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A QUESTÃO DA SUBJETIVIDADE ?
m OBRA DE BORGES :
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530 Paulo
1991
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SUBJETIVIDADE
Nfl OBRA DE
Borges
B7T.
f*
&É2
10 Dissertação do r*,
Orientadora;
.-
Marilena Chauí
m,ÍZFLCH-USP
São Paulo
»- 1991
A meus pais.
Agradecimentos a;
Marile na Chauí,
Rogéri
0 freira,
Ooris flcciol y e
MauríCi0
Tragtenberg.
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3
€
3
índice
1°troduçào
Notas.
0 Far>tástico Em
e°i' ges........
Notas.
Uma Ueitur
a do Conto "
£1 Otro"
Notas
••• 135
A Questã o da ••• 170
Identidade
Nacional
Notas.
••• 779
Conclusão ■•• 264
Notas.
• • • 287
flpêndi oe. . . 301
325
« ~
r
INTRODUÇÃO
V
MMzthoK é Aabz*. [oa ocí^oa} c/e tZKQJtiAd mão
que igno-xan, não é?"
(Borges, em diálogo com Osvaldo Ferrari)
6
literário "fantástico", abordamos a linguística de Émile Benve
niste que centra-se na questão da subjetividade (Problèmes de
Linguistique Générale, 1966), e por algumas teorias literárias
pioneiras em termos de afinidade (Paul Valéry, Introductión ala
Poètique, 1938) ou de descoberta dos aspectos centrais do jogo
paródico que caracteriza a ficção de Borges (Maurice Blanchot,
"L *Infini Littéraire: 1'Aleph", 1953, em Le Livre à Venir, 1959,
e Géraxd Genette, "La Littérature selon Borges", 1964, em "Les
Cahiers de 1’Herne").
7
Les
Hots et
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ta° da lin c/ioses (I966)3t
9uagem, P o üc3Ult
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^9 Ia?" circ
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0 aPar arrné resPosta
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como dest Pest a c°isa 0 ^cce
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6 Tecente: •amos "
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n° seu ser»» cante. 4o aÇã0,
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nundo) como ^aia
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a com o Pinaari o sécuio
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Que
’• se é
"vã" do ponto de vista de uma finalidade exterior em termos dp
ser definido enquanto ser corporal que vive e que morre, que tem ne r
*
cessidades, trabalha e se cansa, que fala determinado por leis da tf
tf
linguagem, isto é, a partir de seus conteúdos, todos atravessados de
*
historicidade, empíricos, com a constituição da filologia (leis
da linguagem), da biologia (organização dos seres vivos) e da tfl
.tf
economia (formas de produção), e a partir daí, das "ciências
10
rio, enquanto coloca radicalmente a questão do ser da linguagem,
segundo Les Mots et les Choses, consistiria em articular os l_i
mites irrepresentáveis, a loucura, o outro de nossa cultura (a
angústia, a ansiedade, o desejo, o erotismo, a raiva, a pervej:
são, a morte), apontando para uma nova cultura, uma nova socie
dade, uma nova era, "em que o Outro do homem deve se tornar o
Mesmo que ele"; o "retorno da linguagem" anunciaria a "dispei:
são" do "homem": "o esfacelamento [1 *éclatement] do rosto do ho
mem no riso e o retorno das máscaras" .
11
a lin
a vida,
trabalP°>
empíricos (o não portan
nteúdos constituinte,
que deslocam os co pjetividade natureza fi
direção a uma su finitude,
guagem) em h mas como ifundamen
como "cogito relação
definida nossa
to agora indagarmos sobre a e assim por
diante,
Hfto invés de > o outro' ,
nita: io corpo', suficientemen
o mundo' > tornaram
tal' como o relações se ii 11
como essas filosófica *
inquerir nálise
devemos requerer uma a
blemáticas para
te pro ponto
pegarmos ao novo
de c acerca
rêntese, antes Choses)
et les
Abrimos aqui um pa Mots
relação a Les também res
ault Cem tante porque diz
vista de Fouc i^P01
uma menção
a problema tização da noção
literatura, Para trabalho,
• da deste ? pessoa.
rítico confciência
peito ao solo C itantes: indivíduo,
subjatividade e
concom Marilene Chauí
de locações feitas por u g uma ent i_
seguintes co „12. 0 indivíduo
Trata-se das e ftutonomia fragmentação nas so
"SingularizaPa0 'S
xesenba ialização e pela abstração,
posta pela serr ii também é uma
bstrata idade
dade a o1itica,
Usücás", a subjetiv ocialj P
nização s
ciedade s capita de orga /
fonte é o »odo (enquanto conce
função, cuja ciência
uma Itural", a cons faculdade
jurídica e cu "sujeito como
econômica nstituinte) é o
conscí iência co i ? e a noção de
bida como simbolização
xepre
séntação e de (traduzindo- se na
soberana de que detém poder
indivíduo traposição ,
a de con
pessoa implica 4 falando?”)', em
esta
"você sabe
com quero científica filosó
fórroula tradição
categorias "da singulariza
com estas (o processo de
em ruptura a singularidade
e ideoló.gica’ , devida,-crura-b"10 trans
fica territórios
de novos subversiv q
"é a criação istentes , ação
ção) de territórios ja4 exi esentação nero co^Q
erado
versai., inesp como repr
semiotização (e nã „_ sob um outro pon^
como social
do desejo da existência
inédita
simbolizaÇão)
15
reflete s°
contexto onde
9 pjthusser e num cará
imente P3ra °
(a partir de tando i9uS perro
de v ista mas apon t Leyle
3 rítica litera
ária)» "sujerto
a c categoria de sujei,
3 bre
ideológico da 1 ca
tegoria de
lítico- demonstra que a indiví.
ter P° "(Xlthusser interpela os
dirá: (X ideologra e é es
ne- Moisés ideologia ecular1 *
s constitutiva da absoluto e esp prosse^
to a ^eito único a ordem e o
de um Suj arquia»
duos em nome xante a hier assegurados
a par^r de
central que 9a
se Sujeito só podem ser
odução, doe
guimento da Pr
«13. lite
centro de ver a
um seu modo
desloca o n v anquar_
ault papel de
setenta, Fouc lhe o lingua
. Na
década de sessenta, atribui- ..retorno da
anos um
ratura. Se, nos iência ra
dical, P°r idade
agora
experr subjetivr
__ enquanto limites da sustentam
da11 idade ou dos »» que
.. documentos
gem”, da s ub3e^^v
vistas como Mas is
de poder. .
ssarão a ser tituídas
as obras P3 nfigurações cons textua lidade,
inter
opõem às co forcas, em sua rela.
ou due se em suas 'ainda due
se ja,
seus tópicos> eng
endram, ou if mudar a fa
to, em
recepção <»ue pode, P»1 S1
titudes de atura não aquelas
nas a (a lit®1 ideradas
poder • consi
izado o seu são 3 inda contro às
con
tiv obras política5 de en
ndo), 35 estão (indo ificar « o
ce do mu esta em Q1-1 "espec
forma' bendo
a própria consu mo), ca
^•1,M em due odução e
1 • vigentes de pr
dições tuação-
* i *• próprio de a dernis
seu modo leitura do mo
leitura e re pro
nestas termos de.
contexto
base neste j moder nista em deste
Com % Borges e reversão
que, se e da
podemos dizer auto-re flexiva, liter atura,
mo, tônoma, toda a
obra au ratura para
jeto de uma lite diálogo en
nceber a infiro ável
moderno de £° como
modo (a bradiÇ30^
apres enta V
que eetão se
é
4
4
4
4
tre textos, interminável entrelaçamento de referências textuais, w
também desde os primórdios (década de vinte) foi crítico a res
W
peito de qualquer obsessão com a linguagem (a literatura é "pair í
te" da realidade), do teor apocalíptico dos manifestos de van
*
guarda ("me creo libre de toda superstición de modernidad") , da ^
literatura concebida como jogo verbal; mas, fundamentalmente, é
"sui generis" na sua literatura o papel concebido ao leitor, i£ *
to é, às contingências históricas responsáveis pela valoração ■3
*
dos livros. Além disso, ou melhor, ligando-se a isso, a litera
í
tura de Borges (projetada como "um jogo preciso de vigilâncias,
*
ecos e afinidades") e segundo Borges tem peso ontológico: a obra,
que perdura, "é um espelho que declara os traços do leitor e é
41
também um mapa do mundo". Podemos sintetizar a atuação subversi
m
va das paródias intertextuais borgianas no questionamento e n£
gação de "identidades subjetivas" (do autor, do narrador, dos 4
i
personagens) e das categorias antrcpomórficas concomitantes de
autoria ("intenção" autoral, "direito" de autoria), de "autenti_ £
“
14
co (Kristeva) no interior do mesmo texto ("gramas escritu
rais") e com outros textos ("gramas leiturais") — da literatu
ra a partir do fim do século XIX, num processo de "apropriaçãcr
livre", sem preocupação de "fidelidade" em relação ao "original"
(as referências mencionadas são Dostoievski, Lautréamont, Kafka,
Joyce, e, na poesia, Mallarmé, Apollinaire e Fernando Pessoa) ,
impõe à crítica uma mudança de atitude, de modo de realização e
f transcendentes
de objetivo. Ou seja, porque despojada de fins
r » ^ em termos de uma "verdade" de cunho religioso, em termos de re
15
1 1
=
-
w
-
-
k.
