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SUMARI O

Prefácio 11

Capítulo 1 - A verdade capacita 13


Capítulo 2 - Gastar nossa herança 23
Capítulo 3 - Encontrar a misericórdia de Deus 45
Capítulo 4 - Guardar o testemunho 65
Capítulo 5 - Lembranças que dão vida 85
Capítulo 6 - Coragem para deixar um legado 95
Capítulo 7 - Viver sob a influência 115
Capítulo 8 - 0 poder da transformação 127
Capítulo 9 - Liberar a presença de Deus 143

Smile
C apítulo 1

A verdade capacita

Um dia, eu estava em meu escritório lendo Apocalipse,


quando senti algo inconfundível — a sensação que tenho
quando as palavras parecem saltar da página e sei que estou
ouvindo uma palavra atual do Senhor. Pensei: "Puxa! Isso é
tão poderoso! Não tenho a mínima ideia do que significa, mas
é poderoso!" (Como sempre, meu espírito estava indo muito
mais rápido que minha mente.)
O versículo que tinha acabado de ler estava em Apocalipse
19.10.

Então caí aos seus pés para adorá-lo, mas ele me disse:
"Não faça isso! Sou servo como você e como os seus
irmãos que se mantêm fiéis ao testemunho de Jesus.
Adore a Deus! O testemunho de Jesus é o espírito de profecia".

Foi particularmente essa última frase que irrompeu no meu


coração, e eu soube que tinhas implicações poderosas que se
estendiam bem além do contexto do encontro de João.
Nos momentos que se seguiram, meditei sobre essa frase,
pedindo ao Espírito Santo que me ajudasse a entender o
que ele queria dizer. Algumas horas depois, a resposta veio
caminhando e entrou pela porta do meu escritório. Um dos
homens da igreja, a quem vou chamar de Jim, parou para dar
o testemunho de que Deus tinha restaurado poderosamente
o seu casamento. Depois de terminar a história, ele disse:"Bill,
você tem minha autorização para contar esse testemunho a
qualquer pessoa que esteja precisando ouvi-lo".
Essa declaração repentinamente clareou as coisas em
minha mente. Testemunho e profecia sempre foram elementos
importantes da vida cristã, mas, nesse momento, percebi
que aquele homem estava me dizendo que podia usar seu
testemunho para profetizar para as pessoas. (A profecia ou
prediz o futuro, ou provoca uma mudança no presente.
O testemunho então passa a ser um catalisador com sua
capacidade de provocar uma mudança na atmosfera no
presente, abrindo espaço para um livramento sobrenatural.)
Jim tinha intuitivamente pensado em duas hipóteses.
A primeira: se Deus havia feito essa obra excelente para ele,
com certeza faria para outros; a segunda: declarar o testemunho
era um meio pelo qual essa promessa seria transmitida a
outros que dela necessitam.
A primeira hipótese tem apoio claro nas Escrituras, que
afirmam que Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre
e não faz acepção de pessoas (v. Hebreus 13.8; Atos 10.34).
A segunda hipótese, reconheci naquele momento: foi uma
r H l TTf '
aplicação prática da verdade de que o testemunho de Jesus é
o espírito de profecia. Os testemunhos profetizam a intenção
e a natureza de Deus a todos quantos os ouçam.

REAÇÁO EM CADEIA le
A experiência a seguir ocorreu há vinte e cinco anos. Desde
então, tenho contado testemunhos intencionalmente quando
ministro e tenho observado de perto as consequências, o que
tem sido sempre impressionante.
Uma das minhas histórias favoritas é a de um garotinho
que foi curado certa noite, na reunião regional de reavivamento
numa das cidades do litoral norte da Califórnia, onde eu havia
servido em muitas ocasiões. Na época, o menino contava 3 anos
de idade e tinha os pés completamente tortos.
Eu havia trazido à reunião alguns alunos da escola
de ministério da Bethel Church, e eles oraram pelo
menino. Quando o sentaram no chão, seus pés estavam
perfeitamente alinhados pela primeira vez. Um amiguinho
desse garoto chegou até ele e disse:"Corra!". Ele saiu
correndo imediatamente.

j A verdade capacita
Minha esposa gravou tudo em vídeo. Na semana seguinte,
pudemos mostrar a todos em Bethel as imagens desse
garotinho correndo num grande círculo, voltando até a câmera
e dizendo:"Posso correr!". Foi maravilhoso. Duas semanas
depois, os vizinhos dele viajaram três horas de carro para
assistir à nossa reunião de domingo de manhã. Quando lhes
perguntei como estava o menininho, contaram-me que ele
estava correndo há duas semanas.
No dia seguinte, dois alunos da Escola de Ministério
foram ao centro de compras local atrás de pessoas a quem
iriam mostrar o amor de Deus por meio da oração. Era uma
atividade normal para eles. Dois deles observaram uma
mulher idosa caminhando com uma bengala e uma atadura
nas pernas e acharam que ela seria uma boa candidata.
Aproximaram-se da mulher e lhe perguntaram se podiam orar
por ela. Ela respondeu firme e claramente:"Não".
Destemidos, eles persistiram e explicaram que tinham
acabado de ver um garotinho de pés tortos ser curado.
Depois de terem dado o testemunho, a mulher mudou de ideia
e disse que podiam orar por ela. Primeiro, eles oraram pelo
joelho da mulher, que tinha um tumor. O tumor desapareceu,
e ela removeu a atadura. Em seguida, o Senhor mostrou a um
dos alunos, por meio de uma palavra de conhecimento, que
ele também estava curando as costas da mulher e que o fogo
da presença divina estava tocando determinada região das
costas dela.
Quando o aluno mostrou o ponto exato, a mulher
descobriu que o outro tumor havia desaparecido também.
Ela não havia dito nada sobre esse tumor aos rapazes. Logo
depois que isso aconteceu, a família dela veio para fora da loja
e viu que a avó tinha sido curada. A mulher saiu da galeria
carregando a bengala e as ataduras.
Algum tempo depois, contei essas duas histórias num
culto de domingo de manhã, como exemplo da palavra
profética de um testemunho. Uma visitante que viera do
estado de Montana tinha uma menininha de 2 anos de idade
cujos pés eram voltados para dentro tão gravemente que ela
sempre tropeçava neles*quando tentava correr. Depois de
ouvir os testemunhos e o ensinamento, a mulher disse no seu
coração:"Quero isso para minha filha". Quando foi buscar sua
filhinha em nosso berçário, descobriu que os pés da menina
já estavam perfeitamente retos. Ninguém havia imposto as
mãos nem orado. Tão somente ocorreu com a intervenção
natural de Deus quando a fé da mãe se acendeu com o poder
de um relato.
Mais recentemente, dei testemunho desses três milagres
em uma conferência na igreja de Mahesh e Bonnie Chavda na
Carolina do Norte. O motorista que me levava do hotel para a
igreja e da igreja para o hotel era brasileiro. Quando ele estava
me levando de volta para o hotel, depois de uma reunião,
contou-me que tinha acabado de receber um telefonema de
sua cunhada no Brasil. Ela havia assistido ao culto daquela
noite pelo computador. Quando ouviu a história dos pés tortos
do menino serem curados e depois ficou sabendo dos pés da
menininha que se endireitaram também, ela chamou a filha.
A menina tinha cerca de 10 anos. Os pés dela eram tão
voltados para dentro que na verdade eram deformados. É uma
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garota bonita, mas, quando as pessoas olham para seus pés,

A verdade capacita
ela fica constrangida. Depois de ouvir o ensinamento sobre o
testemunho e os relatos que se seguiram, a cunhada do meu
motorista chamou a filhinha, que estava em outro cômodo da
casa. A menina respondeu: "Sim, mamãe"e veio até o corredor.
A mãe mandou que tirasse os sapatos. A menina tirou o
calçado e foi até a mãe. Qliando caminhou até a mulher, os
pés se endireitaram e foram completamente curados. Mais
uma vez, a fé foi liberada pelo poder de um relato.
Não tenho dúvida de que cada um desses indivíduos
experimentou o poder profético do testemunho. Quando
ouviram o testemunho do que Deus fez, a unção sobre o
testemunho abriu um reino de possibilidades. A atmosfera
encheu-se de oportunidade para que o milagre relatado no
testemunho se duplicasse. Quando se comprometeram com
sua fé e aproveitaram completamente a oportunidade de essa
possibilidade se concretizar, isso se tornou realidade.
Em dois desses casos, ninguém nem sequer orou, não
impôs as mãos, tampouco estava presente no ambiente com a
pessoa que foi curada. Essa é apenas uma das muitas histórias
que se relacionam com um feito miraculoso específico. Eu
e outros membros de minha equipe de liderança e da igreja
vimos essa lista de intervenções sobrenaturais de Deus
continuar crescendo à medida que milagres determinados são
multiplicados pela declaração de um testemunho.
Uma série em particular é tão fecunda e o resultado do
testemunho é tão claro que isso é surpreendente. Começou há
alguns anos quando eu estava orando pelas pessoas de uma
conferência em Minnesotta. Estava lá presente uma moça que
havia sofrido um terrível acidente e teve a perna quebrada. Tinha
A liberação do sobrenatural

pinos, sentia dor, os movimentos foram restringidos, além de


outras complicações.
Quando oramos por ela, os depósitos de cálcio começaram
a se dissolver, ela ganhou mais movimento e deixou de sentir
dor. Quando se levantou na manhã seguinte e se vestiu para
vir à reunião do dia, o marido olhou para a perna dela e disse:
"Ei, isso não estava aí antes!". Cada parte de sua panturrilha
que havia sido destruída no acidente tinha sido regenerada da. <
noite para o dia. Na reünião, ela deu o testemunho, e todos
nós louvamos a Deus por esse milagre criativo.
Depois do testemunho dessa moça, uma mulher veio
imediatamente até mim e disse:"Se Deus fez isso para ela,
sem dúvida faria para mim também". Ela compreendeu o que
o testemunho acabara de fazer por todos que o tinham ouvido,
embora eu não tenha ensinado sobre o princípio. Essa mulher
tinha ferido gravemente o tendão de Aquiles havia cinco anos.
O tendão nunca sarou completamente, e parte do músculo da
panturrilha atrofiou e se recolheu para dentro da perna.
Então, a jovem senhora que havia sido curada e a mulher
do pastor vieram e oraram por essa outra mulher. Eu disse
àquela que havia sido curada recentemente: "De graça você
recebeu, de graça dê". As duas impuseram as mãos sobre a
que necessitava do milagre e observaram quando Deus religou
perfeitamente o tendão e recuperou o músculo bem diante
dos olhos delas.
Em seguida, enquanto essa mulher saía, outra chegou
e disse: "Ei, eu levei um coice de cavalo na perna, o que me
destruiu parte da panturrilha. No lugar, nasceu um tumor".
As duas senhoras que haviam sido curadas e a mulher do pastor

A verdade capacita
impuseram as mãos sobre ela. Elas viram o tumor se dissolver e
o músculo se formar diante de seus olhos. Outra senhora veio à
frente. Acho que houve uma epidemia de lesões na panturrilha
em Rochester, Minnesota. Ela também foi curada. O mesmo
milagre se reproduziu três vezes em poucos momentos.
Voei de Rochester para ministrar em Crossville, no
Tennessee, e contei a história dessas quatro mulheres. No
auditório havia um médico que tinha quebrado a perna um
ano antes. Ele sentia dor, teve os movimentos restringidos e
a panturrilha atrofiada. Mandei alguns alunos ir orar por ele
e, cerca de vinte minutos depois, perguntei:"Como o senhor
está?". Ele me informou que não sentia mais nenhuma dor e
que recobrara os movimentos. Depois perguntei:"E o músculo,
como está?". Respondeu:"Estou sentindo a pele se esticar".
Quando cheguei das reuniões de Crossville a Redding,
contei o testemunho dessas cinco pessoas. Havia uma mulher
no auditório que tinha quebrado a perna um ano antes.Tinha
dores, movimentos restringidos e o músculo da panturrilha
atrofiado. Um as duas sem anas depois, ela veio ate mim c
disse:"Q uando o senhor relatou aquele testem unho, minha
perna esquentou. A dor cessou com pletam ente, recuperei os
movimentos por completo e o músculo se regenerou".
Algum tempo depois, contei essas histórias num encontro
de formação de um ministério de sinais e prodígios no Brasil.
Eu tinha ido para lá a fim de ajudar Randy Clark nas cruzadas.
Uma mulher da equipe do ministério dos Estados Unidos
estava perdendo parte do músculo da barriga da perna em
consequência de um acidente automobilístico. Depois que
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terminei minha mensagem, ela foi ao banheiro examinar a
A líbpração do sobrenatural

perna. Descobriu que o músculo havia se regenerado enquanto


eu estava ensinando.
Mais recentem ente, contei essas histórias em outra reunião
com M ahesh e Bonnie Chavda. Uma mulher do auditório
interrompeu-m e enquanto eu estava falando e me disse:
"Estou perdendo parte do músculo da panturrilha". Respondi-
-Ihe que teríam os prazer em orar por ela depois da reunião.
Ela acrescentou:"E sou de Minnesota"..
Percebendo que coihcidências incomuns são em geral a
linguagem do Espírito, entendi que isso era um plano divino.
Desse modo, pedi-lhe que corresse até o fundo do salão
e depois voJffi&enara o lugar em que estava sentada — a
fé precisa de átMdaCJIe,>seja por pronunciar discretamente:
"M inha filha é um exem plo disso", seja por cham á-la no salão
e pedir que ela ande. O músculo foi criado durante seu ato de
obediência a uma ordem incomum.
Eu jam ais percebera que havia tanta gente com falta
do músculo da pantunilha. O Espírito Santo usou essas
experiências incom uns para me inform ar que eu precisava
me sentar e prestar toda a atenção ao que ele estava dizendo
sobre o testem unho. Ao aprender com o Deus fala conosco,
também aprendi que, alem de coincidências incomuns,
ele também fala por meio de registro falado ou escrito
(testemunho) de qualquer ato que Deus tenha realizado.
É com o Deus em geral fala a seu povo. Enquanto tudo isso
se desenrolava, eu não conseguia perceber outra coisa senão
que Deus estava querendo que eu entendesse isso; por esse
motivo, estava tornando tudo bem evidente.

A verdade capacita
A NATUREZA DE DEUS REVELADA

No início, pareceu-m e que o principal aspecto do


testemimho que Deus queria que eu entendesse era seu valor
de ministrar a pessoas que necessitavam de um milagre. Como
sempre, porém, os atos de Deus revelam seus meios, e seus
meios revelam sua natureza. Assim, a revelação do poder do
testemunho se manifestou para mim além do contexto imediato
do ministério e m e levqu a descobrir que ele é um princípio
fundamental do Reino com implicações para todas as áreas de
nossa vida como cristãos. £ um princípio que deve ser ensinado,
compreendido epr nível individual e coletivo para
reendido e aplicado eih
que a igreja cumprfl seu mandado de
i fazer discípulos das
ração do evangelho do Reino.
naçõess pela pregação c demonstra«
D escobri que nossa capacidade de cumprir esse cham ado
e essa ordem depende em grande parte de algo essencial
— lembrar. Nossa capacidade de lembrar o que Deus disse e
fez em nossa vida e em nossa história — o testemunho — é
um dos principais fatores que determinam nosso sucesso ou
fracasso na manutenção de um estilo de vida do Reino de poder
para milagres.
Acredito que, à medida que estudamos a natureza do
testem unho e a primazia do lembrar, vamos perceber que
a igreja precisa com eçar a demonstrar verdades e práticas
nucleares de nossa cultura a fim de destravar recursos
celestiais que Deus pôs no testem unho. Precisam os ter
esses recursos para realizar tudo quanto fom os chamados
para ser c fazer, liberar o poder de Deus para o milagre em
nosso mundo.
A liberação do sobrenatural
C apí tulo 2

Gastar nossa herança

Uma das minhas tarefas principais é ensinar cristãos a


descobrir e fazer uso da herança deles. Isso significa em
essência que aprendem os a usar as promessas ilimitadas que
Deus nos fez para produzir uma m anifestação do domínio
dele em favor da humanidade. É sempre reconhecido por meio
da pureza e do poder e é motivado pelo am or de Deus.
listou convencido de que, na maior parte, a igreja deixou
as riquezas do céu depositadas num banco, achando que
som ente vamos tê-las quando morrermos e formos para
lá. A crença de que o céu é uma realidade com pletam ente
futura reduziu demais muitas declarações de Deus na Bíblia
a respeito da identidade do cristão e do cham ado para
verdades "posicionais"reconhecidas, mas jamais vivenciadas.
É hora de mudar isé^m
O conhecim ento de nossa herança com eça com a
descoberta do propósito m ais profundo de nossa salvação.
M uitos cristãos novos perm anecem im aturos porque jam ais
vão além da revelação de que são pecadores salvos pela
graça. eu In ãam iero dizer "deixar para trás",
m as"constru ir sobre o que já existe". O s que progridem
são aqueles que entendem que o propósito m ais elevado
de D eus com a cruz não era sim plesm ente perdoar nosso
pecado. Era para que, perdoando-nos com base no sangue
de Cristo, eie pudesse nos convidar a restabelecer a relação
familiar íntim a com ele, nosso Pai celestial. João afirm a:"A os
que o receberam , aos que creram em seu nom e, deu -lhes o
direito de se tornarem filhos de D eus" (1.12), A capacidade
jurídica de relação com Deus com o filhos dele é exatam ente
o que nos dá a herança. O livro de Rom anos explica de
forma sim ples:

porque todos os que são guiados pelo Espírito de


Deus são filhos de Deus. Fbis vocês não receberam um
espírito que os escravize para novamente temerem,
mas receberam o Espírito que os adota como filhos,
por meio do qual clamamos:"Aba, Pai". O próprio
Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos
de Deus. Se somos filhos, então somos herdeiros;
herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato
participamos dos seus sofrimentos, para que também
participemos da sua glória (8.14-17).

O fato de sermos herdeiros de Deus é difícil de


compreender. Nós, porém , não nos devem os contentar
em ler esses versículos e nos maravilhar com eles. Eles
profetizam nosso potencial, potencial que devem os seguir
durante toda a vida.
Em João 1.12, aprendemos que tem os o direito de
ser filhos de nos convida para nos
relacionarmos ndo para um processo
de transformação brm ação pode st?r medida em
nossa vida porque em Jesus Cristo tem os o modelo em quem
nos devemos transformar com o filhos de Deus. Vemos isso
depois em Rom anos:"Pois aqueles que de antem ão conheceu,
também os predestinou para serem conformes à imagem de
seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos
irm ãos"(8.29). Temos o direito de nos tornar sem elhantes
a Cristo, nosso irmão mais velho. Fstamos destinados a ser
plenam ente restaurados à imagem e sem elhança de Deus,
como fomos criados originalmentc.
Por meio da salvação, também som os restaurados ao nosso
propósito original o propósito que flui naturalmente da
nossa identidade restaurada e de nossa relação com Deus.
Efésios a firma: "Porque somos criação de Deus realizada em
Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou
25
antes para nós as praticarmos" (2.10). Obras não nos salvam,

Gastar nossa herança


mas, sem o fruto de boas obras em nossa vida, faltam -nos
as evidências que nos identificam como novas criaturas em
Cristo. Assim com o a natureza de Deus é revelada no que ele
faz, as evidências de que somos seres transformados na sua
semelhança é que revelam a natureza dele no que fazemos.
Q ue boas obras são essas? £ muito fácil reduzir os
ensinam entos de Jesus ao que é hum anam ente possível.
Embora gostem os de alimentar os pobres, vestir os despidos e
visitar os necessitados (esses atos de bondade são expressões
essenciais da vida cristã), recusam o nos a deixá-los satisfazer
a necessidade interna de serviço eficiente. Ele empregou
especificamente a expressão"boas obras"para se referir aos
milagres, sinais e prodígios que realizou.
Jesus deu exemplo dessas obras para nós. Ele não projetou
um novo dispositivo para auxiliar a audição nem treinou
nenhum cão-guia. Ele curou o surdo e o cego. Essa conclusão
im pressionante sobre as"boas obras"provém de um estudo
detalhado do evangelho de João. Essas boas obras não só
revelam que Jesus é o Ungido, o Cristo, mas tam bém revelam
a natureza específica de sua relação com seu Pai, conforme
explicou em João:

Disse Filipe:"Senhor, mostra-nos o Pii, e isso nos


basta''. Jesus respondeu:"Você não me conhece, Filipe,
mesmo depois de eu ter estado com vocês durante
tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode
dizer:'Mostra-nos o Fhi'? Você não crê que eu estou no
Ftii e que o Pai está em mim? As palavras que eu lhes
digo não são apenas minhas. Ao contrário, o Pu, que
vive em mim, está realizando a sua obra. Creiam em
A liberação do sobrenatural

mim quando digo que estou no Pai e que o Rh está


em mim; ou pelo menos creiam por causa das mesmas
obras. Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim
fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas
ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para
o Pai (14.8-12).

Não poderia ser dito de forma mais sim ples. Aqueles


que creem em Jesus dem onstrarão sinais e prodígios. Ainda
mais, porém, sua declaração implica que os que creem vão
ter o m esm o tipo de relação com o Pai e terão a m esm a
unção do Espírito que ele. Isto é, som os cham ados para
ministrar c^fn?) Tegusm inishounorque, pela sua m orte e
ressurreição/ieinosjaclsso a tudo que ele teve à disposição
para realizar boas obras. Ele professou isso a seus discípulos
e a nós, quando disse: "[...] Assim com o o l^i m e enviou, eu
os envio" (João 20.21).
COM ISSIONADOS PARA FAZER O IM PO SSÍV EL

Quando Jesus comissionou os 12 discípulos para ir pelo


mundo e fazer discípulos de todas as nações, ele os estava
mandando fazer o impossível. Muitos cristãos acreditam
equivocadamente que algumas ordens de Cristo, como o
mandamento de amar o próximo como a si mesmo, são possíveis
de ser praticados, enquanto outros, como ressuscitar mortos,
são impossíveis. A verdade é que todos os mandamentos de
Cristo são impossíveis de realizar sem a sua graça e seu poder
sobrenatural por meio do Espírito Santo. Nossa disposição para
obedecer a tudo quanto ele ordena deixa-nos em posição de viver
27
pela promessa:"[...] Tudo é possível àquele que crê"(v. Marcos

Gastar nossa herança


9.23). Nossa fé nos dá acesso a todos os recursos do céu. É por
isso que Cristo nos mandou fazer o impossível!
Nós, com o filhos de Deus, somos destinados a revelar
nosso Kii ao mundo sendo portadores da sem elhança dele.
Fazemos isso com o Cristo fez, tendo comunhão com o Pai,
andando na unção do Espírito Santo e trazendo o Reino do
céu até nós com dem onstrações de poder e autoridade, tudo
no contexto de mostrar o amor de Deus.
Por esse motivo, precisamos aprender a gastar nossa
herança fazendo uso das grandes promessas de Deus para
o benefício das pessoas à nossa volta. Não nos podemos
esquecer de qu Fa^iprt(|de.lçsus que permitiu ser liberada
a essência da Italie de Deu a o resto de sua família, os
santos ("na terra com o no céu"). Não devemos esperar até
morrer para usar nossa herança porque nosso propósito na
terra necessita dos recursos dos céus para se cumprir.
A unção para curar e trazer livramento não terá nenhuma
utilidade no céu. Essas graças devem ser usadas aqui e agora
com o parte do pacote de ferramentas usadas para trazer
as nações a Jesus. Afinal, ele é cham ado d e"o desejado das
nações". Todos desejam Jesus. Apenas não sabem disso.
Precisamos nos tornar mais plenam ente sem elhantes a Cristo
a fim de que a colheita venha a ser tudo o que Deus quer e
para a qual tomou providências.
Fbrtanto, se nosso direito de ser feitos filhos de Deus nos
dá acesso ao mesmo tipo de relação que Jesus tem com o Rn,
com o aprenderemos a crescer nessa relação? Felizmente,
Jesus também deu o exemplo disso para nós. Jesus não
A liberação do sobrenatural g

saiu do ventre de sua m ãe com uma mentalidade adulta,


plenam ente consciente de sua identidade e de seu destino.
Ele teve de passar pelo processo de amadurecimento por
que todos passamos. As Escrituras d iz e m :"[...j ele aprendeu
a obedecer [...]"(Hebreus 5.8). Ele, porém, foi educado na
relação com Deus pelo m enos em três aspectos. Primeiro,
ele foi formado pelo registro das atividades de Deus entre os
hom ens conforme consta nas Escrituras. Hebreus relata que
Jesus descobriu a vontade de Deus e seu destino neste mundo:

Por isso, i, isto veio a o mundo, disse:


"Sacrifício e oferta
não quiseste.

pelo pecado
não te agradaste.
Então eu disse:
Aqui estou,
no livro está escrito
a meu respeito;
vim para fazer a tua vontade, ó Deus"(10.5-7).

Segundo, é altam ente provável que Jesus tenha sido criado


sob a influência do testem unho de seus pais, particularmente
de Maria, que havia "guardado" cada palavra que fora falada e
cada sonho e acontecim ento que tenham ocorrido no que diz
respeito à concepção e ao nascimento de Jesus. A Bíblia diz
que"M aria, porém, guardava todas essas coisas e sobre elas
refletia em seu coração" (Lucas 2.19).
Terceiro, Jesus tinha o testemunho do Espírito Santo, que 29

Gastar nossa herança


facilitava a comunicação dele com o lhi"[...] ele [o Espírito) os
guiará a toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o
que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir" (João 16.13). Ao dar
instruções sobre o papel do Espírito Santo em nos guiar a toda
a verdade, ele de fato está nos revelando o modo em que viveu.
Esses três recursos são todos testetmmhos. Testemunhos são o que
nos preparam para andar em relacionamento com o Ihi e cumprir
nosso propósito como seus filhos.
O salmista d isse:"O s teus testem unhos são a minha
herança perm anente; são a alegria do meu coração" (Salm os
119.111). Os testem unhos do Senhor são a nossa herança.
E o que é um testem unho? Testemunho é o registro escrito
ou falado riiiAUtlo quanto Deús fez na História. Tudo o que
Deus disse c fez na História pertence eternam ente a você,
e esse registro tem todos os recursos de que você precisa
para ser transform ado à imagem de Cristo e se tornar um
transformador dem onstrando as boas obras dele.
O objetivo deste livro é procurar estudar um pouco do peso
e do poder dessa herança e m ostrá-la pelo que ela é, a saber,
liberar o poder do milagre.

O TESTEM UN H O R EV ELA DEUS

A primeira coisa a ser vista na definição é que testem unho


se refere ao que Deus fez. Quando os cristãos ouvem a palavra
"testem unho", em geral a associam com o relato de como
eles vieram a conhecer Cristo, ou talvez a uma história sobre
alguém que experimentou um milagre. Entretanto, nós não
som os nunca as personagens de um testem unho. Nossos
relatos são testem unhos porque eles dizem o que Deus fez.
O corolário dessa afirmação também é verdadeiro, que
não temos testemunho se não tivermos experimentado uma
invasão divina de Deus em nossa vida! Som os testemunhas
dele somente na medida em que encontramos seu poder. Como
assinala Atos 1.8, é depois que recebemos o poder e o Espírito
Santo sobre nós que somos testemunhas. Testemunha significa
"alguém com um testem unho"; é exatamente a palavra que
Jesus usa para definir seus discípulos verdadeiros.
Os testem unhos de Deus são uma herança de valor
inestimável porque em cada história sobre o que Deus fez há
uma revelação da natureza dele. Todavia, dar nos uma teologia
melhor não jé o objetivo priniipal dessa revelação. Uma
revelação de Deus por meio ide um testem unho é sempre um
convite a conhecer Deus pela experiência dessa revelação.
Esses encontros nos transformam. E pessoas transformadas
transformam pessoas. Davi conhecia o coração do Pbi como
lemos em Salmos 40.6-8 — a passagem citada nos versículos
que acabamos de ver em Hebreus 10 — e entendemos que
eles tiveram uma revelação da natureza de Deus. Jesus veio
ao inundo sabendo que Deus não queria sacrifício de animais
nem ofertas queimadas. Queria um homem que fizesse a sua
vontade. Jesus assumiu sua tarefa, e isso o fez experimentar o
prazer de seu Rai ao cumprir a vontade dele.
Jesus explicou a origem do poder de seu ministério ao dizer:

Eu lhes digo verdadeiramente que o Filho não pode


fazer nada de si mesmo; só pode fazer o que vê o Rai
fazer, porque o que o Pai faz o Filho também faz. íbis o
Pai ama ao Filho e lhe mostra tudo o que faz

Gastar nossa herança


0oão 5. 19,20).

