aspectos que considerei relevante. Emiti algumas opiniões neste estudo, mas o texto básico não é meu e sim de um irmão de Brasília/DF.
Que ele sirva de alerta e que você possa refletir
nele com bastante amor e carinho.
Fique na paz!
Pr. Léo
FAZER A DISSERTAÇÃO EM 10 PÁGINAS.
Somente neste assunto, concordando ou discordando. Encontro ou Desencontro?
Introdução
O Encontro é Tremendo!
Esta é a frase mais ouvida ultimamente nos salões
dos templos evangélicos, sejam eles pentecostais ou tradicionais. O mais novo chavão evangélico pode ser visto em camisetas, adesivos para carros, painéis decorativos, e principalmente na ponta da língua de diversos crentes. Ecoa como um brado de vitória, como um grito de guerra, capaz de fazer o mais simples dos cristãos se transformar no Super- Homem do avivamento. Para os que ainda não foram atingidos por esta nova onda, trata-se do aspecto principal do Modelo dos Doze, a nova visão para a Igreja em Células, preconizado pelo Pr. César Castellanos Dominguez, da Colômbia.
Neste pequeno relato conto a minha experiência de
participação deste evento chamado Encontro, trazendo a público todas as suas principais características. Não fiz nenhum pacto com ninguém. Tenho o compromisso, como cristão, de trazer à luz, e desbaratar tudo o que se apresenta nocivo ao povo de Deus. * Além disso a Bíblia nos diz que “Aquilo que ouvimos e aprendemos, aquilo que nos contaram os nossos pais, não encobriremos aos nossos filhos; contaremos a vindoura geração, os louvores do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez.”
O apego à Palavra de Deus, o discernimento, o
equilíbrio, e a observação, impediram o meu envolvimento emocional, o que permitiu a avaliação cuidadosa de cada um dos seus aspectos. Do mesmo modo, o meu amor ao Senhor e a meus irmãos me impediram de manter sigilo sobre as sutís e perigosas doutrinas que ali são ministradas. Jesus disse em Mateus 10.26: "Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de ser descoberto, nem oculto que não haja de ser conhecido". Espero que aqueles que estão tendo oportunidade de ler este relato possam, à luz da Palavra de Deus, refletir e tirar as conclusões devidas de cada ponto nele apresentado. Os fatos antecedentes
Durante dias a Igreja da qual sou membro foi
inundada e fortemente bombardeada pela frase "O Encontro é tremendo". Alguns poucos irmãos, juntamente com os pastores da igreja, que já haviam participado deste Encontro, promovido por outras igrejas, foram os protagonistas de tão intensa e exaustiva afirmação. Esta frase martelou diariamente a cabeça de todos. A promessa de um encontro face a face com Deus aumentava mais e mais a expectativa. O segredo quanto ao seu conteúdo, guardado a sete chaves, o tornava mais atraente e desejado. Ainda seria necessário passar pelo Pré-encontro, o qual consistia de quatro palestras preparatórias. Durante estas palestras foi pedido a todos sigilo absoluto quanto a tudo que iriam ouvir e ver a partir daquele momento.
O Pré-encontro
Este conjunto de palestras leva o participante a
reconhecer sua realidade espiritual, seu estado atual de pecador e sua condição como filho de Deus em Cristo Jesus. A estimulação para ir ao Encontro é constante em todas as palestras. O Encontro
Chegou enfim o dia tão esperado. Fomos todos em
um ônibus, em clima de grande euforia. No local destinado ao retiro, fomos recepcionados com explosões de fogos de artifício. Um clima de grande festa. Recebemos diversas recomendações quanto ao comportamento, das quais a de maior impacto foi a proibição de comunicação interpessoal. Acreditem, irmãos, a princípio eu achei ótimo.
A primeira palestra ministrada foi O Peniel, cujo
texto está em Gênesis 32.30. Fomos levados entender a experiência de Jacó. Após a ministração fomos levados a meditar sobre nossa real condição. Uma música de fundo era tocada enquanto éramos liberados para sair do auditório e procurar um lugar onde poderíamos ficar a sós com Deus. Foi um momento de muita comoção. Fomos liberados para chorar, gritar, urrar, sem se preocupar com nada ou ninguém. Os pecados deveriam ser confessados um a um, nome por nome, inclusive épocas em que ocorreram. Como desde o princípio, não creio que tenha que trazer à memória meu passado antes da minha conversão (II Cor. 5.17), eu decidi pensar na minha atual condição diante de Deus. Foi um bom momento de reflexão sobre minha vida. Creio na palavra em I João 1:9. Ao final voltamos todos para o auditório, eram mais ou menos meia-noite. Depois fomos jantar e em seguida dormir.
A segunda palestra, ministrada no sábado por volta
das oito horas, foi acerca do que é o Encontro e quais os resultados obtidos após ele. É neste momento que o Encontro é enfatizado como algo que não pode ser jamais desprezado, pois de sua participação resultará a transformação de sua vida, a renovação de seu coração, sua capacitação para ser "um guia de multidões", além de receber definitivamente a fortaleza de Cristo. É enfatizado a necessidade de estarmos ali, separados de tudo e de todos, para termos este encontro com Deus. É usada a palavra em João 4.30 "Saíram, pois, da cidade e vinham ter com ele." para explicar o privilégio ímpar de estarmos ali. Foi esquadrinhada a Palavra em João 4.1-42 cujo resumo é: a mulher samaritana recebe a palavra, abre o coração, é liberta, e torna-se uma grande missionária. Após isso é enfatizada a importancia de ser um "sonhador". O texto utilizado é João 11.11-25. Interpretando o verso 12, é dito que muitos dos nossos sonhos estão mortos, mas Jesus irá despertá-los. Enfatiza-se a linguagem dos sonhos, onde tudo que acontece no mundo natural tem que ser conquistado primeiramente no mundo sobrenatural. Após esta palestra, que durou cerca de duas horas, fomos tomar café.
A terceira palestra ministrada foi sobre Libertação
(Quebra de maldição). Esta palestra começa com a afirmação que o crente pode ter uma atitude "demonizada", descrita em Efésios 4.27. Ao falarem de maldições, citaram os textos de Deut. 11.26, Deut. 30.19, e Efésios 5.15-16. O preletor discorreu sobre o surgimento das maldições, enfatizando a realidade da maldição hereditária, e sua renúncia e quebra no Encontro, não importando se ela entrou através dos pais, avós, bisavós, etc. Comecei a achar que alguma coisa não ia bem, pois a Bíblia é clara em Ezequiel 18.20, quando diz: "a alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele", além de várias outras passagens como Jeremias 31, Provérbios 3.33, 26.2, Gálatas 3.13, Colos. 2.14- 15, Romanos 6.6-7, II Coríntios 5.17, João 8:36, dentre outros. Esta palestra demorou cerca de três horas. Ao final, fomos liberados para almoçar, era cerca de três horas da tarde. Na porta do auditório interceptei o preletor e disse a ele que não concordava com o que havia sido dito sobre maldição, que como crente converso eu era nova criatura em Cristo Jesus, e que o fato de ter que voltar ao passado era uma forma de anular a Cruz de Cristo. O preletor ficou sem resposta.
Após o almoço, fomos liberados para descansar um
pouco. A partir daquele momento comecei a ficar incomodado com toda aquela situação. Comecei a relacionar os fatos, as palestras, os muitos depoimentos pessoais dos preletores, a participação da equipe de apoio, as músicas, etc. Senti como se tudo que já havia aprendido sobre a Cruz de Cristo não tivesse nenhum valor. Foi quando tive um impulso para buscar a Palavra de Deus. Enquanto todos descansavam eu comecei a estudar a Palavra. Escrevi quase duas páginas. Não tinha muito tempo, pois ainda precisava passar a limpo tudo que havia escrito. Basicamente, o que escrevi está em Colossenses 2.14-15, Romanos 6, Romanos 8, II Corintios 5.17, dentre outras passagens. A quarta palestra ministrada foi sobre comportamento no Encontro e a nova postura após ele. Não há muito o que falar sobre esta palestra senão o fato de relacionar a experiência de Paulo com o Encontro. Paulo não conhecia o amor de Deus, rendeu-se diante do Encontro com Jesus, esteve três dias longe de tudo, quando ao final recebeu a grande comissão de Cristo. Bem sugestivo não? Relacionando com esta experiência temos: não conhecemos a Deus de fato; viemos para o Encontro onde ficamos longe de tudo; fomos libertos da cegueira.
