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Conteúdos Básicos de
Língua Portuguesa e
Matemática
Prof.ª Joseni Terezinha Frainer Pasqualini
Prof.ª Lúcia Cristiane Moratelli Pianezzer
2018
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof.ª Joseni Terezinha Frainer Pasqualini
Prof.ª Lúcia Cristiane Moratelli Pianezzer
P284m
ISBN 978-85-515-0180-1
CDD 372.4
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Metodologia e
Conteúdos Básicos de Língua Portuguesa e Matemática!
O livro de estudo, que aborda os principais conceitos acerca dos
temas, está organizado em dois conjuntos de conteúdos. O primeiro conjunto,
contendo três unidades, relaciona-se à Metodologia e Conteúdos Básicos de
Língua Portuguesa; e o segundo conjunto, também contendo três unidades,
relaciona-se à Metodologia e Conteúdos Básicos de Matemática.
Entendemos que o desafio do professor que trabalha com a disciplina
de Língua Portuguesa é completar o conhecimento prévio que o aluno já
tem sobre a leitura e a escrita, uma vez que o mesmo chega à escola com
conhecimentos diversos. O professor, a partir desse conhecimento prévio,
planejará intervenções necessárias no intuito de propiciar a ampliação das
habilidades linguísticas.
III
Na segunda unidade de Metodologia e Conteúdos Básicos de
Matemática, abordaremos as questões que envolvem o conhecimento lógico-
matemático, a construção do conceito de número e os sistemas de numeração,
além de compreendermos como se dá o ensinar e o aprender por meio da
resolução de problemas.
Na terceira unidade de Metodologia e Conteúdos Básicos de Língua
Portuguesa, consolidaremos algumas questões teóricas e práticas sobre
o ensino da Língua Portuguesa, que contribuirão para que você se torne
um professor sempre em busca de conhecimento e aperfeiçoamento. Além
disso, reforçaremos a ideia de que a escola é um espaço privilegiado para a
formação de leitores.
Na terceira unidade de Metodologia e Conteúdos Básicos de
Matemática, falaremos sobre os conteúdos fundamentais a serem trabalhados
na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental I. Traremos
dicas de como ensinar a linguagem matemática na Educação Infantil e os
demais conteúdos pertinentes às crianças até o 5º ano, além de abordar
questões essenciais, como planejamento e avaliação.
Desejamos a você, acadêmico, um ótimo aproveitamento desses
conteúdos, que você encontre neste material um estímulo para buscar cada
vez mais o conhecimento e que possa utilizar os conceitos aqui aprendidos
em sua vida profissional.
Bons estudos!
IV
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS .
GÊNEROS TEXTUAIS ................................................................................................. 1
VII
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................58
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................60
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................135
VIII
UNIDADE 1 – REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA........................................141
IX
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................218
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................220
REFERÊNCIAS...................................................................................................................................... 273
X
UNIDADE 1
O HOMEM E A CAPACIDADE DE
COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS
GÊNEROS TEXTUAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Nesta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos. Em cada um você encontrará
atividades para maior compreensão das informações apresentadas.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A comunicação pode ser concebida como um espaço de interlocução
realizada enquanto processo social. O pressuposto dessa concepção prioriza a
relação do sujeito com a língua e suas condições de uso, considerando-a não só
como instrumento de informação, mas constitutiva do homem, como resultado
das interações sociais. De acordo com Bordenave (1986, p. 17), a comunicação
se confunde com a vida, comunicamos tanto quanto respiramos ou andamos,
“somente percebemos a sua importância quando, por acidente ou uma doença,
perdemos a capacidade de nos comunicar”.
3
UNIDADE 1O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
Código
FONTE: Disponível em: <www.coladaweb.com/img/gallery/linguagem_2.JPG>.
Acesso em: 22 set. 2010.
Outro elemento que faz parte desse esquema é o canal ou contato, ou seja,
a via de circulação de mensagens. No conjunto da comunicação, deverá ser um
elemento comum ao codificador e ao decodificador da informação veiculada. Os
órgãos dos sentidos são considerados canais de comunicação. Podemos receber
mensagens auditivas por meio de palavras, músicas e sons variados. Também
são transmitidas mensagens por meio do tato, como: pressões, trepidações,
toque, dentre outros. Os vários aromas, como, por exemplo, um perfume, são
mensagens olfativas e as gustativas envolvem temperos e sensações de quente,
frio ou morno. Como vimos, os sentidos são os canais físicos pelos quais uma
mensagem é transmitida, mas para que se estabeleça a comunicação é necessário
alguém para lhe dar sentido.
4
TÓPICO 1 | ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
5
UNIDADE 1O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
E
IMPORTANT
Soneto de Fidelidade
“De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
6
TÓPICO 1 | ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
7
UNIDADE 1O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
NOTA
8
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
9
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V - V - V - V - V - V.
b) ( ) F - V - F - V - V - V.
c) ( ) V - F - F - F - V - V.
d) ( ) F - F - V - V - F - V.
10
4 Ramon Jakobson (1974) postulou seis diferentes funções da linguagem. Ainda
segundo o mesmo autor, dificilmente uma mensagem possuiria apenas uma
função, mas é possível notar uma função predominante em cada mensagem.
No que se refere às funções da linguagem, preencha as lacunas e em seguida
assinale a alternativa que apresenta as palavras que completam as lacunas
corretamente:
11
12
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Para nos expressar oralmente, fazemos uso de palavras ou frases, dispostas
numa unidade de sentido que denominamos texto. O processamento textual, quer
em termos de produção, quer em termos de compreensão, é constituído a partir
de estratégias inscritas no enunciado. Assim, em diferentes situações de uso, os
enunciados vão sendo organizados em termos de extensão, conteúdo e estrutura,
conservando características comuns, daí a serem considerados tipos relativamente
estáveis. Bakhtin (1997) denomina gêneros de discurso esses tipos estáveis de
enunciado. A seguir, apresentaremos algumas noções de texto, tipologia textual,
gênero textual e possíveis diferenças que envolvem tais conceitos.
13
UNIDADE 1 | O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
14
TÓPICO 2 | CONCEPÇÃO E TIPOLOGIA DE TEXTO
Ainda segundo Faraco (2003), o termo gênero é usado para designar tipos
de textos; é uma extensão da noção de descendência. Dizendo de outro modo,
o ser humano é agrupado por descendência de um mesmo ancestral, os escritos
possuem certas características ou propriedades comuns e podem, também, a
partir das mesmas, serem agrupados.
15
UNIDADE 1 | O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
UNI
16
TÓPICO 2 | CONCEPÇÃO E TIPOLOGIA DE TEXTO
DICAS
Os elementos que fazem parte da narrativa literária são recursos dos quais
o escritor lança mão para a dinamização das personagens e do enredo, com o
intuito de atrair a atenção do leitor. Nesse sentido, é importante que, na escola, o
17
UNIDADE 1 | O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
professor atente para esses aspectos, a fim de que esse possa refletir juntamente
com os alunos o que engendra uma narração.
O furto da flor
Trouxe-a para casa e a coloquei num copo. Logo senti que ela não
estava feliz. O copo destinava-se a beber, e uma flor não é para ser bebida.
Passei-a para um vaso e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua
delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.
FONTE: ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos Plausíveis. Rio de Janeiro: José Olímpio. (s.d).
Outro elemento da narrativa faz menção à fala das personagens. Essa pode
ser marcada pelo discurso direto (reprodução direta das falas das personagens)
ou discurso indireto livre, em que a narrativa é permeada pela intervenção do
18
TÓPICO 2 | CONCEPÇÃO E TIPOLOGIA DE TEXTO
Além disso, uma narrativa pode ser conduzida por um narrador não
participante, que se situa fora dos acontecimentos, ou por uma personagem que
convive com os outros na história narrada e toma parte da mesma. A narrativa,
portanto, poderá ser escrita na primeira ou na terceira pessoa do discurso. Veja
um exemplo de narrador não participante, ou seja, a ele cabe somente o papel de
contar a história:
O pai, que não tinha outra para gostar, achou logo que o príncipe
não servia. Mandou investigar e descobriu que o rapaz não tinha acabado os
estudos, não tinha posição, e o reino dele era pobre. Era bonzinho, disseram,
mas enfim, não era nenhum marido ideal para uma filha de quem o pai gosta
mais do que de qualquer outra.
Dito e feito, deram uma batida mágica para a jovem, que adormeceu na
hora, sem nem dizer boa-noite.
FONTE: COLOSANTI, Marina. Uma ideia toda azul. Rio de Janeiro: Nórdica, 1979, p. 53-54.
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UNIDADE 1 | O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
FONTE: RAMOS, Graciliano. Um Ladrão. In: ______. Insônia. São Paulo: Record, 1947.
20
TÓPICO 2 | CONCEPÇÃO E TIPOLOGIA DE TEXTO
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UNIDADE 1 | O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
22
TÓPICO 2 | CONCEPÇÃO E TIPOLOGIA DE TEXTO
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UNIDADE 1 | O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
4 Primeiro, porque o mesmo, além de violar os preceitos dos Arts. 126 e 127
do CPC, atenta de forma direta e frontal contra os princípios da legalidade e
da separação de poderes, esteio no qual se assenta toda e qualquer ideia de
democracia ou limitação de atribuições dos órgãos do Estado.
6 Aceitar tal aberração seria o mesmo que ferir de morte qualquer espécie de
legalidade ou garantia de soberania popular proveniente dos parlamentos, até
porque, na lúcida visão desse mesmo processualista, o juiz estaria, nessa situação,
se arvorando, de forma absolutamente espúria, na condição de legislador.
24
TÓPICO 2 | CONCEPÇÃO E TIPOLOGIA DE TEXTO
16 Para encerrar, basta salientar que a eleição dos meios concretos de efetivação
da Justiça social compete, fundamentalmente, ao Legislativo e ao Executivo,
eis que seus membros são indicados diretamente pelo povo.
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UNIDADE 1 | O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
Material
2 xícaras (cerca de 250 ml) de farinha de trigo;
1 xícara (cerca de 125 ml) de sal;
água suficiente para dar consistência de pão à massa (pouco mais do que 1 xícara);
2 colheres de sopa de óleo comestível.
Se preferir, o óleo de amêndoa deixa um cheiro agradável nas mãos;
Corante comestível de várias cores.
Se optar por anilina, verifique se está escrito “comestível” na embalagem. É o
mesmo tipo usado para enfeitar bolos.
Outra opção é o coloral de origem vegetal ou pó de suco instantâneo.
Preparo:
Junte a farinha ao sal, obtendo uma mistura homogênea. Adicione corante à água
que será usada para dar consistência à massa. Aos poucos, misture a água corada
à mistura de farinha e sal, e vá misturando até obter um ponto de massa de pão.
Se você quiser obter uma cor mais forte, adicione mais corante à massa. Por
fim, adicione aos poucos o óleo e misture bem.