Essa realidade é a mesma origem da vida e do poder para todo


cristão. Conhecer os testemunhos de Deus é parte vital de "ver o
que o Pii faz". Experimentar Deus pelo que ele fez no passado
nos predispõe corretamente a experimentar Deus naquilo que
ele está fazendo no presente. Quanto mais conhecemos Deus
pela experiência, respondendo aos convites de seus testemunhos,
mais podefhos ser semelhantes a ele. E, quanto mais ficamos
semelhantes a ele, mais podemos fazer o que ele faz e manifestar
sua natureza e seu poder ao mundo à nossa volta.

t , io s primeiros recursos
celestiais que vem à m ente quando você pensa no que precisa
cumprir em seu destino de realizar o impossível.
O poder é uma parte enorm e de sua herança, mas o meio
para cam inhar no poder não pode ser separado de encontrar
pessoalm ente o Deus do poder. Você crescerá na sua relação
com Deus por meio dessa experiência.
Os testem unhos de Deus são a chave para andar no poder,
porque, na revelação de quem é Deus, eles ensinam os cristãos
a buscar o relacionam ento com Deus mais do que dádivas ou
respostas a orações. Deus alm eja que seu povo o ame junto
com suas dádivas. Ele anseia que os seus encontrem seu
incnvel am or para que sejam motivados mais pela paixão que
por obrigação. Assim, ele poderá confiar poder a eles numa
medida nunca vista.
A unção que nos capacita a ser sem elhantes a Cristo e a
fazer boas obras não é uma força impessoal. A unção é uma
Fbssoa. É o próprio Espírito Santo, que está apaixonado por
realizar algo muito específico em nós — para nos conformar
à imagem de Cristo. Quanto mais espaço dermos para ele em
nossa vida, mais ele fará seu poder e sua revelação agir para
esse fim. É ele que revela o que o Pai está fazendo e dizendo e,
então, prepara-nos para fazer e dizer isso.
A comunicaçãojConri o Espírito era o segredo do ministério
de Cristo e também é o degredo do nosso, ü s testemunhos
de Deus nos ensinam com o é o Espírito Santo e com o agir
com ele. Eles nos mantêm conscientes do I >eus que invade o
impossível quando a perspectiva daqueles que nos i eu am está
voltada para as circunstancie >rais, físicas.
Sem a constante consciência de Deus e dos testemunhos
que falam de sua natureza, inevitavelmente reduziremos nossa
visão e nosso ministério ao que podemos realizar com nossos
dons e nossa força. Deus é evidentem ente aquele que nos dá
esses dons, mas estes são sem elhantes às velas de um barco;
são projetados para receber o vento de Deus. Sem o vento
do Espírito Santo soprando neles, não há nenhum propósito
eterno. O Espírito vem para orientar o curso dos dons além
do alcance da possibilidade humana. Sem Deus, essas
capacidades não têm efeito na eternidade.

A HISTÓRIA DO PONTO DE VISTA DE DEUS

( ) estudo do testem unho é um estudo de história, porque o


testem unho é o registro do que Deus fez no passado. A fim de
33
compreender o poder do testem unho, precisamos saber o que

Gastar nossa herança


a História contém.
A I íistória é mais do que uma série de acontecim entos
aleatórios. É uma narrativa com uma trama, personagens, um
tema e um resultado. Tem com eço, meio e fim. Sabem os que
a IÍistória é uma narrativa porque ela tem um Autor. Assim,
pode haver milhares de opiniões diferentes sobre o que a
história significa, ou para onde ela caminha, m as há só uma
opinião que é verdadeira. É por isso que a perspectiva divina é
absolutam epte necessária para entenderm os a História, bem
com o nosso propósito no presente.
Como testemunho, a História trata mais verdadeiramente
sobre D eu ^ ff^ u tor da sua p da minha história. Embora ele
não tenha escrito para que nossn vida fosse cheia de tragédia e
crises, tomou providências, sem dúvida, para que suas soluções
estejam sempre à mão. Fbr esse motivo, a própria História é um
testemunho, composto dos testemunhos coletivos de Deus.
A família de Deus herda seus testem unhos da mesma
maneira que os m embros de uma família real herdam sua
história familiar. O s m embros da realeza estudam e repetem
o registro de seus antepassados porque ele é a sua ligação
com esse passado que lhes dá a identidade e o propósito para
a vida toda. Repousa sobre eles a responsabilidade de fazer
algo importante durante seu reinado a fim de transmitirem o
legado à geração seguinte. Se uma geração deixar de viver de
forma que honre sua história familiar, ou deixar de transmitir
essa história à geração seguinte, essa linha de sucessão se
rompe, e a herança corre o risco de se perder.
Essa realidade não é menos verdadeira para nós, que fomos
34
adotados na família real de Deus. Quando Cristo Jesus nos
A liberação do sobrenatural

comprou por preço de sangue e nos trouxe da morte para


a vida, nossa história mudou. Nossa trajetória estava nos
levando para o inferno. Mas, depois que respondem os"sim "a
Jesus, todo o nosso passado, presente e futuro foram inseridos
na história de Deus e de seu povo.
A cruz tem o poder de nos transformar e redimir de
forma tão completa que nosso passado pecam inoso se
transforma num testem unho do poder de Deus, o que lhe
dá glória. Não podemos, »orérn, obter essa transformação
se não aprendermos a viver a nossa história familiar. Não
estou falando sim plesmente sobre estudar a vida de cristãos
do passada nem m esm o de^sludar as Escrituras, embora
essas atividades sttjaiji, stèW dúvida, importantes. Elas são
importantes, porém, porque nos ensinam a versão de Deus
da história e nos ajudam a ter vislumbres da realidade
da perspectiva dele, o que nos capacita a viver de forma
sobrenatural. A Bíblia chama esse processo de aprendizagem
de renovação da mente.

NOSSO PROPÓSITO ORIGINAL

Muitos de nós som os bem conscientes de que vivemos


num mundo em guerra. A guerra, contudo, não é por poder,
terra, dinheiro, tampouco pelo bem ou pelo mal. por algo
ainda mais essencial. A guerra é pela verdade, e o campo de
batalha é a m ente de cada indivíduo.
Essa guerra com eçou no céu, quando Satanás foi expulso,
mas fomos envolvidos nela por meio de Adão e Eva — não
som ente quando eles comeram o fruto proibido, mas também ^

Gastar nossa ht-rança


quando eles preferiram confiar em uma mentira a confiar na
verdade de Deus.
Comer o fruto foi pura e simplesmente a evidência de
que eles tinham acreditado na mentira do inimigo. Quando
se acredita em uma mentira, dá-se poder ao mentiroso.
( i»ncordar com o Diabo çonfere-lhe poder — dá licença a
ele para matar, roubar c destruir. Quando Adão e Eva fizeram
isso, eles negaram a verdade divina, o que acabou implicando
o corte do ram ^sobre o qual eles estavam postos. Adão e Eva
caíram literalmente quando decidiram abandonar a perspectiva
de Deus por uma distorção. Romanos refere-se à queda do
homem t |ueda dele da verdade:

Pcrtarao.l iife de D revelada dos céus contra


toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem
a verdade pela injustiça, pois o que de Deus se
pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus
lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os
atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua
natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo
compreendidos por meio das coisas criadas, de forma
que tais homens sào indesculpáveis; porque, tendo
conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus,
nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos
tornaram-se fúteis e o coração insensato deles
obscureceu-se (1.18-21).

Paulo diz que a realidade do poder e da natureza eterna de


Deus são"vistos daram ente"no reino visível. Essa expressão
significa ao pé da letra"visto de cima". Quando Adão e Eva
36
caíram, caíram da perspectiva de Deus na realidade. Antes de
A liberação do sobrenatural

"supritn[irein] a verdade", eles tinham acesso ininterrupto à


verdade da natureza de Deus e das intenções dele para a História.
Fhulo também d iz :"0 que de Deus se pode conhecer é[foi]
manifesto entre eles". Isso implica que, pelo fato de terem sido
criados à imagem de Deus, eles podiam olhar um para o outro
e ver como Deus é. Quando, porém, suprimiram a verdade de
quem é Deus, a imagem deles próprios foi distorcida, separando-
-os de sua identidade e seu propósito. A partir daí, a raça humana
herdou uirta perspectita distorcida da realidade e da História.
Agora que a fratura do pecado foi curada pela cruz, os
cristãos devem deixar que os testem unhos de Deus lhes
ensinem qffiVdade que sefcerdeu para Adão e Eva — tanto
o plano de Deus para la 1 listórifreom o nosso papel e nossa
identidade nela. O plano de Deus para a humanidade jamais
mudou, porque ele não mudou. A igreja, porém, ainda não
entendeu esse plano no nível que nós com eçam os a caminhar
nele em conjunto, creio, porque nossa m ente ainda não tinha
sido renovada o bastante pelos testem unhos de Deus.
Com o m encionei, a maioria dos cristãos entende que Deus
lhe perdoou o pecado, mas muitos não entraram no propósito
desse perdão. Quando Adão c Eva pecaram, Deus não ficou
chocado. Ele tinha plena consciência do risco que tinha
assumido ao lhes dar o livre-arbítrio. Ele queria filhos que o
amassem, e am or implica escolha.
Sabem os que ele não foi surpreendido porque já tinha
um plano para redim ir o hom em se este decidisse usar
seu livre arbítrio para algo diferente do amor. A pocalipse
afirma que Jesus é o "C o rd eiro que foi m orto desde a criação
37
do m u n d o "(13.8).

Gaslar nossa herança


Mão quero diminuir os efeitos desastrosos do pecado nem
a im ensa dívida que Deus pagou ao sacrificar seu próprio
Filho por nós. N ós tem os verdadeiram ente uma grande e
excelente salvação. É tão grande e tão com pleta, porque, ao
nos perdoar, Deus planejou para que seu plano original na
história se realizasse.
Aprendemos isso com o testem unho das Escrituras.
Quando^Deus pôs Ad$o e Eva no jardim do Éden, ele lhes
mandou ser produtivos, multiplicar-se, encher a terra e
sujeitá-la (v. G ênesis 1.28). Duas pessoas não eram suficientes
para governar o Planeta. Deus queria que a terra se enchesse
com aqu tria d q sà sua imagem, que poriam a terra sob a
influência seu..
Quando o pecado entrou no mundo, a humanidade perdeu
o direito a essa autoridade para o inimigo. Durante séculos,
essa escravidão durou, mas Deus preparou o mundo para a
libertação que viria por m eio do Messias com uma série de
revelações (testem unhos).
Praticam ente todas essas revelações, a Noé, Abraão,
Isaque, Jacó e ao povo de Israel, implicaram pactos. No
capítulo seguinte, vou explicar a relação fundamental entre o
testem unho e o pacto; neste, porém, quero assinalar um tema
recorrente em todas essas revelações.
A Noé, Deus disse:" [...] sejam férteis e se multipliquem"
(Gênesis 8.17). A Abraão, disse:"[...] multiplicarei muitíssimo a
sua descendência [...]. Eu o tomarei extremamente prolífero [...]"
(Gênesis 17.2,6). A Isaque, Deus disse:"Tornarei seus descendentes
tão numerosos como as estrelas do céu |...|"(Gênesis 26.4). A Jacó,
disse:"[...] seja prolífero e multiplique-se [...)"(Gênesis 35.11). E,
A liberação do sobrenatural

finalmente, ao povo de Israel, Deus disse:

Eu me voltarei para vocês e os farei prolíferos; e os


multiplicarei e guardarei a minha aliança com vocês.
Vocês ainda estarão comendo da colheita armazenada
no ano anterior, quando terão que se livrar dela para
i nova colheita. Estabelecerei a minha
habitação entra vocês e não os rejeitarei. Andarei entre
^ocês e serei p seu Deus, e vocês serão o meu povo. Eu
sou o S iNhõC o Deus de vocês, que os tirou da terra do
Egito para que não mais fossem esciavos deles; quebrei
os fiz andar de

Essas alianças reiteram a mesma promessa e o mesmo


mandamento que Deus deu a Adão e Eva. Fbr que Deus
ainda iria querer sua terra cheia de pessoas se ele sabia que
elas eram pecadoras e estavam escravizadas pelo inimigo? Só
pode ser porque ele sabia que, pelo sangue de Cristo, poderia
cham ar de todas as nações um povo para si mesmo a fim de
seguir a ordem de Cristo — do Último Adão — de viver em
intimidade com Deus e sujeitar a terra.
Rsses testem unhos demonstram que a queda do homem
não conseguiu diminuir o interesse de Deus em ter uma terra
cheia de pessoas que vivessem uma relação com ele, gente
no meio da qual ele habitaria e andaria, com o ele andava com
Adão no jardim do Éden. Esses testem unhos nos relatam que
a natureza de Deus e seus propósitos para a humanidade não
mudaram! Afinal, a história é a narrativa dele.
39
Deus está fazendo que seu povo seja "fecundo e se

Gastar nossa herança


multiplique, m as está fazendo isso mediante o novo
nascimento em seu Espírito, criando, com o diz João,"filhos de
Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem
pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem,
mas nasceram de D eu s" (1.12,13).
Deus ainda pretende fundar seu Reino na terra
colaborando com seus filhó^Ele poderia facilmente assumir o
domínio da terra num segundo, m as sua glória e seu am or são
mais plenam ente manifestos quando seu governo se estende
por m eio de sua relação pactuai com aqueles que ele fez à sua
imagem, que o adoram por escolha própria.

NOSSO D EM GLORIA

Se a cruz nos tornou possível ter a mesma relação com


Deus que Cristo teve e produzir os mesmos frutos, então, por
que não vemos uma igreja gloriosa governar e reinar com
Cristo já? Creio que isso tenha a ver cm parte com o fato de
a igreja ter deixado de usar sua herança, o testem unho, para
liberar o poder de Deus na terra.
Quando se deixa de"m anter o testem unho", a revelação
da natureza e da vontade de Deus não pode se sustentar de
geração a geração. Periodicamente, têm surgido avivamentos
quando, como no reinado de Josias, o testem unho foi
encontrado novamente e os crentes foram cham ados de volta
à verdade da natureza e de Deus e do seu chamado.
Não tenho conhecimento, porém, de que alguma geração,
desde o século I, tenha-se incendiado com a convicção de que o
testemunho das atividades de Deus entre os homens do passado
A liboruyãu do sobronatural

foi sua herança para prepará-los para o presente. Não somente


para o propósito de receber incentivo das experiências dos
outros, mas também paia apreender plenamente a experiência
e a fecundidade do qíte é dado, por m eio dessa herança, e
transmiti-la à geração seguinte. Fbrtanto, esses movimentos de
Deus não foram sustentados além de uma única geração.
Em reação a isso, alguns propuseram uma versão da
história com base na incapacidade da humanidade, e não
na natureza de Deus! Muitos seminaristas e historiadores
aprendem que os avivamentos cristãos norm alm ente duram
de dois a seis anos. Os reavivamentos, com o dá a entender
essa opinião; ocorrem priicipalm ente para dar um estímulo
à igreja, depois do qual todos devem c■sperar que os negócios
recom ecem como de costume.
H istoricam ente, isso é correto, mas a conclusão de que
esse é o objetivo do reavivamento é incorreto. A vontade
de Deus, então, fica clara pelo que a igreja fez, e não pelo que
Deus pôs à disposição.
Essa interpretação da história é absolutam ente errada
porque se baseia em definições falsas da natureza do
reaviva m ento e em última análise da natureza de Deus. Deus
é abundantem ente bom o tempo todo, e seu pacto de amor
dura para sempre. Por causa dessas qualidades, ele propôs
em seu coração encher a sua terra com pessoas feitas à sua
imagem andando em reta relação com ele e exercendo a
autoridade delegada sobre a terra. É assim que é o Reino de
Deus. É estabelecido no céu e está sendo estabelecido na terra
com a colaboração de sua igreja e de seu Espírito.
Isaías profetizou que o Reino está em progresso constante:

Gastar nossa Herança


"Ele estenderá o seu domínio, e haverá paz sem fim sobre o
trono de Davi e sobre o seu reino, estabelecido e mantido com
justiça e retidão, desde agora e para sempre. O zelo do S en h o r

dos Exércitos fará isso" (Isaías 9.7).


Quando subiu ao céu, Cristo assentou-se no trono de Davi.
Mo dia de Fénteeoste, o Pai enviou o prometido Espírito Santo
para capacitai os discípulos a estabelecer o Reino de Deus na
terra e cumprir o m andam ento de Cristo de fazer discípulos de
todas as nações.
O que a m aioria não percebe em relação ao dia dc
Pentecoste é que a colheita de 3 mil convertidos não
foi a p e n a / F rW d jL ereg alão de Pedro. C ertam ente, o
evangelho foi proclam ado com ousadia, m as as pessoas
o ouviram e foram convencidas porque havia ocorrido
uma m udança na atm osfera espiritual causada pelo
derram am ento do Espírito.
Em outras palavras, quando os cristãos deixam que o
Espírito Santo atue, a atmosfera é transformada, facilitando
para as pessoas chegarem a Deus. Essa mudança de m ente
não acontece sim plesmente. É o impacto da presença de
Deus agindo com o lhe agrada com seu povo. O papel de
colaboração dá crescimento exponencial ao impacto das
atividades do Espírito Santo entre os seres humanos. O texto
de 2Coríntios explica que a atmosfera espiritual influencia a
capacidade do indivíduo de receber o evangelho:

Mas, se o nosso evangelho está encoberto, para os que


estão perecendo é que está encoberto. O deus desta era
42 cegou o entendimento dos descrentes, para que não
A liberação do sobrenatural '

vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que c a


imagem de Deus (4.3,4),

No Pentecoste, o"d eu s desta era"estava amarrado, e a luz


de Cristo penetrou às trevas espirituais de Jerusalém, onde
as multidões o haviam crucificado algumas semanas antes.
Era com o se o sopro de Deus que encheu o cenáculo tivesse
feito um som diferente quando soprou através do coração das
pessoas que se renderam. I
O som atraiu as pessoas. Era um trovão, um som do céu
que prendeu o coração daqueles que tinham anteriormente
comemorado a morte de Cristo. Agora estavam perguntando
o que d (jfffirn fazer para^er salvos.
salvo O som do céu liberou a
na doí é l até que OS penn
atmosfer. leres dom inantes das trevas
dessem lugar à superioridade da luz.
Essa é a vida cristã normal. Qualquer coisa m enos que
isso é retroceder. Essa mudança espiritual é exatam ente o
que acontece no reavivamento verdadeiro. No reavivamento,
o derram am ento do Espírito Santo provoca uma invasão da
presença do Rei do céu, o que desaloja o príncipe das trevas.
A consequência desse desalojam ento é que o indivíduo
experimenta a vida e o poder do Reino. Corpos são curados,
almas são salvas e libertas, os cristãos crescem em unidade e,
por fim, a sociedade e a terra se transformam.
O avivamento verdadeiro não só convida as pessoas a buscar
Deus, mas também a buscar o propósito dele na história e ser
parceiro dele no estabelecimento de seu domínio sobre todas
as coisas. O Espírito Santo não vem para nos dar uma sacudida;
ele vem para nos ajudar a correr a corrida até o final e passar o
bastão à geração seguinte com o propósito de que o impulso do
Reino cresça a cada geração que se sucede.
O reavivamento genuíno é um derramar do Espírito
que traz o Reino até que haja transformação em reforma. A
natureza do Reino é progresso constante. Segue, portanto, que
o reavivamento deve ser sustentado por todas as gerações,
até que o "o conhecim ento da glória do Senhor"cubra a terra
"com o as águas enchem o mar' (Habacuque 2.14).
Redefinir a natureza de Deus e a natureza do reavivamento
não é de forma alguma uma opção para o corpo de Cristo
responder à pergunta de por que a igreja não assumiu seu
destino. O problema na equação jamais está no lado de Deus;
está sempre do nosso.
Não refròvBm.cs nossa m ente definindo-nos de acordo com
a verdade uivina. Desse modo, vivemos com limitações que
ele não nos impôs. Você e eu temos a oportunidade em nossa
geração de nos arrepender de observar a história de um ponto
de vista finito e aumentarmos nossa experiência com o poder
transformador dos testem unhos de Deus, nossa herança. Esses
testem unhos foram dados à igreja para que ela sustente a ação
do Espírito Santo entre seu povo e nos leve de "glória em
glória"(2Coríntios 3.18).
Nossa história familiar em Deus é um dos principais
fatores que ele criou para nos preparar para caminhar cm
nosso destino nesta hora. Se aceitarmos o desafio de estudar,
ensinar e vivê-lo, vamos capacitar esta geração a assumir sua
identidade e propósito de filhos de Deus.

44
A liberação do sobrenatural

Smile
C apítulo 3

Encontrar a misericórdia
d e D e u s

O testem unho das Escrituras é essencial para dar


form ação ao povo de Deus de se com prom eter plenam ente
com o propósito divino. Essas histórias ate podem ter tido
influência na form ação de Jesus para cumprir seu destino.
Embora Jesus fosse a Palavra (Deus), ele, sem dúvida,
estudou as Escrituras, uma vez que tam bém era totalm ente
hom em . Ele sabia por experiência própria que Deus é
maior que seu Livro — com o o próprio Livro testifica. Deus
escondeu os m istérios de seu Reino nas páginas desse Livro,
mas apenas um coração com sede de intimidade com Deus
terá acesso a desvendar esses mistérios.
Isso é muito diferente do que tão som ente saber sobre ele.
Desse modo, muitas leem a Bíblia, mas nem todos seguem
os passos de Cristo nep) entram na vida que ela indica.
Precisamos reconhecer que é nossa reação às Escrituras que
revela se com preendemos o que Deus disse e o propósito que
1
ele visa ao dizer isso
X o capitule epreendeu os fariseus pela
reação er com uma declaração que
também tratou da questão do testem unho referente à sua
identidade com o o Messias:
"Se testifico acerca de mim mesmo, o meu testemunho
não é válido. Há outro que testemunha em meu favor, c
sei que o seu testemunho a meu respeito é válido. Vocês
enviaram representantes a João, e ele testemunhou da
verdade. Não que eu busque testemunho humano, mas
menciono isso para que vocês sejam salvos. João era
uma candeia que queimava e irradiava luz, e durante
certo tempo vocês quiseram alegrar-se com a sua luz.
Eu tenho um testemunho maior que o de João; a
própria obra que o Pai me deu para concluir, c que
estou realizando, testemunha que o Pai me enviou. E o
Pai que me enviou, ele mesmo testemunhou a meu
respeito. Vocês nunca ouviram a sua voz, nem viram
a sua forma, nem a sua palavra habita em vocês, pois
A liberação do sobrenatural

não creem naquele que ele enviou. Vocês estudam


cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que
nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que
testemunham a meu respeito; contudo, vocês não
querem vir a mim para terem vida" (João 5.31-40).

Observe primeiro o discurso de Jesus referente às


testemunhas de queni ele é. Sem sombra de dúvida, aqui ele está
recorrendo a um princípio essencial do testemunho reiterado
por toda a Bíblia^L.] Ioda questão precisa ser confirmada pelo
depoimento de duas ou três testemunhas"(2Coríntios 13.1).
[Hiciior testemunha consiste cm
iiíraculosas e o testemunho de seu
Pai, revelado pelas Escrituras. Fbsteriormente, Jesus declarou:
"Você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As
palavras que eu lhes digo não são apenas minhas. Ao contrário,
o Rai, que vive em mim, está realizando a sua obra" (João
14.10), o que confirma a dedução dessa passagem, de que o
Pai é Aquele que provê tanto essas testemunhas, que agem em
conjunto para confirmar a questão da identidade de Jesus como
o Messias. Isso é um exemplo claro de que Deus pretende que
as Escrituras funcionem em conjunto com suas obras ao revelar
quem ele é. Precisamos de ambos para conhecê-lo.
O discurso de Jesus também sublinha algo fundamental
a respeito do que ocorre quando Deus dá um testemunho,
algo que mostra quanto Deus com o testem unha é maior que
qualquer testem unha humana.
A Pilavra de Deus e suas obras não se podem separar. Tudo
que há no mundo existe porque ele mandou existir. Uma das
principais razões por que Deus é chamado santo é que suas
palavras são tão perfeitamente integradas com sua Pessoa que
liberam a força c a realidade de seu ser para efetuar o que ele disse.

AS ESCRITU RA S CONDUZEM AO ENCONTRO

Por causa da natureza de sua Palavra, o principal objetivo


de Deus ao n ra entregar as Escrituras, com o Jesus destacou
nessa passagem, e preparar nos para esperar e reconhecê-lo
quando \ele se m elasse por meio de seus atos divinos.
Jesus disse que as evidências de que os fariseus não tinham
a Ralavra#fl9bitando nele f ra o fato de não crerem em Jesus nem
chegarem a'clc p&ra receber vida. Isso implica que o principal
propósito da habitação da Pálavra em nós é preparar-nos e
predispor-nos a situações de ter encontros divinos e reagir com
fé. A fé é a principal evidência de que a Ralavra habita em nós.
É triste descobrir que, se temos incredulidade no coração,
podem os ler as Escrituras, mas não vamos conseguir ouvir
no seu texto a voz do Pai dando testem unho de quem ele é.
A incredulidade cega e ensurdece nosso coração para a voz
de Deus, impedindo desse modo a coisa mais poderosa do
Universo de ser ativa em nós e por meio de nós.
Se não ouvirmos a voz de Deus, não há dúvida de que não
conseguirem os responder a ele do modo que ele deseja, com
fé que vem a conhecer pela experiência do Deus revelado no
testem unho. K isso que demonstra o exemplo dos fariseus.
Sem a fé, que nos dá entendim ento de com o funciona o
testem unho divino, não vamos enxergá-lo, m esm o que ele
•18
esteja bem na nossa frente!
A liberação do sobrenatural

A questão de com o reagimos às Escrituras está presente


toda vez que as lemos. Todo o testem unho das Escrituras
reverberam este tema: Deus se revela à humanidade, e nós
respondemos com f é óu com incredulidade, gerando condições que
influenciam a maneira com que Deus vai se relacionar conosco.
Vamos ver com o essa verdade permeia o que a Bíblia tem
a dizer no que diz respeito ao testem unho voltando agora
nossa atenção aos textos das Escrituras em que a palavra
"testem unho"aparete pela primeira vez.

A ARCA DO TESTEM UNHO

Ao fa zer ujCvFÜàlo da palavira"testem u n h o" na


Bíblia, vaale nm ar que na primPir
ira vez que ela aparece,
em Êxodo 16.34 [Aft4|, refere-se não sim plesm ente a um
testem unho, mas ao Testem unho.
A segunda vez em que a palavra ocorre é na expressão"a
arca do Testemunho" (v. Êxodo 25.16, ARA). Depois de apenas
duas referências, portanto, fica claro que precisamos voltar
e rever os destaques da história do êxodo a fim de obter o
contexto cm que surgem o Testemunho e a arca do Testemunho.
A narrativa de com o Deus livrou o povo de Israel do Kgito
é, sem dúvida, uma das mais impressionantes e miraculosas
em toda a história humana. Deus removeu todos os
impedimentos quando livrou Israel — primeiro devastando os
egípcios com as dez pragas, em seguida, dividindo as águas do
mar Vermelho e, depois, suprindo toda a multidão no deserto
com água m iraculosamente transformada em potável e com o
pão misterioso do céu.
Todas essas demonstrações, contudo, levavam a algo. Quando
o povo chegou ao monte Sinai, Deus lhe fez uma oferta:

Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei


sobre asas de águia e vos cheguei a mim. Agora, pois,
se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a
minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar
dentre todos os povos, porque toda a terra é minha; vós
me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as
palavras que falarás aos filhos de Israel (Êxodo 19.4-6).
Depois que o povo concordou com essa oferta, Deus ditou
os primey«S aspectos d e s * pacto a Moisés, começando com
os Dez Maftelarnenhis. M tl -és os leu para o povo, e todos
responderam que obedeceriam. Em seguida, Deus se encontrou
com Moisés durante quarenta dias no monte Sinai e passou todo
o tempo especificando como construir sua casa e como realizar
o ministério ali. É significativo que Deus tenha passado duas
vezes mais tempo falando sobre o lugar que iria habitar entre seu
povo e como esse povo deveria se aproximar dele do que passou
falando sobre as leis segundo as quais ele queria que seu povo
vivesse. Daqui um instante, vamos estudar isso um pouco mais.
Também é importante o fato de que a arca foi o primeiro item
que Deus especificou para Moisés no seu projeto do tabernáculo.
A arca deveria ser a peça principal dos móveis e objetos da casa
de Deus, por um motivo que fica claro na passagem a seguir:

Também farão uma arca de madeira de acácia; de dois


côvados e meio será o seu comprimento, de um côvado
A liberação do sobrenatural g

de meio, a largura, e de um côvado c meio, a altura. De


ouro puro a cobrirás; por dentro e por fora a cobrirás e
farás sobre ela uma bordadura de ouro ao redor. Fundirás
para ela quatro argolas de ouro e as porás nos quatro
cantos da arca: duas argolas num lado dela e duas argolas
noutro lado. Farás também varais de madeira de acácia
c os cobrirás de ouro; meterás os varais nas argolas aos
lados da arca, para se levar por meio deles a arca. Os
varais ficarão nas argolas da arca e não se tirarão dela.
F. porás na arca o Testemunho, que eu te darei. Farás
também um propiciatório de ouro puro; de dois côvados
e meio será o seu comprimento, e a largura, de um
cova^S’ meio. lèirSffils querubins de ouro; de ouro
s extremidades do propiciatório;
umidade de uma parte, e outro,
na extremidade da outra parte; de uma só peça com o
propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades
dele. Os querubins estenderão as asas por cima, cobrindo
com cias o propiciatório; estarão eles de faces voltadas
uma para a outra, olhando para o propiciatório. Rirás
o propiciatório em cima de arca; e dentro dela porás o
Testemunho, que eu te darei. Ali, virei a ti e, de cima do
propiciatório, do meio dos dois querubins que estão
sobre a arca do Testemunho, falarei contigo acerca
de tudo o que eu te ordenar para os filhos do Israel.
(Êxodo 25.10-22, ARA).