cimento é nítida: finge aceitar a diferença entre o objeto exter
no e a idéia, mas na realidade, devora a exterioridade incorpc)
rando-a no sistema de representações. Finge submeter-se* às coi
sas para melhor submetê-las (...) "Ora, se o sujeito do conhecei
mento fosse apreendido como sujeito propriamente, tornar-se- ia
claro o porquê da busca da objetividade como pólo fixo e idênt^
co, ordenado e manipulável: a objetividade é o recurso epistem£
lógico do sujeito contra a impossibilidade real de fixar sua
identidade, pois é histórico „16 . Eis como Barthes traduz o pro
blema para o terreno literário, em uma primeira resposta àdenún
cia de "subjetiva" feita à "ncuvelle critique" em nome da críti
ca tradicional: "uma subjetividade sistematizada, isto é, culti
vada (ligada à cultura), submetida a imensos constrangimentos,
saídos eles próprios dos símbolos da obra, tem mais chance, ta_l
vez, de se aproximar do objeto literário do que uma objetivid£
de inculta, cega com relação a ela própria e que se abriga por
detrás da letra como por detrás de uma natureza", posição que
Leyla Perrone-Moisés retoma (mas agora por oposição à crítica
como metalinguagem) nos seguintes termos: "o crítico também es
tá no mundo, sua linguagemé 'uma das linguagens que sua época
lhe propõe*. Eis porque, de fato, a crítica é um diálogo entre
duas histórias e duas subjetividades. Sendo esse diálogo *depo£
tado para o presente', o que então aparece não é a verdade do
17
passado mas 'a construção do inteligível de nosso tempo i ii
17
me _
a crise ••
exquise"
desa » " fu n d
parecim ento amental"
elocutó0fio do da lite
thes em ratura impíi
i q
lermos d.e uma Poeta"
c°ncepçã0 e teori zada
da (" fadi de text por i
n9") do 0 como
ral) SuJ'eito, SuJeit lugar de uma p
que Põe em o de
Cfise o e"unciação (pre
e as
outras falas SuJeito sente e p
que jhe SubJ'eti vo ego»,
atrás de si r°mece 0 "eu Profundo
uma dupia eontext 0 distó
Puestã Potência subversiva; 0rico,
arrast
(c/a
° dS o abaIo ambas
er)vol y ando
sedimentação do JIte . c/as " um;
fronteira s"
c e r o s11 ; . iJterario „as disc
0 ePico, várias Upsivas
0 iíri co, eiassifi
disc urso 0 dramátiC0> o CaÇões de
Cleotífioo 0U "ge
disc urso
(que crític 0 etc.) Poético e o
definem » e das "
áreas de fronteira s"
tida s em pr°Priedade" te*tuais
sua > as dife
integridade rentes obras
tos Peio
aut°raiS) nome dos garan
c°nforme autores,
Primeira saiienta Leyla Poe têm
fronteira direi
oferece menos perrone -Moisés fP-õ7), a
enpuant
0 aPuela é resistêencia do
rado não instituci onal, Pue a
aPropriad0 enpuant0 Segunda:
um disc
ao gênero, urso
ComPe tentes acarrét c°nside
(a Uni a sansões
Üdad e toca versidade, ' das autoridades
a Critica
a Poestão eficial), a
1 n t er t cconômi ca,
extuaiidade Plena e Portant o a intertextua
'
mais reside em Possibiüdad
vasta que uma e c/e
a da üte ratura. revoluçã0
mais
funda e
Pm nosso
trabaih0
de reali2açã0
Procur amos
espeCifiCar 1
c 0 *
m°do de a COr)CePÇão, o
e°rges, i atuaçã0 da
lmens.o labi rinto escrit ura pr°cess0
são pe de verbai, intertext uai de
Pajchman) pue "museu sem
er|saio e reinventa a Paredes"
ficçã0. Uma tradi ía exPre.s
paia vr iÇao üterárâria,
as suas a finai fundind0
d-t versas sobre
Partes Cin 0 text 0 da
Pormações, cluindo diss ertaç
as teori as, as algumas ampias a o;
sínteses, as n°tas)t
idéia as in
s neias
e*Post
rr
3
piementam -se
& X' entre si (emfaora
dade harwô°nica)f 0 ^xto não se
a ieitura Configure
ra melhor do todo sendo como uni
c°mpreensã0 dest Portant
is ebran e trabalho, 0 import ante p^
gente da assim como
dar uma ofara. do Para uma
Meritor, v-isão
visão de 0 sumário
Conjunt o dos gue segue
sertaçgo; três
CaPítul0s gue
c°mpõem
0 Fs"t=-s»o„ en
Borges
Introdução
* • Uma abordagem
da retóri ca; as
^ • 4s teor i figur as de
as do fantá
Sstico. Contigüidade.
3' 0 tema da
oa.
4. B tempo ficções e er,sai 05 #
eircul ar.
5■ 0 tema da
JdenUdade „a
léry;. COncePç§0
da Üte ratura
Correlações
com
as filo s°fias de
e com 0 budismo, Scho Penhaue
7- Correi ação
com a teori
Conclusão a Iin9üística de
Benveniste.
Uma
Leitura Oo
—^ Conto ,f
* 7. Beapre BI Otron
sentação do
conto.
'Bl Otro";
3. 0 Primeiro
^ identidade argumento.
Pessoal (Bor
ges e H ume)
^Cenjamin). e a
questão do
4. B tempo: narrador
Borges, Hume e
5. A metáfora; Schopenhauer.
6. 11 BI Otro"; 0 uitraísmo.
•' segundo, tercei
ro e
goarto
argumentos.
19
me a crise "exquise", "fundamental”, da literatura implica "o
desaparecimento elocutório do poeta" e teorizada por Bar
sertação:
0 Fantástico em Borges
Introdução
1. Uma abordagem da retórica; as figuras de contigüidade.
2. As teorias do fantástico.
• 3. 0 tema da identidade nas ficções e ensaios.
4. 0 tempo circular.
5. 0 tema da identidade na concepção da literatura (Borges e Va
léry).
6. Correlações com as filosofias de Schopenhauer e de Nietzsche,
e com o budismo.
•I» 7. Correlação com a teoria lingüística de Benveniste.
SE* -* Conclusão
19
A Questão da Identidade Nacional
Introdução.
1. Objeções críticas à obra de Borges.
2. Primeira resposta: A questão do estilo.
3. Explicitação das objeções: As questões colocadas pela obra.
4. Segunda resposta: A questão da identidade nacional.
4.1. Primeira via de aproximação: El Martin Fierro.
4.2. Segunda via aproximação: "El Truco"; "Sentirse en Muerte". -
Conclusão.
%
*
*
'm
|
§
”7»
■1
'K
A
A
20
A
• 'J
7
I
NOTAS
■3 it:
=**
I
éticas de relação do escritor com o mundo), da leitura
ato de (re)invenção (e não de duplicação), da tradição
como
como
_ |
EBL» problema (e não como dado), enfim, em termos das idéias de
' x: -
"dialogismo" poético e crítico, cf. Historia Universal de la
de Jorge Luis Borges con Osvaldo Ferrari, 1985 (na edição bra
397-399 e 497-498. ■Z
•aw
4. Porque a obra de Borges pode ser lida como uma paródia críti_ C
a
22 %
a
a
i
línguas (pela ação de fatores exteriores atuando igualmente
r
■ i
5. Cf. Foucault, M., As Palavras e as Coisas, op.cit., p. 69.
23
op. cit. , pp.
8. Id. Ib., pp. 427 e 500. No original francês,
339 e 396-397.
5
9. Usamos para estas considerações o livro Foucault: A Liberda 55
de da Filosofia (R.J., Zahar, 1987), de John Rajchman que é
Çk
uma interpretação deste percurso feito pelo filósofo francês.
(A edição original norte-americana, pela Columbia University
' 4
Press , é de 1985.) 35'
Oj
63. 0
10. Cf. Rajchman, J., Foucault, obra acima citada, p. ■OJ
O
11. Idem, ibidem, p. 96.
ZT\
• .—
■41
12. Resenha do livro Micropolítica — Cartografias do Desejo,
&
de Félix Guattari e Suely Rolnik, publicada no "Folhetim" da
Folha de S. Paulo, 29 de junho de 1986, pp.2-4. V
25
0 FANTÁSTICO EM BORGES
"0 hom&m é o Aonho d& uma -iomò^a.*'
(PÁndato)
26
1
I
Contrapondo a forma fechada do conto à virtualmente amorfa dos
grandes romances, Borges lembra que são elementos indispensjá
veis ao primeiro "a economia e um começo, meio e fim claramente
5
determinados" . Em resposta à solicitação para declarar a sua
"estética", ele enumera, no Prólogo a Elogio de la Sombra, a_l
guns "hábitos", além dü já acima citado, que caracterizam mais
de perto o conto tal como ele o pratica: "Simular pequenas in
certezas", porque "se a realidade é precisa, a memória não o é",
é um dos artifícios habituais. A memória - não enquanto ativ_i
dade reprodutora mas enquanto atividade inventiva, criadora de
imagens -, faculdade à qual tão intimamente se liga a narrativa
borgiana (onde portanto não veremos "inúteis precisões"), e que
o escritor identifica à realidade ("Ulrica", El Libro de Arena),
é a sombra que acompanha o tema do duplo em "El Otro".
27
dominar as figuras de contigüidade (isto é, os deslocamentos e
as substituições de sentido), basicamente na idéia panteísta de
que "tudo está em todas as partes e qualquer coisa é todas as
coisas"^. 0 autor liga a sinédoque ao aspecto concreto e noveles
co da ficção de Borges: ii ii
Además, yo debía fuir dei capitán.
Sus manos y su voz podían golpear en cualquier momento a mi pue.r
ta" 0'E1 Jardín de Senderos que se Bifurcan", Ficciones). E a me
tonímia, ao abstrato e simbólico: "La humildad y miséria dei
troglodita me trajeron a la memória la imagem de Argos, el vie
jo perro moribundo de la Odisea, y así le puse el nombre de Ar.
