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Cibele Clemente
APRESENTAÇÃO
Desde o início de sua gravidez, Júlia fora informada que esta seria de
alto risco. Ela que já tinha perdido um filho por aborto espontâneo, vivia
apreensiva e temerosa pela vida do seu bebê.
No quarto mês de gestação a moça começou a apresentar sintomas de
pressão alta e pré - diabetes. À noite para dormir era uma dificuldade por conta
dos muitos inchaços, dores de cabeça, enjoos e tantos outros problemas de
saúde que sofria. Entretanto, mesmo com tantas adversidades, Júlia jamais
perdeu sua fé em Deus e na Virgem Maria. Todos os dias rezava a oração de
Nossa Senhora do Bom Parto, fazia diversas novenas, suplicava por seu filho
com o terço nas mãos, e consagrava toda sua família ao Imaculado Coração
de Nossa Senhora.
Numa tarde de fevereiro a moça começou a sentir-se muito mal. Foi
levada às pressas para a maternidade. Lá os médicos verificaram sua pressão
muito alta. Internaram-na. Já era o nono mês de gestação e ela respirava com
dificuldade.
No dia seguinte, às onze horas, o médico estava finalizando sua visita
aos leitos e verificando a situação das pacientes. Ele achou necessário que
Julia realizasse uma ultrassonografia. Este exame identificou que a bebê dela
estava em sofrimento fetal, todo o líquido amniótico havia acabado, e, havia
apenas uma pequena quantidade de líquido no rosto do bebê, o que a manteve
viva. Os médicos levaram-na ao centro cirúrgico. Precisavam operá-la
imediatamente.
Júlia, para onde ia, sempre levava em sua bolsa a imagem de Nossa
Senhora das Graças que tinha uns trinta centímetros mais ou menos de
tamanho. A moça retirou a imagem de sua bolsa e estava sendo preparada
para a cesariana. Uma grande confiança em Deus e na Virgem Maria
apoderou-se dela. Nas mãos segurava com força a santinha.
Pediram que ela vestisse uma roupa específica para a cirurgia. Teve que
retirar anéis, relógio e qualquer outro acessório. A ordem era que não deveria
entrar com nada na sala de cirurgia. Júlia estava ficando cada vez mais
nervosa e apreensiva. Pedia a Deus, em íntima oração, que eles não tirassem
de suas mãos a imagem da Virgem. E o Senhor ouviu o seu pedido. Mesmo
sendo a imagem de tamanho considerável, maior que um palmo, ninguém
parecia vê-la em suas mãos.
A cirurgia foi um sucesso. Nasceu uma linda menina, forte e saudável,
pesando mais de quatro quilos. Recebeu o nome de Laura Maria em
homenagem à Virgem. Júlia sabia que durante toda a sua trajetória na
gestação Nossa Senhora das Graças jamais a havia abandonado. Ela
agradeceu a Jesus Cristo e a sua Mãe por tão grande milagre.
Joana naquele dia foi para o grupo de oração muito cansada. Sua alma
estava exausta de tantas lutas. Chegou um pouco atrasada. Era o momento do
louvor. As pessoas cantavam com muita fé e alegria. Quando começou a
oração, em que o salão ficou escuro, ela não conseguia fazer nada, a não ser
fechar os olhos e pedir a Deus que a acolhesse e perdoasse. Nesse momento,
ela sentiu a mão de alguém em seu ombro iniciando uma oração. A única coisa
que veio em sua cabeça foi o nome de Jesus. Assim, ela ia repetindo várias
vezes JESUS JESUS JESUS, enquanto seu colega rezava por ela. Em sua
mente vinha somente uma palavra: tranqüilidade.
Deus estava pedindo pra que ela tivesse apenas fé, paciência e
tranqüilidade em sua vida a fim de alcançar o seu milagre. Pra confirmar essa
oração foi proclamado: shalom, shalom, shalom, paz que vem de Deus!
Naquele instante a presença de Nossa Senhora foi sentida de maneira muito
forte.
A moça sentiu em seu coração que deveria se espelhar em Maria.
