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DOSSIER TÉCNICO

CABEÇA

Caderno técnico de práticas agrícolas


para culturas leguminosas-grão
II – Ervilha (Pisum sativum L.)
Graça Pereira e Isabel Duarte . INIAV, I.P.

1. Variedades inscritas no CNV e 4.3. Controlo de infestantes


representante Efetuam-se mondas químicas, em pré-emer-
Grisel (2009) – Fertiprado gência, à base de pendimetalina (3 l/há p.c.)
Pixel (2009) – Lusosem e linurão (1 kg/há p.c.). Em pós-emergência,
a aplicação de bentazona (2 a 2,5 l/há p.c.)
2. Rendimento e características controla eficazmente as infestantes de pri-
da semente mavera.
Ver Quadro 1.
4.4. Controlo fitossanitário
3. Exigências da cultura
4.4.1. Doenças
3.1. Clima
Cultura tolerante ao frio e geadas, por isso, Erysiphe pisi Syd (oídio)
semeada no outono/inverno, resiste bem ao O oídio é um parasita obrigatório que se
encharcamento. Temperaturas superiores a desenvolve na parte aérea das plantas, Figura 1 – Campo de ervilha
30 °C durante a fase de floração condicio- podendo os sintomas ser observados nos
nam a produção de flores afetando negati- caules, folhas e vagens. As zonas afeta-
vamente o rendimento. das apresentam uma fina camada branca
constituída por micélio e esporos. Pode
3.2. Solo ser controlada através da aplicação de fun-
Grande adaptação a diferentes tipos de solo gicida após o aparecimento dos primeiros
e bem drenados, o pH deve estar compreen- sintomas.
dido entre 5,5 e 7,5. Ascochyta pisi (antracnose)
Lesões nas folhas e vagens. Pode ser contro-
4. Técnicas culturais lada através da utilização de sementes cer-
Figura 2 – Ervilha, semente creme
tificadas e rotações com duração mínima de
4.1. Fertilização 3 anos.
A fertilização constitui um fator importan- ingestão. Após a colheita, no armazém, com
te para aumentar o rendimento da cultura, Fusarium oxysporum (fusariose) pastilhas fumigantes de fosfato de alumínio.
não só em quantidade como em qualidade. É um fungo de solo que condiciona o cresci-
As adubações dependem da análise de solo mento das plantas (amarelecimento das fo- Acyrthosiphon pisum (afídeos)
realizada no local. E, como cultura legumi- lhas e debilidade dos ramos). O controlo só Ataque de afídeos pode surgir durante o
nosa recorre-se a adubos compostos à seme- é eficaz através da utilização de variedades período de floração O controlo é feito com
lhança do referido para a cultura do grão- resistentes. inseticida, à base de deltrametrina.
-de-bico.
4.4.2. Pragas 4.5. Colheita
4.2. Sementeira Para as variedades Grisel e Pixel, a colheita
Recomenda-se efetuar a sementeira na 1.ª Bruchus pisorum (gorgulho) realiza-se durante o mês de maio, com uma
quinzena de novembro. Na primavera, os insetos adultos depositam ceifeira de cereais adaptada. Para evitar o
A sementeira deverá ser efetuada com um ovos nas flores. O controlo químico deve máximo de perdas de semente, deve-se ajus-
semeador pneumático, com linhas distan- ser realizado durante o período de floração tar o contrabatedor, semelhante à colheita
ciadas de 20 cm e à profundidade de 3-5 cm. com a aplicação de inseticidas de contacto e do grão-de-bico.
Para as variedades Grisel e Pixel, aconse-
lha-se a densidade de sementeira de 160 a
170 kg/ha. QUADRO 1 – RENDIMENTO E CARACTERÍSTICAS DA SEMENTE

A rolagem após sementeira conduz a germi- Variedade Rendimento (kg/ha) Peso de 100 sementes (g) Cor da semente Proteína (%)

nações mais homogéneas e facilita o proces- GRISEL 2500 27-30 Creme 21,4
PIXEL 2500 23-25 Creme 21,2
so de colheita.

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. setembro 2016

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