Literatura

Classicista
Bendito seja o dia, o mês, o
ano Bendito seja o mísero lamento
Que pela terra em vão hei dispersado
Bendito seja o dia, o mês, o ano, E o desejo e o suspiro e o sofrimento.
A sazão, o lugar, a hora, o
momento,
E o país de meu doce Bendito seja o canto sublimado
encantamento Que a celebra e também meu
Aos olhos de lume soberano. pensamento
Que na terra não tem outro cuidado.

E bendito o primeiro doce afano

Que tive ao ter de Amor
conhecimento
E o arco e a seta a que devo o
ferimento,
Aberta a chaga em fraco peito
Principais nomes do Classicismo em
Portugal
 Luiz de Camões;

 Sá de Miranda;

 Antônio Ferreira;

 Bernardim Ribeiro.
Luís de Camões
Luís Vaz de Camões é considerado um dos
maiores nomes da Literatura em Língua
Portuguesa;

Autor de Os lusíadas, uma das principais

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produções épicas da Literatura

 Produção literária camoniana

Lírica Épica Dramática

Sonetos
Os lusíadas Autos
decassílabos
A lírica camoniana
 A Lírica de Luís de Camões
• A poesia de Camões marca a transição uma
nova métrica de composição de poemas;

• Medida velha  medida nova

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Cantiga
Medida velha
A este mote alheio:
Menina dos olhos verdes,
por que me não vedes?
Haviam de ser,
por que possa vê-los
que uns olhos tão belos
não se hão de esconder;
mas fazeis-me crer
que já não são verdes,
porque me não vedes.
Verdes não o são
no que alcanço deles;
verdes são aqueles
que esperança dão,
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Busque Amor novas artes, novo engenho
Medida Nova para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!

Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto

onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n’alma me tem posto

um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei por quê.
A “medida nova”
● Medida velha – versos sem métrica
específica; usados durante a Idade Média;

● Medida nova – versos de dez sílabas

poéticas; usados a partir do Renascimento.
 Temáticas camonianas

Neoplatonismo Reflexão
amoroso filosófica
 Neoplatonismo Amoroso
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● Platão defendia que o verdadeiro Amor nunca

deveria ser concretizado, pois quando se ama
tende-se a cultuar a pessoa amada com as
virtudes do que é perfeito.

● Quando esse amor é concretizado, aparecem

os defeitos de caráter da pessoa amada.
 Neoplatonismo amoroso
● Camões cultivou o ideal platônico de amor;

● Amor, é um ideal perfeito que nós, como seres

imperfeitos não conseguimos alcançar;

● Só nos resta a imitação do amor, o amor por

interesses.
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Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento
descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem
querer;
é um andar solitário entre a
gente;
é nunca contentar-se de
contente;
é um cuidar que ganha em se
perder.
É querer estar preso por
vontade;
é servir a quem vence, o
vencedor;
é ter com quem nos mata,
lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo
Amor
 Amor amor

• Ideal sublime e • Imitação do amor;

perfeito; • Relações por
• Amor interesses
verdadeiro.
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Reflexão filosófica
● Para Camões o mundo estava completamente
desajustado:

o Os maus são recompensados pelo universo, enquanto os

bons são punidos.
o Disso resulta uma visão pessimista da vida.