A quinta palestra foi sobre Cura Interior. O
preletor inicia explicando a diferença entre espírito, alma e corpo. Afirma que no plano da alma residem todas as feridas e traumas da vida. Relata uma lista grande de comportamentos causadores destas feridas. Ele discorre sobre todos as possíveis feridas emocionais e suas diversas causas. Relata alguns exemplos bíblicos tais como Moisés ( língua pesada), Elias (incapacidade de enfrentar Jezabel), Mirian (complexo de inferioridade), os 10 espias (complexo de inferioridade). Após isso, passou a ministrar a cura propriamente dita. Foi dito que para ser curado eram necessários dois passos: romper o domínio de Satanás, tomando posse do que já era nosso; e receber a cura de lembranças passadas. Em outras palavras foi dito para voltarmos ao passado e desenterrarmos de lá os detalhes mais sórdidos, desintulhando todo o lixo de que nos lembramos, jogando tudo fora. Neste ponto é pedido para declararmos uns aos outros: "Estou aberto ao que Deus vai fazer em minha vida".
Durante esta ministração foram afastadas todas as
cadeiras do auditório. Foi posta uma música bem sugestiva, de adoração, e sem letra. Este momento dividiu-se em três partes:
1. Fizemos uma regressão. Apagaram-se as luzes,
foi pedido que visualizassemos o momento da fecundação, depois a formação no útero materno, depois o nascimento, depois a infância, depois a adolescência, etc. A visualização de cada fase foi detalhadamente solicitada, onde fomos instruídos a lembrarmos dos momentos difíceis, amargos, traumatizantes, etc. Em cada momento lembrado era pedido que visualizássemos Cristo conosco e que devíamos liberar perdão para as pessoas envolvidas. 2. Devíamos escolher um parceiro para o qual deveríamos confessar nossas dores. O preletor oferecia um tempo para cada um confessar ao outro, e ao final o ouvinte orava, conforme o modelo do preletor, declarando a cura sobre este irmão, e vice-versa. Após isso, é ministrado a unção com óleo em cada participante. Quase todos os participantes caíram. O fenômeno do cai-cai se instalou. Eu particularmente não deixei que o preletor me ungisse com óleo. Após isso, todos em prantos, se abraçando e se consolando, é pedido que voltássemos aos lugares onde foi ministrada mais uma palestra sobre a Cruz de Cristo. Mais uma vez uma música de adoração tocou, as cadeiras foram novamente afastadas, e foi pedido que visualizássemos a vida de Jesus, desde o seu nascimento, apresentação no templo, crescimento, seu ministério de cura e libertação, sua paixão, sua traição, seu sofrimento vicário, os insultos, as chicotadas, os açoites, a dor de levar a cruz, a crucificação. Foi pedido que nos víssemos no meio da multidão que assistia a tudo, e ouviamos Jesus dizer que não foram os romanos e nem os judeus que o tinham crucificado, mas o fato d'Ele estar ali era por causa dos nossos pecados. Presenciávamos o grito do Salvador, a rendição do espírito, a multidão se retira, nós nos retirávamos também. Ficamos sabendo que Jesus havia ressuscitado. Foi pedido para que nos colocassemos debaixo da cruz para sentirmos o sangue de Cristo caindo sobre nós. Ressucitamos com Cristo, a morte e o pecado não tem mais domínio sobre nós. Após esse momento bradamos com gritos de vitória e abraçamo-nos unos aos outros. 3. Após tudo isso o preletor pede que peguemos um pedaço de papel e escrevessemos tudo o que o Espírito Santo nos lembrar de coisas ruins, pecados, traumas, etc. Além disso foi pedido para reunir que todo e qualquer objeto, que continha algum símbolo da Nova Era, ou outros objetos quaisquer que poderiam lembrar situações ruins ou se relacionavam com atitudes ilícitas. Nesta hora fomos liberados para ir ao dormitório. Ao voltarmos, fomos separados em grupos de doze e, de mãos dadas, fomos até uma grande fogueira onde lançamos tudo. Ao lançar os objetos e o pedaço de papel bradamos em alta voz: "Estão anulados todos os argumentos sobre minha vida".
Confesso irmãos, que apesar de participar destes
eventos, estava convicto de que nada disso era maior que a Cruz de Cristo em minha vida. Não confessei nada a ninguém, não fiz regressão e não escrevi nada no papel e muito menos queimei algum objeto. Simulei a minha participação para não provocar nenhum problema. Depois disso tudo, já eram quase uma hora da manhã, fomos jantar e dormir.
Como havia acontecido no sábado de manhã assim
também foi no domingo. Fomos direto para o auditório assistir a sexta palestra, que foi sobre estilos de oração e a nova vida em Cristo. Interpelei o preletor, que era um dos pastores de minha igreja, e disse a ele que estava muito preocupado com o que fora ministrado no sábado, em relação à Libertação e Cura interior, e que gostaria de conversar detalhadamente depois sobre o assunto. Depois, fomos tomar café da manhã por volta de nove e trinta.
A sétima palestra foi sobre o Modelo dos Doze,
onde foram apresentados seus diversos aspectos. Não vou discorrer sobre este tema. A última palestra foi sobre Batismo no Espírito Santo. O preletor discorreu sobre os propósitos do batismo no Espírito Santo, sobre os resultados, sobre as condições para recebê-lo, sobre as evidências, e sobre a necessidade de ser cheio do Espírito. Após isso começou o leilão do batismo. Este preletor era do tipo que empurrava a testa, ocasionando várias quedas. Dessa vez eu também não cai, graças a Deus, apesar de ter sido empurrado duas vezes.
Para finalizar ficamos no auditório, após a palestra,
onde um momento surpresa nos esperava. Foi pedido que deitássemos com os olhos fechados. A medida que éramos chamados pelo nome levantávamos uma das mãos e recebíamos ao lado de nosso corpo um objeto. Quando todos receberam foi pedido que abríssemos os olhos e verificássemos o conteúdo. Foi, para mim, o melhor momento deste retiro. O objeto, um envelope, continha bombons e vários cartões e fotografias enviadas pela minha esposa. Ela não economizou, escreveu muitos cartões. Montou um álbum com fotos de diversos momentos de nossa vida, tais como namoro, noivado, e casamento. Foi um momento de grande quebrantamento. Neste momento, foi liberada a comunicação interpessoal e todos se abraçaram e se confraternizaram.
Como podemos ver, muitas coisas boas aconteceram
neste retiro. Não há dúvida que muitos de seus aspectos são inéditos. Agora, nem por isso, devemos fechar nossos olhos às práticas estranhas ao Cristianismo que foram ministradas juntamente com as coisas boas. Resumindo este Encontro, eu diria que ele tem três principais objetivos: Quebra de Maldições (Libertação), Cura Interior, Batismo no Espírito Santo. Todos estes assuntos já foram abordados e bem discutidos em diversos livros e palestras. São temas que apresentam muita controvérsia. Cabe a cada um avaliar cada um destes temas, julgando-os à luz da Palavra de Deus. Eu particularmente não concordo com nenhuma das abordagens ministradas no Encontro. Creio ser uma forma muito sutil de negar a Cruz de Cristo, sem falar na perigosa administração da terapia de regressão por pessoas não qualificadas para tal. Como isso é apenas um relato de minha experiência não vou entrar em maiores detalhes quanto à minha opinião. É importante esclarecer também que durante todos estes dias de retiro fomos bombardeados com a frase : "O Encontro é Tremendo". As músicas "Eu quero é Deus", "Na casa de meu Pai há unção e há poder", "Aquele que está feliz diga amém", e "Gracias Señor" foram exaustivamente tocadas. Os momentos de louvor eram altamente agitados, com pulos, danças aeróbicas, trenzinhos, onde os principais incentivadores eram os preletores e os irmãos da equipe de apoio.
