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Irmãos Amados

Este texto não é de minha autoria.

Apenas fiz as mudanças, inserções e suprimi


aspectos que considerei relevante. Emiti algumas
opiniões neste estudo, mas o texto básico não é meu
e sim de um irmão de Brasília/DF.

Que ele sirva de alerta e que você possa refletir


nele com bastante amor e carinho.

Fique na paz!

Pr. Léo

FAZER A DISSERTAÇÃO EM 10 PÁGINAS.


Somente neste assunto, concordando ou discordando.
Encontro ou Desencontro?

Introdução

O Encontro é Tremendo!

Esta é a frase mais ouvida ultimamente nos salões


dos templos evangélicos, sejam eles pentecostais ou
tradicionais. O mais novo chavão evangélico pode ser
visto em camisetas, adesivos para carros, painéis
decorativos, e principalmente na ponta da língua de
diversos crentes. Ecoa como um brado de vitória,
como um grito de guerra, capaz de fazer o mais
simples dos cristãos se transformar no Super-
Homem do avivamento. Para os que ainda não foram
atingidos por esta nova onda, trata-se do aspecto
principal do Modelo dos Doze, a nova visão para a
Igreja em Células, preconizado pelo Pr. César
Castellanos Dominguez, da Colômbia.

Neste pequeno relato conto a minha experiência de


participação deste evento chamado Encontro,
trazendo a público todas as suas principais
características. Não fiz nenhum pacto com
ninguém. Tenho o compromisso, como cristão, de
trazer à luz, e desbaratar tudo o que se apresenta
nocivo ao povo de Deus.
* Além disso a Bíblia nos diz que “Aquilo que ouvimos
e aprendemos, aquilo que nos contaram os nossos
pais, não encobriremos aos nossos filhos;
contaremos a vindoura geração, os louvores do
Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez.”

O apego à Palavra de Deus, o discernimento, o


equilíbrio, e a observação, impediram o meu
envolvimento emocional, o que permitiu a avaliação
cuidadosa de cada um dos seus aspectos. Do mesmo
modo, o meu amor ao Senhor e a meus irmãos me
impediram de manter sigilo sobre as sutís e
perigosas doutrinas que ali são ministradas. Jesus
disse em Mateus 10.26: "Portanto, não os temais;
porque nada há encoberto que não haja de ser
descoberto, nem oculto que não haja de ser
conhecido". Espero que aqueles que estão tendo
oportunidade de ler este relato possam, à luz da
Palavra de Deus, refletir e tirar as conclusões
devidas de cada ponto nele apresentado.
Os fatos antecedentes

Durante dias a Igreja da qual sou membro foi


inundada e fortemente bombardeada pela frase "O
Encontro é tremendo". Alguns poucos irmãos,
juntamente com os pastores da igreja, que já haviam
participado deste Encontro, promovido por outras
igrejas, foram os protagonistas de tão intensa e
exaustiva afirmação. Esta frase martelou
diariamente a cabeça de todos. A promessa de um
encontro face a face com Deus aumentava mais e
mais a expectativa. O segredo quanto ao seu
conteúdo, guardado a sete chaves, o tornava mais
atraente e desejado. Ainda seria necessário passar
pelo Pré-encontro, o qual consistia de quatro
palestras preparatórias. Durante estas palestras foi
pedido a todos sigilo absoluto quanto a tudo que
iriam ouvir e ver a partir daquele momento.

O Pré-encontro

Este conjunto de palestras leva o participante a


reconhecer sua realidade espiritual, seu estado atual
de pecador e sua condição como filho de Deus em
Cristo Jesus. A estimulação para ir ao Encontro é
constante em todas as palestras.
O Encontro

Chegou enfim o dia tão esperado. Fomos todos em


um ônibus, em clima de grande euforia. No local
destinado ao retiro, fomos recepcionados com
explosões de fogos de artifício. Um clima de grande
festa. Recebemos diversas recomendações quanto ao
comportamento, das quais a de maior impacto foi a
proibição de comunicação interpessoal. Acreditem,
irmãos, a princípio eu achei ótimo.

A primeira palestra ministrada foi O Peniel, cujo


texto está em Gênesis 32.30. Fomos levados
entender a experiência de Jacó. Após a ministração
fomos levados a meditar sobre nossa real condição.
Uma música de fundo era tocada enquanto éramos
liberados para sair do auditório e procurar um lugar
onde poderíamos ficar a sós com Deus. Foi um
momento de muita comoção. Fomos liberados para
chorar, gritar, urrar, sem se preocupar com nada ou
ninguém. Os pecados deveriam ser confessados um a
um, nome por nome, inclusive épocas em que
ocorreram. Como desde o princípio, não creio que
tenha que trazer à memória meu passado antes da
minha conversão (II Cor. 5.17), eu decidi pensar na
minha atual condição diante de Deus. Foi um bom
momento de reflexão sobre minha vida. Creio na
palavra em I João 1:9. Ao final voltamos todos para
o auditório, eram mais ou menos meia-noite. Depois
fomos jantar e em seguida dormir.

A segunda palestra, ministrada no sábado por volta


das oito horas, foi acerca do que é o Encontro e
quais os resultados obtidos após ele. É neste
momento que o Encontro é enfatizado como algo que
não pode ser jamais desprezado, pois de sua
participação resultará a transformação de sua vida,
a renovação de seu coração, sua capacitação para ser
"um guia de multidões", além de receber
definitivamente a fortaleza de Cristo. É enfatizado
a necessidade de estarmos ali, separados de tudo e
de todos, para termos este encontro com Deus. É
usada a palavra em João 4.30 "Saíram, pois, da
cidade e vinham ter com ele." para explicar o
privilégio ímpar de estarmos ali. Foi esquadrinhada a
Palavra em João 4.1-42 cujo resumo é: a mulher
samaritana recebe a palavra, abre o coração, é
liberta, e torna-se uma grande missionária. Após isso
é enfatizada a importancia de ser um "sonhador". O
texto utilizado é João 11.11-25. Interpretando o
verso 12, é dito que muitos dos nossos sonhos estão
mortos, mas Jesus irá despertá-los. Enfatiza-se a
linguagem dos sonhos, onde tudo que acontece no
mundo natural tem que ser conquistado
primeiramente no mundo sobrenatural. Após esta
palestra, que durou cerca de duas horas, fomos
tomar café.

A terceira palestra ministrada foi sobre Libertação


(Quebra de maldição). Esta palestra começa com a
afirmação que o crente pode ter uma atitude
"demonizada", descrita em Efésios 4.27. Ao falarem
de maldições, citaram os textos de Deut. 11.26,
Deut. 30.19, e Efésios 5.15-16. O preletor discorreu
sobre o surgimento das maldições, enfatizando a
realidade da maldição hereditária, e sua renúncia e
quebra no Encontro, não importando se ela entrou
através dos pais, avós, bisavós, etc. Comecei a achar
que alguma coisa não ia bem, pois a Bíblia é clara em
Ezequiel 18.20, quando diz: "a alma que pecar, essa
morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o
pai levará a iniquidade do filho. A justiça do justo
ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre
ele", além de várias outras passagens como Jeremias
31, Provérbios 3.33, 26.2, Gálatas 3.13, Colos. 2.14-
15, Romanos 6.6-7, II Coríntios 5.17, João 8:36,
dentre outros. Esta palestra demorou cerca de três
horas. Ao final, fomos liberados para almoçar, era
cerca de três horas da tarde. Na porta do auditório
interceptei o preletor e disse a ele que não
concordava com o que havia sido dito sobre maldição,
que como crente converso eu era nova criatura em
Cristo Jesus, e que o fato de ter que voltar ao
passado era uma forma de anular a Cruz de Cristo. O
preletor ficou sem resposta.

Após o almoço, fomos liberados para descansar um


pouco. A partir daquele momento comecei a ficar
incomodado com toda aquela situação. Comecei a
relacionar os fatos, as palestras, os muitos
depoimentos pessoais dos preletores, a participação
da equipe de apoio, as músicas, etc. Senti como se
tudo que já havia aprendido sobre a Cruz de Cristo
não tivesse nenhum valor. Foi quando tive um impulso
para buscar a Palavra de Deus. Enquanto todos
descansavam eu comecei a estudar a Palavra. Escrevi
quase duas páginas. Não tinha muito tempo, pois
ainda precisava passar a limpo tudo que havia
escrito. Basicamente, o que escrevi está em
Colossenses 2.14-15, Romanos 6, Romanos 8, II
Corintios 5.17, dentre outras passagens.
A quarta palestra ministrada foi sobre
comportamento no Encontro e a nova postura após
ele. Não há muito o que falar sobre esta palestra
senão o fato de relacionar a experiência de Paulo
com o Encontro. Paulo não conhecia o amor de Deus,
rendeu-se diante do Encontro com Jesus, esteve
três dias longe de tudo, quando ao final recebeu a
grande comissão de Cristo. Bem sugestivo não?
Relacionando com esta experiência temos: não
conhecemos a Deus de fato; viemos para o Encontro
onde ficamos longe de tudo; fomos libertos da
cegueira.