A arca era o elem ento mais santo do tabernáculo porque


era precisam ente sobre essa peça que a nuvem da presença
de Deus repousaria. Era chamada arca do Testemunho [ARA]
porque, com o acabam os de ler, o Testemunho ficava no
interior dessa caixa sobre a qual Deus permanecia.
Por fim, vemos que o Testemunho está no versículo
conclusivo do encontro de Moisés com D eus:"E, tendo acabado
de falar com ele no m onte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas
do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelos dedos de Deus"
(Êxodo 31.18, ARA). (As tábuas que de fato foram guardadas na
arca eram as cópias que Moisés fizera depois de ter quebrado
as orií ir r;aiva do pecado dos israelitas.) Entretanto, mais
dois itens de testemunho acabaram por ser guardados na arca
do Testemunho junto com essas tábuas de pedra. O escritor de
Hebreus fala sucintamente do conteúdo da arca:

I havia a parte chamada Santo


Rir ttá* dr» segiind<jÓ|1
£ontravam o altar de ouro para
4 J I san |)s,|)n d e sé tricô
o incenso e a arca da aliança, totalmente revestida de
ouro. Nessa arca estavam o vaso de ouro contendo
0 maná, a vara de Arão que floresceu e as tábuas
da aliança. Acima da arca estavam os querubins da
Glória, que com sua sombra cobriam a tampa da
arca. A respeito dessas coisas não cabe agora falar
detalhadamente (Hebreus 9.3-5)

Antes de ver a importância desses itens, vamos observar


que, depois que M oisés os colocou na arca, eles não foram
tirados. O povo jam ais os viu novamente.
Evidentemente, Deus nào ordenou isso para manter o povo
na ignorância dos mandamentos escritos nas tábuas, uma vez
que fez Moisés registrar tudo no Livro da Lei para ensinar ao
povo. Portanto, a questão é: por que Deus insistiria em que o
52
povo de Israel carregasse essa tenda com lodos esses objetos
A liberação do sobrenatural

pelo deserto se possuía o Livro que lhe dizia tudo quanto Deus
queria que fizesse? Afinal, isso era tudo que os próprios israelitas
estavam interessados em ter, uma vez que eles se assustaram com
a presença de Deus.-Enquanto continuavam os prosseguimentos
no monte, Deus demonstrava seu poder com tanta força, com
trovões, relâmpagos e outros sinais, que o povo insistiu para
Moisés falar com Deus em favor dele. No entanto, apesar de
permitir que Moisés fosse o mediador entre ele c o povo, Deus -
não ficou contente em apenas lhe dar as leis segundo as quais
deveria viver e depois sentar-se para aplicá-las. O povo de Deus
não era para ser conhecido polo código jurídico perfeito que ele
possuía, mas pelo fato d e » próprio Deus eslat presente entre ele.
É p o n sso que Deus J i n a d i n a i s tem po informando os
israelita^ ïe como esperava que eles se comportassem. Tudo
nessa casa tinha um aspecto profético, simbólico, que revelava
uma faceta da natureza de Deus e de sua relação com o povo.
Tudo que foi feito nessa casa tinha como foco o zelo por essa
relação mediante a aproximação de Deus cm oração e adoração.
E, para garantir que o povo não confundisse a casa de Deus com
o próprio Deus, ele fez seu povo seguir sua nuvem no deserto
durante anos e montar o tabernáculo onde quer que Deus parasse.
Muitas vezes, o povo "o " via visitar Moisés na tenda do encontro.
Mais que sua casa ou que suas leis, era a presença de Deus que
dava ao povo sua identidade, seu propósito e sua autodefinição.
Ib r isso, devemos gravar na m ente que o Testemunho não
era sim plesmente palavras numa tábua, nem uma coleção de
relíquias sagradas. As palavras escritas só tinham significado
por causa daquele que as proferiu. E ele insistiu que, junto
com essas palavras, o povo guardasse evidências palpáveis de
que ele é capaz de cumprir o que prometeu.
Cada elem ento do Testemunho guardado na arca era uma
realidade física que incorporava uma revelação dada por
Deus a seu povo por meio de atos miraculosos específicos.
As tábuas de pedra expressavam seu encontro com o povo
no m onte Sinai. Eram utiia lembrança do fato de que uma
aliança fora firmada entre um Deus vivo e seu povo e que os
m andam entos desse Deus esboçavam como o povo devia se
relacionar com ele e entre s l
O jarro com o maná incorporava a revelação da provisão
sobrenatural de Deus para os israelitas. £ interessante que
essa provi sá^H Tâoerapenas para o corpo, mas também
para a alma deles, pois, ao dar o Tflaná a eles, Deus também
prescreveu o shabat, o dia de descanso e recreação, e provia
maná suficiente no sexto dia de modo que ninguém teria de
trabalhar para colher o maná no sétimo dia da semana.
A vara de Arão representa a revelação da marca da
autoridade delegada de Deus entre o povo. Hm determinado
ponto, os israelitas questionaram a autoridade de Arão. Fbr
isso, eles deixaram as doze varas de amendoeira mortas, uma
de cada líder de tribo, da noite para o dia no tabernáculo.
Quando foram reaver as varas no dia seguinte, a vara de Arão
tinha brotado e florescido miraculosamente e dado am êndoas
maduras (Números 17.8). Isso revelou que o líder indicado
de Deus deve sempre ser identificado pela manifestação da
vida ressurreta. Íbis, da m esm a maneira que a vara morta
de amendoeira de Arão teve nova vida, manifesta em brotos,
flores e amêndoas maduras, assim também é essencial que os
líderes cresçam em todas as áreas da vida.Vale a pena notar
A libc-raçao do sobrenatural

que há vida, mas não necessariam ente maturidade (amêndoas


maduras) em todas as áreas.

OS TESTEM UN HOS REVELA M O PACTO

Como vimos na passagem anterior, o propiciatório que


ficava acima desses itens de testem unho era o lugar em que
Deus habitariáTNão,devemos perder de vista a importância .
disso — a misericórdia divina repousa sobre o testemunho.
Isso faz sentido se considerarmos que o Testemunho era
empregado de foi ma intercnmbiável com a aliança.
x o de uma aliança está na relação entre as partes
Ite que, sem orientação para a relação
■ssffs parteíccW ebrdam, não pode haver relação
alguma, ü Testem u nho cumpre a tarefa essencial de definir a
natureza da relação pactuai (que Deus estabeleceu com seu
povo, e o povo, com ele) e determinar o contexto em que ela
devia ser praticada.
As diretrizes que Deus deu ao povo, porém, só tinham
sentido porque ele pretendia ter uma relação verdadeira com o
povo. Rira nós, seria um absurdo pensar em casar apenas para
agir como se o que nosso cônjuge mais desejasse fosse estudar
nossos votos diariamente e procurar nos comportar fazendo o
que dissemos que faríamos sem ter contato pessoal. Isso não
produziria um casam ento bem-sucedido.
Infelizmente, a reação que acabei de relatar, junto com uma
profusão de outras respostas que resultam da ignorância c da
incredulidade que o homem herdou da Queda, caracterizou
55
essa geração de israelitas e tem caracterizado gerações ao

Encontrar a misericórdia de Deus


longo da História.
Assim, esse Testemunho e a Antiga Aliança refletem
a consciência plena de Deus da condição pecam inosa de
Israel. Deus tinha de estabelecer limites fortes para que o
homem pecador pudesse aproximar-se dele sem morrer
instantaneam ente, hsses'lim ites não eram para m anter o povo
longe, mas para ensinar-lhe o que Deus exige de quem se
apresenta perante ele.
Quando os israelitas finalm ente chegaram ao m onte
Sinai, eles já haviam demonstrado um com portam ento nada
exemplar, desde se queixar da água e do alimento, passando
por pedir p ^ voltar para o E gito, até recolher m ais m aná que
deveríam e d e ^ p t s¥ir para com ê-lo no sábado, quando não
havia maná.
Deus sabia que esses antigos escravos estavam longe
de entender como se aproximar dele, por isso estabeleceu
parâmetros rígidos para seus primeiros encontros. Ordenou
-lhes que se consagrassem e ficassem longe do monte, "senão,
o Senhor os fulminará"(Êxodo 19.24). É nesse ponto que Deus
começou com os fogos dc artifício, e o povo entendeu direito —
Deus é absolutamente santo e tremendo. O povo ficou assustado,
mas não conseguiu entender o que Moisés entendeu, ou seja, por
que Deus estava mostrando seu poder e sua santidade:

Vendo-se o povo diante dos trovões e dos relâmpagos,


e do som da trombeta e do monte fumegando, todos
tremeram assustados. Ficaram à distância e disseram
a Moisés: "Fala tu mesmo conosco, e ouviremos. Mas
56 que Deus não fale conosco, para que não monamos".
A liberarão do sobrenatural

Moisés disse ao povo: "Não tenham medo! Deus


veio prová-los, para que o temor de Deus esteja em
vocês e os livre dc pecar".
Mas o povo permaneceu à distância, ao passo que
Moisés aproximou-se da nuvem escura em que
Deus se encontrava (Êxodo 20.18-21).

O povo pensou que precisava se afastar de Deus, em vez dc


aprender a se aproximar dele, como M oisés fazia. Hssa escolha, *
junto com outras que»o povo fez, como, por exemplo, a decisão
de adorar um bezerro cie ouro p<meo depois de fazer aliança
com Deus, levou Deus a estabelecer um ritual de culto que
era total sa
te realizado pelos sacerdotes em nom e do povo.
Lembre--? m ício l'eus! jbrropôs fazer de Israel um reino
de sacerdotes.
s'F.les acabou senãoo uma tribo de sacerdotes, e
somente o sumo sacerdote podia ficar diante da arca uma vez
por ano, no Dia da Expiação.
Nla sua misericórdia, Deus escondeu-se daqueles que, por
causa do coração endurecido, seriam destruídos se entrassem
num lugar de acesso livre à sua glória manifesta. Ele não
os rejeitou porque o tinham rejeitado. Ele fez provisão, na
maneira que o tabernáculo foi estabelecido e por meio de
sacrifícios (principalmente o cordeiro sacrificado pelo pecado
no Dia da Expiação), para que sua natureza justa fosse
honrada, pelo menos provisoriamente, para que ele pudesse
permanecer no meio do povo.
Essas diretrizes para proteger o povo da santidade divina
valiam para todos. Contudo, tanto M oisés quanto Davi tinham
sido de tal forma separados para Deus que era com o se ele
57
lhes tivesse dado isenção da Lei para que pudessem chegar

bneontrar a misericórdia de Deus


mais perto de sua presença.
Afinnci anteriorm ente que nossa reação de fé ou de
incredulidade à revelação de Deus cria as condições que
influenciam a maneira de Deus se relacionar conosco. Isso é
retratado de forma clara na história que cerca o Testemunho.
Isso significa que a vontade de Deus tem várias medidas,
ou dimensões em diferentes circunstâncias de acordo com
essas condições.
A Bíblia é confusa e contraditória se acharm os que tudo
que Deus diz e faz á u n ia expressão de sua soberana vontade.
Por exemplo, no Antigo Testamento, lemos: ''íb is todos
me pe rtence,fl?.fT a n to o n a i co m o o filho me pertencem .
Aquele que pecane Jje ln o r íe ia í" (Ezequiel 18.4). No Novo
Testamento, le m o s :"0 Senhor não demora em cumprir a sua
promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente
com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos
cheguem ao arrependim ento" (2R?dro 3.9), Esta segunda
expressão da vontade de Deus é mais elevada que a primeira,
e Deus a revelou quando as condições de sua relação conosco
mudaram por causa do que Cristo realizou na cruz.

UM HOMEM SEGUNDO O CORAÇÁO DE DEUS

M esm o antes de Cristo vir, havia alguém que seguia os


passos de M oisés e preferiu "se aproximar das densas trevas
onde Deus estivesse".
Davi é um indivíduo singular no Antigo Testamento porque
ele descobriu aspectos escondidos da vontade mais elevada
58
de Deus para o relacionam ento com seu povo. Ele descobriu
A liberação do sobrenatural

que Deus não queria o sangue de touros e bodes, mas o


sacrifício de um coração contrito e grato.
Essa descoberta o levou a fazer algo inimaginável.
Davi tomou a arca da aliança, a arca que somente o sumo
sacerdote podia ver uma vez por ano, e a colocou num
tabernáculo que ele próprio concebera, onde havia sacerdotes
adorando vinte e quatro horas por dia, durante anos. Ele não
fez isso por acaso, principalmente depois que um homem
morreu na primeira tentativa de carregar a arca para Jerusalém
numa carroça. Entretanto, o coração de Davi, voltado para
a presença de I )eu s,o levou a criar uma expressão de culto
pessoal-apaixonada, pejante a arca, que teoricamente devia ter
sido ilegal pata um homem, qye não fosse sacerdote, ou mesmo
qualqufcronl qtre vfvia átatetrdo sangue de Jesus ser derramado.
O salmista disse: "Sim , os teus testemunhos são o meu
prazer; eles são os meus conselheiros" e "Tenho mais
discernimento que to jo s os meus mestres, pois medito nos teus
testem unhos" (Salmos 119.24,99). Sabedoria, discernimento e
paixão por Deus se obtêm por meio de testemunhos.
Também é provável que o coração de Davi voltado para
Deus se expressasse num estudo constante do Testemunho
(v. Salmos 139.8,14 e Salm os 145.4,5,9) que desvendasse a
revelação de sua natureza com o contexto para se encontrar
com Deus (o propiciatório) e com o um guia para se aproximar
de Deus. R ir conseguinte, Deus lhe permitiu entrar em sua
presença e experimentar uma dose de com unhão e adoração
que est aria disponível a todo cristão do Novo Testamento. Isso,
mais o fato de que Deus chamou Davi de ancestral de seu
Filho, o Messias, revela que Davi entendia que o Testemunho
era o essencial.
Afinal, a questão levantada em toda a história de Deus
entregando o Testemunho a Israel é: Por que Deus iria querer
firmar uma aliança com pessoas pecadoras? Por que ele iria
querer um sistema de culto que não solucionasse o problema
do pecado, principalmente porque já sabia com o iria lidar com

Aludi a is s J f e nós já vimos a resposta a essas perguntas na


repreensão xie Jesus aosJ ^riseus. Deus deu o Testemunho para
instruir e preparar, seu povo para o Messias vindouro. Gaiatas
explica: "Assim, a Lei foi o nosso tutor até Cristo, para que
iLciQOb peia re. M^orâ/ pi
fôssem os jus ficados pela fé|Agora, porém, tendo chegado a
fé, já não este ^ ob o controle■(do tu to r"(3.24). Davi
percebeu qu! itiga Aliança não refletiam
iho% ??9Stiga
o desejo mais elevado de Deus e que eles se destinavam a
preparar o povo para clamar pelo Messias e o reconhecer.
JE S U S : O TESTEM UNHO VIVO

Jesus afirmou que ele viera para cumprir a Lei e os


Profetas (v. Mateus 5.17) ou, em outras palavras, as exigências
da Antiga Aliança. Esse cumprimento tem aspectos muito
ricos, os quais os escritores do Novo Testamento e muitos
outros investigaram.
O livro de Hebreus em particular funciona com o apoio
para o relato do Êxodo da concessão do Testemunho e da
construção do tabernáculo, especificando com o cada aspecto
do mobiliário do tabernáculo e o ministério no seu interior
profetizavam o ministério espiritual superior realizado por
A liberação do sobrenatural, g

Cristo na sua morte e ressurreição.


Hebreus define Jesus com o nosso Sum o Sacerdote,
representando o homem diante de Deus, e Deus, diante do
homem. Ao nos representar diante de Deus, ele entrou no
verdadeiro e espiritual Santo dos Santos no céu e apresentou
seu próprio sangue no propiciatório para expiar nossos
pecados (v. Hebreus 9.11,12). Mas, ao representar Deus diante
do homem, Cristo foi o Tabernáculo de Deus entre os homens,
i rra tornou-se carne e viveu

Fbrtanto, Jesus incorporou as realidades que a arca e o


Testerfuinho indicaram. A caixa de madeira de acácia (o mesmo

de anjos que o rodeavam. O propiciatório, onde o sangue do


cordeiro era aspergido e onde Deus se encontrava com Moisés,
falava do acesso livre e do perdão que Jesus estendeu do Rii à
humanidade. Finalmente, Jesus incorporava os elementos do
Testemunho do interior da arca — as tábuas, o maná e a vara
de Arão — por ter cumprido a Lei, criado provisões miraculosas
e andar na unção e autoridade do céu, evidenciadas pela
libertação da vida ressurreta.
Cristo é o Testemunho vivo de Deus para o mundo. Tudo
que ele foi, disse c fez revelou a natureza do pacto que Deus
desejava ter com todos os seus filhos. Com a vida e a morte de
Jesus, Deus criou o contexto para nos aproximarmos de Deus,
conhecê-lo c andar com ele.
Estar "em Cristo"significa que, de fato, participamos das
duas dim ensões do ministério sacerdotal de Cristo. Em Cristo,

Encontrar a misericórdia de Deus


também ministramos para Deus com culto espiritual no Santo
dos Santos, onde entram os mediante o"novo e vivo cam inho"
que o próprio Cristo abriu para nós:

Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no


Santo dos Santos.pelo sangue de Jesus, por um novo e
vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é,
do seu corpo,Temos, pois, u n grande sacerdote sobre a
casa de líkis.%en<io assim, aproximemo-nos de Deus
com urncSíBÇSosincero e com plena convicção de fé,
tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma
consciência culpada, c tendo os nossos corpos lavados
com água oura (1 lebrftu^iti lt-J-22).

Por outro lado, estar em Cristo significa que


experimentamos a habitação do Espírito Santo. Assim, o Santo
dos Santos agora reside em nós. Paulo perguntou: "Vocês não
sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus
habita em vocês?"(IC oríntios 3.16). Isso significa que agora
somos portadores do Testemunho — portadores das realidades
da Nova Aliança de Deus com o homem por meio de seu Filho,
com o ele afirmou pelo profeta Jeremias:

"Estão chegando os dias", declara o S enhor,


"quando farei uma nova aliança
com a comunidade de Israel
e com a comunidade de Judá.
Não será como a aliança
que fiz com os seus antepassados

62
quando os tomei pela mão
para tirá-los do Egito;
A liberação do sobrenatural

porque quebraram a minha aliança,


apesar de eu ser o Senhor deles", diz o S enhor.
"Esta é a aliança que farei
com a comunidade de Israel
depois daqueles dias",
declara o S enhor;
"Porei a minha lei no íntimo deles
e a escreverei nos seus corações.
Serei o Deus deles,
_ .
c eles serão o meu povo.
Ninguém mais ensinará ao seu próximo
nem ao seu irmão, dizendo:
| ''TonheCj^jo SilaiajE
poRjiii» todem ftlSTne conhecerão,
desde o menor até o maior",
diz o S enhor.
"Porque eu lhes perdoarei a maldade
e nào me lembrarei mais
dos seus pecados" (Jeremias 31.31-34).

Nossa tarefa é aprender a liberar a realidade e o poder


do Testemunho da mesma maneira que Jesus fez. Jesus
representou Deus de modo muito diferente que a arca do
Testemunho o representava, lixiste uma diferença importante
entre uma caixa de objetos inanimados que indicam realidades
espirituais c um testem unho vivo que se relaciona com essas
realidades e as manifesta.
Enquanto a caixa só podia conservar as relíquias do que
Deus fizera, Jesus declarava e demonstrava as obras de Deus
63
para todos verem, Ele revelou o segredo do seu ministério

Encontrar a misericórdia de Deus


libcralmente para seus discípulos, reiterando sempre que ele
fazia som ente o que vira seu Pai fazer e dizia som ente o que
ousara seu Pai dizer. Isto é, ele e seu Rii eram exatam ente
iguais, estavam em perfeita concordância.
Sem elhança c acordo são o cerne da aliança. Foi
esse perfeito acordo com' Deus que capacitou Jesus a
liberar o Espírito de Deus toda vez que falava. Em suas
palavras e obras, ele representava o Deus do Testemunho.
Como vimos no capítulo anterior, Cristo nos deu acesso
a essa relação pactuai superior com Deus e nos chamou
para representá-lo da mesma maneira. Assim, guardar o
testem unho não é uma questão de preservar na memória
o que Deus foz, mas revelar com o "Deus é para aqueles à
nossa volta declarando e demonstrando.
A própria palavra"testem unho"em hebraico vem de
uma raiz que significa "repetir, fazer de novo". Observe que
essa repetição tem em si as duas dim ensões de dizer e fazer.
O testem unho é algo a ser repetido, tanto em palavra quanto
em ação. Isso deriva diretamente da natureza da Palavra de
Deus que vimos anteriormente. As palavras de Deus não
podem se separar de suas obras.
Também deriva de sua natureza de um Deus que faz
aliança e a cumpre. Quando declaramos os testem unhos do
Senhor, estamos na verdade definindo quem ele prometeu
ser na relação conosco; e mais, estam os apresentando uma
petição ao céu para que essa aliança se renove e se demonstre
no presente com o foi no passado.
Com o verem os mais adiante, apresentar essa petição
64
ao céu é exatam ente o que Deus quer que façamos, file
A liberação do sobrenatural

nos manda repetir seus testem unhos porque, ao fazer isso,


criamos atm osfera c oportunidade para que ele realize
novam ente o que realizou. Assim com o Jesus, devem os criar
dentro de nós am biente para que sua presença seja liberada
pela declaração do testem unho àqueles que nos cercam.
Levamos o propiciatório de Cristo aonde quer que vamos.
Quando declaramos os testem unhos de D eus às pessoas,
estam os prepauendo-as para encontrar D eus da m esm a
maneira que es&n^jfs declarando. Trata-se de uma poderosa
realidade, mas uma realidade que só podem os prever e ter
acesso regular quando aprendem os a seguir as pegadas de
Davi e im er dos testem unhos do Senhor nosso prazer e
nossosTonselheiros. Para cumprir nosso papel nessa relação
pactua^devlrnms fiprendeTS guardar o testem unho e, ao
fazer isso, aprender a liberar o poder de Deus para o mundo
à nossa volta.
C a pítulo 4

Guardar o testemunho

Deuteronômio é o livro que todo judeu devoto tinha de


saber de trás para a frente c de frente para trás ao crescer,
por um simples motivo: é um dos livros mais práticos da
Bíblia. Tem instruções práticas para todos os aspectos da vida
comunitária, de relacionamentos, família, trabalho e culto. Pelo
fato de ter sido tão essencial para o êxito de Israel como povo
da aliança de Deus, uma das primeiras instruções práticas do
livro c como aprender o que ele diz:

Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam


em seu coração. Ensine-as com persistência a seus
filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em
casa, quando estiver andando pelo caminho, quando
se deitar e quando se levantar. Amarre-as como um
siníil nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos
batentes das portasse sua casa e em seus portões
(E^euíeronômio 6.6-9).

Resumindo, Deus queria que seu povo tivesse três atitudes


n íi^
essenciais end d a c ã o a Deuteronôim io. Ele deveria ser o
assunto prim Tilhos. Também era para ser
u principal assunto da conversa durante todo o dia, uma vez
que o povo devia cercar-se de lembretes visíveis do que o livro
>li- I s.is três disciplinas eram vitais para guardar com êxito
os três primeiros aspectos das palavras que Deus falara ao
povo."Diligentem ente, guardarás os m andam entos do S enhor,

teu Deus, e os seus testem unhos, e os seus estatutos que te


ordenou"(D euteronôm io 6.17, ARA).
Guardar os m andam entos do Senhor é muito fácil de
entender. Significa sim plesmente fazer o que eles ordenam.
Se Deus diz para honrar pai e mãe, tem os de honrar nossos
pais. Guardar os estatutos do Senhor é um pouco diferente.
O s estatutos de Deus são os princípios e valores supremos
subjacentes a seus m andam entos e norm as para nossa vida.
Por exemplo, ele promete que teremos vida longa por cumprir
o m andamento de honrar nossos pais. Isso revela um estatuto
66
da natureza e do Reino de Deus — que a vida flui através
A liberação do sobrenatural

da honra. Deus nos manda guardar seus estatutos porque


ele não quer que façamos som ente o que ele diz; quer que
entendamos por que ele nos manda fazer determinadas
coisas. Ele quer que compreendamos os princípios que regem
seu mundo a fim de criarmos filhos que pensem com o ele e
vivermos com êxito organizando nossa vida do modo dele.
O que, porém, significa guardar os testem unhos do
Senhor? Rira responder a essa pergunta, precisamos voltar •
e observar a importância das disciplinas prescritas em
Deuteronômio 6.6-9. Esses versículos indicam que, junto com
os mandamentos e os estatutos, tem os de falar aos nossos
filhos ontar a eles as histórias das
interv p Deus na História. Temos de
guard lsas diárias e devemos construir
memoriais, ou m onum entos, para nos lembrarmos deles. Em
resumo, temos de lembrar deles e declará-los constantem ente.
A palavra"guardar"significa" observar" ou"preservar". A
ideia é clara: m anter os olhos focalizados naquilo que Deus
fez, o testemunho, e proteger isso da obscuridade. Gosto de
pensar no testem unho de Jesus com o as lentes através das
quais enxergamos a vida. A história sobrenatural é fácil de
ser esquecida, principalmente quando queremos nos sentir
bem com nós m esm os na ausência de milagres. Quando não
há milagres, e som os seguidores de Jesus, instintivamente
queremos criar um motivo para explicar sua ausência c assim
continuar a viver em nosso estado atual sem fazer mudanças
radicais. É muito fácil criar razões teológicas para a ausência
de milagres. Ao contrário, tem os de descobrir por que eles nào
acontecem e buscar Aquele que exige de nós o sobrenatural.