O culto na igreja, realizado no mesmo dia do retono
do retiro, é marcado por manifestações de euforia que chegam a passar dos limites da racionalidade. Gritos, pulos, danças aeróbicas, assovios, fazem parte da expressão de todos os que participaram deste Encontro. As pessoas que ali estavam, tanto membros da igreja como visitantes ficavam sem entender o que estava acontecendo. Os Pastores esforçavam-se no púlpito para explicar o fato dizendo: "estes irmãos tiveram um encontro face a face com Deus". A liturgia normal foi substituída pelos testemunhos dos participantes do Encontro. Alguns, escandalizados, se retiraram. O Pós-Encontro
Este conjunto de palestras objetiva a consolidação
dos aspectos do Encontro. É marcado por muitos depoimentos daquilo que foi conquistado. Basicamente, as palestras tratam da conservação daquilo que foi conseguido no Encontro (Libertação e Cura Interior), das defesas contra as retaliações de Satanás e de como posso deter as investidas do inimigo. O fatores cobertura espiritual e obediência e submissão são muito enfatizados. Chegam a dizer que a obediência aos Pastores é a nossa legalidade contra Satanás. Eu não creio nisso, ao contrário eu creio que a Cruz de Cristo é a nossa legalidade. E vou além em dizer que obediência e submissão não é imposta e, sim, conquistada através da Palavra de Deus, assim como lemos em I Pedro 5.2: " apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade ". Ao final de tudo somos encorajados a participar da Escola de Líderes, outro aspecto desse Modelo dos Doze, e a participarmos como equipe de apoio em outros retiros. Mais uma vez é reforçada a manutenção do silêncio absoluto quanto ao conteúdo do Encontro. Após a última palestra fomos convidados a participar da queima de arquivo. Uma reunião, no sábado seguinte, para queimarmos na fogueira os objetos remanescentes.
Conclusão
Depois de passar por todos estes eventos e
perceber distorções da Palavra de Deus e enganos sutis, fui compelido a pesquisar sobre cada assunto. Confesso que o que encontrei, juntando com aquilo que já sabia, me deixou muito preocupado com o rumo que as igrejas evangélicas, principalmente as renovadas, estão tomando. Muitas doutrinas estranhas ao Cristianismo estão sendo sutilmente enjetadas. Muitos pastores e líderes, na ânsia de verem suas igrejas crescerem e serem avivadas, estão adotando métodos e técnicas estranhas sem uma criteriosa investigação de seus aspectos, muitas vezes ocultos. Muitas destas técnicas trazem em suas entranhas práticas encontradas no espiritismo. Devemos ter muito cuidado com as "novidades" que aparecem e com os profetas de última hora que trazem as revelações emergenciais de Deus. Paulo já advertia, em Gálatas 1.8: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema ". Deus não sofre de processo de continuidade. Aquilo que ele já fez em Cristo Jesus é perfeito e não necessita de retoques e de que nada lhe seja tirado ou acrescentado. A origem de seitas heréticas decorre desta tentativa. Jesus Cristo também advertiu, em Mateus 24.24: "Ainda há de surgir falsos cristos e falsos profeta, e farão sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos".
A vinda do anti-Cristo seria precedida por engano e
apostasia. Paulo diz em II Tessalonicenses 2.9: " a esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira". Por isso, irmãos, precisamos ser atalaias, sempre atentos. Devemos examinar tudo, provar tudo, como em I João 4.1: "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo", assim como em I Tessalonicenses 5.21: " mas ponde tudo à prova...", assim também como em I Coríntios 2.13: "...comparando coisas espirituais com espirituais". Temos que ser como os bereanos, em Atos 17.11: "Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim ". Temos a Bíblia, que é a Palavra de Deus, como referência única e verdadeira. Que este opúsculo possa servir de alerta aos meus irmãos em Cristo, como é dito em Tito 1.9: "retendo firme a palavra fiel, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para exortar na sã doutrina como para convercer os contradizentes".
Suplico a todos os que participarem deste
"encontro" que examinem biblicamente cada uma das ministrações. Revejam suas anotações. Tudo tem que ser posto à luz da Palavra de Deus. No retiro, não tivemos tempo para o estudo minucioso, pela quantidade de palestras que nos foi dada, e pela proibição de comunicação interpessoal que nos foi imposta. Peça discernimento ao Espírito Santo de Deus. Não tenha medo. Isso é sério, irmãos. Não devemos ser como os descritos em II Timóteo 4.3: "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos". O pior cego é aquele que não quer ver. G12: doutrina ensina que o
homem deve perdoar a Deus
Eles falam de uma "nova consciência", de um deus
que é "fonte geradora de óvulos pensantes e multiplicadores do bem" e de "códigos sagrados" como pré-requisitos para uma comunicação genuína com o Criador. No processo para a libertação das almas oprimidas, valem os princípios de cura interior e de técnicas de visualização, com ênfase na eliminação das emoções negativas através de estratégias psicológicas. Apesar de tantas alegorias, as propostas não partem de nenhuma seita ou movimento declaradamente adepto da Nova Era, mas estão incluídas em uma espécie de cartilha do Movimento G12 , que se utiliza do modelo de "igrejas em células" e cujos adeptos se declaram evangélicos.
O modelo de "igrejas em células" já existe, pelo que
se sabe, há mais de 60 anos, mas o precursor do movimento na América Latina, ao qual aderiram algumas igrejas brasileiras, foi o paraguaio César Castellanos, há pouco mais de oito anos. A "nova visão", como preferem dizer, é baseada em um complicado método chamado "Modelo Celular dos Doze", quando os grupos formados por, no máximo, 12 pessoas de cada vez, reproduziriam o modelo com o qual Jesus trabalhou, ou seja, com 12 discípulos.
Segundo o próprio fundador do movimento, Cesár
Castellanos, em um de seus livretos para orientação dos adeptos, a "visão" lhe teria sido dada por Deus, em 1991, ordenando que, através dele, o modelo fosse reproduzido no mundo inteiro. Para Castellanos, a explicação é simples: "Jesus reproduziu o seu caráter em doze apóstolos e, ainda que multidões o seguissem, Ele sempre concentrou sua atenção nos doze", diz.
Pela estrutura do modelo dos 12, não se formam
igrejas da forma tradicional, funcionando com um endereço, mas sim "células familiares", que vão se multiplicando, de preferência a partir da adesão da própria família do formador do grupo.
"É mais fácil obter resultados quando se trabalha
com grupos pequenos. Além de haver uma descentralização do poder, fora da figura de um único líder", justifica um anônimo, membro do G12.
Manual proibido e reuniões reservadas para a
cúpula Mas a verdade é que a estrutura não é tão democrática quanto parece. Desde a sua formação, o G12 mantém e manterá, mesmo depois da morte, o lugar dos 12 escolhidos que formam a cúpula da igreja. Estes costumam fazer reuniões períodicas, das quais não participam os membros que estão em posição hierarquicamente inferior. De acordo com eles, as orientações da cúpula serão repassadas pelos líderes de cada célula presentes às reuniões semanais do G12. Eles também proíbem expressamente a leitura do Manual do Discípulo – espécie de livro de doutrinas da organização – por qualquer pessoa que ainda não tenha participado de um determinado "encontro com Deus", que se realiza por três dias em algum ponto do país.
No Brasil, ainda são poucas as denominações
declaradamente evangélicas que seguem o dito "Modelo Celular dos 12", ou G12 – pelo que se sabe, o Ministério Internacional da Restauração, representados por Valnice Milhomens, em São Paulo, e Renê Terra Nova, no Paraná, seguem a doutrina – mas já começa a causar preocupação em diversos líderes evangélicos os métodos e práticas de forte apelo psicológico e até mesmo ocultistas com os quais a "nova visão" vem tentando atrair cristãos de outras denominações.
" Na verdade, o modelo nada mais é do que a
restauração do cristianismo primitivo. E pelo plano de Deus, ao mesmo tempo em que experimentaríamos o esfriamento e a apostasia dentro das igrejas, surgiria também um novo avivamento – tenta explicar um membro do G12 que, no seu entender, o novo avivamento consistiria no novo modelo. Nascido entre membros de uma das maiores igrejas pentecostais brasileiras, onde congregou até a juventude, ele prefere não se identificar, mas diz ter passado cinco dias participando de um encontro do grupo.