A quinta palestra foi sobre Cura Interior. O


preletor inicia explicando a diferença entre espírito,
alma e corpo. Afirma que no plano da alma residem
todas as feridas e traumas da vida. Relata uma lista
grande de comportamentos causadores destas
feridas. Ele discorre sobre todos as possíveis
feridas emocionais e suas diversas causas. Relata
alguns exemplos bíblicos tais como Moisés ( língua
pesada), Elias (incapacidade de enfrentar Jezabel),
Mirian (complexo de inferioridade), os 10 espias
(complexo de inferioridade). Após isso, passou a
ministrar a cura propriamente dita. Foi dito que para
ser curado eram necessários dois passos: romper o
domínio de Satanás, tomando posse do que já era
nosso; e receber a cura de lembranças passadas. Em
outras palavras foi dito para voltarmos ao passado e
desenterrarmos de lá os detalhes mais sórdidos,
desintulhando todo o lixo de que nos lembramos,
jogando tudo fora. Neste ponto é pedido para
declararmos uns aos outros: "Estou aberto ao que
Deus vai fazer em minha vida".

Durante esta ministração foram afastadas todas as


cadeiras do auditório. Foi posta uma música bem
sugestiva, de adoração, e sem letra. Este momento
dividiu-se em três partes:

1. Fizemos uma regressão. Apagaram-se as luzes,


foi pedido que visualizassemos o momento da
fecundação, depois a formação no útero
materno, depois o nascimento, depois a infância,
depois a adolescência, etc. A visualização de
cada fase foi detalhadamente solicitada, onde
fomos instruídos a lembrarmos dos momentos
difíceis, amargos, traumatizantes, etc. Em cada
momento lembrado era pedido que
visualizássemos Cristo conosco e que devíamos
liberar perdão para as pessoas envolvidas.
2. Devíamos escolher um parceiro para o qual
deveríamos confessar nossas dores. O preletor
oferecia um tempo para cada um confessar ao
outro, e ao final o ouvinte orava, conforme o
modelo do preletor, declarando a cura sobre
este irmão, e vice-versa. Após isso, é ministrado
a unção com óleo em cada participante. Quase
todos os participantes caíram. O fenômeno do
cai-cai se instalou. Eu particularmente não
deixei que o preletor me ungisse com óleo. Após
isso, todos em prantos, se abraçando e se
consolando, é pedido que voltássemos aos
lugares onde foi ministrada mais uma palestra
sobre a Cruz de Cristo. Mais uma vez uma
música de adoração tocou, as cadeiras foram
novamente afastadas, e foi pedido que
visualizássemos a vida de Jesus, desde o seu
nascimento, apresentação no templo,
crescimento, seu ministério de cura e
libertação, sua paixão, sua traição, seu
sofrimento vicário, os insultos, as chicotadas, os
açoites, a dor de levar a cruz, a crucificação. Foi
pedido que nos víssemos no meio da multidão que
assistia a tudo, e ouviamos Jesus dizer que não
foram os romanos e nem os judeus que o tinham
crucificado, mas o fato d'Ele estar ali era por
causa dos nossos pecados. Presenciávamos o
grito do Salvador, a rendição do espírito, a
multidão se retira, nós nos retirávamos também.
Ficamos sabendo que Jesus havia ressuscitado.
Foi pedido para que nos colocassemos debaixo
da cruz para sentirmos o sangue de Cristo
caindo sobre nós. Ressucitamos com Cristo, a
morte e o pecado não tem mais domínio sobre
nós. Após esse momento bradamos com gritos
de vitória e abraçamo-nos unos aos outros.
3. Após tudo isso o preletor pede que peguemos um
pedaço de papel e escrevessemos tudo o que o
Espírito Santo nos lembrar de coisas ruins,
pecados, traumas, etc. Além disso foi pedido
para reunir que todo e qualquer objeto, que
continha algum símbolo da Nova Era, ou outros
objetos quaisquer que poderiam lembrar
situações ruins ou se relacionavam com atitudes
ilícitas. Nesta hora fomos liberados para ir ao
dormitório. Ao voltarmos, fomos separados em
grupos de doze e, de mãos dadas, fomos até uma
grande fogueira onde lançamos tudo. Ao lançar
os objetos e o pedaço de papel bradamos em
alta voz: "Estão anulados todos os argumentos
sobre minha vida".

Confesso irmãos, que apesar de participar destes


eventos, estava convicto de que nada disso era maior
que a Cruz de Cristo em minha vida. Não confessei
nada a ninguém, não fiz regressão e não escrevi nada
no papel e muito menos queimei algum objeto.
Simulei a minha participação para não provocar
nenhum problema. Depois disso tudo, já eram quase
uma hora da manhã, fomos jantar e dormir.

Como havia acontecido no sábado de manhã assim


também foi no domingo. Fomos direto para o
auditório assistir a sexta palestra, que foi sobre
estilos de oração e a nova vida em Cristo. Interpelei
o preletor, que era um dos pastores de minha igreja,
e disse a ele que estava muito preocupado com o que
fora ministrado no sábado, em relação à Libertação
e Cura interior, e que gostaria de conversar
detalhadamente depois sobre o assunto. Depois,
fomos tomar café da manhã por volta de nove e
trinta.

A sétima palestra foi sobre o Modelo dos Doze,


onde foram apresentados seus diversos aspectos.
Não vou discorrer sobre este tema.
A última palestra foi sobre Batismo no Espírito
Santo. O preletor discorreu sobre os propósitos do
batismo no Espírito Santo, sobre os resultados,
sobre as condições para recebê-lo, sobre as
evidências, e sobre a necessidade de ser cheio do
Espírito. Após isso começou o leilão do batismo. Este
preletor era do tipo que empurrava a testa,
ocasionando várias quedas. Dessa vez eu também não
cai, graças a Deus, apesar de ter sido empurrado
duas vezes.

Para finalizar ficamos no auditório, após a palestra,


onde um momento surpresa nos esperava. Foi pedido
que deitássemos com os olhos fechados. A medida
que éramos chamados pelo nome levantávamos uma
das mãos e recebíamos ao lado de nosso corpo um
objeto. Quando todos receberam foi pedido que
abríssemos os olhos e verificássemos o conteúdo.
Foi, para mim, o melhor momento deste retiro. O
objeto, um envelope, continha bombons e vários
cartões e fotografias enviadas pela minha esposa.
Ela não economizou, escreveu muitos cartões.
Montou um álbum com fotos de diversos momentos
de nossa vida, tais como namoro, noivado, e
casamento. Foi um momento de grande
quebrantamento. Neste momento, foi liberada a
comunicação interpessoal e todos se abraçaram e se
confraternizaram.

Como podemos ver, muitas coisas boas aconteceram


neste retiro. Não há dúvida que muitos de seus
aspectos são inéditos. Agora, nem por isso, devemos
fechar nossos olhos às práticas estranhas ao
Cristianismo que foram ministradas juntamente com
as coisas boas. Resumindo este Encontro, eu diria
que ele tem três principais objetivos: Quebra de
Maldições (Libertação), Cura Interior, Batismo no
Espírito Santo. Todos estes assuntos já foram
abordados e bem discutidos em diversos livros e
palestras. São temas que apresentam muita
controvérsia. Cabe a cada um avaliar cada um destes
temas, julgando-os à luz da Palavra de Deus. Eu
particularmente não concordo com nenhuma das
abordagens ministradas no Encontro. Creio ser uma
forma muito sutil de negar a Cruz de Cristo, sem
falar na perigosa administração da terapia de
regressão por pessoas não qualificadas para tal.
Como isso é apenas um relato de minha experiência
não vou entrar em maiores detalhes quanto à minha
opinião.
É importante esclarecer também que durante todos
estes dias de retiro fomos bombardeados com a
frase : "O Encontro é Tremendo". As músicas "Eu
quero é Deus", "Na casa de meu Pai há unção e há
poder", "Aquele que está feliz diga amém", e
"Gracias Señor" foram exaustivamente tocadas. Os
momentos de louvor eram altamente agitados, com
pulos, danças aeróbicas, trenzinhos, onde os
principais incentivadores eram os preletores e os
irmãos da equipe de apoio.