DECLARAÇÃO CHEIA DE PODER

O testem unho do Senhor tem de ser dito, uma vez que


existe um elo nítido entre a declaração e a liberação de poder.
A com eçar de Gênesis 1, a Bíblia nos prepara para entender
que nada ocorre no Reino sem que antes haja uma declaração.
Isso vale quer Deus fale diretamente quer ele ponha suas
palavras na boca de seu povo.
O primeiro mandado de Deus a Adão para ajudar a
cm. larecer a natureza do mundo em que iria viver, dando
n< -1110 aos anim ais, fala do poder da declaração que Deus
Investiu na hum anidade d e sd ^ r início. Depois da Queda,
apenas um punhado de gente respondeu ao cham ado de
I >cus para ser profeta dele. M uitos desses indivíduos, porém,
a* i* aram o coração de Deus e seu propósito de restaurar
seu povo para uma posição de pureza e intimidade, em que
todos, não apenas alguns, pudessem ouvir o que Deus estava
dizendo e declarar essa m ensagem , liberando a realidade do
que foi declarado para o m undo à sua volta. M oisés disse:
"Você está com ciúm es por mim? Quem dera todo o povo do
Senhor fosse profeta e que o Senhor pusesse o seu Espírito
sobre eles!"(N ú m eros 11.29).
O profeta Joel declara: "Depois disso, derramarei do meu
Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas
profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões"
(Joel 2.28). Isaías referiu-se à razão por que Deus queria que
todos tivessem acesso à unção profética quando Deus falou
68
por meio do profeta, dizendo: "Ponho as minhas palavras na
A libtiaçào do sobrenatural

tua boca e te protejo com a sombra da minha mão, para que


eu estenda novos céus, funde nova terra e diga a Sião: Tu és o
meu povo"(lsaías 51.16, ARA).
Onde os céus deviam ser estendidos? No m esm o lugar
que Deus tinha lançado os alicerces: na terra. Essa ideia de
"estender os céus"tem ressonância na declaração que Jesus
nos ensinou:"Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade,
assim na terra còj^cFno céu" (Mateus 6.10). Essa é uma
declaração profética l^uc não é muito centrada na previsão de
um acontecim ento futuro, mas em cham ar algo à existência.
Jesus nos deu exemplo desses dois aspectos do ministério
p ro fé tie rf^ le jjã u só pnrvi^acontecimentos, mas também suas
palavras faziam realmentu acontecer as coisas no momento
em que saíam de sua boca. Ele se referiu a isso assim:"C)
Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite.
As palavras que eu lhes disse são espírito c vida" (João 6.63).
Quando ele falava, liberava o Espírito de Deu no am biente, e
a realidade superior do Reino de Deus, que está no Espírito,
começava a transformar a realidade terrena.
É essencial lem brar que Jesus fazia tudo no ministério
terreno com o um hom em que havia deixado à parte seu
poder e seus privilégios divinos a fim de dar-nos o exemplo
de vida cristã. Ele dem onstrou que nós tam bém , falando
com a presença e o poder do Espírito Santo, liberaríam os
o Espírito Santo para "esten d er os céus", transform ando o
m undo à nossa volta.
Uma palavra profética verdadeira muda o am biente e age
com o um catalisador que põe em ação uma cadeia de eventos
para transmitir a palavra. É por isso que Paulo nos exortou
a"S[eguir] o caminho do amor e bus[car] com dedicação
os dons espirituais, principalmente o dom de profecia"
(1 Coríntios 14.1). Todos nós devemos ser possuídos do desejo
não necessariam ente de ter o ofício de profeta, mas de crescer
na graça do Espírito para ouvir e declarar o que Deus está
dizendo. É isso que abrê os céus e atrai o reino dos anjos para
nossas circunstâncias, porque a principal tarefa dos anjos é
aplicar e com provara Palavra de Deus quando ela é declarada.
Essa verdade é o princípio orientador por trás da prioridade
de declarar o testemunho. Lembrei se, como vimos no capítulo 1:
"[...] Adore a Deus! ü testemunho de Jesus é o espírito de
profecia" alinse 19.10). Quando declaramos as obras
de Deus, libe inos uma u n lãê profética criativa que muda a
atmosfera. De fato, o testemunho declarado cria acesso para a próptia
unção que tvaliza o testemunho em primeiro lugar — que também foi
lilrrado por uma declaração — para produzi-lo nmwnente.
Essa é a realidade incoiporada na própria palavra
"testem u n h o "— "fazer no va mente ".V i isso ocorrer muitas
vezes para duvidar de que, quando declaramos o testem unho
do Senhor, Deus libera sua autoridade para aplicar a palavra e
duplicar o milagre.
Declarar o testem unho não precisa ser parecido com
pregar. As declarações podem ser sim plesm ente proferidas em
voz alta. Por isso, Deuteronômio diz que o testem unho deve
estar em nossas conversas. Certa vez, eu estava conversando
com um homem, e aconteceu de ele m encionar que tinha um
tumor na clavícula. Ele explicou que o osso jamais se curou
adequadamente depois de tê-lo quebrado alguns anos atrás.
Eu respondi dizendo que via ossos quebrados serem curados
A liboração do sobTrnatur.il

o tempo todo. A m ulher dele pegou-lhe a mão, colocou-a no


tumor e disse:"Você está curado!". Logo em seguida, o osso
estava perfeitamente liso. Foi o poder do testem unho.
Essa m esma dinâmica explica por que eu acho que uma
das maneiras mais rápidas de iniciar as pessoas numa vida
de milagres é m andá-las numa viagem "G lobal Awakening"
[Despertamento mundial], no Brasil, com Randy Clark.
Em qualquer uma dessas viagens, há a possibilidade de
testemunhar a ocorrência de milhares de milagres. Esses
milagres acontecem poi m eio de cristãos comuns, que deixam
o ambiente muitas vezes 'opressivo"da igreja norte-am ericana
para ser iffifd osm jm país que não tem problemas com o Deus
de milagres. [>
O que ocorre depois das reuniões é importante: quando
as equipes estão juntas nas refeições ou passeando, elas
conversam sobre os milagres. Não querem conversar sobre
assuntos de seus próprios países — as contas a pagar ou os
conflitos denom inadonais que estão enfrentando. As pessoas
querem conversar sobre o fato que acabaram de presenciar:
alguém sem pupilas que de repente as cria e recebe a visão, ou
os tumores que desapareceram, ou os tetraplégicos que saíram
da cadeira de rodas e andaram.
Quando voltam ao seu país, essas conversas impulsionam
a vida delas e as estabelecem em reinos de poder que jamais
imaginariam experimentar. Passam a ter uma arrancada para um
estilo de vida de milagres constantes declarando o testemunho.
Preciso agora assinalar que, ao viajar e ministrar durante
muitos anos, descobri que esse entendimento da natureza
profética do testemunho chega como novidade para muita gente.
Em muitos lugares, as pessoas têm um valor para o
testemunho igual ao que cu tinha durante minha criação.
Ku gostava de ouvir a história sobre Deus ter encontrado e
mudado a vida de determinadas pessoas para sempre. Sempre
foi estimulante e me fazia dar glória e honra a Deus. Não
me lembro, porém, de nem um exemplo sequer de que o
milagre específico declarado nesses testemunhos tenha sido
reproduzido instantaneamente entre os que ouviam esses
testemunhos. Não estou dizendo que não aconteceu, mas
nunca tive conhecimento disso (além da resposta ao apelo de
leceber Cristo depois do testemunho da conversão de alguém)
A ve rd a içao sc o testem unho sempre
existiu, mas lencttând impediu de receber o
que jam ais notam os que estava acessível. Como dizem as
Em rituras:"M eu povo foi destruído por falta de conhecim ento"
(t W i.is 11>). Sem a revelação de com o Deus opera, não
podem os estender a mão com fé e nos apossar do potencial
celeste que está na atmosfera à nossa volta. É isso que
observamos na história da mulher com o fluxo hemorrágico
(v. M arcos 5). Jesus estava sendo tocado e pressionado por
todos os lados por uma multidão de gente. Mas só uma pessoa
percebeu que podia de fato receber algo se apenas o tocasse.
Ela teve uma revelação do que estava à disposição e, portanto,
teve fé para estender a mão e sentir.

ADM INISTRAÇÃO PELA MEDITAÇÃO

A administração começa com o entendim ento do que


72
recebemos c por quê.
A liberação do sobrenatural

Teme s muito por que agradecer nessa hora. O Espírito


Santo está restaurando a revelação do poder do testem unho
para liberar milagres a seu povo, poder este acessível a todos
nós. Está a nosso alcance. Deus está nos tirando de nossa
ignorância com misericórdia, de fé em fé e de glória em glória.
Contudo, também quero ressaltar outra verdade acerca
do Reino. Reagindo à conversa de seus discípulos sobre se
o Reino iria aparqçer^pa terra de repente, Jesus lhes contou
uma parábola sobre qm hom em que confiou a seus servos
com determinada quantia d e dinheiro a ser administrada.
Com base na fidelidade de cada um em relação ao dinheiro,
os s e rv o ^ y a m por fim estabelecidos com determ inado grau

de a u to iid a d rfó S y l^ id a d e^ ^ L u ca s 19.1T 27). A parábola


das minAs n o" eifcirre q u l, quando Deus abre as riquezas de
seu reino para nós, ele nos está confiando algo que tem os de
administrar. É nossa mordomia fiel que nos habilita para lidar
com o peso do poder e da autoridade que está sobre alguém
que pode transformar a paisagem com uma declaração.
Ao revelar o poder do testemunho, Deus não está apenas nos
dando acesso a um princípio que funciona de seu Reino. Ele está
na verdade nos dando acesso ao conhecimento dele. Lembre-se que,
em todo relato do que Deus fez, há uma revelação da natureza
dele e um convite para conhecê-lo também pela experiência.
hl para isso que serve a unção sobre o testem unho, porque
o testem unho é parte da aliança.Todo o seu propósito é nos
levar ao relacionam ento com Deus. Mas a revelação de Deus
é algo pesado. Quando enxergamos quem Deus realm ente é
revelado em seus testem unhos, não conseguimos fugir disso
sem reagir a Deus de uma maneira, entre duas: ou deixamos
que a revelação de quem ele é transforme nosso modo de
conceber e perceber a realidade, ou resistimos à verdade e
ficamos de coração endurecido. Resumidamente, ou entramos
em um relacionam ento com Deus, ou nos afastam os dele.
Deuteronômio nos ensina que, se desejam os ter
relacionamento com Deus, precisamos ser proativos nesse
sentido. Acomodar-se e apenas aplaudir o que Deus fez
na verdade nos põe num engodo em que pensamos ter
recebido a revelação do testem unho e reagido a Deus da
forma que ele deseja.
Não há dúvida de que devémos dar louvor a Deus pelo que
,qr aí. Se o testem unho não
ele fez, ma < | o podemos p arara)
transformair de íàtojjp rlsto denoijsso pensam ento e de nosso
comportamento, não o estamos verdadeiramente guardando.
A revelação de Deus no testem unho deve nos formar para
ver a realidade da perspectiva de Deus a fim de podermos
cam inhar na fé. Qualquer tipo de formação, seja militar, seja
o aprendizado de um instrumento, exige prática. A única
maneira de absorver realm ente todos os nutrientes, por assim
dizer, do testem unho é tomando uma decisão conscienciosa
de cultivar um estilo de vida de conversar o tempo todo sobre
as obras maravilhosas de Deus.
Jesus declarou:"Desde os dias de João Batista ate agora, o
Reino dos céus é tomado à força, e os que usam de força se
apoderam dele" (Mateus J 1.12). Ele também disse:"Aquele
que não está comigo é contra mim, e aquele que comigo não
ajunta, espalha" (Lucas 11.23). Não existe território neutro
em nosso mundo. Ou buscamos de forma proativa e vigorosa
74
o Reino de Deus, ou estam os permitindo, quer ativa, quer
A liberação do sobrenatural

passivar ícntc, que o reino das trevas imponha sua influência,


ganhando um lugar em nosso coração — o lugar de onde
observamos a realidade.
Nosso coração está cheio de tudo quanto prende nossos
pensam entos e afetos. As Escrituras chamam isso de meditação
do nosso coração. Note que a m editação no sentido bíblico
refere-se a encher o coração e a mente, ao contrário da
meditação oriental, que procura esvaziar a mente.
Tudo quanto nos enche o coração e a m ente em última
análise leva-nos a criar um tipo de confiança ou acordo com
isso. Se nossos pensam entos são constantem ente preenchidos
com a irffãSina^ QAle que « jjsa s ruins podem acontecer a nós
ou à q u e le ^ ® e am amos, vamos estabelecer um acordo com
o espírito de ansiedade. Se preferirmos nos concentrar no
que Deus não está fazendo, é mais provável que deparemos
com perguntas co m o :'T o r que essa pessoa não foi curada?"
ou"Por que há tanto mal no m undo?". Assim, vamos firmar
um acordo com o espírito dc amargura, criando a atmosfera
favorável ao espírito dc ofensa, o que nos leva ao pecado
principal da incredulidade. Se enchem os a m ente com aquilo
que Deus está fazendo e o que ele fez, fazemos um acordo
com o espírito de fé. Tudo aquilo com que concordamos é o
que vai encher nosso pensam ento e nossa boca e, desse modo,
o que vamos liberar para o mundo à nossa volta.
De fato, a realidade espiritual com a qual comungamos no
coração é exatam ente o poder liberado em nossas declarações.
Por esse motivo, as palavras de nossa boca e a meditação de
nosso coração estão intim am ente associadas. É por isso que
Davi orou:"Q ue as palavras da minha boca e a meditação do
meu coração sejam agradáveis a ti, Senhor, minha Rocha e
meu Resgatador!" (Salmos 19.14). Deus expôs a Josué a relação
entre meditação e declaração ao dizer:

"Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de


meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra
i que nele está escrito. Só então os
seus caminhos prosperarão e você será bem-sucedido"
r t í- i i

A conclusão dessa passagem tem dois aspectos que dizem


respeito a guardar o testemunho. Primeiro, não tem os de

estam os dizendo.
lb r sua vez, nossa meditação no que Deus disse implica
falar. A palavra hebraica para"m editação"aqui significa
literalm ente"gem er, resmungar, proferir, refletir sobre,
murmurar, ou falar". Essa mesma palavra foi empregada para
designar um leão rugindo para a presa. Nossa meditação
não deve ser uma atividade relaxada. Temos de perseguir
e com alegria consumir com voracidade o testem unho de
Deus. É assim que nosso corpo e nossa m ente são preparados
"para estar de acordo com tudo o que está escrito".
Hssas atividades devem evidentemente ser práticas
para nós, quando passamos pela experiência de como
o aprendizado acontece. O s níveis mais elevados de
aprendizado são norm alm ente atingidos quando estão
presentes no processo de aprendizado, a repetição, o
76
compromisso físico e mental, o pensam ento crítico e a
A liberação do sobrenatural

expressão (pôr a ideia em palavras).


Quando fazem os isso com o testem unho, há duas
consequências fundam entais. Primeira, quando enchem os
o coração e a m ente com o registro do que Deus fez por
m eio do diálogo e da m editação, m antem os uma consciência
constante do Deus que invade o im possível. Essa postura de
consciência e expectativa cria a esperança, a fé, a coragem e
a sede de que_necessitam os para reagir às im possibilidades à
nossa volta.
A segunda consequência e que, profetizando com
eficácia sobre nós com o testem unho, liberamos algo no
reino inxjsí^eLque^ealmeiitexios atrai para experiências
reais em que enxergamos as impossibilidades à nossa volta,
transformadas pelo Deus do testemunho. É isso que o Senhor
prometeu a Josué — guardando o testem unho, nós realmente
prosperaremos e teremos êxito.
A vida de Davi, um dos hom ens mais bem -sucedidos do
Antigo Testamento e, com o vimos, o exemplo mais profundo
de guardar o testemunho, sem dúvida fala da verdade dessa
promessa. Em todos os seus salmos, ele fala em declarar e
proclamar as obras de D eus:"G randes são as obras do S kniior;
nelas meditam todos os que as apreciam" (Salmos 111.2).
O salmo 66 nos dá uma ideia maravilhosa de quanto Davi
estudava e meditava sobre as obras de Deus. Ele diz:

Venham e vejam o que Deus tem feito;


como são impressionantes
as suas obras em favor dos homens!
Ele transformou o mar em terra seca,
e o povo atravessou as águas a pé;
e ali nos alegramos nele (Salmos 66.5,6).

O s fatos a que Davi se refere nesse salmo — a travessia


miraculosa do mar Vermelho e do rio Jordão — aconteceram
centenas de anos antes de ele nascer. Contudo, ele fala como se
nos estivesse convidando para uma festa em que observaríamos
esses fatos acontecerem e então celebraríamos a Deus juntos.
O que Davi descobriu ao estudar as obras do Senhor é que
elas têm vida própria e não são afetadas pelo tempo. O Deus
que as realizou existe além do tempo, e, quando estudamos o
que ele fez, não podemos evitar deparar com o fato de que esses
ta m b é m s à tf^ fe ito sn u e P eu sestá realizandoerealizará.
A palavra hebraica traduzida F o r" meditam "em Salmos
também significa "buscam ". Se tem os prazer nos testemunhos
e meditamos neles, na verdade procuramos e achamos
encontros pessoais com essas obras de Deus. Seria m elhor
dizer que buscamos de fato esses encontros com as obras de
Deus com o verdadeiras"presas"que estam os perseguindo
quando meditamos, É isso exatamente que devemos fazer para
experimentar a plenitude de nossa herança no testemunho.

LEM BRA R

Criar um estilo de vida de declarar o testem unho é o


primeiro aspecto de guardar o testem unho. O segundo
aspecto é criar um estilo de vida de lembrar, Esses aspectos são
dois lados da mesma moeda.
Não faz muito tempo, descobri algo interessante acerca
da palavra hebraica para a nossa palavra "lem brar". Ela é o
A liberação do sobrenatural

radical da palavra "m acho". Pode parecer uma correlação


obscura, mas aqui significa que o m acho carrega as sem entes
de reprodução. Q uando nos lembramos das intervenções
sobrenaturais de Deíis nas situações impossíveis, carregamos
e m nosso coração as sem entes de mais uni milagre.
Já vimos que declarar o testem unho dá acesso à unção
pela qual ele se duplica.'Agora vemos que isso também é
um ato de lembrança. Quando nos lembramos do que Deus
fez, é com o se tomássemos as sem entes de determinado
milagre, transportássemos para um novo am biente e
outro milagre acontecesse».»»
terem a capacidade de
todos sabemos. Também temos
a impressionante capacidade de esquecer. As consequências
de esquecer podem ser pequenas ou grandes, dependendo
do que se esquece. O s desdobramentos de esquecer onde se
pôs o grampeador são muito diferentes de esquecer a data do
aniversário de casam ento, por exemplo.
O que c tão impressionante em relação à nossa capacidade
de esquecer é que somos capazes do esquecer coisas que
pareciam absolutam enle inesquecfveis quando ocorreram .
Por outro lado, quase sempre descobrimos que esquecem os
coisas que não pareciam grandiosas na ocasião, mas, olhando
para trás, foram na verdade importantíssimas. Ambos os casos
revelam nossa necessidade de uma espécie de m ecanismo
externo que nos ajude a lembrar.
Quando Israel entrou na terra prometida pelo rio Jordão,
Josué ordenou que os mais velhos das tribos voltassem ao rio
e pegassem 12 pedras do leito para fazer uma pilha delas na
margem. Josué explicou o objetivo:

Elas servirão de sinal para vocês. No futuro, quando


os seus filhos lhes perguntarem:"Que significam essas
pedras?", respondam que as águas do Jordão foram
interrompidas diante da arca da aliança do Senhor.
Quando a arca atravessou p Jordão, as águas foram
interrompidas. Essas pedras serão um memorial
perpétuo para o povo de Israel" (Josué 4.6,7).

A pilha de pedras deveria ser um sinal e memorial,


que têm natureza sem elhante. O s sinais, ou signos, são
realidades^ué indicam realidades m aiores. Os m em oriais
são objetos que se deltinam a nos lembrar de outras coisas.
N esse caso, a pilha de pedras, lembrava o povo de Israel do
testem unho de que Deus reteve as águas do Jordão e fez seu
povo entrar na terra prometida.
As intervenções sobrenaturais de Deus na história humana,
porém, são cm si m esm as sinais, porque são realidades que
indicam a revelação maior do próprio Deus. Desse modo,
a pilha de pedras era um memorial c um sinal que indicava
outro sinal, o sinal que indicava a realidade.
Quando o Jacozinho e seu pai encontrassem essa pilha de
pedras no caminho do rio, não ouviriam apenas a história;
ouviriam o que a história indica:"É assim que o Deus de seus
pajs é. e ele é seu D eus também !" Jamais devia ser uma lição
de história chata. Na cultura de Israel, está incorporada a
noção de que a história deles com o povo da aliança continha
as promessas de quem Deus seria para cada geração futura.
80
Devemos criar elem entos que estimulem nossas
A liberação do sobrenatural

lembranças, coisas que nos lembrem do que Deus fez em


nossa vida e de quem ele é. Um memorial de pedra cm minha
vida é um clássico rifle W inchester pré-1964 que ganhei há
muitos anos, quando meu pai foi pastor da Bethel Church, e
eu fazia parte da equipe que ele liderava.
Nessa época, cu não tinha rifle de caça, mas estava
economizando dinheiro para adquirir um, porque eu adorava
caçar. Depois de ter juntado o suficiente, achei que seria
mais sábio pagar algumas c<mtas com o dinheiro, em vez
de comprar a arma, e Jjz isso. No domingo seguinte à noite,
fui à igreja, e um dos principais presbíteros chegou até mim
de forma
ia bem inesperada e per
perguntou: "Bill, você precisa de
n a ^ '. R ejpondi:'£iim , p reciso"."V enha à minha casa
uma armar
depois da igreja". Eu fui. Fiquei perplexo quando ele trouxe
a Winchester, não só porque a arma era m uito valiosa, mas
também porque era mais que isso. F,ra uma pilha de pedras.
Referia-se a algo maior que ela mesma, uma lição que Deus
me ensinou naquele m om ento para muitos anos: se obedeço
nas pequenas coisas, ele me recompensa nas grandes.
Algum tempo mais tarde, depois que nos mudamos
para VVeaverville, acabei acumulando quatro armas, que
guardávamos num armário (antes de se exigir segurança para
as armas). Num fim de semana, saím os da cidade, e, quando
voltamos, alguém tinha invadido a casa e roubado minhas
armas — exceto a mais valiosa. N ão sei por qual motivo, mas
acho que o Senhor deve ter cegado os olhos do ladrão para a
arma mais cara das quatro.
Imaginei que eu m e ofenderia com o fato de o ladrão ter
pegado as outras três armas. M as isso jamais me passou pela
m ente. Fiquei muito agradecido com o fato de o assaltante não
ter levado o bem mais valioso para mim. Fu precisava ter uma
pilha de pedras na minha vida para nunca me esquecer de
com o Deus verdadeiramente é.
Q uais as conscnuências eternas de ter um rifle? N enhum a.
Mas ele me lembra da revelação de quem é Deus na minha
vida. Não caço mais com esse ritl,ç, mas nunca me desfaria
dele se Deus não ordenasse fazer isso, porque ele é minha
pilha de pedras. Fala de quanto Deus honra a sabedoria (de
eu ter pagado m inhas contas) e profetiza da aliança que tenho
com Deus durante minha vida, que se baseia com pletam ente
na gloriosanatureza divin£j
saffflttureza divinq,
■motiíiis
Os m em o são urn grande nege
egócio para Deus. Não
precisam ser extravagantes. No Antigo
tigo Testamento, eram coisas
como pilhas de pedras, palavras gravadas em portas e borlas em
vestimentas. No Novo Testamento, Jesus nos deu o memorial da
ccia do Senhor, o pão e o vinho, com os quais lembramos sua
morte e ressurreição.
Podemos ter também um diário, um álbum de fotografias
ou um sim ples objeto que nos lembre de ocasiões
determinadas cm que encontram os Deus e ele se revelou.
A mim, ele deu uma arma. Pbde ser qualquer coisa, mas
a questão é que devem ser elem entos em que investimos
com sentido de modo que sejam sinais que indiquem
o testem unho — elem entos que vemos regularmente e
refletimos sobre eles sempre, (is memoriais são elem entos
essenciais de guardar o testem unho porque agem para nos
proteger de nossa suscetibilidade a esquecer aquilo que
82
Deus diz que é importante. Funcionam como um alarme.
A liberação do sobrenatural

Não ligamos o despertador depois que já saím os cia cama.


Nós o ligamos antes para que desencadeie em nós uma
determinada reação quando chega o m om ento certo — em
geral, inesperadamente.
O s cristãos não se podem dar ao luxo de esquecer
seu próprio testem unho de conversão. Esse era um dos
segredos do ministério do apóstolo Paulo. Não importava
o que estivesse ocorrendo no lugar em que ele falava, ele
sempre podia referir-ée novamente à sua história pessoal,
seu testemunho. M uitos líderes religiosos tinham conflito
constante com ele porque não podiam tirar lhe sua
e x p e riê rd ^ e su a ex p eriên d j^ ra contrária à concepção que
tinham so£ tcW b s .'

Quer tenha visto milhares de milagres, quer tenha visto


poucos, se você respondeu "sim "a Jesus, tem um testem unho
que deve guardar bem junto de você. Há um motivo por que
encontram os Deus lembrando seu povo em todo o Antigo
Testamento de que ele era ninguém, escravo no Egito, e
Deus o salvara e o levara para a terra prometida. Ele não se
vangloriava nem esfregava o nariz do povo nisso. Deus o
lembrava de quem eles eram e com o haviam chegado lá a fim
de que tivessem a perspectiva correta do presente e do futuro.
O seu testem unho, como todos os testem unhos, é uma
história acerca de quem c Deus e do que ele fez. O s escritores
do Novo Testamento gastaram um bom tempo explicando
o significado de conversão a fim de que formemos nossa
m ente para lembrar essa história de acordo com a versão de
Deus. Entretanto, se revisitarmos os acontecim entos de nosso
passado de uma perspectiva que não tenha base na obra da
cruz e na eficácia do sangue de Cristo, estaremos, na verdade,
abrindo-nos a um espírito de engano.
As Escrituras nos dizem que nosso velho hom em (a
velha natureza) morreu com Cristo. A pessoa que você e os
outros pensavam que você era não existe mais. Não estou
dizendo que não vamos ter experiências na vida que sejam
consequência de nossas escolhas passadas. Entretanto, sua
importância mudou consideravelmente. Certa vez, ouvi uma
palavra profética em que o Senhor dizia:"Eu não vou remover
as cicatrizes de sua vida. Em vez disso, vou dispô-las de uma
maneira que parecerão ter sido cinzeladas numa peça de
cristal reqi que tesparecia irremediavelmente
destrutivo trá o u s e flrn algo que revela a glória e a
bondade de Deus.
Lem brar-se, sempre e corretam ente, de sua conversão
leva-o de volta à pedra fundam ental da vida cristã. A verdade
da história de todos nós é que Deus veio até nós quando
estávam os fracos e quebrantados e fez o que não poderíamos
fazer por nós m esm os. Por mais que am adureçamos em
Deus, o tema de nossa com pleta dependência dele e de sua
perfeita capacidade de agir em nossa vida flui por m eio da
nossa história.
D o contrário, se você sabia que aquela pessoa com uma
aflição terrível iria melhorar, inclua isso nu história, porque
eu também preciso ver que é possível operar no dom da fé e
saber com certeza que Deus está prestes a realizar um milagre.
Não precisamos ignorar os elem entos hum anos da história,
nem precisamos exagerar os elem entos divinos, porque os dois
aspectos contêm a palavra profética que todo cristão precisa.
A liberação do sobrenatural

Precisamos ser lembrados constantem ente de quem


som os em Deus e quem é Deus em nossa vida, porque é isso
que nos situa para andar com ele novamente hoje enquanto
ele demonstra seu póder em nós e por m eio de nós. Nossa
diferença mais marcante com o povo de Deus é que ele
está presente e ativo em nosso meio. Ele é nossa herança
verdadeira e nossa recom pensa mais que excelente.
Paulo nos diz que vem os Dej.is"parcialm ente"enquanto
fazemos parte da corrida de nossa vida na terra. Guardar o
testem unho, porém, prepara-nos para olhar a vida através das
lentes de nossa história de invasões sobrenaturais de Deus.
Guardar :m no centro de nossa vida.
C apí tulo 5

Lembranças que dão vi da

Jesus constantem ente punha seus discípulos em contato


com o milagre. Toda oportunidade visava a prepará-los para
o próximo desafio inesperado que teriam de enfrentar e a
ensinar-lhes os m eios do mundo divino, um mundo que não
podiam ver sem ajuda.
Numa dessas ocasiões, os Doze estavam enfrentando uma
tempestade que lhes ameaçava a vida. O evangelho de Marcos
ressalta que a tempestade era avassaladora para eles, somente
porque seu coração estava endurecido para as lições do milagre
anterior da multiplicação dos pães e dos peixes (v. Marcos 6.52).
Isso é surpreendente, porque nessa situação anterior eles
foram perfeitamente obedientes. De fato, sua obediência
ajudou a liberar n.rnilagru: contudo, a dureza de coração
im pediu-os de viver do te ^.emunho dessa conquista no
desafio de uma tem pestade!
A conclusão disso é um pouco preocupante. Podemos
obedecer, obter o milagre, ser pratos, dar toda a glória a
Deus c ainda assim estar mal preparados para o próximo
desafio se q#P55temunho nãjp for a lente através da qual
e nxerga m osm r es Iida de.
Quando os discípulos falaram da necessidade de alimento
da multidão, Jesus respondeu com urna ordem :"D eem -lhes
vocês algo para com er"(M arcos 6.37). Ao perceber que eles
não sabiam como fazer isso. Jesus não retirou a ordem. Ele
tão som ente os r.ipnritpM para fniwr o impnssíyH Pelo fato de
nunca terem percebido que o alimento não se multiplicou nas
m ãos de Jesus, mas nas deles, eles jam ais aprenderam a lição
que lhes daria coragem na tempestade.
Sem essa consciência, eles jamais saberiam que, quando
Jesus lhes ordenou ir para o outro lado do mar, era com o se
estivesse no barco com eles. A ordem nos capacita da mesma
maneira que a presença física de Jesus. A ordem é dada
quando estamos submissos à missão dele, o que resulta na
autoridade necessária para realizar a missão:

