Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TRATAMENTO
Os principais agentes para a redução da pressão intraocular são betabloqueadores, os
inibidores da anidrase carbônica, os agonistas adrenérgicos, os agentes colinérgicos e
os análogos de prostaglandinas. À exceção da acetazolamida, um inibidor da anidrase
carbônica por via oral, todas as outras medicações são utilizadas na forma de colírio.
Esses colírios podem ser associados entre si para uma maior redução da pressão
intraocular. Caso o tratamento clínico mostre ineficácia, outras possibilidades incluem
tratamento com laser (trabeculoplastia a laser) ou procedimentos cirúrgicos.
® Agentes betabloqueadores: considerados agentes de primeira escolha por conta do
baixo custo e da boa redução pressórica, os betabloqueadores diminuem a produção
do humor aquoso com consequente redução da pressão intraocular. Têm o
inconveniente de apresentarem sérios efeitos adversos sistêmicos, como bradicardia,
hipotensão e broncoespasmo. Dessa forma, são contraindicados para pacientes com
determinadas cardiopatias e portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica.
Agentes betabloqueadores seletivos apresentam menor incidência de efeitos colaterais
sistêmicos, mas também menor eficácia.
® Análogos da prostaglandina: também considerados agentes de primeira escolha pela
eficácia e pela posologia (1 vez ao dia, enquanto os outros são no mínimo 2 vezes ao
dia), esses agentes mais atuais aumentam a drenagem do humor aquoso por meio de
uma via alternativa chamada via úveo-escleral. Apresentam bons níveis de redução da
pressão intraocular. Os principais efeitos adversos são a hiperemia ocular, o
escurecimento da íris e o crescimento dos cílios. Efeitos sistêmicos são bastante raros.
São latanoprosta, travoprosta, bimatoprosta e tafluprosta.
® Agonistas adrenérgicos: age por redução da produção do humor aquoso. Alguns
estudos demonstram que esses agentes também atuam melhorando a drenagem do
humor aquoso. Os agentes seletivos podem causar sensação de boca seca, fadiga e
cefaleia. Apresentam uma grande incidência de reação alérgica e o inconveniente de
taquifilaxia, com redução progressiva de seu efeito hipotensor. São atoprina,
tropicamida e o ciclopentolato.
® Agentes colinérgicos: a pilocarpina tem sido utilizada para o tratamento do glaucoma
há mais de 100 anos. A redução pressórica decorre da melhora do escoamento do
humor aquoso pela abertura da malha trabecular. Piora a acuidade visual no idoso.
® Trabeculopastia com laser ou trabeculectomia: trata-se da aplicação de laser
diretamente na malha trabecular, com o objetivo de promover uma contração localizada
na malha trabecular, associada à fibrose, com separação e abertura de espaços entre
as fibras trabeculares adjacentes, melhorando a drenagem do humor aquoso. A redução
pressórica é temporária, e estima--se uma redução da taxa de sucesso para 50% em 5
JOÃO BATISTA NETO
anos. Uma outra opção cirúrgica é o uso de implantes de drenagem para glaucoma,
tanto valvulados como não valvulados.
CATARATA
A catarata é definida como a perda da transparência do cristalino, podendo ocasionar
prejuízo da acuidade visual, visão de cores e/ou contraste. Corresponde à maior causa
de cegueira possível de prevenção no mundo.
O cristalino é uma estrutura intraocular transparente, biconvexa, avascular, constituída
basicamente por proteínas, localizada imediatamente posterior à íris. Tem a função de
refratar a luz, fazer a acomodação, e manter a transparência.
EPIDEMIOLOGIA
A catarata é a principal causa de cegueira no mundo, sendo responsável por cerca de
50% dos 50 milhões de casos. É também a causa mais comum de deficiência visual em
adultos acima de 60 anos.
Com o aumento da sobrevida da população mundial, a previsão é que a incidência
aumente nos próximos anos. Paradoxalmente, sabe-se que é uma condição tratável, de
etiologia multifatorial; mas pouco se conhece a respeito da prevenção, adiamento ou
reversão do desenvolvimento. Não existem tratamentos clínicos que tenham
comprovação científica de eficácia, porém o tratamento cirúrgico específico permite a
efetiva recuperação da capacidade visual, com evidentes benefícios econômicos e
sociais para o indivíduo, sua família e a comunidade.