O culto na igreja, realizado no mesmo dia do retono


do retiro, é marcado por manifestações de euforia
que chegam a passar dos limites da racionalidade.
Gritos, pulos, danças aeróbicas, assovios, fazem
parte da expressão de todos os que participaram
deste Encontro. As pessoas que ali estavam, tanto
membros da igreja como visitantes ficavam sem
entender o que estava acontecendo. Os Pastores
esforçavam-se no púlpito para explicar o fato
dizendo: "estes irmãos tiveram um encontro face a
face com Deus". A liturgia normal foi substituída
pelos testemunhos dos participantes do Encontro.
Alguns, escandalizados, se retiraram.
O Pós-Encontro

Este conjunto de palestras objetiva a consolidação


dos aspectos do Encontro. É marcado por muitos
depoimentos daquilo que foi conquistado.
Basicamente, as palestras tratam da conservação
daquilo que foi conseguido no Encontro (Libertação e
Cura Interior), das defesas contra as retaliações de
Satanás e de como posso deter as investidas do
inimigo. O fatores cobertura espiritual e obediência
e submissão são muito enfatizados. Chegam a dizer
que a obediência aos Pastores é a nossa legalidade
contra Satanás. Eu não creio nisso, ao contrário eu
creio que a Cruz de Cristo é a nossa legalidade. E vou
além em dizer que obediência e submissão não é
imposta e, sim, conquistada através da Palavra de
Deus, assim como lemos em I Pedro 5.2: " apascentai
o rebanho de Deus, que está entre vós, não por
força, mas espontaneamente segundo a vontade de
Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade ".
Ao final de tudo somos encorajados a participar da
Escola de Líderes, outro aspecto desse Modelo dos
Doze, e a participarmos como equipe de apoio em
outros retiros. Mais uma vez é reforçada a
manutenção do silêncio absoluto quanto ao conteúdo
do Encontro. Após a última palestra fomos
convidados a participar da queima de arquivo. Uma
reunião, no sábado seguinte, para queimarmos na
fogueira os objetos remanescentes.

Conclusão

Depois de passar por todos estes eventos e


perceber distorções da Palavra de Deus e enganos
sutis, fui compelido a pesquisar sobre cada assunto.
Confesso que o que encontrei, juntando com aquilo
que já sabia, me deixou muito preocupado com o
rumo que as igrejas evangélicas, principalmente as
renovadas, estão tomando. Muitas doutrinas
estranhas ao Cristianismo estão sendo sutilmente
enjetadas. Muitos pastores e líderes, na ânsia de
verem suas igrejas crescerem e serem avivadas,
estão adotando métodos e técnicas estranhas sem
uma criteriosa investigação de seus aspectos, muitas
vezes ocultos. Muitas destas técnicas trazem em
suas entranhas práticas encontradas no espiritismo.
Devemos ter muito cuidado com as "novidades" que
aparecem e com os profetas de última hora que
trazem as revelações emergenciais de Deus. Paulo já
advertia, em Gálatas 1.8: "Mas, ainda que nós
mesmos ou um anjo do céu pregasse outro evangelho
além do que já vos pregamos, seja anátema ". Deus
não sofre de processo de continuidade. Aquilo que
ele já fez em Cristo Jesus é perfeito e não
necessita de retoques e de que nada lhe seja tirado
ou acrescentado. A origem de seitas heréticas
decorre desta tentativa. Jesus Cristo também
advertiu, em Mateus 24.24: "Ainda há de surgir
falsos cristos e falsos profeta, e farão sinais e
prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam
até os escolhidos".

A vinda do anti-Cristo seria precedida por engano e


apostasia. Paulo diz em II Tessalonicenses 2.9: " a
esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de
Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de
mentira". Por isso, irmãos, precisamos ser atalaias,
sempre atentos. Devemos examinar tudo, provar
tudo, como em I João 4.1: "Amados, não creiais a
todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de
Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo
mundo", assim como em I Tessalonicenses 5.21: " mas
ponde tudo à prova...", assim também como em I
Coríntios 2.13: "...comparando coisas espirituais com
espirituais". Temos que ser como os bereanos, em
Atos 17.11: "Ora, estes eram mais nobres do que os
de Tessalônica, porque receberam a palavra com
toda avidez, examinando diariamente as Escrituras
para ver se estas coisas eram assim ". Temos a Bíblia,
que é a Palavra de Deus, como referência única e
verdadeira. Que este opúsculo possa servir de alerta
aos meus irmãos em Cristo, como é dito em Tito 1.9:
"retendo firme a palavra fiel, que é conforme a
doutrina, para que seja poderoso, tanto para exortar
na sã doutrina como para convercer os
contradizentes".

Suplico a todos os que participarem deste


"encontro" que examinem biblicamente cada uma das
ministrações. Revejam suas anotações. Tudo tem que
ser posto à luz da Palavra de Deus. No retiro, não
tivemos tempo para o estudo minucioso, pela
quantidade de palestras que nos foi dada, e pela
proibição de comunicação interpessoal que nos foi
imposta. Peça discernimento ao Espírito Santo de
Deus. Não tenha medo. Isso é sério, irmãos. Não
devemos ser como os descritos em II Timóteo 4.3:
"Porque virá tempo em que não suportarão a sã
doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas
agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os
seus próprios desejos". O pior cego é aquele que não
quer ver.
G12: doutrina ensina que o

homem deve perdoar a Deus

Eles falam de uma "nova consciência", de um deus


que é "fonte geradora de óvulos pensantes e
multiplicadores do bem" e de "códigos sagrados"
como pré-requisitos para uma comunicação genuína
com o Criador. No processo para a libertação das
almas oprimidas, valem os princípios de cura interior
e de técnicas de visualização, com ênfase na
eliminação das emoções negativas através de
estratégias psicológicas. Apesar de tantas alegorias,
as propostas não partem de nenhuma seita ou
movimento declaradamente adepto da Nova Era, mas
estão incluídas em uma espécie de cartilha do
Movimento G12 , que se utiliza do modelo de "igrejas
em células" e cujos adeptos se declaram evangélicos.

O modelo de "igrejas em células" já existe, pelo que


se sabe, há mais de 60 anos, mas o precursor do
movimento na América Latina, ao qual aderiram
algumas igrejas brasileiras, foi o paraguaio César
Castellanos, há pouco mais de oito anos. A "nova
visão", como preferem dizer, é baseada em um
complicado método chamado "Modelo Celular dos
Doze", quando os grupos formados por, no máximo,
12 pessoas de cada vez, reproduziriam o modelo com
o qual Jesus trabalhou, ou seja, com 12 discípulos.

Segundo o próprio fundador do movimento, Cesár


Castellanos, em um de seus livretos para orientação
dos adeptos, a "visão" lhe teria sido dada por Deus,
em 1991, ordenando que, através dele, o modelo
fosse reproduzido no mundo inteiro. Para
Castellanos, a explicação é simples: "Jesus
reproduziu o seu caráter em doze apóstolos e, ainda
que multidões o seguissem, Ele sempre concentrou
sua atenção nos doze", diz.

Pela estrutura do modelo dos 12, não se formam


igrejas da forma tradicional, funcionando com um
endereço, mas sim "células familiares", que vão se
multiplicando, de preferência a partir da adesão da
própria família do formador do grupo.

"É mais fácil obter resultados quando se trabalha


com grupos pequenos. Além de haver uma
descentralização do poder, fora da figura de um
único líder", justifica um anônimo, membro do G12.

Manual proibido e reuniões reservadas para a


cúpula
Mas a verdade é que a estrutura não é tão
democrática quanto parece. Desde a sua formação, o
G12 mantém e manterá, mesmo depois da morte, o
lugar dos 12 escolhidos que formam a cúpula da
igreja. Estes costumam fazer reuniões períodicas,
das quais não participam os membros que estão em
posição hierarquicamente inferior. De acordo com
eles, as orientações da cúpula serão repassadas
pelos líderes de cada célula presentes às reuniões
semanais do G12. Eles também proíbem
expressamente a leitura do Manual do Discípulo –
espécie de livro de doutrinas da organização – por
qualquer pessoa que ainda não tenha participado de
um determinado "encontro com Deus", que se realiza
por três dias em algum ponto do país.

No Brasil, ainda são poucas as denominações


declaradamente evangélicas que seguem o dito
"Modelo Celular dos 12", ou G12 – pelo que se sabe, o
Ministério Internacional da Restauração,
representados por Valnice Milhomens, em São Paulo,
e Renê Terra Nova, no Paraná, seguem a doutrina –
mas já começa a causar preocupação em diversos
líderes evangélicos os métodos e práticas de forte
apelo psicológico e até mesmo ocultistas com os
quais a "nova visão" vem tentando atrair cristãos de
outras denominações.

