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Agradecimentos aos
Soldados que lutaram durante as guerras.
Engenheiros(as) que projetaram armas.
Enfermeiras(os) que cuidaram dos feridos.

Homenagear os
Os 6 milhões de judeus mortos.
As 13 milhões de mortes durante a Primeira Guerra Mundial.
As 40 milhões de mortes durante a Segunda Guerra Mundial.

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[...]o mundo não é um grande arco-íris, é um lugar sujo, é um
lugar cruel que não quer saber o quanto você é durão, vai botar
você de joelhos e você vai ficar de joelhos para sempre se você
deixar. Você, eu e ninguém vai bater tão duro como a vida, mas
não se trata de bater duro, se trata de quanto você aguenta
apanhar e seguir em frente, o quanto você é capaz de aguentar e
continuar tentando[...]
Rocky Balboa

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Sumário
O início..............................................................................7
O almoço de despedida na casa da família Klein.........14
O ponta pé para o sonho.................................................17
Treinamento......................................................................21
Grande Guerra..................................................................25
Vida após a Guerra...........................................................
Coração Militar..................................................................

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APRESENTAÇÃO

O livro relata a história de John Benner, que serviu ao exército dos


Estados Unidos da América durante a Primeira e Segunda Guerra
Mundial, relata como foi sua vida, suas experiências de guerra e
sua paixão por duas garotas.

The book tells the story of John Benner, who served in the United
States army during the First and Second World War, tells about his
life, his war experiences and your passion for two girls.

El libro cuenta la historia de John Benner, quien sirvió en el ejército


de los EUA. Durante la Primera y Segunda Guerra Mundial, cuenta
sobre su vida, sus experiencias en la guerra y tu pasión por dos
chicas.

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O início
A guerra pode ser a chave para a paz ou para a ruína, mas uma
coisa é certa, não tem vencedor, pois todos os envolvidos têm
perdas. Além disso, a guerra muda o destino da humanidade, mas
o destino de John Benner já estava traçado desde quando ele
nasceu.
John Benner nasceu em 1898, em Nova York, nos Estados
Unidos. Era filho de um grande empresário, Robert Benner, e sua
mãe era enfermeira do exército americano, Carla Benner.
Tinha também um irmão, Joelson Benner, John era 5 anos mais
novo que seu irmão, mas os dois eram muito ligados.
Numa quarta-feira a tarde de 1906, John brincava com seus
brinquedos no quintal, sua brincadeira preferida era colocar sua
fantasia de soldado e fingir que estavam atacando sua base:
- Me informar status capitão Ted! – dizia Benner ao seu ursinho de
pelúcia- Estão nos atacando de todos os lados, cadê as nossas
tropas!
- Filho! – gritou a Senhora Benner pela janela enquanto lavava a
louça – A janta está pronta!
Benner foi correndo para casa, lavou as mãos e sentou-se a
mesa. John disse a sua mãe:
- Cadê o papai?
- Está no trabalho, as coisas estão feias por lá.
- Coisas? Que coisas feias mamãe?
- Não precisa se preocupar filho, coma sua comida se não vai
esfriar. – disse a mãe – E aqueles brinquedos lá fora John,
brincando de soldadinho de novo?
- Sim mamãe, quando eu crescer quero ser um soldado!
Joelson que estava calado, começou a rir.
- O que foi Joelson?
- Você soldado? Você não sabe nem abrir um pote de picles – disse
Joelson.

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- Posso não conseguir abrir um pote de picles agora, mas daqui um
tempo, você que não vai abrir o pote de picles, porque eu já terei
aberto.
- Chega os dois e comam logo a comida de vocês – disse a
Senhora Benner.
Em seguida, a campainha tocou.
- Deve ser o papai – disse John.
A Senhora Benner foi abrir a porta e como esperado, era o
Senhor Benner, que chegou estressado, colocando seu casaco no
cabideiro e falou:
- Vou me deitar! O dia foi cansativo.
- Não vai comer pai? A comida está muito boa – disse Joelson com
o garfo na mão.
- Não e não faça barulho enquanto eu estiver no quarto.
No dia seguinte, John foi para a escola, suas matérias preferidas
eram história e educação física, adorava saber mais sobre os
tempos passados e fazer exercícios, correr e brincar de polícia e
ladrão na educação física. No intervalo, John estava em uma
mesa sozinho comendo o seu lanche:
- Eu posso me sentar aqui? – falou uma menina de olhos
castanhos, cabelo escuro e de estatura baixa.
- Pode, mas... – disse John sendo interrompido pela garota.
- Prazer, eu sou a Bela Klein, tenho sete anos e eu sou nova aqui
nesta escola, qual o seu nome?
- John, John Benner, você fala bastante assim mesmo?
- Às vezes sim.
- Nunca vi você aqui, de onde você é?
- Eu sou de Baviera, na Alemanha – falou Bela com uma maçã na
mão.
- E por que você está aqui em Nova York?
- Eu não sei, o papai me fez aprender inglês a uns 2 anos atrás, ele
disse apenas algo como “paz armada”, ele é um soldado e ele ...

