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OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO GENIVAL LEITE LIMA – 0AGLL / CECITE /SEDUC-AL

CURSO DE FUNDAMENTOS DE ASTRONOMIA


Aula 02 - O quê vemos no céu.
Por Adriano Aubert S. Barros/OAGLL-CECITE-SEDUC-AL.
Antes de começarmos com a descrição de conceitos movimento diurno e é resultado da rotação da Terra. Vemos as
fundamentais para compreendermos o movimento e localização estrelas, na sua maior parte surgindo no oriente e se pondo no
dos astros, sugerimos que todos instalem o programa gratuito ocidente. As estrelas tem um cintilar constante, que é tanto
Stellarium. É um programa planetário que nos mostra a maior quanto mais próximo estiverem do horizonte. Esse piscar
configuração do céu para qualquer data e hora do ano. O da estrela ocorre devido a nossa atmosfera, que em seu
programa apresenta, entre muitos dos seus recursos, as estrelas, movimento contínuo e errático, distorce e refrata a luz das
planetas, asteroides, cometas, e satélites. Trata-se de um estrelas provocando o efeito. Esse efeito é menor quanto mais
excelente auxiliar àquele que deseja conhecer o firmamento. alto você observa uma estrela no céu. Isto porque a camada
Conforme os próprios desenvolvedores afirmam. atmosférica é menos espessa, quando se está observando
diretamente para cima, do que quando se está observando
Stellarium é um programa planetário de código aberto regiões do céu próximas ao horizonte. Se, no momento da
para o seu computador. Ele apresenta um céu realista em observação, tiver algum planeta visível, você verá que ele não
três dimensões igual ao que se vê a olho nu, com cintila como as estrelas, seu brilho é mais fixo. Isso acontece
binóculos ou telescópio. porque a luz que vem de diferentes partes do disco do planeta
compensa a distorção provocada pela atmosfera, coisa que não
Ele também tem sido usado em projetores de planetários. acontece com as estrelas, que por estarem tão distantes são
Basta ajustar as coordenadas geográficas e começar a praticamente fontes puntuais de luz. Devido ao movimento
observar o céu! diurno, os planetas descrevem, numa noite, o mesmo
movimento das estrelas. Contudo, se observarmos durante
Para instalar o Stellarium vá até o site www.stellarium.org/pt/. vários dias a posição dos planetas em relação às estrelas,
Baixe o programa e execute o instalador. veremos que o planeta está se deslocando no céu com um
movimento próprio. Isto também ocorre com Lua. Em uma
No site da Olimpíada Brasileira de Astronomia tem vídeos
explicativos sobre a instalação e funcionalidades do Stellarium.
Verifique a página no link www.oba.org.br/site/?
p=conteudo&pag=conteudo&idconteudo=653&idcat=37&subca
t=

Quando observamos o céu numa noite sem nuvens estamos


vendo a natureza em sua maior escala. Vemos estrelas, planetas,
talvez a Lua, esporadicamente meteoros, no anoitecer e
amanhecer é possível ver a passagem de satélites artificiais.
Júpiter próximo à estrela Spica a Júpiter na constelação da Virgem em
Virginis em 21/02/2017. Fonte 02/05/2017. Fonte: Stellarium.
Stellarium.

única noite, ao observarmos o nosso satélite natural podemos


perceber o seu movimento de translação, sobretudo quando ela
está próxima de alguma estrela mais brilhante. No início e no
final da noite a lua estará a diferentes posições, distâncias
angulares da estrela.

Fonte: pandalargo.com.br/astrofotografia-voce-conhece-veja-imagens-incriveis/
Caso o local de observação seja privilegiado, com pouca
iluminação artificial, o que, principalmente, nas cidades Lua e a estrela g Gemini 01/05/2017 Lua e a estrela g Gemini 01/05/2017
constitui a poluição luminosa, será possível ver a Via Láctea, às 19h. Fonte: Stellarium. às 21h. Fonte: Stellarium.
alguns aglomerados estelares brilhantes como M45, M41, M7,
M6 e até mesmo galáxias como a galáxia de Andrômeda e as
grande e pequena nuvens de Magalhães. Contudo, não estamos Outro fato interessante que percebemos é que os grupos de
dizendo que em qualquer noite ou de qualquer posição na Terra estrelas que vemos no céu, em uma dada hora, são diferentes,
poderemos ver esses objetos. O quê vemos no céu, depende do com passar dos meses. Ou seja, se olharmos o céu em janeiro às
instante em que observamos e de nossa localização no planeta. 19h não veremos as mesmas estrelas que observamos em
Se observarmos o céu por várias horas perceberemos o outubro, julho ou maio, naquele mesmo horário. Isto acontece
movimento aparente que as estrelas realizam. É denominado porque estamos em diferentes posições da órbita que a Terra
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executa em torno do Sol, ou seja, estamos vendo partes impossível, a olho nu, perceber as mudanças aparentes de suas
diferentes do céu. Para entender melhor essas configurações e posições com o movimento de revolução da Terra, ou seja, a
movimentos das estrelas, planetas, Sol e Lua vamos necessitar partir da paralaxe heliocêntrica.
de algumas definições.

A paralaxe heliocêntrica observada por um observador na Terra em


diferentes pontos da órbita. Fonte: Stellarium.
Os gregos antes mesmo da era cristã, já conheciam o fato
Porção do céu, visível de Maceió em 15/01/2017 às 19h. O Observador de as estrelas estarem, muito distantes da Terra. Também,
está voltado para o sul. Fonte: Stellarium. sabiam que as estrelas mantinham suas posições, umas em
relação às outras, e que elas constituíam agrupamentos que
foram denominados de constelações. As constelações
deslocavam-se em conjunto no céu, como se estivessem presas
nas paredes internas de uma enorme esfera, em cujo centro
estava a Terra. Esta esfera foi denominada de Esfera Celeste ou
ainda de esfera das estrelas fixas, ver figura. Observe que a
esfera celeste, de fato, não existe, é apenas uma abstração que
fazemos devido ao fato de as estrelas se deslocarem em
conjunto, isto por estarem à enormes distâncias.