'S
gos y traté de ensenarselo" ("El Inmortal", El Aleph).
a
Vejamos, sumariamente, a retórica desta narrativa. As substitui
S5
ções metonímicas mais constantes são as que envolvem a relação *
a
í ■
28 ft
*
*
t
Na medida em que fazem convergir o pólo referencial da narrati
va para o aspecto que interessa à eficácia da ficção, as figu
ras metonímicas de sínteses buscam igualmente o rigor, de tal
m» modo que podemos dizer que o conto borgiano constitui-se por um
a
O jogo de antecipações, de expectativas que, não se fechando quan )
to ao significado (os seus textos, levam a marca da conjectura),
é fechado, circular, espelhado internamente do ponto de vista
dos procedimentos literários.: são contos de efeito. Daí o efe_i
to de verossimilhança, ou melhor, de persuasão que provocam es^
tes contos, o qual advém da clareia, transparência e rigor com
que é apresentado o fantástico.— a tal ponto que, quando pu
.
—3 blicado pela primeira vez, em um livro..de ensaios (Historia de
tr
la Eternidad. 1936), seu primeiro conto fantástico, "El Acerca
miento a Almotásim", Adolfo Bioy Casares e Emir Rodríguez iMone
gal chegaram, respectivamente, a encomendar e a escrever sobre ,• i
ferentes substantivos.
29
metonítnicos aliaçao.
Os adjetivos s sempre uma av de V
expressivo:
a realidade e
ii ev ident a obri9aÇão” y
te no
Luis Borges
fala da
Yiaterloo",
uinevitá y
n£l otro", d°r9e batalha de
"cícHca ricanas"• No
aceitar
0 sonho, da
«impru dentes
notas ame
metoní^ H
r.
.«Outro", das o adjetivo
« do m
vel destino Brújola .« (F.)
conto P° licial
"La Muerte y la
homem poe
vai morrer:
..ya era de 4
alidade do inútil de un ■i
é símbolo da re subió el grito fí
mico riento jardm apresenta
el polvo as distinções (
noche-, desde .« (segundo
ntástico poro metonimicamente , Pel°
pájaro" 0 "fa teriza-se,
Todorov) carac sonagem
e do leitor
Tzvetan
das P°r "reação" _ da per seja P®
arrativa na tural", ou
enfoque da n sobrena
»* aparen temente estar
acontec imento resolvida entre se
ante um dúvida não elação
hesitação e o gênero em r
la "atitude " de delimita
ilusório, o que racionaliza
vivendo o real ou o impilo3 3
.«estranho", Pue "maravilhoso ,
vizinhos do
domínios sonho")j e do
aos ufoi tudo um uma
tural ( aceita como
d0 sobrena
gão entendimento mas que se Chester
explica pelo Borges preza , em
que não se
Lembremos ainda que Ç Poe foram rea
realidade outra em Edgar ftllan
gêneros que licial (a
iliado os dúvida) e o po
ton, ter cone 0 fantástico (a
damente, icciones que PE
lizados separa nas
encon traremos vejamos
tigaç-ao), fusSo que liciais• Mas
inves meta-po
aracterizadas como realiza
então ser c concepção e
dem modo próprio de
a gênese e o
mais de perto
fantástico em Borges.
ção do
Com oi
problema da autoria.
liga-se ao
desta ficção
l\ gênese
história.
imeira
escreve sua Pr
Borges adução que
Luis nove, a tr
anos, Jorge Cervantes. Com
ou nove jornal 8.
imitando blicada no
Visera Fatal" \
"La n de Oscar Wilde, pu Borges)• Em
pr íncipe Feliz Guillermo a
fez de "0 i (Oorge
dônimo B.M. a
atribuída a seu Pal sob o pseu
£i país, foi Fierro 193A,
revista Martin à Argentina. Em ■
Bioy e alguns
,936, ele e lançam,
sada". Em , que “Mu
evista, Oestie«po integrava a seção
torial da r e desconhecidas " que u7 Em
inv entadas
"curiosas
de obras "foram talvez atribui a
de Borges, El Hogax,
contribuição a revista
seo"
sobre kafka para
entre kafka e os pa
,937, em artigo relações
■■jT"
observação sobre as desenv olveria depois,
" uma o escritor
"um amigo en
«9 J ' K de zenão de
Eléia Cgoe e„saio inclUÍti0
radoxos Precursores"
em "Kafka V Sus ’ (je reto colaborador*,
por exemplo sua mãe revista
8. Atribui a blicada na
isiciones)
Otras inqu Virginí3
\,oolf, P.u
Melvüle e
Orlando, de exemplo, de
a tradução de de outras (por em
Urena, ainda
,937, assim como Henríquez
Sur, em Colaborador de Pedro
Argentina,
Literatura
Ikner)• Clásica •a de Ia
de Fau Rntologí3 atribuindo a
,a edição da livro,
1937, na soai pelo
bilidade pes dominicano. d-
responsa literário
também nega e crítico
historiador livros publi.
Casares) dos
realização ao e Bioy famílias,
autoral (Borges e de ambas
identidade
pia baseados em nomes isidro Paro
dônimos Oon
os pseu blemas para
cados com ,942, Seis Pro Suárez Lynch(em
Domecq (em bies) e de B.
de Bustos edito
Fantasias; Memora selo
Dos cujo próprio
di e em 1942, «ueite, Hvro 3A
Modelo para la
,946, Un
L
rial Oportet & Haereses foi inventado, com base no nome de duas
bebidas), só foi efetivamente revelada quando publicaram as Cró
nicas de Bustos Domecq (1967).
C
No ponto de partida de Borges narrador está a Historia Univer (=
sal de la Infamia (1935) - e ele, nos prólogos da primeira e da <•
(!
segunda (1954) edições do livro, nega todo o direito pessoal so <*
bre os textos aí reunidos. Da primeira parte (sete biografias
narrativas de marginais da cultura do ocidente e do oriente),
<5
nos seguintes termos: os "exercícios narrativos" são paródias <S
V,
intertextuais, a partir de fontes específicas (muitas invent^
d
das e todas distorcidas) e destas gerais: Vidas Imaginárias, do d
escritor simbolista francês Marcei Schwob, de onde extrai o mo d
d
delo dos relatos (ao invés de "inventar biografias de hombres
<8
reales, sobre quienes ha quedado registrado poco o nada", diz • <3
■1
Borges em sua Autobiografia, "lei las vidas de personas conoc_i
í]
das y luego debidamente las modifiqué y deformé según mi capri^
o
cho") ; Robert Louis Stevenson e Gilbert Keith Chesterton (para
-
Borges, mestres do conto curto e da visualidade, isto é, da in
venção de detalhes circunstanciais que têm projeção ulterior den
tro da economia da narrativa); o cineasta Josef von Sterneberg
?
(a montagem precisa, marcada e a invenção de detalhes circuns 7
7
7
. 32
■ <1
1
fl
grafia" do escritor portenho Evaristo Carriego (ou seja,apubli_
cada por ele próprio, Borges, em 1930), mencionada como fonte
talvez pelo próprio método de composição (de "collage") de ambos
os livros, já que a proposta inicial de escrever uma biografia,
conforme esclarece em seus Perfis, foi desviada pelo interesse
em escrever sobre vários motivos de "Buenos Aires dos velhos tem
pos". Mais duas referências gerais não apontadas por Borges mas
por E.R. Monegal (Biografia, pp. 113 e 124): Thomas de Quincey
(a técnica da "collage" que Borges descobriu em "Os Últimos Dias
33
aródia crí
fazem a P
quinze linbas Que universo, e
atri
Ciência"
«Del Ri90t 60 13 científica do Miran
representação XVIII, suares
projeto de éculo
tica do escritor do s
inexistente
buídas a um
da. rese
fantástico como
rimeiro conto
publica seu P ia Etern idad-
1936, Borges Historia de
Em de ensaios
no li^o Ficciones
bibliográfica incluído em
nba resenha
seguinte é que, uroa
década u não era
Somente na a ftimotásim
Acercamiento reinvenção do
"El invenção ou a
re velado que i.existente mas a Monegal
livro pre- ensaio e ficção
de um mescla de arrado en
f enquanto sido n
fantástico
nero cuento ya había nueva
fingir que un lugar de una
clarece: "Al ofrecer, en quedaba
Borges podia arrativo
publicado discurso n
libro de ella. El ficción
crítica crítico- ta
narracíon, una discurso
arado bajo el era ya
el hecbo
«eroiOo, on»asc ntado no
su . io inve
erdad, porque tarea que es un lugar
convertia en v ocurrido (una pudo
haber cuento
que e 1
cuento podo ión) sino que el sido
la ticcr babía
discusión sobre cuento ya
mún en la fingir que el lector,
relato. derechos de un
a su amente los
preex istir reciamaba nuev
Borges
inventado p.2A0) •
autor «« (Biografí3
no los de un ficçces
escritor de
; de Borges
Monegal a gênese q marco coloca-
nhando com scritura,
Acompa urdida nesta e
de autor conto, escri.
concepção « (F.)» um
e da dei Quij°te tendido co
»pierre Menard, ftutor devia ser en
se com
tamente fan tástico que 9
istente mas
"‘aber wentado como ex
to ern 1939 livro é inv ntando-se co
não só uro O conto aprese
mo tal". em que escritor fictício, era
de um tamorfose não
toda a obra Monegal, ° me
Mas, segundo
»-» r\ m p. r. t a r i o.
