Você está na página 1de 59

Laboratório Nacional

de Engenharia Civil

PROGRAMA HABITACIONAL

Espaços e Compartimentos

Lisboa, 1999

João Branco Pedro


Arquitecto, Estagiário de Investigação
do Departamento de Edifícios

ICT
INFORMAÇÃO TÉCNICA
ARQUITECTURA
ITA 4
P R O G R A M A H A B I T A C I O N A L

ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS

RESUMO

Neste documento apresenta-se o programa de qualidade arquitectónica


habitacional aplicável ao nível físico dos Espaços e compartimentos. No
programa são definidas as exigências relativas à agradabilidade, segurança,
adequação espacio-funcional, articulação e personalização.

O programa habitacional foi elaborado com base numa extensa revisão dos
conhecimentos, que incluiu o resumo e harmonização das disposições
regulamentares e normativas aplicáveis em Portugal, e a síntese das
especificações de qualidade apresentadas por diversos autores nacionais e
estrangeiros.

O documento inclui os seguintes capítulos:

1) apresentação do conteúdo, interesse, limitações, metodologia e estrutura


do programa habitacional;

2) classificação dos níveis de comportamento humano e dos espaços da


habitação, e apresentação de uma lista resumo das funções de uso da
habitação;

3) definição, para cada uma das dezassete funções em que foi classificado o
uso da habitação, dos dados de programa, das exigências de projecto, e
dos modelos exemplificativos da aplicação do programa.
H O U S I N G P R O G R A M M E

HOUSING SPACES AND COMPARTMENTS

SUMMARY
This document presents the housing programme applicable to spaces and
compartments. In the program, the architectural quality requirements are defined in
terms of comfort, safety, space-functional adequacy, articulation and personalisation.

The housing programme was based on a comprehensive revision of the state of the
art, which included the summary and harmonisation of portuguese standards and
regulations, and the synthesis of quality requirements presented by Portuguese and
foreign authors.

The document includes the following chapters:

1) presentation of the content, interest, limitations, methodology and structure of


the housing programme;

2) classification of human behaviour levels and housing spaces, and presentation


of a housing use functions list;

3) definition, for each of the seventeen use functions, of program data, design
requirements, and models that exemplify the application of the programme.

P R O G R A M M E D U L O G E M E N T

ESPACES ET LOCAUX

RESUMÉ
Ce document présente le programme du logement applicable aux espaces et locaux.
Le programme définit les exigences de qualité architecturale, en ce qui concerne la
possibilité de satisfaction, la sécurité, l'adéquation à l'espace et au fonctionnement,
l'articulation et la personnalisation.

Le programme du logement a été préparé ayant comme base une révision intensive
des connaisssances. Il comprend le résumé et l'harmonisation des règlements et des
normes applicables au Portugal, ainsi que la synthèse des spécifications de la qualité
présentées par plusieurs auteurs portugais et étrangers.

Le document contient les chapitres suivants:

1) présentation du contenu, de l'intérêt, des limitations, de la méthodologie et de


la structure du programme de logement;

2) classification des niveaux de comportement humain et d'espaces d'habitation et


la présentation d'une liste résumée des fonctions d'utilisation de l'habitation;

3) définition, pour chacune des dix-sept fonctions selon lesquelles l'utilisation de


l'habitation a été classifiée, des données de programme, des exigences de
projet et des modèles illustrant l'application du programme.

II
P R O G R A M A H A B I T A C I O N A L

ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS

PREÂMBULO

Com vista a contribuir para uma melhor programação e concepção de novas


habitações, e uma análise e avaliação mais objectiva de habitações construídas
ou em projecto, foi realizado um estudo em que se definiu um programa
habitacional, ajustado à situação portuguesa contemporânea, que resume um
conjunto de exigências de qualidade arquitectónica.

O programa habitacional proposto é apresentado em quatro publicações do


LNEC, integradas na colecção Informação Técnica Arquitectura (ITA), relativas
aos níveis físicos dos Espaços e compartimentos, da Habitação, do Edifício e da
Vizinhança próxima.

O estudo foi desenvolvido no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC),


no âmbito da tese de doutoramento na Faculdade de Arquitectura da
Universidade do Porto intitulada "Definição e Avaliação da Qualidade
Arquitectónica Habitacional".

A realização deste estudo foi possível graças ao apoio do Laboratório Nacional


de Engenharia Civil, que proporcionou o enquadramento científico e técnico, e
ao Programa PRAXIS XXI, que concedeu parte do apoio financeiro, através de
uma Bolsa de Doutoramento (BD/3536/94) e de um Projecto de Investigação
Científica (PRAXIS/2/2.1/CSH/844/95).

Ao Arq.o Reis Cabrita, deve-se a orientação e o incentivo para a realização do


estudo e, no desenvolvimento deste, deve salientar-se o grande apoio e
acompanhamento do Arq.o Baptista Coelho.

III
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 1

FUNÇÕES E ACTIVIDADES DA HABITAÇÃO .............................................................................................................. 9

1. DORMIR/DESCANSO PESSOAL ....................................................................................................................... 13

2. PREPARAÇÃO DE REFEIÇÕES ........................................................................................................................ 35

3. REFEIÇÕES CORRENTES................................................................................................................................. 67

4. REFEIÇÕES FORMAIS ...................................................................................................................................... 85

5. ESTAR/REUNIR.................................................................................................................................................. 99

6. RECEBER ......................................................................................................................................................... 123

7. RECREIO DE CRIANÇAS ................................................................................................................................ 125

8. ESTUDO/RECREIO DE JOVENS ..................................................................................................................... 139

9. TRABALHO/RECREIO DE ADULTOS .............................................................................................................. 151

10. PASSAR A FERRO/COSTURAR ROUPA......................................................................................................... 159

11. LAVAGEM DE ROUPA ..................................................................................................................................... 163

12. SECAGEM DE ROUPA..................................................................................................................................... 163

13. HIGIENE PESSOAL.......................................................................................................................................... 175

14. PERMANÊNCIA NO EXTERIOR PRIVADO...................................................................................................... 187

15. CIRCULAÇÃO .................................................................................................................................................. 203

16. ARRUMAÇÃO................................................................................................................................................... 223

17. ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS ................................................................................................................ 237

BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................................................... 239

GLOSSÁRIO .............................................................................................................................................................. 245

ABREVIATURAS/ACRÓNIMOS................................................................................................................................. 251

ANEXO QUADRO RESUMO DE ÁREAS DE ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS................................................ 253

V
VI
ÍNDICE DETALHADO

INTRODUÇÃO .........................................................................................................................................................................1
CONTEÚDO.......................................................................................................................................................................1
INTERESSE .......................................................................................................................................................................1
LIMITAÇÕES .....................................................................................................................................................................1
PARÂMETROS DE DEFINIÇÃO ............................................................................................................................................2
Campo de aplicação ............................................................................................................................................2
Funções de uso....................................................................................................................................................3
Número de utentes...............................................................................................................................................3
Níveis de qualidade..............................................................................................................................................3
Exigências de desempenho da habitação ..........................................................................................................4
METODOLOGIA DE DEFINIÇÃO ..........................................................................................................................................5
FORMA DE APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................................................7

FUNÇÕES E ACTIVIDADES DA HABITAÇÃO .....................................................................................................................9


CLASSIFICAÇÃO DE NÍVEIS DE COMPORTAMENTO E ESPAÇOS DA HABITAÇÃO ...................................................................9
Conceitos de actividade, sistema de actividades e função................................................................................9
Conceitos de zona de actividade e espaço funcional ........................................................................................9
Classificação de funções ...................................................................................................................................10
LISTA DE FUNÇÕES, SISTEMAS DE ACTIVIDADES E ACTIVIDADES DE USO DA HABITAÇÃO .................................................11

1. DORMIR/DESCANSO PESSOAL ..............................................................................................................................13


1.1 DADOS DE PROGRAMA..........................................................................................................................................13
1.1.1 Conteúdo da função .............................................................................................................................13
1.1.2 Tipos de espaços ..................................................................................................................................13
1.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO ...................................................................................................................................15
1.2.1 Agradabilidade ......................................................................................................................................15
1.2.2 Adequação espacio-funcional ..............................................................................................................16
1.2.2.1 Capacidade – Mobiliário .......................................................................................................16
1.2.2.2 Espaciosidade – Área ...........................................................................................................18
1.2.2.3 Espaciosidade – Dimensão ..................................................................................................18
1.2.2.4 Funcionalidade......................................................................................................................20
1.2.3 Articulação.............................................................................................................................................20
1.2.3.1 Privacidade............................................................................................................................20
1.2.3.2 Acessibilidade .......................................................................................................................21
1.2.4 Adaptabilidade ......................................................................................................................................21
1.3 MODELOS.............................................................................................................................................................23

2. PREPARAÇÃO DE REFEIÇÕES................................................................................................................................35
2.1 DADOS DE PROGRAMA..........................................................................................................................................35
2.1.1 Conteúdo da função .............................................................................................................................35
2.1.2 Tipos de espaços ..................................................................................................................................35

VII
2.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO ...................................................................................................................................36
2.2.1 Agradabilidade ......................................................................................................................................36
2.2.2 Segurança .............................................................................................................................................37
2.2.3 Adequação espacio-funcional ..............................................................................................................38
2.2.3.1 Capacidade – Equipamento..................................................................................................38
2.2.3.2 Espaciosidade – Área ...........................................................................................................43
2.2.3.3 Espaciosidade – Dimensão ..................................................................................................43
2.2.3.4 Funcionalidade......................................................................................................................45
2.2.4 Articulação.............................................................................................................................................48
2.2.4.1 Privacidade............................................................................................................................48
2.2.4.2 Acessibilidade .......................................................................................................................49
2.2.5 Adaptabilidade ......................................................................................................................................50
2.3 MODELOS.............................................................................................................................................................50

3. REFEIÇÕES CORRENTES.........................................................................................................................................67
3.1 DADOS DE PROGRAMA..........................................................................................................................................67
3.1.1 Conteúdo da função .............................................................................................................................67
3.1.2 Tipos de espaços ..................................................................................................................................67
3.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO ...................................................................................................................................68
3.2.1 Agradabilidade ......................................................................................................................................68
3.2.2 Segurança .............................................................................................................................................68
3.2.3 Adequação espacio-funcional ..............................................................................................................68
3.2.3.1 Capacidade – Mobiliário .......................................................................................................68
3.2.3.2 Espaciosidade – Área ...........................................................................................................70
3.2.3.3 Espaciosidade – Dimensão ..................................................................................................71
3.2.4 Articulação.............................................................................................................................................71
3.2.4.1 Privacidade............................................................................................................................71
3.2.4.2 Acessibilidade .......................................................................................................................71
3.2.5 Adaptabilidade ......................................................................................................................................72
3.3 MODELOS.............................................................................................................................................................72

4. REFEIÇÕES FORMAIS...............................................................................................................................................85
4.1 DADOS DE PROGRAMA..........................................................................................................................................85
4.1.1 Conteúdo da função .............................................................................................................................85
4.1.2 Tipos de espaços ..................................................................................................................................85
4.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO ...................................................................................................................................86
4.2.1 Agradabilidade ......................................................................................................................................86
4.2.2 Segurança .............................................................................................................................................86
4.2.3 Adequação espacio-funcional ..............................................................................................................86
4.2.3.1 Capacidade – Mobiliário .......................................................................................................86
4.2.3.2 Espaciosidade – Área ...........................................................................................................89
4.2.3.3 Espaciosidade – Dimensão ..................................................................................................89
4.2.3.4 Funcionalidade......................................................................................................................90
4.2.4 Articulação.............................................................................................................................................91
4.2.4.1 Privacidade............................................................................................................................91
4.2.4.2 Acessibilidade .......................................................................................................................91