Porção do céu, visível de Maceió em 15/05/2017 às 19h. O Observador


está voltado para o sul. Fonte: Stellarium.

Esfera Celeste – O fato de as estrelas estarem muito distantes


de nós é evidenciado quando realizamos medidas de paralaxe. A
paralaxe corresponde ao ângulo de desvio que um objeto
observado sofre quando o observador está em posições
diferentes. Em astronomia, há a paralaxe geocêntrica na qual os
observadores estão em diferentes posições na Terra. Como na
atividade da determinação de distâncias de NEO's do tópico 1.

A esfera celeste é um conceito de uma esfera sólida imaginária, onde as


estrelas estão fixas e que adotamos para compreender o movimento
Desvio de paralaxe observado por dois observadores A e B que estão
conjunto das estrelas.
em diferentes posições na superfície da terra. O ângulo a corresponde à
paralaxe geocêntrica.
Há também, a paralaxe heliocêntrica em que as medidas das
Linha Vertical – É a reta vertical para um determinado ponto
posições das estrelas são feitas quando a Terra está em posições
da superfície da Terra que passa pelo centro da Terra. Pode-se
diferentes na sua órbita em torno do Sol. Utilizando telescópios
determinar a linha vertical com um fio de prumo. A linha
para fotografar uma estrela, em diferentes épocas do ano,
vertical contém o zênite e o nadir.
verifica-se que sua posição muda em relação as estrelas mais
longínquas, a medida do desvio angular é o ângulo de paralaxe.
Zênite – É o ponto de encontro da linha vertical com a esfera
A estrela mais próxima do Sol atualmente, denominada Próxima
celeste, diretamente sobre o observador.
Centauri. Apresenta uma paralaxe de 0,768” (segundos de arco).
Isto nos diz que ela está muito longe, cerca de 4,25 anos luz.
Nadir – É o ponto de encontro da linha vertical com a esfera
Fica claro portanto, que todas estrelas estão tão longe que é
celeste que está diretamente abaixo observador. O Nadir é o
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ponto diametralmente oposto ao zênite. ocidente. Observando a sombra de uma vareta fincada
verticalmente no solo, no passado, esse era um instrumento
utilizado para medir o tempo, denominado Gnomon ou relógio
do Sol, percebe-se que a menor sombra (2) ocorrerá no meio
dia verdadeiro, e que neste instante, a direção da sombra irá
determinar a direção dos pontos cardeais Norte e Sul. Considere
o observador sobre a linha norte-sul, se ele estiver de frente
para região do céu nascer do Sol e consequentemente de costas
para a região do pôr do Sol, o seu braço esquerdo estará voltado
o norte, enquanto que o direito para o sul. Considerando uma
linha reta na superfície da Terra, perpendicular à linha norte-sul
encontrar-se-á a direção dos pontos cardeais leste, no oriente e
oeste no ocidente, verifique a figura . Os pontos cardeais estão
localizados na linha do horizonte.

Linha vertical, Zênite e Nadir de um observador.

Horizonte - O Horizonte é a linha de encontro entre o céu


(esfera celeste) e a Terra para um dado observador. O horizonte
pode ser: Verdadeiro ou astronômico e sensível. O horizonte
verdadeiro corresponde a intersecção do plano perpendicular a
linha vertical de um observador com a esfera celeste. O
horizonte sensível corresponde ao circulo na esfera celeste que é
percebido pelo observador. O horizonte sensível ocorre devido a
presença da atmosfera que refrata a luz dos astros, permitindo
assim que se possa ver, em um dado momento, um pouco mais Determina-se a direção dos pontos cardeais
utilizando um gnomon. Na figura se vê o sol em três
do céu que se veria caso não houvesse a atmosfera. Perceba que horários: (1) pela manhã; (2) no meio dia verdadeiro
observadores em diferentes localizações da Terra terão e (3) à tarde. Observando a sombra mínima para o
diferentes horizontes, ou seja, verão partes diferentes da esfera dia, ela determina a direção norte-sul. A direção
celeste. perpendicular a direção encontrada, determina os
pontos Leste e Oeste.

Linha Meridiana – A linha, que indica a direção norte-sul é


denominada linha Meridiana (do meio dia).

Meridiano local – Considere um círculo máximo na esfera


celeste, cujo plano por ele definido, contém os pontos cardeais
norte e sul, o zênite e nadir, a linha meridiana e a linha vertical.
A parte desse círculo que está acima do horizonte é denominado
meridiano local para um dado observador. Quando um astro
alcança o meridiano local diz-se que o astro culminou, ou seja,
atingiu a sua máxima altura.

O horizonte astronômico ou verdadeiro é a linha que


separa a terra e o céu, desconsiderando o efeito da
refração da atmosfera terrestre.