1
publicado,
Menard « fOÍ
"pierre (Tlon),
isível porque um pais
mente Vi a invenção de
ainda plena 8.
crítico
£ com deste «mundo
ensaio tios)
em Sur, como revisão (Ordis TeT critor tira
(Uqdax) e da contradição , o es
laneta aparente atribui
de um p apenas
numa das falsas
ilusório u que, dônimos,
anonimato dos pseu o mundo que a ar
áscaras (do imente:
as m assume radica somente ficção
ia) porque as d tao
a literatura, e
ções de autor a arte, diz Bor
é ficção, ditado, como
te reflete ditação,
, um sonfto dirigí»0' Pie”e a pteme
gundo g^u dele, onde
de se artir transo arentes *,
podemos dizer, a P
mais
como tornam -se a lí
ges, °u realidade
3 sentes na u irrea lidade”>
v 3 a direção pre teri^ar
como
Bense)•
car ac
V -3 antes de se lidade ii (Max
■i * 0U 3i0»3' PU0
em Borges co
nfigura-se como
nC0-^ea
teratura
ensai ístico qoe se j°
O aspecto
Tertius" Ho conto, PÇ
Uqbar, Orbis ficção.
Com uTiôn, dentro da u narrador
omodou -se «Bo-rges
exterior ac Sur,
gava como na re vista aforismo
inicialmente em 1940, Casares u de um
"Bioy Enc£
i»'.t » . blicado
a partir da cltaça
O Por
enciclopédia
baseada na
descobre, de uma do P°ü
volume apocrifo região a mbíQua
contido em uma
a refer encia a tancialmente, vai
Bxitannica eircuns
clopaedia poucos 1 ~ ocidental his
ncial e aos
refere cultura
nossa
to de vista que é a todo um
planeta
a região
descobr indo qce faz parte de
do século XV11 " composta por filó
a partir secreta
toriada filan trópica norte-
iedade milionário
uma soc
inve ntado P°T iada por um variação
e ar tistas, aP° Pound e uma
cientistas
sof os imeiro nome de livros -i
até
(Ezra Suckley,
- 0 Pr feita em
ericano descoberta, fatos: ín
am essa m ) os
- toda
Berkeley) crudesceram (narr eciaron inscrita
do de côncava
ando re bússola
o ano de 1942, gc terra f.uma pesa díssimo,
nossa
de "Tlon" na objeto pequeno e
dices Tlon, um
línguas de 35
com uma das
feito de metal inexistente em nosso mundo). Podemos ler "Tlòn,
res, con sus minerales y sus pájaros y sus peces, con su álgebra
y su fuego, con su controvérsia teológica y metafísica"), reve
3
que na edição de El Jardín de Senderos que se Bifurcan (1941) é
deslocado: "Reproauzco el artículo anterior tal como apareció
blicada nesse mesmo ano mas meses depois, em dezembro, e que não
1
inclui o conto.
3
37
orientais. Neste capítulo referente ao "Oriente e Extremo-Orien
r
te", Berveiller é levado a acreditar que a argentina Maria Rosa
Lida de Malkiel, a primeira a ensaiar um estudo, das fontes do
escritor quis rivalizar com este na mistificação das referêri
cias ao fornecer ela própria em seu artigo "Contribución al Es^
tudio de las Fuentes Literárias de Jorge Luis Borges" (Sur, 1952),
fontes fictícias de um poema árabe reproduzido por este em Los
Anales de Buenos Aires, em maio de 1946, mas que ela supõe CO a
mo veremos, que ele tenha conhecido bem antes. 0 fato de Bervei.1
'F
ler não ter encontrado o poema nos dois volumes indicados por <:
-
Malkiel (um de 1760 e outro de 1884)-, e de o nome do poeta ára 'M
1?
38 <5
■ 1
1
1
~“~9 MuttZtOn OttOA, pZtO ZÜO CLC.OYltZC.ÍO ZYl ZÍ pCLÒCLClO,
-3 Quz zt> ia zòtación [nadiz lo ignoto.) má* ptopicia a ia muzttz.
Eò poòibíz quz yo, súbdito dz Vaqub Aimantut,
Muzta como tuvizton quz motit ia4 to^a* y ktiAtótziz*?
O
i ' .» 1. 0 fantástico "lato" e "stricto sensu"
39
lento: assim, os atores que, nos tempos de Shakespeare ou de Ra
cine, representavam as obras destes, não se preocupavam, v. 9- >
do traje que deveriam vestir no palco, não tinham essa espécie
de escrúpulo arqueológico defendido pela literatura realista. A
idéia de uma literatura que coincida com a realidade é, pois,
AO
*
*
1
■
2. As teorias do fantástico
A1
ca). 0 narrador "representado" (o narrador-personagem, o narra
c*
^ Irene Bessière (Le Récit Fantastique, 1974). Neste estudo amplo
e complexo onde faz a crítica da teoria de Todofov, a autora teo %
42 •rv
*
f
1
y
—£
riza o fantástico como uma dupla ruptura: tanto da ordem ou das
leis do cotidiano quanto de uma sobrenatureza ou irrealidade,
tanto do natural como do sobrenatural; é a simultaneidade "ò
Tdê reconhecimento do sobrenatural comandando a natureza e o reconhe
a
cimento das leis naturais que excluem as do sobrenatural" - que
i
3 caracteriza o fantástico que, no entanto, se conserva autônomo
43
i _ ;
—
Oryn y ' •
-V <£7 , ç
3. Motivações que permitem uma fabulaçao fantastica
3.1. 0 pacto diabólico: sobrenatural x natural
ção, que esta narrativa - assim como o conto "A Casa Deserta”
44
de Coleridge" (0.1.): "Se um homem atravessasse o Paraíso em um so
nho, e lhe dessem uma flor como prova de que havia estado ali ê
ao despertar encontrasse essa flor em sua mão ... então, o quê?",
:8
e "La Noche Boca Arriba" de Julio Cortázar (em Las Armas Secre
tas), conto que tem uma estrutura similar a "El Sur" (Ficciones) a
È■11 —3
das narrativas fulcra-se neste interstício dos "sonhos" por eles
vividos em estado pós-operatório.
i i
!*—3 Quanto ao segundo caso (o poder constituinte da imaginação), são
citados dois exemplos caros a Borges: A Máquina do Tempo (1894),
■M:-3
l de George Wells - o protagonista viaja fisicamente ao futuro e
\—3
I —3 volta, velho, trazendo uma flor murcha (do futuro) e The Sen
43
baseada em uma lenda medieval, "A Vênus de Ilha" (1837): aí, um
personagem- narrador visitante de Ilha (uma cidade romana) pre
46
Edv/ard Hyde Transformados" (de Discusión, e onde comenta o mau
uso, no cinema norte-americano, da "parábola dualista" de Robert
Louis Stevenson), e os contos "Las Ruinas Circulares" (F.), "El 8.
Sur" (F,), "La Otra Muerte" (A.) e "El Otro" (L.A.). A autora
a
enumera quatro formas de representação do duplo: em narrativas
onde personagens, além de semelhantes ou idênticos fisicamente,
têm sua relação acentuada por processos mentais que saltam de
o •1
«rx*.'
onde o sujeito identifica-se de tal modo com outra pessoa, que
fica em dúvida sobre quem é o seu eu ("El Otro"); em narrativas .
£3 I » em que há o retorno ou a repetição das mesmas características,
das mesmas vicissitudes e dos mesmos nomes através de diversas
gerações (Cien Anos de Soledad, de Gabriel Garcia Márquez); em
i
narrativas onde um mesmo eu desdobra-se em pessoas distintas e
opostas (Selma Calasans cita o mencionado conto, de 1885, deSte
Poe).
47
siciones); a conferência "La Literatura Fantástica", dada em Mon
m-*
i !-»
jación de nuestra conciencia, comporta una deliberada omisión
49
narradoS;
3 CausaUdade
vela "PSicoln "natural",
°9ica" mime'tica 0U
(na ’ 3 n°Vela »de reaHsta
n°veia i,de tipos") (n
avent uras" e a CausaUdade 9 n5
dios » Que nao p
Sucessiv0s _ 0 0 má9icá
como /is sJmPles
admira Por 100 7 ro/7)ance c/e
°utros Noites e Dom ePisó
motivos;. Vejam Quixote,
Jogo de :> que Bor
La Inve os o Que 9os
nción de Morei: nos di2
c°Jógica' "La novela Borges
’ Propend e a no Pró
da los Ser inr orme. caract erísti ca,
rus°s han Los 'Psi
dem°strad0 hast rusos y Jos
ble: PiscfiPulos
Suicidas Por a eJ bastí10 que
nas que se feIicidad, cadie es ■
isto é,
que
rrer c/a obra
eccont ramos
em c/i ve
tamPouco
ent r e si
o
Que nos
motiv0, II ~
*4*-
"° c°cjunt rsas a uni
^a obra"
o c/e
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obras"
mas a trama,
I í
* Que 0 ti
uma secessão l .