Então se afastou deles, voltou para o barco e foi para o


A liberação do sobrenatural

outro lado. Os discípulos haviam-se esquecido de levar


pão, a não ser um pão que tinham consigo no barco.
Advertiu-os Jesus:"Estejam atentos e tenham cuidado
com o fermento dos fariseus e com o fermento de
Herodes".
E eles discutiam entre si, dizendo:"É porque não

está endurecido? Vocês têm olhos, mas não veem? Têm


ouvidos, mas não ouvem? Não se lembram? Quando
gu pàíú os cinco pãjprara os cinco mil, quantos cestos
cheios de pedaços recolheram?"
"Doze", responderam eles.
"E quando eu parti os sete pães para os quatro mil.
quantos cestos cheios de pedaços vocês recolheram?"
"Sete", responderam eles.
Ele lhes disse:"Vocês ainda nào entendem?" (Marcos 8.
13-21)

OS M ILA G RES MUDAM NOSSO JE IT O DE “EN X ERG A R”

A renovação da m ente permite que o Espírito de Deus


m olde nossa percepção, e nossa m ente torna-se um
instrumento de justiça.
Nossa história com Deus deve moldar nossa percepção. Em
Marcos 8.13-21, Jesus advertiu os discípulos acerca do fermento
de I Ierodes e o dos fariseus. Fermento é a influência sutiLpa
mente para moldar nosso modo de perceber a realidade. Quando
procuraram comida no barco, Jesus lhes perguntou:"Fbr que •
vocês estão discutindo sobre não terem pão?". Jesus se referia ao
fato de a discussão dos discípulos não se haver influenciado pela
história deles com ele. As experiências com Deus são ao mesmo
tempo maravilhosas e caras. Em seguida, ele os levou de volta a
duas experiências que tinham tido na multiplicação de alimento e
perguntou-lhes se eles sé lembravam do que acontecera quando
alimentaram as multidões.
Volto a essa narrativa regularmente para observar as
perguntas que Jesus fez, porque preciso mudar e acho que
há muitas respostas pata mim nesse acontecim ento. As
questões com que ele lidou são essenciais no seguir Cristo —
principalm|?n?e m j;a quem a nseia liberar seu poder miraculoso
e sua glória rifo m undo. 1
"Por que vocês estão discutindo sobre não terem pão?"
É com o se Jesus perguntasse a seus discípulos:"Por que a
discussão de vocês começa com o que vocês não têm ?"U m a
vez que eu os coloquei no milagre da multiplicação dos
pães, vocês perderam o direito de iniciar qualquer padrão de
pensam ento com o que vocês não têm ".
O s milagres eliminam as opções para o cristão, assim
que é a m ente renovada. Ela não parte mais da ideia de falta.
U m milagre contém os nutrientes espirituais que devem
ser liberados em nosso sistema para nos fazer pensar como
Cristo. Nesse caso, eles nos fortalecem com graça para jam ais
iniciarmos uma sequência de pensam ento com o que não
temos. No entanto, com o vimos nos Doze, é possível não ser
influenciado pela experiência de um milagre.
Estou muito animado com uma tremenda mudança na
perspectiva da igreja. Mas ainda estou condenado por essa
A liberação do sobrenatural

narrativa de Marcos. Muitas vezes, deparo com um problema


e penso: " Não tenho o que é necessário nessa situação".
Imediatamente, começo a olhar para os meus recursos com o se
eu fosse a resposta para o meu problema.
Então, Jesus lhes fez uma série de perguntas."Como
vocês não percebem? O coração de vocês ainda estrí endurecid o7"
(paráfrase). Quando ele nos leva para o reino dos milagres e
entramos em contato com o sobrenatural, isso altera o modo
de enxergarmos a realidade — se nosso coração não for duro.
Entretanto, se nossa visão da realidade não está ajustada
para se adaptar aos milagres constantes em nossa vida, então
nosso co^a^Q estáim pedindo o piei io efeito dos nutrientes
que estão sendo liberados; ern nosso sistema. Esses nutrientes
cham am -se "graça", que é a capacitação divina.
Jesus perguntou a seus discípulos quantas vezes eles
tinham de experimentar o milagre da provisão sobrenatural
paia enxergar do ponto de vista divino. Jesus eslava falando da
percepção do acesso jurídico ao Reino que não tem fim nem
limitação de recursos. Eles haviam recebido um lugar de fé
para ver os recursos ilimitados aos quais recorrer em qualquer
situação. Talvez eles soubessem que o seu dom era para os
outros, mas não percebiam que também era para eles. Os
milagres devem mudar nosso modo de ver a realidade.
Jesus perguntou-lhes :"Você têm olhos e não veem? Têm
ouvidos e não ouvem? E >wo se lembram?". É aqui que podemos
aprender o máximo, e recuperar nossas perdas, para
enxergarmos a verdade e nos arrepender verdadeiramente.
A forma mais clara de percepção espiritual é ver, a segunda é
çiivir e a última é lembrar. Lembrar é algo que alguém pode
aprender por opção e que, por sua vez, ajuda a desenvolver
sensibilidades espirituais. É como se pudéssemos decidir nos
submeter à influência do miraculoso pela meditação bíblica e
depois nos fortalecer para o resultado sobrenatural!
Estou constantem ente olhando ao meu redor para ver o
que Deus está fazendo. Há ocasiões em que consigo enxergar
claramente, mas há vezes em que não tenho nenhuma pista.
Uma vez, eu estava na Alemanha orando com os líderes
^ 1 1
antes de uma reunião, e m e veio à mente uma fotografia. É o
equivalente visual da voziuha colma. Na foto, eu vi alguém à
minha direita com artrite n a.coluna. Eu disse a e la :" ü Senhor
lesus a cura^aAungucm a togou — ela foi curada com a ordem.
Quando cto ifu lp e je m e ço u , tive a ardente convicção de
procurar poW ssa imagem. C o rn e e i dizendo:"Alguém aqui
tem artrite na coluna". A pessoa se levantou e, assim com o vi
na reunião de oração, ela estava do meu lado direito. Declarei
a ela: "O Senhor Jesus a cura". Ela começou a tremer assim
que o fogo da presença de Deus estava nela, e eu perguntei
onde estava a dor que ela sentia. Ela respondeu:"Im possível.
Impossível. A dor sum iu". A mulher foi curada bem diante
de nossos olhos. Aconteceu porque consegui ver. H mais
frequente, porém, cu não enxergar com tanta clareza assim. Se
não consigo enxergar, norm alm ente ainda consigo ouvir.
Quando fui a uma reunião cm Dallas há alguns anos, ouvi
a palavra"surdcz"assim que entrei no salão. Ifcrto do fim da
reunião, o Espírito me lembrou do que eu ouvira. Em seguida,
uma unção incomum de cura encheu o salão, e 83 pessoas foram
curadas de algum grau de surdez — da surdez total causada por
A liberação do sobrenatural |%

grave lesão de nervo auditivo a vários níveis de surdez. Eu jamais


tinha visto tanta gente ser curada de surdez num só encontro.
E tudo isso ocorreu em cerca de quinze minutos.

EN XERGAR POR MEIO DA NOSSA HISTÓRIA

O que nos anima é que, se não consigo ver e não consigo


ouvir, sempre j>osso lem brar-m e. É aí que"guardar o
u inho"entra em a<
testenu ação — tenho de com eçar a pensar no .
que vi Deus realizar. As atividades dele devem ser valiosas
o suficiente para nós de modo que as guardemos nos
pensamentos, já qüe,provavelm ente, vamos ter m om entos
em que P ütisarem
p ic vjc» reativar
k .1 c>ai c i 11os
v *i u
i v n fnossa capacidade de ouvir
ijvj

leus exemplos são singuldares porque têm a ver


e ver. (Me
: rança de reuniões5 public
com liderança” publicas, o que nem todos são
incumbidos de fazer, mas os princípios podem ser transferidos
para qualquer cargo na vida.)
Em geral, encontro-m e numa situação em que preciso de
um caminho para uma reunião e não consigo ver ou ouvi-lo.
Automaticamente, volto minha atenção para o que vi o Senhor
fazer no passado. Quase sempre, ele repete exatamente os
milagres que me vieram à m ente. Uma vez que os declaro com
base em minha história com Deus, eles se transformam em
realidades do tempo presente influenciando situações, assim
como as histórias revelam a natureza de Deus e seus caminhos.
Sondo meu coração, e tudo quanto vem à superfície em
primeiro lugar, quer surdez, quer ossos fraturados, quer lesões
de acidentes, vou ter pessoas que se apresentarão. O que
estou fazendo? Estou m e lembrando e atuando de acordo com
91
minha história com Deus. Ela me dá uma nova maneira de

Lembranças que dão vida


ver minha situação presente. Isso aconteceu tantas vezes que
agora acho que tenho permissão para convocar certas doenças
e males a qualquer momento, e Jesus virá curá-las. Isso flui de
minha história com Deus.
Todo cristão viveu pelo m enos um milagre: sua conversão.
Você viu a transformação que ocorreu na sua vida de dentro
para fora. Com ece a se alimentar do que Deus fez. Isso define
o quadro em que vocêfyai enxergar os problemas futuros.
Frequentem ente, perguntam jn e :" \ b c ê já viu alguém ser
curado d e ______ — ç dão o nome da doença. Fbr que
essa gente me pergunta isso? Porque essas pessoas sabem
que, se Deus fez um a vez, fará de novo. Com muitas palavras,
elas estão pedindo p a fa je r se há um testem unho que moldou
minha perspectiva sobre o problema delas.
Um hom em chegou e m e perguntou se eu tinha visto
um a perna atrofiada. Ele a quebrara vinte e cinco anos atrás,
e, quando o osso sc regenerou, a perna crescera quase 4
centím etros a mais que a outra. Ele havia ouvido relatos
de que um osso perdido tinha sido substituído e de pernas
que cresceram, mas estava interessado em saber se nós já
tínham os visto alguma encolher. (Se eu não tivesse visto,
deve haver uma primeira vez, por isso eu iria procurá-la de
qualquer forma.)
Entretanto, parando para pensar, lembrei me de que eu
tinha visto isso ocorrer com um pastor que havia sofrido um
acidente com um veículo de andar na neve. Depois de curado,
esse pastor também ficou com uma perna maior que a outra.
Num restaurante italiano em Sacram ento, Califórnia, pedi ao
92
pastor que posicionasse sua cadeira de lado. Segurei-lhe as
A liberação do sobrenatural

pernas e ordenei à perna mais comprida que encolhesse. Ela


obedeceu. Quando ele voltou ao fisioterapeuta, este lhe disse
que suas pernas estavam perfeitas.
Ter lembrado esse relato capacitou-m e a dizer àquele
homem que eu tinha visto Deus fazer isso. O homem era
empreiteiro, e sua perna vinha lhe causando dores nas costas
havia muitos anos. Pedirihe que se sentasse enquanto eu
segurava com minhas mãos as pernas dele. Em seguida, parei
por um instante, e( ocorreu uma ideia: "D evo encolher
a perna mais comprida ou alongar a mais curta? Muita
gente não se preocuparia de ser um pouquinho mais alto".
i-o (e a mimftambém) ao dizer:"Perna direita, cresça

A perna direita com eçou a crescer lentam ente. Em seguida,


de uma vez, ultrapassou a outra perna cm uns 7,5 a 10
centímetros, e o homem gritou de dor! Foi com o se anos de
dores do crescimento o estivessem afetando, tudo de uma vez.
Tenho certeza de que, por fora, eu parecia calmo, mas, por
dentro, perguntava-m e:"O que eu fiz! Esse homem acha que
mancava... espere até ele tentar sair!".
Com ecei a vasculhar meu coração para imaginar com o
orar, quando me lembrei de ter estudado a palavra shaiom.
Essa palavra significa"paz". Ela tinha de ser uma das palavras
mais abundantes de toda a Bíblia — cheia de vida e sentido.
Significa solidez de mente, saúde, prosperidade — e a maior
parte de tudo por quanto temos orado é abrangido por essa
palavra. Bensei:"Essa palavra tam bém será útil nesta situação".
Então, orei:"E agora, Senhor, deixe que o shaiom do céu, a tua
93
paz, venha sobre esse hom em ". Então, a perna direita dele

Lembranças que dão vida


encolheu novamente até ficar perfeitamente do tamanho
da outra. No dia seguinte, ele chegou até mim e disse:"Bill,
eu medi minhas pernas de todas as formas possíveis; estão
absolutam ente perfeitas". Comemorei com ele.
Seis meses depois, cu estava em Rochester, em Minnesota,
onde encontrei uma moça que tinha tido câncer na perna.
Os médicos tiveram de remover uma grande parte do osso e
o substituíram com um pedaço de metal. O pedaço de metal
empregado tinha cerca de 4 centímetros porque a menina só
tinha 15 anos de idade na época, e os especialistas estimaram
que ela cresceria até esse comprimento. Quando conheci a
moça, ela esfffài com 27 anol. Fbr não ter crescido nenhum
centímetro sequer naqueles dueewios, tinha problemas nas
costas, Rediu-me que orasse por ela.
Em razão de m inha experiência recente, para a qual Deus
me deu cobertura, segurei a perna dela e ordenei à que tinha
a peça de metal que encolhesse. No dia seguinte, a moça me
procurou e contou que a perna ficara perfeita. Depois disse
que estava feliz de eu ter ordenado que a perna com o metal
encolhesse, porque, se a outra crescesse no tam anho que os
médicos estimaram, eles lhe diriam:"Viu, nós dissemos que
você cresceria esse tanto".
Quando ouvimos Deus, ficamos bem, mesmo quando
não merecemos.

M AN TER UM REG ISTRO PESSO A L

Por que relato essas histórias? É im portante que lembremos


nossa história com Deus. Qual é a sua história? Medite sobre
A liberação do sobrenatural

ela. Registre os milagres que vê. Deixe que essa disciplina o


ajude a desenvolver a habilidade de ouvir e ver. Registrar a
história e revivê-la propositadamente são passos cm direção à
maturidade nos dons e na liberação do poder de milagre.
Eu só quero pôr essa ferramenta em suas mãos. Sc você
vai usá-la, permanecerá animado todos os dias de sua
vida e terá uma im portante chave para renovar sua m ente.

ser uma sequencia de m onum entos que tornam -se pontos de


referência para o resto de sua vida. Se os discípulos tiu j
naravilhas da capacidade de
o, quando ele lhes falou sobre
fariseus, eles não teriam ficado
com medo em relação ao almoço.
C apí tulo 6

Coragem para deixar


um l e g a d o

Quando Deus introduziu os filhos de Israel na terra


prometida, ele lhes deu uma obrigação bem clara: uma
obrigação que ilustra profeticamente a obrigação que temos
com o filhos dele da Nova Aliança.
Os israelitas tinham de expulsar os povos pagãos que
moravam no território que lhes fora prometido, estender
suas tribos por toda aquela terra e, por fim, fundar cidades de
refúgio em cada região.
Da mesma maneira, Cristo nos coinissionou a ir ao nosso
te m loiio pim netidi> Iodas as nações — e fazer discípulos
dessas nações, expulsando a influência do reino das trevas e
liberando a realidade do Reino dos céus.
Sem elhantem ente a nós, o êxito dos israelitas no
cumprimento de cada parte da obrigação era a dependência
total na capacidade deles de fazer aquilo para o que Deus os
preparara no deserto: seguir sua presença manifesta e fazer o
que ele ordqna, • ■
E do q u e^ ty en d e c ^ c a p a c i^ jt deles de seguir a presença
de Deus e obedecer à voz dele? D eus deixou clara a resposta
a essa pergunta para Josué quando o comissionou a guiar os
israelitas na tarefa deles:
"Ninguém conseguirá resistir a você todos os dias da
sua vida. Assim como estive com Moisés, estarei com
você; nunca o deixarei, nunca o abandonarei.
Seja forte e corajoso, porque você conduzirá este povo
para herdar a terra que prometi sob juramento aos seus
antepassados. Somente seja forte e muito corajoso!
Tenha o cuidado de obedecer a toda a lei que o meu
servo Moisés lhe ordenou; não se desvie dela, nem
para a direita nem para a esquerda, para que você seja
bem-sucedido por onde quer que andar. Não deixe de
falai’ as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas
de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo
% o que nele está escrito. Só então os seus caminhos
prosperarão e você será bem-sucedido. Não fui eu que
A liberação do sobrenatural

lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem


desanime, pois o S fn h o r , o seu Deus, estará com você
por onde você andar" (Josué 1.5-9).

O MANDADO PARA A CORAGEM

TA i-ím r to /“v m i n I ^ m io r w n l m v 1o m T/NAtwÁ

guardar o testem unho era a chave para o sucesso de Israel no


cumprimento de seu mandado com o nação.
Cuiripsamente, Deu ■stabeleceu a com issão de Josué com
ma promessa qu< C& a M oisés quando este perguntou:
a mesma
"Q uem sou eu para apresentar-me ao faraó e tirar os israelitas
do Egito?". Deus sim plesm ente respondeu:"Eu estarei com
você"(Êxodo 3.11,12).
Do mesmo modo, as últimas palavras de jesu s na Grande
Comissão a nós foram :"Eu estarei sempre com vocês, até o fim
dos tem pos" (Marcos 28.20). A inferência dessa nromessa tem
dois aspectos, porque a presença de Deus entre nós determ ina
nossajdentidade e, consequentem ente, aquilo que lem os
capacidade de realizar.
Nós tam bém temos de desenvolver uma consciência cada
vez maior da presença de Deus entre nós para recorrer a essa
presença e cumprir a obrigação que Deus nos deu. Nosso
conhecim ento de Deus é o que determina com o reagimos
a ele, como percebemos a realidade e com o vivemos. É um
elem ento importantíssimo, obrigatório, para sermos bem -
97
-sucedidos em obedecer a Deus e segui-lo.

C<uagem para deixar um \et


O rei Davi falava dessa provisão quando disse:"Sem pre
tenho [posto] o S enhor diante de mim. Com ele à minha
direita, não serei abalado" (Salmos 16.8)."Pôr", nesse
veisiVulo, significa o m esm o que"dar destaque". Nós, de fato,
desem penham os uma função ao pôr Deus em destaque. O
avivalista Duncan Campbell definia o elem ento da irresistível
presença como a essência do avivamento que viveu nas Ilhas
1 lébridas na década de 1950. Ele disse que"um a consciência
de D eus"encheu a atmosfera da região, criando um am biente
ern eu e arrependim ento, conversão, oração e adoração
passaram naturalmente a ser as principais atividades.
Quando aumentam os no* a consciência da presença de
Deus, as ordens q u ef le jros dápaasam a ser mais executáveis.
"D eus conosccr deve se transformar na plataforma para toda
a vida. Josué recebeu um princípio fundamental de vitória na
exortação para "ser forte e corajoso". Essa exortação foi, sem
dúvida, importante, uma vez que Deus a repetiu três vezes
nas poucas frases que lemos em Josué 1.5-9. Muita coragem e
muita força é o que seria necessário para"obedecer toda a lei"
--------------- ’
e "n ã o se desviar dela"(Josué 1.7).
A última repetição, entretanto, é a mais importante, porque
Deus estabelece uma ligação entre ela e a promessa."Não fui
eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem
desanime, pois o S enhor, o seu Deus, estará com você por onde
você andar" (Josué 1.9). A verdade que Deus revelou a Josué e
a nós nessa exortação é simples, porém profunda: Nossa força e
nossa coragem paru realizar o que Deus nos mandou realizar fluem
diretamente de nossa consciência de que Dais está conosco.
98
Uma parte integrante desse modo de vida é a obrigação
A Liberação do sobrenatural

de meditar na Palavra de Deus — a Lei. N o caso de Josué,


o Livro da Lei continha Gênesis, Êxodo, Levítico, Números
e Deuteronômio: os livros de Moisés. Lie continha os
m andam entos do Senhor e toda a história de sua relação
sobrenatural com Israel. Em nosso caso, devemos meditar no
registro dos m andam entos de Deus e em suas intervenções
miraculosas na história humana, o que inclui as Escrituras, em
primeiro lugar, junto com os testem unhos dos santos ao longo
da História e nossa história individual com Deus.
No contexto imediato da ordem dada cm Josué 1.5-9,
Deus não deu a Josué tuna explicação completa de como e por
que ess^meditação funciona. O que Deus queria frisar é que
funcion^Ele.diz que nós, de tato. percorremos nosso caminho
para o sucesso e a prosperidade fazendo isso. Vimos que o
poder profético do testemunho é um aspecto de que ele nos
faz prosperar em nosso chamado. Todavia, do contexto maior
das Escrituras, acredito que também podemos estabelecer uma
relação entre os três elementos que vimos nessa passagem e
a ideia de que nossa meditação tws testemunhos do Senhor é o
principal elemento que Deus nos deu para sustentar nossa consciência
da sua presença conosco. Quando lembramos quem ele é e o que
fez, a unção profética sobre o testemunho cria a consciência de
que ele está conosco agora e pronto para realizá-lo novamente.
Essa consciência é a fonte de nossa coragem e força.
A ordem para meditar nos testemunhos do Senhor também
esclarece como Deus define nosso sucesso no cumprimento de
nossa comissão como seu povo. Nosso êxito é nada mais que uma
questão de obediência radical. Não tem a ver com realizar coisas
99
sobrenaturais: tem a ver com realizar o que ele nos pediu que

Coragem para deixar um legado


realizássemos. Tem a ver com nossa resposta relacional a Deus.
Nossa ligação com Deus é, sem dúvida, a origem de
todas as bênçãos, da prosperidade e da bondade em nossa
vida. Tornamos nosso cam inho próspero pela obediência
porque, quando fazemos o que Deus nos pede que façamos,
fortalecemos nossa relação com a fonte da vida. Quanto mais
com pletam ente nossa vida estiver de acordo com Deus, mais
sua natureza e seu Reino se manifestarão em nós.
A obediência radical, por ser uma questão de relacionamento,
é sempre uma questão essencial. Assim, guardar o testemunho,
o segredo da obediência radical, destina-se em primeiro lugar
a realizar algo em nosso coraçãl. Moisés disse aos israelitas:
"Apenas tenham |i|aapolren'nam nnrito cuidado para que
vocês nunca se esqueçam das coisas que os seus olhos viram;
conservem-nas por toda a sua vida na memória. Contem -nas a
seus filhos e a seus netos" (Deuteronômio 4.9).
Mais tarde, Salomão disse:"Acima de tudo, guarde o seu
coração, pois dele depende toda a sua vida"(Provérbios 4.23).
_Q que auer ciue nos encha o coração será nosso pensam ento e
nossa conduta. Quando guardamos o testemunho, enchemos
nosso coração com a verdade — a verdade sobre quem é Deus,
a verdade sobre quem som os e a verdade sobre nossa origem e
para onde vamos em Deus. É responsabilidade nossa, entretanto,
encher nosso coração com a verdade, porque, se não fizermos
isso, com o vimos no capítulo anterior, deixamos que nosso
coração seja preenchido com as mentiras do inimigo.
Em todo o livro de Deuteronômio, M oisés ressaltou aos
israelitas que, do ponto de vista de Deus, a verdadeira ameaça
A liberação do sobrenatural g

ao sucesso deles não estava entre as tribos inimigas na terra


prometida, nem em nenhuma realidade externa. A principal
am eaça era a realidade interior do coração deles. A respeito
deles, Deus disse: "É um povo que en a de coração, e não
conhece os meus cam inhos" (Salmos 95.10). As palavras
traduzidas por"erra de coração"nesse versículo significam
"desviar-se" ou "vaguear". A vagueação dos israelitas pelo
deserto foi, na verdade, a m anifestação externa do que já
estava no coração deles. Pm outras palavras, nossa realidade
interior transforma se em nossa realidade exterior. Com o esse
versículo explica, o que estava no coração deles relacionava-se
com o fato de não conhecerem os caminhos de Deus.
ue conhecer os cam inhos de
r os atos de Deus. Salm os diz:" Ele
[Deus) manifestou os seus cam inhos a M oisés, os seus feitos
aos israelitas"(103.7). A revelação dos cam inhos de Deus é
algo que som ente ocorre a pessoas que, com o Moisés, têm um
coração que quer conhecer Deus, porque som ente um coração
assim está disposto a buscar o Deus por trás dos atos dele.
Sabemos que seus atos revelam seus caminhos. Rira conhecer
os seus caminhos, entretanto, temos de olhar os atos de Deus
como sinais que indicam algo maior que eles próprios — a
verdadeira natureza do próprio Deus. Sc não fizermos isso, nossa
ignorância dos caminhos de Deus não pode fazer nada, a não ser
deixar-nos suscetíveis de ser desviados por nosso próprio coração.
Meditar sobre os testemunhos tem tudo a ver com seguir os
sinais para Aquele que eles indicam. É essa responsabilidade,
essa disciplina e essa paixão por conhecer Deus pelo
testem unho que alimentam e desenvolvem nossa consciência
da presença divina. É realidade inegável que ele é um Deus

Coragem para deixar um legadi


sobrenatural que invade e supera as impossibilidades. Sem a
consciência da presença dele conosco e sem o conhecim ento
da-seus caminhos revel idos no testemunho, não podemos
andar regularmente na obediência radical.

O PREÇO ALTO DA POUCA CORAGEM

O resto da história de Israel registrada nas Escrituras


demonstra essa verdadejD povo de Israel de fato quebrou a
aliança com Deus pela desobediência. O s versículos a seguir
narram com o isso aconteceu:

O povo prestou.cultrfanJÜMihor durante toda a vida


de Jos|b| d|s lalerej utj^obreviveram a Josué e que
tinham visto todos os grandes feitos do S fkhor em
favor de Israel. (...] Depois que toda aquela geração foi
reunida a seus antepassados, surgiu uma nova geração
que não conhecia o Senhor e o que ele havia feito
por Israel. Abandonaram o S en h or , o Deus dos
seus antepassados, que os havia tirado do Egito, e
seguiram e adoraram vários deuses dos povos ao seu
redor, provocando a ira do S en h o r (Juízes 2.7,10,12).

N ão é errado entender que o escritor de Juízes relaciona


a fidelidade de Israel ao Sen hor com a lembrança de seus
grandes feitos. Asafe fez a mesma correlação em Salmos:

Os homens de F.fraim, flecheiros armados,


viraram as costas no dia da batalha;
não guardaram a aliança de Deus e
e se recusaram a viver de acordo com a sua lei.
A liberação do sobrenatural

Esqueceram o que ele tinha feito,


as maravilhas que lhes havia mostrado (78.9-11).

Fbr que os filhos de Efraim deixaram de ir para a batalha?