Pontos cardeais – Os pontos cardeais, Norte, Sul Leste e Oeste


são definidos pela rotação da Terra. Os polos Norte e Sul são os
pontos nos quais, o eixo de rotação da Terra encontra a
superfície. O círculo que contém os dois polos são denominados
meridianos e indicam a direção norte-sul. A direção leste-oeste é
definida pelos círculos, denominados paralelos, que definem
planos perpendiculares aos meridianos. O movimento de rotação
da Terra pode ser percebido observando o movimento que o Sol
realiza todos os dias. No amanhecer o Sol se eleva no céu a
partir do oriente. No meio do dia verdadeiro, o Sol estará no seu
ponto mais elevado no céu, diz-se que o Sol culmina. Perceba
Meridiano local e linha meridiana para um
que isso não quer dizer que o Sol estará a pino, ou diretamente
observador.
acima da cabeça do observador. Depois desse momento, a altura
do Sol em relação ao horizonte, diminui até ele se pôr no
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Polo Norte Celeste e Polo Sul Celeste – São as projeções dos Nodo descendente - Ponto de intersecção entre o Equador
polos Norte e polo Sul da Terra na esfera celeste. Observando o Celeste e a Linha da Eclíptica no qual o movimento do Sol se dá
movimento diurno, percebe-se que numa noite todos os astros do hemisfério Boreal para o Austral. É denominado ponto
giram em torno de um ponto no céu, que é o polo elevado – equinocial, ponto l (lâmbda) ou ponto outonal. Ocorre no mês
polo norte para observadores no hemisfério norte da Terra e de setembro, entre os dias 21 e 23. No dia em que o Sol se
polo sul para observadores no hemisfério sul da Terra. Para encontra no nodo descendente, ocorre o dia do equinócio de
observadores na linha do equador os polos norte e sul têm outono para o hemisfério norte e o dia do equinócio de
elevação nulas, ou seja estão situados no horizonte verdadeiro primavera para o hemisfério sul.
para esse observador. A elevação do polo celeste tem a mesma
medida que a latitude do lugar. Movimento diurno - O movimento de rotação da Terra do oeste
para o leste produz no observador, a sensação do movimento de
rotação da esfera celeste de leste para oeste. O Sol efetua uma
volta completa em um dia, ou seja 24 horas (Dia solar médio).
As estrelas no entanto, são mais rápidas. Elas realizam uma
volta em 23 horas e 56 minutos aproximadamente (Dia sideral).
Isso ocorre porque a Terra no intervalo de tempo para efetuar
uma revolução em torno de seu eixo, se desloca no espaço
também na direção oeste-leste, o que faz as estrelas nascerem
cerca de quatro minutos antes do Sol. O movimento das estrelas
dia após dia é um movimento no sentido leste-oeste denominado
retrógrado. Podemos visualizar esse movimento utilizando um
programa planetário como o Stellarium. Basta incrementar a
data. a partir de qualquer hora da noite, um dia solar médio (24
h). Se, por outro lado, você incrementar um dia sideral, você
verá que as estrelas ficam fixas e que o Sol, a Lua e os planetas
são os que se movem. Quando este movimento se dá na direção
oeste-leste se diz que o movimento é direto, quando se dá no
Polos norte e sul celestes, equador celeste, linha da sentido leste-oeste se diz retrógrado. Incrementando dias
eclíptica e pontos γ (vernal) e λ (outonal). siderais em um programa planetário, fica fácil perceber as
famosas laçadas que os planetas efetuam.

Equador Celeste - É a projeção da linha do equador na esfera


celeste. Assim como a linha do equador na Terra define os
hemisférios norte e sul, o equador celeste divide a esfera celeste
nos hemisférios norte ou Boreal e hemisfério sul ou Austral. A
exceção dos observadores na linha do equador, o plano definido
pelo Equador celeste está inclinado em relação ao horizonte da
seguinte forma: Para observadores no hemisfério sul o plano do
equador celeste inclina-se para o norte; para observadores no
hemisfério norte o plano do equador celeste se inclina para o
sul. A distância angular entre o zênite de um observador ao
Equador Celeste é igual a latitude do lugar.

Linha da Eclíptica – É a projeção da órbita da Terra na esfera


celeste. Do ponto de vista geocêntrico, que é na verdade o nosso
ponto de vista, o Sol, devido ao movimento de translação ou
revolução da Terra, parece se deslocar em frente das estrelas. É Trilhas de estrelas em uma longa exposição acima de um observatório
claro que não podemos observar isso, uma vez que a dispersão do European Southern Observatory, denotam o movimento diurno.
da luz do Sol na atmosfera nos impede de ver as estrelas. Mas, Crédito ESO.
percebe-se facilmente, que as estrelas nascem cada dia mais
cedo, e isso ocorre devido ao movimento de translação da Terra.
Aparentemente, é o Sol que está se deslocando no céu. Se
pudéssemos descrever a trajetória aparente do Sol
perceberíamos a linha da eclíptica. Atualmente ela está
inclinada em cerca de 23º 27' em relação ao Equador celeste.

Nodo ascendente – Ponto de intersecção entre o Equador


Celeste e a Linha da Eclíptica no qual o movimento do Sol se dá
do hemisfério Austral para o Boreal. É denominado ponto
equinocial, ponto g (gama) ou ponto vernal. Ocorre no mês de
março entre os dias 20 e 22. No dia em que o Sol se encontra no Na figura acima se vê uma representação do
movimento do Sol por entre as constelações do
nodo ascendente ocorre o dia do equinócio da primavera para o
zodíaco.
hemisfério norte e o dia do equinócio de outono para o
hemisfério sul.
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Movimento do Sol – O Sol aparentemente se desloca no sentido Já nos dias 20 ou 21 de dezembro o Sol nasce no máximo
direto, em média de 0,98º a cada dia, sobre a eclíptica. Efetua afastamento sul, diz-se que esse é o solstício de inverno para o
uma volta completa em um ano, ou 365 dias e 6 horas. Somente hemisfério norte e solstício de verão no hemisfério sul. Outro
nos equinócios o nascer e o ocaso do Sol ocorre no Leste e oeste movimento que se deve considerar é o movimento de Precessão.
respectivamente. Este consiste em um movimento periódico do eixo da Terra. A
cada 25.800 anos o eixo da Terra completa uma volta. Por isso,
os equinócios deslocam-se sobre a elíptica no sentido
retrógrado. Portanto, as constelações que vemos a cada estação,
com o passar de milhares de anos, mudam.