c/o as constr ução f em que sorge *■■' * 1
deficiç5e s de intei dentro
rament * 1
na "iesma éePoca, is(; tomachev ski effí uma e artístiíca" _
Borges 0 é y na teoria Segu n VJI t
el abo rava
neste iad
°éc ad a de vinte, da Jite
ratura que, ' I t
0 do eoiccid e com a
c°ntinente1
mas
visand 0 a
Que
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:*; r 3
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'.'Tf ~9 ar9umento ,u;! nas
¥ eríl que rigoroso de'cadas se
9 detai^es entende um
supérfj
J Jeção
erior» UOs> em ar9umentó
3 em que as que "todo
cartas Se jam ePisódio tem
3J!' # no
J°go do i rnarcadas
Pro
■t-U , narratiVa), 9cas° (que ée o (que b
e ° finito
»-Tf | » que é, enfim> ^finito da
- - I* * 8 afinidades.._ um Jogo Pi-ecis ieit Ufa da
O de vigiiâ
.;I.« * 3
3 a estéti
0u seja, 3°rges
une ancias,
ecos
aot / « ;
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seja, numa
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a n°Ç§o de
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magia -
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esfcra de concebe r e
-LI. r 9 t i \/ o
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irradi aÇoes c reaHza r o con
ele usa, *ntilantes,r £m »
Póiogo em tal EI Arte Nar
Prazer (185 4
■' I L? Ma i jnows'ci,
i-
intento, defini
Pões do antro
Ow 3 sobre 0 que é
0 aotor de
The Golden
i i Portand o-as a r,iagia
6 as leis Que a
Bou3h iid0 Por
J * Pera os
roecani smos regem,
fantá que unem os trans
asticos:
3 causajid ade eP-i s ódios
Patia, "que ma9ica p n°s text
Postula un e regida ?sla ie|
; argumento que ele Vl'nculo 9cral da
inevitable entre
encontra, por c°sas distant
rel ~ novela em exempi0j
que> dife em La
de enfim 0 invención
wisteri
rentemente
GSO d3s bistóorias
0 mistério (de encontra P°iici
uma ilha exPlicaçã0
racionai, se
tulad deserta e decifra
° fantástico Povoada)
Poro no media.nte fi,un solo
tempo "espaço _ sobrenatural» POS
Que ’ e Cujo
escaPa ao princípi0 de coricei t o de
se identifi
ca com razã0 assim
a arbitr -rariedad como não
s°brenaturai e ou a "magia
(As Mil
e Uma Noites) ^ invol
versos de Dante untária» do
Gabriej ele vê
^°sseti, sinteti 2ado
^ hcLvn Poeta in9lês do nestes
óee« Ae.te f sécuio XIX;
* B“£ whan
°'l hoto 2
r> 1 kllOli)
■£/ze zznnot tQ.zi:
n 3*a<s.ó bti/ond
The thz do.o.i,
'ifi’GGí fcce,2
? The
^-ígliLng
*°*nd, tttí £<ghi4
I a*°und the
| ^hofio..
51
Sob a lei geral da simpatia, a causalidade mágica pode assumir
para que este não seja atropelado por um caminhão, e esta vio
53
teclará -lo i
insano Para
uma Que não
grande e 0 Possam
PerÍ9osa oonspir executar Por
a ajuda de diSf aÇao 7 um
arces (barbas, integrad crime.
da no a Por um
dístiiCO "fls mascar as, só hom em,
all stars Pseudô°nimos), e' com
w°rlds are shrivei e anun oi a
many, but the in -the singi
tada depoi ^orld is e sun, /
s Para » but onelf Ca lhe
um homem the óltim
*°rlc/ is a frase tra
apunhalado One"). nsm u
torre, é o p°r seu no ter oeiro ar9um
amigo
reverso simét com uma ento,
seca (a rico de uma '• piecha, n0
escuet a"! de alto de
maquet e" uma
faca um f
mdio Que iniciaj;
contra ele. mata um a menção <\
otro
arreme ssando '1
sua
4
'#
São os
Se9uint es,
f nã 0 são Se9und o o
temas mas filt ro de
fermas Borges, Os " '* i
a) a °bra cerrati Procedí mentos"
dent ro da vasl da Üt '*~ij
b; a oontami °bra; eratura
fantá '*~íí
as t i ca ;
c;
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na?ão da
temp0.
reaü dade P^i o
sonho;
n:
d) 0 dupj0. ,3;
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Di
Import
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rvar, de
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Cão do a cord 0 com
fantá
astic0 ã 0 Poe foi *
trut que tais mecani dito,
urados Que a
um smos narrati oondi 7-,I
dade seja » argumento fantá Vo S
ma9ica" i sã o astico, i s t o é eSteJ'am 05 •-W! I'
trut ura
0 ar9umento
Procedí em qUe I. I
mentos formais 9 causaü
meis ou impo
Ss*veis,
fantá
astico,
OdS O
contrári0
com os
Quais se es
- /í
y; -
aceito s como apenas e*Pü > são inver
maraviiho cados Pela ossí
se trat a de sos. Sofare raci0naii2
um 0 dupi0j ação
Procedi mento escla rece ou
Que Mon egai Que
indica e*PÜ
citamente
0 tun oiona
54
3 mento de uma
magia
~3 simpéti
asSOcí ação Ca Ou f
3 Por simii momeopáti ca,
4 aridade, Se9ur,do
n° temp0 é Ss9undo Jal<obson), Fra2er (ou
apenas uma
mensõe s dessa f°rma de indf e Que a
'! I r_ car
a simula
viagem
íi ^ tica tía Leit reaJidade neidade das
íB f
•co c?
f iitera'ria
ura,
p.177;.
ma9iea
exempi0
0u faotáastica
cfi
(Um a Poé
caros s Sucessivos „„
0,»JLÍ
__1 f , 3
ierid 3 Sorges. Um
e este Procedi ar9cfmento história
com o do vento do poeta
românti cc Co
SQnho),
The Time d0 Saito no
tempo é
y i u? The Sens
°r the Past,
Mac hi ne,
a n°vela de George combinado
"Se um de Henr y James* Wells, e
domem atra
uma flor assasse 0 Paraíso 0 argumento
aqr O»3 como Prova de em um
sonho,
de Cole ridge;
aversão» Que
Ainda ' Pinta-io.
s°bre o
Procedimento do
no comentário duplo, é
Que Sorges e import
conferência »
faz de The
Invisibie
ante ci tar
um Peque r
La Lite Man de lVeJis
ratura Fantá
* Novela n , astica,r) (na
Para
Procurarmos
enten
Jor
55
der melhor o que ele quer significar quando fala que "grande ie
percussão têm as palavras" e em "teleologia das palavras" (D.',
56
o livro publicado por Cervantes antes daquele, consta entre os
livros dc personagem; a primeira parte do livro inclui uma brè
ve novela sobre adultério; e na segunda parte, personagens que :
8
leram a primeira, discutem-na (dom Quixote é leitor de Dom Qui
xote); enfim, no princípio do 9^ capítulo da primeira parte, o a
a
ratura fanta' varias
unica estica é
fico Que Pode s
0u filosófico _ Questi °nar 0 importan
metaüSi co baseaco em conhecimento .. I
Que Borge
s Preza nos
categoriias
positi vas.
cientí 1
° caráter de
Ücção efeitos
P°éticos
Bo
efeito <B i
í
d° text
obra é í
mterpoiada
na obra Que
0 ütera'rio
explicit
do fantáastiCo.
a-se Quando
ÓJf1
ar'í I
desta
inte a contém,
rP°lação o
curi0s
e o
ieitor pode
uma ívj. I I
tafísica; -,t *,
■ taies inversi
° Perig0., de ■intuir I ;/
una unes Sua inc l
ficción sugieren que °°sistê
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0 espect ■-M I' /
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0 esPectadores,
'Quijote » fl
Podemo
68~69)' 6
s ser ficti
ad°res,
icios"
n°sotros,
("Ma9ias
Sus
6
^» r
e enfim parcia rv_ií|_
na fiJ
°s°fia de
Scho 1.
!
58
71
r
Penhausr Que
Borges
Pri a encont ra 1
Concepç§ Justi fj
0 da Ute -cação
los ratura: metafÍSÍc3
suenos y la "Artur de Sua pró
vi9 Ui 0 Scho
las a eran penhauer
d°J'as de ün esc^bió pue
en orden era mism o
vivir> i ibro y que ieer
dros, y hoJ'earlas sonar.
übros pce se ^uac/ros
desdoblan en
fcuir esa dentro de cua
identití a c/11 otr°S libr 0s> nos
(Textos
além Cauti VOS, ayudan 9 in
desta
que icfentiIf,ica a P-32?)- Outra
Spc
□a / 3 Borges,
a bacon
vida e o
S0"h° ~ Sinteti
imagem
strução da imagem
i> J ti vista
d° mundo: Para
a que identificaracionaJista e da ln)agem ,
unr.u3 d0 últim 0 inco
9noscívelJ
este a um posi.
e que ele texto de significa
i° XIX; toma
; na fiio s°fia c/a de dois
história de autore s do
critur sécu
a Sagrada Cariyle ca
Que decif história é uma Es
quai também ramos e
somos escrevemos
escritoS) e no contin
história é uamente e na
urn imen ensaísta eatóli
j ' 53 vaiem menos
Pce os
50 texto ütú
rgic0 onde ,
Co Léon
81°y (a
11 3 bem
observa
vensícuios Pontos não
r Pierre °U caPítulcs
-3 Borges, este
Macherey,
CritiC0
ros;24
• Se como
"soube fechar a sitbus
seriano da ficção
viment o de sua Pemon
exP°sição dos stração
bendo -se
e não cair
escrit 0res fantá
Pue f0i
elabo rada uma asti«a tradici0
XVIII): retóri
numa históoria naisCsa
59
tradici°
fan tástico
gênero
alista 7 à narr ativa
literária5 , 30 surre
ção às utopiaS americano e a
à magia ssivas, e
íatino- aventuras suce
marav ilhoso e moderna) de
■nnal (medieval romance polio^aí'
tTadicionai ? também ao
falando
generica mente
fim,
fazendo
vínhamos
mário qne mais
vantamento su tóricas
n le figuras re
Retomamos agora o nível das
mento qua litativo
narrativa borgíana 30 num desloco lavras,
orosa con siste entre as Pa
A hiPalage
impor tantes. de c ontigüidade fecu ndade
habí itual relaça0 superposiçã° , de
que inverte a idade, de raki aponta
imultane
"S Brújula". ftlaZ
ocesso de anônima
num P* Muerte y 13 carta
,.26. oe "l_a continente (uma
interc âmbio lidade do inves tigatío
mento da q^a do mistério
te desloca a chave licación de l°s
triângulo
ser um 5 que la c*P
que xeveia conteúdo: "Refleti000 po 1 v
orienta Pa
Erik Lonnr ot) a0 anônimo y en una ("more
triângulo do m étodo
estaba en un a precisão
crímines
outro em que ntamina o pró
e este local) c0
labra griega"> iamento do
crime (o
el
punto
de planei3 usted agrag ar ia
geométrico ") esentí que
imento: "Vo Pr fecto , el Punto que
acontec rombo PeT
pr io determina un Os casos
el punto que espera"•
que falta
una exacta muerte 1° frequente s em
donde mais
el lugar
prefija condensa paradoxos, adjetivo que con
figura que substantivo e um
de oximoro, a »0e esa
ligação de um rimeiro:
dão na atribuído ao P espião
Borges se convenc ional narra o
,*if içado byecta"
tradiz o sign casi a arrador "Bor
i a una felicidad e diz o n
ilación pase Bifurcan",
aniou que se uni
de sendercs . "Cambiará el
Rleph”•
de«èl 3aTdín essivas de "El
«onpnS SUC
locura de
idad" ' i »La
van íntima
melan cóÜca
? pense á con felici idsd j • i
verso pero no Y° colmo í de m aliQna
tante gigan ;8.