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
A catarata relacionada à idade é o tipo mais comum. Cerca de 95% das pessoas acima
de 65 anos têm algum grau de opacidade no cristalino, muitas apresentando catarata
suficientemente densa que justifique extração cirúrgica.
O trauma é a causa mais comum de catarata unilateral em indivíduos jovens. Nas lesões
contusas e penetrantes, a opacificação do cristalino pode ocorrer agudamente após o
trauma ou de forma progressiva.
A causa mais frequente de catarata metabólica é o diabete melito, mas pode ocorrer
também em doenças como galactosemia, deficiência de galactoquinase, manosidose,
doença de Fabry, síndrome de Lowe e hipocalcemia. Em pacientes portadores de
diabete melito, dois tipos de catarata são frequentes: a senil e a metabólica verdadeira.
O tipo senil aparece mais precocemente em pacientes diabéticos e tem progressão mais
rápida que em não diabéticos. Já a catarata decorrente de alterações metabólicas
resulta de hidratação osmótica do cristalino pelo acúmulo de sorbitol e glicose.
A catarata tóxica é aquela relacionada ao uso de medicamentos, como corticosteroides,
mióticos (usados no tratamento do glaucoma e algumas formas de estrabismo),
amiodarona, clorpromazina, ou a presença de corpo estranho intraocular contendo
cobre ou ferro.
Catarata congênita é uma turvação total ou parcial do cristalino que está presente no
nascimento ou logo após o nascimento. As alterações podem levar desde a pequenas
distorções visuais até à cegueira.
QUADRO CLÍNICO
Na história clínica, o paciente pode apresentar ofuscamento, borramento e distorção da
imagem, visão dupla monocular, alteração na percepção das cores, embaçamento ou
redução da acuidade visual.
Em pacientes com catarata unilateral, esta pode passar desapercebida, a menos que o
indivíduo teste a visão em cada olho separadamente.
JOÃO BATISTA NETO
mácula, pode haver redução da acuidade visual, mesmo em fases bem iniciais da RD,
o que é chamado edema macular.
O mau controle metabólico persistente leva à progressão do quadro, com piora da lesão
endotelial, que se estende aos vasos maiores, culminando com ingurgitamento das
artérias, “ensalsichamento” das veias, formação de vasos colaterais e das
anormalidades vasculares intrarretinianas. Adicionalmente, a hiperglicemia estimula a
produção de substâncias vasoativas, como a angiotensina II, que, associadas ao estado
pró-inflamatório, favorecem a ocorrência de microtromboses e isquemia (exsudatos
algodonosos) e hemorragias.
Apesar de os portadores de RD proliferativa poderem ser assintomáticos, eles podem
apresentar um quadro de perda abrupta da visão se houver grande sangramento, com
turvação do vítreo, descolamento de retina ou glaucoma neovascular. Em algumas
destas situações, a perda visual pode ser irreversível.
FATORES DE RISCO
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da RD são a duração da doença,
o grau de controle glicêmico e a hipertensão arterial sistêmica, no entanto, dislipidemia,
puberdade e gravidez também influenciam no desenvolvimento desta complicação
microvascular.
Estima-se, ainda, que 25% do risco de desenvolver RD nos pacientes com DM1 e 50%
do risco nos pacientes com DM2 derive de sua herança genética.
RASTREAMENTO
Por ser assintomática na maior parte do seu curso, a melhor forma de evitar as
complicações da RD é o rastreamento, o diagnóstico precoce e o acompanhamento.
A recomendação de rastreamento é normalmente após 5 anos do diagnóstico nos
pacientes com DM1, mas não se aplica para os pacientes peripuberais, que devem ser
rastreados aos 10 anos de idade ou no início da puberdade, o que acontecer antes,
após 3 a 5 anos de diagnóstico.
Os pacientes com DM2 devem ser rastreados já no momento do diagnóstico, pois como
esses pacientes podem ter permanecido assintomáticos por longos períodos, é difícil
precisar a data do início da hiperglicemia, tanto que aproximadamente 3% dos pacientes
com DM2 têm RD proliferativa ao diagnóstico.
Toda mulher diabética planejando engravidar deve ser orientada quanto ao risco de
piora de um quadro já existente de RD e deve ser avaliada antes da gestação. Em
seguida, a avaliação deve ser repetida no 1º trimestre e até 1 ano após o parto.