Simulação do Stellarium mostrando o nascer do Sol no dia do


O eixo de rotação da Terra, que está
Equinócio de outono do Hemisfério Sul para Maceió, AL. Observe que
inclinado em relação a vertical ao plano da
Sol nasce exatamente no Leste (E).
órbita, precessiona, efetuando um giro
Nos outros dias ele está no hemisfério boreal ou no Austral. Se completo em cerca de 25.800 anos. Isto
observarmos o nascer ou pôr do Sol durante vários dias, provoca a mudança pequena, mas,
perceberemos que ele, aparentemente, se desloca do sul para o contínua dos pontos equinociais. Fonte:
norte no período que vai de 20 ou 21 de dezembro até 20 a 21 brasilescola.uol.com.br.
de junho. O movimento contrário, de norte para o sul, se dá de
22 de junho a 20 de dezembro. Isto se deve à inclinação do eixo
de rotação da Terra em relação à direção perpendicular ao plano Movimento da Lua – A Lua assim como o Sol desloca-se no
de sua órbita. Este fato define as estações do ano. O dia em que sentido direto, efetuando uma revolução em cerca de 27,32 dias
se considerarmos a sua posição em relação as estrelas. Esse
intervalo de tempo é denominado período sideral. Já se
considerarmos sua posição em relação ao Sol ou o tempo entre
duas fases iguais consecutivas, o período é denominado sinódico
e corresponde a 29,53 dias.

Simulação do Stellarium mostrando o nascer do Sol no dia do Solstício


de inverno do Hemisfério Sul, para Maceió, AL. Observe que Sol
nasce a esquerda do Leste (E).

Na rotação lunar, o período sideral é medido em relação às estrelas,


enquanto que o período sinódico é em relação às fases iguais
consecutivas. Fonte: Moonblink.info.
A Lua também, tem movimento de rotação com período
aproximadamente igual ao seu período sinódico, o que a faz
estar sempre com o mesmo hemisfério voltado para Terra. Tem
ainda o movimento de translação em torno do Sol, que efetua ao
orbitar a Terra e movimentos de libração, que correspondem a
Simulação do Stellarium mostrando o nascer do Sol no dia do Solstício pequenos movimentos irregulares em latitude e longitude, que
de verão do Hemisfério Sul, para Maceió, AL. Observe que Sol nasce à
ocorrem devido a diferenças na distribuição da massa que a
direita do Leste (E).
constitui. Em seu movimento de revolução, a Lua apresenta
fases, que a rigor correspondem a porção da superfície lunar
o Sol nasce mais ao norte, 20 ou 21 de junho, é denominado iluminada pelo Sol e que é visível da Terra. Contudo, são
Solstício de verão para observadores no hemisfério norte e denominadas quatro fases especiais que são: Lua nova; Quarto
Solstício de Inverno para observadores do hemisfério sul. Crescente, Lua cheia e Quarto Minguante. Outro fato
importante sobre o movimento da Lua, é que o seu plano orbital
está inclinado em relação à linha da eclíptica em cerca de 5º9'.
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Mercúrio ou Vênus, o Sol e a Terra estão no mesmo plano


perpendicular à órbita da Terra, ou seja, vistos a partir da Terra,
o planeta está na mesma região do céu que o Sol. A conjunção
inferior ocorre quando temos o Sol, Mercúrio ou Vênus, e a
Terra nessa ordem. Na conjunção superior temos Mercúrio ou
Vênus, Sol e Terra respectivamente. Às vezes, na conjunção
inferior pode ocorrer um trânsito do planeta, isto é, o planeta
O plano da órbita lunar está inclinado em aproximadamente 5º 9' em inferior passa na frente do disco solar. Os trânsitos de Mercúrio
relação ao plano da Eclíptica. são mais frequentes, ocorrendo em média, treze por século. O
próximo trânsito de Mercúrio irá ocorrer em 11 de novembro de
2019. Já os trânsitos de Vênus são mais raros, ocorrendo um a
Movimento dos planetas cada 121,5 anos e mais dois trânsitos, oito anos antes e depois.
Isso acontece devido a inclinação da órbita de Vênus em relação
Para entendermos o movimento que os planetas efetuam no céu, à da Terra, aproximadamente 3,4º, e as dimensões do Sol. O
temos de ter em mente sempre o seguinte: próximo trânsito de Vênus ocorrerá em 11 de dezembro de 2117.
As conjunções superiores ocorrem quando o planeta inferior está
1. Todos os planetas do sistema solar se deslocam numa
além do Sol, ou seja, na ordem planeta, Sol e Terra. Nas
faixa do céu que contém a eclíptica;
conjunções não conseguimos observar o planeta devido a sua
aproximação aparente com o Sol. A exceção quando ocorre um
2. Do ponto de vista geocêntrico, todos os planetas se
deslocam no sentido direto, ou seja, observando da
Terra, do oeste para o leste;

3. Quanto mais próximo do Sol, menor o período de


revolução do planeta, como se verifica da terceira lei de
Kepler;

4. Tanto a Terra quanto os planetas estão em movimento,


portanto, o que percebemos, é o movimento relativo do
planeta em relação à Terra.