VIII
4.2.5 Adaptabilidade ......................................................................................................................................91
4.3 MODELOS.............................................................................................................................................................92

5. ESTAR/REUNIR...........................................................................................................................................................99
5.1 DADOS DE PROGRAMA..........................................................................................................................................99
5.1.1 Conteúdo da função .............................................................................................................................99
5.1.2 Tipos de espaços ..................................................................................................................................99
5.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO .................................................................................................................................100
5.2.1 Agradabilidade ....................................................................................................................................100
5.2.2 Adequação espacio-funcional ............................................................................................................101
5.2.2.1 Capacidade – Mobiliário .....................................................................................................101
5.2.2.2 Espaciosidade – Área .........................................................................................................103
5.2.2.3 Espaciosidade – Dimensão ................................................................................................103
5.2.2.4 Funcionalidade....................................................................................................................105
5.2.3 Articulação...........................................................................................................................................106
5.2.3.1 Privacidade..........................................................................................................................106
5.2.3.2 Acessibilidade .....................................................................................................................106
5.2.4 Adaptabilidade ....................................................................................................................................107
5.3 MODELOS...........................................................................................................................................................108

6. RECEBER ..................................................................................................................................................................123
6.1 DADOS DE PROGRAMA........................................................................................................................................123
6.1.1 Conteúdo da função ...........................................................................................................................123
6.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO.................................................................................................................................123

7. RECREIO DE CRIANÇAS.........................................................................................................................................125
7.1 DADOS DE PROGRAMA .......................................................................................................................................125
7.1.1 Conteúdo da função ...........................................................................................................................125
7.1.2 Tipos de espaços ................................................................................................................................125
7.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO .................................................................................................................................127
7.2.1 Agradabilidade ....................................................................................................................................127
7.2.2 Segurança ...........................................................................................................................................127
7.2.3 Adequação espacio-funcional ............................................................................................................127
7.2.3.1 Capacidade – Mobiliário .....................................................................................................127
7.2.3.2 Espaciosidade – Área .........................................................................................................129
7.2.3.3 Espaciosidade – Dimensão ................................................................................................129
7.2.4 Articulação...........................................................................................................................................130
7.2.4.1 Privacidade..........................................................................................................................130
7.2.4.2 Acessibilidade .....................................................................................................................130
7.2.5 Adaptabilidade ....................................................................................................................................130
7.3 MODELOS...........................................................................................................................................................131

8. ESTUDO/RECREIO DE JOVENS.............................................................................................................................139
8.1 DADOS DE PROGRAMA........................................................................................................................................139
8.1.1 Conteúdo da função ...........................................................................................................................139
8.1.2 Tipos de espaços ................................................................................................................................139

IX
8.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO .................................................................................................................................140
8.2.1 Agradabilidade ....................................................................................................................................140
8.2.2 Adequação espacio-funcional ............................................................................................................140
8.2.2.1 Capacidade – Mobiliário .....................................................................................................140
8.2.2.2 Espaciosidade – Área .........................................................................................................141
8.2.2.3 Espaciosidade – Dimensão ................................................................................................142
8.2.3 Articulação...........................................................................................................................................142
8.2.3.1 Privacidade..........................................................................................................................142
8.2.3.2 Acessibilidade .....................................................................................................................142
8.2.4 Adaptabilidade ....................................................................................................................................142
8.3 MODELOS...........................................................................................................................................................143

9. TRABALHO/RECREIO DE ADULTOS .....................................................................................................................151


9.1 DADOS DE PROGRAMA........................................................................................................................................151
9.1.1 Conteúdo da função ...........................................................................................................................151
9.1.2 Tipos de espaços ................................................................................................................................151
9.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO .................................................................................................................................152
9.2.1 Agradabilidade ....................................................................................................................................152
9.2.2 Adequação espacio-funcional ............................................................................................................153
9.2.2.1 Capacidade – Mobiliário .....................................................................................................153
9.2.2.2 Espaciosidade – Área .........................................................................................................154
9.2.2.3 Espaciosidade – Dimensão ................................................................................................154
9.2.3 Articulação...........................................................................................................................................155
9.2.3.1 Privacidade..........................................................................................................................155
9.2.3.2 Acessibilidade .....................................................................................................................155
9.2.4 Adaptabilidade ....................................................................................................................................155
9.3 MODELOS...........................................................................................................................................................156

10. PASSAR A FERRO/COSTURAR ROUPA ...............................................................................................................159


10.1 DADOS DE PROGRAMA........................................................................................................................................159
10.1.1 Conteúdo da função ...........................................................................................................................159
10.1.2 Tipos de espaços ................................................................................................................................159
10.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO .................................................................................................................................160
10.2.1 Agradabilidade ....................................................................................................................................160
10.2.2 Adequação espacio-funcional ............................................................................................................160
10.2.2.1 Capacidade – Mobiliário .....................................................................................................160
10.2.2.2 Espaciosidade – Área .........................................................................................................161
10.2.2.3 Espaciosidade – Dimensão ................................................................................................161
10.2.3 Articulação...........................................................................................................................................161
10.2.3.1 Privacidade..........................................................................................................................161
10.2.3.2 Acessibilidade .....................................................................................................................161
10.2.4 Adaptabilidade ....................................................................................................................................161

11. LAVAGEM DE ROUPA..............................................................................................................................................163

12. SECAGEM DE ROUPA .............................................................................................................................................163

X
12.1 DADOS DE PROGRAMA........................................................................................................................................163
12.1.1 Conteúdo da função ...........................................................................................................................163
12.1.2 Tipos de espaços ................................................................................................................................163
12.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO .................................................................................................................................165
12.2.1 Agradabilidade ....................................................................................................................................165
12.2.2 Segurança ...........................................................................................................................................165
12.2.3 Adequação espacio-funcional ............................................................................................................166
12.2.3.1 Capacidade – Mobiliário e equipamento............................................................................166
12.2.3.2 Espaciosidade – Área .........................................................................................................167
12.2.3.3 Espaciosidade – Dimensão ................................................................................................168
12.2.3.4 Funcionalidade....................................................................................................................168
12.2.4 Articulação...........................................................................................................................................169
12.2.4.1 Privacidade..........................................................................................................................169
12.2.4.2 Acessibilidade .....................................................................................................................170
12.2.5 Adaptabilidade ....................................................................................................................................170
12.3 MODELOS...........................................................................................................................................................171

13. HIGIENE PESSOAL ..................................................................................................................................................175


13.1 DADOS DE PROGRAMA........................................................................................................................................175
13.1.1 Conteúdo da função ...........................................................................................................................175
13.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO .................................................................................................................................175
13.2.1 Agradabilidade ....................................................................................................................................175
13.2.2 Segurança ...........................................................................................................................................176
13.2.3 Adequação espacio-funcional ............................................................................................................176
13.2.3.1 Capacidade – Equipamento................................................................................................176
13.2.3.2 Espaciosidade – Área .........................................................................................................178
13.2.3.3 Espaciosidade – Dimensão ................................................................................................179
13.2.3.4 Funcionalidade....................................................................................................................179
13.2.4 Articulação...........................................................................................................................................180
13.2.4.1 Privacidade..........................................................................................................................180
13.2.4.2 Acessibilidade .....................................................................................................................180
13.2.5 Adaptabilidade ....................................................................................................................................181
13.3 MODELOS...........................................................................................................................................................181

14. PERMANÊNCIA NO EXTERIOR PRIVADO ............................................................................................................187


14.1 DADOS DE PROGRAMA........................................................................................................................................187
14.1.1 Definição do conteúdo da função ......................................................................................................187
14.1.2 Tipos de espaços ................................................................................................................................187
14.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO DE ESPAÇOS EXTERIORES PRIVADOS ELEVADOS .......................................................190
14.2.1 Agradabilidade ....................................................................................................................................190
14.2.2 Segurança ...........................................................................................................................................191
14.2.3 Adequação espacio-funcional ............................................................................................................192
14.2.3.1 Capacidade – Mobiliário .....................................................................................................192
14.2.3.2 Espaciosidade – Área .........................................................................................................193
14.2.3.3 Espaciosidade – Dimensão ................................................................................................193
14.2.3.4 Funcionalidade....................................................................................................................194

XI
14.2.4 Articulação...........................................................................................................................................195
14.2.4.1 Privacidade..........................................................................................................................195
14.2.4.2 Acessibilidade .....................................................................................................................195
14.3 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO DE ESPAÇOS EXTERIORES PRIVADOS TÉRREOS .........................................................195
14.3.1 Agradabilidade ....................................................................................................................................195
14.3.2 Segurança ...........................................................................................................................................196
14.3.3 Adequação espacio-funcional ............................................................................................................196
14.3.3.1 Capacidade – Mobiliário .....................................................................................................196
14.3.3.2 Espaciosidade – Área .........................................................................................................197
14.3.3.3 Espaciosidade – Dimensão ................................................................................................197
14.3.3.4 Funcionalidade....................................................................................................................198
14.3.4 Articulação...........................................................................................................................................198
14.3.4.1 Privacidade..........................................................................................................................198
14.3.4.2 Acessibilidade .....................................................................................................................199
14.4 MODELOS...........................................................................................................................................................200

15. CIRCULAÇÃO ...........................................................................................................................................................203


15.1 DADOS DE PROGRAMA........................................................................................................................................203
15.1.1 Conteúdo da função ...........................................................................................................................203
15.1.2 Tipos de espaços ................................................................................................................................203
15.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO.................................................................................................................................204
15.2.1 Agradabilidade ....................................................................................................................................204
15.2.2 Segurança ...........................................................................................................................................204
15.2.3 Adequação espacio-funcional ............................................................................................................206
15.2.3.1 Capacidade – Mobiliário .....................................................................................................206
15.2.3.2 Espaciosidade – Área .........................................................................................................209
15.2.3.3 Espaciosidade – Dimensão ................................................................................................210
15.2.3.4 Funcionalidade....................................................................................................................213
15.2.4 Articulação...........................................................................................................................................213
15.2.4.1 Privacidade..........................................................................................................................213
15.2.4.2 Acessibilidade .....................................................................................................................214
15.3 MODELOS...........................................................................................................................................................214

16. ARRUMAÇÃO............................................................................................................................................................223
16.1 DADOS DE PROGRAMA .......................................................................................................................................223
16.1.1 Conteúdo da função ...........................................................................................................................223
16.1.2 Tipos de espaços ................................................................................................................................223
16.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO DE ESPAÇOS DE ARRUMAÇÃO NO INTERIOR DO FOGO ...............................................226
16.2.1 Agradabilidade ....................................................................................................................................226
16.2.2 Adequação espacio-funcional ............................................................................................................226
16.2.2.1 Capacidade – Mobiliário e equipamento............................................................................226
16.2.2.2 Espaciosidade – Área .........................................................................................................228
16.2.2.3 Espaciosidade – Dimensão ................................................................................................229
16.2.2.4 Funcionalidade....................................................................................................................229
16.2.3 Articulação...........................................................................................................................................229
16.2.3.1 Privacidade..........................................................................................................................229