FONTE: GREGG, Elizabeth M. Dê uma atividade a seu filho quando ele não tiver o que fazer.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1988. p. 123
Vimos, com relação ao exposto até aqui, que não podemos considerar gênero
como sinônimo de tipo textual, uma vez que cada qual possui especificidades e
características que os distinguem.
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
27
• A narração é um tipo de texto real ou ficcional no qual é contada uma história,
um acontecimento ou ato. Geralmente se estrutura a partir da apresentação,
conflito ou a complicação e o clímax, quando a narrativa atinge seu ponto
máximo, que converge para o desfecho e, geralmente, acontecendo a solução
do conflito.
• Outro elemento da narrativa faz menção à fala das personagens. Essa pode
ser marcada pelo discurso direto, discurso indireto livre e o indireto. Uma
narrativa pode ser conduzida por um narrador não participante, que se situa
fora dos acontecimentos, ou por uma personagem que convive com os outros
na história narrada e toma parte da mesma.
• O texto injuntivo é um tipo de texto que requer uma resposta direta ou indireta
do receptor. É organizado de modo a incidir diretamente sobre os sentidos.
São marcas dessa tipologia textual os verbos no imperativo e no presente do
indicativo, com sujeito indeterminado.
28
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V - V - V.
b) ( ) F - V - V.
c) ( ) V - F - F.
d) ( ) F - F - V.
29
3 Leia e responda:
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança,
chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que
éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres.
Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler,
eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-
lhe emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma
tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía as Reinações
de Narizinho, de Monteiro Lobato.
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com
ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-
me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. [...]
FONTE: LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina. In: ______. O Primeiro Beijo. São Paulo:
Ática, 1996.
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UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Analisar os gêneros e os suportes textuais institui-se em preocupação
com o uso real da língua e com o modo pelo qual o ser humano se manifesta.
Explorar essa diversidade se estabelece como uma necessidade para a formação
e o desenvolvimento das competências linguísticas, o sujeito dotado das mesmas
utilizará a língua de modo variado, selecionará os recursos expressivos mais
adequados para a circunstância comunicativa em questão, adaptando os textos a
diferentes situações comunicativas desde a oralidade à escrita.
31
UNIDADE 1 | O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
32
TÓPICO 3 | SUPORTE E GÊNERO TEXTUAL
3.1 JORNALÍSTICOS
Com a invenção da imprensa, o jornal, suporte para muitos gêneros, passou
a atingir um público grande de pessoas e a atualizar diariamente as informações a
respeito de um determinado assunto. É composto por várias seções e vários tipos
de texto. As informações são apresentadas em ordem decrescente de importância
ou relevância, seguindo assim uma técnica chamada de pirâmide invertida, cuja
base fica em cima, por conter o conteúdo mais importante, e o ápice embaixo, com
o conteúdo mais superficial.
FONTE: JOVENS escoteiros na cidade de Jundiaí. Jornal em Dia, Bragança Paulista, 18 a 20 out. 2007.
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UNIDADE 1 | O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
3.2 CIENTÍFICOS
São suportes de gêneros científicos: revistas, anais de congressos, artigos,
resenhas, resumos, comunicações, bibliografias, debates e outros. A escrita
desses textos requer um domínio lexical, semântico, uma linguagem mais técnica
em relação ao tema. A redação de um texto dessa natureza exige aspectos que
precisam ser conhecidos por aqueles que precisam efetuar comunicações desse
tipo. Entre eles estão as regras gramaticais.
3.3 HUMORÍSTICOS
Pode-se afirmar que o texto humorístico desencadeia mecanismos
linguísticos, como conhecimento prévio de outro texto, da palavra e sua significação.
Para Possenti (2001, p. 17):
34
TÓPICO 3 | SUPORTE E GÊNERO TEXTUAL
3.4 PUBLICITÁRIOS
O termo publicidade faz referência à venda de produtos, serviços ou
expansão de uma ideia. O texto publicitário é perpassado por fatores psicológicos,
sociais e econômicos e de efeitos retóricos e icônicos. Há ainda a incidência de
figuras de linguagem, elementos argumentativos e de persuasão para obter o
convencimento dos consumidores ou receptores, como também a evidência de
estereótipos. Um exemplo de estereótipo poderia ser uma pessoa bem vestida
e de boa aparência, que traduz a ideia de alguém bem-sucedido e de modelo
a ser seguido. Outro estereótipo é o linguístico, cuja finalidade é persuadir.
A substituição de nomes é outro exemplo de esquema básico utilizado pela
publicidade, em que há troca de termos com a intenção de influenciar positiva ou
negativamente determinadas situações.
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UNIDADE 1 | O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
3.5 LITERÁRIOS
O texto literário caracteriza-se pelo fato de transformar a realidade e,
a partir dela, arquitetar um mundo fantástico, que se estabelece por meio da
metáfora, da caricatura, da alegoria e pela verossimilhança. A ficção do texto
literário é o elemento que mais o diferencia do texto não literário. O mesmo
possui uma estrutura própria, cuja palavra é enaltecida, transcendendo a sua
significação e também pelo uso de recursos estilísticos. Vejamos, caro acadêmico,
quais características diferenciam o literário do não literário.
O texto literário tem uma dimensão estética, o autor faz uso específico e
complexo da língua, explora recursos do sistema linguístico – os sons, as rimas, as
metáforas, as metonímias, o sentido das palavras e a organização frasal. Cria novas
relações entre as palavras, combinando-as de maneira singular, revelando, assim,
novas formas de ver o mundo. Os signos linguísticos, as frases, as sequências
assumem significados variados e múltiplos, possibilitando a criação de novas
relações de sentido.
36
TÓPICO 3 | SUPORTE E GÊNERO TEXTUAL
Já o texto não literário aponta para um significado mais preciso, seu modo
de informar é objetivo. Bordini e Teixeira (1993, p. 15) afirmam que “o texto não
literário contém indicadores muito rígidos e presos ao contexto de comunicação,
não deixando margem à livre movimentação do leitor”. São exemplos de
textos não literários: manuais de informação ao usuário, notícias e reportagens
jornalísticas, textos de livros didáticos de história, filosofia, matemática, textos
científicos em geral, receitas culinárias, bulas de remédio, dentre outros.
A cegonha e a raposa
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UNIDADE 1 | O HOMEM E A CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS
3.6 A CRÔNICA
A palavra crônica se associada à sua etimologia, que é interpretada
como “khrónos”, palavra grega que significa tempo. Na língua latina a palavra
“chronica” era usada para designar o gênero que registrava acontecimentos
históricos, verídicos, numa sequência cronológica, sem um aprofundamento ou
interpretação dos fatos. Podemos então dizer que ela existe desde a Idade Antiga
e vem se transformando ao longo do tempo (AMARAL, 2008).
38
TÓPICO 3 | SUPORTE E GÊNERO TEXTUAL
ficam inibidas, quase não conversam. Porque nunca sabem se dizem bom-dia
ou bons dias, se meio quilo são quinhentos gramas ou é quinhentas gramas,
se é meio dia e meio ou meio-dia e meia, se nasceram em Santa Rita do Passa
Quatro ou dos Passam Quatro.
Para que os dois não se matem, o chefe pôs cada um num horário.
Praxedes, mais liberal (vendilhão, segundo Aristarco) trabalha nos suplementos
do jornal, que admitem uma linguagem mais solta. Aristarco, mais ortodoxo
(quadradão, segundo Praxedes), assume as vírgulas dos editoriais e das
páginas de política e de economia.
Cartas de leitores indignados com erros sempre foram a satisfação de
um e a desconfiança do outro. Este João Pereira da Silva só pode ser o alter
ego do Praxedes, rosna Aristarco. Este Carlos Jonas da Silveira é o Aristarco
cuspido e escarrado.
Sempre estiveram a um passo do quebra-pau. Hoje, para festa dos
ignorantes e dos mutiladores do idioma, parece que finalmente vão dar
esse passo. É dia de pagamento e eles se encontraram na fila do banco. Um
intrigante vem pondo fogo nos dois há já um mês e agora ninguém duvida:
nunca saberemos quem é o melhor gramático, mas hoje vamos descobrir quem
é mais eficiente no braço.
Aristarco toma a iniciativa. Avança e despeja:
– Seu patife, biltre, poltrão, pusilânime.
Praxedes responde à altura:
– Seu panaca, almofadinha, calhorda, caguincha.
Aristarco mete o dedo no nariz de Praxedes:
– É a vossa genitora!
Praxedes toca o dedo no nariz de Aristarco:
– É a sua mãe!
Engalfinham-se, rolam pelo chão, esmurram-se.
Quando o segurança do banco chega para apartar, é tarde. Praxedes e
Aristarco estão desmaiados um sobre o outro, abraçados, como amigos depois
de uma bebedeira.
O guarda pergunta à torcida o que aconteceu. Um boy que viu tudo
desde o começo explica:
– Pra mim, esses caras não é bom da bola. Eles começaram a falá em
estrangero, um estranhô o otro, os dois foram se esquentando, se esquentando,
e aí aquele ali, ó, que também fala brasileiro, pôs a mãe no meio. Levô uma
bolacha e ficô doido, enfiô o braço no focinho do otro. Aí os dois rolô no chão.
Para sorte do boy, Aristarco e Praxedes continuavam desacordados.
DICAS
39
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Sírio Possenti (2002) afirma que a leitura que se faz dos textos é afetada pelo
suporte.
• O texto literário tem uma dimensão estética, o autor faz uso específico e
complexo da língua e explora recursos do sistema linguístico: os sons, as rimas,
as metáforas, as metonímias, o sentido das palavras e a organização frasal.
• O texto não literário aponta para um significado mais preciso, seu modo de
informar é objetivo.
40
AUTOATIVIDADE
a) ( ) L - I - L - I.
b) ( ) L - L - L - I.
c) ( ) I - L - L - L.
d) ( ) I - I - L - L.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos. Em cada um você encontrará
atividades para maior compreensão das informações apresentadas.
43
44
UNIDADE 2
TÓPICO 1
COMUNICAÇÃO ORAL
1 INTRODUÇÃO
A comunicação é uma teia de relações sociais, porque permite ao homem
conhecer o estado de espírito, as emoções, os desejos e receios que permeiam as
interações dele com os outros. Nesse aspecto, existe a necessidade de uma forma
de linguagem que permite se expressar, sendo a oralidade uma possibilidade de
interação. A capacidade da fala está ligada à estrutura do aparelho vocal que articula
os sons. bem como ao uso de símbolos e códigos necessários ao discurso verbal.
45
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
Fala Linguagem
Língua
QUADRO 1 - LINGUAGEM-LÍNGUA-FALA
Linguagem Língua Fala
A linguagem A língua, por sua vez, é um A fala é um ato individual,
é de natureza produto social da linguagem, de vontade e inteligência
heterogênea, é física, constitui algo adquirido, do usuário da língua. Essa
fisiológica e psíquica, um conjunto de convenções teoria é compartilhada pelos
pertence ao domínio necessárias, adotadas NE aceitas estruturalistas, que se interessam
individual e social. por uma comunidade, sendo a pelo estudo do sistema da língua,
mesma, para Saussure, objeto de excluindo aspectos sociais,
estudo da linguística. culturais, históricos e ideológicos.