Pela orientação dos praticantes do G12, em sua
página na Internet, a "visão" não deve ser compartilhada com meros curiosos e críticos gratuitos, e sim, com os que forem simpáticos a ela. Mas, segundo eles, melhor mesmo é que essas pessoas a quem se deseja conquistar sejam recém- convertidas ou ainda não alcançadas, ou seja: que nem tenham visão alguma. A cartilha também aconselha que os seus membros se guardem de "contaminações e misturas", para que o modelo dos 12 seja preservado.
Para o bispo Renato Andrade dos Santos, da Igreja
Episcopal Apocalipse, de Brasília (DF), a organização parece ser mais um dos tantos movimentos que se apresentam como escolhidos por Deus para a divulgação de uma nova unção.
"No caso do G12, temos informações de que nos
encontros promovidos se cobra uma quantia de 40 reais por pessoa. Chega mesmo a lembrar aquele método da pirâmide, muito divulgado aqui em Brasília, tempos atrás, e que enriqueceu muita gente", destaca.
Teorias e ensinamentos nada cristãos
Semelhante ao que é encontrado nas religiões
ocultistas e movimentos esotéricos, o G12 também se utiliza de símbolos e modelos fortemente rejeitados no seio das igrejas evangélicas, como a chamada "Roda de Oração", que consta do "Manual do Discípulo - Construindo Relacionamentos".
O modelo é quase idêntico às "mandalas" (símbolo
esotérico) e mapas onde constam os signos do Zodíaco, e torna complicado o que deve ser simples: o ensino da Palavra de Deus.
As técnicas psicológicas ensinadas no "Manual de
Realização do Encontro", por sua vez, são de arrepiar qualquer cristão: pelas regras do G12 , para que um indivíduo alcance a devida libertação dos traumas do passado (técnica de cura interior), é necessário que este tente visualizar o "encontro do espermatozóide do seu pai com o óvulo de sua mãe". Depois da visualização de cada etapa de vida – no útero, durante a gestação, na infância até a idade adulta –, a pessoa deve perdoar àqueles que eventualmente tenham lhe causado sofrimento, sem esquecer ninguém - nem mesmo Deus. "Eles precisam liberar perdão às pessoas envolvidas em cada fase e até mesmo a Deus", diz um trecho do manual.
Os líderes do G12 também ensinam que "o novo
homem nasce de uma consciência ajustada e harmoniosa", que precisa ser alcançada também através da observância de cinco códigos sagrados para um relacionamento com Deus: consciência, invocação, intenção, proposta e juramento. Com significados estranhos, como na fase da invocação – "Invoco vossa presença viva, na formação de um núcleo de óvulos pensantes e multiplicadores do bem", ou na do Juramento: "Não posso jurar diante de vós, porque sou terráquea e falível" –, o G12 vem atraindo para si as análises críticas de muitos teólogos evangélicos.
A começar pela escolha dos doze apóstolos como
modelos de caráter, eles mostram pelo estudo sério e aprofundado do Evangelho, os deslizes teológicos do grupo.
"A Palavra de Deus manda examinarmos tudo, reter,
guardar o que for útil. Mas não devemos julgar a vida do profeta, mas sim a profecia", diz o escritor e pesquisador norte-americano Josh McDowell.
De acordo com o pesquisador, todos os doze
escolhidos por Jesus tiveram um caráter diferente do Senhor e dá exemplos: Judas era um dos doze, mas traiu a Cristo; o apóstolo João era bastante ciumento; Pedro, um homem de pouca fé. Além disso, de acordo com Malaquias 3.6, Hebreus 13.8 e Tiago 1.17, se o Espírito Santo quisesse para os dias de hoje qualquer modelo, Ele teria deixado escrito, porém não o fez. Em um outro livrete do movimento G12, seus membros afirmam que já está comprovado que "espíritos demoníacos controlam as vidas, impedindo-as de se desenvolverem como cristãos autênticos", daí a necessidade dos retiros espirituais, que permitem a cada novo crente experimentar uma proximidade mais genuína do Senhor e sentir a influência do Espírito Santo no processo de libertação e cura interior".
Pelo que mostra a Palavra de Deus, o homem nascido
de novo não precisa realizar cura interior ou se valer de práticas ocultistas para ver respondidos os anseios de seu coração , pois quando se conhece a Cristo o novo convertido é liberto pelo poder da Palavra ouvida (Romanos 10.17; 2 Coríntios 5.17; Apocalipse 1.5; 21.5; Isaías 43.18,25).
Identificando uma seita
De acordo com as análises de Josh McDoweell e Don
Stewart, publicadas na Revista "Defesa da Fé", especializada em seitas e novos movimentos religiosos, a tolerância religiosa deve ser aceita por todos, porém, o direito de escolher a própria religião não quer dizer que todas sejam boas. Como exemplo dos tempos da igreja primitiva citam os saduceus e os fariseus, que tinham posições religiosas distintas, mas mesmo assim Jesus não poupou palavras duras a esses grupos (Atos 5.17; 15.5; 23.8 e Mateus 23.13, 15 e 33).
No artigo, também orientam como uma pessoas
podem identificar uma seita e os quatro caminhos seguidos por ela. "As seitas conhecem as operações matemáticas, contudo nunca acertam o resultado", diz o artigo. O primeiro caminho é o da "Adição" – quando o grupo adiciona algo à Bíblia, isto é, sua fonte de autoridade não se restringe somente à Bíblia –; o segundo, da "Subtração" – quando subtrai algo da pessoa de Jesus –; e o terceiro, o da "Multiplicação" – onde crer em Jesus é importante mas não é tudo. Pregam a auto-salvação, que viria pelas obras. Às vezes repudiam publicamente o sangue de Jesus. Pela quarta e última característica está a da "Divisão" – eles acreditam que não existe salvação fora do seu sistema religioso. Além disso, dividem a fidelidade entre Deus e a organização, e desobedecer a ela equivale a desobedecer a Deus.
De acordo com os pesquisadores, as seitas
pseudocristãs costumam se apresentar como a restauração do cristianismo primitivo que teria sucumbido à apostasia, e o novo movimento surgiria para restaurar o que fora perdido. Outras ensinam que todas as religiões são boas, contudo será o seu grupo quem irá unir todas as demais. A Bíblia também é farta em advertências sobre o risco que a Igreja do Senhor sofreria durante a apostasia, quando muitos cristãos abandonariam o Evangelho genuíno para seguir práticas estranhas. Para lidar com elas, a Palavra de Deus é definitiva: fuja correndo de sua presença. (Mateus 23.13-15).
"Eles precisam liberar perdão às pessoas envolvidas
em cada fase e até mesmo a Deus" (Trecho do Manual de Realização do Encontro). Drogas Espirituais 2000
MARY SCHULTZE
A palavra "conversão" é a mais sonora de todas as
que são usadas nos movimentos de caráter evangélico que têm surgido ultimamente, afastando os participantes do legítimo "Evangelho da Cruz de Cristo" em direção a um "evangelho de poder espiritual".
Até hoje não existe uma só pessoa que, tendo
passado por uma lavagem cerebral, possa admitir essa realidade. Daí por que as vítimas da lavagem cerebral muitas vezes se transformam em importantes divulgadoras dos movimentos que usam essa técnica reprovável.
Os organizadores desses "movimentos de poder",
também conhecidos como "grupos", têm usado expressões ou idéias bíblicas, a fim de se apresentarem como "espinafres salvadores" dos pobres "crentes sem poder". Esses grupos chegam a usar o número dos "12 apóstolos", também dos "70 discípulos" que saíram a pregar, dos "120 discípulos" que estavam no cenáculo no Dia de Pentecostes, e até mesmo dos "500 irmãos que viram Cristo subir aos céus". A ambição de poder econômico e religioso não tem limite e os crentes mal informados, afastados da oração e da leitura bíblica diárias, vão caindo nessas armadilhas perigosas e se entregando nas mãos desses falsos profetas, que trazem a apostasia para dentro das igrejas de Cristo, em nome de um "espírito santo", que é o seu "office boy".