XII
16.2.3.2 Acessibilidade .....................................................................................................................230
16.2.4 Adaptabilidade ....................................................................................................................................230
16.3 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO DE ESPAÇOS DE ARRUMAÇÃO EM ARRECADAÇÃO .....................................................231
16.3.1 Agradabilidade ....................................................................................................................................231
16.3.2 Segurança ...........................................................................................................................................231
16.3.3 Adequação espacio-funcional ............................................................................................................231
16.3.3.1 Capacidade – Mobiliário e equipamento............................................................................231
16.3.3.2 Espaciosidade – Área .........................................................................................................231
16.3.3.3 Espaciosidade – Dimensão ................................................................................................232
16.3.4 Articulação...........................................................................................................................................232
16.3.4.1 Acessibilidade .....................................................................................................................232

17. ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS .......................................................................................................................237


17.1 DADOS DE PROGRAMA........................................................................................................................................237
17.1.1 Conteúdo da função ...........................................................................................................................237
17.1.2 Tipos de espaços ................................................................................................................................237
17.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO .................................................................................................................................238

BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................................................................239

GLOSSÁRIO ........................................................................................................................................................................245

ABREVIATURAS/ACRÓNIMOS .........................................................................................................................................251

ANEXO QUADRO RESUMO DE ÁREAS DE ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS ...................................................253

XIII
XIV
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Dormir/descanso pessoal. Dimensões físicas e de uso de mobiliário (parte 1)..........................................................................................................24


Figura 2 - Dormir/descanso pessoal. Dimensões físicas e de uso de mobiliário (parte 2)..........................................................................................................25
Figura 3 - Dormir/descanso pessoal. Disposições frequentes do mobiliário. .............................................................................................................................26
Figura 4 - Dormir/descanso pessoal. Dimensões críticas de espaços .......................................................................................................................................26
Figura 5 - Dormir/descanso pessoal. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................27
Figura 6 - Dormir/descanso pessoal. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................28
Figura 7 - Dormir/descanso pessoal. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................29
Figura 8 - Dormir/descanso pessoal. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................30
Figura 9 - Dormir/descanso pessoal. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................31
Figura 10 - Dormir/descanso pessoal. Modelos de espaços .....................................................................................................................................................32
Figura 11 - Dormir/descanso pessoal. Modelos de espaços .....................................................................................................................................................33
Figura 12 - Preparação de refeições. Dimensões físicas e de uso de equipamento (parte 1) .....................................................................................................52
Figura 13 - Preparação de refeições. Dimensões físicas e de uso de equipamento (parte 2) .....................................................................................................53
Figura 14 - Preparação de refeições. Programa de mobiliário e equipamento............................................................................................................................54
Figura 15 - Preparação de refeições. Programa de mobiliário e equipamento............................................................................................................................55
Figura 16 - Preparação de refeições. Dimensões críticas de espaços .......................................................................................................................................56
Figura 17 - Preparação de refeições. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................57
Figura 18 - Preparação de refeições. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................58
Figura 19 - Preparação de refeições. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................59
Figura 20 - Preparação de refeições. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................60
Figura 21 - Preparação de refeições. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................61
Figura 22 - Preparação de refeições. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................62
Figura 23 - Preparação de refeições. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................63
Figura 24 - Preparação de refeições. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................64
Figura 25 - Preparação de refeições. Modelos de espaços .......................................................................................................................................................65
Figura 26 - Refeições correntes. Dimensões físicas e de uso de mobiliário...............................................................................................................................73
Figura 27 - Refeições correntes. Dimensões críticas de espaços..............................................................................................................................................74
Figura 28 - Refeições correntes. Modelos de espaços..............................................................................................................................................................75
Figura 29 - Preparação de refeições e Refeições correntes. Modelos de espaços .....................................................................................................................76
Figura 30 - Preparação de refeições e Refeições correntes. Modelos de espaços .....................................................................................................................77
Figura 31 - Preparação de refeições e Refeições correntes. Modelos de espaços .....................................................................................................................78
Figura 32 - Preparação de refeições e Refeições correntes. Modelos de espaços .....................................................................................................................79
Figura 33 - Preparação de refeições e Refeições correntes. Modelos de espaços .....................................................................................................................80
Figura 34 - Preparação de refeições e Refeições correntes. Modelos de espaços .....................................................................................................................81
Figura 35 - Preparação de refeições e Refeições correntes. Modelos de espaços .....................................................................................................................82
Figura 36 - Preparação de refeições e Refeições correntes. Modelos de espaços .....................................................................................................................83
Figura 37 - Refeições formais. Dimensões físicas e de uso de mobiliário (parte 1) ...................................................................................................................93
Figura 38 - Refeições formais. Dimensões físicas e de uso de mobiliário (parte 2) ...................................................................................................................94
Figura 39 - Refeições formais. Dimensões críticas de espaços.................................................................................................................................................95
Figura 40 - Refeições formais. Modelos de espaços.................................................................................................................................................................96
Figura 41 - Refeições formais. Modelos de espaços.................................................................................................................................................................97
Figura 42 - Refeições formais. Modelos de espaços.................................................................................................................................................................98
Figura 43 - Estar/reunir. Dimensões físicas e de uso de mobiliário..........................................................................................................................................110
Figura 44 - Estar/reunir. Disposições frequentes do mobiliário................................................................................................................................................111
Figura 45 - Estar/reunir. Dimensões críticas de espaços.........................................................................................................................................................112
Figura 46 - Estar/reunir e Refeições formais. Modelos de espaços .........................................................................................................................................113
Figura 47 - Estar/reunir e Refeições formais. Modelos de espaços .........................................................................................................................................114
Figura 48 - Estar/reunir e Refeições formais. Modelos de espaços .........................................................................................................................................115
Figura 49 - Estar/reunir e Refeições formais. Modelos de espaços .........................................................................................................................................116
Figura 50 - Estar/reunir e Refeições formais. Modelos de espaços .........................................................................................................................................117
Figura 51 - Estar/reunir e Refeições formais. Modelos de espaços .........................................................................................................................................118

XV
Figura 52 - Estar/reunir e Refeições formais. Modelos de espaços .........................................................................................................................................119
Figura 53 - Estar/reunir e Refeições formais. Modelos de espaços .........................................................................................................................................120
Figura 54 - Estar/reunir e Refeições formais. Modelos de espaços .........................................................................................................................................121
Figura 55 - Estar/reunir e Refeições formais. Modelos de espaços .........................................................................................................................................122
Figura 56 - Recreio de crianças. Dimensões físicas e de uso de mobiliário.............................................................................................................................132
Figura 57 - Recreio de crianças. Dimensões críticas de espaços............................................................................................................................................133
Figura 58 - Dormir/descanso pessoal e Recreio de crianças. Modelos de espaços.................................................................................................................134
Figura 59 - Dormir/descanso pessoal e Recreio de crianças. Modelos de espaços.................................................................................................................135
Figura 60 - Dormir/descanso pessoal e Recreio de crianças. Modelos de espaços.................................................................................................................136
Figura 61 - Dormir/descanso pessoal e Recreio de crianças. Modelos de espaços.................................................................................................................137
Figura 62 - Dormir/descanso pessoal e Recreio de crianças. Modelos de espaços.................................................................................................................138
Figura 63 - Estudo/recreio de jovens. Dimensões físicas e de uso de mobiliário .....................................................................................................................144
Figura 64 - Estudo/recreio de jovens. Dimensões críticas e modelos de espaços ...................................................................................................................144
Figura 65 - Dormir/descanso pessoal e Estudo/recreio de jovens. Modelos de espaços .........................................................................................................145
Figura 66 - Dormir/descanso pessoal e Estudo/recreio de jovens. Modelos de espaços .........................................................................................................146
Figura 67 - Dormir/descanso pessoal e Estudo/recreio de jovens. Modelos de espaços .........................................................................................................147
Figura 68 - Dormir/descanso pessoal e Estudo/recreio de jovens. Modelos de espaços .........................................................................................................148
Figura 69 - Dormir/descanso pessoal e Estudo/recreio de jovens. Modelos de espaços .........................................................................................................149
Figura 70 - Trabalho/recreio de adultos. Dimensões físicas e de uso de mobiliário .................................................................................................................157
Figura 71 - Trabalho/recreio de adultos. Dimensões críticas e modelos de espaços ...............................................................................................................157
Figura 72 - Passar a ferro/costurar roupa. Dimensões físicas e de uso de mobiliário ..............................................................................................................162
Figura 73 - Lavagem de roupa e Secagem de roupa. Dimensões físicas e de uso de mobiliário e equipamento.......................................................................172
Figura 74 - Lavagem de roupa. Modelos de espaços..............................................................................................................................................................173
Figura 75 - Lavagem de roupa e Secagem de roupa. Modelos de espaços .............................................................................................................................174
Figura 76 - Higiene pessoal. Dimensões físicas e de uso de mobiliário e equipamento............................................................................................................182
Figura 77 - Higiene pessoal. Modelos de espaços ..................................................................................................................................................................183
Figura 78 - Higiene pessoal. Modelos de espaços ..................................................................................................................................................................184
Figura 79 - Higiene pessoal. Modelos de espaços ..................................................................................................................................................................185
Figura 80 - Permanência no exterior privado. Dimensões físicas e de uso de elementos de mobiliário ....................................................................................201
Figura 81 - Permanência no exterior privado. Dimensões críticas e modelos de espaços ........................................................................................................202
Figura 82 - Circulação. Dimensões físicas e de uso de mobiliário (parte 1).............................................................................................................................215
Figura 83 - Circulação. Dimensões físicas e de uso de equipamento (parte 2) ........................................................................................................................216
Figura 84 - Circulação. Dimensões críticas de espaços ..........................................................................................................................................................217
Figura 85 - Circulação. Modelos de espaços ..........................................................................................................................................................................218
Figura 86 - Circulação. Modelos de espaços ..........................................................................................................................................................................219
Figura 87 - Circulação. Modelos de espaços ..........................................................................................................................................................................220
Figura 88 - Circulação. Modelos de espaços ..........................................................................................................................................................................221
Figura 89 - Arrumação. Dimensões físicas e de uso de mobiliário e equipamento...................................................................................................................234
Figura 90 - Arrumação. Programa de mobiliário e equipamento ..............................................................................................................................................235

XVI
INTRODUÇÃO

CONTEÚDO

Neste documento apresenta-se o programa de qualidade arquitectónica


habitacional aplicável na concepção, análise e avaliação do nível físico dos
Espaços e compartimentos.

O programa foi organizado segundo uma classificação de dezassete funções de


uso da habitação, apresentado-se para cada uma:

1) dados de programa – caracterização geral de cada função e descrição dos


tipos de espaços funcionais mais frequentes;

2) exigências de projecto – definição das exigências de qualidade


arquitectónica, relativas à agradabilidade, segurança, adequação espacio-
1
funcional, articulação e personalização ;

3) modelos – apresentação de exemplos de aplicação do programa proposto


às disposições de mobiliário e equipamento mais frequentes.

INTERESSE

Considera-se que na concepção, análise e avaliação da qualidade da habitação,


a existência de um programa habitacional assume uma grande importância
devido a três razões:

1) os projectistas tendem a projectar conjuntos habitacionais em que


desconhecem os futuros utentes ou em que é muito difícil inquirir cada
utente sobre as suas necessidades e aspirações, servindo neste caso o
programa para definir as exigências que asseguram a satisfação de uma
percentagem alargada dos utentes, e evitar que o projectista seja
simplesmente influenciado pela sua experiência pessoal ou pela
observação de meios sociais limitados;

2) a verificação da satisfação do programa permite realizar uma análise e


avaliação objectiva de habitações em projecto ou construídas;

3) o programa permite acumular os conhecimentos e experiências do


passado, evitando que se repitam erros, e propiciando a aplicação de
soluções que se revelaram satisfatórias.