FONTE: Adptado de Saussure (2006)
46
TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO ORAL
NOTA
UNI
Caro Acadêmico lembre-se de que para Bakhtin (1997, p. 225) “Discurso não
reflete uma situação, ele é uma situação. Ele é uma enunciação que torna possível considerar
a performance da voz que o anuncia e o contexto social em que é anunciado.”
47
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
O receptor, por sua vez, produz sinais que confirmam ao falante a atenção
ao circuito comunicativo. Esses reguladores podem ser verbais ou não verbais,
constituídos pelo olhar e aceno da cabeça, franzimento das sobrancelhas, sorriso,
mudança de postura. A produção regular desses sinais de escuta é indispensável
para o bom funcionamento da troca conversacional, sendo que a ausência poderá
acarretar os chamados ruídos de comunicação.
NOTA
48
TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO ORAL
49
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
DICAS
3 HABILIDADES DE ESCUTA
A escuta está relacionada à comunicação interpessoal, ou seja, enquanto
o emissor fala, o receptor se concentra de modo a compreender a mensagem,
que precisa ser clara e completa. O termo “escutar” no dicionário Houaiss (2009)
da língua portuguesa é definido como “estar consciente do que está ouvindo,
ficar atento para ouvir; dar atenção; esforçar-se para ouvir com clareza; prestar
atenção; dar atenção às próprias palavras”.
50
TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO ORAL
51
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
É preciso levar o aluno a analisar a fala, para que perceba que existem
variações no emprego e uso da mesma e que essas são decorrentes de fatores
geográficos, sociais, profissionais, situacionais, dentre outros. No caso da língua
portuguesa, por exemplo, ocorrem variações entre as diferentes regiões do país.
Pense no modo de falar de um gaúcho ou de um nordestino. A fala deles é diferente
tanto no ritmo, quanto no uso de expressões e vocábulos. Essas variações regionais
constituem os dialetos. Além disso, acontece, também, a distinção situacional,
que advém do fato de uma mesma pessoa empregar linguagens diferentes,
dependendo da situação na qual se encontra.
ANTIGAMENTE
52
TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO ORAL
Vício na fala
53
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
Estabelecer
um propósito
de ouvir
Identificar
proposta Conhecer o
adequada de tema
escuta
Prever ou
antecipar o
conteúdo
54
TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO ORAL
Nesse último aspecto, uma das estratégias que pode ser utilizada
faz referência ao conhecimento prévio do ouvinte, ativando um conjunto de
expectativas que ajudam o ouvinte a interpretar o que é ouvido e antecipar o
que virá a seguir, ou seja, predizer e fazer inferências. O acompanhamento do
professor ajuda os alunos a detectar inconsistências e falhas de compreensão,
direcionando-os para o uso de estratégias alternativas.
55
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
Outra proposta de trabalho com a oralidade pode ser efetuado pelos alunos
que, divididos em grupos, podem criar um código de comunicação, podendo ser
visual, gestual ou auditivo. Os grupos deverão fazer uma demonstração de uso
do código e explicar suas regras.
56
TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO ORAL
57
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A língua falada, por ser mais abrangente que escrita, possui um maior número
de expressões e de vocábulos, é marcada pela acentuação, entonação, pausas,
fluência, dentre outras. É uma cooperação mútua caracterizada pelo ajuste de
comportamentos que intervêm em todos os níveis, fenômeno esse denominado
pelos lingüistas de turnos da fala.
• A escrita é marcada pela pontuação, que divide o texto em pequenos trechos, que,
por sua vez, favorecem a interpretação do mesmo, diminuindo os riscos de erros.
58
• É preciso levar o aluno a analisar a fala, para que perceba que existem variações
no emprego e uso da mesma e que essas são decorrentes de fatores geográficos,
sociais, profissionais, situacionais, dentre outros.
• A que se considerar que a língua portuguesa empregada por pessoas que tiveram
acesso à escola e aos meios de comunicação se difere daquela empregada por
pessoas privadas de escolaridade. O professor deverá fomentar possibilidades
para a reflexão sobre a diferença de falares.
59
AUTOATIVIDADE
Linguagem vaga
Millôr Fernandes
Responda:
3 É possível dizer com certeza a que coisas, pessoas ou fatos elas se referem?
Por quê?
60
UNIDADE 2 TÓPICO 2
A LÍNGUA ESCRITA
1 INTRODUÇÃO
Quando conversamos, um processo de interlocução se estabelece. A
conversa se constrói a cada intervenção dos envolvidos, é simultânea e temporal.
Já, na escrita, não ocorre a alternância direta de papéis, uma vez que exige outras
possibilidades que se diferem da fala.
61
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
"Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a
conta do alfaiate nada aos pobres".
MORAL DA HISTÓRIA
Pior de tudo é saber que ainda tem gente que acha que uma vírgula não faz a
menor diferença!
62
TÓPICO 2 | A LÍNGUA ESCRITA
Uma visão romântica distanciou o autor do leitor, uma vez que as palavras
daquele eram incontestáveis. Os dizeres do autor expressos na obra deveriam ser
respeitados pelos leitores, em última instância, porque são produzidos pelo autor
para os seus leitores. A partir da crítica contemporânea, essa concepção começa
a perder validade.
Autor
Leitor Obra
63
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
É correto afirmar que a relação com a leitura varia de acordo com o leitor.
Toda a leitura indica caminhos, antecipando a sua recepção e despertando leituras
anteriores, em um processo de construção e reconstrução. Nessa perspectiva, uma
educação comprometida necessita dar espaço para a efetivação desse exercício de
escrita e leitura. De acordo com Poffo (2007), uma escola comprometida na construção
de sujeitos-autores abre espaços para que o aluno relate o que vivenciou, produza
textos coerentes e coesos e saiba fazer uso da escrita em seu dia a dia.
Se, pelo viés bakthiniano, na escrita de um texto estão presentes uma série
de atividades cognitivo-discursivas com elementos, propriedades ou marcas
responsáveis pela produção de sentidos, então não faz sentido tomar como
unidades básicas do processo de produção textual análise de palavras, sintagmas
e frases isoladas, que, descontextualizados, pouco ou nada se identificam com a
competência do aluno. Quando da produção textual em sala de aula, por vezes
as atitudes dos professores não condizem com a “[...] possibilidade da relação
dialógica que o espaço da sala de aula pode oferecer” (POFFO, 2007, p. 53).
UNI
64
TÓPICO 2 | A LÍNGUA ESCRITA
Outro aspecto diz respeito ao fato de que a criança aprende a ler e a escrever,
oficialmente, no ambiente educativo, para depois interagir fora dele. Com isso,
o desafio da escola é extrapolar sua finalidade estritamente alfabetizadora para
uma perspectiva do letramento, ou seja, que amplie a possibilidade do sujeito de
agir sobre os vários textos.
Sobre a escrita como prática social, Soares (2001) propõe uma discussão
acerca do letramento. Para a autora, letramento é o que as pessoas fazem com as
habilidades de leitura e escrita em um contexto específico e como essas habilidades
se relacionam com as necessidades, valores e práticas sociais. O indivíduo
letrado, além de ler e escrever, emprega e pratica socialmente a leitura e a escrita,
respondendo adequadamente a essas demandas. Nesse sentido, Soares (2001)
propõe uma consciência sobre os princípios do letramento como norteadores da
formação pessoal, pois é cada vez mais crescente a dependência da leitura e da
escrita como condição de sobrevivência social e econômica.
65
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
UNI
66
TÓPICO 2 | A LÍNGUA ESCRITA
ATENCAO
Veja, a seguir, uma síntese das novas regras ortográficas retiradas e adaptadas
dos seguintes sites:
• <http://www.brasilescola.com/acordo-ortografico/>;
• < http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u441414.shtml>;
• e do livro de Ledur (2009).
67
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
68
TÓPICO 2 | A LÍNGUA ESCRITA
Até parece que escrevemos mal por culpa do nosso atual sistema
ortográfico, o qual aprendemos por memória visual, pelo bom hábito da
leitura. O que nos falta é incentivo à leitura, é melhorar nossas condições de
ensino, é remunerar melhor os professores [...].
UNI
Caro acadêmico, convidamos você a ler o texto que segue, cujo conteúdo
trata da atividade escrita na escola como fonte de prática social.
69
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Escrever não significa traduzir os sinais gráficos da fala; é uma prática que
utiliza elementos gramaticais, linguísticos, estilísticos, dentre outros, para
tecer uma sequência de modo a garantir a sua compreensão.
70
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) V - F - F - V.
c) ( ) V - F - V - V.
d) ( ) V - V - F - V.
a) Baiuca:
b) Feiura:
c) Abençoo:
71
ANTES ATUAL
Cinqüenta
Tranqüilo
Epopéia
Heróico
pêlo (substantivo)
pára (verbo)
Idéia
Geléia
onomatopéia
72
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Na atual sociedade, cujas informações circulam rapidamente pelos meios
eletrônicos, a linguagem desempenha um papel essencial e perpassa todas as
áreas do conhecimento. Nesse sentido, a língua portuguesa auxilia o indivíduo no
processo de aquisição das habilidades de leitura e de escrita, para que o mesmo
seja capaz de estabelecer relações, debater e argumentar, ou seja, que ele saiba
interagir com a realidade desse século.
73
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
UNI
74
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
1 Escolha do tema: é a parte fundamental para a pesquisa e deve ter por base
a definição do objetivo do trabalho.
2 Pesquisa de dados: deve ser ancorada nos princípios de confiabilidade e
atualidade.
3 Ampliação da pesquisa: inclui entrevistas e/ou enquetes.
4 Fichamento das informações: a seleção dos trechos mais significativos dos
assuntos lidos.
5 Etapa final: apresentação do trabalho.
Outra questão que pode ser explorada faz menção à epilinguística, cujas
considerações são organizas pela observação de regularidades de funcionamento
da língua, da adequação da fala e da escrita; expressões no uso oral ou escrito, os
comentários sobre maneiras de falar ou escrever. Cabe, então, à “[...] escola recuperar
a atividade de produção de textos como um trabalho dialógico” (MENDONÇA,
2001, p. 251). Nessa relação dialógica, o professor é alguém que está interessado na
informação, no argumento do texto, na história narrada, na forma de dizer, pelas
escolhas lexicais e expressões usuais, modos pelos quais o aluno lida com a escrita.
75
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
76
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Após a leitura da piada, discuta com a turma o que produz esse efeito
de humor. Poderá ser Bagno (1997) quem nos auxiliará a discutir essa situação
encontrada nas piadas, em que o falar empregado soa engraçado e é motivo de
riso. Bagno chama à atenção desses falares, que podem parecer engraçados, mas
que são representações linguísticas fiéis à realidade. Nesse sentido, explica que
quem fala “bicicreta” e “prástico”, na verdade, segue uma tendência natural
da língua: trocar o “l” pelo “r” em encontros consonantais. Esse fenômeno é
denominado rotacismo e é considerado por muitos como coisa de caipira...