ACOMPANHAMENTO E MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
O primeiro exame, tanto nas crianças quanto nos adultos, deve ser completo e realizado
por um oftalmologista. O exame deve abranger a busca por outras doenças, como
glaucoma e catarata, presentes com maior frequência no paciente portador de DM.
Quem determina a periodicidade deste exame é o próprio oftalmologista.
Caso não haja nenhuma alteração, a avaliação retiniana deve ser realizada
anualmente por um oftalmologista treinado em RD, por meio da fundoscopia indireta
após dilatação da pupila com colírio midriático.
O ácido acetilsalicílico pode ser utilizado como proteção cardiovascular em pacientes
com RD, inclusive com RD proliferativa. Exercícios aeróbicos de moderada a alta
intensidade e exercícios de resistência estão contraindicados para pacientes com
RD não proliferativa grave e RD proliferativa, pelo risco de hemorragia vítrea e
descolamento de retina.
TRATAMENTO
JOÃO BATISTA NETO
RETINOPATIA HIPERTENSIVA
A hipertensão arterial sistêmica afeta tanto a circulação retiniana quanto a da coroide.
As manifestações clínicas variam de acordo com o grau e a rapidez do aumento da
pressão e o estado da circulação ocular. O quadro mais florido da retinopatia
hipertensiva ocorre em pacientes jovens com elevações abruptas da pressão arterial.
A hipertensão arterial crônica acelera o desenvolvimento de aterosclerose. As arteríolas
retinianas tornam-se mais tortuosas e estreitas e desenvolvem reflexos diferentes
(classificados como fios de prata e fios de cobre). Ocorre ainda um aumento da
compressão das veias nos cruzamentos arteriovenosos. Podem ocorrer também
hemorragias em chama de vela que estão localizadas ao nível da camada de fibras
nervosas da retina. Elevações agudas da pressão arterial sistêmica resultam na perda
da autorregulação da circulação retiniana, levando à quebra da integridade endotelial e
à oclusão das arteríolas pré-capilares e dos capilares.
As manifestações clínicas dessas alterações são as seguintes: exsudatos algodonosos
que podem constituir uma forma de estrela na região da mácula, hemorragias retinianas,
edema de retina. A coroide também é afetada e a sua vasoconstrição e a isquemia
causam descolamento de retina serosa e infartos do epitélio pigmentar da retina. Essas
alterações coroidianas podem ainda afetar a cabeça do nervo óptico, causando
neuropatia óptica isquêmica com edema do nervo óptico.
JOÃO BATISTA NETO
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da DMRI seca é clínico e baseia-se no achado e na documentação das
lesões de fundo de olho características (drusas moles, alterações pigmentares
maculares e atrofia geográfica).
JOÃO BATISTA NETO
causada por adenovírus ou HSV. Se não for tratada, a doença pode persistir por 6
semanas a 2 anos. Com frequência, está associada à inflamação da córnea na forma
de opacificações características (“infiltrados”), erosões epiteliais puntiformes e graus
leves de vascularização superficial da córnea. As infecções oculares recidivantes
desenvolvem-se com mais frequência em pacientes cujos parceiros sexuais não são
tratados com agentes antimicrobianos.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico clínico do tracoma clássico pode ser estabelecido na presença de dois
dos seguintes sinais: (1) folículos linfoides na conjuntiva tarsal superior; (2) cicatrizes
conjuntivais típicas; (3) pano vascular; ou (4) folículos límbicos ou suas sequelas, as
depressões de Herbert. O diagnóstico clínico de tracoma endêmico deve ser confirmado
por exames laboratoriais em crianças com graus relativamente acentuados de
inflamação.
TRATAMENTO
A conjuntivite de inclusão do adulto responde bem ao tratamento com os mesmos
esquemas usados nas infecções genitais sem complicações – isto é, azitromicina (dose
única oral de 1 g) ou doxiciclina (100 mg 2 vezes/dia, durante 7 dias).
O tratamento simultâneo de todos os parceiros sexuais do paciente é necessário para
evitar a reinfecção ocular e a doença genital por clamídia. Não há necessidade de
tratamento tópico com antibióticos para pacientes tratados com antibióticos sistêmicos.