1
Ver Quadro 1.

INTRODUÇÃO 1
LIMITAÇÕES

O programa habitacional tem como principal objectivo auxiliar o projectista,


fornecendo-lhe informação técnica de base para o desenvolvimento das
propostas, e constituindo um instrumento de análise e avaliação que lhe permite
controlar a qualidade da solução proposta. No entanto, o programa habitacional
não deve ser considerado como um substituto da criatividade, talento e sentido
crítico do projectista, por duas razões:

1) Por um lado, as exigências de qualidade apontam, quando muito, para


modelos abstractos, sendo a função do projectista transformar os modelos
em "arquitectura", concretizando espaços abstractos em experiências reais,
introduzindo a componente estética, simbólica e construtiva.

2) Por outro lado, as exigências de qualidade não são universais, infalíveis, ou


exaustivas, nem prevêem todas as contingências específicas que os casos
concretos e as possibilidades criativas levantam. Assim sendo, as
exigências não são de aplicação automática, devendo ser interpretadas e
adaptadas pelo projectista.

PARÂMETROS DE DEFINIÇÃO

Por se considerar que não existe um programa ideal aplicável a todos os casos,
definiu-se o programa considerando um campo de aplicação privilegiado, e de
um modo que permita facilmente realizar alterações fundamentadas ao
programa proposto.

Para alcançar este objectivo o programa habitacional foi definido segundo os


parâmetros referidos nos pontos seguintes.

Campo de aplicação

O campo de aplicação privilegiado do programa são os empreendimentos


habitacionais cujo nível de qualidade se situa entre a Habitação a Custo
Controlado (HCC) e a habitação de promoção livre de nível médio.

O programa habitacional proposto foi, também, enquadrado pela situação


portuguesa contemporânea no que respeita:

1) à regulamentação da construção de edifícios de habitação e áreas


residenciais;

2) às necessidades e modos de uso da habitação dos tipos de agregados


familiares mais frequentes.

2 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS


Funções de uso

O programa habitacional foi definido com base numa classificação em


2
dezassete funções de uso da habitação , e não segundo uma classificação em
tipos de compartimentos.

Esta opção justifica-se porque o modo de uso do mesmo tipo de


compartimentos pode variar significativamente de acordo com as características
e preferências de cada agregado familiar, o seu posicionamento social e a
evolução do ciclo de vida. Assim, a definição do programa com base numa
classificação de tipos de compartimentos, implicaria fixar um modo de uso rígido
para a habitação.

A definição do programa habitacional com base numa classificação de funções


de uso permite definir as exigências associadas a cada função, deixando ao
projectista a possibilidade de combinar as diversas funções nos compartimentos
do modo que melhor se adequa a cada modo de vida.

Número de utentes

O programa habitacional foi definido segundo o número de utentes da


habitação, porque deste modo se podem conjugar as exigências apresentadas
3
segundo qualquer tipologia programática , que melhor satisfaça as
necessidades dos utentes.

Níveis de qualidade

O programa habitacional foi definido segundo três níveis de qualidade, que


representam diferentes patamares de satisfação das necessidades dos utentes.

O significado dos níveis de qualidade é o seguinte:

1) O nível mínimo satisfaz as necessidades elementares de vida quotidiana


dos utentes não concorrendo para os prejudicar pessoalmente nem para
4
restringir significativamente o seu modo de vida .

2) O nível recomendável confere um maior grau de qualidade que o nível


mínimo, o que permite suportar melhor diferentes modos de uso, assim
como, a evolução previsível das necessidades dos utentes durante o
período de vida útil das habitações.

2
Ver Quadro 3.
3
Classificação tipológica da habitação que tem como critério o número de quartos de dormir (por
exemplo, T1, T2, T3, etc.).
4
Este nível é definido pelos regulamentos e normas nacionais aplicáveis, em particular as
Recomendações Técnicas de Habitação Social (RTHS - MES 1985) e o Regulamento Geral das
Edificações Urbanas (RGEU - Portugal 1951). Nos aspectos em que a documentação é omissa, este
nível é definido pela boa prática da construção e do projecto.

INTRODUÇÃO 3
3) O nível óptimo suporta uma resposta integral às necessidades dos utentes,
e permite também o uso permanente por utentes condicionados de
5
mobilidade após pequenas adaptações.

A definição do programa habitacional segundo três níveis de qualidade tem


como vantagens permitir:

1) contemplar as necessidades dos utentes, para além das necessidades


elementares da vida quotidiana presente (níveis recomendável e óptimo);

2) flexibilizar a aplicação do programa, pois cabe ao projectista escolher qual


o nível de satisfação desejado para cada exigência.

Exigências de desempenho da habitação

O programa habitacional foi definido com base na classificação das exigências


de desempenho da habitação apresentadas no Quadro 1.

Quadro 1

Exigências de habitabilidade Agradabilidade* Conforto higrotérmico


Conforto acústico
Conforto visual
Conforto táctil
Qualidade do ar
Protecção/estanquidade à água
Salubridade

Exigências de segurança Segurança* Segurança estrutural


Segurança no uso normal
Segurança contra incêndio
Segurança contra a intrusão
Segurança viária

Exigências de uso Adequação espacio-funcional Capacidade


Espaciosidade
Funcionalidade

Articulação Privacidade
Convivialidade
Acessibilidade
Comunicabilidade

Personalização Adaptabilidade
Apropriação

Exigências estéticas Aspecto e coerência Atractividade


Domesticidade
Integração

Exigências de economia Economia Economia

Esta classificação resulta da compatibilização das classificações propostas por


vários autores, tendo como principal objectivo, integrar as exigências de
natureza arquitectónica na classificação das exigências de desempenho de

5
Ver conceito no glossário.

4 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS


edifícios corrente em Portugal, principalmente no domínio da engenharia (Canha
da Piedade 1986; Cabrita 1987; Coelho 1993a).

No programa proposto foram definidas apenas as exigências de desempenho


da habitação indicadas no quadro a "bold", pelas seguintes razões:

1) porque existem contribuições significativas da arquitectura para a sua


satisfação;

2) porque são passíveis de uma definição com base em critérios quantitativos


e mensuráveis.

As exigências indicadas com um asterisco (*) constituem matérias de estudo


das respectivas especialidades, pelo que são apenas tratados os principais
aspectos que estão directamente relacionados com o domínio da arquitectura.

A utilização do termo Agradabilidade representa uma limitação do âmbito das


Exigências de habitabilidade, que se justifica por se considerar que no domínio
da arquitectura não estão em causa problemas de sobrevivência, mas apenas
de agrado e bem-estar.

METODOLOGIA DE DEFINIÇÃO

O programa habitacional foi desenvolvido segundo os dois passos a seguir


indicados.

Em primeiro lugar, foi realizada uma extensa recolha e síntese bibliográfica, que
incluiu o resumo e harmonização das disposições regulamentares e normativas
aplicáveis em Portugal, e a síntese das especificações de qualidade
apresentadas por diversos autores nacionais e estrangeiros. Na realização desta
síntese foi ponderada a actualidade das especificações propostas e a
proximidade da sociedade de referência para que foram realizadas à sociedade
portuguesa contemporânea. Desta síntese resultou uma proposta de programa
de exigências aplicável ao nível físico dos espaços e compartimentos.

Em segundo lugar, foi seguida uma via experimental com base nos dados
recolhidos, constituída pelas fases seguintes:

1) Definição das necessidades de equipamento e mobiliário

Para cada função foram definidas as necessidades de equipamento e


mobiliário, segundo o nível de qualidade e a lotação da habitação.

Os critérios para a selecção do equipamento e mobiliário a atribuir a cada


função são variáveis, pelo que se optou por respeitar a seguinte ordem de
prioridades:

• mobiliário cuja existência é indispensável ao desenvolvimento


adequado da função;

INTRODUÇÃO 5
• mobiliário que com maior frequência é instalado pelos moradores na
habitação, resultando este conhecimento do apuramento de
observações, levantamentos e inquéritos;

• mobiliário que é considerado adequado por autores que tratam este


tema.

2) Definição da dimensão física e de uso do equipamento e mobiliário

Para cada função foram definidas as dimensões físicas e de uso do


mobiliário e equipamento, segundo o nível de qualidade.

As dimensões variam habitualmente entre uma gama limitada de valores,


pelo que, para a sua definição, se optou por respeitar os seguintes
critérios:

• as dimensões propostas pelos diversos autores que abordam este


tema;

• quanto mais elevado o nível de qualidade maior a dimensão física do


mobiliário; este incremento não significa necessariamente que seja
integrado mobiliário com maiores dimensões, mas sim que existe a
possibilidade do espaço comportar maior variedade de mobiliário;

• quanto mais elevado o nível de qualidade maior a dimensão de uso do


mobiliário, traduzindo-se num maior conforto e versatilidade de uso.

3) Definição das disposições mais frequentes do equipamento e mobiliário

Os diversos elementos de equipamento e mobiliário formam, em regra,


algumas configurações mais frequentes, que resultam da conjugação dos
seguintes factores:

• razões funcionais e modos de uso idênticos (por exemplo, a sequência


de acções de preparação de refeições: guardar, preparar, cozinhar,
servir);

• racionalidade na ocupação do espaço (por exemplo, cozinha com


bancada em "L" formando um espaço adequado para a colocação da
mesa de refeições);

• permanência de valores culturais e simbólicos (por exemplo, mesa de


refeições centrada e simétrica relativamente ao aparador).

4) Realização de modelos de espaços funcionais

Para cada função foram realizados modelos de ensaio, segundo o nível de


qualidade e a lotação da habitação.

A realização de modelos conjugou os dados reunidos nos três pontos


anteriores, designadamente: os elementos de mobiliário e equipamento
previstos para cada função, representados segundo as dimensões físicas e
de uso definidas, foram organizados segundo as disposições mais
frequentes.

6 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS


Os modelos realizados não pretendem representar todas as possibilidades
de conjugação do mobiliário e equipamento, mas ser exemplificativos das
disposições mais frequentes.

5) Análise dos modelos

A análise dos modelos permitiu, para cada espaço funcional, estudar quais
são as disposições do mobiliário e equipamento mais vantajosas, e aferir
as áreas úteis e dimensões mínimas atribuídas no programa.

A selecção das áreas úteis e dimensões mínimas de cada função foi


realizada ponderando o grau de adaptabilidade pretendido. Isto é, no nível
de qualidade mínimo, a área e dimensão adoptadas apenas permitem um
número reduzido de disposições do mobiliário e equipamento, enquanto
que, no nível de qualidade óptimo, são suportadas a generalidade das
disposições racionais.

Salienta-se que, este estudo beneficiou significativamente dos trabalhos


desenvolvidos no LNEC pelo Arq.º Nuno Portas, em particular o trabalho
intitulado "Estudo das funções e da exigência de áreas da habitação".

FORMA DE APRESENTAÇÃO

A apresentação do programa habitacional é precedida por um capítulo em que


se classificam os níveis de comportamento e espaços da habitação, e se
apresenta uma lista resumo das funções de uso da habitação.

