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Conta-se que um 

escravo tornou-se de grande valor para o seu


senhor, por causa da sua honradez e bom comportamento.
Dessa forma, seu senhor o elevou a uma posição de importância,
na qualidade de administrador de suas fazendas.
Numa ocasião, o senhor desejou comprar mais vinte escravos e
mandou que o novo administrador os escolhesse. Disse, contudo,
que queria os mais fortes e os que trabalhassem melhor.

O escravo foi ao mercado e começou a sua busca. Em certo


momento, fixou a vista num velho e decrépito escravo. Apontando-o
para o seu senhor, disse-lhe que aquele devia ser um dos
escolhidos.
O fazendeiro ficou surpreendido com a escolha e não queria
concordar. O negociante de escravos acabou por dizer que se o
fazendeiro comprasse vinte homens, ele daria o velho de graça.

Feita a compra, os escravos foram levados para a fazenda do seu


novo senhor.
O escravo administrador passou a tratar o velho com maior cuidado
e atenção do que a qualquer dos outros.

Levou-o para sua casa. Dava-lhe da sua comida. Quando tinha frio,
levava-o para o sol. Quando tinha calor, colocava-o debaixo das
árvores de cacau, à sombra.
Admirado das atenções que o seu antigo escravo dispensava a um
outro escravo, seu senhor lhe perguntou por que fazia aquilo.

Decerto deveria ter algum motivo especial: É seu parente, talvez


seu pai?
A resposta foi negativa.

É então seu irmão mais velho?


Também não, respondeu o escravo.

Então é seu tio ou outro parente.


Não tenho parentesco algum com ele. Nem mesmo é meu amigo.

Então, perguntou o fazendeiro, por que motivo tem tanto interesse


por ele?
Ele é meu inimigo, senhor. Vendeu-me a um negociante e foi assim
que me tornei escravo.

Mas eu aprendi, nos ensinamentos de Jesus, que devemos perdoar


os nossos inimigos. Esta é a minha oportunidade de exercitar meu
aprendizado.
O perdão acalma e abençoa o seu doador.

Maior é a felicidade de quem expressa o perdão. O perdoado é


alguém em processo de recuperação. No entanto, aquele que lhe
dispensa o esquecimento do mal, já alcançou as alturas do bem e
da solidariedade.

Quando se entenda que perdoar é conquistar enobrecimento,


o homem se fará forte pelas concessões de amor e compreensão
que seja capaz de distribuir.

Oração encontrada nos pertences de um judeu preso e morto em


Auschwitz.

 «Senhor, quanto vieres na tua glória, não te lembres somente


dos homens de boa vontade; lembra-te também dos homens
de má vontade. E, no dia do Julgamento, não te lembres
apenas das crueldades e violências que eles praticaram:
lembra-se também dos frutos que produzimos por causa
daquilo que eles nos fizeram. Lembra-te da paciência, da
coragem, da confraternização, da humildade, da grandeza de
alma e da fidelidade que os nossos carrascos acabaram por
despertar em cada um de nós. Permite, então, Senhor, que os
frutos em nós despertados possam servir também para salvar
esses homens»

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