Considerando a posição dos planetas e os seus movimentos


em relação à Terra, podemos dividi-los em duas classes: Os
planetas inferiores, que são aqueles mais próximos ao Sol que a
Terra, ou seja, Mercúrio e Vênus; Superiores, que são os
planetas que estão mais distantes do Sol que a Terra, em ordem
de afastamento do Sol, que são: Marte, Júpiter, Saturno, Urano Trânsito de Vênus em 06/06/2012. Crédito: ESA.
e Netuno. eclise solar e o planeta está e conjunção e quando ocorre uma
trânsito.
Antes de iniciarmos com a descrição dos movimentos dos
planetas,vamos considerar algumas configurações das posições A elongação corresponde ao ângulo medido entre a posição
dos planetas em relação à Terra. do planeta e o Sol. As máximas elongações ocorrem nos
máximos afastamentos entre o Sol e o planeta inferior. Quando a
Percebemos as seguintes configurações planetárias: para os máxima elongação ocorre no pôr do Sol diz-se que é máxima
planetas inferiores – Conjunção inferior e conjunção superior, elongação leste, isto por que o planeta está mais a leste do Sol.
máxima elongação leste e máxima elongação oeste. A figura Quando a máxima elongação ocorre no amanhecer, se diz
abaixo representa essas configurações do ponto de vista máxima elongação oeste, uma vez que planeta está mais a oeste
heliocêntrico.

Na figura, se vê Vênus em quadro


momentos: Conjunção Inferior (1);
Máxima elongação oeste (2); conjunção
Simulação do Stellarium para a máxima elongação leste
superior (3); máxima elongação leste(4).
de Vênus de 17 de agosto de 2018. Crédito: Stellarium.
que o Sol.
As conjunções inferiores e superiores ocorrem quando o
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Vamos começar pelos planetas inferiores. Mercúrio e Vênus 90º, quando o sol se põe o planeta culmina, nesse momento
por estarem mais próximos do Sol que a Terra, em suas ocorre a quadratura leste. Quando o Sol está nascendo e o
revoluções nunca se afastam muito do Sol, vistos da Terra. Por planeta está culminando, ocorre a quadratura oeste.
isso, sempre os vemos nas primeiras horas após o anoitecer ou
nas últimas horas antes do amanhecer. Mercúrio se afasta no Observando um planeta superior noite após noite, é possível
máximo cerca de 28º do Sol. Considerando que a Terra efetua verificar o seu movimento, por entre as estrelas. Mais fácil e
uma rotação completa 360º em 24 h, percebemos que a cada imediato, é utilizar um programa planetário como o stellarium
hora há um deslocamento de 15º no sentido retrógrado de uma ou Cartes du Ciel. Mas, na verdade, o movimento que
estrela ou planeta. Portanto, quando Mercúrio está na sua percebemos é o movimento relativo do planeta, observado da
máxima elongação leste, levará cerca de uma hora cinquenta Terra, o que quer dizer que devemos considerar o movimento de
minutos para se pôr. Do mesmo modo, quando em máxima nosso próprio planeta, caso pretendamos entender o movimento
elongação oeste, poderemos observar Mercúrio pelo mesmo em relação a um referencial inercial. Este referencial é o das
tempo até o nascer do Sol. Vênus, por estar mais distante do Sol estrelas fixas. Por isso, devemos incrementar dias siderais
que Mercúrio se afasta mais do Sol, quando observado da Terra. (23h56min) para percebemos o movimento do planeta em
Vênus, nas máximas elongações, chega a se afastar cerca a 48º relação à Terra com as estrelas fixas. Na prática podemos fazer
do Sol. O que nos permite observá-lo por até três horas depois isso desenhando as posições sucessivas que um planeta superior
do pôr do Sol e antes do nascer do Sol. O movimento observado assume dia após dia ou incrementarmos no programa planetário,
a partir da Terra, para os dois planetas inferiores, é ora direto, dias siderais. Assim perceberemos facilmente o movimento
ora retrógrado. Se ficarmos atentos, registrando a posição dos errático dos planetas, o que representava o grande desafio para
planetas em relação as estrelas com o passar dos dias, os astrônomos da antiguidade.
perceberemos as “laçadas” que eles efetuam devido ao seu
movimento orbital. Como já foi dito, os planetas movem-se numa faixa do céu
que contém a eclíptica. Por isso, só veremos os planetas
Uma boa maneira para visualizar o movimento dos passando por determinadas constelações que foram
planetas, é incrementando dias siderais em um programa denominadas constelações zodíacais. O movimento de todos tem
planetário, como o Stellarium. sentido direto, ou seja, do oriente (oeste) para o ocidente(leste).
Porém, em alguns momentos os planetas parecem parar no céu,
O movimento dos planetas superiores, Marte, Júpiter, ficam estacionários, e ainda, durante alguns dias, deslocam-se
Saturno, Urano e Netuno é semelhante aos dos planetas no sentido inverso, do leste para o oeste, se diz sentido
inferiores. Porém, como a Terra se desloca mais rápido que os retrógrado. Isso ocorre todas as vezes que a Terra, por se
planetas superiores, vemos estes sendo ultrapassados por ela, o deslocar com maior velocidade que os planetas superiores,
que resulta nas laçadas ou inversões da direção aparente de ultrapassa esses planetas, em seu giro orbital. Isso nos dá a
deslocamento dos planetas. impressão de que o planeta estar se deslocando no sentido
retrógrado – do leste para o oeste, contudo, essa impressão de
Para os planetas superiores, as configurações planetárias movimento contrário não dura muito tempo. Alguns dias após o
são: conjunção, oposição e quadratura. planeta ter sido ultrapassado pela terra, fica novamente
estacionário e em seguida, retornará ao seu movimento no
sentido direto.