O programa é apresentado em dezassete capítulos que correspondem às


dezassete funções em que foi classificado o uso da habitação. Em cada capítulo
foi utilizada a estrutura de apresentação que seguidamente se resume:

1) Dados de programa

a) Definição e conteúdo da função:

• objectivo e papel da função na vida familiar;

• descrição dos sistemas de actividades e actividades que compõem


a função;

• localização da função nos espaços e compartimentos da habitação;

• descrição dos utentes envolvidos;

• horário e frequência de ocorrência da função.

b) Descrição de tipos de espaços funcionais.

2) Exigências de projecto

a) Agradabilidade (conforto ambiental e valor simbólico).

b) Segurança.

c) Adequação espacio-funcional:

INTRODUÇÃO 7
• Capacidade – Mobiliário e equipamento:

- critérios de dimensionamento de mobiliário e equipamento;

- dimensões do mobiliário e equipamento;

- critérios de atribuição de mobiliário e equipamento;

- programa de mobiliário e equipamento.

• Espaciosidade – Área:

- critérios de atribuição de área;

- áreas de espaços funcionais.

• Espaciosidade – Dimensão:

- critérios de dimensionamento;

- dimensões de espaços funcionais.

• Funcionalidade.

d) Articulação:

• privacidade;

• acessibilidade.

e) Adaptabilidade.

3) Modelos de espaços funcionais

Modelos exemplificativos da aplicação do programa de exigências


proposto às disposições de mobiliário e equipamento consideradas mais
frequentes. Nos modelos as dimensões lineares são cotadas em metros, e
as áreas parciais (área indicada junto a cada modelo) e de referência (A.R.
indicada junto ao título) são apresentadas em metros quadrados.

Em anexo é apresentado um quadro resumo das áreas propostas no programa


para cada uma das funções.

8 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS


FUNÇÕES E ACTIVIDADES DA HABITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DE NÍVEIS DE COMPORTAMENTO E


ESPAÇOS DA HABITAÇÃO

Na definição do programa foi utilizado o sistema de classificação dos níveis de


comportamento, ambientes e espaços físicos concretos, apresentado no Quadro
2.

Quadro 2

Comportamentos Ambientes Espaços físicos concretos


Acção
Actividade
Sistema de actividades Zona de actividade
Função Espaço funcional Compartimentos
Padrão de comportamento Plano genérico Habitações
Processo de evolução Sistema dinâmico Evolução das habitações

No programa optou-se por limitar a hierarquia de níveis de comportamento e


ambientes aos indicados a "bold" no quadro, e cujo significado é desenvolvido
nos pontos seguintes.

Conceitos de actividade, sistema de actividades e função

O significado dos níveis de classificação do comportamento indicados é o


seguinte:

1) actividade – compreende uma sequência de acções (por exemplo, lavar os


dentes);

2) sistema de actividades – compreende um conjunto específico de


actividades funcional e espacialmente relacionadas, que constituem um
sistema de comportamento unificado (por exemplo, as lavagens corporais);

3) função – compreende um conjunto de sistemas de actividades que


constituem uma unidade mais generalizada do comportamento na
habitação (por exemplo, a higiene pessoal).

Conceitos de zona de actividade e espaço funcional

A cada um dos níveis de classificação do comportamento correspondem


ambientes cujo significado é o seguinte:

1) Zona de actividade – é o local onde se desenvolve um determinado sistema


de actividades. A zona de actividade é espacialmente composta por um

FUNÇÕES E ACTIVIDADES DA HABITAÇÃO 9


corpo de elementos concretos (equipamento ou mobiliário) associado a
um campo (espaço de uso).

Um campo de uma zona de actividade admite a sobreposição com outros


campos (por exemplo, o espaço de acesso a um roupeiro de arrumação
pode estar sobreposto ao espaço de acesso a uma cama), excepto
quando exista simultaneidade ou grande frequência de uso.

Um corpo de uma zona de actividade só admite sobreposição com outros


corpos de zonas de actividade se existir sobreposição vertical de
elementos (por exemplo, bancada de cozinha e armário superior) ou se
existir partilha de mobiliário/equipamento por diferentes actividades.

2) Espaço funcional – é o local onde se desenvolve uma determinada função,


compreendendo várias zonas de actividade.

Classificação de funções

As funções podem ser classificadas quanto à sua importância no funcionamento


da habitação nas seguintes categorias:

1) Função dominante – composta por um conjunto de actividades essenciais


do comportamento na habitação (por exemplo, dormir/descanso pessoal,
ou higiene pessoal) e geralmente localizada num tipo de compartimento
próprio (por exemplo, quarto de dormir, ou instalação sanitária).

2) Função associada – composta por um conjunto de actividades nas


seguintes situações:

• actividades não essenciais do comportamento na habitação (por


exemplo, permanência no exterior privado);

• actividades que podem desenvolver-se nas zonas de actividade de


outras actividades (por exemplo, as refeições correntes podem
desenvolver-se no espaço destinado às refeições formais);

• actividades para as quais não são necessárias condições específicas e


que podem ter várias localizações opcionais (por exemplo, conversar
ao telefone, exercício físico, etc.);

• actividades que estão limitadas a certas classes de utentes e que não


podem ser generalizadas (por exemplo, ocupação profissional, uso de
instrumentos musicais, etc.);

• actividades que ocorrem ocasionalmente ou por um período de tempo


relativamente curto no ciclo de vida, e para as quais as condições
adequadas podem ser temporariamente improvisadas (por exemplo,
recreio de crianças).

10 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS


LISTA DE FUNÇÕES, SISTEMAS DE ACTIVIDADES E
ACTIVIDADES DE USO DA HABITAÇÃO

No Quadro 3 apresenta-se a classificação das actividades, sistemas de


actividades e funções adoptada no presente documento (Portas 1969; Herbert et
al. 1983).

A classificação das actividades em funções de uso da habitação foi realizada


com base num critério misto, em que se conjugam por ordem hierárquica
decrescente os seguintes aspectos:

1) a natureza das actividades;

2) o local onde são realizadas as actividades;

3) os grupos de idades dos utentes envolvidos.

FUNÇÕES E ACTIVIDADES DA HABITAÇÃO 11


Quadro 3

Função Sistema de actividades Actividade


Dormir/descanso pessoal 1 Dormir/descanso de casal 1a Dormir de noite, dormir de dia
Dormir/descanso duplo 1b Descansar
Dormir/descanso individual 1c Ler, ver televisão
Estar doente e tratar de pessoa doente
Estar com criança pequena
Vestir e despir roupa
Fazer a cama
Conversar ao telefone
Conversar em privado
Arrumação de roupa pessoal 1d Arrumar roupa pessoal
Preparação de refeições 2 Preparação de refeições 2 Guardar e conservar alimentos
Preparar alimentos
Cozinhar alimentos
Lavar louça
Arrumar louça
Eliminar lixo
Refeições correntes 3 Refeições correntes 3 Pôr a mesa e servir alimentos
Comer
Levantar a mesa
Refeições formais 4 Refeições formais 4 Pôr a mesa e servir alimentos
Comer
Levantar a mesa
Estar/reunir 5 Lazer familiar 5a Conversar, jogar, ler
Ouvir música
Tocar instrumentos musicais
Ver televisão 5b Ver televisão
Receber 6 Receber convidados 6 Apresentar visitas
Servir aperitivos/bebidas
Conversar, jogar
Ouvir música
Ver televisão
Recreio de crianças 7 Recreio de crianças 7 Brincar
Vigiar e tratar crianças
Estudo/recreio de jovens 8 Estudo/recreio de jovens 8 Estudar
Utilizar computador pessoal
Reunir amigos
Jogar, ler, ouvir música, ver televisão
Trabalho/recreio de 9 Trabalho/recreio de adultos 9 Estudar
adultos Trabalhar
Utilizar computador pessoal
Jogar, ler, ouvir música, ver televisão
Passar a ferro/costurar 10 Passar a ferro 10a Passar a ferro
roupa Limpar, arrumar roupa
Costurar roupa 10b Costurar à mão ou à máquina
Limpar, arrumar roupa
Lavagem de roupa 11 Lavagem de roupa na máquina 11a Lavar roupa na máquina
Lavagem de roupa manual 11b Lavar roupa à mão
Secagem de roupa 12 Secagem de roupa na máquina 12a Secar roupa com máquina
Secagem de roupa natural 12b Estender roupa, apanhar roupa
Higiene pessoal 13 Lavagens 13a Lavar as mãos e o rosto
Tomar banho ou dar banho a crianças
Vestir e despir roupa, fazer toillete, fazer a barba
Proceder a curativos
Lavar roupa pequena à mão
Funções vitais 13b Excreções
Permanência no exterior 14 Permanência no exterior privado 14a Descansar e solário
privado elevado Reunir
Permanência no exterior privado 14b Cuidar de flores ou animais
térreo Estar ao ar livre
Circulação 15 Entrada/saída 15a Entrar e sair da habitação
Vestir e despir vestuário de exterior
Atender pessoas estranhas à porta
Esperar e receber visitas
Comunicação/separação 15b Circular entre compartimentos
Separar compartimentos
Arrumação 16 Arrumação geral 16a Arrumar objectos volumosos e de uso eventual
Arrumação de despensa 16b Arrumar alimentos e produtos de limpeza
Arrumação de roupa de casa 16c Arrumar roupa de casa
Estacionamento de 17 Estacionamento de veículos 17 Estacionar veículo
veículos Entrar e sair do veículo
Arrumar utensílios de manutenção do veículo
As funções dominantes estão identificadas com um circulo ( ) junto ao número da função.

12 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS


1. DORMIR/DESCANSO PESSOAL

1.1 DADOS DE PROGRAMA

1.1.1 Conteúdo da função

A função define-se sobretudo pela actividade de dormir/repouso, à qual estão


geralmente associadas outras actividades (como vestir/despir, descanso, lazer,
arrumação de roupa individual) e outras funções (como recreio de crianças,
estudo/recreio de jovens e trabalho/recreio de adultos).

Sistemas de Os sistemas de actividades que compõem a função dormir/descanso pessoal


actividades e
actividades
são: dormir de casal, dormir individual, dormir duplo e arrumação de roupa.
componentes
As actividades que compõem os sistemas de actividades dormir de casal,
individual e duplo são: dormir de noite, dormir de dia, descansar, ler, ver
televisão, estar doente, tratar de pessoa doente, vestir/despir, fazer a cama,
conversar ao telefone e conversar em privado.

Localização A localização mais comum da função dormir/descanso pessoal é um "quarto de


dormir" com maior ou menor grau de autonomia. A localização alternativa para
esta função é uma sala ou saleta.

Utentes envolvidos Os utentes envolvidos na função dormir/descanso pessoal são, em geral, todos
os elementos do agregado familiar (pais, filhos e outros familiares integrados no
agregado) e eventualmente estranhos ao núcleo familiar (em condições de
permanência como hóspedes, ou em condições transitórias como visitas
ocasionais).

Horário e frequência A função dormir/descanso pessoal ocorre essencialmente durante a noite, mas
pode ocorrer alternativamente durante qualquer período do dia. A frequência
desta função é diária.

1.1.2 Tipos de espaços

Quarto de casal O quarto de casal é o local por excelência da vida íntima do casal pelo que as
suas características devem propiciar boas condições de privacidade.

Quartos para crianças Os quartos para crianças devem apresentar as seguintes características:

1) Serem luminosos e seguros, sendo secundários os requisitos de


privacidade.

DORMIR / DESCANSO PESSOAL 13


2) Englobarem um espaço para as crianças poderem brincar sem
necessidade de utilizarem a zona de espaços comuns da habitação.