Oaneri me "En sse ins !
Argentino detestado’",
carieis troces; ningu a
nos pabíamoS deieitables o a p°n
mente, sU»Pie de actos et mismo
millones ocuParan
visto todos aradoxc
tesco, de \
el hecbo de que í\s vezes o P
asombrot como tr3nspar encia" lúcido .
no me sin apaixonado e
sición v
to, sin supeXP° adjetivos: ”0 narrador
dos "El
ltiplicaçã° Tertios1
se dá na mu Orbis bello, dei
„ (..Tlon, bqbar, heroico , dei
nftauer , dei oximoro
SchoPe bisneto dei j°ven titui
cons
3 Ryan, eS conto Que „E1 Otro":
se Uama trick" Cno ,< c v Em
3 KilPa Héroe , *•>'
3 asasinado Fergus Traidor y dei cierto lo ami.
"Tema dei embargo
3* i m desde o título» lo imp°
sible y sin
mostrar de um mes^
3 ntal de consiste e»
miado ele^e 0 assas
|
jy.Ms "El
ft abjetiveç50
bivaiente
aSpect°
abstrata.
1 3 lanaba"• concreto e o esperava a sua
\ t U» substantivo
0 aspecto
ii lugar
aonde lhe
simétrica
mo »exato dos crimes
Lonrot ao
levou do enig”13
I 3 sino que desvendamento
ativações biva lentes:
I ! » própria
morte como
-se cem duas
ad j
quinta sircé
w I -3 planejado s, JuS
tifica
agoniceí en.
esta deso lada
mira
\JJ r-9 mente noches bifronte que
nu eve jano
\\ I* -9 «Hueve dias y el odioso a mi vigi^a"-
fiebre sueno y
arrasaba la
trica; we horror a mi
auroras daba
las enfim,
los ocasos y
Hc1o se s -up" >
dos
eliPseS sinedóquioas,
lações, das sações
das trans das
conden à lingua
os i°g°s metonímicos e ibilidade
mentos . fie*
dos deloca tical, dão irismo ato
arama emp
a lógica manifestação do
que burlam
-los como os)27 » en
interpreta tonímic
podemos emplos me
caros os ex ocesso de
gem. no Pr
‘ (a .quem são
de Home do bábito apoi3^0 ndamen-
mista congelamento como desve
crítica ao da linguagem, e da perceg.
quanto
eralizaçã0 e completas
dlificação e gen jltiplaS
simp- ibilióades mu
poss
iirer ár io das 6i
to
Ção como
acontecer singuj
Pio da ar. para
natureza humana Home,
de acordo COm o
concebe r-se Se9undo o qual Prin cí
qoalque "é total mente
noçã0 r Cidade 0ü impossí
Precisa de qoalldade i vei
Seu grau"^® y Ou sem form
Sentações armos
afc|stratas SeJa, o/na
se9undo o quái as
Ücul da razão não repre
ares, Passam, no
0 nome pe o fundo,
pictícia termo Qeral de ihélas Par
Que reúne
as idéias que em uma
gem encobre Sã0 indiViduais identidade
apenas dife em sua
renças. Mas na t ure ra;
Portant e Para se a a üngua
a critica literá fiiosofia
nheci mento raria
metafísiC0 Pelo horgiana à
p°ssibiild
mente em i entendi ade do co
J°go na mento,
retórica 0 que está funda
fflundo que vê desfca lite mental :
qoalque ratura é uma
mento, em r aconte c°dcepçg0 ^
cimento i
cada bpme in fiuindo '3
uma rede de m o seu em outro
outro aconteci
relaçõe s inte reverso, que vê 'ví
de, rcambiá o mundo
neste ° infi aveis, no como
niiesimai, Pequen
esféri co (ma enfim, ° 9 Í02 do
s não a história como gran
Pensa rePetitivo) de um
0 escrit or, reflexões, Processo 'SF"
Se não a P°ssibiiid restando, C
verdada «ti»
as do ade de Segundo
Ci'oio da p
atica ou,
uonheci
vento Üogüístico da
aiguma
Certeza ou f5
■ ’'
sar um COm° também realidade, 0
pr°Pósito afirma, exer
ético _ a e*igência
6 estético _ no humana de pen
C=r ft
universo.
■.
<s3lí
E“ se,J Ensai «O#
respeit o do
a flutobi °9ráfiCOj
Jorge Luis
c5»'
'padrão" Borges nos ii
no qual se hasei-
tis-ta (com
ficei ones, 3 a sua es c1 a re ce q ^ ti
1944, e El rePut ação de
V°lucionári0 uso flleph, con
e •»
Paródi CO da
Iin9oagem
1949) > Ou
seja, °um re
I"
Pseudo "■crisa i os,r ' * <
Ces estabeip
critos em
1933 e 34)
ecid0
°as"burl as»» |' 4
Que
oonstit
uem a His ■!>
(J
' 6?
r1
toria Uni ve
rsal de ia
cunstâncias Jnfamia; "Uma
9erais me vez que as
uma série de eram todas itrigas
Padas, tinha ou cir
veriaçõe s"; aPenas de bordar
Cdftia [~)t
o a e> Princi Palmente,
3S1IJI" t
"aberta escrito n° ano em
fflen t6 "
Acer
como conto seguint e mas
r°s que se aPenas em 1942 (em P^licado
Bi furcan,
sua Jardí n de
Üntitulada Primeira Sende
ooietânea de
OJ L 3 livro Publicado
Picei ones);
"Dá
a entender
contos,
depois
°ri9inal que á
• I <J*
3 a falsa
se9unda ediçao
mente em
Bombaim três
a resenha de
um
»-M. Prefácio de
com um
editor
anos antes.
Dotei
um real. Victor
escrítor fsic. Bollancz e um
Li/; I' ( 3 0 livro eram de rsal, üoroth y l.
~3 minha intei Sayers. Mas
de alguns ra ivençâo. Bei o 0 autor ç
caP!tul0s enredo
*sndo ~ tomando -os e detalhes
0 mi'stico Persa do emPrestados de «ipli
tão ouitíad séc. og e cncai_
XlI> Parid
osamente aPontei ud - Din
duz nas seus defeit Attar - ee oen
olrcunstânci o s"^ • Em "
/
64
cado jogo de desdobramento do narrador-protagonista da narrati^
5^ va apócrifa que constitui o corpo de "El Inmortal" (A,), o anti^
auário Joseph Carthapilus - grego, do séc. XX - é o soldado do
Império Romano Marco Flaminio Rufo que,' no séc. XVIII, é leitor
=3
da Ilíada na tradução inglesa de Pope, e enfim é Homero (que po
de ter sido, conforme menciona uma nota do conto, "um persona
gem simbólico"). Esse desdobramento do indivíduo é duplo em "El
Milagro Secreto" (F.): ele se dá na narrativa encaixante que
< tem por protagonista o escritor judeu Jaromir Hladík, impossibi^
3
*3 litado pelo Terceiro.Reich de concluir o drama "Los Inimigos",
3 e a narrativa, interpolada, do argumento circular desse drama. E
*3
' 3 é também presente na "Biografia de Tadeo Isidoro Cruz" . (A.) - es
L-3 te, perseguidor do desertor Martin Fierro, passa a lutar a seu
65
to místico (um sacerdote maia prisioneiro dos colonizadores es
panhóis decifra o enigma de Deus mas então seu eu anterior tor_
na-se um "outro" porque o que procurava está dentro do decifra
do,que é incomunicável pelas palavras).* Em El Libro de Arena
(1975), "ülrica" é uma história de amor simbólica de amores len
dários, e em 1976 Borges escreve um conto - "Veinticinco Agosto,
1983", publicado em março de 1983 no jornal La Nación - que r£
pete o argumento de "El Otro". Desde a década de vinte, nos en
saios escritos por Borges revela-se igualmente sua preocupação
com a questão da identidade, mais precisamente em questionar
uma concepção metafísica do sujeito enquanto identidade, unida
♦
de e continuidade igual a si mesmo, preocupação cujo fim era
t.