" Na verdade, o modelo nada mais é do que a


restauração do cristianismo primitivo. E pelo plano
de Deus, ao mesmo tempo em que
experimentaríamos o esfriamento e a apostasia
dentro das igrejas, surgiria também um novo
avivamento – tenta explicar um membro do G12 que,
no seu entender, o novo avivamento consistiria no
novo modelo. Nascido entre membros de uma das
maiores igrejas pentecostais brasileiras, onde
congregou até a juventude, ele prefere não se
identificar, mas diz ter passado cinco dias
participando de um encontro do grupo.

Pela orientação dos praticantes do G12, em sua


página na Internet, a "visão" não deve ser
compartilhada com meros curiosos e críticos
gratuitos, e sim, com os que forem simpáticos a ela.
Mas, segundo eles, melhor mesmo é que essas
pessoas a quem se deseja conquistar sejam recém-
convertidas ou ainda não alcançadas, ou seja: que
nem tenham visão alguma. A cartilha também
aconselha que os seus membros se guardem de
"contaminações e misturas", para que o modelo dos
12 seja preservado.

Para o bispo Renato Andrade dos Santos, da Igreja


Episcopal Apocalipse, de Brasília (DF), a organização
parece ser mais um dos tantos movimentos que se
apresentam como escolhidos por Deus para a
divulgação de uma nova unção.

"No caso do G12, temos informações de que nos


encontros promovidos se cobra uma quantia de 40
reais por pessoa. Chega mesmo a lembrar aquele
método da pirâmide, muito divulgado aqui em
Brasília, tempos atrás, e que enriqueceu muita
gente", destaca.

Teorias e ensinamentos nada cristãos

Semelhante ao que é encontrado nas religiões


ocultistas e movimentos esotéricos, o G12 também
se utiliza de símbolos e modelos fortemente
rejeitados no seio das igrejas evangélicas, como a
chamada "Roda de Oração", que consta do "Manual
do Discípulo - Construindo Relacionamentos".

O modelo é quase idêntico às "mandalas" (símbolo


esotérico) e mapas onde constam os signos do
Zodíaco, e torna complicado o que deve ser simples:
o ensino da Palavra de Deus.

As técnicas psicológicas ensinadas no "Manual de


Realização do Encontro", por sua vez, são de
arrepiar qualquer cristão: pelas regras do G12 , para
que um indivíduo alcance a devida libertação dos
traumas do passado (técnica de cura interior), é
necessário que este tente visualizar o "encontro do
espermatozóide do seu pai com o óvulo de sua mãe".
Depois da visualização de cada etapa de vida – no
útero, durante a gestação, na infância até a idade
adulta –, a pessoa deve perdoar àqueles que
eventualmente tenham lhe causado sofrimento, sem
esquecer ninguém - nem mesmo Deus. "Eles precisam
liberar perdão às pessoas envolvidas em cada fase e
até mesmo a Deus", diz um trecho do manual.

Os líderes do G12 também ensinam que "o novo


homem nasce de uma consciência ajustada e
harmoniosa", que precisa ser alcançada também
através da observância de cinco códigos sagrados
para um relacionamento com Deus: consciência,
invocação, intenção, proposta e juramento. Com
significados estranhos, como na fase da invocação –
"Invoco vossa presença viva, na formação de um
núcleo de óvulos pensantes e multiplicadores do
bem", ou na do Juramento: "Não posso jurar diante
de vós, porque sou terráquea e falível" –, o G12 vem
atraindo para si as análises críticas de muitos
teólogos evangélicos.

A começar pela escolha dos doze apóstolos como


modelos de caráter, eles mostram pelo estudo sério
e aprofundado do Evangelho, os deslizes teológicos
do grupo.

"A Palavra de Deus manda examinarmos tudo, reter,


guardar o que for útil. Mas não devemos julgar a vida
do profeta, mas sim a profecia", diz o escritor e
pesquisador norte-americano Josh McDowell.

De acordo com o pesquisador, todos os doze


escolhidos por Jesus tiveram um caráter diferente
do Senhor e dá exemplos: Judas era um dos doze,
mas traiu a Cristo; o apóstolo João era bastante
ciumento; Pedro, um homem de pouca fé. Além disso,
de acordo com Malaquias 3.6, Hebreus 13.8 e Tiago
1.17, se o Espírito Santo quisesse para os dias de
hoje qualquer modelo, Ele teria deixado escrito,
porém não o fez.
Em um outro livrete do movimento G12, seus
membros afirmam que já está comprovado que
"espíritos demoníacos controlam as vidas,
impedindo-as de se desenvolverem como cristãos
autênticos", daí a necessidade dos retiros
espirituais, que permitem a cada novo crente
experimentar uma proximidade mais genuína do
Senhor e sentir a influência do Espírito Santo no
processo de libertação e cura interior".

Pelo que mostra a Palavra de Deus, o homem nascido


de novo não precisa realizar cura interior ou se valer
de práticas ocultistas para ver respondidos os
anseios de seu coração , pois quando se conhece a
Cristo o novo convertido é liberto pelo poder da
Palavra ouvida (Romanos 10.17; 2 Coríntios 5.17;
Apocalipse 1.5; 21.5; Isaías 43.18,25).

Identificando uma seita

De acordo com as análises de Josh McDoweell e Don


Stewart, publicadas na Revista "Defesa da Fé",
especializada em seitas e novos movimentos
religiosos, a tolerância religiosa deve ser aceita por
todos, porém, o direito de escolher a própria religião
não quer dizer que todas sejam boas. Como exemplo
dos tempos da igreja primitiva citam os saduceus e
os fariseus, que tinham posições religiosas distintas,
mas mesmo assim Jesus não poupou palavras duras a
esses grupos (Atos 5.17; 15.5; 23.8 e Mateus 23.13,
15 e 33).

No artigo, também orientam como uma pessoas


podem identificar uma seita e os quatro caminhos
seguidos por ela. "As seitas conhecem as operações
matemáticas, contudo nunca acertam o resultado",
diz o artigo. O primeiro caminho é o da "Adição" –
quando o grupo adiciona algo à Bíblia, isto é, sua
fonte de autoridade não se restringe somente à
Bíblia –; o segundo, da "Subtração" – quando subtrai
algo da pessoa de Jesus –; e o terceiro, o da
"Multiplicação" – onde crer em Jesus é importante
mas não é tudo. Pregam a auto-salvação, que viria
pelas obras. Às vezes repudiam publicamente o
sangue de Jesus. Pela quarta e última característica
está a da "Divisão" – eles acreditam que não existe
salvação fora do seu sistema religioso. Além disso,
dividem a fidelidade entre Deus e a organização, e
desobedecer a ela equivale a desobedecer a Deus.

De acordo com os pesquisadores, as seitas


pseudocristãs costumam se apresentar como a
restauração do cristianismo primitivo que teria
sucumbido à apostasia, e o novo movimento surgiria
para restaurar o que fora perdido. Outras ensinam
que todas as religiões são boas, contudo será o seu
grupo quem irá unir todas as demais. A Bíblia
também é farta em advertências sobre o risco que a
Igreja do Senhor sofreria durante a apostasia,
quando muitos cristãos abandonariam o Evangelho
genuíno para seguir práticas estranhas. Para lidar
com elas, a Palavra de Deus é definitiva: fuja
correndo de sua presença. (Mateus 23.13-15).

"Eles precisam liberar perdão às pessoas envolvidas


em cada fase e até mesmo a Deus" (Trecho do
Manual de Realização do Encontro).
Drogas Espirituais 2000

MARY SCHULTZE

A palavra "conversão" é a mais sonora de todas as


que são usadas nos movimentos de caráter
evangélico que têm surgido ultimamente, afastando
os participantes do legítimo "Evangelho da Cruz de
Cristo" em direção a um "evangelho de poder
espiritual".

Até hoje não existe uma só pessoa que, tendo


passado por uma lavagem cerebral, possa admitir
essa realidade. Daí por que as vítimas da lavagem
cerebral muitas vezes se transformam em
importantes divulgadoras dos movimentos que usam
essa técnica reprovável.