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- Soldado? – disse John com um sorriso no rosto.
- Sim, mas por que a pergunta?
- Porque eu gosto muito de soldados.
O sinal tocou e Bela disse:
- Tenho que ir, mas eu gostei muito de você John.
- Digo o mesmo Bela, eu vou te ver amanhã?
- Com certeza.
John foi para o resto das aulas, ao finalizar ele foi para casa.
Chegando em casa sua mãe lhe perguntou:
- Como foi o dia John?
- Foi divertido e eu conheci uma garota chamada Bela.
- Que legal filho!
- Mãe posse te fazer uma pergunta?
- Claro!
- O que é “paz armada”?
- Quem te falou isso John? – disse a Senhora Benner espantada.
- Minha amiga mãe?
- Filho isso não tem importância para você, e outra coisa, a partir da
semana que vem eu ficarei um mês no trabalho resolvendo
assuntos importantes, ok?
- Ok.
Benner foi para a escola no dia seguinte com a intenção de ver
Bela no intervalo, passou as primeiras aulas da escola animado
para vê-la. O sinal para o intervalo tocou e John foi correndo para o
pátio, quando chegou lá, avistou a garota que estava sentada
sozinha na mesma mesa do dia anterior.
- Eu posso me sentar aqui? –perguntou John com um sorriso no
rosto.
- Pode – respondeu Bela com um sorrisinho – Você está bem?
- Sim e você?

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-Estou bem também, o que você trouxe de lanche hoje?
- Mingau de aveia.
- Eu adoro mingau!
- Quer um pouco? – perguntou John.
- Por favor.
- Minha mãe disse que soldados gostam de mingau.
- Como ela sabe? – perguntou Bela saboreando o mingau de aveia.
- Ela é enfermeira do exército americano.
- Hum, entendi, eu nunca vi meu pai comendo mingau.
- Eu queria muito falar com seu pai, tenho tantas perguntas – disse
Benner com entusiasmo.
- Não sei se ele vai gostar muito de você, ele é um pouco bravo e
não gosta dos soldados americanos, mas você pode tentar.
O sinal tocou novamente encerrando o intervalo, eles se
despediram e voltaram para as aulas. Depois da escola, John
chegou em casa e pediu para seu irmão brincar com ele:
- Brincar de que John?
- De soldados que estão no meio de uma guerra.
- Que tal brincarmos de investimentos, de que nos somos donos de
grandes empresas – disse Joelson – igual o trabalho do pai.
- Isso é muito chato, mas vamos brincar disso mesmo.
- Meu assistente, me diga qual foi o percentual das ações investidas
– falou Joelson para John com uma voz intelectual.
-Eu não sei, mas os outros empresários podem acabar nos
atacando, é melhor nos defendermos com nossas armas.
- Você não tem jeito mesmo John, não sabe nem brincar de outra
coisa além de soldados e guerras, apesar de você ainda ser
pequeno, você com certeza será um soldado.
John ao ouvir aquilo de seu irmão ficou muito feliz. Os anos se
passaram, John ficava cada vez mais próximo de Bela se
apaixonando discretamente por ela e seu amor pelo exército crescia