Os organizadores desses "encontros" costumam usar
os três estados de inibição transmarginal identificados pelo cientista russo Pavlov (que usava cães em suas experiências), a fim de processar o condicionamento de suas cobaias. São eles: O estado equivalente, o estado paradoxal e o estado transparadoxal.
Levando os participantes ao trânsito relâmpago em
cada um desses estados, a conversão às suas doutrinas se torna rápida, consistente e definitiva. A lavagem cerebral executada através da música ritmada e repetitiva, da repetição de frases ou palavras de efeito (mantra), da leitura de trechos bíblicos fora do contexto, deliberadamente escolhidos pelos organizadores desses "encontros", conduzem os participantes a um estado mental de aceitação de suas doutrinas. As vítimas desses "encontros", realizados geralmente em fins de semana, em lugares ermos propositadamente escolhidos para esse fim, entram facilmente em "estados alterados de consciência", chegando à "regressão ao útero materno", e à "viagem fora do corpo", agindo como todas as pessoas que passaram por um estado de hipnose.
Os jargões padronizados - como por exemplo: "Deus
é tremendo!", ou então, "Direi ao Norte: Dá!"- depressa induzem os participantes ao transe hipnótico, deixando-os num estado de excitação e expectativa, às vezes até num estado de euforia, mais que depressa atribuído ao Espírito Santo.
Quando o preletor começa a mostrar os terrores
demoníacos que rondam o ambiente, prometendo- lhes, em seguida, uma solução, os participantes se entregam logo nas mãos do mesmo, como se ele fosse o próprio Salvador, em nome de quem está pregando. O efeito é imediato. Muitos daqueles condicionados mentais começam a cair para trás, a falar línguas estranhas, a rir descontroladamente, e até mesmo a se arrastar pelo chão, como minhocas espirituais nas mãos dos "pescadores de almas". Tudo isso porque ignoram que "Deus não é de confusão", que o Espírito Santo não é um "hippie" e, portanto, nunca age numa mente perturbada por mecanismos psicológicos. O que aí acontece é uma CATARSE, que leva os participantes a extravasarem suas emoções reprimidas, desejando transformar-se em "novas criaturas", muitos deles até mesmo recebendo uma cura imediata para os seus males psicossomáticos.
Como esses "encontros" sempre acontecem em
lugares ermos, longe das confusões do mundo, os participantes, já condicionados às instruções dos preletores, num quadro "orwelliano", transformam- se em "robôs" espirituais manipulados pelas mãos desses MULTIPLICADORES DE SONHOS, ou melhor, falsos profetas, sentindo-se na obrigação de obedecer cegamente as suas instruções, porque já ouviram mil vezes o versículo bíblico: "obedecer é melhor do que sacrificar".
O jejum e a frugal alimentação à base de frutas e
legumes é imprescindível para facilitar o condicionamento. Os "robôs" sentem-se fisicamente mais leves e espiritualmente mais acesos, transformando-se em verdadeiros "budas" evangélicos, atingindo facilmente o estado "ALFA", quando tudo aceitam com passividade. A música ritmada, os jargões, a iluminação apropriada para os condicionamentos, os jogos de cena carregados de atração indutiva e ao mesmo tempo indiscerníveis, são os aliados dos organizadores desses "encontros", os quais sempre conseguem o que desejam. No final do dia, os participantes foram levados a uma atividade "espiritual" tão intensa, que o cansaço físico e mental foi aumentando compulsoriamente e por isso desabam sobre os colchões (com ou sem pulgas), por não conseguir pensar em coisa alguma que não seja atingir o desejado "nirvana". Dormem para esquecer o cansaço, os medos, as frustrações, os complexos de culpa. Contudo, as mensagens subliminares que lhes foram impingidas continuam atuando em suas mentes, mesmo porque o cérebro nunca dorme.
Após 48 horas de treinamento intensivo, os
organizadores dos "encontros" já conseguiram provocar o que se chama "redução da vigilância", que é uma espécie de colapso nervoso provocado pela exaustão física e mental, pela dieta adequada aos propósitos dos organizadores, fatores que reduzem o grau de vigilância. Então os participantes entram no segundo estágio, que é a "confusão programada". Ela é exercida através do excesso de informações dirigidas, de leituras bíblicas escolhidas para esse fim, e de discussões entre os participantes, obviamente vigiados pelos preletores do "encontro". Nesse estado de confusão mental, a realidade e a fantasia se misturam de tal maneira que o participante regride à infância, quando o pai/mãe representavam o seu único deus. Finalmente vem o terceiro estágio, que é a "parada do pensamento". Aí tem-se o esvaziamento da mente consciente, possibilitando - aos organizadores do "encontro" - um controle total dos participantes, que é a sua meta principal! Esse método tem sido usado pela Ordem Jesuíta desde o século 16, com os exercícios espirituais de Inácio de Loyola.
A meditação nas palavras ouvidas, os cânticos
repetidos, as leituras bíblicas fora do contexto, escolhidas para o fim desejado, já se fixaram na mente de cada "robô" espiritual ali presente. É então que ele, já "convertido" e, portanto, transformado em "nova criatura", parte para o mundo, a fim de divulgar que "o encontro é tremendo!" e aliciar muitos analfabetos bíblicos para outros "encontros", que vão crescendo em número de adeptos, à medida em que no coração das vítimas já decresceu o legítimo valor espiritual, e cresceu o "poder", que o conduzirá ao próprio endeusamento. Isso é ou não é um "encontro de Nova Era"?
O Evangelho de Cristo está carunchado por causa
desses movimentos perigosos, que aparecem em todos os quadrantes do globo. Aqui no Brasil temos um desses movimentos, importado diretamente da Colômbia, a maior exportadora de cocaína do planeta, que o direcionou a Manaus, a grande receptora de drogas, a terra dos "deuses" indígenas. Suponho que essa droga seja bem mais letal do que a cocaína e lamento pelos seus consumidores!
Todos falam em reavivamento espiritual, mas
ninguém conhece realmente o significado desta expressão. Ninguém se dispõe a levar em conta os mandamentos da Bíblia, que nos ensinam a viver uma vida santa e reta diante de Deus e dos homens, a ajudar os irmãos em dificuldade, a pagar as contas em dia, a dar, enfim, um verdadeiro testemunho cristão. O que agora interessa ao crente biblicamente acéfalo é possuir um poder espiritual "hulquiano", para se apresentar como um "supercrente" diante da concorrência enorme que tem surgido ultimamente. Sem um sólido embasamento na pura, santa e infalível Palavra de Deus, jamais haverá qualquer tipo de reavivamento neste país. Aumenta rapidamente o número de evangélicos, com o decréscimo da qualidade do evangelho praticado.
Infelizmente, o Evangelho de Cristo já não
representa o "poder de Deus para salvação de todo aquele que crê", mas o "poder do crente para a obtenção de tudo aquilo que quer".
Mary Schultze é pesquisadora de religiões.
D. Mariquinha foi ao "Encontro"
MARY SCHULTZE
D. Mariquinha, uma senhora aposentada de 60 anos,
com ótimo embasamento intelectual e teológico, alistou-se entre as ovelhas que seguiam para o "encontro" (uma espécie de matadouro psicológico), achando que iam em busca de um ilimitado "poder espiritual". Em sua igreja houve um tremendo "lobby" em favor desse "encontro". O pastor queria encher a igreja, de qualquer maneira, e os promotores haviam lhe prometido que se ele se tornasse um "semeador de sonhos" sua Igreja passaria de 200 para 2.000 membros, em poucos meses. Afinal de contas, dizia o promotor do tal encontro, seu carro tem 10 anos de uso e o irmão, com a igreja lotada, poderá "ceifar" um "Mercedes Benz 300" rapidamente, porque Jesus "veio para dar vida em abundância, através da fé que transforma os sonhos em realidade" e nesse "encontro" recebe-se o passaporte para a dimensão espiritual do "Rhema" onde todo sonho logo se materializa.