Os organizadores desses "movimentos de poder",


também conhecidos como "grupos", têm usado
expressões ou idéias bíblicas, a fim de se
apresentarem como "espinafres salvadores" dos
pobres "crentes sem poder". Esses grupos chegam a
usar o número dos "12 apóstolos", também dos "70
discípulos" que saíram a pregar, dos "120 discípulos"
que estavam no cenáculo no Dia de Pentecostes, e
até mesmo dos "500 irmãos que viram Cristo subir
aos céus". A ambição de poder econômico e religioso
não tem limite e os crentes mal informados,
afastados da oração e da leitura bíblica diárias, vão
caindo nessas armadilhas perigosas e se entregando
nas mãos desses falsos profetas, que trazem a
apostasia para dentro das igrejas de Cristo, em
nome de um "espírito santo", que é o seu "office
boy".

Os organizadores desses "encontros" costumam usar


os três estados de inibição transmarginal
identificados pelo cientista russo Pavlov (que usava
cães em suas experiências), a fim de processar o
condicionamento de suas cobaias. São eles: O estado
equivalente, o estado paradoxal e o estado
transparadoxal.

Levando os participantes ao trânsito relâmpago em


cada um desses estados, a conversão às suas
doutrinas se torna rápida, consistente e definitiva.
A lavagem cerebral executada através da música
ritmada e repetitiva, da repetição de frases ou
palavras de efeito (mantra), da leitura de trechos
bíblicos fora do contexto, deliberadamente
escolhidos pelos organizadores desses "encontros",
conduzem os participantes a um estado mental de
aceitação de suas doutrinas. As vítimas desses
"encontros", realizados geralmente em fins de
semana, em lugares ermos propositadamente
escolhidos para esse fim, entram facilmente em
"estados alterados de consciência", chegando à
"regressão ao útero materno", e à "viagem fora do
corpo", agindo como todas as pessoas que passaram
por um estado de hipnose.

Os jargões padronizados - como por exemplo: "Deus


é tremendo!", ou então, "Direi ao Norte: Dá!"-
depressa induzem os participantes ao transe
hipnótico, deixando-os num estado de excitação e
expectativa, às vezes até num estado de euforia,
mais que depressa atribuído ao Espírito Santo.

Quando o preletor começa a mostrar os terrores


demoníacos que rondam o ambiente, prometendo-
lhes, em seguida, uma solução, os participantes se
entregam logo nas mãos do mesmo, como se ele
fosse o próprio Salvador, em nome de quem está
pregando. O efeito é imediato. Muitos daqueles
condicionados mentais começam a cair para trás, a
falar línguas estranhas, a rir descontroladamente, e
até mesmo a se arrastar pelo chão, como minhocas
espirituais nas mãos dos "pescadores de almas".
Tudo isso porque ignoram que "Deus não é de
confusão", que o Espírito Santo não é um "hippie" e,
portanto, nunca age numa mente perturbada por
mecanismos psicológicos. O que aí acontece é uma
CATARSE, que leva os participantes a extravasarem
suas emoções reprimidas, desejando transformar-se
em "novas criaturas", muitos deles até mesmo
recebendo uma cura imediata para os seus males
psicossomáticos.

Como esses "encontros" sempre acontecem em


lugares ermos, longe das confusões do mundo, os
participantes, já condicionados às instruções dos
preletores, num quadro "orwelliano", transformam-
se em "robôs" espirituais manipulados pelas mãos
desses MULTIPLICADORES DE SONHOS, ou
melhor, falsos profetas, sentindo-se na obrigação de
obedecer cegamente as suas instruções, porque já
ouviram mil vezes o versículo bíblico: "obedecer é
melhor do que sacrificar".

O jejum e a frugal alimentação à base de frutas e


legumes é imprescindível para facilitar o
condicionamento. Os "robôs" sentem-se fisicamente
mais leves e espiritualmente mais acesos,
transformando-se em verdadeiros "budas"
evangélicos, atingindo facilmente o estado "ALFA",
quando tudo aceitam com passividade. A música
ritmada, os jargões, a iluminação apropriada para os
condicionamentos, os jogos de cena carregados de
atração indutiva e ao mesmo tempo indiscerníveis,
são os aliados dos organizadores desses "encontros",
os quais sempre conseguem o que desejam. No final
do dia, os participantes foram levados a uma
atividade "espiritual" tão intensa, que o cansaço
físico e mental foi aumentando compulsoriamente e
por isso desabam sobre os colchões (com ou sem
pulgas), por não conseguir pensar em coisa alguma
que não seja atingir o desejado "nirvana". Dormem
para esquecer o cansaço, os medos, as frustrações,
os complexos de culpa. Contudo, as mensagens
subliminares que lhes foram impingidas continuam
atuando em suas mentes, mesmo porque o cérebro
nunca dorme.

Após 48 horas de treinamento intensivo, os


organizadores dos "encontros" já conseguiram
provocar o que se chama "redução da vigilância", que
é uma espécie de colapso nervoso provocado pela
exaustão física e mental, pela dieta adequada aos
propósitos dos organizadores, fatores que reduzem
o grau de vigilância. Então os participantes entram
no segundo estágio, que é a "confusão programada".
Ela é exercida através do excesso de informações
dirigidas, de leituras bíblicas escolhidas para esse
fim, e de discussões entre os participantes,
obviamente vigiados pelos preletores do "encontro".
Nesse estado de confusão mental, a realidade e a
fantasia se misturam de tal maneira que o
participante regride à infância, quando o pai/mãe
representavam o seu único deus. Finalmente vem o
terceiro estágio, que é a "parada do pensamento". Aí
tem-se o esvaziamento da mente consciente,
possibilitando - aos organizadores do "encontro" -
um controle total dos participantes, que é a sua
meta principal! Esse método tem sido usado pela
Ordem Jesuíta desde o século 16, com os exercícios
espirituais de Inácio de Loyola.

A meditação nas palavras ouvidas, os cânticos


repetidos, as leituras bíblicas fora do contexto,
escolhidas para o fim desejado, já se fixaram na
mente de cada "robô" espiritual ali presente. É então
que ele, já "convertido" e, portanto, transformado
em "nova criatura", parte para o mundo, a fim de
divulgar que "o encontro é tremendo!" e aliciar
muitos analfabetos bíblicos para outros "encontros",
que vão crescendo em número de adeptos, à medida
em que no coração das vítimas já decresceu o
legítimo valor espiritual, e cresceu o "poder", que o
conduzirá ao próprio endeusamento. Isso é ou não é
um "encontro de Nova Era"?

O Evangelho de Cristo está carunchado por causa


desses movimentos perigosos, que aparecem em
todos os quadrantes do globo. Aqui no Brasil temos
um desses movimentos, importado diretamente da
Colômbia, a maior exportadora de cocaína do
planeta, que o direcionou a Manaus, a grande
receptora de drogas, a terra dos "deuses" indígenas.
Suponho que essa droga seja bem mais letal do que a
cocaína e lamento pelos seus consumidores!

Todos falam em reavivamento espiritual, mas


ninguém conhece realmente o significado desta
expressão. Ninguém se dispõe a levar em conta os
mandamentos da Bíblia, que nos ensinam a viver uma
vida santa e reta diante de Deus e dos homens, a
ajudar os irmãos em dificuldade, a pagar as contas
em dia, a dar, enfim, um verdadeiro testemunho
cristão. O que agora interessa ao crente
biblicamente acéfalo é possuir um poder espiritual
"hulquiano", para se apresentar como um
"supercrente" diante da concorrência enorme que
tem surgido ultimamente. Sem um sólido
embasamento na pura, santa e infalível Palavra de
Deus, jamais haverá qualquer tipo de reavivamento
neste país. Aumenta rapidamente o número de
evangélicos, com o decréscimo da qualidade do
evangelho praticado.

Infelizmente, o Evangelho de Cristo já não


representa o "poder de Deus para salvação de todo
aquele que crê", mas o "poder do crente para a
obtenção de tudo aquilo que quer".

Mary Schultze é pesquisadora de religiões.

D. Mariquinha foi ao "Encontro"

MARY SCHULTZE

D. Mariquinha, uma senhora aposentada de 60 anos,


com ótimo embasamento intelectual e teológico,
alistou-se entre as ovelhas que seguiam para o
"encontro" (uma espécie de matadouro psicológico),
achando que iam em busca de um ilimitado "poder
espiritual".
Em sua igreja houve um tremendo "lobby" em favor
desse "encontro". O pastor queria encher a igreja,
de qualquer maneira, e os promotores haviam lhe
prometido que se ele se tornasse um "semeador de
sonhos" sua Igreja passaria de 200 para 2.000
membros, em poucos meses. Afinal de contas, dizia o
promotor do tal encontro, seu carro tem 10 anos de
uso e o irmão, com a igreja lotada, poderá "ceifar"
um "Mercedes Benz 300" rapidamente, porque Jesus
"veio para dar vida em abundância, através da fé que
transforma os sonhos em realidade" e nesse
"encontro" recebe-se o passaporte para a dimensão
espiritual do "Rhema" onde todo sonho logo se
materializa.