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cada vez mais, John estava certo de que queria passar toda a sua
vida servindo para o exército americano.
Se passaram 8 anos, John já estava com 16 anos, e no meio do
jantar de família e seu pai lhe perguntou:
- Você já está com 16 anos Benner, qual carreira pretende seguir?
- Eu já disse a vocês todos, um milhão de vezes o que quero ser.
- Você ainda está com essa ideia idiota de ser um soldado? Isso
não traz futuro, ainda mais agora que estamos em guerra com a
Alemanha e seus aliados – falou o pai com tom de voz alta.
- É pai, eu ainda estou com essa ideia idiota e não tem nada o que
você possa fazer. Isso está no meu sangue, no meu DNA e não tem
como negar – respondeu John com um tom de voz mais alto que de
seu pai.
- Já chega – gritou o Senhor Benner – por que você não faz algo de
útil igual ao seu irmão? que seguiu o mesmo caminho que o meu,
daqui uns anos seu irmão estará com uma vida digna e você sem
nem um pão para se alimentar.
- Robert já chega! – falou a Senhora Benner.
- Desculpe não ser um orgulho para vocês assim como o Joelson é,
mas não posso negar quem eu sou.
John retirou-se da mesa e foi para a casa de Bela, ele tocou a
campainha e a mãe da garota atendeu:
- Posso te ajudar meu jovem?
- Boa noite Senhora Klein, eu poderia falar com a Bela?
Neste mesmo momento Bela descia as escadas e avistou John:
- Olá John! – falou Bela com um sorriso no rosto.
- Olá Bela! – respondeu John com um brilho nos olhos.
- Você deseja entrar jovem? – perguntou a Senhora Klein.
-Não senhora, obrigado, mas eu posso ir até praça aqui do lado
com a Bela, preciso conversar com ela.
- Sim, mas não volte tarde, ok?
-Ok.
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Enquanto caminhavam até a praça:
- Você brigou com o seu pai de novo? – perguntou Bela.
- Sim, ele não entende que eu quero ser um soldado.
- Não fica assim, esquece isso, tenho certeza de que você será um
ótimo soldado.
- E você será uma ótima enfermeira, tenho certeza!
- Obrigada, John posso te fazer uma pergunta? Você responde se
quiser.
- Ok.
- Você já beijou alguma garota?
- Já, uma vez.
- Hum, entendi.
- Por quê?
- Nada, só perguntei mesmo.
- Você ficou com ciúmes? – perguntou John com um sorrisinho no
rosto.
- Claro que não, tá maluco? – respondeu Bela envergonhada.
- Aham sei, me engana que eu gosto.
Os dois dão uma risadinha sem graça e Bela diz:
- Enfim, os meus pais vão voltar para a Alemanha mês que vêm.
- Você também?
- Não, vou ficar aqui para fazer faculdade de enfermagem, embora
os dois países estejam em guerra, irei ficar aqui.
- Ata.
- Queria se livrar de mim, né? Já está me aguentando a 8 anos –
disse Bela dando uma risadinha.
- Nunca, não sei o que seria de mim sem você, você é meu ponto
de apoio.
- Um soldado precisando de apoio, a onde já se viu uma coisa
dessas.
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Os dois começaram a rir e Bela falou:
- Vai acontecer um almoço lá em casa de despedida neste final de
semana, você quer ir?
- Então você está me convidando para um encontro?
- Não, eu estou te chamando porque você sempre quis falar com o
meu pai em relação aos assuntos de ser um soldado – falou Bela
envergonhada – mas se não quiser ir tudo bem.
- É claro que eu vou, já aproveito e peço a permissão de seu pai
pela sua mão.
- Engraçadinho – disse Bela com um sorrisinho no rosto.