67
»
69
£
mjr
lentamente desgastada por el ala de un pájaro, que cada mil y
&Z0
Üí -3
_3 I 1 -3
-3 la identidad o la pluralidad de los hombres". Dito de outro modo:
Borges entende a literatura como um jogo de espelhos refletidos
r i onde a última "cópia" acrescenta algo e faz ver de modo diferente
“li ll:-3
3 o "original", do qual passa a ser retrospectivamente a "precurso
3
□OI 3
ra". Alguns exemplos: o jovem Kafka é menos "precursor" do autor
“TF
31 * í-33 de 0 Processo e 0 Castelo que outros autores como Browning OU
Jík
J ■
obra do escritor tcheco; o conto "Wakefield" (1035) de Nathaniel
Hawthorne "prefigura" os contos de Kafka, mas estes modificam e
3 » ' » refinam a leitura daquele; referindo-se ao iniciador da poesia
JU I ' i
gauchesca, Bartolomé Hidalgo, Borges não cita trechos dos Diálo
I I »
gos Patrióticos para evitar que sejam condenados, prejulgando-os
pelo cânon de seus "continuadores famosos", e, inversamente (ain
da reconstruindo a história da poesia gauchesca), "Los Gaúchos
Orientales", do escritor uruguaio Lussich, é um livro que "ante
cipa" ou "inspira" o Martin Fierro de Hernández, mas que seria in
significante se este não tivesse sido escrito^. Ao nível narr£
tivo, essa concepção (valéryana) da literatura surge muitas vezes
na suspeita do narrador Borges, que reconta histórias ouvidas de
ti' u*
íi
outros, de que estas talvez já não passem de palavras
%
memoriza
71
ra borgiana. Ou seja, a concepção monista da literatura, seguri
<3*
1
I
.
da significaron el interlunio, la oscuridad que permitió a los
__ r
gregos entrar en la ciudadela de Troya...".
5
3 A poética da leitura pode ser considerada o "aleph" da obra bo£
3 a
' |J 3 giana, o ponto que irradia ou para onde confluem, que enfim es
n
3 clarece os demais e, fundamentalmente, para nós, a questão do
!
3
■> sujeito. Este binômio pode ser sintetizado do seguinte modo: ao
1_1 I ' 3 afirmar radicalmente a subjetividade na linguagem ou a linguagem
|
' , enquanto enunciação, ao fazer escritura, Borges ao mesmo tempo
«. i , apaga-se como autor onisciente e original, relaciona - como cr_í
3 tico e historiador de literatura - escritores heterogêneos (se
j i * >
3
í em outros. Aliás, é a perspectiva do autor como leitor
venta
(que in
varia o l’ido, modifica a tradição) que explica porque em
■ ■
wt-» Borges os gêneros da crítica e da ficção se mesclam, já que são
_JLí- as mesmas as de um leitor - as operações realizadas: citar,
■ ir '-? resumir, comentar, interpretar e conjecturar.
. jj.:H
73
fia nos seguintes termos: "La personalidad, el yo, es sólo una
gue a los otros llega a formar parte esencial dei yo, y a expre
sarle; (...) Cualquier acontecimento, cualquier percepción, cua_l
m
quier idea nos expresa con igual virtud; vale decir, puede ana o
dirse a nosotros... Superando esa inútil terquedad en fijar vei:
balrnente un yo vagabundo que se transforma en cada instante, el
*
74
*
%
1
sua idéia: "Yo no niego esa conciencia de ser, ni esa seguridad
dei aqui estoy' que alienta en nosotros. Lo que niego es que
las demás convicciones deban ajustarse a la ccnsabida antítesis
entre el yo y el no-yo, y que ésta sea constante ,,43 Em outro
ensaio de Inquisiciones, !,La Encrucijada de Berkeley", compl£
menta esta "intuição" (conforme prefere dizer Monegal nesta c_i
tação), somando à idéia do sujeito como devir, a da determina
3 •« , ção circunstancial: "entendi ser nada essa personalidade que
•Io costumamos tachar com exorbitância tão incompatível. Ocorreu-me
'* 3 que nunca justificaria minha vida um instante pleno, absoluto,
-■ «-3 . abarcador de todos os outros, que todos eles seriam etapas pro
visórias, aniquiladoras do porvenir [sic], e que fora do episó
■ dico, do presente, do circunstancial, éramos ninguém „44 . Em "La
-3
I Fruición Literaria" - ensaio publicado no jornal La Nación em ja
I -3 neiro de 1927 e incluído em 1928 El Idioma de los Argentinos
3 acentua-se a perspectiva da leitura na avaliação da história l_i
.x ■ U terária, antecipando a ficção escrita em 1939, "Pierre Menard,
I:
75
tes no tempo literário, ou seja, a uma concepção da literatura
*
76
ll!
da literatura leva-o a conceber que "lo bueno ya no es de nadie,
ni siquiera dei otro, sino dei lenguaje o la tradición".
3
3
3
-3 a
3
J
Do ponto de vista filosófico, podemos correlacionar a concepção
3
—3 que Borges faz da subjetividade na história literária a uma "fon
te" não assumida pelo escritor argentino: a filosofia da vont£
de de potência de Nielzsche. É do ponte de vista de um pensamen
to da totalidade que podemos pensar tal confluência, o que vamos
apontar por ora em dois aforismos. No § 223 de Humano, Demasia
—*
do Humano, "Para Onde É Preciso Viajar", o filósofo apresenta
77
v'
mas com nomes que resumem "zonas de intensidade" (valores, veto
res) históricas. 0 outro aforismo é o § 3 das Considerações
r
Ex
<r
temporâneas. Aí Nietzsche coloca-se como continuador da filoso r
fia de Schopenhauer, na medida em que esta supera "o desânimo cé tf*
V
tico e a abstinência crítica" da filosofia de Kant (isto é, por
• r»
este ter transferido o ponto de vista da razão teórica - os li <»
79
ções abstratas, os conceitos; do ser, a sucessão, que rege as
representações do tempo; do agir ou lei da motivação, que regé
os atos da vontade], perdendo com isso o caráter de condição da
experiência possível para se tornar 'condição de possibilidade'
de uma mera aparência que é o mundo, visto como representação."
Schopenhauer U
"Ao interpretar a teoria do conhecimento de Kant
retira dos elementos 'a priori' do conhecimento qualquer ref e
rência a objetos, fazendo com isso que o transcendental deixe
de ser condição de possibilidade dos objetos da experiência e r£
'm
duzindo-os a uma mera forma. Se o conhecimento é meramente for
mal e sem conteúdo, é preciso que a garantia de sua realidade **#
rr'~
80
1
■
ciola assim explicita esta superação do empirismo: "Se no mundo
a causalidade é o único princípio explicativo, ela não pode por
990
3 isso mesmo explicá-lo". 0 ceticismo de Hume explica-se, segundo Scho
ia J penhauer, por essa inversão que acaba levando ao problema da re^
o»
lidade do mundo exterior, já que, da experiência, não pode ser a
n
deduzida, por nenhum raciocínio, a essência da relação causai,
m
=í-; í l J
reduzindo-se, para Hume, ao costume, o princípio que guia os nos
sos raciocínios causais — aqueles "que se referem às questões
81
« do P*1^
espec ial
, _ «forma intui
3 O
pauer, e. formas, aS
ScP0Pen outras
lidade", PaT teúdo u das esgota 3
|X i'c9uSa con salidade
e «rege 0 (X cau
razão «tempo"• c0mo SÜ
cípi° de u e do 0 temp0
nespaç° termina
pri°r1 i do idade. oe condiÇão
ções a ser ativí com a
de ambos: n eziste
duração C. por sua vez,
nossa idéia tante da set»
"Cada ins ndrou, PaTa são dias"
que o enge
cessão: está sobrando
prece dente essên
tempo, o Que
de destruir o 51. «ao defini0 àa
egado ’’ , desta «situa
também logo o , P-M^ i ser
CH-e- espaço e
borgiana esse ência d° extensão •
& a tradução £ a
— e essão. artes da
como SUC das P
eaiidade,
não
tempo reciPr°ca
cia do determ inação essência da r
seja, como é joa
çSo". 00 yidade, ma téria
de causa rado po^s 3 espa
prio cíPi0 em sepa o tempo e o
Mas o determ inação
a essa ercep tíveis idade do con
limita torna P«* ltane
se li QUO a simu "es
ombinação « destes ou
tamente a "C
íproca inação do
rec i a determ
«limitação enfim» e
fuga, cau salidade"'
ço. É a ência e i de
( perman da iel bimento,
tradi itório « jurisdiçã° o enten
teriza a é tudo Para
" O que carac represe
ntação encontramos,
sob o
tado
0 mundo como "nada " o
que
de r azão *
Assim, se npecer, é o d0 princiPi0
su^ito do co todas as
formas
ista de
uma
para o
de vista,
em tude ou em v >s mesma
onto em vir
outro P a eziste seguida a
com a
feito, so e subme tida em rela
coisa que eia , ação e
turez.a materiais
outra
da mesma na
conjunto
das coisas „„itmicWoit"’
«52 _ (xo ii mas
idade «xeaÚdade ícUí^06 d0
infinÍ
reiativ nome não é
o melhor imp°sS
tividade, com essa ou no espaçol
que é o
„53 Borges joga
idade tempo gera, c2.
«efetivi. mente no contradição
pura
existindo
mundo razão , cuja
to C° incípi° de espaço'-
* ao Pr elação ao
mundo sujeit0 o medo. £m r , de-
pauer, f deê
Scbopen
explica xUxtí a K\>^flCÍÒ
mo d<L to cia*0*
•ir « A i, vi
ln.xe.o-i"
■ ;An bvXti^-
em>e.j^d0’
}andí'Oi . & W9° icmpo: 8.
abi^octo de.í
L\l<LXXOeJ> Lb ido».
\ ... La Bu^ca de- aentí pe.KC iencia q«*«- z-i>
\ 1
«Uto ^nU m .
mundo:
me-ion
mínto, me
. inde.í^'-d0
fdaxí de.