77
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
UNI
“Quando estudamos a história da língua portuguesa percebemos que muitas palavras que
hoje têm um encontro consonantal com R, como por exemplo BRANCO, ESCRAVO, IGREJA,
PRATA, PRAIA, na língua de origem, principalmente no latim, aparecia ali um “L”, então PRATA
em espanhol é PLATA.
ESCRAVO era ESCLAVO, então os habitantes da Lusitânia, onde está Portugal hoje, ao
passarem a falar latim, introduziram no latim hábitos fonéticos das suas línguas originais e
um desses foi justamente o que a gente chama de ROTACISMO, que é a passagem do LE
para RE. Então, o brasileiro que fala CRÁUDIA, CHICRETE, REDE GROBO, está simplesmente
seguindo uma tendência milenar da língua portuguesa. Se você pegar todos os falantes
não escolarizados, eles vão falar REDE GROBO ou CHICRETE porque do ponto de vista da
articulação fonética, a articulação da língua, dos órgãos permite, é mais fácil falar assim.”
Marcos Bagno explica que as pessoas falam assim “porque a intuição linguística do falante,
o seu conhecimento nativo da língua, é tão poderoso que, mesmo sendo bombardeado
diariamente pela televisão, ele vai manter a sua maneira de falar, a menos que seja muito
conscientizado de que precisa trocar aquela fala, se houver um trabalho de reeducação
dialetal dele, que é o que a escola tenta fazer.”
78
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
79
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
Reescrever Escrever
Revisar
UNI
80
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
81
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
UNI
82
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
NOTA
ATENCAO
83
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
• Ilustração coloridas.
• Recortes de revistas e jornais.
• Charges.
• Textos jornalísticos.
• Fotografias.
• Gráficos.
• Formação de recursos gráficos midiáticos.
• Envolve textos e atividades atrativas para os estudantes.
• Linguagem apropriada a faixa etária.
• Aproximação com a realidade dos estudantes.
Vida em família
Atividades de
composição Adolescência
textual
Efeito da
Comportamento
publicidade
Cultura
84
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
85
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
ATENCAO
86
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
UNI
Preparação de aulas:
88
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
NOTA
89
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Magda Soares defende o livro de estudos na sala de aula, mas alerta que
“O livro de estudos é necessário e eficaz, mas se deixar dirigir, exclusivamente,
por ele, é renunciar à liberdade que o professor tem, pode e deve ter”. Leia a
seguir a entrevista de Magda Soares:
Magda Soares – Uma das críticas feitas ao livro de estudos – e aqui continuo
a rebater essas críticas – é que ele tira a autonomia e liberdade do professor para
buscar ou criar, ele mesmo, o material e as atividades com os quais desenvolve o
processo de ensino e de aprendizagem. Um dos pontos falhos dessa crítica é que
ela não considera, eu até diria “não respeita”, as condições de trabalho que são
dadas ao professor no Brasil, hoje. Outro ponto falho é que não é propriamente
o livro de estudos que tira a autonomia e liberdade do professor. O professor
que se deixa dirigir exclusivamente pelo livro de estudos está renunciando à
90
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
autonomia e à liberdade que tem, que pode ter e que deve ter. Essa autonomia
e liberdade estão garantidas quando o professor usa o livro de estudos apenas
como um instrumento de trabalho, lançando mão dos textos e das atividades
que o livro propõe como uma facilitação de seu trabalho: alguém – o autor ou os
autores do livro de estudos – com mais tempo, mais vagar e quase sempre mais
experiência, oferece a ele suporte para a realização de sua tarefa – selecionou
textos adequados, informações necessárias, atividades apropriadas, o que exige
busca, pesquisa, reflexão, coisas para as quais o professor dificilmente teria tempo
ou condições.
91
UNIDADE 2 | A ORALIDADE: UMA INTERAÇÃO LINGUÍSTICA
Por quê?
Magda Soares – Há várias razões para isso. Uma delas é que, enquanto até a
década de 60 eram poucos os livros didáticos oferecidos no mercado, a partir dessa
década, como consequência da grande expansão do número de escolas e, portanto,
do número de alunos e professores, cresce o número de consumidores do livro de
estudos e, por causa desse novo e promissor mercado, multiplicam-se os autores,
os editores e, portanto, as obras – a escolha se dispersa entre várias obras, uma
obra é logo substituída por outra. Outra razão, esta talvez mais importante, é que o
avanço e a mudança dos conhecimentos e habilidades no mundo contemporâneo
92
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
são tão rápidos que quase se pode afirmar que o que se está ensinando hoje estará
provavelmente ultrapassado no ano que vem. Sendo assim, os livros didáticos,
que não podem conter conceitos ou informações que se tornaram errados ou
inadequados, que devem incorporar novas concepções de aprendizagem, novas
metodologias, novos recursos, costumam ficar em pouco tempo ultrapassados e
saem do mercado ou são substituídos por nova versão que atualize a anterior.
Magda Soares – Em um país que tem um pouco a mania dos “dias nacionais”
para comemorar as mais diferentes coisas, não poderia deixar de existir um Dia
Nacional do Livro de estudos, como forma de reconhecer e valorizar esse tipo de
livro que vem sendo, como defendi ao longo dessa entrevista, um fundamental
instrumento de trabalho para o ensino e a aprendizagem escolar, um importante
coadjuvante da formação das novas gerações, uma contribuição significativa ao
trabalho do professor.
93
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
94
• O Programa Gestão de Aprendizagem (GESTAR) é uma proposta de formação
continuada para professores de Língua Portuguesa e de Matemática,
objetivando a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.
95
AUTOATIVIDADE
96
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos. Em cada um você encontrará
atividades para maior compreensão das informações apresentadas.
97
98
UNIDADE 3
TÓPICO 1
A LEITURA E O LEITOR
1 INTRODUÇÃO
Tenho o livro aberto diante de mim, sobre a mesa. O autor, cujo rosto
vi no belo frontispício, está sorrindo com satisfação e sinto que estou
em boas mãos.Sei que, à medida que avançar pelos capítulos, serei
apresentado àquela antiga família de leitores, alguns famosos, muitos
obscuros, do qual faço parte. Aprenderei suas maneiras e as mudanças
nessas maneiras, e as transformações que sofreram enquanto levaram
consigo, como os magos de outrora, o poder de transformar signos
mortos em memória viva. Lerei sobre seus triunfos e perseguições,
sobre suas descobertas quase secretas. E, no final, compreenderei
melhor quem eu__leitor__sou.(Alberto Manguel)
99
UNIDADE 3 | A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
100
TÓPICO 1 | A LEITURA E O LEITOR
3 A INTERTEXTUALIDADE
A intertextualidade remete-nos a uma relação entre textos que permite
que um derive de outro e que se estabeleça especialmente no literário. A
intertextualidade é inerente ao contexto de criação pela agregação de elementos
que podem ser reiterados com as diferentes retomadas que deles se fazem. O
conceito de diálogo entre os textos foi proposto por Bakhtin (1997, p. 41) ao estudar
o romance e apresentar a noção de dialogismo: “diálogo ao mesmo tempo interno e
externo à obra, que estabelece relações com as diferentes vozes internas e com os
diferentes textos sociais”. Para o estudioso em questão, a intertextualidade abarca
o texto e o leitor, diálogo entre diferentes vozes e diferentes textos. Com base nos
estudos de Bakhtin, Kristeva (1974) apresentou o conceito de intertextualidade,
com o objetivo de agregar as ideias do teórico em relação ao dialogismo, ou seja,
“[...] todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é absorção e
transformação de outro texto” (KRISTEVA, 1974, p. 64).
101
UNIDADE 3 | A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
102
TÓPICO 1 | A LEITURA E O LEITOR
Música Literatura
Publicidade e Obras de
Propaganda artes
Cinema
Intertextualidade na poesia
103
UNIDADE 3 | A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
4 A LEITURA DE IMAGEM
Pode-se dizer que, de modo geral, as ilustrações contidas nos livros
têm por finalidade propiciar o entretenimento, a informação e a promoção do
prazer estético, de modo particular no livro destinado a jovens leitores, devido
à importância que desempenha na formação educacional da criança e porque
exerce um forte papel como mediador de aprendizagem da linguagem. Nos livros
contemporâneos, percebe-se um planejamento gráfico e que há imagens ganhando
estatuto de arte pelo aprimoramento de suas qualidades estéticas, solidificando,
assim, sua posição como parte do texto. Ela é, também, portadora de linguagens
que estabelecem referências, diferentes daquelas dos textos escritos.
104
TÓPICO 1 | A LEITURA E O LEITOR
105
UNIDADE 3 | A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
capazes de criar hábitos culturais. Sobre isso, Saraiva (2001, p. 23) argumenta que
“a preparação do leitor efetivo passa pela adoção de um comportamento em que
a leitura deixe de ser atividade ocasional para integrar-se à vida do sujeito como
necessidade imperiosa, de que decorrem prazer e conhecimento”. A escola, nessa
perspectiva, deve conceber a leitura como prioridade e atividade que proporciona
prazer e subsídio para a produção de textos escritos. Desse modo, a atividade de
leitura e escritura exige formas de mediação do professor com vistas a estabelecer
um maior conhecimento e interação da criança durante esses processos.
106
TÓPICO 1 | A LEITURA E O LEITOR
UNI
107
UNIDADE 3 | A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
Essa é uma tarefa árdua para professor e alunos. Exige ler, reler, identificar
o que não está bem claro e os aspectos que devem ser melhorados no texto. Por
isso, o professor precisa incentivar e auxiliar seus alunos a vencerem esse desafio.
108
RESUMO DO TÓPICO 1
• A intertextualidade nos remete a uma relação entre textos que permite que
um derive de outro. O conceito de diálogo entre os textos foi proposto por
Bakhtin.
110
UNIDADE 3
TÓPICO 2
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
1 INTRODUÇÃO
No contexto educativo, o professor exerce um papel relevante ao propor
a leitura em sala de aula, sendo que esse ato aguça a curiosidade e a criticidade,
maneira pela qual fomenta a autonomia do aluno.
111
UNIDADE 3 | A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
[...] fazer com que os alunos aprendam a ler corretamente. Isto é lógico,
pois a aquisição da leitura é imprescindível para agir com autonomia
nas sociedades letradas, e ela provoca uma desvantagem profunda nas
pessoas que não conseguiram realizar essa aprendizagem (SOLÉ, 1998,
p. 32).
112
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE LEITURA
3 PRÁTICAS DE LEITURA
Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda
o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito,
identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre
o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos
podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua
leitura a partir da localização de elementos discursivos que permitam
fazê-lo (BRASIL, 2001, p. 36).