O almoço de despedida na casa da família Klein

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Era uma sexta-feira, 6 horas da noite, quando John estava se
arrumando para o jantar na casa de Bela, estava com o seu terno
mais bonito que tinha, um azul marinho. Saiu de sua casa e foi a pé
até a casa da moça, chegando no local, ele toca a campainha:
-Já vai! – grita Bela da sala.
A moça abre a porta e no mesmo momento da um sorriso e diz:
-Nada mal. Vamos, entre!
Os dois vão até a sala de jantar, onde estavam a mesa o pai e a
mãe de Bela:
-Mãe e pai esse é o meu amigo John.
-Boa noite a todos, é um prazer conhecê-los. – Fala John em pé ao
lado de Bela.
-Olá meu jovem rapaz, tudo bem? – pergunta a Sra. Klein.
John balança a cabeça dizendo “sim”, todos se sentam a mesa e
começam a comer, até que o Sr. Klein pergunta para John:
-E o que você faz da vida jovem?
-No momento eu estou estudando, mas de vez em quando eu ajudo
meu pai, administrando os negócios de família.
-Certo, mas você pretende ser o que? Médico, advogado,
empreendedor...?
-Eu quero ser um soldado senhor.
-Soldado? - pergunta o Sr. Klein com um tom de voz mais forte e
com um tom de ironia.
-Sim senhor.
-Meu jovem rapaz, você sabe que estamos em guerra né? É uma
piada ouvir de um menino como você dizer que quer ser um
soldado.
-Como assim “um menino como eu”? – pergunta John com um
pouco de raiva.
-Gente, chega por favor, vamos co... – fala a Bela mas é
interrompida por seu pai.
-Um garoto tosco com essa estatura e pensamento de um burro.
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-O senhor vai me desculpar, mas você nem me conhece, e o único
que não tem direito de falar nada é você, que serve a esse exército
alemão que iniciou todo o conflito e tem a maior parte da culpa.
-Saia da minha casa agora seu verme, vai lá ajudar o seu papai em
“negócios da família” e ouça bem, nunca mais quero você perto da
minha filha, você entendeu? – disse o Sr. Klein com um tom de voz
alto.
John saiu e não falou com ninguém, Bela tentou acalmá-lo
dizendo “Espere John” mas ele não deu ouvidos e foi embora. Ele
foi caminhando até sua casa pensando em todas as palavras que o
pai de Bela tinha lhe dito.
Todas as palavras que o Sr. Klein havia dito para ele, havia
atingido seu psicológico, porém a que mais machucou foi quando
ele disse que John não poderia mais ver a Bela, aquilo doeu muito
nele, porque ele não ligava dos xingamentos que faziam de sua
decisão de ser um soldado pois ele já estava acostumado, mas
sempre teve certeza desta escolha, agora as palavras relacionadas
a Bela não tinha como não ignorar.
Chegando em sua casa, não quis falar com ninguém, foi direto
para seu quarto para tentar descansar, ele se deita em sua cama e
sua mãe bate na porta:
-Filho, está tudo bem?
-Está.
-Posso entrar?
-Melhor não.
-Está ok, mas se quiser conversar eu estarei na cozinha.
-Ok, obrigado!
Os dias se passaram e John não tinha mais notícias de Bela, se
passaram meses, anos e nada de Bela. Em um dia, em 1917 John
estava tomando um café com o seu irmão em uma padaria perto de
sua casa, Joelson estava com um jornal em suas mãos:
-John, você viu que Rússia está com problemas internos em seu
país né?
-Sim, uma tal de revolução.

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-Pelo que parece ela vai sair da guerra.
-Provavelmente a Tríplice Entente vai perder.
-Mas os Estados Unidos vão entrar no conflito, já estão até
recrutando soldados já.
-Recrutando soldados? – pergunta John com um grande interesse
sobre o assunto.
-Não se anima não, você sabe que a mãe e o pai não vão deixar.
-Já tenho 19 anos, sei o que quero para minha vida e além disso,
você sabe que eu sempre quis isso pra mim.
-Você fica todo animado, mas as vezes ser um soldado não é tudo
isso que você imagina.
-Não me importo, estou indo agora mesmo me voluntariar para o
exército americano.
-John, você tem certeza?
-Nunca estive tão certo em toda minha vida.
-Já se prepara, porque quando você chegar em casa vai ouvir até
altas horas sermão dos nossos pais.
-Fica tranquilo, tudo sob controle.
Em seguida John levanta da mesa e pega um trem para o local
que pode fazer as inscrições para o exército americano.

O ponta pé para o sonho


John chegou no lugar que iria mudar a sua vida, estava com
muitas pessoas, quase todos eram homens, ele foi em direção à fila
e em sua frente tinha um homem negro, baixo, com olhos
castanhos e uma boa forma física e ele dizia “está quente aqui né,
tem muita gente aqui, muita gente alta...”:

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-Desculpa cara, é que quando eu estou com medo eu falo muito. –
diz o homem negro.
-Tranquilo. – Responde John.
-Prazer Smith!
-John. – diz Benner com uma cara de sério e aperta a mão do
homem.
-Você é daqui de Nova York?
-Sim e você?
-Sou do Texas, mas minha mãe mora aqui, vim passar uns dias
com ela e acabei que já estou 4 anos com ela.
-Acontece! – fala John e dá uma risadinha.
-Quantos anos você tem? – pergunta Smith.
-19.
-Tenho 23, mas fala aí, você não está com medo não? De morrer e
tudo mais?
No mesmo momento a moça que está anotando as inscrições diz
“próximo”:
-Minha vez – diz Smith.
-A gente se vê por aí.
Os dois se despediram até que foi a vez de John:
-Olá tudo bem? – diz John.
-Olá, nome por favor.
-John James Benner.
-Idade.
-19.
-Tem experiencia militar?
-Não.
-Por que quer se voluntariar?
-Sempre me interessei por essa área.