3) Permitirem a evolução das necessidades de relacionamento das crianças,


como se descreve em seguida:

• abaixo dos 6 anos de idade, é benéfica a companhia de outras


crianças, nomeadamente durante a noite;

• entre os 6 e os 9 anos, surge a necessidade de separação das crianças


por sexos e de oferecer a cada criança uma zona personalizada (esta
zona pode não corresponder a um compartimento individual);

• a necessidade de independência das crianças acentua-se entre os 13 e


os 15 anos.

4) Permitirem a evolução do programa e das disposições de mobiliário (com


o crescimento das crianças é, em regra, crescente a necessidade de
mobiliário e decrescente a necessidade de área livre para brincar).

5) Estarem próximos do quarto dos pais.

Um quarto pode decompor-se em duas zonas: uma zona estritamente para Alcovas
dormir e descansar (designada de alcova), e outra para estar, brincar ou
estudar. Uma evolução desta separação é a conjugação das zonas de estar de
vários quartos numa zona única, articulada com cada uma das alcovas
individuais.

A existência de alcovas individuais, articuladas com uma zona comum de jogos


e convívio, pode constituir uma boa solução para as crianças que tendem, por
vezes, a sentir-se demasiado isoladas ao dormir sós num quarto "clássico".

As alcovas individuais devem satisfazer as seguintes condições (MHOP e LNEC


1978a; Alexander et al. 1980):

1) possuírem um vão de porta ou outro dispositivo de encerramento que


assegure pelo menos a privacidade visual;

2) no caso de constituírem compartimentos encerrados, possuírem:

• vãos de janela com uma área mínima de 0.50m², que assegure a


iluminação natural e a ventilação;

• uma dimensão mínima de 2.10m;

3) no caso de serem separadas por tabiques que não as encerrem


totalmente, podem ter uma largura mínima não inferior a 1.80m.

No caso de quartos para pessoas idosas devem ser satisfeitas as seguintes Quartos para idosos
exigências:

1) facilidade de acesso a instalações sanitárias;

14 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS


2) possibilidade de instalar duas camas individuais, geminadas ou isoladas,
nos quartos de casal;

3) dimensões de uso do mobiliário e das faixas de circulação superiores às


habituais;

4) boas condições de privacidade relativamente ao exterior e ao interior da


habitação.

Dormir fora dos quartos Em situações pontuais, a função dormir/descanso pessoal pode desenvolver-se
em espaços de estar/reunir, nomeadamente:

1) quando um morador pretende repousar/descansar fora do seu quarto;

2) quando visitas ou familiares pernoitam na habitação em condições de


recurso;

3) quando uma pessoa está doente e necessita de um acompanhamento


constante, ou de estar afastada provisoriamente da pessoa com que
compartilha o quarto.

Estas situações justificam a existência de um sofá-cama nos espaços de


estar/reunir ou, em alternativa, a existência de espaço para colocar outro
mobiliário de dormir (por exemplo, cama de dobrar).

Caso se pretenda usar frequente, este mobiliário deve ser cuidadosamente


situado em espaços previstos para o efeito, que não sejam nem excessivamente
intrusivos na vida doméstica normal (geralmente em recantos afastados da zona
de convívio do fogo).

1.2 EXIGÊNCIAS DE PROJECTO

1.2.1 Agradabilidade

O uso dos quartos tende a ser contínuo e multifuncional, porque as horas de


trabalho e de descanso são cada vez menos regulares ou generalizáveis, e
porque os quartos tendem a suportar outras funções para além do
dormir/descanso pessoal, tais como, recreio de crianças, estudo/recreio de
jovens e trabalho/recreio de adultos.

Este modo de uso justifica a existência de adequadas condições de


agradabilidade, designadamente no que respeita ao conforto ambiental e à
possibilidade de disposição do mobiliário de acordo com os diferentes modos
de uso dos moradores.

Quanto ao conforto ambiental nos espaços de dormir/descanso pessoal, devem


ser satisfeitas as seguintes exigências (Portas 1969; Neufert 1981):

DORMIR / DESCANSO PESSOAL 15


1) Conforto acústico – existir um adequado isolamento acústico relativamente
ao exterior, aos espaços do edifício, às habitações vizinhas e aos próprios
espaços da habitação.

2) Conforto visual

• existirem vãos de janela em contacto directo com o exterior que


proporcionem adequadas condições de iluminação natural, de
insolação (de preferência durante o período da manhã) e de abertura
visual sobre o exterior;

• existirem dispositivos que permitam o controlo da radiação solar


excessiva e o obscurecimento total da luz do dia.

3) Qualidade do ar

• existirem vãos de janela em contacto directo com o exterior que


proporcionem adequadas condições de ventilação natural;

• estar assegurado que as camas não estão obrigatoriamente colocadas


em posições susceptíveis de sofrerem correntes de ar, nomeadamente
por baixo ou junto a vãos de janela.

Quanto à disposição do mobiliário nos espaços de dormir/descanso pessoal,


devem ser asseguradas as seguintes possibilidades (Neufert 1981):

1) colocar as camas de modo a aproveitar a iluminação natural e as vistas


exteriores proporcionadas pelos vãos de janela;

2) evitar a contiguidade de camas a paredes exteriores;

3) encostar as camas à parede ou conjugar as camas com armários de modo


a formar recantos individuais e personalizados (estas disposições são
consideradas como psicologicamente mais reconfortantes para o utente,
nomeadamente quando o quarto é ocupado por mais de uma pessoa);

4) colocar as camas em diferentes posições relativas, particularmente quanto


à relação entre as cabeceiras.

1.2.2 Adequação espacio-funcional

1.2.2.1 Capacidade – Mobiliário

O mobiliário da função dormir/descanso pessoal foi atribuído segundo os Critérios de atribuição


de mobiliário
seguintes critérios:

1) nos espaços de dormir/descanso de casal, foi previsto um espaço


destinado a instalar provisoriamente um berço ou uma cama de bebé, que
pode em alternativa ser ocupado por uma mesa de trabalho, uma mesa de
"toilette", um sofá, uma cadeira de braços, ou uma estante;

16 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS


2) em todos os espaços de dormir foi incluído um roupeiro destinado à
arrumação da roupa individual dos seus utentes;

3) o mobiliário suplementar (mesa de trabalho e estante) e a área livre para


recreio, geralmente associados ao espaço de dormir, são tratados nas
funções recreio de crianças e estudo/recreio de jovens;

4) não foi feita qualquer distinção no programa de mobiliário segundo o nível


de qualidade, porque se considera que, para além dos elementos de
mobiliário incluídos no programa, não existem outros de importância
secundária.

Dimensões do As dimensões físicas e de uso dos elementos de mobiliário da função


mobiliário
dormir/descanso pessoal são apresentadas no Quadro 4, na Figura 1 e na
Figura 2 (Thiberg 1969; Portas 1969; Lamure 1976; Herbert et al. 1978; Tutt e
Adler 1979; Noble 1982; Swedish Standard 1994a).

Quadro 4

Dimensões físicas Dimensões de uso


Mobiliário
frente profundidade altura frente profundidade
Cama de casal mínimo 2.00 1.50 0.40 a 0 60 2.00+0.60 0.60+1.50+0.60 m
recom. 2.00 1.50 0.40 a 0 60 2.00+0.60 0.60+1.50+0 70 m
óptimo 2.10 1.60 0.40 a 0 60 2.10+0.60 0.70+1.60+0.70 m
Cama individual mínimo 2.00 0.80 0.40 a 0 60 2.00 0.80+0.60 m
recom. 2.00 0.80 0.40 a 0 60 2.00 0.80+0.70 m
óptimo 2.10 0.90 0.40 a 0 60 2.10 0.90+0.70 m
Cama de criança mínimo 1.20 0.60 0.40 a 0 60 2.00 0.60+0.60 m
recom. 1.20 0.60 0.40 a 0 60 2.00 0.60+0.60 m
óptimo 1.20 0.60 0.40 a 0 60 2.00 0.60+0.70 m
Sofá-cama mínimo 2.00 0.90 0.40 a 0 60 2.00 0.90+0.60 m
recom. 2.00 0.90 0.40 a 0 60 2.00 0.90+0.60 m
óptimo 2.10 0.90 0.40 a 0 60 2.10 0.90+0.60 m
Berço 0.75 0.40 0.40 a 0 60 0.75 0.40+0.45 m
Mesa de cabeceira 0.40 0.40 0.40 a 0 70 0.40 0.40+0.60 m
Cómoda com mínimo 0.80 0.45 0 80 a 0 90 0.80 0.45+0.60 m
gavetas
recom. 0.80 0.45 0 80 a 0 90 0.80 0.45+0.75 m
óptimo 1.00 0.45 0 80 a 0 90 1.00 0.45+0.90 m
Arca 0.80 0.60 0.40 a 0 60 0.80 0.60+0.60 m
Mesa de "toilette" mínimo 0.80 0.50 0 60 a 0 90 0.80 0.50+0.70 m
recom. 1.00 0.60 0 60 a 0 90 1.00 0.60+0.70 m
óptimo 1.00 0.60 0 60 a 0 90 1.00 0.60+0.70 m
Roupeiro mínimo 0.80 0.60 1 70 a 2.45 0.80 0.60+0.60 m
individual
recom. 0.80 0.60 1 70 a 2.45 0.80 0.60+0.75 m
óptimo 1.00 0.60 1 70 a 2.45 1.00 0.60+0.90 m
Roupeiro duplo mínimo 1.20 0.60 1 70 a 2.45 1.20 0.60+0.60 m
recom. 1.20 0.60 1 70 a 2.45 1.20 0.60+0.75 m
óptimo 1.60 0.60 1 70 a 2.45 1.60 0.60+0.90 m

DORMIR / DESCANSO PESSOAL 17


No Quadro 5 apresenta-se o programa de mobiliário da função dormir/descanso Programa de mobiliário
pessoal, segundo o sistema de actividades (RTHS Art. 4.2.2.2 - MES 1985).

Quadro 5

Mobiliário Dormir de casal Dormir duplo Dormir individual

Cama de casal 1 - - uni


Cama individual - 2 1 uni
Mesa de cabeceira 2 2 1 uni
Cadeira 2* 2* 1* uni
Mesa de "toilette" com cadeira 1 - - uni
(Cama de criança) 1 - - uni
(Sofá individual) 1 - - uni
(Mesa de trabalho) 1 - - uni
Roupeiro duplo 1 1 - uni
Roupeiro individual - - 1 uni
Cómoda ou arca 1 - - uni

() O mobiliário apresentado entre parêntesis constitui uma alternativa relativamente à primeira hipótese.
* A cadeira pode ser suprimida, no caso de existir, no mesmo compartimento, outro mobiliário que disponha de
cadeira (por exemplo, mesa de estudo).

1.2.2.2 Espaciosidade – Área

Na atribuição de área a espaços de dormir/descanso pessoal devem ser Critérios de atribuição


de área
ponderados os seguintes aspectos:

1) o programa de mobiliário definido para cada sistema de actividades;

2) a largura das faixas de circulação;

3) as disposições mais frequentes do mobiliário.

No Quadro 6 apresentam-se as áreas úteis a atribuir aos espaços de Área de espaços


dormir/descanso pessoal, segundo o sistema de actividades, as funções
associadas e o nível de qualidade (RGEU Art. 66 - Portugal 1951; Portas 1969;
Lamure 1976; MHOP e LNEC 1978a; DGAV 1985).