113
UNIDADE 3 | A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
Previsão e
antecipação do
ato de ler
Sistematização
Leitura pontual
de informações
Resumo e
esquematização
UNI
Olá acadêmico!
114
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE LEITURA
para que o sujeito possa estabelecer relações entre o que sabe com o que irá ler,
pelas possíveis inferências. A leitura é “[...] uma atitude de expectativa prévia com
relação ao conteúdo referencial do texto, isto é, mostrar à criança que, quanto mais
ela previr o conteúdo, maior será a sua compreensão” (KLEIMANN, 1996, p. 151).
115
UNIDADE 3 | A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
Outra estratégia aliada ao ato de ler e escrever é o resumo do texto, que consiste
em efetuar uma síntese breve e concisa do conteúdo, deixando de lado os detalhes e
dados secundários. O resumo deve conter as palavras de quem o elabora, ou seja, é o
resultado da leitura de um texto. Deve ser compreensível, estruturado coerentemente
de acordo com o argumento e as ideias devem ser apresentadas em ordem lógica,
tendo uma relação entre elas. Essa é uma prática a ser realizada na sala de aula, pois,
segundo Solé (1998, p. 93), caracteriza-se por “ser muito seletiva, à medida que deixa de
lado grande quantidade de informações como requisito para encontrar a necessária”.
116
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Dileta Delmanto
117
UNIDADE 3 | A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
Por isso, entre outros papéis que deve desempenhar, a escola precisa
se preocupar cada vez mais com a formação de leitores. Mas com que tipo
de leitores? Que sejam capazes de mobilizar que tipos de procedimento
e habilidade? Que atividades devem ser selecionadas para que os alunos
desenvolvam as capacidades envolvidas no ato de ler?
Em primeiro lugar, precisamos ter em mente que não basta ensinar a ler
e a escrever: é necessário desenvolver o grau de letramento dos alunos, dirigindo
o trabalho para práticas que visem à capacidade de utilizar a leitura (e a escrita)
para enfrentar os desafios da vida em sociedade e, com o conhecimento adquirido,
continuar aprendendo e se desenvolvendo ao longo da vida.
Antes da leitura
118
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Durante a leitura
Depois da leitura
119
RESUMO DO TÓPICO 2
120
AUTOATIVIDADE
121
122
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
É importante lembrar que a tecnologia na escola, entendida aqui como
o uso do computador, não nos apresenta respostas para o que e como ensinar,
mas abarca ferramentas que podem ser utilizadas em sala de aula. Sendo assim,
delineia-se uma prática reflexiva com pedagogias diferenciadas, que emergem da
e na contemporaneidade. Neste tópico discutiremos sobre algumas possibilidades
advindas a partir dessas ferramentas no espaço escolar.
Nesse sentido, podemos afirmar que, com o advento dos meios digitais,
configura-se um novo contexto educacional, que exige elaboração, estudo e
configuração de novos conceitos e práticas pedagógicas.
123
UNIDADE 3 | A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
Se, por um lado, existem esses benefícios advindos do ambiente virtual, a que
se considerar que muitos professores se sentem despreparados para otimizarem os
recursos oferecidos pelas tecnologias da informação. Conforme afirma Gatti (1993),
necessário se faz que professores e diretores tenham a possibilidade de conhecer,
compreender e, diante disso, escolher as formas de uso a serem exploradas pelas
tecnologias da informação e comunicação em sala de aula.
124
TÓPICO 3 | ATIVIDADES COM GÊNEROS TEXTUAIS A PARTIR DE SUPORTES MIDIÁTICOS
3 O HIPERTEXTO
O ciberespaço também provocou mudanças significativas nas relações
entre a memória social, um espaço interativo e receptivo no qual vários autores/
leitores, através da hipertextualidade, interagem e desenham novas formas de
ler, escrever, de organizar o conhecimento. Nesse sentido, necessário se faz
repensar sobre o desafio do professor com vistas a uma proposta que integre
mais essa ferramenta interativa.
125
UNIDADE 3 | A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
NOTA
NOTA
Nos livros, o hipertexto fica limitado ao espaço do papel que o leitor tem em mãos. No
meio digital, por sua vez, existe a possibilidade de acesso à intertextualidade, pela navegação
em um grande banco de dados. Além disso, o leitor se movimenta pela rede de textos
interconectados.
FIGURA 2 - CHARTIER
127
UNIDADE 3 | A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
DICAS
128
TÓPICO 3 | ATIVIDADES COM GÊNEROS TEXTUAIS A PARTIR DE SUPORTES MIDIÁTICOS
129
UNIDADE 3 | A ESCOLA COMO ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
Após essa, etapa a turma assistirá a um filme, que poderá ser escolhido
pela classe. Ao final da sessão, necessário se faz retomar a discussão sobre os
aspectos anteriormente mencionados, considerando essas e outras variáveis desse
veículo de comunicação, no qual a imagem ocupa lugar de destaque. O professor
poderá propor que os alunos escrevam no blog da turma uma síntese do filme,
sem que o final seja anunciado.
As charges podem também ser ferramentas, uma vez que o contato com
esse gênero textual, leve e agradável, possibilita uma familiaridade com o ato de
ler. Trata-se de um desenho humorístico com ou sem legenda. O tema reflete um
acontecimento atual sob a forma de crítica, ironizando, por vezes, as personagens
envolvidas através da caricatura. Sendo assim, pode ser entendida como um meio
de protesto e crítica através de argumentos lógicos que possam convencer o leitor.
130
TÓPICO 3 | ATIVIDADES COM GÊNEROS TEXTUAIS A PARTIR DE SUPORTES MIDIÁTICOS
131
RESUMO DO TÓPICO 3
• Uma proposta elaborada a partir do uso das tecnologias deve ser avaliada
cuidadosamente, provocar a revisão de posturas dos agentes escolares e o
consequente aprimoramento de suas práticas.
• O hipertexto é uma escrita não sequencial, um texto que bifurca, que permite
ao leitor escolher e que pretende ler em uma tela interativa.
132
AUTOATIVIDADE
133
134
REFERÊNCIAS
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Salvador, p. 59-66, jun. 2003.
VAL, Dijk. Tex and context. In: KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça.
Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2004.
139
140
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta primeira unidade está dividida em três tópicos. No final de cada tópico,
você encontrará atividades que lhe possibilitarão o aprofundamento de
conteúdos sobre as temáticas abordadas. Lembre-se de realizá-las!
141
142
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A matemática está presente na vida do homem desde a pré-história,
quando ele sentiu necessidade de contar. De lá para cá, ela foi sendo estudada
e aprofundada, passando por diferentes fases e descobertas. Em educação,
ela passou da matemática tradicional à matemática que temos hoje. Para que
possamos compreender essa trajetória e todos os aspectos inerentes a esta
disciplina na atualidade, é necessário conhecer seu processo de construção ao
longo do tempo, pois a matemática como se configura hoje é o resultado de
processos construídos anteriormente que, com o passar do tempo, foram sendo
modificados e reconstruídos. Vale à pena conhecer essa história!
DICAS
143
UNIDADE 1 | REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA
1929- Com base nas ideias do alemão Felix Klein, Euclides Roxo, diretor do
Colégio Pedro II, propõe a criação da disciplina de Matemática (até então,
aritmética, álgebra e geometria eram ministradas separadamente).
144
TÓPICO 1 | DA MATEMÁTICA TRADICIONAL À MATEMÁTICA ATUAL
Tradicional
Escola Nova
A partir dos anos 1920, atingiu sobretudo as séries iniciais. Foi colocada em
prática principalmente em escolas particulares, com o aluno no centro do
processo de aprendizagem.
Foco: Trabalhar o conteúdo com base na iniciativa dos estudantes em resolver
problemas que surgem em um rico ambiente escolar.
Estratégias de ensino: Jogos e modelos para aplicar em situações cotidianas.
Matemática Moderna
145
UNIDADE 1 | REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA
Didática da Matemática
Começou nas décadas de 1970 e 1980, com autores como Guy Brousseau e
Gérard Vergnaud.
Foco: Construir conceitos e estratégias para resolver problemas.
Estratégias de ensino: Alunos devem discutir em grupo, justificar escolhas e
registrar as hipóteses.
Etnomatemática
4 A MATEMÁTICA TRADICIONAL
Para compreender a matemática atual, você precisa saber como se dava a
matemática tradicional, trazida ao Brasil pelos portugueses.
FONTE: A autora
146
TÓPICO 1 | DA MATEMÁTICA TRADICIONAL À MATEMÁTICA ATUAL
147
UNIDADE 1 | REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA
148
TÓPICO 1 | DA MATEMÁTICA TRADICIONAL À MATEMÁTICA ATUAL
149
RESUMO DO TÓPICO 1
150
AUTOATIVIDADE
Antes de ser acadêmico do curso de Pedagogia, você já foi aluno, não é mesmo?
Procure em sua memória, a lembrança dos professores de matemática que teve,
desde a primeira série do Ensino Fundamental até a terceira série do Ensino
Médio. Tente estabelecer uma relação entre a postura que os professores
adotavam, encaixando-os à matemática tradicional ou moderna/atual. Faça
uma lista, seguindo o seguinte esquema:
151
152
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você poderá conhecer um pouco mais a respeito dos
documentos norteadores da Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino
Fundamental. Estes documentos são importantes referenciais, pois auxiliam
professores de todas as áreas em suas respectivas disciplinas e níveis de ensino,
servindo como um norte, dando-lhes a direção de qual caminho seguir, ou seja,
de quais conteúdos ensinar aos seus estudantes.
DICAS
Neste caderno você terá apenas uma síntese do que estes importantes
documentos trazem em relação ao ensino da matemática na Educação Infantil e nas Séries
Iniciais. Seria bem interessante você conhecê-los na íntegra. Faça uma visitinha à biblioteca
de seu polo, garantimos que valerá a pena!
153
UNIDADE 1 | REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA
154
TÓPICO 2 | DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA
ATENCAO
155
UNIDADE 1 | REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA
QUADRO 3 – PRINCÍPIOS
156
TÓPICO 2 | DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA
o assunto é educação com excelência. Eles deveriam servir como uma lista de
objetivos a serem alcançados pelos profissionais ao longo de seu trabalho com as
crianças. Fica à dica!
O aluno deve ser ouvido, deve ter participação ativa em seu processo de ensino
e aprendizagem, deve ver a matemática com bons olhos e aprender a gostar dela,
pela influência positiva que ela exercerá em sua vida, “como um conhecimento que
pode favorecer o desenvolvimento de seu raciocínio, de sua capacidade expressiva,
de sua sensibilidade estética e de sua imaginação” (BRASIL, 2000, p. 31).
157
UNIDADE 1 | REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA
DICAS
Os temas transversais são cinco, mas de acordo com Brasil (2000, p. 35),
“cada escola pode desenvolver projetos envolvendo outras questões consideradas
de relevância para a comunidade”.