D. Mariquinha foi e as coisas aconteceram mais ou
menos assim:
1. Viagem de ônibus lotado, com todos os
participantes em clima de euforia, quase idêntica àquela dos torcedores do Flamengo, em dia de "Fla-Flu". 2. Palestra ministrada por um preletor já "condicionado" em "encontros" anteriores e habilitado para agir "com mais poder do que o próprio Cristo", ensinando como todos os que ali se encontram poderão receber também esse poder "he-man-ista". Exatamente como Jacó recebeu na ida e na volta de Harã, lutando com o Anjo de Deus e vencendo, porque uma perna coxa era o mínimo, comparado à "fartura espiritual" recebida no vau do Jaboque. 3. D. Mariquinha recebeu a promessa de que ao participar do "encontro" estava se capacitando a ser "um guia de multidões". Todos os que ali estavam iriam ficar libertos da cegueira espiritual, distanciando-se das coisas terrenas e voando para o alto. 4. Lá pela quinta palestra do "encontro", D. Mariquinha foi induzida a fazer "regressão espiritual" e, em seguida, "visualização", o que ela fez de mentirinha, para não chamar a atenção dos "espias do encontro", que ali se postavam, a fim de observar se havia algum mágico rebelde (tipo Janes e Jambres) no meio dos participantes. 5. D. Mariquinha teve de confessar todos os pecados a um hippie, ali presente. Só que ela contou umas faltinhas bobas, porque seus pecados ela confessava mesmo era a Deus, diariamente, antes de se deitar, e depois de ler a sua amada Bíblia "Fiel" ao "Textus Receptus", uma tradução da King James, que é a melhor de todas. Quando o preletor veio ungi-la com "óleo santo", ela sentiu um tremendo cheiro de azeite de oliva e, como é perita em cosmetologia, pensou: "se pelo menos eles tivessem usado uma boa fragrância de rosa oriental combinada com lavanda suíça, que juntas dão um cheiro de manga rosa brasileira, seria bem melhor do que esse ranço de salada... Mas isso custa caro!" 6. Agora era a vez de "visualizar" a vida de Jesus. D. Mariquinha, que fora católica por mais de 40 anos, viu logo que aquilo era uma cópia exata das "vias sacras", que era obrigada a fazer, antigamente, sendo que na semana santa tinha de fazer todo dia, a fim de receber indulgências e se livrar das penas do purgatório. Ela pensou: "Enquanto o Pe. Marcelo copia os evangélicos neo-pentecostais no rebolado, os neo- pentecostais copiam o catolicismo nas doutrinas mitológicas e no ocultismo de Loyola". 7. Quando chegou a hora de queimar, na imaginária fogueira, todos os símbolos de Nova Era, ela pensou: "ora bolas, isso aqui é um legítimo encontro novaerense. Então, como eles podem mandar queimar os seus próprios símbolos?... Isso é casa dividida!" 8. Na hora de receber o "batismo no Espírito Santo", D. Mariquinha, sabendo que já o recebera ao aceitar Cristo como Salvador e Senhor de sua vida, não conseguiu falar em línguas estranhas, mesmo porque não lhe interessava virar poliglota depois de velha! Quando o preletor deu-lhe um suave empurrão na testa, nossa velhinha rebelde caiu "de mentirinha", de costas, e ficou atenta, esperando o "filme" acontecer. 9. Mais tarde, quando ia andando pelo jardim do casarão usado para o "encontro", ela viu um garoto com olhos esgazeados, gesticulando, gritando, se torcendo e repetindo o tempo inteiro: "o encontro é tremendo! Eu quero é Deus!". Esse garoto fora sem dúvida condicionado pelos preletores, através de tantos chavões repetidos paulatinamente, de tantos "efeitos especiais" de luzes, cânticos e trechos bíblicos fora do contexto, usados para indução dos participantes. Ela pensou: "Meu Deus, isso é apostasia berrante!" 10. Agora chegara a hora do culto final, na igreja ali perto. Todos cantavam, batiam palmas, dançavam, gesticulavam, se "desvairavam" em nome de Jesus, exatamente como foliões em desfiles de carnaval. As duas frases mais enfatizadas nesse encontro foram: "obedecer cegamente" (aos guias) e "não falar sobre as suas particularidades com estranhos", mesmo porque se as "novidades" forem divulgadas os organizadores/semeadores de sonhos não poderão encher suas igrejas e, consequentemente, os seus bolsos. 11. Saindo dali, quase todos se transformarão em "harekrishnas" evangélicos, sentindo-se na obrigação de promover o "encontro". 12. Quem lê, estuda e pesquisa a Palavra de Deus não cai em armadilhas desse tipo. Esse movimento, conforme citação de um líder evangélico psicanalista, muito conceituado, é uma espécie de ressurreição da "Igreja do Povo", de Jim Jones. E todos devem se lembrar, ainda, do que aconteceu com as centenas de robôs espirituais desse falso profeta, na famigerada tragédia da Guiana. Ah! logo depois, D. Mariquinha foi excluída de sua igreja por não ter apreciado o "encontro"...
O pior é que, só de escrever sobre esse "encontro",
que tanto enfatiza o número 12, eu já estou ficando "duziomaníaca"!
Mary Schultze é pesquisadora de religiões.
O Vidente
MARY SCHULTZE
Acabei de ler os 4 primeiros capítulos da primeira
parte do livro autobiográfico de um pastor colombiano. Eles são um resumo feito pelo pesquisador Roberto César, que esteve no comentado "Encontro" do Movimento G-12, o que me fez recordar o que escrevi e foi publicado no jornal "O Diário" desta cidade, edição de 27/07/98, a respeito de um jovem superdotado de Fortaleza, que teve experiências "espirituais" semelhantes àquelas pelas quais tem passado o fundador do Movimento G- 12. Vou relatar algumas das experiências vividas pelo cearense Ricardo, conforme li na revista "Ultimato" nº 253.
Ricardo nasceu em Fortaleza e nos primeiros dez
anos de vida já se mostrava um garoto prodígio. Quando entrou na adolescência já estava envolvido em altas pesquisas científicas e no Departamento de Selenografia (estudo da Lua) da Sociedade Astronômica de Fortaleza, e junto com o seu professor e amigo, o famoso astrônomo Rubens de Azevedo, auxiliou a NASA em alguns problemas espaciais. Fazia pesquisas de Física, Química e Biologia em seu laboratório caseiro, que fora organizado quando ainda era menino.
Desejando conhecer profundamente os mistérios do
universo, ingressou no Espiritismo (Kardecista), depois no Rosacrucianismo e também no Colégio dos Magos. Lia muito, estudava, pesquisava e se tornou um perito em Ufologia. Conversava com ETs, fazia viagens siderais (fora do corpo) e o seu companheiro constante e "espírito guia" era um homem de pele escura, provavelmente um demônio hindu, que sempre trazia na mão um estranho objeto metálico não identificado. Ricardo ajudou a criar a Associação Brasileira para a Era de Aquário, em Brasília, e tentou iniciar a Confederação Brasileira de Ufologia. Foi professor em muitos congressos, seminários, cursos de "evolução espiritual" projeção astral, visão de aura, telepatia, etc. e era sempre considerado um perfeito erudito em tais assuntos. Seu guia espiritual, que a princípio se mostrara manso e cooperador, agora havia se transformado num verdadeiro déspota, espécie de "papa astral", que lhe dava ordens grotescas, arrebatava-o para os lugares mais bizarros, nos momentos mais inoportunos. Certa vez, quando descia de um ônibus, foi arrebatado para um lugar escuro, feio e estranho, de onde logo regressou. As vozes que ouvia constantemente, as visões esotéricas interplanetárias, a sensação da perda de constante energia, a qual lhe era sugada pelos "seres astrais", tudo isso ia deixando o jovem Ricardo combalido, triste, ansioso e tremendamente infeliz, ainda na casa dos vinte anos de idade.