Quadro 6

Sist. de activid. Função associada Mínimo Recomend. Óptimo


Dormir/descanso de casal 10.50 11.50 12.00 m²
+trabalho/recreio de adultos 10.50+1.00 11.50+2.00 12.00+3.00 m²
Dormir/descanso duplo 9.00 10.00 11.00 m²
+recreio de crianças 9.00+1.50 10 00+2.50 11.00+3.50 m²
+estudo/recreio de jovens 9.00+1.50 10.00+2.50 11.00+3.50 m²
Dormir/descanso individual 5.50 6.00 6.50 m²
+recreio de crianças 5.50+1.00 6.00+1.50 6.50+2.00 m²
+ estudo/recreio de jovens 5.50+1.00 6.00+1.50 6.50+2.00 m²

1.2.2.3 Espaciosidade – Dimensão

18 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS


Critérios de
No dimensionamento de espaços de dormir/descanso pessoal, o principal
dimensionamento aspecto a ter em consideração é a posição da cama ou camas. Assim,
apresenta-se no Quadro 7 e na Figura 3 uma síntese das disposições mais
frequentes das camas e suas dimensões mínimas.

A cada uma das disposições das camas pode acrescentar-se faixas para
colocação de mobiliário, cuja largura depende da dimensão física e de uso do
mobiliário a instalar.

Quadro 7

Sist. de activid. Pos. Dimensão Descrição


Dormir/descanso A 2.60x2.70 m cama com cabeceira encostada à parede e com espaço livre de ambos os lados
de casal
Dormir/descanso B 1.50x4.00 m camas em linha com um lado maior encostado à parede
duplo
C 2.90x2.40 m camas paralelas com cabeceiras encostadas à parede e com espaço entre si
D 2.50x2.40 m camas paralelas com cabeceiras encostadas à parede e com espaço entre si
E 2.60x2.40 m camas paralelas com cabeceiras encostadas à parede e com espaço entre si e dos lados
F 2.00x3.40 m camas em "L" com um lado maior e cabeceira encostados à parede
Dormir/descanso G 2.00x1.50 m cama com três lados encostados à parede e apenas com um lado maior livre
individual
H 2.40x1.50 m cama com cabeceira e um lado maior encostados à parede
I 2.80x1.50 m cama com um lado maior encostado à parede
J 2.40x1.90 m cama com cabeceira encostada à parede e ambos os lados livres

As faixas de circulação devem permitir um acesso fácil a todos os pontos do


espaço de dormir/descanso pessoal. Para o efeito, a distância entre o lado maior
da cama e qualquer obstáculo à circulação deve ser adequada ao modo de uso
pretendido, tal como apresentado no Quadro 8.

Quadro 8

Distância Uso
0.35 m Passar de lado
0.60 m Circular; fazer a cama; auxiliar pessoa deitada
0.80 m Circular em cadeira de rodas com dificuldade; limpar debaixo da cama com dificuldade
0.90 m Circular em cadeira de rodas; circular e manobrar utensílios de limpeza
1.00 m Limpar debaixo da cama
1.20 m Rodar em cadeira de rodas com dificuldade
1.30 m Rodar em cadeira de rodas

Dimensão de espaços No Quadro 9 e na Figura 4 apresentam-se as dimensões mínimas dos espaços


de dormir/descanso pessoal, segundo o sistema de actividades e o nível de
qualidade.

Quadro 9

Sistema de actividades Mínimo Recomendável Óptimo


Dormir/descaso de casal 2.60 2.90 3.30 m
Dormir/descaso duplo 2.10 2.40 2.70 m
Dormir/descaso individual 2.10 2.40 2.70 m

DORMIR / DESCANSO PESSOAL 19


1.2.2.4 Funcionalidade

Com vista a assegurara a funcionalidade dos espaços de dormir/descanso


pessoal devem ser satisfeitas as seguintes condições de uso e disposição do
mobiliário:

1) no caso de existirem camas encostadas lateralmente à parede, deve ser


possível desencostá-las cerca de 0.60m, de modo a facilitar a actividade de
"fazer a cama" e a permitir boas condições para tratar pessoas doentes e
acamadas (esta condição é especialmente importante quando as camas se
situam em nichos);

2) perto da cama deve existir um espaço livre para uma pessoa se


vestir/despir, colocar roupa e instalar uma cadeira;

3) em espaços de dormir/descanso duplos e individuais deve ser possível


utilizar a cama como sofá.

1.2.3 Articulação

1.2.3.1 Privacidade

A função dormir/descanso pessoal tem uma relação de compatibilidade


simultânea com as funções estudo/recreio de jovens e trabalho/recreio de
adultos, e uma relação de compatibilidade sucessiva com as funções recreio de
crianças e passar a ferro/costurar roupa.

Os espaços de dormir/descanso pessoal, quando constituem quartos de dormir,


devem estar articulados de modo a satisfazer as seguintes exigências de
privacidade:

1) devem ter um acesso próprio através de um espaço de circulação, ainda


que possuam outro acesso através de um compartimento habitável;

2) devem ter acesso à instalação sanitária que os serve de forma directa ou


através de espaços de circulação separados da zona de espaços comuns;

3) devem ter ligação à porta de entrada/saída do fogo através de um, ou mais,


espaços de circulação separados da sala;
6
4) devem ter ligação à porta de entrada/saída da habitação através de : no
nível mínimo, um mesmo espaço de circulação; no nível recomendável,
dois espaços de circulação demarcados entre si; e no nível óptimo, dois
espaços de circulação isolados entre si;

5) nas habitações de tipologia programática T4 e T5 admite-se que um quarto


não satisfaça as exigências apresentadas nos pontos anteriores.

6
Em fogos de tipologia programática T1, a separação entre os quartos e a porta de entrada/saída da
habitação pode ser menos exigente.

20 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS


Quanto à organização do espaço de dormir/descanso pessoal, a posição da
porta de acesso deve salvaguardar a privacidade do(s) utente(s),
nomeadamente quando deitado(s).

1.2.3.2 Acessibilidade

A função dormir/descanso pessoal tem uma relação de conexão com as funções


recreio de crianças, estudo/recreio de jovens, trabalho/recreio de adultos,
higiene pessoal e permanência no exterior privado.

Os espaços de dormir/descanso pessoal, quando constituem quartos de dormir,


devem estar articulados de modo a satisfazer as seguintes exigências de
acessibilidade:

1) devem ter acesso directo, ou através de um espaço de circulação, a um


espaço de higiene pessoal;

2) nas habitações de tipologia programática T4 e T5, um dos quartos duplos


ou individuais deve ter acesso a partir da zona de entrada/saída;

3) nas habitações que se desenvolvem em mais do que um piso:

• deve existir pelo menos um quarto no piso de entrada/saída da


habitação – permite a utilização por utentes com dificuldades de
movimentação;

• deve existir pelo menos um quarto duplo ou individual no piso em se


situa o quarto de casal – permite a utilização por crianças pequenas;

• deve existir pelo menos um quarto no piso em que se situam o espaço


de estar/reunir e o espaço de preparação de refeições – permite a
utilização como quarto de serviço ou como expansão do espaço de
estar/reunir.

1.2.4 Adaptabilidade

Os espaços de dormir/descanso pessoal constituem geralmente quartos que


devem apresentar as características de adaptabilidade que se indicam em
seguida:

1) Flexibilidade do modo de divisão da zona da espaços individuais

A zona de espaços individuais deve ter condições que permitam várias


possibilidades de divisão do espaço, tais como:

• existência de vãos de porta amplos;

• existência de armários ou de paredes leves que permitam uma


colocação/remoção fácil;

DORMIR / DESCANSO PESSOAL 21


• existência de uma solução estrutural e construtiva que permita a
remoção da parede ou a abertura de um vão largo entre dois
compartimentos.

Os quartos resultantes da subdivisão da zona de quartos devem cumprir


todas as exigências definidas no programa.

Pretende-se, por exemplo, que o modo de divisão da zona de quartos


possa acompanhar a evolução das necessidades de privacidade de um
grupo de irmãos, ao longo do seu processo de crescimento, segundo as
seguinte fases: quarto geral para crianças pequenas; espaço para jovens
formado por alcovas individuais e uma zona comum multifuncional; e
conjunto de quartos individuais para adolescentes e adultos jovens.

2) Possibilidade de conjugação de quartos com outros compartimentos

Devem existir condições que permitam a conjugação dos quartos com


outros compartimentos contíguos, designadamente as referidas no ponto
anterior.

Pretende-se, por exemplo, possibilitar a realização de uma alteração


frequentemente introduzida pelos utentes de habitações sub-ocupadas,
que consiste na transformação de um dos quartos em sala de trabalho,
sala de jantar, ou sala de estar.

3) Possibilidade de diferentes modos de uso dos quartos

O modo de acesso aos quartos deve permitir que neles se desenvolvam


diferentes funções, nomeadamente:

• nas habitações de tipologia programática T3 ou superior, deve existir


um quarto fora da zona de espaços individuais e com acesso directo a
zona de entrada/saída da habitação; esse quarto pode servir de sala de
trabalho, sala de visitas, escritório, quarto de visitas, quarto de um filho
adulto, etc.;

• nas habitações de tipologia programática T3 ou superior, um dos


quartos deve ter acesso directo à zona de espaços comuns, sendo
desejável que esse quarto possua uma segunda entrada a partir dos
espaços de circulação da habitação; esse quarto pode servir de sala de
jantar, sala de visitas, sala de estudo, etc..

4) Possibilidade de diferentes modos de disposição do mobiliário

Os quartos pela sua área, dimensão e forma devem permitir diversos


modos de disposição do mobiliário. Para cumprir este requisito, considera-
se que os quartos duplos e individuais devem permitir colocar as camas
alternativamente geminadas ou isoladas e apenas com as cabeceiras
encostadas às paredes.

Pretende-se assegurar que os utentes podem colocar o mobiliário nas


disposições mais adequadas às suas necessidades, apesar dos quartos

22 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS


terem sido concebidos com base numa disposição de mobiliário
considerada mais racional ou mais frequente.

1.3 MODELOS

Neste ponto são apresentados modelos exemplificativos da aplicação do


programa de exigências proposto para a função dormir/descanso pessoal, às
disposições de mobiliário consideradas mais frequentes. Para maior facilidade
de consulta dos modelos, apresenta-se no Quadro 10 a lista dos modelos com
os respectivos números de figura e de página.

Quadro 10

Função dominante Sistema de actividades Nível de qualidade Figura n.º Página n.º

Dormir/descanso pessoal Dormir de casal Mínimo Figura 5 27


Recomendável Figura 6 28
Óptimo Figura 7 29

Dormir duplo Mínimo Figura 8 30


Recomendável Figura 9 31
Óptimo Figura 10 32

Dormir individual Mín./Rec./Ópt. Figura 11 33

Nos capítulos 7 e 8 apresentam-se modelos exemplificativos da associação da


função dormir/descanso pessoal com as funções recreio de crianças (Figura 58
à Figura 61) e estudo/recreio de jovens (Figura 65 à Figura 69).

DORMIR / DESCANSO PESSOAL 23


24 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS
DORMIR / DESCANSO PESSOAL 25
26 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS
DORMIR / DESCANSO PESSOAL 27
28 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS
DORMIR / DESCANSO PESSOAL 29
30 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS
DORMIR / DESCANSO PESSOAL 31
32 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS
DORMIR / DESCANSO PESSOAL 33
BIBLIOGRAFIA

1. ADAMS, Barbara – Whellchair housing. In The Architect's Journal, 25 de


Junho de 1975, pág. 1320 a 1348.