Ética
Pluralidade Orientação
Cultural Sexual
Meio
Saúde
Ambiente
158
TÓPICO 2 | DOCUMENTOS NORTEADORES DO ENSINO DA MATEMÁTICA
ATENCAO
159
RESUMO DO TÓPICO 2
• O aluno deve ser ouvido e ter valorizado o seu conhecimento prévio, deve
ter participação ativa em seu processo de ensino e aprendizagem, deve ver a
matemática com bons olhos e aprender a gostar dela, pela influência positiva
que ela exercerá em sua vida.
160
AUTOATIVIDADE
161
162
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Este tópico trabalhará diretamente com dois pontos de vista: tanto o
de quem aprende, quanto o de quem ensina e nesse papel dois seres serão os
protagonistas: o professor e o aluno. Ambos aprendem e ensinam e por isso,
trataremos do processo ensino e aprendizagem com estes dois enfoques –
aprender para saber ensinar e ensinar para fazer aprender! Ficou claro?
Para que o trabalho seja eficaz, faz-se necessário que o aluno estabeleça
relações entre o que aprende em matemática com o que vive em seu cotidiano,
tanto dentro, quanto fora da escola. De acordo com Brasil (2000, p. 38):
163
UNIDADE 1 | REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA
• Aluno: passou de um ser passivo, que permanecia calado, ouvindo os saberes que
só poderiam vir do professor, cujos conhecimentos prévios não interessavam a
ninguém, para um ser ativo no próprio processo de construção do conhecimento.
Um sujeito capaz de aprender e ensinar, inclusive ao professor, a partir dos
conhecimentos que têm e das experiências vividas. Tornou-se protagonista,
levantando hipóteses e resolvendo problemas, sem medo de errar.
• Professor: deixou de ser o único detentor do saber e passou a ser um mediador
do conhecimento, estimulando o aluno a pensar, criar, perguntar, levantar
hipóteses, discutir e compartilhar ideias. Ele não é “mais aquele que expõe todo
o conteúdo aos alunos, mas aquele que fornece as informações necessárias, que
o aluno não tem condições de obter sozinho. Nessa função, faz explanações,
oferece materiais, textos etc.” (BRASIL, 2000, p. 40).
Vale lembrar que um professor mais tradicional não muda sua prática por
mudar, ele precisa acreditar na importância dessa mudança de postura, tanto para
ele quanto para seus estudantes. E como ele fará isso? Conhecendo, pesquisando
e deixando de lado velhos paradigmas. É a pesquisa que nos leva a compreender
a interação entre a teoria e a prática em nossas ações pedagógicas. De acordo com
D’Ambrósio (1996, p. 79-80):
O professor que insistir no seu papel de fonte e transmissor de
conhecimento está fadado a ser dispensado pelos alunos, pela escola
e pela sociedade em geral. O novo papel do professor será o de
gerenciar, de facilitar o processo de aprendizagem e, naturalmente, de
interagir com o aluno na produção e crítica de novos conhecimentos, e
isso é essencialmente o que justifica a pesquisa.
164
TÓPICO 3 | O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
Diante de tudo isso, devemos nos perguntar também que tipo de sujeito
queremos formar, ou seja, qual o perfil desejável aos alunos de um novo professor
pesquisador. Para um professor pesquisador, nada melhor que alunos curiosos,
questionadores e desafiadores, não é verdade? Que tal então, uma educação que
valorize a investigação?
165
UNIDADE 1 | REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA
Estabelecer Contato
Perceber
Reconhecer
Posicionar-se
Pensar alto
ALUNO Reformular PROFESSOR
Desafiar
Avaliar
QUADRO 4 – RESUMO DA CI
Estabelecer contato: Significa sintonizar um no outro para começar a cooperação. Essa é a
primeira condição da investigação mútua.
Perceber: Após estabelecer uma atenção mútua, o professor pode perceber a perspectiva do aluno,
examinando, por exemplo, como ele entende certo problema. Talvez seja difícil para o aluno
expressar sua ideia matematicamente, ou, em geral, expressar a perspectiva que ele quer estabelecer
para o problema. O professor pode atuar como um facilitador ao fazer perguntas com uma postura
investigativa, tentando conhecer a forma com que o aluno interpreta o problema.
Reconhecer: Quando o aluno torna-se apto a expressar-se em sua própria perspectiva, então ela pode
ser reconhecida em termos matemáticos, não somente pelo professor, mas também pelo aluno. Assim, o
processo de reconhecimento fornece recursos para investigações posteriores.
Posicionar-se: Significa levantar ideias e pontos de vistas não como verdades absolutas, mas
como algo que pode ser examinado. Um exame pode levar a reconsideração das perspectivas ou
a novas investigações.
166
TÓPICO 3 | O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
Pensar alto: Muitas perspectivas podem vir a se tornar conhecidas de todos quando se pensa alto,
já que ganham visibilidade na parte mais tangível da comunicação. Isso significa que elas passam
a poder ser investigadas.
Reformular: O professor pode ajudar a esclarecer perspectivas dos alunos ao reformulá-las. Por
exemplo, o professor pode reformular as perspectivas para ter certeza que entendeu o que os
alunos dizem. Reformulação pode ser feita, obviamente, pelos alunos também, para confirmarem
seu entendimento da perspectiva do professor. É essencial que os alunos tenham a oportunidade
de reformular as afirmações do professor. Esse é um processo que se busca um entendimento
comum sobre o problema.
Desafiar: Esclarecer perspectivas é uma precondição para que se possa desafiar de forma
“qualificada”. O professor pode fazer o papel de oponente tanto quanto o de parceiro. O
importante é que o professor saiba exercer os dois a ponto de reforçar a autoconfiança do aluno.
O desafio deve estar à altura do entendimento do aluno – nem mais nem menos. Além disso,
é importante que o professor também esteja pronto para ser desafiado. Fazer desafios pode
acontecer em ambas as direções.
Avaliar: Avaliar as perspectivas do professor e do aluno faz parte do processo investigativo. Eles
enxergam o mesmo problema? Eles encaram o problema com base no mesmo ponto de vista?
Eles tentam resolvê-lo da mesma forma? Mal-entendidos e outras discrepâncias podem acontecer
abertamente na comunicação professor-aluno. Por exemplo, os participantes podem perceber
que a perspectiva do professor está relacionada com uma análise geral do problema, ao passo
que o aluno pensa no problema como algo concreto e prático. O objetivo não é estabelecer uma
perspectiva “correta”, mas chegar a um propósito comum para o processo de investigação. A
questão do que está “certo” ou “errado” não pode prevalecer no processo de investigação.
167
UNIDADE 1 | REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA
• Perceber que além de buscar a solução para uma situação proposta devem
cooperar para resolvê-la e chegar a um consenso.
• Saber explicitar o próprio pensamento e tentar compreender o pensamento do
outro.
• Discutir as dúvidas, assumir que as soluções dos outros fazem sentido e
persistir na tentativa de construir suas próprias ideias.
• Incorporar soluções alternativas, reestruturar e ampliar a compreensão acerca
dos conceitos envolvidos nas situações e, desse modo, aprender.
168
TÓPICO 3 | O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
Após essa reflexão, cabe aqui uma provocação: existe algo novo que você
queira aprender e que vem deixando esquecido dentro de você? Por exemplo:
Quer aprender música? Quer aprender a tocar algum instrumento? Quer aprender
teatro? Quer aprender culinária? Quer aprender ainda mais sobre informática
ou sobre a sua futura profissão? Qualquer que seja o seu desejo, vá à luta, pois
pessoas com vontade de aprender transformam o mundo!
O aluno, assim como nós adultos, aprende quando junta aquilo que já
sabia (conhecimento prévio), com algo novo que está aprendendo, sendo capaz de
estabelecer relações entre estes dois aspectos e construindo o próprio conhecimento.
É neste sentido que afirmamos que a construção de qualquer conhecimento
pelo aluno estará profundamente relacionada à sua estrutura cognitiva,
ou seja, ao conjunto de ideias e de propriedades organizacionais
(habilidades de estabelecer relações) que o aluno já tenha construído com
suas experiências de vida (MORETTO, 2009, p. 50).
169
UNIDADE 1 | REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA
170
RESUMO DO TÓPICO 3
• A matemática aparece na vida das crianças quando elas ainda não têm a menor
noção de números ou cálculos. Mesmo assim elas são capazes de reconhecer e
resolver problemas, usar o raciocínio lógico e organizar informações.
• Para que o trabalho seja eficaz, faz-se necessário que o aluno estabeleça relações
entre o que aprende em matemática com o que vive em seu cotidiano, tanto
dentro, quanto fora da escola.
• Para que o professor seja capaz de ensinar e se fazer compreender pelos alunos,
ele antes precisa aprender de verdade aquele conteúdo, ou seja, internalizar
aquele conceito.
• Apreender é tomar aquele conhecimento para si; é saber o que fazer com aquilo
que se sabe; é utilizar aquele novo saber, para melhor conviver com as pessoas
e com o mundo a nossa volta; é dar sentido à aprendizagem.
171
• Conforme Moretto (2009, p. 50-52), “Se aprender é construir significado, ensinar
é mediar esta construção”. Para ele, “oportunizar aos alunos a construção de
conhecimentos não é apenas transmitir-lhes informações e sim organizar o
contexto da apresentação de conhecimentos socialmente construídos de modo
a facilitar ao aluno a aprendizagem significativa de conteúdos relevantes”.
172
AUTOATIVIDADE
173
174
UNIDADE 2
FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta segunda unidade está dividida em três tópicos. No final de cada tópico,
você encontrará atividades que lhe possibilitarão o aprofundamento de con-
teúdos sobre as temáticas abordadas. Lembre-se de realizá-las!
175
176
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Diante da frase de Emilia Ferreiro, aumenta ainda mais a nossa
responsabilidade de educadores, a de não causar este dano às crianças, o dano
das respostas prontas. Não se preocupe, colega acadêmico, logo você entenderá
o que queremos dizer com isso.
Bons estudos!
Talvez por isso seja tão difícil ensinar algo novo aos pequenos, já que estes
não conseguem aprender conteúdos ouvindo, eles precisam fazer para aprender.
Por exemplo: se a professora chegar à sala e disser que eles farão um bolo, em
menos de um minuto, todos estarão de pé, ao lado da bacia, querendo quebrar
os ovos e mexer a receita com a colher de madeira que encontra-se ao lado da
bacia. Eles não terão paciência de ouvir toda a parte teórica: receita, modo de
preparo, tempo de cozimento etc. Isso acontece porque eles querem desenvolver
habilidades e não acumular conteúdos.