Seguir os passos Dela. Ser obediente, tranqüila, serena, perseverante como
Ela. Veio em sua consciência cenas do filme “A paixão de Cristo”. Percebeu
com nitidez o rosto de Nossa Senhora, tão sofrido, desfigurado, vendo seu
Filho em estado tão terrível de padecimento. Mas mesmo assim, Maria
mantinha a Serenidade, a tranqüilidade e a Fé. Quando Jesus caiu com a cruz,
sua Mãe correu pra Lhe acolher como uma criança, pra colocar no colo e
proteger. É assim que Ela faz conosco, mesmo nos momentos mais difíceis, de
queda, de sofrimento, quando a cruz está pesada demais. Maria nos acolhe
como filhos, como criança e nos põe no colo e nos protege e intercede por nós,
nos entrega a Deus Pai!
Ao voltar para casa o mundo inteiro parecia estar diferente ao redor de
Joana. Ela pediu e Nossa Senhora da Paz retirou do fundo do seu coração
toda perturbação, dúvidas e incredulidades. Ela entendeu muito bem a
mensagem que a Mãezinha veio dizer: Sejam pacientes. Sejam tranquilos.
Tenham fé. Vocês não estão sozinhos.
Meu nome é Cibele, sou a autora deste livro e isso aconteceu há dois
anos. Era um sábado ensolarado. Minha família e eu acordamos bem
dispostos. Tomamos café e, em seguida, iniciamos as atividades domésticas.
Era dia de limpar a geladeira, portanto retirei todos os recipientes de água e
deixei-os de “molho” em uma banheira com água sanitária e limpa alumínio. As
roupas de cama já haviam sido lavadas e secavam ao sol.
Por volta das onze horas meu esposo, Sebastião, saiu para comprar
alguma coisa para o almoço, tendo em vista que não tinha dado tempo
aprontar nada. Fiquei em casa com meus dois filhos: Laura de sete anos e o
Lorenzo Samuel, com apenas um aninho. Os varais estavam repletos de
roupas lavadas. O tempo ensolarado de repente mudou, ameaçando chuva.
Então pedi a minha filha Laura para ficar na sala com o irmão enquanto eu
recolhia as roupas e estendia dentro do quarto.
Quando estava estendendo as peças ouvi uma voz baixinha que me
perguntava sobre o meu filho Samuel. Naquele momento fui acometida por um
terrível mau presságio. Saí de dentro do quarto chamando por meu filho.
Questionei a Laura onde ele estava, mas ela também não sabia. Procuramos
pela casa inteira, até que o encontramos na área de serviço, roxo, sem
conseguir respirar direito, pois havia bebido água sanitária com limpa alumínio
que estavam dentro dos recipientes da geladeira. Na hora fiquei em desespero.
Não sabia o que fazer. Grossa e espessa baba impediam que a criança
engolisse. Seu hálito era cloro puro. Levei-o para sala. Queria ligar pra
ambulância, mas naquela hora, nem o número eu lembrava. E o menino já
desmaiando nos meus braços. Foi quando me lembrei da Virgem Maria e do
Arcanjo Miguel, e os invoquei com todo o desespero, esperança e fé que ainda
restavam em meu coração. Eu disse:
- Nossa Senhora, Arcanjo Miguel valei-me. Salvem o meu filho em nome
de Jesus!
Ao pronunciar estas palavras senti um forte vento em minhas pernas,
minha casa parecia iluminada, e, aos poucos, um profundo sentimento de paz
expulsou toda angústia. Nesse momento, meu filho conseguiu engolir a
“gosma” da garganta e pôde, enfim, respirar normalmente. Fui orientada pelo
médico do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) a observá-lo e se ele não
apresentasse nada de anormal, estaria tudo bem. Graças a Deus, a Virgem
Maria e ao Arcanjo Miguel meu miúdo está conosco, forte e saudável. Sempre
falo desse testemunho para todas as pessoas para que através desses relatos
acreditem que Deus nunca nos desampara, e que nos deixou uma Mãe tão
bondosa para cuidar de nós e anjos da guarda para nos proteger nesta
caminhada rumo ao Céu.
NA COMPANHIA DE MARIA – NOSSA SENHORA DA GUIA