Simulação do Stellarium nos mostra, através dos traços dos planetas, as


inversões de direção de deslocamento de Marte e Saturno em 2016.
Na figura, se vê Júpiter em quatro momentos: Fonte: Stellarium.
Oposição (1); Quadratura oeste (2); conjunção Os movimentos dos astros ficam relativamente fáceis de
(3); quadratura leste (4).
serem compreendidos do ponto de vista heliocêntrico, no
A conjunção ocorre toda vez que o planeta está
entanto, nós não estamos fora da Terra observando o movimento
aparentemente próximo do Sol, alinhado ou melhor, com
dos planetas por sobre o sistema solar. Estamos sim, observando
elongação 0º. A conjunção nesse caso é, obviamente superior,
da Terra e o que é mais natural é admitirmos ser ela imóvel e
uma vez que, os planetas superiores nunca estarão entre a Terra
tudo girando ao seu redor. Porém, a combinação entre a
e o Sol, por isso, se diz apenas conjunção.
curiosidade, observação cuidadosa e a compreensão das
distância e tamanhos dos corpos celestes nos ensinou que
A oposição ocorre quando o planeta atinge elongação de
devemos ser mais cautelosos se quisermos entender os
180º, ou seja, está do lado oposto ao Sol. O Sol, a Terra e o
movimentos e fenômenos que percebemos no universo.
planeta estão contidos no mesmo plano perpendicular à
eclíptica, e respectivamente nessa ordem.
O Sistema de coordenadas Altazimutais.
A quadratura ocorre quando o planeta possui elongação de
É o sistema referencial mais natural para o observador
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localizar um objeto no céu. A referência neste sistema é o


horizonte do observador e sua origem é o ponto cardeal norte.
Para localizar um objeto no céu, o observador deverá determinar
duas coordenadas: A elevação ou altura e o azimute. A elevação
(e) corresponde a medida em graus do arco do círculo vertical
que vai do astro até o horizonte. O azimute (az) é a distância
angular entre o ponto de intersecção do círculo vertical do astro
e o horizonte com o ponto cardeal norte, medido no sentido
norte-leste-sul-oeste. Com essas duas coordenadas obtidas, fica
determinada a posição do objeto, Observe que, devido ao
movimento diurno, tanto a altura quanto o azimute são
coordenadas dependentes do tempo, ou seja, com o movimento
de rotação da Terra, essas coordenadas mudam com a passagem
do tempo, a exceção são os astros que estiverem exatamente nos
polos norte e sul celeste. Com o sistema de referência No sistema de referência equatorial geral as
altazimutal portanto, não é possível fazer um único mapa que coordenadas Ascensão Reta (A.R.) e Declinação
permita a localização dos astros para qualquer dia do ano, porém (δ) localizam um objeto no céu.
ele pode ser utilizado para identificar objetos que se tornem com a eclíptica. As coordenadas desse sistema são a declinação
visíveis em determinados momentos como meteoros e satélites. (d) e a ascensão reta (A.R.). A declinação corresponde ao
comprimento angular do arco entre o astro e o equador celeste,
medido através do círculo máximo que contém os polos celestes
norte, sul e o astro. As declinação é medida a partir do equador
celeste (0º) até os polo norte celeste (+90º) e polo sul celeste (-
90º). A ascensão reta corresponde a distância angular medida em
horas no sentido direto (oeste-leste), entre o ponto vernal e a
intersecção do círculo máximo que contém o astro e os polos
norte e sul celestes. A partir do ponto vernal, no sentido direto, a
cada 15º sobre o equador celeste, tem-se uma hora de ascensão
reta. Os meridianos, assim definidos, são denominados círculos
horários. Observe que o sistema equatorial geral corresponde a
projeção do sistema de coordenadas geográficas na esfera
celeste. Os paralelos correspondem aos círculos de declinação,
enquanto que os meridianos aos círculos horários. A diferença
está na unidade angular que o sistema geográfico utiliza para
Sistema de coordenadas Altazimutal. As determinar as distâncias até o meridiano de referência,
coordenadas e – elevação, altura ou altitude, e Az meridiano de Greenwich, que são os ângulos, ao invés de horas,
- azimute, permitem localizar um objeto na esfera como é no sistema equatorial geral. Esse sistema é muito útil na
celeste em um dado instante. produção de mapas celestes, permitindo a localização rápida de
qualquer objeto no céu. Contudo, há de se considerar o
movimento de precessão do eixo da Terra. A precessão
corresponde ao movimento periódico que o eixo da Terra
executa a cada 25.800 anos aproximadamente. O efeito desse
movimento é conhecido como a precessão dos equinócios.
Como o sistema equatorial geral tem origem no ponto
equinocial vernal a precessão causa um deslocamento da grade

Mapa da passagem da Estação Espacial Internacional


para Maceió, AL no dia 19 de julho de 2017. As
coordenadas do mapa são Altazimutais. Créditos:
Heavens-above.com.
O Sistema de coordenadas Equatorial Geral. No mapa celeste acima, constelação do Capricórnio, se vê
as coordenadas equatoriais gerais para o equinócio do ano
Sistema de coordenadas equatorial geral – como o nome já 2000. Em horas, na horizontal estão as ascensões retas e,
em graus, na vertical, estão as declinações.
indica, tem o equador celeste como círculo de referência nesse
sistema. A origem do sistema equatorial geral está localizada no do sistema, o que resulta na
ponto vernal (ponto g), o ponto de encontro do equador celeste
OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO GENIVAL LEITE LIMA – 0AGLL / CECITE /SEDUC-AL

necessidade de se fazer uma correção dos mapas a cada 50 anos.


Por isso, quando se lê as coordenadas celestes de um astro no
sistema equatorial geral, há sempre a informação do ano de
referência, por exemplo: quando se lê: A.R. 20h 30 min e Dec.
+5º 25' (J1950), o que se quer dizer, é que essas eram as
coordenadas do objeto, para o equinócio do ano de 1950.