178
TÓPICO 1 | A ESTIMULAÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO MATEMÁTICO DESDE A EDUCAÇÃO INFANTIL
179
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
FIGURA 3– OBSERVAÇÃO
HABILIDADE: CONHECER
HABILIDADE: COMPREENDER
180
TÓPICO 1 | A ESTIMULAÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO MATEMÁTICO DESDE A EDUCAÇÃO INFANTIL
HABILIDADE: COMPARAR
FIGURA 6 – COMPARANDO
181
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
HABILIDADE: SEPARAR/REUNIR
HABILIDADE: CONSULTAR/CONFERIR
182
TÓPICO 1 | A ESTIMULAÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO MATEMÁTICO DESDE A EDUCAÇÃO INFANTIL
FIGURA 9 – SERIAÇÃO
183
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
HABILIDADE: MEDIR
184
TÓPICO 1 | A ESTIMULAÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO MATEMÁTICO DESDE A EDUCAÇÃO INFANTIL
HABILIDADE: RELATAR
HABILIDADE: COMBINAR
FIGURA 13 – COMBINAÇÕES
185
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
HABILIDADE: TRANSFERIR
HABILIDADE: DEMONSTRAR
HABILIDADE: CRIAR
186
TÓPICO 1 | A ESTIMULAÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO MATEMÁTICO DESDE A EDUCAÇÃO INFANTIL
3 A INTELIGÊNCIA LÓGICO-MATEMÁTICA
Todos nós, certamente, já ouvimos falar em algum momento de nossas vidas
ou de nossas leituras, que não existe um único tipo de inteligência. Conhecemos,
mesmo que superficialmente, a teoria das múltiplas inteligências, defendida por
Howard Gardner, certo? Dentre as inteligências, destacamos: linguística, lógico-
matemática, espacial, musical, cinestésico-corporal, naturalista, intrapessoal e
interpessoal.
DICAS
Se você ficou interessado em saber mais sobre cada uma destas inteligências e
sua aplicabilidade com as crianças, sugerimos a leitura do livro “Jogos para a Estimulação das
Múltiplas Inteligências” de Celso Antunes. É uma obra muito interessante, vale à pena conhecer!
Julgamos relevante explanar pelo menos um pouco sobre cada uma destas
inteligências, antes de nos direcionarmos àquela que de fato, neste caderno, nos
interessa, a lógico-matemática.
187
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
Prezado acadêmico, vale lembrar que ninguém precisa ser bom em tudo!
Antunes (1998, p. 74-75) nos traz dicas preciosas de como estimular a criança
a pensar. Traremos um resumo dessas sugestões essenciais ao nosso trabalho, para
todas as áreas do conhecimento, não só para a matemática, acompanhe:
188
TÓPICO 1 | A ESTIMULAÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO MATEMÁTICO DESDE A EDUCAÇÃO INFANTIL
Para que isso não aconteça, basta tornar as aulas momentos de aprendizagem,
com muita criatividade e imaginação, por meio de jogos, brincadeiras, atividades
concretas, momentos de investigação e resolução de problemas. Enfim, tornar a
matemática viva e atuante na vida destes pequenos pensadores.
TUROS
ESTUDOS FU
189
RESUMO DO TÓPICO 1
• De acordo com Antunes (1998, p. 14), “Os cinco primeiros anos de vida de um
ser humano são fundamentais para o desenvolvimento de suas inteligências”.
190
AUTOATIVIDADE
191
192
UNIDADE 2
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, considerações relevantes já foram escritas neste
caderno de estudos para lhe dar uma boa noção em relação ao processo de ensinar e
aprender, quando o assunto é matemática, não é mesmo? Vimos também a história
da matemática, os documentos que norteiam sua prática dentro das instituições
de ensino, as habilidades operatórias, a inteligência lógico-matemática, enfim,
muitas dúvidas já foram esclarecidas.
193
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
FIGURA 15 – CONTANDO
Vida diária: a quantificação constitui uma parte inevitável da vida diária. Por
exemplo:
194
TÓPICO 2 | A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE NÚMERO
195
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
3 SENTIDO NUMÉRICO
Os números podem ser apresentados de diferentes formas e em diferentes
contextos, para a criança, de acordo com a informação que trará, ou seja, o mesmo
número pode nos trazer diferentes informações, por exemplo: “[...] o número 3
pode significar R$3,00 (valor monetário), 3 camisas (quantidade) ou 3 metros
(distância)” (BIGODE; FRANT, 2011, p. 8).
196
TÓPICO 2 | A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE NÚMERO
TUROS
ESTUDOS FU
197
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
198
RESUMO DO TÓPICO 2
• A contagem livre pode até ser memorizada pela criança, muitos professores
até incentivam isso, na oralidade, leitura ou escrita, porém, conforme Kamii
(1990, p. 40), “é muito mais importante que ela construa a estrutura mental de
número. Se a criança tiver construído esta estrutura terá maior facilidade em
assimilar os signos a ela”.
• Além de saber contar até 10, a criança precisa perceber a relação entre cada
número com a quantidade que ele representa, em objetos, por exemplo: se
pedirmos para ela buscar cinco objetos, ela deverá buscar corretamente, os
cinco.
199
AUTOATIVIDADE
200
UNIDADE 2
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Uma das maiores reclamações na sala dos professores refere-se a questão
da interpretação, ou melhor, da falta dela, por parte dos alunos. Vale lembrar que
isto não acontece apenas nas aulas de matemática, pois o professor de história, o
de geografia, o de ciências e o de língua portuguesa, também reclamam muito da
“incapacidade” dos alunos interpretarem o que pede dada questão, especialmente
na hora das avaliações.
201
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
FIGURA 18 – REFLEXÕES
202
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
203
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
204
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
- Isso eu não vou lhe responder, querido(a)! Leia bem o problema (várias vezes
se for preciso) e você mesmo(a) descobrirá. Você é capaz disso sem a minha
ajuda! Tente!
205
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
Vamos a elas!
206
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
207
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
208
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
209
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
Para relembrar:
210
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
211
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
DICAS
212
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
LEITURA COMPLEMENTAR
“Meus alunos não leem o enunciado com atenção. Outros não têm tanta
habilidade de leitura e não conseguem interpretá-lo.” Certamente você já ouviu
frases como essas - ou até mesmo falou isso em algum momento. Mas existe outro
fator que deve ser levado em conta quando o assunto é resolução de problemas:
o domínio dos conteúdos matemáticos.
O primeiro passo é saber que ele deve ser usado para ensinar um
conhecimento novo - e não propor um treino ou uma repetição de algo já sabido -
e que a resposta do aluno deve mostrar quais conhecimentos ele usa para resolvê-
lo, conforme explica Maria Clara Galvão, professora do 4º ano da Escola da Vila,
em São Paulo, e formadora de educadores na mesma instituição.
O segundo passo é garantir que seja bem escrito, claro e procure não
dar margem a ambiguidades. “E não é uma questão de facilitar a linguagem ou
simplificar os conceitos”, explica Leika Watabe, assessora técnica educacional da
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
213
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
214
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
apenas dados da vida cotidiana dos alunos seja a solução. Os riscos são afastá-
los de contextos puramente matemáticos ou de chamar mais a atenção sobre o
tema do que sobre o problema em questão.
Exemplos de enunciados
3º ano
3º ano
a) Comprei 6 cadernos por 5 reais cada um e paguei no caixa de número 4. Quanto gastei?
215
UNIDADE 2 | FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA
3º ano
O padeiro precisa preparar 360 pães. Se 245 já estão prontos, faltam assar
quantos? Escolham os cálculos que sirvam para resolver esse problema:
a) 360 + 245
b) 360 - 245
c) 245 + 100 + 15
4º ano
180 10 180 5
18 36
150 15 30 15
10 2
Essas duas formas de resolver servem para saber quantas crianças ficaram
em cada quarto?
216
TÓPICO 3 | ENSINAR E APRENDER MATEMÁTICA POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
5º ano
É possível discutir essas quantias, sem fazer a conta, de tal modo que
todos recebam a mesma quantia?
5º ano
FONTE: SOARES, Wellington. Seus alunos sabem interpretar problemas? Revista Nova Escola,
São Paulo, n. 254, 2012. Reportagem de Beatriz Santomauro. Disponível em: <http://revistaescola.
abril.com.br/fundamental-1/seus-alunos-sabem-interpretar-problemas-matematica-697607.
shtml?page=1>. Acesso em: 11 jan. 2016.
217
RESUMO DO TÓPICO 3
218
• Por meio de problemas é possível perceber a lógica, o caminho e o raciocínio
utilizado pelo aluno para chegar ao resultado, e todo este processo precisa
ser levado em consideração e avaliado pelo professor, não apenas o resultado
final. Ao contrário dos exercícios, em que apenas o resultado final é expresso e
interessa ao professor.
219
AUTOATIVIDADE
220
UNIDADE 3
CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta terceira unidade está dividida em três tópicos. No final de cada tópico,
você encontrará atividades que lhe possibilitarão o aprofundamento de con-
teúdos sobre as temáticas abordadas. Lembre-se de realizá-las!
221
222
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Não há como negar que nos últimos anos a Educação Infantil conquistou um
espaço considerável nas discussões de educadores de todo o país, não é verdade?
Hoje, o currículo considera que nesta etapa da educação, há muito mais espaço
para “o educar” do que simplesmente “o cuidar”. E, partindo desse pressuposto, não
leva em conta apenas uma lista de objetivos e conteúdos, mas oferece experiências
que favoreçam o diálogo, a investigação, a descoberta e a curiosidade.
Tudo muito bom, mas diante disso, você deve estar se perguntando: o que
devo ensinar para favorecer a linguagem matemática na Educação Infantil?
Portanto, não estranhe, ele será a única referência bibliográfica para este tópico,
do início ao fim. O documento fala por todos nós, estudiosos, professores e autores.
223
UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
2.1 OBJETIVOS
CRIANÇAS DE ZERO A TRÊS ANOS
224
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
2.2 CONTEÚDOS
225
UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
Orientações didáticas
226
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
FIGURA 4 – OBSTÁCULOS
227
UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
FIGURA 6 – CALENDÁRIO
• Pode-se organizar um painel com pesos e medidas das crianças para que
elas observem suas diferenças. As crianças podem comparar o tamanho de
seus pés e depois olhar os números em seus sapatos.
• O folclore brasileiro é fonte riquíssima de cantigas e rimas infantis
envolvendo contagem e números, que podem ser utilizadas como forma de
aproximação com a sequência numérica oral. São muitas as formas possíveis
de se realizar o trabalho com a Matemática nessa faixa etária, mas ele sempre
deve acontecer inserido e integrado no cotidiano das crianças
FIGURA 7 – FOLCLORE
228
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
FIGURA 8 – NÚMEROS
Orientações didáticas
229
UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
para identificar algo, antecipar resultados, contar, numerar, medir e operar. Alguns
desses usos são familiares às crianças desde pequenas e outros nem tanto.