D. Mariquinha foi e as coisas aconteceram mais ou


menos assim:

1. Viagem de ônibus lotado, com todos os


participantes em clima de euforia, quase
idêntica àquela dos torcedores do Flamengo, em
dia de "Fla-Flu".
2. Palestra ministrada por um preletor já
"condicionado" em "encontros" anteriores e
habilitado para agir "com mais poder do que o
próprio Cristo", ensinando como todos os que ali
se encontram poderão receber também esse
poder "he-man-ista". Exatamente como Jacó
recebeu na ida e na volta de Harã, lutando com o
Anjo de Deus e vencendo, porque uma perna
coxa era o mínimo, comparado à "fartura
espiritual" recebida no vau do Jaboque.
3. D. Mariquinha recebeu a promessa de que ao
participar do "encontro" estava se capacitando a
ser "um guia de multidões". Todos os que ali
estavam iriam ficar libertos da cegueira
espiritual, distanciando-se das coisas terrenas e
voando para o alto.
4. Lá pela quinta palestra do "encontro", D.
Mariquinha foi induzida a fazer "regressão
espiritual" e, em seguida, "visualização", o que
ela fez de mentirinha, para não chamar a
atenção dos "espias do encontro", que ali se
postavam, a fim de observar se havia algum
mágico rebelde (tipo Janes e Jambres) no meio
dos participantes.
5. D. Mariquinha teve de confessar todos os
pecados a um hippie, ali presente. Só que ela
contou umas faltinhas bobas, porque seus
pecados ela confessava mesmo era a Deus,
diariamente, antes de se deitar, e depois de ler
a sua amada Bíblia "Fiel" ao "Textus Receptus",
uma tradução da King James, que é a melhor de
todas. Quando o preletor veio ungi-la com "óleo
santo", ela sentiu um tremendo cheiro de azeite
de oliva e, como é perita em cosmetologia,
pensou: "se pelo menos eles tivessem usado uma
boa fragrância de rosa oriental combinada com
lavanda suíça, que juntas dão um cheiro de
manga rosa brasileira, seria bem melhor do que
esse ranço de salada... Mas isso custa caro!"
6. Agora era a vez de "visualizar" a vida de Jesus.
D. Mariquinha, que fora católica por mais de 40
anos, viu logo que aquilo era uma cópia exata das
"vias sacras", que era obrigada a fazer,
antigamente, sendo que na semana santa tinha
de fazer todo dia, a fim de receber indulgências
e se livrar das penas do purgatório. Ela pensou:
"Enquanto o Pe. Marcelo copia os evangélicos
neo-pentecostais no rebolado, os neo-
pentecostais copiam o catolicismo nas doutrinas
mitológicas e no ocultismo de Loyola".
7. Quando chegou a hora de queimar, na imaginária
fogueira, todos os símbolos de Nova Era, ela
pensou: "ora bolas, isso aqui é um legítimo
encontro novaerense. Então, como eles podem
mandar queimar os seus próprios símbolos?...
Isso é casa dividida!"
8. Na hora de receber o "batismo no Espírito
Santo", D. Mariquinha, sabendo que já o
recebera ao aceitar Cristo como Salvador e
Senhor de sua vida, não conseguiu falar em
línguas estranhas, mesmo porque não lhe
interessava virar poliglota depois de velha!
Quando o preletor deu-lhe um suave empurrão
na testa, nossa velhinha rebelde caiu "de
mentirinha", de costas, e ficou atenta,
esperando o "filme" acontecer.
9. Mais tarde, quando ia andando pelo jardim do
casarão usado para o "encontro", ela viu um
garoto com olhos esgazeados, gesticulando,
gritando, se torcendo e repetindo o tempo
inteiro: "o encontro é tremendo! Eu quero é
Deus!". Esse garoto fora sem dúvida
condicionado pelos preletores, através de
tantos chavões repetidos paulatinamente, de
tantos "efeitos especiais" de luzes, cânticos e
trechos bíblicos fora do contexto, usados para
indução dos participantes. Ela pensou: "Meu
Deus, isso é apostasia berrante!"
10. Agora chegara a hora do culto final, na
igreja ali perto. Todos cantavam, batiam palmas,
dançavam, gesticulavam, se "desvairavam" em
nome de Jesus, exatamente como foliões em
desfiles de carnaval. As duas frases mais
enfatizadas nesse encontro foram: "obedecer
cegamente" (aos guias) e "não falar sobre as
suas particularidades com estranhos", mesmo
porque se as "novidades" forem divulgadas os
organizadores/semeadores de sonhos não
poderão encher suas igrejas e,
consequentemente, os seus bolsos.
11. Saindo dali, quase todos se transformarão
em "harekrishnas" evangélicos, sentindo-se na
obrigação de promover o "encontro".
12. Quem lê, estuda e pesquisa a Palavra de
Deus não cai em armadilhas desse tipo. Esse
movimento, conforme citação de um líder
evangélico psicanalista, muito conceituado, é
uma espécie de ressurreição da "Igreja do
Povo", de Jim Jones. E todos devem se lembrar,
ainda, do que aconteceu com as centenas de
robôs espirituais desse falso profeta, na
famigerada tragédia da Guiana. Ah! logo depois,
D. Mariquinha foi excluída de sua igreja por não
ter apreciado o "encontro"...

O pior é que, só de escrever sobre esse "encontro",


que tanto enfatiza o número 12, eu já estou ficando
"duziomaníaca"!

Mary Schultze é pesquisadora de religiões.

O Vidente

MARY SCHULTZE

Acabei de ler os 4 primeiros capítulos da primeira


parte do livro autobiográfico de um pastor
colombiano. Eles são um resumo feito pelo
pesquisador Roberto César, que esteve no
comentado "Encontro" do Movimento G-12, o que me
fez recordar o que escrevi e foi publicado no jornal
"O Diário" desta cidade, edição de 27/07/98, a
respeito de um jovem superdotado de Fortaleza, que
teve experiências "espirituais" semelhantes àquelas
pelas quais tem passado o fundador do Movimento G-
12.
Vou relatar algumas das experiências vividas pelo
cearense Ricardo, conforme li na revista "Ultimato"
nº 253.

Ricardo nasceu em Fortaleza e nos primeiros dez


anos de vida já se mostrava um garoto prodígio.
Quando entrou na adolescência já estava envolvido
em altas pesquisas científicas e no Departamento de
Selenografia (estudo da Lua) da Sociedade
Astronômica de Fortaleza, e junto com o seu
professor e amigo, o famoso astrônomo Rubens de
Azevedo, auxiliou a NASA em alguns problemas
espaciais. Fazia pesquisas de Física, Química e
Biologia em seu laboratório caseiro, que fora
organizado quando ainda era menino.

Desejando conhecer profundamente os mistérios do


universo, ingressou no Espiritismo (Kardecista),
depois no Rosacrucianismo e também no Colégio dos
Magos. Lia muito, estudava, pesquisava e se tornou
um perito em Ufologia. Conversava com ETs, fazia
viagens siderais (fora do corpo) e o seu companheiro
constante e "espírito guia" era um homem de pele
escura, provavelmente um demônio hindu, que
sempre trazia na mão um estranho objeto metálico
não identificado.
Ricardo ajudou a criar a Associação Brasileira para a
Era de Aquário, em Brasília, e tentou iniciar a
Confederação Brasileira de Ufologia. Foi professor
em muitos congressos, seminários, cursos de
"evolução espiritual" projeção astral, visão de aura,
telepatia, etc. e era sempre considerado um perfeito
erudito em tais assuntos. Seu guia espiritual, que a
princípio se mostrara manso e cooperador, agora
havia se transformado num verdadeiro déspota,
espécie de "papa astral", que lhe dava ordens
grotescas, arrebatava-o para os lugares mais
bizarros, nos momentos mais inoportunos. Certa vez,
quando descia de um ônibus, foi arrebatado para um
lugar escuro, feio e estranho, de onde logo
regressou. As vozes que ouvia constantemente, as
visões esotéricas interplanetárias, a sensação da
perda de constante energia, a qual lhe era sugada
pelos "seres astrais", tudo isso ia deixando o jovem
Ricardo combalido, triste, ansioso e tremendamente
infeliz, ainda na casa dos vinte anos de idade.