Foi aí que um primo seu, conhecido por viver se
gabando de ser um ateu convicto, converteu-se ao evangelho do Senhor Jesus Cristo e começou a evangelizar Ricardo. Ele ria da coragem daquele primo de enfrentar uma sumidade esotérica como ele se julgava, debochava da Bíblia - esse livrinho tolo, cheio de lendas - e assim foi levando a sua vida interplanetária e infeliz. Até que o primo, irmão do primeiro e com a mesma idade, converteu-se também a Jesus Cristo. Ricardo ficou admirado. Que família mais tola... Convertendo-se, assim, a uma religião de crentes fanáticos, sem cultura!
Depois de várias tentativas de evangelização da
parte dos primos, ele aceitou de presente uma Bíblia e um desafio: iria ler o Livro sem preconceito, desejando conhecer a verdade, que ele porventura encerrasse. No mesmo dia, largou o Livro num canto e esqueceu a promessa. Até que um dia, atormentado pelos seus visitantes astrais, pegou a Bíblia e foi lendo, lendo, lendo. Gostou e no dia seguinte voltou a ler. E foi lendo, lendo, lendo. Até que se convenceu de que: "...a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia" (1 Co 3:19) .
Ia lendo a Bíblia e conferindo-a com os seus estudos
paleontológicos e vendo o quanto ela é perfeita, infalível e realmente inspirada por Deus. Na 2 Pedro 1:16-17 e 2 Timóteo 3:16-17, Ricardo encontrou a razão da perfeita infalibilidade da Palavra de Deus. Dobrou os joelhos diante d'Ele, confessando que era um pecador corrupto e miserável, sem justiça própria, e não um semideus como Satanás tem dado a entender, desde a tentação do Jardim do Éden. Converteu-se, como os dois primos.
Hoje é oficial numa Igreja Batista, no centro de
Fortaleza. Ricardo é feliz, muito feliz. O "seu espírito guia" sumiu depressa. A Bíblia diz que: "...Aquele que é nascido de Deus... o maligno não lhe toca" (1 João 5:18). Agora Ricardo é um filho de Deus. As pessoas sempre dizem que "todos são filhos de Deus", mas não é verdade. Sem Jesus Cristo, "todos são filhos do Diabo", palavras do próprio Senhor. Infelizmente o Diabo usa a sua astúcia para atrair as pessoas mais inteligentes. Promete-lhes riqueza, fama e poder... quando elas estão numa boa, o Diabo puxa o tapete e as derruba.
Geralmente os seguidores de Lúcifer não vivem
muito. Ele tem medo que essas vítimas do engodo se convertam de repente e não mais venham fazer-lhe companhia no Lago de Fogo, onde o cheiro de ovo podre (H2SO4) é insuportável e eterno.
Mas, voltando ao vidente Caçalhamas, ele conta no
capítulo primeiro do seu livro, que após a leitura da Bíblia estava procurando a melhor maneira de ser purificado, quando, certa noite, "sentiu a necessidade de ter um encontro face a face com Jesus" (pág.13). Mais tarde após ter confessado a Deus todos os seus pecados e chorado muito, ele " viu uma mão aberta penetrando em sua cabeça e descendo até a planta dos pés de forma carinhosa e, à medida que o fazia, o fardo do seu pecado desaparecia... havia nascido de novo! " (pág.14). Após ter freqüentado, durante 5 meses, uma pequena congregação evangélica, ele conta que certa noite quando estava orando, Satanás começou a apresentar-lhe imagens de sua conduta passada, com as quais ele ia se deleitando... Até que uma voz forte como de trombeta lhe falou: "se te apartares de mim, cortarei a bênção que tenho para ti e para os teus" (pág.15). Ele entendeu que se tratava da voz de Deus. Então fez um pacto dizendo o seguinte: "Senhor, se tu vires que algum dia vou te falhar e me apartar dos teus caminhos, peço-te com toda a minha alma, antes que isso aconteça, me leves, pois prefiro estar na tua glória, que viver neste mundo com a vergonha de ter falhado para contigo " (pág. 15). No capítulo 2, o vidente afirma que Satanás tentou fazê-lo pensar negativamente, porém resolveu assumir a grande tarefa de evangelizar, a qual lhe fora confiada por Jesus. Procurou respaldo bíblico na vida de Moisés (pág.17). Diz o Pastor que "no desafio do chamado o nome de Jesus equivale a dinamite: tem poder e autoridade quando O invocamos". Ele também entendeu, apoiado na esquiva inicial de Moisés o seguinte: " Quando Deus faz um chamado, Ele está plenamente consciente de quem chama e porque o faz. Ao conhecer esta história compreendi que existia um chamado do Senhor feito de forma direta em minha vida. Um ministério de grande magnitude me esperava " (pág. 18).
Parte 2
No capítulo 3, o vidente Caçalhamas começa a
"sonhar". Leu um livro de Kim Woo-Choong, fundador do Grupo Daewoo, intitulado "O Mundo é dos Sonhadores". Ele diz que Neemias ao ficar inteirado da situação do seu povo em Jerusalém, começou a agasalhar em sua mente um sonho e uma visão. Mesmo com uma situação totalmente contrária Neemias começou a ter a "visão" de restaurar e se deixou "engravidar" por essa visão (pág. 19) e que Deus age nos dias atuais do mesmo modo, inquietando muitos escolhidos e respondendo dentro de uma "visão" por Ele concedida...
Depois dessa experiência com Jesus, o vidente
começou a evangelizar nas ruas de sua cidade e teve oportunidade de pastorear pequenas igrejas. A última delas, com apenas 30 membros, após um ano do seu pastorado alcançou 120 membros. Contudo, ele se aborreceu com a inconstância dos membros e renunciou ao pastorado. Depois de 4 meses de desemprego, certa noite, enquanto se balançava numa rede à beira mar da costa atlântica colombiana, teve uma visão a qual é descrita da seguinte maneira: "senti a presença de Deus como nunca antes havia experimentado. Naquele dia a sua voz se fez ouvir no profundo do meu ser: 'sou Ancião de Dias! Prepara o teu coração em adoração porque vou te usar'. Naquele momento entrei num nível de adoração muito mais intenso, diferente do que eu estava acostumado. Rendi cada átomo de minha existência ao Senhor e logo escutei-O dizer: 'vim mover o teu assento'. Aquietei-me, esperando que Ele o fizesse, porém como não acontecesse, eu mesmo comecei a me mover até que escutei novamente a sua voz dizendo-me : 'eu posso mover o teu assento, porém prefiro fazê-lo através de ti. Coloquei-te como pastor. Sonha, sonha com uma igreja muito grande porque os sonhos são a linguagem do meu Espírito. Porque a igreja que hás de pastorear será tão numerosa como as estrelas do céu e como a areia do mar que de multidão não se poderá contar'" (págs.19 e 20).
O vidente prossegue afirmando que nesta noite o
Senhor lhe perguntou: "que igreja gostarias de pastorear?" Diz que ficou quieto e começou a observar a areia do mar e o milagre aconteceu: " vi como que cada partícula da areia se convertesse em uma pessoa". O Senhor tornou a perguntar-lhe: "que vês?". O Pastor respondeu: "vejo centenas de milhares de pessoas". Então Deus replicou: "Isso e mais te darei, se fizeres minha perfeita vontade " (pág. 21).
No mês seguinte ele fundou uma igreja, na sala de
sua própria residência, com apenas oito pessoas - a qual se chama hoje, Missão Carismática Internacional (MCI). Quando esta já contava com 30 membros o Pastor começou a desenhar o " seu plano estratégico". Enfrentou alguns problemas, ficou muito inquieto, orou e logo o Senhor lhe respondeu com estas palavras: "segue fazendo teus planos que eu me encarrego de desbaratá-los" (pág. 21). Observação: Jesus estava prometendo "desbaratar" os problemas ou os planos do vidente? Não entendi bem o que ele quis dizer...
Mais tarde, novamente o Senhor iria perguntar-lhe:
"Que queres e em quanto tempo o queres?" Ele então começou a traçar alvos e sempre que ficava atrapalhado o Senhor lhe dizia: " Porque certamente te abençoarei de tal modo que tu mesmo ficarás assombrado e me dirás: Basta! " (pág. 21). Observação: Aqui vemos que o 'Pai Nosso' perdeu o significado, pois Jesus já não diz: "seja feita a tua vontade", mas: que queres que te faça? Será que esse não é "o outro Jesus?" Afinal de contas, ele está negando a Bíblia! O vidente compara a ação de sua Missão com todas as coisas criadas por Deus, afirmando que: "Deus SONHOU, depois PLANEJOU, DESENHOU e EXECUTOU". Por isso, garante que Deus é um SONHADOR! (pág. 22).