Contagem
FIGURA 9 – CONTAGEM
230
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
FIGURA 10 – ESCONDE-ESCONDE
231
UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
232
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
233
UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
OPERAÇÕES
234
TÓPICO 1 | A LINGUAGEM MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
GRANDEZAS E MEDIDAS
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
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TÓPICO 1 | A LINGUAGEM MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Para iniciar esse processo, as crianças já podem ser solicitadas a fazer uso
de unidades de medida não convencionais, como passos, pedaços de barbante
ou palitos, em situações nas quais necessitem comparar distâncias e tamanhos:
medir as suas alturas, o comprimento da sala etc. Podem também utilizar-se de
instrumentos convencionais, como balança, fita métrica, régua etc., para resolver
problemas. Além disso, o professor pode criar situações nas quais as crianças
pesquisem formas alternativas de medir, propiciando oportunidades para que
tragam algum instrumento de casa. O uso de uma unidade padronizada, porém,
deverá aparecer como resposta às necessidades de comunicação entre as crianças,
uma vez que a utilização de diferentes unidades de medida conduz a resultados
diferentes nas medidas de um mesmo objeto.
FIGURA 16 – MEDIDAS
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
FIGURA 17 – MERCADINHO
ESPAÇO E FORMA
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TÓPICO 1 | A LINGUAGEM MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
FIGURA 18 – GEOMETRIA
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
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TÓPICO 1 | A LINGUAGEM MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
FIGURA 19 – MAQUETES
• Cada situação de cálculo constitui-se num problema aberto que pode ser
solucionado de formas diversas, pois existem diferentes sentidos da adição e da
subtração, os problemas podem ter estruturas diferentes, o grau de dificuldade
varia em função dos tipos de perguntas formuladas.
242
AUTOATIVIDADE
1 Diante do que você leu até aqui, construa uma lista de 20 verbos (ações)
que devem aparecer no incentivo à Linguagem Matemática, da Educação
Infantil. Já lhe daremos dois como exemplo.
Pensar
Investigar
2 Escolha um dos verbos de sua lista e crie um acróstico que fale sobre o
verbo escolhido, por exemplo, se você escolhesse o verbo PENSAR, ficaria
desse jeito:
Agora é sua vez! Não vale utilizar o exemplo anterior, pense e crie o
seu acróstico!
243
244
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A matemática está em tudo. Ela é a base de muitas ciências e colabora
de forma interdisciplinar com todas elas. Mesmo assim, é mal interpretada por
muitas pessoas. Por que isso acontece? Por que não gostam dela? Por que não a
compreendem em sua essência e importância? Por que temem suas aulas?
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
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TÓPICO 2 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS A SEREM TRABALHADOS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Números Naturais
Espaço e forma
Grandezas e Medidas
Tratamento da Informação
CONTEÚDOS ATITUDINAIS
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
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TÓPICO 2 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS A SEREM TRABALHADOS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Espaço e Forma
Grandezas e Medidas
Tratamento da Informação
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
CONTEÚDOS ATITUDINAIS
Caro acadêmico, são estes os conteúdos para os dois ciclos das séries iniciais
do Ensino Fundamental, na disciplina de matemática, faça bom proveito deste
conhecimento! A seguir, no Tópico 3, último tópico dessa unidade, veremos sobre
planejamento, recursos e avaliação no ensino da matemática. Continue conosco!
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RESUMO DO TÓPICO 2
• “O primeiro ciclo tem como característica geral o trabalho com atividades que
aproximem o aluno das operações, dos números, das medidas, das formas e
espaço e da organização de informações, pelo estabelecimento de vínculos com
os conhecimentos com que ele chega à escola. Nesse trabalho, é fundamental
que o aluno adquira confiança em sua própria capacidade para aprender
Matemática e explore um bom repertório de problemas que lhe permitam
avançar no processo de formação de conceitos” (BRASIL, 2000, p. 70).
• “O segundo ciclo tem como característica geral o trabalho com atividades que
permitem ao aluno progredir na construção de conceitos e procedimentos
matemáticos. No entanto, esse ciclo não constitui um marco de terminalidade
da aprendizagem desses conteúdos, o que significa que o trabalho com números
naturais e racionais, operações, medidas, espaço e forma e o tratamento da
informação deverá ter continuidade, para que o aluno alcance novos patamares
de conhecimento” (BRASIL, 2000, p. 85).
251
AUTOATIVIDADE
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UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Nos tópicos anteriores que se referiam aos conteúdos fundamentais da
Educação Infantil e das séries iniciais, não foram pertinentes as nossas opiniões,
reflexões ou comentários, pois os conteúdos apresentados foram pensados a nível
de Brasil, por especialistas e estudiosos na área e registrados em nossos principais
documentos norteadores. Aguardamos que a Base Nacional Comum Curricular
fique pronta, para saber o que muda e o que permanece. Mas enquanto isso não
acontece, os PCN e o RCNEI, merecem nosso reconhecimento, adesão e respeito.
2 PLANEJAMENTO
Planejar é fundamental, em qualquer área profissional. Não se pode
imaginar uma proposta de trabalho, que atenda todas as nossas expectativas, sem
o devido planejamento. É preciso saber o que se pretende alcançar e por quais
caminhos trilhar.
FIGURA 20 – PLANEJAMENTO
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
Um bom planejamento não deve ser feito com base nos melhores alunos
da classe, mas em relação à turma toda, ou seja, o que eles sabem e o que
precisam aprender. Desta forma, teremos uma noção real das necessidades de
aprendizagem.
Quando o professor planeja, não faz ideia dos rumos que o conteúdo ou
aquela aula tomará com seus alunos, por isso a importância da flexibilidade. Aí
entra o conhecimento, o acompanhamento, a mediação e a atenção do professor
em realizar os ajustes necessários, tanto para o avanço quanto para a retomada de
um determinado assunto.
Diante disso, sugere-se que o professor, ao final de cada aula, possa
sentar, avaliar e registrar o que aconteceu com seu planejamento, respondendo às
seguintes questões:
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TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO, RECURSOS E AVALIAÇÃO NO ENSINO DA MATEMÁTICA
Vale ressaltar, caro acadêmico, que não existem fórmulas prontas na hora
de se fazer planejamento. Desde que se saiba quais conteúdos programáticos
precisam ser trabalhados, pode-se seguir vários caminhos em busca dos
resultados, adequando-os à realidade e às necessidades de seus alunos.
3.1 JOGOS
De acordo com a frase de Celso Antunes, cabe-nos uma reflexão bem
importante em relação aos jogos, pois nem todo jogo funciona como recurso
pedagógico, isto é, alguns mantêm caráter apenas lúdico.
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
FIGURA 21 – JOGOS
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TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO, RECURSOS E AVALIAÇÃO NO ENSINO DA MATEMÁTICA
DICAS
Outro livro interessantíssimo para você, acadêmico(a), conhecer, ler ou ter um exemplar
em sua casa, chama-se “Ensinar e Aprender Brincando” de Pam Schiller e Joan Rossano,
com tradução de Ronaldo Cataldo Costa. É uma obra que explora todas as linguagens e
apresenta mais de 750 atividades para a educação infantil e as séries iniciais, utilizando desde
a exploração livre até tabelas e frações. Vale à pena conferir!
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
Por meio dos jogos as crianças não apenas vivenciam situações que se
repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a pensar por analogia (jogos
simbólicos): os significados das coisas passam a ser imaginados por elas. Ao
criarem essas analogias, tornam-se produtoras de linguagens, criadoras de
convenções, capacitando-se para se submeterem a regras e dar explicações.
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TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO, RECURSOS E AVALIAÇÃO NO ENSINO DA MATEMÁTICA
3.2 TECNOLOGIAS
As tecnologias também podem ser consideradas recursos de
aprendizagem? Com certeza! Desde que, assim como os jogos, tenham objetivos
claros, planejamento cuidadoso quanto a sua utilização, carreguem intenções
pedagógicas e estejam voltadas à aprendizagem.
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
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TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO, RECURSOS E AVALIAÇÃO NO ENSINO DA MATEMÁTICA
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
4 AVALIAÇÃO
Avaliar nunca foi e nunca será tarefa fácil para a maioria dos professores.
Não é fácil porque envolve diferentes situações de aprendizagem, como já vimos
quando falamos da resolução de problemas, dos trabalhos em equipe, dos jogos
pedagógicos ou mesmo dos recursos tecnológicos. Não é uma questão numérica
apenas, vai muito além disso.
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TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO, RECURSOS E AVALIAÇÃO NO ENSINO DA MATEMÁTICA
Mas afinal de contas, como avaliar de forma justa e eficaz? Como agir
diante das potencialidades de alguns alunos e fragilidades de outros? Que
critérios adotar de acordo com a atividade realizada?
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
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TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO, RECURSOS E AVALIAÇÃO NO ENSINO DA MATEMÁTICA
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
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TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO, RECURSOS E AVALIAÇÃO NO ENSINO DA MATEMÁTICA
DICAS
Vasco Pedro Moretto escreveu um livro com o título “Prova: um momento privilegiado
de estudo, não um acerto de contas”. Seria bem interessante conhecê-lo pelo enfoque que o
autor dá à avaliação da aprendizagem, como construção de conhecimento. Fica a dica!
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UNIDADE 3 | CONTEÚDOS FUNDAMENTAIS
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TÓPICO 3 | PLANEJAMENTO, RECURSOS E AVALIAÇÃO NO ENSINO DA MATEMÁTICA
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RESUMO DO TÓPICO 3
• Um bom planejamento não deve ser feito com base nos melhores alunos da
classe, mas em relação à turma toda, ou seja, o que eles sabem e o que precisam
aprender.
• Quando o professor planeja, não faz ideia dos rumos que o conteúdo ou aquela
aula tomará com seus alunos, por isso a importância da flexibilidade. Aí entra
o conhecimento, o acompanhamento, a mediação e a atenção do professor em
realizar os ajustes necessários, tanto para o avanço quanto para a retomada de
um determinado assunto.
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• Diante dessas respostas, o professor escolhe o jogo e aproveita a oportunidade
para observar seus alunos em suas relações pessoais, auxiliar os que têm mais
dificuldade e mediar o processo de ensino e aprendizagem.
• Avaliar nunca foi e nunca será tarefa fácil para a maioria dos professores. Não
é fácil porque envolve diferentes situações de aprendizagem, como vimos
quando falamos da resolução de problemas, dos trabalhos em equipe, dos
jogos pedagógicos ou mesmo dos recursos tecnológicos. Não é uma questão
numérica apenas, vai muito além disso.
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AUTOATIVIDADE
• Qualitativa.
• Somativa.
• Emancipatória.
• Quantitativa.
• Formativa.
• Normativa.
• Diagnóstica.
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Fernando J.; FRANCO, Monica G. Avaliação para a aprendizagem.
São Paulo: Ática Educadores, 2011.
LOPES, Karina Rizek; MENDES, Roseana Pereira; FARIA, Vitória Líbia Barreto
de (Org.). Livro de estudo: Módulo IV/ Brasília: MEC. Secretaria de Educação
Básica. Secretaria de Educação a Distância, 2006. 72 p.
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PANIZZA, Mabel. Ensinar matemática na educação infantil e nas séries
iniciais: análise e propostas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
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