Foi aí que um primo seu, conhecido por viver se


gabando de ser um ateu convicto, converteu-se ao
evangelho do Senhor Jesus Cristo e começou a
evangelizar Ricardo. Ele ria da coragem daquele
primo de enfrentar uma sumidade esotérica como
ele se julgava, debochava da Bíblia - esse livrinho
tolo, cheio de lendas - e assim foi levando a sua vida
interplanetária e infeliz. Até que o primo, irmão do
primeiro e com a mesma idade, converteu-se também
a Jesus Cristo. Ricardo ficou admirado. Que família
mais tola... Convertendo-se, assim, a uma religião de
crentes fanáticos, sem cultura!

Depois de várias tentativas de evangelização da


parte dos primos, ele aceitou de presente uma Bíblia
e um desafio: iria ler o Livro sem preconceito,
desejando conhecer a verdade, que ele porventura
encerrasse. No mesmo dia, largou o Livro num canto
e esqueceu a promessa. Até que um dia, atormentado
pelos seus visitantes astrais, pegou a Bíblia e foi
lendo, lendo, lendo. Gostou e no dia seguinte voltou a
ler. E foi lendo, lendo, lendo. Até que se convenceu
de que: "...a sabedoria deste mundo é loucura diante
de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na
sua própria astúcia" (1 Co 3:19) .

Ia lendo a Bíblia e conferindo-a com os seus estudos


paleontológicos e vendo o quanto ela é perfeita,
infalível e realmente inspirada por Deus. Na 2 Pedro
1:16-17 e 2 Timóteo 3:16-17, Ricardo encontrou a
razão da perfeita infalibilidade da Palavra de Deus.
Dobrou os joelhos diante d'Ele, confessando que era
um pecador corrupto e miserável, sem justiça
própria, e não um semideus como Satanás tem dado a
entender, desde a tentação do Jardim do Éden.
Converteu-se, como os dois primos.

Hoje é oficial numa Igreja Batista, no centro de


Fortaleza. Ricardo é feliz, muito feliz. O "seu
espírito guia" sumiu depressa. A Bíblia diz que:
"...Aquele que é nascido de Deus... o maligno não lhe
toca" (1 João 5:18). Agora Ricardo é um filho de
Deus. As pessoas sempre dizem que "todos são
filhos de Deus", mas não é verdade. Sem Jesus
Cristo, "todos são filhos do Diabo", palavras do
próprio Senhor. Infelizmente o Diabo usa a sua
astúcia para atrair as pessoas mais inteligentes.
Promete-lhes riqueza, fama e poder... quando elas
estão numa boa, o Diabo puxa o tapete e as derruba.

Geralmente os seguidores de Lúcifer não vivem


muito. Ele tem medo que essas vítimas do engodo se
convertam de repente e não mais venham fazer-lhe
companhia no Lago de Fogo, onde o cheiro de ovo
podre (H2SO4) é insuportável e eterno.

Mas, voltando ao vidente Caçalhamas, ele conta no


capítulo primeiro do seu livro, que após a leitura da
Bíblia estava procurando a melhor maneira de ser
purificado, quando, certa noite, "sentiu a
necessidade de ter um encontro face a face com
Jesus" (pág.13). Mais tarde após ter confessado a
Deus todos os seus pecados e chorado muito, ele " viu
uma mão aberta penetrando em sua cabeça e
descendo até a planta dos pés de forma carinhosa e,
à medida que o fazia, o fardo do seu pecado
desaparecia... havia nascido de novo! " (pág.14). Após
ter freqüentado, durante 5 meses, uma pequena
congregação evangélica, ele conta que certa noite
quando estava orando, Satanás começou a
apresentar-lhe imagens de sua conduta passada, com
as quais ele ia se deleitando... Até que uma voz forte
como de trombeta lhe falou: "se te apartares de
mim, cortarei a bênção que tenho para ti e para os
teus" (pág.15). Ele entendeu que se tratava da voz
de Deus. Então fez um pacto dizendo o seguinte:
"Senhor, se tu vires que algum dia vou te falhar e me
apartar dos teus caminhos, peço-te com toda a
minha alma, antes que isso aconteça, me leves, pois
prefiro estar na tua glória, que viver neste mundo
com a vergonha de ter falhado para contigo " (pág.
15).
No capítulo 2, o vidente afirma que Satanás tentou
fazê-lo pensar negativamente, porém resolveu
assumir a grande tarefa de evangelizar, a qual lhe
fora confiada por Jesus. Procurou respaldo bíblico
na vida de Moisés (pág.17). Diz o Pastor que "no
desafio do chamado o nome de Jesus equivale a
dinamite: tem poder e autoridade quando O
invocamos". Ele também entendeu, apoiado na
esquiva inicial de Moisés o seguinte: " Quando Deus
faz um chamado, Ele está plenamente consciente de
quem chama e porque o faz. Ao conhecer esta
história compreendi que existia um chamado do
Senhor feito de forma direta em minha vida. Um
ministério de grande magnitude me esperava " (pág.
18).

Parte 2

No capítulo 3, o vidente Caçalhamas começa a


"sonhar". Leu um livro de Kim Woo-Choong, fundador
do Grupo Daewoo, intitulado "O Mundo é dos
Sonhadores". Ele diz que Neemias ao ficar inteirado
da situação do seu povo em Jerusalém, começou a
agasalhar em sua mente um sonho e uma visão.
Mesmo com uma situação totalmente contrária
Neemias começou a ter a "visão" de restaurar e se
deixou "engravidar" por essa visão (pág. 19) e que
Deus age nos dias atuais do mesmo modo,
inquietando muitos escolhidos e respondendo dentro
de uma "visão" por Ele concedida...

Depois dessa experiência com Jesus, o vidente


começou a evangelizar nas ruas de sua cidade e teve
oportunidade de pastorear pequenas igrejas. A
última delas, com apenas 30 membros, após um ano
do seu pastorado alcançou 120 membros. Contudo,
ele se aborreceu com a inconstância dos membros e
renunciou ao pastorado. Depois de 4 meses de
desemprego, certa noite, enquanto se balançava
numa rede à beira mar da costa atlântica
colombiana, teve uma visão a qual é descrita da
seguinte maneira: "senti a presença de Deus como
nunca antes havia experimentado. Naquele dia a sua
voz se fez ouvir no profundo do meu ser: 'sou Ancião
de Dias! Prepara o teu coração em adoração porque
vou te usar'. Naquele momento entrei num nível de
adoração muito mais intenso, diferente do que eu
estava acostumado. Rendi cada átomo de minha
existência ao Senhor e logo escutei-O dizer: 'vim
mover o teu assento'. Aquietei-me, esperando que
Ele o fizesse, porém como não acontecesse, eu
mesmo comecei a me mover até que escutei
novamente a sua voz dizendo-me : 'eu posso mover o
teu assento, porém prefiro fazê-lo através de ti.
Coloquei-te como pastor. Sonha, sonha com uma
igreja muito grande porque os sonhos são a
linguagem do meu Espírito. Porque a igreja que hás
de pastorear será tão numerosa como as estrelas do
céu e como a areia do mar que de multidão não se
poderá contar'" (págs.19 e 20).

O vidente prossegue afirmando que nesta noite o


Senhor lhe perguntou: "que igreja gostarias de
pastorear?" Diz que ficou quieto e começou a
observar a areia do mar e o milagre aconteceu: " vi
como que cada partícula da areia se convertesse em
uma pessoa". O Senhor tornou a perguntar-lhe: "que
vês?". O Pastor respondeu: "vejo centenas de
milhares de pessoas". Então Deus replicou: "Isso e
mais te darei, se fizeres minha perfeita vontade "
(pág. 21).

No mês seguinte ele fundou uma igreja, na sala de


sua própria residência, com apenas oito pessoas - a
qual se chama hoje, Missão Carismática
Internacional (MCI). Quando esta já contava com 30
membros o Pastor começou a desenhar o " seu plano
estratégico". Enfrentou alguns problemas, ficou
muito inquieto, orou e logo o Senhor lhe respondeu
com estas palavras: "segue fazendo teus planos que
eu me encarrego de desbaratá-los" (pág. 21).
Observação: Jesus estava prometendo
"desbaratar" os problemas ou os planos do
vidente? Não entendi bem o que ele quis dizer...