Constelação de Hércules, gravura do livro Uranometria


de 1603 de Johann Bayer.
Johannes Hevelius (1611-1687) e Lacaille (1713-1762)
contribuíram criando novas constelações austrais. No século
XIX, o astrônomo alemão Johann Elert Böde (1747-1826)
publicou um conjunto de mapas celestes onde haviam descritas
99 constelações.

Pintura nas grutas de Lascaux, na França, que acredita-


se seja a representação da constelação do Touro.

As constelações

As constelações são agrupamentos aparentes de estrelas que


desde a pré-história sabemos, foram concebidas pelos povos da
antiguidade. O pontilhado de estrelas do céu lembrava a forma
de homem, um animal ou uma bela princesa. Nas grutas da
caverna de Lascaux na França, no salão dos touros há pinturas
rupestres que certamente representam a constelação do Touro.
Na odisseia de Homero, do século VIII a.C. há passagens onde
são mencionadas constelações. Há diversos registros e artefatos
nas culturas egípcia, mesopotâmica, grega e chinesa que nos
assegura que as constelações faziam parte do imaginário
A constelação do Cruzeiro do Sul representada no livro Uranometria de
daqueles povos. Cláudio Ptolomeu, no seu livro Almagesto,
Johann Bayer de 1603.
relacionou 48 constelações clássicas que permaneceram até os
dias de hoje. São elas:
No século XIX, o astrônomo americano Benjamin A. Goud
Andromeda, Aquarius, Aquila, Ara, Argo Navis, Aries, Auriga, (1824-1896) propôs que as constelações fossem delimitadas por
Boötes, Cancer, Canis Major, Canis Minor, Capricornus, linhas de declinação e ascensão reta. Isto só foi feito de 1922 a
Cassiopeia, Centaurus, Cepheus, Cetus, Corona Australis, 1930, quando uma comissão da recém formada União
Corona Borealis, Corvus, Crater, Eridanus, Hydra, Cygnus Astronômica Internacional, definiu as oitenta e oito constelações
Delphinus, Draco, Equuleus, Gemini, Hercules, Leo, Lepus, adotadas atualmente.
Libra, Lyra, Lupus, Ophiuchus, Orion, Pegasus, Piscis, Piscis
Austrinus, Sagitta, Sagittarius, Scorpius, Serpens, Taurus,
Triangulum, Ursa Major, Ursa Minor, Virgo.