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-Então mesmo que a guerra acabe, você pretende continuar sendo
um soldado?
-Sim, pretendo seguir como vida profissional.
-Vamos verificar seus dados e iremos entrar em contato para ver se
você está ou não no exército americano. Se você entrar, iremos te
mandar os protocolos que você deve seguir, ok?
-Ok, muito obrigado!
John retirou-se e foi embora para sua casa. Chegou em casa
muito tarde, eram quase 10 horas da noite, a casa estava toda
apagada como se todos estivessem dormindo, entrou de fininho e o
mais silencioso possível, estava já no meio da sala até que a luz
acendeu, seus pais estavam sentados esperando ele chegar:
-Isso são horas? – disse a Sra. Benner
-Desculpa mãe é que ...
-É que nada, onde você estava? – disse o Sr. Benner
-Eu estava me inscrevendo para entrar no exército americano.
-Não é possível, não é possível, não é possível, não é possível ... –
ficava toda hora repetindo a mesma frase a Sra. Benner.
-Querida vá para o quarto. – disse o Sr. Benner.
A Sra. Benner levantou-se do sofá e foi para o quarto, mas
continuava repetindo a mesma frase “não é possível”.
-Pai...
-Cala sua boca e ouça. A sua mãe lidava todo dia com soldado
morto, ferido, baleado, gemendo de dor e entre muitas outras
coisas, por mim você faz o que você quiser da sua vida, o problema
é seu, mas a sua mãe está afastada poque ela quer paz, John os
Estados Unidos vão entrar na guerra ao lado da Tríplice Entente,
que está perdendo, está sendo massacrada pela Tríplice Aliança, a
vitória deles já é certa, você acha mesmo que você tem alguma
chance. Enterrar um pai ou uma mãe é mais fácil do que enterrar
um filho, então você não vai, entendido?
-Não.
-Como é que é garoto?

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-Me perdoa pai, mas eu gosto disso, sempre gostei, o senhor sabe
muito bem disso.
-Se você pretende estragar a sua vida o problema é seu, mas não
vai estragar o da sua mãe, então saia da minha casa.
-Pai?!
-Hoje você pode dormir aqui, mas amanhã quando eu voltar do
trabalho, não quero você mais aqui.
John foi para sua cama angustiado, com tristeza e um pouco de
raiva, apesar de todo o sofrimento não caiu uma sequer lagrima de
seu olho, pois ele sabia que estava tomando a decisão certa, ser
um soldado, mas estava muito triste por não ter os seus pais ao seu
lado nesse momento de grande felicidade por conquistar seu sonho.
Na manhã seguinte, John acordou e foi conversar com sua mãe
que estava na cozinha preparando o café:
-Mãe, a senhora está bem?
-Estou sim.
-Me perdoa por ontem, é que... – diz John, mas é interrompido por
sua mãe.
-Toma isso aqui. – Ela pega uma carta em cima da geladeira.
-E o que é isso?
-Você foi aceito e convocado para o exército americano.
-Sério, chegou muito rápido, meu Deus estou muito feliz. – disse
John com um sorriso no rosto. – Mãe você está de boa né?
-Sim, mas antes de você ir eu quero te dizer uma coisa, cuidado por
favor e se cuida.
-Pode deixar.
-Eu pensei que poderia escolher o que eu queria que você fizesse
da sua vida, mas não posso, apesar de tudo estou muito feliz por
você, eu sei que você vai voltar.
-Eu vou voltar mãe, pode ter certeza.
John foi até seu quarto e abriu a carta que dizia:

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“Olá, cidadão, estou te enviando esta carta para falar que você
está convocado para servir ao exército americano, venha para
Washington assim que receber está carta, ou seja, agora. Você
ficará um mês treinando para ir ao combate. I want you for U.S
army (Eu necessito de você nas forças armadas). Assinado:
Forças Armadas dos EUA”
No mesmo instante, John fez as malas e despediu-se de cada
um, menos de seu pai que estava trabalhando:
-Adeus irmão! – disse John para Joelson.
-Se cuida.
-Pode deixar.
-Me manda algumas cartas ou manda notícia, só para eu saber que
você está vivo.
-Mando sim, Joelson avisa para o pai que eu estou indo para as
Forças Armadas, ok?
-Ok, mais alguma coisa?
-Fala que eu o amo também.
-Beleza.

Treinamento
Ele estava em Washington, estavam todos os homens no pátio
central, era um espaço muito grande, todos estavam em posição e
do seu lado estava o Smith:
-Você está aqui cara! – disse Smith.
-Você foi convocado também né?

