a presença da
cetogênese. Esse processo é extremamente estimulado pois, com a saída de Oxaloacetato de
dentro das mitocôndrias hepáticas, há uma “sobra” de moléculas de Acetil-CoA. Essas moléculas
são “empacotadas” para serem, posteriormente, exportadas do fígado. Tecnicamente, o
empacotamento de moléculas de Acetil-CoA gera os chamados corpos cetônicos, que dão origem
ao processo de cetogênese aqui discutido.
Nosso organismo produz 3 tipos diferentes de corpos cetônicos: Acetona, Acetoacetato e
Beta-hidroxibutirato. Com exceção da acetona, que é volátil e pode ser expirada, os outros 2
corpos cetônicos podem ser aproveitados por tecidos extra-hepáticos como fonte de energia, uma
vez que o “desempacotamento” dos mesmos gera novamente moléculas de Acetil-CoA, que é
inserida no ciclo de Krebs destes tecidos e acaba por viabilizar a produção de energia pelo
metabolismo aeróbico/oxidativo. Um dos problemas desta via é que, o aumento da contração
plasmática de corpos cetônicos, pode levar à cetose, que ocasiona um abaixamento do pH no
sangue, condição esta que pode atrapalhar o funcionamento sistêmico celular. O aumento da
concentração de corpos cetônicos pode ser medido no sangue (cetonemia) e na urina (cetonúria),
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sendo essa situação muito comum no jejum, exercício físico extenuante, déficit de carboidratos na
dieta e no diabetes descontrolado.
Contrário ao ambiente catabólico discutido até então, os processos de síntese/anabólicos
dependem de uma sinalização hormonal diferente: a insulina. Além desta sinalização, a oferta de
macro e micronutrientes também é pressuposto fundamental para que as sínteses ocorram com
qualidade.
Primeiramente, a síntese de lipídios depende, especialmente, de uma oferta bastante
virtuosa dos macronutrientes na dieta, quaisquer que sejam estes. O excedente de carboidratos,
lipídios e aminoácidos pode levar à síntese de lipídios. Um elemento fundamental para que a
síntese seja iniciada é o acúmulo de citrato nas mitocôndrias das células adiposas e hepáticas. Esse
acúmulo de citrato é possível quando muitos substratos estão sendo oferecidos ao ciclo de Krebs e
o mesmo apresenta uma baixa velocidade de funcionamento, ou seja, a cadeia respiratória não
oxida grandes quantidades de coenzimas, o que gera uma regulação alostérica negativa de
algumas enzimas do ciclo de Krebs, regulação esta feita pela coenzima NADH e pela elevada razão
ATP/ADP, especialmente.
O citrato é conduzido da mitocôndria para o citosol das células adiposas e hepáticas, onde
é quebrado novamente em Acetil-CoA e Oxaloacetato. O Acetil-CoA é transformado em Malonil-
CoA, um dos precursores da lipogênese, junto do próprio Acetil-CoA. O metabolismo do
Oxaloacetato irá gerar NADPH, uma coenzima fundamental para as sínteses redutoras, ou seja,
síntese de macromoléculas altamente reduzidas como os lipídios. Importante salientar que o
NADPH também é formado pela via das pentoses-fosfato, via esta que também é estimulada a
partir do acúmulo de citrato dentro das mitocôndrias e sua posterior condução ao citosol. Ainda
importante salientar que o transporte de lipídios pela corrente sanguínea pode ser feito pelas
proteínas plasmáticas como a albumina ou mesmo pelas lipoproteínas plasmáticas, como os
quilomícrons, a VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade), IDL (lipoproteína de densidade
intermediária) e LDL (lipoproteína de baixa densidade). Por fim, importante salientar que o Acetil-
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Referências Bibliográficas
Marzzocco, A.; Torres, B.B. Bioquímica Básica. 3ª ed: Guanabara Koogan, 2007.
Nelson, D.L.; Cox, M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 6ª ed: Artmed, 2014.
Voet, D.; Voet, J.G. Bioquímica. 4ª ed: Artmed, 2013.
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