Com a expansão marítima a partir do século XV, foram se


acrescentando novas constelações. Isto ocorreu devido a
necessidade de preencher os vazios no céu austral, não
preenchido na descrição do céu do Almagesto de Ptolomeu, e à
navegação. Caspar Vopel (1511-1561) um fabricante de globos,
acrescentou as constelações de Coma Berenices e Antinous em
1536. Somente a primeira é aceita atualmente. Em 1589, Petrus
Plancius possivelmente criou as constelações de Crux e Benjamin A. Gould propôs delimitar as constelações por áreas. Henri
Triangulum Antarcticus, Em 1592, criou também, a constelação Norris Russel e Eugene Delporte foram os responsáveis pela divisão,
de Columba. Outros cartógrafos e astrônomos acrescentaram da esfera celeste, nas 88 regiões que delimitam as constelações,
mais constelações, preenchendo o vazio das declinações aceitas atualmente.
austrais. Johann Bayer (1572-1625) reuniu as novas
constelações austrais propostas com as constelações clássicas Os astrônomos Henri Norris Russel (1877-1957) e Eugene
em sua publicação intitulada Uranometria publicada em 1603. Delporte (1882-1955) foram responsáveis pela divisão da esfera
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celeste nas 88 constelações. Das constelações definidas Microscopium Mic Microscopii Lacaille, 1763.
atualmente, estão as quarenta e oito constelações compiladas por Monoceros Mon Monocerotis Plancius, 1613.
Cláudio Ptolomeu, sendo que a constelação da Argo Navis foi Musca Mus Muscae Keyser e de Houtman, 1603.
Norma Nor Normae Lacaille, 1763.
dividida em três outras por Lacaille. As três são: Carina ou
Octans Oct Octantis Lacaille, 1763.
quilha; Vela e Popa.
Ophiuchus Oph Ophiuchi Cláudio Ptolomeu, antiga.
Orion Ori Orionis Cláudio Ptolomeu, antiga.
Dessa forma, através da contribuição de astrônomos da Pavo Pav Pavonis Keyser e de Houtman, 1603.
antiguidade, como Ptolomeu e Hiparco, passando por Pegasus Peg Pegasi Cláudio Ptolomeu, antiga.
astrônomos e cartógrafos da renascença e séculos XVIII ao Perseus Per Persei Cláudio Ptolomeu, antiga.
século XX, construímos esse imenso retalho, com 88 regiões Phoenix Phe Phoenicis Keyser e de Houtman, 1603.
delimitadas, que preenche toda a esfera celeste. Pictor Pic Pictoris Lacaille, 1763.
Pisces Psc Piscium Cláudio Ptolomeu, antiga.
Lista das Constelações – IAU 1930. Piscis Austrinus PsA Piscis Austrini Cláudio Ptolomeu, antiga.
Constelação Abrev. Genitivo Origem Puppis Pup Puppis Lacaille, divisão da Argo Navis 1763.
Andromeda And Andromedae Cláudio Ptolomeu, antiga. Pyxis Pyx Pyxidis Lacaille, 1763.
Antlia Ant Antliae Lacaille, 1763. Reticulum Ret Reticuli Lacaille, 1763.
Apus Aps Apodis Keyser e de Houtman,1603 Sagitta Sge Sagittae Cláudio Ptolomeu, antiga.
Aquarius Aqr Aquarii Cláudio Ptolomeu, antiga. Sagittarius Sgr Sagittarii Cláudio Ptolomeu, antiga.
Aquila Aql Aquilae Cláudio Ptolomeu, antiga. Scorpius Sco Scorpii Cláudio Ptolomeu, antiga.
Ara Ara Arae Cláudio Ptolomeu, antiga. Sculptor Scl Sculptoris Lacaille, 1763.
Aries Ari Arietis Cláudio Ptolomeu, antiga. Scutum Sct Scuti Hevelius, 1690.
Auriga Aur Aurigae Cláudio Ptolomeu, antiga. Serpens Ser Serpentis Cláudio Ptolomeu, antiga.
Boötes Boo Boötis Cláudio Ptolomeu, antiga. Sextans Sex Sextantis Hevelius, 1690.
Caelum Cae Caeli Lacaille, 1763. Taurus Tau Tauri Cláudio Ptolomeu, antiga.
Camelopardalis Cam Camelopardalis Plancius, 1613 Telescopium Tel Telescopii Lacaille, 1763.
Cancer Cnc Cancri Cláudio Ptolomeu, antiga. Triangulum Tri Trianguli Cláudio Ptolomeu, antiga.
Canum Triangulum Trianguli
Canes Venatici CVn TrA Keyser e de Houtman, 1603.
Venaticorum Hevelius, 1690. Australe Australis
Canis Major CMa Canis Majoris Cláudio Ptolomeu, antiga. Tucana Tuc Tucanae Keyser e de Houtman, 1603.
Canis Minor CMi Canis Minoris Cláudio Ptolomeu, antiga. Ursa Major UMa Ursae Majoris Cláudio Ptolomeu, antiga.
Capricornus Cap Capricorni Cláudio Ptolomeu, antiga. Ursa Minor UMi Ursae Minoris Cláudio Ptolomeu, antiga.
Carina Car Carinae Lacaille, divisão da Argo Navis, 1763. Vela Vel Velorum Lacaille, divisão da Argo Navis 1763.
Cassiopeia Cas Cassiopeiae Cláudio Ptolomeu, antiga. Virgo Vir Virginis Cláudio Ptolomeu, antiga.
Centaurus Cen Centauri Cláudio Ptolomeu, antiga. Volans Vol Volantis Keyser e de Houtman, 1603.
Cepheus Cep Cephei Cláudio Ptolomeu, antiga. Vulpecula Vul Vulpeculae Hevelius, 1690.
Cetus Cet Ceti Cláudio Ptolomeu, antiga.
Chamaeleon Cha Chamaeleontis Keyser and de Houtman, 1603.
Circinus Cir Circini Lacaille, 1763. Referências.
Columba Col Columbae Plancius, divisão de Canis Major, 1592. Stellarium <http://www.stellarium.org/pt/>
Coma
Com Comae Berenices Plancius divisão de Leo. 1603.
Berenices Paralaxe de Próxima Centauri
Corona <en.wikipedia.org/wiki/Proxima_Centauri>.
Australis CrA Coronae Australis Cláudio Ptolomeu, antiga.
Corona Borealis CrB Coronae Borealis Cláudio Ptolomeu, antiga. <Moon fact sheet
Corvus Corvi nssdc.gsfc.nasa.gov/planetary/factsheet/moonfact.html>.
Crv Cláudio Ptolomeu, antiga.
Crater Crt Crateris Cláudio Ptolomeu, antiga. Lua <astro.if.ufrgs.br/lua/lua2.htm>.
Crux Cru Crucis Plancius, divisão de Centaurus, 1603.
Cygnus Cyg Cygni Cláudio Ptolomeu, antiga.
Trânsitos de Mercúrio - <www.observatorio.ufmg.br/pas70.htm>
Delphinus Del Delphini Cláudio Ptolomeu, antiga. Trânsito de Vênus <www.observatorio.ufmg.br/pas57.htm>
Dorado Dor Doradus Keyser e de Houtman, 1603.
Draco Dra Draconis Cláudio Ptolomeu, antiga.
Venus transits
Equuleus Equ Equulei Cláudio Ptolomeu, antiga.
<eclipse.gsfc.nasa.gov/transit/catalog/VenusCatalog.html>
Eridanus Eri Eridani Cláudio Ptolomeu, antiga. Constellations
Fornax For Fornacis Lacaille, 1763. <http://www.modernconstellations.com/constellationhistory.html>
Gemini Gem Geminorum Cláudio Ptolomeu, antiga.
Grus Gruis RIDPATHS,I. - Star Tales, disponível em
Gru Keyser e de Houtman, 1603.
Hercules Herculis
<http://www.ianridpath.com/startales/startales1a.htm>.
Her Cláudio Ptolomeu, antiga.
Horologium Hor Horologii Lacaille, 1763.
Hydra Hya Hydrae Cláudio Ptolomeu, antiga.
Hydrus Hyi Hydri Keyser and de Houtman, 1603.
Indus Ind Indi Keyser e de Houtman, 1603.
Lacerta Lac Lacertae Hevelius, 1690.
Leo Leo Leonis Cláudio Ptolomeu, antiga.
Leo Minor LMi Leonis Minoris Hevelius, 1690.
Lepus Lep Leporis Cláudio Ptolomeu, antiga.
Libra Lib Librae Cláudio Ptolomeu, antiga.
Lupus Lup Lupi Cláudio Ptolomeu, antiga.
Lynx Lyn Lyncis Hevelius, 1690.
Lyra Lyr Lyrae Cláudio Ptolomeu, antiga.
Mensa Men Mensa Lacaille, 1763.

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