Você está na página 1de 2

gênero no ambiente escolar desde a primeira infância até a juventude;

como uma maneira de cessar a perpetuação da ideologia machista


dominante (mesmo que mascarada), tendo em vista que o papel da escola
e do professor nessa empreitada é de desmistificar o assunto e validar a
luta feminina pela igualdade de direitos entre os gêneros. Tomando como
base a Pedagogia Libertadora proposta por Paulo Freire, este trabalho
indica o diálogo como um dos métodos possíveis na desconstrução de
paradigmas e preconceitos acerca deste tema, bem como a possibilidade,
de através da conscientização, os alunos e alunas possam deixar de
reproduzir comportamentos machistas que vem sendo propagadas há
séculos. Entendendo que a educação vai além da transmissão de
conteúdos; também se configura numa troca entre educador e
educandos. PALAVRAS-CHAVE: Gênero; Papel da escola; Igualdade de
direitos. INTRODUÇÃO A luta das mulheres pela igualdade de direitos e
respeito já é de longa data, contudo, nos dias atuais a discussão está em
evidência devido às manifestações e também ao acesso às redes sociais,
que auxiliam na divulgação das mesmas. Para além, destas lutas que as
mulheres destemidamente têm enfrentado, milhares de meninas já
sentem o poder da opressão machista desde muito pequenas; daí a
importância da discussão de gênero no ambiente escolar; O conceito de
gênero diz respeito ao conjunto das representações sociais e culturais
elaboradas com vistas à diferença biológica dos sexos. Enquanto o sexo diz
respeito ao atributo anatômico, no conceito de gênero toma-se o
desenvolvimento das noções de “masculino” e “feminino” como
construções sociais (BRASIL, 2010, p.12). Muito mais que a definição de
cor do enxoval de um bebê (rosa ou azul), existe a definição de um
comportamento padrão preestabelecido na nossa sociedade que
acompanhará a criança em toda sua vida. Ao analisarmos nosso contexto
histórico saberemos que se trata de uma sociedade em que o “azul”
predomina sobre o “rosa”. Desde pequenas as crianças são direcionadas
ao tipo de roupas, brincadeiras, brinquedos e comportamentos que lhes
são ideais de acordo com o gênero. As meninas são ensinadas a brincar de
casinha, de bonecas e a serem vaidosas e delicadas. Aos meninos são
oferecidos carrinhos, bolas, jogos de construção e brincadeiras que
estimulam a exploração do mundo exterior. O tratamento entre meninos
e meninas é tão diferenciado e tão naturalizado que muitas vezes nos
passam despercebidos, ou soam como piadinhas inocentes. Um exemplo
clássico: o pai de um menino se vangloriando que o filho bebê vai ser
“pegador” e o pai da menina bebê dizendo que ela só vai namorar depois
dos dezoito anos. Comportamentos assim são heranças de uma família
nuclear patriarcal, em que aos meninos era cedida toda sorte de regalias e
às meninas cabia serem boas donas de casa, boas mães e, caso quisessem
trabalhar poderiam ser “boas professorinhas”. Ainda dentro de casa as
meninas continuam sendo as ajudantes oficiais das mães enquanto os
irmãos têm mais tempo para brincar e estudar. Quando os meninos
ajudam são elogiados por estarem fazendo um favor, Já as meninas não
fazem mais que a obrigação - por serem mulheres. Na fase adulta homens
e mulheres trabalham fora o dia todo, mas quando chegam em casa ainda
é da mulher o papel de cuidar do lar e dos filhos para que o marido possa
descansar; mesmo que o marido “ajude” é como se essa função não fosse
igualmente dele. Existem ainda as anedotas sexistas sobre mulheres ao
volante, no futebol, nas ciências exatas etc - áreas que são tidas como
exclusivas para os homens. Por mais absurdo que nos pareça, esse tipo de
pensamento ainda permeia as relações de gênero, com alguns avanços
alcançados por meio de muita luta das mulheres. Mas ainda com imensa
defasagem de direitos e benefícios. Basta consultar qualquer pesquisa a
respeito da diferença salarial entre homens e mulheres que exercem a
mesma função, e constataremos que elas ganham menos unicamente por
serem mulheres. E no meio de tudo isso tem a escola que, em grande
parte, ainda reproduz o que a sociedade já faz. Basta lembrarmo-nos das
aulas de educação física em que os

Você também pode gostar