O salmista relata que eles estavam preparados externamente
para enfrentar o inimigo. O que lhes faltava era interior. Eu
poderia supor que o salmista organiza sua narrativa para
remontar ao que lhes faltava até a origem disso. A origem
do problema foi * fiffo dehaverem se esquecido das obras '
e maravilhas de Deixar.im de guardar o testemunho.
Quando deixaram de guardar o testem unho, osqueceram -se
de quem eram, de quem era Deus e o que ele exigia deles.
F a l t o u c o n s c i ê n c i a da presença divina e coragem de
m anter a qjijnç^ e andar em obediência radical.
Quando andamos em obediência radical, tem os confiança
sustentada para enfrentar as dificuldades da vida. A obediência
radical nos põe em condições de ter vitória atrás de vitória
porque ela conserva e aumenta nossa confiança no Deus que
nos faz vitoriosos e nossa intimidade com ele. Quando, porem,
andamos em desobediência, é praticamente impossível reunir
coragem para enfrentar as batalhas à nossa volta.
As batalhas à nossa volta certam ente são diferentes das
que Israel enfrentou. Nosso inimigo é espiritual, e nossas
estratégias e armas são espirituais. A natureza da batalha,
contudo, é sem elhante. Outro povo estava habitando na terra
que Deus prometera a seu povo. As circunstâncias estavam em
direta contradição com a palavra que Deus falara.
Diariamente, cada um de nós também depara com
circunstâncias em nosso mundo que contradizem o que Deus

3
disse sobre uuem somos e o que podemos e devemos fazer como

Coragem purj deixar um legado


colaboradores no estabelecimento do céu na terra. A realidade
maior para nós, contudo, assim como era para Israel, é que Deus
nos preparou e nos posicionou para a vitória nessas contrariedades.
I \>i causa disso. Deus nos dirige verdadeiramente nessas
circunstâncias! Na vida, não estamos jogando na defesa;
estamos jogando no ataque. Em outras palavras, não estamos
sim plesmente protegendo o que Deus nos deu; estamos
procurando avançar cm cada área lém os poder superior,
estratégias superiores e armas superiores. No entanto,
embora Deus nos prepare e nos posicione, ele não nos força
a avançar contra o inimigo, porque som ente quando somos
co la b o ra d o re rf^ u e nqdemos sercoproprietários das vitórias e
dos despojos. É responsabilidade c privilégio nosso usar o que
Deus nos deu para tomar posse do que ele nos prometeu.
Entretanto, nosso sucesso na batalha é determinado pelo
que fazemos antes de começar a batalha. Dito de outra forma,
nosso sucesso nas batalhas à nossa volta é determinado
por nosso sucesso nas batalhas que todos enfrentamos para
submeter nossa vida a Deus. A palavra" radical"significa"ir à
raiz ou origem". Obediência radical a Deus significa recusar-se a
transigir ou redefinir o que ele originariamente nos mandou fazer
para nos enquadrar no paradigma da possibilidade humana.
Por exemplo, é comum os cristãos lerem o mandam ento
de Jesus de pregar o evangelho do Reino, curar os doentes,
ressuscitar os mortos, purificar os leprosos, expulsar demônios
e pensarem :"Bom , talvez eu seja capaz de pregar o evangelho.
Mas Deus é o único que faz todos esses outros milagres.Vou
orar pelos doentes, mas não posso curá-los".
104
Jesus porém, não disse para orar pelos doentes. Ele disse
A liberação do sobrenatural

para curá-los. A obediência radical recusa-se a mudar o que


Deus diz e, em vez disso, tratar das áreas em que nossa vida
ainda não se expressa no padrão de Deus lutando com oração
e caminhando pela fé para realizar o que Deus ordenou.
A obediência radical é o que traz a vitória dentro de nós,
porque ela substitui o padrão não renovado de pensamento
e comportamento pelos pensamentos e comportamentos do
Reino. Detennina nossa perspectiva e oslilo de vida na premissa
de que tudo na vida ci islã e de fato impossível para aqueles que
não foram ressuscitados pelo Espírito de Deus, mas é possível
sobrenaturalmente para aqueles que o foram. Ela nos prepara
para ver e caarque nada im p o ssív el.
É qijggipjmtti de visjíB que nos capacita a não esconder
nada de Deus, a viver nossa vida diária apaixonada e
sacrificialmente. Se ainda não adotamos esse estilo de
vida sacrificial perante Deus, não vamos ser capazes de
suportar e vencer as contrariedades às quais ele nos leva.
Se não andarmos em obediência radical, não faremos um
em preendim ento radical na batalha. Vamos nos retirar.
Certa noite, trouxeram um adolescente a uma reunião de
nossa igreja com uma fratura óssea grave. Fui chamado para
orar e, quando vi a gravidade, fiz uma escolha. Disse que o
levassem ao pronto-socorro. Agora, se eu jamais tivesse visto
uma fratura ser curada em minha vida, essa reação teria sido
razoável. Mas eu tinha visto muitas fraturas serem consolidadas.
Minha reação a essa circunstância foi ilegítima pelo que eu
sabia. Eu me esqueci do que tinha visto, por isso perdi de vista
a presença de Deus e me faltou coragem para enfrentar essa
impossibilidade. Como demonstra essa situação, esquecer-se do
que Deus fez custa caro não só para nós, mas também para os que
nos cercam. As vitórias que Deus quer que alcancemos não são
apenas para nosso benefício. Se nos retiramos da batalha, estamos
na verdade tirand<>das pessoas as bênçãos que Deus lhes quer dar.
( ) peso dessa responsabilidade deve nos impressionar com a
importância de guardar o testemunho como estilo de vida. Se não
formos regulares e coerentes em guardar na memória e conservar
em nossas conversas o qúe Deus fez em nossa vida, começará
em nossa \ida uma espiral descendente.iOuanto menos
falamos das intervenções miraculosas de Deus, menores serão
nossas expectativas de vê-las ocorrer em nosso m eio. Quanto
menos expecta ips para a oportunidade de
ministrar às m inishyiirios às pessoac

com menos frequência temos contatos com rm milagres Hp


Deus à nossa volta. Quanto menos contato com os milagres,
menos falamos sobre os milagres... e a espiral poderá nontinuar
„até que, por fim, ficaremos sem té para ver a int[MVi^iPpTij
divina em nossas circunstâncias. mesmo quando iá vimos as
m esm íssim as im pnssihilidades serem vencidas pelo poder
de D pi is A rnharnmos como os filhos de Efraim, que, estando
completamente armados, retiraram se da batalha. I: o povo que
Deus desejava beneficiar com nossa intervenção, as pessoas a
quem devemos uma autêntica re-representação de Jesus, são
privadas de seus encontros.

VIVER NÀO AFRONTADO

Como vimos no capítulo anterior, guardar o testemunho como


106 estilo de vida implica lembrar-se, particularmente lembrar-se das
A liberação do sobrenatural

coisas ce rtas.lr\ ossa memória nos torna covardes ou coraiosos1


Descobri que nossas lembranças ou se concentram no que Deus
tez e está fazendo, ou se concentram no que ele não fez.
Várias e várias vezes, encontro cristãos que carregam
consigo as lembranças do que Deus não fez. Muitos deles
lutam com uma enfermidade por muito tempo. Quando vêm
me pedir oração, dizem :"Já oraram por mim centenas de
vezes. FulanOiie beltrano já impuseram as mãos sobre mim e
profetizaram minha cura. I 'u ainda não estou curado".
A primeira coisa de que trato é o fato de, guardando
o registro do que Deus não fez por elas, na verdade elas
elaboraram uma acusação contra Deus. Isso funciona para
iustifica i^ iafeapr&nrte incredulidade e deixa-as em posição de
se encherem de ofensas contra outra oração não respondida.
DiCA. Incredulidade e ofensa são dois dos maiores empecilhos
para os milagres. Então, eu digo a essas p esso as:"Só vou orar
por você se concordar em pensar nisso com o a primeira vez
que recebeu oração por sua enferm idade". A Bíblia diz"hoje
c o dia da salvação" (2Coríntios 6.2). Se consigo que elas
esqueçam o que Deus não fez e as faço lembrar de quem ele é,
pode-se criar uma abertura para receberem o que Deus quer
fazer por elas.
Outros cristãos estão pondo Deus à prova, não por sua
própria cura nem por uma intervenção, mas por um milagre
na vida de outro indivíduo. Estão subm etendo a fé a um único
acontecim ento, em vez de subm etê-la a Deus, que já comprou
todos os milagres que cada um neste planeta precisa. Fazer
0 que esses cristãos fazem não só impede e lhes enfraquece
107
a fé, mas também, de novo, furta de fato uma verdadeira

Coragem para deixar um legado


representação de Deus àqueles que os cercam.
A essas pessoas, eu incentivo a parar de orar por um
milagre anenas para que com ecem a cam inhar para ver o que
ica:
1 )eus q n ri l.i/er em todo o seu redor. I )igo-lhes que com ecem
a coletar testem unhos de outras intervenções. O que ocorre
é que, ao depositar a confiança no Senhor e ao andar em
obediência radical em outras áreas, esses cristãos recebem
uma unção maior, que, em última análise, beneficia a situação
em que originariamente estavam fixos.
Mais uma vez, a unção que flui por intermédio de nossa
vida é sempre dctcmiinada por nosso coração. Negociaremos
com o muncjo erpqq,e nosso coração está ancorado. Se nosso
coração está ancorado ao problema do que Deus não fez, se é
isso que alimentamos, então vamos concordar com esse mundo,
não importa quanto tentemos ser religiosos em público. Vamos
transmitir o dom da ofensa às pessoas à nossa volta.
Se, porém, dedicam o-nos a alimentar nosso coração
com o que Deus fez, a gratidão de nosso coração vai nos
dar a graça de suportar aquilo para que não tem os resposta.
Quando as pessoas nos perguntam por que isso e aquilo não
aconteceram, a graça que vem de celebrar Deus nos capacita
a responder:"N ão sei. Tudo que sei é que, enquanto alimento
meu coração com o que ele fez, fico muito bem ".
Não nos permitimos tropeçar numa pergunta que Deus
não está respondendo no momento. A decepção com Deus é
uma armadilha que suga com eficiência nossa força c coragem
e um convite para a destruição de nossa vicia. Q uando
deixamos o que não está ocorrendo prender nossa atenção, a
t o s ------------------------------;------------------------------------- ■---------------
decepção sempre ganha espaço.
^ » *
Por esse motivo, se estou orando por alguém com problema
de articulação, por exemplo, e essa pessoa ainda tem dor
quando se locomove, não me perm ito m e concentrar nisso.
•1*5 *
jpiQX. Ajo para m e pôr em condições de descobrir o que Deus esta
fazendo nessa situação. Tomo providências para m e lembrar
do testemunho, porque ele me ajuda a elaborar uma tese a
favor da cura, I não a elaborar uma tese contra ela.

pessoas elaborar uma tese a lavor da cura antes de terem


experimentado sua própria intervenção. A verdade, porém,
é que nossas maiores vitórias em Deus são norm alm ente
ossos maiores fracassos e
B e i reunimos vários testem unhos de bebês
com morte uterina confirmada pelos médicos. A história que
nem sempre contamos é que, alguns anos atrás, o bebê da
esposa de um de nossos presbíteros morrera ainda no útero.
Oramos e acham os que tínhamos uma palavra do Senhor
de que o bebê viveria. Profetizamos vida sobre o bebê, e não
houve ressurreição. Isso sacudiu toda a igreja.
Também vimos cura de câncer o tempo todo em Redding
e tivemos uma prom essa de Deus de que estávam os
procurando apaixonadam ente criar uma área isenta de
câncer. Com o passar dos anos, porém, alguns de nossos
am igos m ais queridos e suas famílias, até m esm o meu
próprio pai, morreram de câncer. N essas situações, fizemos
de tudo que sabíam os fazer. Oram os, jejuam os, profetizamos
e declaramos a palavra do Senhor.
No fim, tivemos de fazer uma escolha quanto ao que
creríamos em relação a Deus diante dessa contradição. Temos
de voltar à verdade de que o problema ainda estava do nosso
lado. O problema jamais está no lado de Deus. Ele é bom e não
mudou. E assim temos de decidir como vamos reagir a essa
verdade. O inimigo tentará usar essa verdade para nos convencer
a desistir. No entanto, tomamos nossa dor, nossa frustração
com nossa própria falta e nossa convicção de que Deus ainda
tinha mais para nós e deixou que essas coisas nos acontecessem
para nos levar na direcáo~dele com um clamor desesperado
por intervenção. Montamos novamente no cavalo e, diante da
derrota, continuamos c apressamos o passo e oramos por pessoas
que precisam dessas mesmas intervenções. Se não tivéssemos
resolvido s diência radical à vontade de
Deus reveladâjrto testemun lio, sei que jamais teríamos obtido as
grandes vitórias que por fim chegaram para nós.
fiara esclarecimento, quando digo que o problema está no
nosso lado, isso não implica que Deus ficou decepcionado conosco
ou de alguma forma está de mal conosco. Isso não implica que
não entendemos o que Deus disse, que fomos desobedientes, nem
que o que fizemos foi totalmente ineficaz. Significa apenas que o
problema faz parte da realidade de viver num mundo que ainda
não manifesta a vontade de Deus na terra assim como no céu.
Em última análise, nós não entendemos todas as razões por
que as coisas aconteceram do jeito que aconteceram. Responder
corretamente a esse tino de mistério é um dos desafios mais
difíceis da vida cristã. íi nesse lugar que o acusador dos irmãos
sempre encontra uma porta aberta para tentar nos convencer
de que o que Deus disse sobre quem som os e para o que fomos
chamados a realizar não é verdade e é impossível. Nessas
situações, temos de lembrar do que diz Apocalipse:
A liberação do sobrenatural

Então ouvi uma forte voz dos céus que dizia:


"Agora veio a salvação,
o podef e o Reino
do nosso Deus,
e a autoridade do seu Cristo,
pois foi lançado fora
^ ^ ^ o a o is a a o r M

do nosso Deus, dia e noite.


Eles o venceram

que deram;
diante da morte,
não amaram a própria vida (12.10,11).
Vencemos o acusador pela palavra de nosso testemunho.
Dito de outra forma, não vencem os o acusador nos
concentrando no que não sabemos. Nós o vencemos
perm anecendo no que de fato sabem os. O cego de João 9
demonstra isso de forma admirável:

Ftela segunda vez, chamaram o homem que fora cego


e lhe disseram:"Rua a glória de Deus, diga a verdade.
Sabemos que esse homem é pecador". Ele respondeu:
"Não sei se ele é pecador ou não. Uma coisa sei: eu
era cego c agora vejo!" Então lhe perguntaram:"O que
lhe fez ele? Como lhe abriu os olhos?"Ele respondeu:
"Eu já lhes disse, e vocês não me deram ouvidos. Fbr que
querem ouvir ou tia vez? Acaso vocês também querem
ser discípulos dele?''Então o insultaram e disseram:
"Discípulo dele é você! Nós somos discípulos de Moisés!
Sabemos que Deus falou a Moisés, mas, quanto a esse,
nem sabemos de onde ele vem". O homem respondeu:
"Ora, isso é extraordinário! Vocês não sabem de onde ele
vem, contudo ele me abriu os olhos. Sabemos que Deus
não ouve pecadores, mas ouve o homem que o teme
e pratica a sua vontade. Ninguém jamais ouviu que os
olhos de um cego de nascença tivessem sido abertos.
Se esse homem não fosse de Deus, não poderia fazer
coisa alguma". Diante disso, eles responderam:"Vocc
nasceu cheio de pecado; como tem a ousadia de nos
.(João 9.24-34).

Por essa passagem, fica claro que esse homem, antes cego,
era alguém que guardava o testem unho. Seu conhecim ento
histórico lhe dera uma tamanha revelação dos cam inhos
de Deus que im ediatam ente percebeu o que o sinal de seu
milagre indicava: a identidade de Jesus Cristo. Ele também
conseguiu ignorar as acusações dos líderes religiosos tão
som ente porque eles ultrapassaram os limites do que ele
sabia. A realidade do que ele de fato sabia — que era cego
e agora enxergava — era inegável e ofuscava todo o resto.
Permanecendo no que ele de fato sabia, seu testemunho, ele
resistiu com êxito aos acusadores e, com o relata o restante do
texto, acabou em outro encontro face a face com Cristo, que o
introduziu mais plenam ente no que Deus fizera por ele.

"D EUS CONOSCO"


112
A liberação do sobrenatural

Encher-nos de força e coragem, sustentar e aumentar nosso


conhecimento de Deus e nos guiar constantemente para mais
encontros com Deus, guardando o testemunho, põe-nos numa
espiral ascendente em relação a Deus, tão certo com o deixar de
guardar o testemunho nos põe numa espiral descendente.
A verdade é que estam os indo numa ou noutra dessas
direções diariamente. Fbde levar apenas alguns instantes para
que notícia^aiins ou uma contrariedade de algum tipo prenda
nossa atenção e diminua noska força. Da m esma forma,
podemos nos encher de coragem e força passando alguns
m om entos para le m ra H B K e s te m u n h o
G q | f^ r o testemuQhoj&>tá no âmago de nossa saúde
espiritual, Da mesma maneira que nos alimentam os, vestimo-
-nos e exercitamos nosso corpo, guardar o testem unho é algo
que tem os de fazer com o estilo de vida para nos conservar
em constante estado de prontidão — prontidão para entrar
na parte seguinte da obrigação de toda a vida que Deus nos
deu. Nossa prontidão, com o vimos, é determinada pela nossa
consciência da presença de Deus conosco. Quando guardamos
o testem unho, nossa consciência sustentada da presença
divina nos capacita a reagir a nossas circunstâncias de um
ponto de vista renovado.
Faz algum tempo, eu estava ministrando em uma igreja
de cerca de 250 membros. Umas 40 pessoas foram curadas
na reunião, por isso pedi que dessem o testem unho da cura.
Fui ao auditório e as entrevistei na fila. X o fim da fila, havia
um hom em que apontou o nariz e com eçou a explicar que
os pólipos que tinha haviam desaparecido. Assim que ele
mostrou o nariz, a expressão"desvio de sep to"m e veio como
um flash na m ente, junto com alguns testem unhos da cura
dessa enfermidade que eu presenciara.
Fbr ter reconhecido a unção presente naquele testemunho,
reagi imediatamente interrompendo o homem c dizendo
a todos que tivessem desvio de septo que se levantassem,
pusessem o dedo no nariz e recebessem a cura. Assim que
fiz isso, umas seis foram instantaneamente
curadas. Uma mulher chorava copiosamente porque tinha
cirurgia marcada para a semana seguinte para conigir o desvio.
Uma semana depois, eu estava em outra reunião contando
esse testem unho, c havia uma mulher sentada na fileira da
frente c u ja ^ h a tcv ep roblem asd e desvio de septo e nos
seios nasais. Ela começou a orar pela filha enquanto eu
estava falando. N ão sabia que, assim que eu disse a expressão
"desvio de septo", sua filha tinha entrado na reunião. A filha
não ouvira nada do que ensinei sobre o poder profético do
testem unho, mas, quando ouviu a expressão, seu mal foi
instantaneam ente curado.
G osto muito dessas histórias e fico impressionado com
elas, porque é tão óbvio que Deus m erece todo o crédito
pela realização desses milagres. Por outro lado, porém, se
eu não me tivesse apoiado no que me passou pela m ente e
declarado uma simples expressão, acredito que a unção sobre
esse testem unho, para essa doença em particular, não teria
sido liberada da forma que foi. Aconteceu tão rápido que eu
poderia muito facilmente ter perdido a oportunidade.
F, por causa de m om entos com o esses que Deus deseja que
aprendamos a administrar nossa herança do testem unho. Ele
114
nos deu esse amplo recurso de forma que possamos viver cada
A liberação do sobrenatural

dia estimulados e para que reajamos a qualquer situação de


nossa vida com a forte consciência dAquele que está conosco,
Aquele que invade o impossível. Quando nós, com o povo,
com eçam os a viver'pela convicção de que nada é impossível,
sei que vamos com eçar a enxergar o fm to da vitória em nossas
batalhas interiores e exteriores.
O verdadeiro fruto da vitória é a transformação, a realidade
do céu vindo à terra. No capítulo seguinte, vamos ver que '
o testemunho não é apenas o segredo para a vitória, mas
tam bém para ocupar o território que Deus nos prometeu e
trazer a realidade transformadora do Reino de Deus para
todos s cidades e nações.1

’ Sermão intitulado "When the Heavens Flowed Down" [Quando os céus


desceram) em: <http:/fwww.openheaven.com/Ubrary/historv'1’lewis html>.
C apí tulo 7

Viver sob a i n f l u ê n c i a

O propósito das maravilhosas narrativas divinas é nos


carregar para a busca apaixonada de mais da presença de
D eus.K intenção dele é nos levar a viver sob a influência
de sua presença, em.vez de tão som ente obedecer aos seus
princípios. Ele nos chamou para isso pela sua bondade, assim
como c a bondade de Deus que nos leva ao arrependimento.
Experimentar o perdão com pleto e ter nossa m ente renovada
resulta em profundo apreço e intimidade. Esse é o alicerce
para Experiências constantes do Keino.
lo Reino de Deus e a presença de Deus são inseparáveis.
Ele opera para ancorar seu afeto por ele na realidade de sua lei.
Esse é o seu conceito de maturidade verdadeira, e nós devemos
buscá-la. Ele tornou isso possível com ensino excelente,
comunhão em oração e oportunidades desafiadoras para ver o
grande impacto do evangelho do Reino em nosso mundo.
Temos muitos dons espirituais, mas, para a maior parte,
eles perm anecem em forma embrionária. Não é que eles não
tenham propósito ou efeito presente. Eles têm. Uma pessoa
tem a m esrtff^robabifídade d ev er uma cura de câncer em
seu primeiro milagre qyanto a nira de uma dor de cabeça.
As coisas inexploradas no Reino ainda têm a vida do Rei nelas.
Lem bre-se, as migalhas da m esa a que se referiu a mulher
siro-fenícia são poderosas o bastante para produzir cura e
livramento (v. M ateus 7.28). O m enor grau de fé pode mover
uma m ontanha. Ao dizer "em brionários", apenas refiro-m e ao
fato de que esses dons estão vivos, mas são pequenos e não
plenam ente formados. O Senhor deseja que os abanem os para
que se incendeiem e amadureçam.
Os dons são gratuitos, mas a maturidade é cara. Há momentos
em que os dons de Deus explodem e vêm em profusão num
simples ato de coragem e ousadia. Em outras palavras, o que
pensávamos que iria demorar anos para crescer às vezes cresce
num instante. Contudo, o clima deve ser correto — o clima de
muita fé, coragem e ousadia. É isso que ocorreu ao apóstolo Paulo.
Antes, Deus trocou o nome de Paulo, que se chamava Saulo.
Ao escrever o livro de Atos, Lucas sempre o mencionava depois
A liberação do sobrenatural

de Barnabé, dizendo "Bamabé e Saulo". Chegou, porém, o


dia em que seria preciso coragem extraordinária. Um ocultista
chamado Elimas inv estiu contra os dois para minar a obra do
evangelho e enganar potenciais convertidos. A ousadia do
Espírito Santo veio sobre Ihulo para que este enfrentasse o Diabo.

Mas Elimas, o mágico (esse é o significado do seu nome),


opôs-se a eles e tentava desviar da fé o procônsul. Então <
Saulo, também chamado Ifrulo, cheio do Espúito Santo,
j oll\ou'Rfmen.ente para Elimas e disse:"Filho do Diabo
e inimigo de tudo o que é justo! Você está cheio de toda
^^spécie de engiuio e maldade. Quando é que vai parar de
perverter os retos ctrfriinhos do Senhor? Saiba agora que
ttasti i!ã<m‘>SH’nhdr Í^ú contra você, e você ficará cego e
incapaz de ver a luz do sol durante algum tempo".
Imediatamente vieram sobre ele névoa e escuridão, e ele,
tateando, procurava quem o guiasse pela mão (Atos 13.8-11).
Com um ato de ousadia, Saulo ajudou a criar a atmosfera
em que o crescimento foi liberado sobre sua vida. Logo depois,
ele recebeu um nom e mudado para Paulo, bem com o uma
promoção. Desse m om ento em diante, Lucas m enciona essa
dupla apostólica com o Paulo e Barnabe.
A coragem no m om ento foi tudo o que era necessário para
liberar o potencial que estava latente em Paulo. A ousadia
veio a ser o ingrediente catalisador que liberou a promoção
imediata. Não é impressionante que Paulo tenha tirado
proveito de seu próprio testem unho para essa manifestação
do Reino? /de próprio tinha recebido uma repreensão de Tesus
que resultou em cegueira tcmporária^Ele tinha visto esse
milagre e sabia que Deus o realizada novamente.

Viver sob a influência


M uitos de nós esperam os durante anos que
determ inados dons se m anifestem , quando o próprio dom
está esperando a m udança na atm osfera para acontecer no
coração do cristão. Isso ocorre quando o m undo interior de
nosso espírito se levanta para encontrar o desafio do mundo
f>vtí>rinr ÍT) Hp n u s a r lia Ha P a iíln fni a ssa m rn n p n t-n m ip

O papel liderança. Nem toda pessoa


tem um car ! todos lideram. De fato,
está chegando o dia em que as nações do mundo vão correr
para o povo de Deus a fim de ouvir o que Deus está dizendo
(v. Miqueias 4.2 e Isaías 2.2,3).
Jesus nos ensinou que é natural a todos os cristãos
conhecer a voz dele; assim, é igualmente natural ser capaz de
dizer aos outros o que ele diz. O autor de Hebreus procurou
confirmar a liderança atribuída a todos os cristãos, ao dizer:
"Em bora a esta altura já devessem ser m estres"(Hebreus
5.12). O Espírito Santo foi dado a todo cristão, tornando
possível a cada um ter um papel importante na promoção de
transformação de indivíduos, cidades e nações.
Sempre haverá generais no exercito, mas um soldado raso
no exército do Novo Testamento tem acesso a mais que os
generais do exército do Antigo Testamento tinham, Jesus fez
questão de dizer que "o m enor no Reino dos céus é maior do
que ele [João]"(M ateus 11.11).
A liberação tio sobrenatural

A m enor pessoa com a vida cheia do Espírito Santo tem


em Deus mais acesso que os maiores profetas do Antigo
Testamento. Ú por isso que cada cristão deve pensar em si
com o alguém que tem influência como líder. Fazer isso altera
nossas prioridades e muda nosso modo de aprender, o que
prender e com o processamos os

RESPONSABILIDADE NOSSA

É curioso observar que a nossa maior responsabilidade


i a ver com liderar. Tem a ver com
/íver sob a influência do Rei e de
seu Reino e devo garantir que as coisas certas m e causam
impacto a fim de que meu impacto no mundo ao meu redor
seja o que Deus planejou. Ao fazer isso, preciso garantir que
são as obras do Senhor que causam mais impacto, pois a
I Iistória testem unha que o efeito contínuo é uma invasão
sobrenatural cada vez maior do Reino de Deus.

O povo prestou culto ao S en h o r durante toda a vida


de Josué e dos líderes que sobreviveram a Josué e que
tin h am visto todos os g ran d es feitos do S en h or em
favor de Israel [...] Depois que toda aquela geração foi
reunida a seus antepassados, surgiu uma nova geração
que n ão con h ecia o S enhor e o q u e ele havia feito
p or Israel. (...] Abandonaram o S en h or , o Deus dos
seus antepassados, que os havia tirado do Egito, e
seguiram e adoraram vários deuses dos povos ao seu
redor, provocando a ira do (Juízes 2,7,10,12),

Viver sob a influência


S en h o r

Isto é muito simples e, contudo, muito profundo: toda


vez que Israel teve líderes que tiveram contato com as obras
de Deus, a nação teve o coração voltado para conhecer e
seguir Deus. O mesmo princípio, que não devemos jamais
esquecer, repete-se em Josué 24.31.
1 lá urna nítida influência sobre os que testemunharam o
sobrenatural — influência que não podem controlar, explicar
nem compreender. O efeito c maravilhoso, atrai-os Àquele
que faz maia vil has. 1.viste piais uma inferência nesse versículo,
igualmente marcante: quando seus líderes não permaneceram
conscientes cj^ fn tejv ejjcões fkrbrenaturais de Deus, ou, pior
ainda, ja m a is q s jifc n f o la v o « qurserviam não seguiu Deus.
As consequências de ambas as atitudes foram devastadoras.
É improvável que a geração de líderes que veio depois de
Josué e seu grupo de anciãos tenham tido um plano calculado
de conduzir Israel para longe de Deus. A frieza de coração
e a rebeldia norm alm ente não chegam de súbito. Contudo,
a ausência de milagres raramente produz uma vida de
obediência radical a Deus.
Além do mais, reflita sobre istoifpraticamente todo g ra n d e
líder da Bíblia viveu milagres e/ou o so bren atu ral— contudo,
muitos cristãos tentam viver sem eles. O contato com as obras
sobrenaturais de Deus muda a capacidade dos líderes de
comandar, mudando com isso a tendência do povo de Deus
para buscá-lo.
Esse contato é o equivalente a uma alteração espiritual
de DNA. Algo é alterado nessa pessoa que a capacita a
120
liderar de forma tal que o povo de Deus herde um coração
A libpraçào do sobrenatural

voltado para o Senhor pela influência dos líderes. A liderança


verdadeiramente apostólica sempre capacita mais que
qualquer controle, e aumentar a paixão por Deus é uma das
habilidades mais necessárias, porém m enos cultivadas, que
um líder espiritual possui.
Na ausência de milagres, algo mais ocorria no Antigo
Testamento que ia além da frieza de coração. O s israelitas
faziam pior. Juízes 2112 diz que eles "abandonaram " Deus.
Isso implica que Israel se desviava de Deus deliberadamente.
Os líderes geiavam uma atm osfera boa ou ruim. Os
líderes espirituais verdadeiros são aqueles que têm consigo
seu piánno éiàtcinú mefeivviágicfí espiritual que permeia seu
domínjo de inílpê|cia e autoridade. Quando os líderes vivem
na atmosfera do céu, seu contato com milagres (que é a
atmosfera celestial na terra) m uda-lhes a capacidade de levar o
povo de Deus a seu potencial sobrenatural.
TODA ORDEM EX ISTE PARA PROM OVER A VIDA

Acredito que o modelo de governo bíblico encontre-se na


família. Quando os pais e m ães têm tendência a uma forma
de religião sem poder, seus descendentes raramente têm
motivação para pagar o preço necessário a conservar o legado
de retidão de sua família.
Quando, porém, o modelo de propósito, paixão e poder
constitui a natureza desse lar ou igreja, é mais provável que a
geração seguinte cresça em meio às trevas das circunstâncias
do mundo com uma tocha que proclame os propósitos de
Deus na terra. Os pais e as mães, tanto naturais quanto
121
espirituais, devem levantar-se com propósito, paixão e

í Viver sob a influência


coragem a fim de ser parceiros na maravilha das atividades
sobrenaturais de Deus na terra.
A culpa pela falta de m anifestações sobrenaturais de
Israel não está apenas na geração que não teve contato
com milagres. Na verdade, a culpa recai diretamente sobre
os ombros dos pais que tinham visto os milagres eles
mesmos, mas não pagaram o preço necessário para que esses
milagres continu assem .*
Josué recebeu como herança o estilo de vida sobrenatural
de M oisés. Herança é o que recebemos de graça por alguém
que pagou um preço por isso._S&_porém, não pagamos o preço
para aumei ro que recet tos de graça, não haverá nada
que deixar paT [ g ã a ça o sf
fi irônico que a geração de Josué teve influência suficiente
para perpetuar a retidão sem a experiência constante de
milagres. M as as gerações não puderam sustentar a retidão
sem entrar no reino de poder em que o testem unho as
introduzia. Isso revela a responsabilidade de fazer mais
que m emorizar histórias pelas histórias em si. Elas devem
nos levar a ter m aiores encontros pessoais com o Deus
de maravilhas enquanto essas maravilhas acontecem à
nossa volta. O testem unho deve nos fazer ter fome de
mais testem unho, deve nos dar a licença para procurar
intervenções sobrenaturais.
Uma vida sem poder acaba sendo desastrosa. Na ausência
de invasões sobrenaturais de Deus, surgia uma geração sem
bússola. A perambulação e a consequente rebeldia dessa
geração resultaram em ausência de contato com o Deus de
maravilhas. Cada um de nós tem de viver de maneira tal
que Deus deve m anifestar-se para nos suster. A redução do
cristianismo ao que é hum anam ente possível é responsável
pela condição de frieza de coração de muitas gerações ao
longo da História.p ensino moral, apesar de absolutamente
necessário, raram ente acende uma fogueira no coração de
uma geração que nasceu para assumir a responsabilidade por
um p ro p ó sita á W ro . As pessoas prosperam naturalmente
com cat^a e p o ^ s i t o A igreja jamais foi concebida para
ser conhecida por suns disciplinas. Temos de ser conhecidos
por nossas paixeu for ms de aidei com paixão renovada por
Cristo e somente por ele!