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-Se eu estou aqui é porque eu convocado né.
-Verdade, estou moscando, está de boa?
-Um pouco de dor na barriga e um cagaço, mas estou bem até.
Em seguida, o Capitão, um homem alto, de pele parda, com
cabelo castanho, um bigode e uma cicatriz no pescoço. Estava de
frente para os homens disse: “Mal dia soldados, vocês não são
bem-vindos aqui, meu nome é Capitão Mike e hoje começa o
treinamento de vocês, daqui um mês iremos para o combate, já
estamos em guerra então vamos logo com isso!”:
-Ele parece ser meio durão, já estou com medo dele. – disse Smith.
-Relaxa.
“Hoje vocês irão dar uns tiros, se você nunca pegou em uma
arma tenha cuidado com os seus companheiros” disse o Capitão
Mike.
Todos os homens pegaram uma arma, deram tiro ao alvo,
treinaram a carregar, a tirar do coldre e entre muitas outras coisas,
mas o que mais se destacou foi John:
-Já atirou alguma vez soldado? – perguntou o Capitão Mike.
-Nunca senhor.
-Está indo bem, continue assim.
-Obrigado senhor.
Os treinamentos eram divididos em: força, resistência, velocidade,
sabedoria e companheirismo. Havia diversos treinos como: corrida,
tiro ao alvo, rastejar-se sobre a lama, teste de sobrevivência,
carregar o companheiro nas costas e muitas outras coisas.
Todos os soldados dormiam às 10 horas da noite e acordavam as
4 horas da manhã, exceto os dias que eles faziam treinamento de
sobrevivência e resistência, comiam às 8 horas da manhã e às 6
horas da noite, todos tinham apenas 5 minutos para comer, 5
minutos para se trocar e 5 minutos para fazerem suas
necessidades, após acordarem todos tinham que pagar de 50 a 100
flexões.

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Todo dia após acordar, John fazia as flexões e agradecia a Deus
por mais um dia de vida e pela oportunidade de conseguir ter
conquistado o seu sonho. No segundo dia de treinamento, todos os
soldados começaram a correr às 6 horas da manhã, enquanto
corriam John e Smith estavam conversando:
-No dia que a gente se conheceu, eu te fiz uma pergunta e você
não respondeu. Você não está com medo não? De morrer e tudo
mais? – perguntou Smith ofegante.
-Medo até eu tenho, mas eu sempre quis fazer isso, desde os meus
8 anos eu tinha certeza de que eu queria ser um soldado.
-E por que você tem essa paixão toda pelo exército americano?
-Não sei, mas eu amo muito meu país, eu morreria por ele.
-Você é tipo um “Nacionalista” né?
-Tipo isso. – respondeu John mexendo a cabeça.
-Mas fala aí, você é casado, namora, tem filhos ou está na crise
igual eu?
-Você gosta de fazer perguntas né. Mas eu não sou casado, nem
namoro e nem tenho filhos.
-Está na crise então. – disse Smith dando uma risadinha.
-Também não, já tive uma paixão de infância que durou muitos
anos, mas não deu em nada.
-Não deixa de estar na crise. – falou Smith mexendo a cabeça e
dando outra risadinha.
Após a corrida de 20 quilômetros, os soldados fizeram teste
surpresa de sabedoria e companheirismo, o Capitão pegou uma
granada de mão e jogou no meio da mesa enquanto todos estavam
comendo, o que ninguém sabia é que a granada era falsa.
Com isso todos os soldados saíram correndo, mas John pulou em
cima da granada de mão protegendo a todos os seus
companheiros, todos ficaram abismados principalmente o Capitão
Mike e os demais instrutores:
-Você está louco soldado? E se está granada estivesse ativa de
verdade, o senhor teria morrido! – gritou o Capitão ao John.