2. AELLEN, Kurt; THOMAS, Keller; MEYER, Paul; WIRGAND, Jürgen –


Système d’evaluation de logements (SEL). Berne, Ed. Office Fédéral du
Logement, 1979.

3. ALEXANDER, Christopher; ISHIKAWA, Sara; SILVERSTEIN, Murray; et al.


– A pattern language. Col. Arquitectura Perspectivas. Barcelona, Editorial
Gustavo Gili, 1980.

4. BENEVOLO, Leonardo – Diseño de la ciudad - 1. La descripcion del


ambiente. Barcelona, Editorial Gustavo Gili, 1977.

5. CANHA DA PIEDADE, A. – Exigências funcionais. 1ª parte - versão


provisória. Curso de Mestrado em Construção. Lisboa, Ed. Instituto
Superior Técnico, 1986.

6. CECCARINI, Ivo – A composição da casa. Projecto modular. Lisboa,


Editorial Presença, 1988.

7. COELHO, A. Baptista – Análise e avaliação da qualidade arquitectónica


residencial. Volume II - Rumos e factores de análise da qualidade
arquitectónica residencial. Lisboa, Ed. LNEC, 1993a.

8. COELHO, A. Baptista – Análise e avaliação da qualidade arquitectónica


residencial. Volume III - Níveis físicos do habitat, tipologias gerais e
caracterização sistemática. Lisboa, Ed. LNEC, 1993b.

9. COELHO, A. Baptista; PEDRO, J. Branco – 1ª Análise retrospectiva do


parque financiado pelo INH nos anos de 1985/87 - Análise arquitectónica,
fichas resumo dos empreendimentos e elementos gráficos dos projectos.
Lisboa, Ed. LNEC, 1995.

10. COELHO, A. Baptista; PEDRO, J. Branco – Do bairro e da vizinhança à


habitação. Tipologias e caracterização dos níveis físicos residenciais.
Colecção Informação Técnica Arquitectura, n.º 2. Lisboa, Ed. LNEC, 1998.

11. DEILMANN, H., KIRSCHENMANN, J.; PFEIFFER, H. – The dwelling.


Stuttgart, Ed. Karl Krämer Verlag, 1973.

12. DIRECÇÃO GERAL DE ARQUITECTURA Y VIVIENDA (DGAV) –


Individuo e vivienda. Madrid, Ed. MOPU, 1985.

BIBLIOGRAFIA 239
13. DRAKE, Frank; PHEASANT, Stephen – Domestic kitchen design,
conventional planning. In The Architect's Journal, 3 Outubro 1984, pág. 71
a 78.

14. DREYFUSS, D.; TRIBEL, J. – La cellule-logement. Cahiers du Centre


Scientifique et Techique du Bâtiment (Cahier 382), Paris, Ed. CSTB, 1961.

15. DUARTE, J. Pinto; PAIVA, J. Vasconcelos – Normas técnicas para projecto


de edifícios de habitação. Lisboa, Ed. LNEC, 1994a.

16. DUARTE, J. Pinto; PAIVA, J. Vasconcelos – Revisão das recomendações


técnicas para habitação social (1ª Fase). Lisboa, Ed. LNEC, 1994b.

17. DUCHÊME, G. – Entretiens sur la flexibilité des logements. Cahiers du


Centre Scientifique et Techique du Bâtiment (Cahier 1365). Paris, Ed.
CSTB, 1976.

18. GOMES, Ruy J. – Necessidades humanas e exigências funcionais da


habitação. Memória n.º 501. Lisboa, Ed. LNEC, 1978.

19. GRIFFINI, Enrico A. – Construzione razionale della casa. Milano, Editore


Ulrico Hoepli, 1948.

20. HABRAKEN, N. J. – El diseño de suportes. Barcelona, Editorial Gustavo


Gili, 1979.

21. HERBERT, Gilbert; SWOPE, Mary H.; et al. – Some performance


guidelines for the design and evaluation of environmental spaces in the
dwelling. Haifa, 1978.

22. HMSO – Antropometria em instalações sanitárias. Design Bulletin n.º24.

23. INSTITUT DE TECNOLOGIA DE LA CONSTRUCCIÒ DE CATALUNYA


(ITCC) – Condiciones mínimes d’habitabilitat i de construcció dels edificis a
contemplar en les ordenances d’edificació. Barcelona, Ed. Dir. General
d’Urbanismo, 1983.

24. JEPHCOTT, P. – Homes in high flats. Edimburgo, Ed. Oliver Boyd, 1971.

25. LAMURE, Claude – Adaptation du logement à la vie familiale. Col. ICI.


Paris, Ed. Eyrolles, 1976.

26. LABORATÓRIO NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL (LNEC) –


Recomendações para a elaboração de especificações de comportamento.
Lisboa, Ed. LNEC, 1979.

27. LABORATÓRIO NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL (LNEC) – Revisão


das recomendações técnicas para habitação social (1ª Fase). Lisboa, Ed.
LNEC, 1994.

28. MINISTÉRIO DA HABITAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS e LABORATÓRIO


NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL (MHOP e LNEC) – Instruções para

240 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS


projectos de habitação promovida pelo estado. Documento 2: Exigências
relativas aos espaços e ao equipamento. Lisboa, Ed. LNEC, 1978a.

29. MINISTÉRIO DA HABITAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS e LABORATÓRIO


NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL (MHOP e LNEC) – Instruções para
projectos de habitação promovida pelo estado. Documento 5: Regras de
qualidade relativas aos espaços e ao equipamento. Lisboa, Ed. LNEC,
1978b.

30. MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E


COMUNICAÇÕES (MOPTC) – Proposta de regulamento geral das
edificações. Versão provisória fotocopiada, 1989.

31. MINISTERIO DE OBRAS PUBLICAS Y URBANISMO (MOPU) – Normas


técnicas de diseño y calidad de las viviendas sociales. Madrid, Ed. MOPU,
1978.

32. MINISTÉRIO DO EQUIPAMENTO SOCIAL (MES) – Recomendações


técnicas para habitação social (Portaria n.º 580/83, de 17 de Maio). Lisboa,
Ed. MES e LNEC, 1985.

33. MOITA, Francisco – Energia solar passiva 1. Lisboa, Ed. INCM, 1987.

34. the NATIONAL BUILDING AGENCY – Generic plans: two and three storey
houses. Ed. NBA, 1965.

35. NATIONAL SWEDISH INSTITUTE FOR BUILDING RESEARCH (NSIBR)


– Quality of dwelling and housing areas. Ed. The United Nations, 1967.

36. NEUFERT, Ernst – Arte de projectar em arquitectura. Barcelona, Editorial


Gustavo Gili, 1980.

37. NOBLE, John; ADAMS, Barbara – Housing: the home in its setting. In The
Architect’s Journal, 11 Setembro, 1968.

38. NOBLE, John – Activities and spaces, dimensional data for housing design.
Architect’s Journal Supplement, 15 Dezembro de 1982.

39. PEDRO, J. Branco – Programa habitacional. Habitação. Colecção


Informação Técnica Arquitectura, n.º 5. Lisboa, Ed. LNEC, 1999a.

40. PEDRO, J. Branco – Programa habitacional. Edifício. Colecção Informação


Técnica Arquitectura, n.º 6. Lisboa, Ed. LNEC, 1999b.

41. PEDRO, J. Branco – Programa habitacional. Vizinhança próxima. Colecção


Informação Técnica Arquitectura, n.º 7. Lisboa, Ed. LNEC, 1999c.

42. PEREIRA, Luz Valente; GAGO, B. Corrêa – O uso do espaço na habitação.


Lisboa, Ed. LNEC, 1974.

43. PEREIRA, Luz Valente; GAGO, A. Corrêa – Inquérito à habitação urbana. I


Volume. Lisboa, Ed. LNEC, 1984.

BIBLIOGRAFIA 241
44. PEREIRA, Luz Valente; GAGO, A. Corrêa; LOPES, M. José – Inquérito à
habitação urbana. II Volume. Lisboa, Ed. LNEC, 1984.

45. PORTAS, Nuno; GOMES, Ruy José – Estudo das funções e da exigência
de áreas da habitação - Necessidades familiares e áreas da habitação.
Análise de exigências por funções da habitação. Volume I. Lisboa, Ed.
LNEC, 1964.

46. PORTAS, Nuno – Estudo das funções e da exigência de áreas da


habitação - Necessidades familiares e áreas da habitação. Análise de
exigências por função da habitação. Volume II. Lisboa, Ed. LNEC, 1964.

47. PORTAS, Nuno e al. – Estudo analítico de projectos de habitação -


Projecto ICESA. Lisboa, Ed. LNEC, 1965.

48. PORTAS, Nuno – Définition et evolution des normes du logement.


Comunicação apresentada no Congresso da União Internacional dos
Arquitectos. Bucarest, 1966.

49. PORTAS, Nuno – Funções e exigências de áreas da habitação. Colecção


Informação Técnica de Edifícios, n.º 4. Lisboa, Ed. LNEC, 1969.

50. PORTUGAL, Leis e Decretos – Regulamento geral das edificações


urbanas. Decreto-lei n.º 38382 de 7 de Agosto de 1951.

51. PORTUGAL, Leis e Decretos – Regulamento de segurança contra incêndio


em edifícios de habitação. Decreto-Lei n.º 64/90 de 21 de Fevereiro de
1990.

52. PRINZ, Dieter – Urbanismo II. Configuração urbana. Vila da Feira, Editorial
Presença, 1984.

53. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL SAÚDE/EUROPA (OMS) – Directrizes para


uma habitação saudável. Tradução do documento OMS/EURO, EH Série
31, 1990.

54. REIS, R. Antunes; LOURENÇO, M. Silva; CASTELÃO, J. Santos –


Avaliação da qualidade de projectos de habitação. Original fotocopiado,
Lisboa, 1987.

55. SANTA-RITA – Dimensionamento das divisões da habitação. Ed. Gabinete


de Estudos e Planeamento, 1971.

56. SWEDISH STANDARD – Building desgin / Housing / Fucional Planning,


SS 91 42 22, Edition 2, 1994a.

57. SWEDISH STANDARD – Building desgin / Housing / Furnishing sizes, SS


91 42 21, Edition 2. 1994b.

58. SWEDISH STANDARD – Building desgin / Housing / Planning for cooking


and eating, SS 91 42 31, Edition 2. 1994c.

242 PROGRAMA HABITACIONAL • ESPAÇOS E COMPARTIMENTOS


59. THIBERG, Alice – Room layouts. National Swedish Building Research
Summaries. R41, 1970.

60. THIBERG, Sven (Ed) – Housing research and design in Sweden.


Estocolmo, Ed. Swedish Council for Building Research, 1990.

61. VIEGAS, João C. – Ventilação natural em edifícios de habitação. Colecção


Edifícios, n.º 4. Lisboa, Ed. LNEC, 1995.

62. TANDY, Cliff (Ed.) – Handbook of urban landscape. Londres, Ed. The
Architectural Press, 1975.

63. TELEDYNE BROWN ENGINEERING – A Design Guide for Home Safety.


Washington, Ed. U. S. Department of Housing and Urban Development,
1972.

64. TUTT, Patricia; ADLER, David (Ed.) – New metric handbook, planning and
designing data. Ed. Butterworth Architecture, 1979.

65. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) – Guidelines for healthy


housing. Copenhagen, Ed. WHO, 1988.

BIBLIOGRAFIA 243
View publication stats

Você também pode gostar