Depois disso, ele conta que certa noite estava
sentado no piso de um auditório com capacidade para 120 pessoas. Começou a "sonhar" e logo pôde ver as pessoas entrando e superlotando aquele auditório, fazendo filas para ali entrar, por isso ele foi obrigado a dividir a reunião em dois cultos... e indaga: "haverá impossível para Deus?" Foi aí que descobriu que todo o dilema habita dentro de nossa própria mente e que precisamos atrever-nos a "sonhar" (pág. 22). Observação: Esta teologia de pensamento positivo é típica de pastores como: Norman Vincent Peale, Kenneth Hagin, Peter Wagner, Benny Hinn, e outros, que têm enriquecido à custa dos "sonhos" mirabolantes plantados nas mentes dos membros de suas igrejas...
No capítulo 4, cujo título é "Amadurecendo no
Deserto" o autor do livro começa enfatizando a necessidade de passar pelo deserto para adquirir maturidade. Ele diz que passar pelo deserto equivale a enfrentar provas, dificuldades, e também pressões, as quais só podem ser superadas, quando o crente mantém firme o olhar em Jesus (Hebreus 12:2).
Porém, estranhamente, ele começa a falar de
experiências fantásticas por ele vividas, o que nos leva a pensar que este capítulo deveria ter como título: "florescendo no deserto". A partir daí, ele começa a descrever os ataques de Satanás à sua vida. Descobriu que Satanás andava buscando alguma debilidade em seu recôndito, uma espécie de "calcanhar de Aquiles", através do qual pudesse neutralizar a sua consagração ao Senhor (pág. 24).
Diz ainda que numa tarde, após ter-se dedicado à
oração, abriu os olhos e notou uma densa escuridão ao seu redor. Percebeu que estava flutuando, olhou para baixo e viu um profundo abismo repleto de demônios que se moviam como autômatos, em meio às trevas. Quando achou que ia despencar naquele tenebroso lugar, uma voz lhe falou : "se tu cais, qualquer um dos demônios que viste te tomará e te levará a um lugar mais profundo, onde ficarás até que sejas julgado". No mesmo instante, ele clamou ao Senhor e sentiu que uma força o segurou pelos braços e o levantou. Então, ouviu uma voz, trovejando: "Ainda não chegou a hora!". Caiu no chão, de volta ao corpo, completamente molhado de suor. (p. 24). Observação: isso é um perfeito exemplo de projecionismo (ou levitação), fenômeno muito comum aos sacerdotes jesuítas ocultistas, como Inácio de Loyola, fundador da Ordem Jesuíta. Em geral acontece quando alguém está drogado ou então levado ao estado Alfa, quando, muitas vezes, está possuído por espíritos malignos! Muitos santos católicos apresentaram esse fenômeno, inclusive com chagas no corpo, o que tem levado os seus devotos à crença de que eles são "milagrosos", quando, na realidade, são vítimas de forças ocultas.
Parte 3
O vidente conta ainda que numa tarde, enquanto
conversava com um amigo de infância, no terceiro andar de uma "casa de café", esta desabou. Os escombros o sepultaram. Sentiu o espírito se desprender do corpo. Observação: Outra viagem? Ele viaja mais do que o papa JP2! Foi então que se lembrou da voz que havia lhe dito: " Ainda não chegou a hora" e, apoiado nesta frase, clamou pelo nome de Jesus, e, desse modo, pôde retornar são e salvo ao corpo, com ferimentos leves que exigiram apenas quinze pontos de sutura (pág. 25).
Ele conclui esta experiência, dizendo: " Bastou-me
pronunciar o nome de Jesus para que a parte espiritual se ligasse com a física, podendo assim remover os escombros" (pág. 25). Em outro episódio ele conta que um homem, o qual, segundo ele, estava totalmente endemoninhado, deu- lhe uma punhalada. Nessa hora ele viu, como num filme, sua vida passar pela mente. Tudo aquilo que havia feito de bem e de mal foi visto nesse filme. Caiu no chão, mas seu espirito permaneceu flutuando e observando o que se passava ao redor. Foi quando ele se viu rodeado de milhares de anjos, que formavam um túnel angélico, com os anjos indo e vindo, num trânsito infinito. Esses seres angélicos entoavam hinos de adoração numa língua estranha. Nesse ponto, o vidente caiu em si, reagindo contra aquela visão. O fato de saber que estava indo para Deus de mãos vazias, aliado ao desejo enorme de fazer algo grandioso para o Senhor, levou-o a orar, rogando a Deus para não ser vencido pela morte. Ao encerrar a oração, abriu os olhos e viu que estava de volta ao corpo (págs. 25 e 26). Observação: Foi mais uma experiência fora do corpo, fenômeno apresentado por alguns santos católicos e ocultistas, porém jamais atribuído ao Senhor Jesus Cristo...
Depois dessa experiência tão gloriosa, o vidente
finaliza o capítulo 4, da primeira parte do seu livro, dizendo que "Deus usa métodos incríveis para acabar com qualquer coisa que impeça o crescimento dos seus servos: orgulho, auto-suficiência, debilidade, caráter impulsivo, etc.". Afirma, ainda, que se não passarmos pelas provas jamais poderemos descobrir o horizonte de bênçãos que nos esperam (pág. 26). Observação: A Bíblia nos comanda a obedecer as palavras de Jesus Cristo, a fim de provarmos o nosso amor por Ele e, consequentemente, sermos abençoados (João 14:23).
Paulo já dizia no seu tempo que "os dias são maus..."
(Efésios 5:16). Ele se referia ao Gnosticismo, que estava tentando neutralizar a obra redentora de Cristo, colocando o homem na posição de um semideus, através do conhecimento espiritual. Infelizmente, sob a capa de evangelho, muitas doutrinas espúrias têm surgido ultimamente, nas igrejas ultra-pentecostais, em busca de poder do alto, sem atentar no fato de que " quando estamos fracos então é que somos fortes" (2 Coríntios 12:10).
Foi quando buscava poder e sabedoria que o jovem
Ricardo se entregou nas mãos dos "espíritos guias", os quais, no princípio, pareciam amistosos e benignos, para mais tarde começarem a exigir dele o impossível, tratando-o na base da "chibata espiritual", a fim de conduzi-lo ao desejo de suicídio.
Um jovem membro da Igreja à qual pertenço, após
ter participado do "Encontro" promovido pelos líderes da MIR, abandonou a congregação, passando a fazer parte de uma igreja ultra-pentecostal, onde está entregue de corpo e alma aos líderes do Movimento. Há poucos dias, numa fria madrugada, ele precisou ser socorrido pelos pais, após um ataque de histeria, durante o qual agitava os braços e clamava em alta voz que estava conversando com anjos... Observação: Em Mateus 7:15-23, Jesus nos adverte contra os falsos profetas, que surgirão nos últimos tempos. Paulo também nos adverte, na 1 Timóteo 4:1, que muitos darão ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios e ainda, na 2 Timóteo 4:3-4, sobre os doutores que pregarão doutrinas conforme as sua próprias concupiscências... Precisamos então, nos agarrar cada dia mais à Palavra de Deus e menos aos modismos estranhos que têm penetrado em nossas igrejas.
Como leitora assídua da Bíblia e pesquisadora de
religião, devo confessar que nunca me passou pela cabeça o desejo de receber qualquer poder do alto, além do que já me foi concedido, desde que aceitei Jesus Cristo como meu único, total e suficiente Salvador. Sei que a Sua Palavra me ensina, conforta e me dá todas as coordenadas para viver uma vida feliz e abundante e, portanto, devo contar somente com a Bíblia em todos os momentos de minha vida cristã, porque ela jamais falha, visto como é " o poder de Deus" para salvar, conservar na fé e levar à santificação de nossa alma.