M ILAGRES

A responsabilidade de todo líder da igreja é ter contato,


e permanecer em contato, com os milagres de Deus e com o
Deus de milagres. Sinceridade e preocupação genuína com o
povo de Deus são importantes, mas não podem tomar o lugar
desse contato.
A transformação que ocorre na igreja e por meio dela, em
virtude do aumento de atividades sobrenaturais, não ocorre
apenas porque os líderes espirituais estão lendo algum livro
excelente sobre liderança cristã. N ão se pode encontrar o
necessário apenas com a leitura. O necessário deve vir pelo
contato com o domínio do milagre. Tampouco essa mudança
ocorre m eram ente pelo aperfeiçoam ento das prioridades da
liderança de ajudar a extrair o melhor dos outros. Nada pode
substituir a transformação possibilitada pelo contato com a
123
glória de Deus por meio dos milagres. As recom pensas não

Viver sob a influência


têm preço. O custo da negligência nesse caso é eterno.
Nos últimos anos, muitos de meus amigos viajavam
para a África e a América la tin a regularmente apenas para
ter contato com o Deus que ainda faz maravilhas. (Que os
milagres eram mais fáceis e mais com uns nessas culturas,
não é segredo.) Esses meus amigos j e recusaram a viver na
pequenez da cultura religiosa norte-am ericana que agia para
"criar uma imagem deurm Deus passível de ser controlado e
reduzido a palavras. Essa mentalidade o reduz gradativamente
até que chegue ao nosso tamanho. A consequência é a quase
ausência de milagre.
Felizm errfP*isso está mudando. Agora vem os com mais
frequência m ilagres extraordinários na Am érica do Norte.
Gostaria de insinuar que pelo m enos parte do m otivo disso
foi o em penho con stan te de um grande número de líderes
que fizeram tudo quanto foi necessário para ter contato, e
ter o im pacto, com o Deus de maravilhas. A consequência é
a paixão cada vez m aior da igreja por "m a is" do evangelho
do Reino.
Quando eu trabalhava para declarar os testem unhos das
intervenções sobrenaturais de Deus, os milagres ocorriam.
Também observei que m uitos cristãos que davam pouca
importância a uma vida de milagres tinham dado »1eia-volta.
Eles foram infectados pela paixão por mais de Deus quando
nem sequer pareciam prováveis candidatos a esse estilo de
vida. Depois de ter contato com o Deus que faz som ente
maravilhas, meus amigos disseram -m e que agora sabem por
que estão vivos.'Ira ta-se de uma declaração bem forte de
124
alguém que m om entos antes não tinha paixão nenhum a por
A liberação do sobrenatural

còisã alguma.
O contato é o segredo. Quando as pessoas que
verdadeiramente nasceram de novo têm contato com uma
obra genuína do Espírito de Deus, elas, de repente, levantam-
-se para um propósito e chamado que jam ais achavam ser
possível. Essa é a vida cristã norm al.p s líderes que têm
co n tata fazem que seus liderados tenham contato. Assim, a
natureza da vida da igreja e modificada.
O qu e^ ainda mais em ocionante é o fato de não cristãos
também encontrarem seu chamado e propósito de encontrar
o Deus de maravilhas. Alguns do nosso pessoal ouviram uma
conversa ria isa^vizinl a deles num restaurante local. A
mulher de m isa Estai câncer e tinha vindo a Redding
para ser curada. Nossos colegas ofereceram -se para orar por
ela ali mesmo. Quando fizeram isso, um dem ônio m anifestou-
se, criando uma cena. Eles controlaram a situação bem
discretamente, agindo para proteger a dignidade da mulher
que Jesus estava libertando.
Apesar disso, as pessoas notaram, já que estavam no
meio do restaurante. O gerente viu que um de seus garçons
estava explicando aos outros o que estava acontecendo.
Em seguida, perguntou à mulher se ela frequentava a
Bethcl Church, de onde eram as pessoas que oraram
por ela. Quando ela respondeu que sim, ele começou a
confessar seus pecados a ela. O poder e a compaixão que se
manifestaram no seu restaurante deram um ultimato que o
obrigou a tomar uma decisão. Ele teve contato com o poder, e
seu coração foi revelado.
Se eu não estiver cheio da maravilha, será que estarei em

Viver sob a influência


condições de dizer que Deus é maravilhoso? Se não estou
cheio de poder, será que tenho condições de dizer que ele é
poderoso? Onde quer que estejam os olhos do meu coração,
isso determinará a realidade do que libero à minha volta.
O céu está cheio da perfeita confiança em Deus, e a terra
está cheia de desconfiança. Nós sempre refletimos a natureza
do mundo de que tem os mais conhecim ento.
O s sinais que jjo s^ au sam admiração ajudam a realizar
uma mudança no£ora<^pf e na disposição da igreja. O contato
com o Deus de milagres não é o único elem ento necessário
para realizar a reforma. Tampouco é opcional. í. isso que faz
perfeiçoar uma cultura queise alimenta do testem unho tão
C a pítulo 8
O p o d e r da
tr a n s f o r m a ç ão

Acredito sinceram ente que o derramar sustentado do


milagre de que tivemos o privilégio de participar tem relação
direta com o valor que damos ao testemunho. A juda-nos a
conservar a consciência das intervenções sobrenaturais de
Deus, que, por sua vez, influencia nossas conversas. O sucesso
de Israel estava ligado ao que esse povo pensava e ao que
conversava (v. Josué 1.8). Reproduzimos naturalmente tudo
quanto em que habitamos.
Criam os o costum e de iniciar cada reunião sem anal de
nossa equipe e cada reunião mensal da diretoria com um
tem po de relato de testem unhos do que Deus fez nos dias
anteriores. Pelo m enos m etade de nosso tem po de reunião é
dedicado a contar histórias de milagres, o que norm alm ente
® ÁI
representa uma ou duas horas apenas de testem unhos. Entre
esses relatos, há milagres de cura, libertação, conversões,
encontros e até de que Deus está agindo em nossos filhos
e restaurando famílias e casam entos. Eu até contratei uma
pessoa pata re is teste nhos a fim de nos ajudar a
dar o devido valor iite oes entre nós. Entendem os
que isso é da nossa "conta "tan to quanto as outras coisas por
que som os responsáveis.
Os testem unhos nos mantêm anim ados e conscientes. É
sim plesmente impossível sentar durante uma hora e meia
ouvindo que o céu invadiu a nossa cidade e o mundo e depois
sair desanimado. Quando contamos esses relatos, estamos
liberando a unção do espírito de profecia uns sobre os outros
e dizendo:"Esse é o nosso Deus. Ele é assim. É isso que ele
está fazendo e é isso que ele vai fazer". Isso nos dá graça
para enfrentar seja qual for a impossibilidade que estejam os
enfrentando no momento.
Infelizmente, é possível perder o senso de consciência e
gratidão pelo milagre. É quase impossível imaginar, mas os
israelitas murmuravam frequentem ente com Deus no deserto,
Aliberação <iosobrenatural nj

apesar do fato de todo dia, durante os quarenta anos, eles


terem experimentado a cura divina, o m aná^e_os_sapatos que
não se gastavam — além do sinal visível da presença de Deus
entre eles na nuvem c na coluna de fogo.
Corremos o risco de incidir nessa m esm a complacência
quando não cultivamos o coração de expectativa e gratidão.
Se não nos impressionamos com os milagres, é um sinal
de advertência de que estamos deixando que a amare ura, a
inçi edulídade-on endurecimento tomem nosso coração env
.
h ü I -- * -- ■
js, Q s^ ir saramos de ser gratos pelo
que Deus e s h iia a y ^ ^ ^ ^ K n itin io s que nosso coraeáo se
volte pai i 1Deus nã< .ta i. er.do.
Outro erro com um é deixar-se envolver mais com os
sinais do Aquele que os sinais indicam. Quando
isso acontece, com eçam os a avaliar os milagres de acordo
com critérios hum anos, nós os classificam os de acordo
com a dificuldade, esquecendo que não tem os em nós
m esm os mais poder para curar uma dor de cabeça que para
curar leucem ia.
Com tal afinidade pelo valor de entretenimento diretamente
ligado à gravidade de uma doença, são necessárias situações
cada vez mais difíceis para nos tornar gratos e contentes. Nesse
caso, os milagres de cura de câncer e de aids produzem um grito
de louvor, mas a cura do nervo pinçado nas costas é tratado
como corriqueiro e provoca pouca reação.
Nossa alegria mio deve depender do tam anho do
problema, mas da verdadeira invasão do céu. Já vi centenas
de milagres em minha vida, e alguns deles foram mais
sensacionais que outros. A verdade, porém, é que sou
responsável nor celehrar-a bondade de Deus em todos eles.
Enquanto zelarmos pelo nosso coração perante o Senhor e
deixarmos que suas obras o revelem para nós, vamos descobrir
que suas obras não podem deixar de inspirar admiração,
gratidão e celebração. E, quando posso ser confiado a zelar
por meu coração em coisas aparentem ente simples, eu me
capacito para as mais críticas.
Guardar o testem unho em nossas conversas também nos
enche o coração e a m ente com a revelação de Deus, o que
cria elevada consciência de sua presença e de seus caminhos.
Essa revelação prepara-nos o coração e a m ente para perceber
nossas circunstâncias do ponto de vista do céu.
Quando concentro minha atenção naquilo que Deus
fez e estáá fazendo, perm aneço ou venho
v a ser fiel. Essa
minha atitu
ititude de coração muda o iimpacto que causo no
mundo à minha volta, talvez mais que qualquer outra. É essa
característica que m c capacita a viver consciente de Deus.
Sem a consciência constante do Deus que invade o
impossível, reduzo o ministério ao que posso realizar com
meus dons ministeriais. Esses dons são com o as velas de um
barco — sem o vento, são inúteis. Todos nós precisamos do
vento de Deus para respirar o que recebem os e fazer que esses
dons sejam eficientes do ponto de vista da eternidade. Se
deixamos de nos lembrar regularmente de quem é Deus, do
que ele fez e do que vai fazer, tomaremos decisões com base
naquilo que podemos realizar sem ele, o que nos restringe a
uma vida do "possível"^ |sso provoca desânimo, visão curta,
mediocridade, esgotam ento e toda sorte de problemas que
acom etem os líderes cristãos que perdem contato com o que
Deus está realizando.
A liberação do sobrenatural

O PERÍODO DOURADO

A abordagem de-criar uma cultura do Reino não é


novidade. Estamos tirando a ideia de dois dos líderes mais
bem -sucedidos da história: Davi e Salomão.
Na m inha opinião, houve apenas uma vez cm toda
a história de Israel em que um líder tem ente a Deus foi <
sucedido por outro IjBei tem ente a Deus (apesar deste,
em parte por falta de contato constante com o poder
sobrenatural, depois ter feito escolhas desastrosas) que
edificou sobre o legadojdo pai e trouxe a nação a tal grau
de bênção o ria fq fle inspirou tem or e honra dos líderes das
nações vizinhas.
O que esses hom ens tinham que os capacitava a dirigir
Israel para os seus anos dourados? O relato de Salomão em
I i t nnbi os revela uma das paixões de seu pai — algo em
i'- ele preparou o filho desde a infância a buscar mais que
•pi.ilquer outra coisa: sabedoria. Mas de onde vinha a paixão
■h l )avi pela sabedoria? Como ele descobriu essa chave para a
liderança bem -sucedida? Analise estas declarações:

Os testemunhos do S f.xhor são dignos de confiança e


tornam sábios os inexperientes (Salmos 19.7).

A sabedoria era a parte de Davi no testem unho. Outro


salmista acrescentou a essa reflexão o seguinte pensam ento
sobre a influência do testemunho.

Sim, os teus testemunhos são o num prazer, eles são os meus

O poder da transformação
conselheiros (Salmos 119.24).

Tenho mais discernimento que todos os meus mestres, pois


medito nos teus testemunhos (Salmos 119.99).

OS TESTEM UN H OS ACONSELHAM O CORAÇÃO

A paixão de Davi pelo testem unho de Deus levava-o a uma


posição de acesso a encontros e revelações extraordinários.
Sua sabedoria para governar vinha da mesma origem. Davi
tomou conselho nos testem unhos do Senhor e descobriu
que eles lhe davam acesso a sabedoria e conhecim ento mais
profundos q y «*)s conselheiras "m aduros"que o cercavam.
Da mesiric ihos servem para nos
aconselhar.' ações que nos exigem
tomar decisões. Com o cristãos, nosso foco e nosso desejo
devem se voltar para realizar o que Deus está fazendo nessas
situações. O s testem unhos nos ajudam a tomar essas decisões
revelando-nos as intervenções sobrenaturais anteriores
de Deus. IVlo fato de o testem unho ser por natureza algo que
Deus está pronto a "fazer de novo", podemos tomar nossa
decisão com base na intenção dele de repetir o milagre. Nós
já o vimos curar câncer muitas vezes. Esses testem unhos nos
aconselham a mandar que o câncer diante de nós saia e o
corpo seja curado.
Os testem unhos tam bém nos aconselham revelando a
natureza de Deus e os princípios de seu modo de agir. Esses
princípios abrigam verdades em nosso pensar de modo que
enxerguemos, do ponto de vista do céu com convicção, as
132
situações impossíveis.
A liberação do sobrenatural

O segredo da sabedoria é a nossa decisão de crescer no


conhecim ento de Deus e de seus caminhos. A verdadeira
sabedoria não se pode separar da relação com Deus. A
sabedoria hebraica nao era de caráter teórico. Pelo contrário,
era a capacidade de fazer escolhas devotas. O homem sábio
deseja viver para agradar a Deus. Salomão declarou:" [...] O
Senhor é quem dá sabedoria [...]" (Provérbios 2.6). É possível
honrar determinados princípios do Reino e experimentar
alguma medida dos raeultados que Deus prometeu, mas, sem
descobrir a sabedoria de I 1 ntida na relação com ele,
ninguém pode viver a vida que Deus planejou.
"Por suaisabedoria o SIlvhor lançou os alicerces da terra,
por seu entendimento fixou ik i lugar os céus*(Provérbios
3.19). O domínio da sabedoria de Deus contém a planta e
o projeto de cada aspecto da criação, como a vida na terra
deveria ser. Não se pode separar a sabedoria de Deus do
próprio Deus. Sua sabedoria é a expressão do seu caráter, de
sua natureza, de sua vontade e de seus desejos.
Salom ão descobriu a natureza da sabedoria e a associou
com uma pessoa. Escreveu sobre essa Pessoa que fala várias
vezes por meio do livro de Provérbios.Veja no capítulo 8 o que
.1 Sabedoria tem a dizer.

ü Senhor me criou como o princípio de seu caminho,


antes das suas obras mais antigas; fui formada desde a
eternidade, desde o princípio, antes de existir a terra [...]
Quando determinou as fronteiras do mar para que as
águas não violassem a sua ordem, quando marcou os
limites dos alicerces da terra, eu estava ao seu lado, e

2 I O poder da transformação
era o seu arquiteto; dia a dia eu era o sou prazer e me
alegrava continuamente com a sua presença. Eu me
alegrava com o mundo que ele criou, e a humanidade
me dava alegria (Provérbios 8.22,23,29-31).

Vemos aqui as múltiplas dim ensões da personalidade de


Deus se relacionando unias com as outras na intimidade deles
e agradando se mutuamente, por criar todo o Universo. Vemos
que a pessoa sábia, conforme define IC oríntios 1.30, criou-nos
e ao nosso mundo. Ele foi guiado pela expressão de alegria.
Viemos da alegria e fomos leitos para a alegria. Qualquer
plano para a vida que não implique sermos perpetuam ente
felizes está plano de Deus para nós.
Nas últimas issagem, há um paralelismo
que compara a relação de Deus com a Sabedoria e a nossa
relação com a Sabedoria. As duas mesmas palavras são
empregadas para definir ambas as relações — "prazer"e
"alegria". Deus nos projetou para ter o m esm o tipo de relação
que ele tem com a Sabedoria — uma relação de alegria e
prazer mútuos e, portanto, uma relação de cocriação.

CRIAR

A era dourada de Davi e a de Salomão é uma sombra


de nosso papel de cocriadores com Deus. Salomão fruiu e
demonstrou muito do que seu pai lhe ensinara. Fez isso com
nada mais que a sabedoria que foi orientado a buscar no Senhor.
Salomão afirmou: "C om sabedoria se constrói a casa, e
com discernimento se consolida"(Provérbios 24.3). À luz
134
de Provérbios 8, poderiamos reescrever esse versículo para
A liberação do sobrenatural

dizer que é pela cocriação com o Espírito de Sabedoria que se


estabelece uma casa. A palavra hebraica traduzida por"casa"
pode referir-se a uma família, um lar, um templo, uma cidade
ou até uma nação.
Salomão, que escreveu sobre a relação de prazer e
cocriação com a Sabedoria e a experienciou ele mesmo, é mais
conhecido pelas casas que construiu e estabeleceu, o templo
do Senhor, o palácio do rei (tanto o lar quanto a família) e a
casa de Israel.
I
A sabedoria divina não se caracteriza pelos traços
estoicos,'secos e conservadores que muitos associam a ela.
Em Provérbios 8. ajaabedòria divina tem em seu âmago
comemoraçSUfle alegria, é intrinsecamente expressiva, feliz
e, acima de tudo, criativa. No versículo 12, a Sabedoria
declara:"Eu, a sabedoria, m oro com a pmdência, e tenho o
conhecim ento que vem do bom senso"(Provérbios 8.12).
As soluções religiosas para os problemas do inundo em
geral são tudo, m enos criativas. Em geral, elas enrijecem toda
expressão de criatividade e alegria, mas as expressões de
sabedoria divina que som os chamados a demonstrar são de
natureza criativa e geradora de vida. Elas não se concentram
em controlar o mundo, mas em libertá-lo da escravidão para
poder experimentar a bênção e a prosperidade do céu.
Sob o comando de Salomão, Israel não ficou conhecido
pelo grande exército que tinha, nem pela sofisticação de seus
sistemas penal e bélico. Tampouco ficou conhecido meramente
pelo que lhe faltava — a falta de inimigos ou a falta de
doenças — , mas pela presença de paz e abundância entre o
nx

1 1O poder da transformação
povo. As soluções que a sabedoria divina produz não som ente
livram dos problemas, mas tam bém criam excelência, bênção e
as aum entam onde não existiam.
Não é sim plesmente a grandeza e o esplendor do templo
e do palácio real, m as também a prosperidade e a piedade
que impregnam toda a sociedade sob o governo de Salomão.
O texto de IR eis 4 narra:"O povo de Judá e de Israel era tão
numeroso com o a areia da praia: eles comiam, bebiam e eram
felizes [...]"(IR eis 4 .20)."[O povo] tinha paz em todas as
fronteiras (...] e viveram em segurança, cada homem debaixo
da sua videira e da sua figueira"(IReis 4.24,25).
Apesar de muitos judeus ainda olharem para o passado,
para o tem p/ftè Davi e Salorirãacom o a idade de ouro de
Israel, nós, com o friíjã o s achamos que esse período é na
verdade uma espera com ansiedade do vindouro Reino de
Deus em Cristo. Ao governar com a sabedoria divina, Salomão
pôs a nação em sintonia com o governo do céu. A paz, a
prosperidade, a alegria e a segurança que Israel viveu são
evidências de que a nação estava em harmonia com o Reino
que é"justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Romanos 14.17).
A relação entre Davi e Salom ão — a transferência de
sabedoria e propósito de uma geração a ou Ira — é uma figura
profética de Cristo e a igreja. Davi começou a lançar no reino
de Israel o alicerce que implicava uma abordagem totalmente
diferente da presença divina. Salomão edificou sobre a
fundação de seu pai c levou esse reino a uma expressão
madura de adoração e vida social. Da mesma maneira, Cristo,
o lilh o de Davi, inaugurou o Reino de Deus e confiou à igreja
a missão de colaborar e criar em conjunto com o Espírito
136
Santo para estabelecer esse Reino na terra assim com o no céu.
A liberação do sobrenatural

Essa é a responsabilidade de todo cristão. Deus nos deu


um papel que nos põe em linha direta com Salomão; e isso
respeito à prioridade de buscar a sabedoria divina. Ele nos
chamou para ser reis e sacerdotes (v. Apocalipse 1.5.) Esse
papel é para representar o Rei e seu Reino e, ao fazer isso, pôr a
realidade terrena em sintonia com o céu.
O Reino que representamos expressa perfeitam ente a
sabedoria de D e u s.'0 Espírito com quem colaboram os é o
Espírito de Sabedoria. Isso significa que nós, com o cristãos,
tem os acesso exclusivo ao projeto original para nosso mundo,
assim como ao poder que-b criou e sustenta.
De#s^ mod o s ornciS portadores das respostas a todos os
problemJcs'doíimindo M de todas as formas que a criação se
desviou da intenção original de Deus. Cristo d edarou:"[...] o
Reino de Deus está entre vocês"(Lucas 17.21). Nossa tarefa é
estabelecer esse Reino à nossa volta liberando o que está em
nos pela dem onstração da sabedoria divina. O apóstolo Paulo,
em Hfésios, refere-se à comissão da igreja de demonstrar a
sabedoria de Deus:

Embora cu seja o menor dos menores de todos os


santos, foi-me concedida esta graça de anunciar aos
gentios as insondáveis riquezas de Cristo e esclarecer
a todos a administração deste mistério que, durante
as épocas passadas, foi mantido oculto em Deus, que
criou todas as coisas. A intenção dessa graça era que
agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria
de Deus se tornasse conhecida dos poderes e
autoridades nas regiões celestiais, de acordo com o
seu eterno plano que ele realizou em Cristo Jesus,
nosso Senhor, por intermédio de quem temos livre
acesso a Deus em confiança, pela fé nele (3.8-12).

Qual era o propósito eterno de Deus que ele realizou por


meio de Cristo? Foi restaurar a humanidade à condição de
filhos e filhas c ao nosso papel pretendido de governar em
conjunto com ele sobre a criação. À medida que nos tom am os
filhas e filhos amadurecidos do Pai e exemplos vivos do que
Deus planejou, isto é, de sua sabedoria, pomos em prática
a vitória que Cristo conquistou sobre os principados e as
potestades nos lugares celestiais.
O testem unho da vida de Israel no reinado de Salom ão
deve mexer com algo em nós. Davi e Salomão podiam ter
acesso ao poder e a sabedoiiaMbcrados pela guarda do
testem unho que levou a nação a um grau de transformação
que nenhum de nós já viu.
Pbr certo, nós, que fomos trazidos para a aliança,
pela qual o Espírito de Sabedoria de fato nos habita,
devemos esperar que Deus seja bem capaz de c disposto
a promover essa transformação do mundo ao redor por
nosso intermédio. O testem unho de Davi e Salomão expõe
a perversão de pensam ento de que nossa responsabilidade
com o cristãos na sociedade não é nada mais que nos consolar
com quanto o mundo está ficando mau, porque isso é sinal de
que Jesus está voltando.
Se Deus não se preocupasse com a qualidade de vida
neste planeta, então todos os milagres de Jesus teriam sido
absurdos. Jesus não consolou o cego dizendo-lhe com o seria
maravilhoso quando ele por fim chegasse ao céu e pudesse
A liberação do sobrenatural j

enxergai. As instruções de Jesus para relacionamentos,


finanças e autoridade têm todas a ver com a vida influenciada
pelo céu aqui e agora, f -r <
O testem unho de Davi e Salom ão, mais o testem unho
de Jesus c de sua igreja, dem onstra claram ente que nossa
responsabilidade de prom over transform ação não é algo
que ocorre som ente cm uma geração. N ós todos fom os
cham ados para ter uma visão de transform ação que se
estende além de nosso t empo de vida. Essa visão de
geração para geração está embuLida nas ordens originais
de Deus relativas ao testem unho. O m andam ento de
D cuteronõm io 6.6.7, d<jj ensinar os testem u nhos aos nossos
filhos, ém bijlm |iró de uma lista do que tem os de fazer para
guardar o testem unho.
Isso demonstrou ser um dos pilares da vida para a nação
de Israel. Nós também vimos que o escritor do salmo 78
entendeu a importância desse m andam ento e seu poder de
unir as gerações numa relação duradoura com Deus:

Fie decretou estatutos para Jacó,


e em Israel estabeleceu a lei,
e ordenou aos nossos antepassados
que a ensinassem aos seus filhos,
de modo que a geração seguinte a conhecesse,
e também os filhos que ainda nasceriam,
e eles, por sua vez,
contassem aos seus próprios filhos.
Então eles porão a confiança em Deus;
não esquecerão os seus feitos
e obedecerão aos seus mandamentos (Salmos 78.5-7).

No legado de Davi e Salom ão, gerações se uniram


pelo testem unho. Quando uma geração recebe a herança
da revelação nos testem unhos e edifica sobre o alicerce
posto por seus pais, buscando se relacionar ela própria
com Deus e cumprir suas responsabilidades perante ele,
há uma t m ento na dem onstração
dessa rev
. \ * _____
Acreditamos qm investir na geração seguinte para que
nosso teto venha a ser o piso dela. O que vimos com Davi e
Salomão é que, quando Salom ão edificou seu piso sobre o
teto de seu pai, deixou de sfr um edifício de apenas um andar
para ser uma co fstjíiçã o elevada, Ele pôde fazer isso porque
o testem unho que revela a natureza de Deus foi estabelecido
e se tornou o alicerce necessário para a transformação social.
Quando esse alicerce está no lugar, há um potencial irrestrito
dc edificação, com o se não houvesse maior fundamento para a
sociedade do que a natureza de Deus.