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-Me perdoe senhor, mas se eu não pulasse em cima da granada, o
senhor não teria tido apenas um soldado a menos, e sim vários
soldados.
O Capitão não tinha palavras e todos os outros soldados
começaram a aplaudir o ato de John, naquele momento o C. Mike
percebeu que John era diferente de todos os outros, ele tinha um
bom coração, na verdade, ele tinha um coração de soldado.
Os dias iam se passando e John se destacava cada vez mais em
seus treinos, os seus companheiros e instrutores o admiravam cada
vez mais, parecia que ele tinha nascido para isso.
Um dia antes do primeiro combate, todos fizeram um circuito para
ver se eles estavam prontos para a realidade e para a guerra.
John como sempre estava se destacando e estava na frente de
todos, até que ele vê um dos seus companheiros ferido na Escalada
de Corda, John ignora todo o circuito para salvar seu companheiro,
ele volta quase tudo e pega seu companheiro levando-o nas costas:
-Você não vai conseguir chegar a tempo! – disse o companheiro
ferido.
-Não importa, você não vai ficar para trás! – fala John ofegante e
cansado.
O C. Mike olha o ato de John e fica surpreendido mais uma vez,
tendo a certeza de que aquele homem não deixa ninguém para trás.
John chega por último e é aplaudido novamente por todos, ele não
ganhou o circuito, mas ganhou o respeito, a honra e a admiração de
todos.
O dia se passa e todos vão para cama, no meio da noite,
enquanto todos estavam dormindo, o Capitão Mike acorda John:
-Podemos conversar?
Pergunta o C. Mike com um tom de voz baixo para não acordar os
demais homens.
-Sim senhor.
-Vamos caminhar lá fora enquanto conversamos.
Os dois se deslocam até o bosque para caminhar e conversar:

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-Você tem um bom coração soldado.
-Obrigado senhor.
-Gosta de estar aqui soldado? – perguntou o C. Mike.
-Sim senhor!
-Por quê?
-Porque eu sempre quis entrar nesta profissão. Por que você está
aqui Capitão?
-Pela minha filha. Você tem filhos?
-Não senhor.
-Vai entender quando tiver, quando você tem filhos, você faz de
tudo por eles, sempre quer dar do bom e do melhor. Eu quero um
futuro de paz para minha filha, eu vou para guerra para ela não
precisar ir, eu luto para ela não lutar e eu morro se for preciso para
ela viver. Enfim, vamos dormir que amanhã será um dia difícil.
Depois da caminhada os dois foram descansar para ir à guerra no
dia seguinte.

Grande Guerra
Na manhã seguinte, todos acordaram às 6 horas da manhã,
muitos com medo e outros com animação. Antes deles irem ao
combate, John orou a Deus para que o guardasse de todo mal e de
todo perigo que estaria prestes a enfrentar, muitos que estavam ali
o observando, lhes acompanharam na oração.
A caminho, John não conseguia parar de pensar em sua família, e
por mais incrível que pareça, ela não tirava da cabeça a tal garota
alemã, ele refletia se iria voltar para as pessoas que amava.

24
O desespero o tomava, pois era sua primeira vez em uma luta
frente a frente, apesar da inquietação ele estava com adrenalina
correndo por suas veias, a energia em seu corpo era inexplicável.
Smith estava ao seu lado, com as mãos suando, tremendo e
inquieto:
-Você está bem cara?
Perguntou John tocando em suas costas:
-Acho que estou, sei lá.
-Fica de boa, estou aqui junto com você, não tem o que se
preocupar.
-Você não está preocupado.
-Estou, um pouco. Mas estaremos juntos, ajudando um ao outro.
-Valeu cara. Que Deus nos ajude!
-Que Deus nos ajude.
Falou John olhando para a frente e com a voz baixa. Após alguns
dias de viajem, eles finalmente chegam ao seu destino, os soldados
começam a se afobar, todos vão em direção as trincheiras
austríacas. Eles começam a se posicionar para o ataque, mas antes
que todos se ajustem, a gritaria começa, ‘GRANADA”.
A partir desse momento começa a batalha, os soldados correm
em meio ao fogo, aos tiros, aos gritos e aos inimigos. Todos com
um pouco de medo, mas todos em direção ao oponente.
Ninguém recua, ninguém desiste e ninguém para, muitos
começam a morrer, tiros percorrem ao lugar tão rápido e tão
frequente que ninguém se prepara para se defender, porque o
tempo é curto.
John contribui para matar mais inimigos, ele não para se protege
nas trincheiras e ataca por meio delas, seu olhar já muda, ele
começa a vibrar de tanta emoção e perigo, ao seu lado granadas de
mão explodem, mas ele continua.
Ele para atras de uma coluna de sacos de areia onde estava
Smith se protegendo:
-Você está bem? Está ferido?