Mais tarde, novamente o Senhor iria perguntar-lhe:


"Que queres e em quanto tempo o queres?" Ele
então começou a traçar alvos e sempre que ficava
atrapalhado o Senhor lhe dizia: " Porque certamente
te abençoarei de tal modo que tu mesmo ficarás
assombrado e me dirás: Basta! " (pág. 21).
Observação: Aqui vemos que o 'Pai Nosso' perdeu
o significado, pois Jesus já não diz: "seja feita a
tua vontade", mas: que queres que te faça? Será
que esse não é "o outro Jesus?" Afinal de contas,
ele está negando a Bíblia! O vidente compara a
ação de sua Missão com todas as coisas criadas por
Deus, afirmando que: "Deus SONHOU, depois
PLANEJOU, DESENHOU e EXECUTOU". Por isso,
garante que Deus é um SONHADOR! (pág. 22).

Depois disso, ele conta que certa noite estava


sentado no piso de um auditório com capacidade para
120 pessoas. Começou a "sonhar" e logo pôde ver as
pessoas entrando e superlotando aquele auditório,
fazendo filas para ali entrar, por isso ele foi
obrigado a dividir a reunião em dois cultos... e
indaga: "haverá impossível para Deus?" Foi aí que
descobriu que todo o dilema habita dentro de nossa
própria mente e que precisamos atrever-nos a
"sonhar" (pág. 22). Observação: Esta teologia de
pensamento positivo é típica de pastores como:
Norman Vincent Peale, Kenneth Hagin, Peter
Wagner, Benny Hinn, e outros, que têm
enriquecido à custa dos "sonhos" mirabolantes
plantados nas mentes dos membros de suas
igrejas...

No capítulo 4, cujo título é "Amadurecendo no


Deserto" o autor do livro começa enfatizando a
necessidade de passar pelo deserto para adquirir
maturidade. Ele diz que passar pelo deserto equivale
a enfrentar provas, dificuldades, e também
pressões, as quais só podem ser superadas, quando o
crente mantém firme o olhar em Jesus (Hebreus
12:2).

Porém, estranhamente, ele começa a falar de


experiências fantásticas por ele vividas, o que nos
leva a pensar que este capítulo deveria ter como
título: "florescendo no deserto". A partir daí, ele
começa a descrever os ataques de Satanás à sua
vida. Descobriu que Satanás andava buscando alguma
debilidade em seu recôndito, uma espécie de
"calcanhar de Aquiles", através do qual pudesse
neutralizar a sua consagração ao Senhor (pág. 24).

Diz ainda que numa tarde, após ter-se dedicado à


oração, abriu os olhos e notou uma densa escuridão
ao seu redor. Percebeu que estava flutuando, olhou
para baixo e viu um profundo abismo repleto de
demônios que se moviam como autômatos, em meio às
trevas. Quando achou que ia despencar naquele
tenebroso lugar, uma voz lhe falou : "se tu cais,
qualquer um dos demônios que viste te tomará e te
levará a um lugar mais profundo, onde ficarás até
que sejas julgado". No mesmo instante, ele clamou ao
Senhor e sentiu que uma força o segurou pelos
braços e o levantou. Então, ouviu uma voz,
trovejando: "Ainda não chegou a hora!". Caiu no chão,
de volta ao corpo, completamente molhado de suor.
(p. 24). Observação: isso é um perfeito exemplo
de projecionismo (ou levitação), fenômeno muito
comum aos sacerdotes jesuítas ocultistas, como
Inácio de Loyola, fundador da Ordem Jesuíta.
Em geral acontece quando alguém está drogado ou
então levado ao estado Alfa, quando, muitas
vezes, está possuído por espíritos malignos!
Muitos santos católicos apresentaram esse
fenômeno, inclusive com chagas no corpo, o que
tem levado os seus devotos à crença de que eles
são "milagrosos", quando, na realidade, são
vítimas de forças ocultas.

Parte 3

O vidente conta ainda que numa tarde, enquanto


conversava com um amigo de infância, no terceiro
andar de uma "casa de café", esta desabou. Os
escombros o sepultaram. Sentiu o espírito se
desprender do corpo. Observação: Outra viagem?
Ele viaja mais do que o papa JP2! Foi então que se
lembrou da voz que havia lhe dito: " Ainda não chegou
a hora" e, apoiado nesta frase, clamou pelo nome de
Jesus, e, desse modo, pôde retornar são e salvo ao
corpo, com ferimentos leves que exigiram apenas
quinze pontos de sutura (pág. 25).

Ele conclui esta experiência, dizendo: " Bastou-me


pronunciar o nome de Jesus para que a parte
espiritual se ligasse com a física, podendo assim
remover os escombros" (pág. 25).
Em outro episódio ele conta que um homem, o qual,
segundo ele, estava totalmente endemoninhado, deu-
lhe uma punhalada. Nessa hora ele viu, como num
filme, sua vida passar pela mente. Tudo aquilo que
havia feito de bem e de mal foi visto nesse filme.
Caiu no chão, mas seu espirito permaneceu flutuando
e observando o que se passava ao redor. Foi quando
ele se viu rodeado de milhares de anjos, que
formavam um túnel angélico, com os anjos indo e
vindo, num trânsito infinito. Esses seres angélicos
entoavam hinos de adoração numa língua estranha.
Nesse ponto, o vidente caiu em si, reagindo contra
aquela visão. O fato de saber que estava indo para
Deus de mãos vazias, aliado ao desejo enorme de
fazer algo grandioso para o Senhor, levou-o a orar,
rogando a Deus para não ser vencido pela morte. Ao
encerrar a oração, abriu os olhos e viu que estava de
volta ao corpo (págs. 25 e 26). Observação: Foi
mais uma experiência fora do corpo, fenômeno
apresentado por alguns santos católicos e
ocultistas, porém jamais atribuído ao Senhor
Jesus Cristo...

Depois dessa experiência tão gloriosa, o vidente


finaliza o capítulo 4, da primeira parte do seu livro,
dizendo que "Deus usa métodos incríveis para acabar
com qualquer coisa que impeça o crescimento dos
seus servos: orgulho, auto-suficiência, debilidade,
caráter impulsivo, etc.". Afirma, ainda, que se não
passarmos pelas provas jamais poderemos descobrir
o horizonte de bênçãos que nos esperam (pág. 26).
Observação: A Bíblia nos comanda a obedecer as
palavras de Jesus Cristo, a fim de provarmos o
nosso amor por Ele e, consequentemente, sermos
abençoados (João 14:23).

Paulo já dizia no seu tempo que "os dias são maus..."


(Efésios 5:16). Ele se referia ao Gnosticismo, que
estava tentando neutralizar a obra redentora de
Cristo, colocando o homem na posição de um
semideus, através do conhecimento espiritual.
Infelizmente, sob a capa de evangelho, muitas
doutrinas espúrias têm surgido ultimamente, nas
igrejas ultra-pentecostais, em busca de poder do
alto, sem atentar no fato de que " quando estamos
fracos então é que somos fortes" (2 Coríntios
12:10).

Foi quando buscava poder e sabedoria que o jovem


Ricardo se entregou nas mãos dos "espíritos guias",
os quais, no princípio, pareciam amistosos e benignos,
para mais tarde começarem a exigir dele o
impossível, tratando-o na base da "chibata
espiritual", a fim de conduzi-lo ao desejo de suicídio.

Um jovem membro da Igreja à qual pertenço, após


ter participado do "Encontro" promovido pelos
líderes da MIR, abandonou a congregação, passando
a fazer parte de uma igreja ultra-pentecostal, onde
está entregue de corpo e alma aos líderes do
Movimento. Há poucos dias, numa fria madrugada,
ele precisou ser socorrido pelos pais, após um ataque
de histeria, durante o qual agitava os braços e
clamava em alta voz que estava conversando com
anjos... Observação: Em Mateus 7:15-23, Jesus
nos adverte contra os falsos profetas, que
surgirão nos últimos tempos. Paulo também nos
adverte, na 1 Timóteo 4:1, que muitos darão
ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de
demônios e ainda, na 2 Timóteo 4:3-4, sobre os
doutores que pregarão doutrinas conforme as sua
próprias concupiscências... Precisamos então, nos
agarrar cada dia mais à Palavra de Deus e menos
aos modismos estranhos que têm penetrado em
nossas igrejas.

Como leitora assídua da Bíblia e pesquisadora de


religião, devo confessar que nunca me passou pela
cabeça o desejo de receber qualquer poder do alto,
além do que já me foi concedido, desde que aceitei
Jesus Cristo como meu único, total e suficiente
Salvador. Sei que a Sua Palavra me ensina, conforta
e me dá todas as coordenadas para viver uma vida
feliz e abundante e, portanto, devo contar somente
com a Bíblia em todos os momentos de minha vida
cristã, porque ela jamais falha, visto como é " o
poder de Deus" para salvar, conservar na fé e levar
à santificação de nossa alma.

Mary Schultze é pesquisadora de religião.

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