O PODER DE CONCORDÂNCIA

Toda a estratégia de Deus para a transformação do mundo


concentra-se no poder de concordância liberado quando as
famílias produzem descendência comprometida com Deus
e andam em aliança. Essa estratégia baseia-se na sabedoria
divina. Nossa visão da História deve fundamentar-se nos
princípios de quem é Deus e de com o ele age. Esses princípios
são revelados no testem unho quando lutamos para ver a
transferência duradoura de revelação, com unhão e influência
140
para gerações sucessivas da igreja.
A liberação do sobrenatural

O reavivamento e a transformação multigeracional exigem


intencionalidade. No salmo 78, o salmista fala de pais, filhos,
avós e netos que guardam o testem unho. De modo geral, isso
corresponde a um século da vida de uma família.
Decidi viver com uma visão de cem anos para o
reavivamento e transformação do Reino, criando uma cultura
em que o testem unho influencia todos com nossas decisões
e estratégias à medida que n os lembramos, registramos, *
falamos, ensinam os e estudamos a respeito das obras de Deus.
Em nossa família, nossa meta é formar a geração seguinte
para le r despertada para as intervenções sobrenaturais de Deus.
Reservamos tempo paia contar a nossos filhos as narrativas
dos milagiog afim de gerar neles fome c expectativa. Nós lhes
ensinífftfns " s promessSs oíffiue Deus quer fazer por eles. Em
consequência, temos crianças que estão profetizando, curando
os doentes, experimentando visitações celestiais e geralmente
entrando em tudo que os testemunhos contem — agora, em
vez de esperar até que sejam adultos.
O testem unho transforma os encontros de Deus também
em nossa cidade. R ir exemplo, vemos regularmente o
poder profético do testem unho liberado quando as pessoas
encontram indivíduos que precisam de milagres e ministram
a eles falando das intervenções que outros receberam em
situações sem elhantes.
Se tivermos conhecim ento de estatísticas referentes à
alta taxa de divórcios ou de pobreza em nossa comunidade,
recolhemos intencionalm ente testem unhos de casam entos
restaurados e intervenções financeiras. Ao fazer isso, armamo-
nos de maneira tal que, quando inevitavelmente encontram os
as"estatísticas"à nossa volta, estamos preparados com
histórias feitas sob medida para essas circunstâncias.
Também reservamos tempo para declarar esses
testemunhos sobre nossa cidade. Ao liberara unção profética
dessa forma, estamos ajudando a realizar uma mudança
na atmosfera. Fazemos dosJocais de rrtaior fraqueza e
quebrantamento alvos de uma invasão celestial.
A tualm ente, tem os visto uma m udança econôm ica
s ig n ific a v a ocorrer em Redding. A cham os que o Senhor
nos m ostrou que devíamos alvejar o espírito de pobreza de
nossa cidade envolvendo-nos com atos de generosidade
radical aj,é-que isso se transform asse num estilo de vida.
Isso inclui
iclut tudo, desde gorjçfa,ia< garçons a tirar ofertas para
outras iigrefaJdá-
W cidade.
Em outras palavras, Deus queria que gerássemos histórias
dignas de ser contadas. É excelente quando se tem não
cristãos para profetizar sobre sua cidade tão som ente por dar a
eles um testem unho de que eles não conseguirão ajudar, mas
falar a respeito.
Atualmente, estam os assistindo ao crescimento econôm ico
de nossa cidade de uma forma realm ente marcante e sabem os
que é por causa da sabedoria de Deus ter sido demonstrada e
o testem unho liberado nesse domínio específico da vida.
O reavivamento multígeracional, junto com a transformação
social (o Reino vindo "à terra assim como é no céu"), é o ponto
alto da programação de Deus. Deve ser o que orienta tudo que
eu faço. Guardar o testemunho libera a revelação da natureza
de Deus na terra, o que, por sua vez, libera o poder de Deus
142
nas calamidades específicas da humanidade, fi isso que ajuda
A liberação do sobrenatural

a conservar o reavivamento, destravando os recursos celestiais


da unção profética e da sabedoria divina. Ele deve ser o foco
intencional da igreja em todo o mundo.
Essas convicções são o motor para este livro. Eu acredito
verdadeiramente que, quando a revelação do poder do
testemunho for liberado em toda essa geração, teremos
o potencial para moldar o curso da história do mundo.
Vamos voltar nt^ssa atenção do que está eirado ou do que
não está acontecendo para o que D eus quer fazer, quando
profetizarmos adequadam ente sobre indivíduos, cidades e
nações. Esse propósito divino nos capacita para unir os braços
e o coiüíÇSo com nossrft; filhos numa busca apaixonada do
Deus revelado pela nossa herança, o testem unho.
C apí tulo 9

Liberar a presença
de De u s

Nossa maior responsabilidade para com Deus e as pessoas


é não buscar nem prover dem onstrações mais eloquentes do
evangelho ou mesmo milagres. Não se trata de meramente
falar a verdade no sentido de pregar nem de testemunhar
do evangelho de pessoa para pessoa. N ossa grande
responsabilidade é conhecer Deus e tom á-lo conhecido.
Aprender a fazer isso deve prender eficientem ente nosso
coração e atenção durante a vida toda.
Durante pelo m enos vinte anos, uma força motriz dentro
lie mim foi a convicção de que devo às pessoas um encontro
com Deus. D evo-lhes mais que apenas uma m ensagem cheia
de verdade. Seja o que for que faço pelas pessoas, isso deve
conter a oportunidade para um encontro divino. Se estou
cheio do Espírito, minha pregação, meu serviço e várias
formas de ministério váo mais provavelmente introduzir as
pessoas nesse encontro.
apóstolo Paulo quis dizer
fcsagem e m inha pregação
não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria,
mas consistiram em dem onstração do poder do Espírito"
(IC oríntios 2.4). As pessoas não têm de ser convencidas de
nossas reflexões, nossos dons nem de nossa capacidade
de transm itir a verdade. Essas coisas são de im portância
secundária, na m elhor das hipóteses, ü que elas precisam
é de Deus. Encontrar o poder de Deus é encontrar se
com ele. Paulo estava tão convencido disso que desejava
que as pessoas depositassem a fé no poder de Deus
(v. IC orín tios 2.5).

APRENDER A LIBERA R

N osso D eus c um D eus de aliança, Ele é confiável e


soberano o bastante para se obrigar em acordos com seus
1,1 filhos. Não gosto de pensar nisso com o contratos — o que é
A liberação do sobrenatural

estéril demais. Prefiro falar em term os de limites relacionais.


Q uando nos tornam os sem elhantes a Jesus pela obediência,
descobrim os quefa o bediência libera a presença,„o poder e a
glória dele.fe, em byra eu não com preenda com pletam ente,
ele tem interesse em nossas opiniões e sugestões. É eíe quem
p ro m ete:"Se vocês perm anecerem em mim, e as minhas
palavras perm anecerem cm vocês, pedirão o que quiserem , e
lhes será concedido"(v. João 15.7). É tolice pensar que Deus
nos faz primeiro criaturas robi tizadas e depois nos faça a
promessa :"Peça o que desejar".^.le confia de fato naqueles
que se tornam sem elhantes a seu Filho. Diante disso,
portanto, é normal ansiarm os que o poder de Deus seja
der brantados.
iam ente nem mesmo
corretamente representado sem poder. Os milagres são
absolutamente necessários para que as pessoas o vejam
daram ente. Testemunhar sobre esses milagres faz parte da
dívida que nós temos com o mundo. Quando falamos, ele vem
confirmar o que falamos.
|Kle preferiu revelar-se por meio de gente que se rende a ele.
Suas aparições em geral são espetaculares e impressionantes,
com o se vê em toda a História. Suas m anifestações no meio
de seu povo podem, às vezes, ser igualmente maravilhosas,
contudo em geral são práticas e normais.
Em geral, eu aprendo deparando acidentalmente com uma
verdade. N orm alm cntc, com eça com a observação do fruto de
algo antes de eu entender. Se vivemos apenas para obedecer,
não importa o que, isso se transformará num m étodo de
aprendizado para nós também. Significa quejnão precisamos
entender para obedecer.
Ess^ obediência sempre produ/ frnt-o m as o fruto destina -
a nos al mii para a busca do mistério por trás dele. É
|usto não compreender os princípios do Reino, uma vez que
seu poder e efeito são liberados pela obediência. Mas, se eu
não os compreender, terei m enos oportunidade de liberar
conscientem ente a presença divina e serei incapaz de preparar
outros para fazer o mesmo.
A liberação da presença de Deij s , que contém o Reino de
Deus, faz-se por m eio d e (C lH ctj)a ti vidades das quais tenho
conhecim ento:
rfwposiçtWâe u m Jord em bíblica c uma das doutrinas
básicas de C d||t|hr He bre t&syfrtfÇ). I’elo fato de o Reino
estar dentro de nós, ele é liberado pelo toque de fé. É um ato
intencional para curar, abençoar ou comunicar (Marcos 16.18;
lT m 4.14). É o princípio de tocar e liberar.
(^Proximidade da uncãa) Esse princípio funcionava com o
apóstolo Pedro quando os doentes eram colocados num
local em que a sombra de Pedro pairasse sobre eles quando
ele passava.
Seja o que for que o obscureça, você será libertado por
sua sombra. A túnica de Jesus enquadra-se nessa categoria,
porque ele não impôs as m ãos de propósito sobre a m ulher
com a hemorragia (M arcos 5.28,29) nem sobre as multidões
(M arcos 6.56), que, m esm o assim, foram curadas. O m esm o
vale para "o s lenços c aventais" levados do apóstolo Paulo
(Atos 19.11,12). Em cada caso, a unção estava sobre eles em
tal grau que m esm o suas roupas estavam saturadas do poder
146
de milagre divino.
A liberação do sobrenatural

, O princípio da localização física, no que diz respeito à


un ção T eesSühaãrpa ra a liberação do Reino. N ão faz muito
tempo, tivemos um homem com surdez num dos ouvidos em
nossos salões de cura. Seu ouvido abriu-se no m om ento em
que ele entrou na sala. Outro homem surdo teve os ouvidos
abertos ao passar tão som ente pelo salão. Ele entrou na
atmosfera celestial na terra. Essa liberação de poder não é óbvia
^ MÊÊ
com o as outras quatro da lista, uma vez que sua verdadeira*
intenção está em abrigara presença divina, mais do que liberar
seu poder. Mas não se pode ter uma sem a outra.
/aJ/ts rfe/j^lihoram o Reino, uma vez que a fé exige
uma rfí^ldadeJEsse é lim dos princípios mais fáceis de
provar nas Escrituras. Jesus era muitas vezes levado a uma
impossibilidade por causa da fé de outra pessoa.
Em Mateus 8.10, é registrada uma história em que Jesus
ficou perplexo com o incrível grau de fé do centurião. Ele era
um soldado romano de alto escalão, não era judeu, contudo
sua fé deixou Jesus totalm ente perplexo. Adoro a ideia de ter
uma fé que cham e a atenção de Deus, que o atrai para um
problema. É necessário fé para agradar a Deus, e eu quero
realmente agradar-lhe.
f/\fos profético^são incomuns porque a ação não se relaciona
com o resultado desejado, uma vez que é ato de fé. Por
exemplo, Eliseu ouviu os clamores dos filhos dos profetas
quando eles perderam a cabeça de um machado emprestado
(v. 2Reis 6). lin h a caído na água. Eliseu então os fez lançar um
galho na água, e a cabeça do machado aflorou na superfície.
A madeira não tem esse efeito sobre a lâmina do machado
naturalmente. O galho foi poderoso porque era um ato de
obediência. Não havia relação lógica para recuperar a cabeça
do machado; contudo, sem isso, não haveria a recuperação do
machado. A obediência física produz libertação espiritual.
óyl declamcâàte a última área que tem o foco principal
deste livro, pois nada ocorre no Reino sem uma declaração.
Contudo, quando dizemos que o Rú está dizendo, todo o céu
entra na equação. Quando essa declaração é um testemunho,
capturamds o impulso da história dos negócios de Deus com a
humanidade. Então, um poder profético criativo é liberado na
atmosfera para estabelecer a revelação de Deus na terra.
É imperativo que não façamos mais isso sem intenção nem
esporadic vez deve vir a ser a estratégia
^
proposital d ii exército imos dias. Temos de nos
inflamar com a convicção de que portamos a revelação da
natureza e da presença de Deus para todos verem. Possuímos
essas revelações extraordinárias de sua natureza em nossos
testem unhos. O que se está tornando lugar-comum para nós o
mundo está sedento para ouvir.
Precisamos nos concentrar no coração de Deus pelas
nações. O testem unho e a unção profética que ele libera
produzirão uma volta das nações aos propósitos designados
por Deus. Esse é o motivo de ele ter nos dado tudo com o
herança (João 16.15; IC oríntios 3.21).Vamos precisar de tudo
para realizar nossa tarefa.

Há pelos m enos quatro prioridades que a igreja deve


A liberação do sobrenatural ! 5*

adotar para cumprir o propósito de Deus para nós na terra.


São mandados do céu, prioridades que influenciam nossos
pensam entos, orações e buscas. São ao m esm o tem po fruto e
dons — resultados de estar em sintonia correta com Deus e as
conquistas recebidas apenas pela obediência.
Enquanto a fé é necessária para agradar a Deus,
é o amor que perm anece com o a maior de todas as virtudes.
O amor jam ais falha. Ele e perfeito, é altruísta a ponto do
sacrifício suprem óM e nos lev a aonde apenas Jesus foi. Ele'
amou o mundo de tal maneira que d eu ... e é a fé que age por
m eio do amor. As$jm, eles continuam sendo os dois absolutos
que dão evidências de ser um cristão verdadeiro.
Pun . .N A tingédia dopecado dentro da igreja causa um
efeito dom inó fora da igreja. A santidade é evidência absoluta
do efeito do evangelho numa vida. Sem ela, nossas boas
intenções entram em colapso diante do peso dos propósitos
de Deus na terra. Ele abala tudo quanto tem alicerces
defeituosos. E o pecado é o mais fraco de todos os alicerces. O
chamado para fazer discípulos das nações tem a santidade no
seu fundamento.
É impossível representar Deus sem poder. Ele
não é uma ideia, uma filosofia nem um credo. Ele é o Deus
tremendo e todo-poderoso. E nós fomos escolhidos como
agentes desse poder, para enfrentar e destruir as obras das
trevas da m esm a maneira que Jesus as destruiu. Pois Jesus é a
mais clara revelação de Deus na terra — ele é teologia perfeita.
O Ihi quer que essa representação se multiplique milhares de
vezes por nosso intermédio.
Esse é outro elem ento obrigatório de que se falará
cada vez mais nestes últimos dias. É a presença m anifesta de
Jesus — que se irradia do Pai (v. 1 lebreus 1.3). É o peso da
presença de D eus que repousa sobre seu povo em grau cada
vez maior à medida que lhe damos lugar. Quando a glória de
Deus vem ao ambiente, há muito pouco que se pode fazer,
a não ser adorar. Devemos ansiar por essas oportunidades,
buscar esses m om entos e guardá-los, pois eles nos são
acessíveis em doses cada vez maiores.
O problema da administração entra em cena aqui, uma vez
que aos que são fiéis no pouco será confiado muito.lPor ciue_a
glóriaa ée tãE
tao im portante? Porque ela é o domínio de Deus que
importante
ele criou para nós habitarrnSS*

Nosso maior tesouro é o próprio Deus. N osso maior


privilégio é m anifestá-lo. O povo de Deus cm todo o mundo
está clamando para que Deus se manifeste de modo mais
significativo. É um clamor saudável. Tragicamente, porém, a
História está cheia daqueles que fizeram essa oração durante
anos sem jam ais ver uma visitação verdadeira de Deus. Muitos
livros altam ente respeitados sobre avivamento foram escritos
por gente que jamais participou de um avivamento.
É tão difícil assim fazer que Deus se m anifeste? Jesus
nasceu numa estrebaria — ele não é assim tão difícil. Essa
ausência de sua presença manifesta foi atribuída à sua
soberania. Mas acho que é injusto varrer as promessas
ainda não cumpridas para a categoria soberania de Deus,
em que Deus leva a culpa por qualquer falta de experiência
150
nossa por sim plesmente dizermos que foi por causa de seus
A liberação do sobrenatural

m étodos misteriosos.
A única vez em que os discípulos não puderam
proporcionar livramento a uma criança atormentada, eles não
se contentaram com a ausência de milagre, supondo que era
a vontade soberana de Deus. Por isso, perguntaram a Jesus.
Ele demonstrou como, e eles perguntaram sobre o motivo,
e a criança foi libertada. Em outras palavras, não culpe o Pai.
A falta está sempre do nosso lado da equação. A aliança é '
completa e efiçien ^ p ai a todos.
Deus nos permite carregar tanto de sua presença quanto
estivermos dispostos a guardar zelosamente. Jamais nos passou
pela mente quanto ela Jj acessível a nós. Moisés, quando ainda
nem sequer era nascido de nr*Ço (porque Jesus ainda não
tinha morrido por nossos pecados), portava uma medida da
presença de Jesus que é incomum hoje. Não deveria ser assim.
Alianças inferiores não deveriam prover bênçãos superiores.
O sangue de Jesus nos dá acesso a uma glória muito maior que
a experimentada por Moisés (v 2Coríntios 3.7-11).

econoTvíTacelestial^

Como dito anteriormente, os recursos do céu são liberados


pela declaração, fi um dos motivos pelos quais o testem unho
é tão eficiente. Cada relato carrega a revelação da natureza
de Deus e de sua aliança com a humanidade. Quando se
verbalizam os testemunhos, algo é liberado e criado. Os
recursos do mundo divino são liberados neste mundo.
Jesus é a Palavra de Deus que se fez carne. Quando
Jesus falava, suas palavras eram espírito (João 6.63). Somos
chamados para dizer palavras que causem impacto na
realidade à nossa volta. O narido dÍ7gmon n que n Pai está
Dizendo, fazemos que o céu influencie aqueles que ouvem.
Nossas palavras se tornam espírito, assim com o as palavras de
(esus se tornaram, de modo que causam impacto no mundo à
nossa volta. Jam ais houve uma oportunidade mais importante
para nós de ouvir de Deus que podemos falar o que ele fala e
alterar a natureza do mundo em que vivemos.
Por favor, observe que Deus se m anifesta por m eio de
palavras. Não som ente há vida e morte no poder de nossa
fala, mas ele próprio tam bém caminha por m eio das nossas
palavras quando elas se orjfcinam no coração do Pai. Ouvir as
palavras q u e^ p ii do co raçp q p rtn o deve ser a paixão de todo
cristão. Pois, ao ouvir a voz de Deus, a fé nasce, e a liberação
da presença de Deus é im inente. Não posso imaginar
responsabilidade e privilégio maiores.
PR O M ESSA MULTIGERACIONAL

Um dos salm os m encionados anteriorm ente neste livro


tem uma revelação singular para nós. K o salmo 78. Ele
contém promessas e advertências das mais surpreendentes da
Bíblia. N esses versículos, inclui-se a reflexão necessária para
guardar uma geração da rebeldia ao m esm o tempo e cultivar
nela um coração de lealdade a Deus.

Não os esconderemos dos nossos filhos;


contaremos à próxima geração os louváveis feitos do
SliNUOR,
o seu poder e as maravilhas que fez.
Ele decretou estatutos para Jacó,
3
n
c e em Israel estabeleceu a lei,
k
e ordenou aos nossos antepassados
que a ensinassem aos seus filhos,
& de modo que a geração seguinte a conhecesse,
y.
e também os filhos que ainda nasceriam,
e eles, por sua vez,
i aos seus próprios filhos.
>rão a confiança em Deus;
não esquecçrão os seus feitos
e obedecerão aos seus mandamentos.
Eles não serão como os seus antepassados,
..................................des,
1para com Deus,
fiel (Salmos 78.4-8).

Esse salmo contém reflexões maravilhosas do propósito


e da consequência de abraçar o testem unho — aquele que
libera a realidade de Deus numa geração. A consequência da
negação também é assustadoramente óbvia.
O registro das atividades de Deus entre os hom ens não
deve ser escondido nem esquecido. Tem de ser declarado
à geração mais nova, que, por sua vez, deve ser formada
para fazer o m esm o com seus filhos. A corrente não pode
ser quebrada. É uma corrente de revelação progressiva da
natureza e da presença de Deus na terra. Cada geração
é privilegiada para edificar sobre a anterior até que a
m anifestação da natureza e da presença de Deus fique cada
vez mais evidente.
As nações que cercavam Israel no deserto viram a presença
e a glória de Deus no povo escolhido. Isso não deve ser a
marca de maré alta, pois Deus m anifesta-se sobre seu povo.
O sangue de Jesus nos capacita para mais!
O resultado prometido é o clamor de toda família que
crê — que nossa juventude deve pôr sua esperança cm Deus!
( >bserve o papel que lembrar as obras de Deus desempenha
na criação de um fundamento para toda uma geração. Esse ato
molda mais a cultura do que a maior parte das coisas em que
nos derramamos^ coisas que têm resultado pouco duradouro.
Contudo, esse antigo limite — guardar o testem unho —
de fato causa impacto na consciência, nas prioridades e na
mentalidade de uma geração inteira. As obras de Deus passam
a ser o mau p formador de cultura do
Reino. Há mu s Escrituras que portam esse
tipo de impacto prometido. O salmista dá um passo adiante:
se o povo de Deus abraçar sua responsabilidade com o
testem unho, poderá evitar a rebeldia e destruira obstinação.
Pbr nào guardar o testem unho com o obrigação divina,
Israel acabou no pecado máximo da incredulidade."A despeito
disso tudo, continuaram pecando; não creram nos seus
prodígios"(Salm os 78.32). A fé é natural para aqueles que
adotam o registro das atividades de Deus entre a humanidade.
É o equivalente ao com entário de Jesus aos fariseus quando
disse:"nem a sua palavra habita em vocês, pois não creem
naquele que ele enviou "(João 5.38).
Quando guardamos no coração o que é precioso para Deus,
estamos preparados para crer quando Jesus entra em cena. O
testemunho tem essa função. O pecado era inevitável quando o
povo perdeu contato com as obras divinas e endureceu o coração.
154
Deus não gosta de ser restringido."Repetidas vezes
A liberação do sobrenatural

puseram Deus à prova; irritaram o Santo de Israel" (Salmos


78.41). Impor restrições à revelação da natureza de Deus é tolice, na
melhor das hipóteses. Israel criara o hábito de limitar Deus. Ele foi
novamente restringido em Nazaré e não gostou. Nazaré foi o
único lugar em que a natureza de Deus não esteve presente
como o ftii pretendeu (v. M arcos 6.6).
A fé agrada a Deus; a incredulidade lhe causa tristeza e está
na raiz da traição, como se viu n<>espírito de Judas (v. João 6.64).
Aversão Almeida Revista e Atualizada traduz a palavra hebraica
para''limitar"assim:"í?gmr(7míí; o Santo de Israel", que é bastante
parecida cpm a ordem d a Novo Testamento: "N ão entristeçam
o Espíriíb Santo"<Etcsio^4.30).Todo ato de obediência deve
proceder < i com»o
o Espírito Santo.

Não se lembravam da sua mão poderosa, do dia em


que os redimiu do opressor, do dia em que mostrou
os seus prodígios no Egito, as suas maravilhas na
região de Zoa (Salmos 78.42,43).
Mas eles puseram Deus à prova e foram rebeldes
contra o Altíssimo; não obedeceram aos seus
testemunhos (Salmos 78.56).

Quando deixamos de lembrar as obras de Deus, o desastre


é iminente. Muitos lembram histórias de intervenções de Deus
quando perguntados. Poucos, porém, as m antêm no primeiro
plano de seus pensam entos e de suas conversas. A negligência
dessa verdade está no cerne do colapso de poder na igreja.
( ) registro da liberação do poder de Deus na terra é uma
âncora para nossa alma. Com ele no primeiro plano de nossa 155

Liberar a presença de Deus


mente, nossas am bições e buscas adquirem efeito eterno.
Sem ele, som os barcos empurrados pelas ondas de am bientes
espirituais caóticos.
A promessa feita no início desse salmo era de que a
geração seguinte poderia ser poupada da rebeldia se seus pais
cumprissem seu papel de guardar o testemunho, falando o
testemunho e formando a geração seguinte no que fazer com
essa grande herança que revela a natureza e a presença de Deus.
No versículo 56 do salmo 78, vemos a alternativa: "pôr Deus
à prova" ou rebeldia resulta na ausência de um ponto de vista
superior para a vida — a natureza de Deus. Essa natureza é
revelada no testemunho. Igncgá-lo é velejar sem bússola.
Existe um impulso pqderqto quando comunidades inteiras
edificam uma cultura voltada para guardar o testem unho,
assim como as consequências terríveis que surgem quando o
testem unho é esquecido na m esm a escala.
Ao contrário, escolheu a tribo de Judá e o monte Sião,
o qual amou. Construiu o seu santuário como as
alturas; como a terra o firmou para sempre. Escolheu
o seu servo Davi e o tirou do aprisco das ovelhas, do
pastoreio de ovelhas para ser o pastor de Jacó, seu
povo, de Israel, sua herança. E de coração íntegro
Davi os pastoreou; com mãos experientes os conduziu
(Salmos 78.68-72).

Trata-se de um final incomum para um salm o que contém


esse aviso tão veem ente sobre negligenciar as obras de Deus.
Como que do nada, Davi é trazido à cena. R ide parecer
estranho a princípio, até nos lembrarmos de que ninguém nas
156
Escrituras adotou o valor formador de cultura do testem unho
A liberação do sobrenatural

com o Davi. Ele era seu conselheiro, sua meditação noturna,


sua busca no estudo e sua herança. O s testem unhos eram tão
importantes que ele garantiu que Salomão, o filho que seria
rei, fosse educado nesse regime.
Também não é nenhum equívoco que aquele conhecido
por uma vida de adoração fosse tão extrem am ente dedicado
a viver sob a influência das obras de Deus. Quando se vê a
maravilha de Deus por meio de suas obras, não se pode evitar
não se transformar em oferenda viva em adoração.
O que podemos aprender com a conclusão desse salmo?
Israel teve sucesso ocasional e muito fracasso. Rarece que o
sucesso des6£..povo dependia da integridade dos que estavam
na liderança. H|ib|>ra tenha Havido outros líderes justos na
história de Israel além de Davi, nenhum causou o impacto,
de acordo com os princípios de graça encontrados no Novo
Testamento, que ele causou.
A introdução dc Davi nesse salmo nos lembra que, mais
que qualquer outro líder na História, ele representa uma
cultura celestial — o tipo pelo qual os grandes reinos são
conhecidos. Seu exemplo foi a resposta para os constantes
fracassos dc um povo que em todo esse salmo perdera o senso
de propósito e direção, am bos aplicados na sua história das
intervenções sobrenaturais de Deus.
A naturalidade de Davi na adoração representava sua
afinidade com as realidades do céu que permeavam sua vida.
I ssa é a natureza da vida de alguém que vive para liberar o
poder deste mundo em que vivemos.

157
A HISTORIA PRO FETIZA

Hm 17 de julho de 1859, Charles Spurgeon apresentou uma


mensagem intitulada "A história dos atos poderosos de D eus".
Cento e cinquenta anos atrás, ele declarou essa verdade que
teve o poder de moldar a cultura da igreja até que houve uma
restauração plena das intervenções históricas de Deus entre os
homens. seu brado profético:

Quando as pessoas ouvem a respeito do que Deus


fazia, uma das coisas que dizem é:"Oh, isso foi há
muito tempo", [...] Fu achava que era Deus que
fez isso. Será que Deus mudou? Ele não é um Deus
innlraveLo .fliearno oBtemProje c sempre? Isso não
pro y ê j it argumento para provar que o que Deus
fez uma vez pode fazer outra? Não, acho que eu
posso forçar isso um pouco mais e dizer que o que
ele fez uma vez é uma profecia do que pretende fazer
outra vez [...] Tudo quanto Deus fez [...] deve ser
considerado como um precedente (...) [Vamos] buscar
com seriedade que Deus nos restaure a fé dos homens
do passado, que possamos desfrutar ricamente de sua
graça como nos dias do passado.

Em 1859, por m eio desse extraordinário pregador profético,


foi dada a oportunidade de se iniciar urna recuperação plena
de tudo que se perdera. A história nos conta que a igreja
fez pouco com essa verdade, a não ser talvez aplaudir outro
grande sermão. Hoje, estamos diante de uma oportunidade
semelhante.
Numa corrida verdadeira, há quatro corredores. O s três
A liberação do sobrenatural

primeiros não deixam a pista para pegar o chuveiro antes que o


último termine a corrida, porque eles todos recebem um prêmio
de acordo com a maneira que o último termina a corrida. Nesse
momento, a nuvem de testemunhas está esperando para ver o
que vamos fazer com aquilo que recebemos (v. Hebreus 12.1).
Não vamos perder nossa oportunidade de ver uma restauração
plena das obras de Deus com a humanidade até que Jesus
seja representado com precisão e sua glória encha a terra. Isso
deve acontecer pela obediência de uma geração que capte o'
impulso da História guaniundo o testemunho, pelo qual vão liberar
plenamevte o poder de jesuse

1 <http:.''Avww.spurge<in.ofg,'sermons/02(>3.htm>

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