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Grita John para seu amigo que está sentado com um fuzil em
suas mãos, uma M4A1:
-Estou de boa, mas você está baleado no braço esquerdo!
A adrenalina era tanta que John nem percebeu que tinha sido
atingido por uma bala, o seu sangue estava quente e sua cabeça a
mil, ele dizia:
-Estou bem!
Ele prossegue a frente, atira contra seus inimigos, sua munição
acaba, ele recarrega, troca de arma, joga diversas granadas de
mão, tudo aquilo que ele fazia era muito bom, parecia que ele era
soldado há anos, como se ele tivesse sido treinado há muitos anos
atras e para quem olhava, dizia que ele era profissional, mas para
mim, ele era programado para matar.
Gritos de dor também estavam presentes, um homem caído ao
chão, baleado, gemia de dor, John avistou o soldado abatido e foi
ajudá-lo.
-Vem comigo!
Falou John colocando o soldado em suas costas e o levando para
fora da zona de perigo, em seu caminho avistou outro soldado
caído ao chão, segurou em sua outra mão.
Ele ia o mais rápido que podia, para se proteger e proteger aos
seus companheiros feridos, em sua mão esquerda, que estava
impossibilitada, ele segurava uma HK MP5, mesmo com a dor ele
atirava e salvava seus companheiros.
A batalha durou horas, ela só finalizou com a recuada dos
austríacos, com isso os estadunidenses saindo como vitoriosos.
Diversos soldados morreram, tanto do lado da Aliança quanto do
lado da Entente, soldados foram socorridos, colocados em macas e
gritando de dor. John mesmo ferido não quis ser socorrido, foi
embora com suas feridas como não se tivesse o acontecido nada.
Na volta para uma das bases mais próximas do local, John não
encontrava Smith, e sentia que tinha ocorrido alguma coisa com ele.
Na base americana, John mostrou seus ferimentos para uma
enfermeira:

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-Você vai ter que tomar muito cuidado com esse braço, ele está em
um estado muito grave.
Disse a enfermeira, de olhos verdes e cabelo castanho, John
naquele momento não deu muita importância pelo que a enfermeira
tinha dito, porque estava muito ocupado admirando aquela
enfermeira, então ele disse:
-Ok, qual seu nome? Por favor.
-Merry, Merry Rambo.
-Nome muito bonito, igual a madame.
-Cuide do seu braço! - Disse a enfermeira dando um sorrisinho.
-Pode deixar, mas deixa eu te fazer uma pergunta, quando a guerra
acabar e tudo mais, você gostaria por acaso de ir tomar um café
comigo?
-Não tomo café.
-Um suco?
-Pode ser. – disse Merry dando outro sorriso e ficando corada.
John foi se deitar para descansar, mas não conseguia piscar o
olho, estava muito preocupado com seu amigo Smith que estava
desaparecido, muitos achavam que ele tinha morrido e outros
achavam que ele tinha sido capturado, pois o seu corpo não foi
encontrado.
Mas não era só isso que perturbava John, ele não conseguia
parar de pensar nos soldados mortos, nos gritos de dor, no barulho
dos tiros e das bombas, ele estava inquieto em relação a guerra.
Contudo, o tempo se passou, John participou de todas as batalhas
que ocorreram naquele batalhão durante os anos de 1917 e 1918,
ele se aproximou mais da linda e carismática enfermeira, acabando
que se apaixonando por ela, as vezes ele fingia que tinha se
machucado apenas para poder ver a Merry.
Se aproximou mais do Capitão Mike, tinha ele como amigo, mas
sentia muita falta de Smith, Jonh não se conformava e dizia que seu
amigo não tinha morrido.

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Apesar de tudo e de todos, John Benner deu o seu melhor para o
exército americano, recebendo medalhas de mérito, tinha no total
12 medalhas de ouro, 5 medalhas de prata e 3 medalhas de bronze,
cada uma com a sua glória específica.
Retomando o romance entre o soldado e a enfermeira, eles
conversavam e se conheciam, mas não tinham tempo e não
conversavam todos os momentos, eles se viam de vez em nunca,
pelo motivo da guerra.
John foi esplendido em todas as suas batalhas como soldado, ele
recebeu até uma oferta de ir para Tenente, pois ele entendia sobre
o assunto, apesar de nunca ter feito faculdade de direito, militarismo
e passado em concursos, ele era muito bom em relações
administrativas e diplomáticas, mas o que ele gostava mesmo era
de ir para a guerra, ele gostava da adrenalina no combate, ele não
queria trabalhar sua vida toda interno, então decidiu prosseguir sua
vida profissional como um Soldado de Guerra.
John foi o soldado mais destacado em toda a guerra, mas uma
batalha que mudou a sua vida, foi a dos estadunidenses contra os
alemães, também chamado pelo John de Dia da Esquerda.

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