íirnC'1
Pjx
úmbui-do
,íòLca.
de
. „ Kjonü
c
díi TW°
CA^C, no»
• ir.a/i
habe^- *£
bián. mC-
o au^e-n*e‘
i
, uio uíudo fccu> p*^1 ;*;We ta
de£ ^-n e.te-tiívcdací
P° bibíe- patubna
* ta Ánc-onie-
Eienn^dud
idade do mun
i
L 1
I 3
ScPooen
do feno
pauot
mênico,
oxims como
apr
HerácUt0 >
pensa dores
Platão,
é retomada
dessa reiativ
inosa,
ncS mesmos
ycant, e a
ressa tal
«anti9a s—•
termos por
idéia "as
Bor
\
84
A "origem empírica" do mesmo problema da realidade do mundo ex
terior aparece na impossibilidade de podermos distinguir com prg
cisão o sonho da "vida real". Ele se esclarece, tal como coloca
8
Schopennauer, nesta questão: "Existe um critério infalível para
se distinguir o sonho da vigília, o fantasma do objeto real?". a
1
Centrando-se nos critérios de Hume e de Kant, ele vai questio
nando as possibilidades da distinção. Ao primeiro: "o grau de ni
tidez ou vivacidade", que é menor no sonho do que na percepção
(uma "maneira de sentir" caracteriza assim, segundo Hume, a r\os
sa "crença" na realidade que, desse modo, se distingue das "va
gas" "ficçces" que pode formar a nossa imaginação), ele contejj
5: II
ta: é impossível fazer a comparação atual entre um e outro; quan
do na vigília os comparamos, temos em mente apenas a lembrança
L_ 3 do sonho.
i I
í I
■ 4-, 0 segundo, Kantiano, seria que "o encadeamento das representa
çoes pela lei de causalidade" só é presente na vida, ao passo
■_
]•'L*>* sonhos como a realidade, ele é rompido, todavia, entre o "sonho
longo" e os "sonhos curtos" (ou entre um e outro "sonho curto")
I. rL*
■ : e apenas os distinguiria essa "ponte cortada" (essa "incomunica
|: ^
çãc causai", na expressão de Macedonio Fernández) entre eles.
I lUw
I L-« Mas mesmo sob esta interpretação, o critério Kantiano pode ser
i . ► passível da seguinte objeção: "somos, com efeito, incapazes de
seguir anel por anel a cadeia de acontecimentos que liga um fa
to passado a um estado presente, e entretanto estames longe de
considerá-lo, em semelhante caso, um puro sonho „58
85
*4 i J
i
^9
não é
o oso ai
na vida Vioppes
extaf’- í a
pauer
Q 5Cdope° talvez-
continua do desP
disso. "o fat° udi^ic Ü e
fclém ÍTÍC°: üotda a ciara
vtério emp íatã 3 tinção
\_evr uma dis
mas um Ctl ituio d° lecer
n0 segu°d0 "es tat>e para,
tam^éw
tão de
que no
ível ele rec orre nstaâncias”
OSSl „5>9 _ que pá ”^rcü
mesmo imp sonPo ilidades--
sação e (.par8 o
falid TTências"
entre sen entar as "OCO pantásti
^ apreS ^ ou
Vtério nPaoe x) ai°s
timo cri ^Schope nos ens
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(.MoPt>e s) edonio (Xbiertos,
■lista Mac W oe 10. «0S
; lidade")
lósofo idea impos sidi
Vigilia daquela fundei
cos «o 1*>* ES mento onho se
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aquele5 do s não 3
e radio aliza ° ília e e5tiV=»S °U
Atores ntos da vi9
tecime gara ntit se tidos e
acon demos e ves
que os e não P° xev eli® > ass alto
imente n nossa antes do
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mais ainda• do dormi1 e pecPexcPe du fempS ediatamen
página de t3 geração i®
do sono- eitas ntino da pex mano.
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pauer um e evoca isto
Scdopen v ida, impxev
o da 1idade "°
cido em 0\jtx0 } todo
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ência da xea ser es
" e como ess não» "ei
lidade ible
causa cau sal ou forma P°s Sr
que, única
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dia” , dei
de cada til°
"El eS
ou 3
inda ’■
conce pibie s<r
sueno". versión ínti
pT su ónica af imidade
dei sex j enpauer')
ou essa xempl° »
„ qscPoP aparece , P°r 6
tesco (.que Calderón ,
aren o sonPo
intimo P 5pakespeare
Esse "i o mundo e enhauer,
\ ontX 0 r» nT.lSS ) r- «hnO
61
em Htetzsc he") »
e também
Qorges,' u apar ênci3"’
eCção, a
dotge tuis inters
Fexn ández e pauet , pox
\0 analóg^0 d6 Scbopeo
Mac ecioni no P
onto
Itnente , Pa*a além de
que tem fUodam enta intuiP50’
metáfota -se dado na pro
e*piica . o mundo, petta pel°
a "ilusão"- enco
questão: «0 Pue 6 a Que^ão fia de
sexi3 na m°s0
esta out"3 ão?"
__ gue n 0 O
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xepxes entaÇ «i vet dade
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onto sujeito
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Nietzscbe, estão da Ür,g o P°e 0 mundo
uma ticata,
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gxama ência" -
do apar apaxe es
a Pte^U ngxaos d- taÇÕQ) e
ne” do ot>3et°’ tivas' i intexpxe
« pe r spec iUdade de luíd° o P*a
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mundo
3> te "nosso” Vexdade-) eni im
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- da
, § 3*0-
3P biema òo Mal tido P*2.
do Gem e àquele seu
5 CPata (\lém
estaâ ligado alia aos
Boxgea, licita e se
íduo ou
na noção de ete se ,, (.indi'/
Um 5e o sonbo, Schepe"''aUeI’
negação
do "eu Scbop®
Uf tguído po* . _ e da ofia de
fundo atxi fiios
%*m espeidO'
do dustin°
unda P
axte da
único a u
a dax
senti.
'h^9 temas do
ptopo
^
Siça°, 0
da
leta , qoe é- ° única,
livte
comp vontade
pesso ista como consegdén
mundo
nbauex essè enoontxa as • (.tam
ísofo idades
o nio
do ã P*
imei*a qual ente nos Üpan
nsePeute de ificam dou txina o
espec cuja
e etexna , Pe védica, dos vedas >’■) ,
litex „pinal
cias na Vedanta:
ados
bém desig° dismo- e^istênci3 do
osta oo dc
essuP onde 3 produ
P* xxesp
sondo co mund° QUe
como utn 5 o sonie 1°
do mundo o mundo e ecto do fer
d metáfoxa asp
ão: toma o
epxes entaÇ° quando
ficiente
mundo como * xazão su
de
ípio
o PrinC
védica,. n a ma i ^
desde a época a ilusão cósmi
u ("mudança
meno, idéia Que a palavra "maya nossos
coro aos
« expressa ,ndividuaç-a°,
gias e a exis
o pn incípi0 de 0 roundo
ca cujo véu, Braroa Vontade de
indivisível- ntade
realidade iversai vo
olhos a 0bjetivaçao da "univ determina
não passam de urna vontade que se
tência «espelbo H dessa
cada coisa é o relativos de ser do
viver" modos
sujeita aos niverso
e não se próprio u
a si
i própria universo é o
tribunal do («necess idade,
Portanto, "o 0s roales
nôroeno
schopenhaueriana que expÜca é objetivaçao
fórmula mundo, que
é a , morte") no
lamentos , dor imane nte). Ou seja,
miséria ucoisa em si"
Vontade (que é a de vista da
serviço da afirmada do ponto deve
ii deve ser eflexão, ela
de viver
a
ii vontade anbada de r
§, quando acorop acalroa,
iável Que 5s"aiS 56
pre sentação, iat0 e atividade. insas essência
seI negada, enqdantd endida ero sua
vez compre indivi
ético, uma incípí° de
de vista - deformado é o pr
d0 ponto Nietzs
cujo espelbo
nidade isto é, Para
coroo a u de scbopenhauer -
62^ se, no pe
ssiroisroo ..vitória do atei s^
duaçao esteira da
do probleroa, na diz GT
olocação sível problema,
che, na c inaces
i» valor H da vida não podemos
, coroo uro
científico” , do viventes, que C
roo soroos o seu
Nietzsche, Para
nós qoe da vida para avaliar
perspectiva existên
colocar fora- da Schopenbauer ,a
juiz» noS ssimismo de í
rtanto, no pe uro a Pa
r aduz. ir - se a
■<
k Vontade e
nterior .)
■ vida a
cometidas em uma não sabe,r
aquele que
atual P0X culpas maniifesta, was pela 0.
fenômeno que a respons ável
cada í viduação
una em de indiv
ao Pr incípi0
eu penso”j «eu Qü£ 3
jeito preso dizemos:
o su nós U^e nós pró n
distinção entre nossa vida e
ilusória e entre a diferente"), acre
outros,
” eu sofro") e 0S 0u "poderá 5 ser
dizemos:
«poderie” outro, qrie não
- (quando sofrimento para
; prazer para um "hos tilida
traduz a
nos opostos diferentes „ em que se
3 enbauer,
u duas faces segundo Scbop
passam de de viver tem joguetes da
a vontade somos
3 de interior" uue nós, ^e
3 significa que pode
0 que rtanto não
3 em sua
essência- fundamento e po
é o cumprimos
b »\.. incognosc ível Cela tanto
U Vontade
lei^ da causa
Udade), Pue por
timeiro,
estamos,
I m ser exp
licada pela
rrarmos à apar
do P
ofrimen
ao nos aga o P rópri° s
um destino, objeto de nosso
„„ fundo, atraindo o
tò. fórmula
«63 - eis aí a
font qu’un
tient ne
bourreau et le Pa j.l.b.
«l_e contos de
repete em■tantos
que se or igí
dogma do P ecado
reata com o ha
simismo, goe Del hombre , es
0 mencíionado pes el delito
maycr /
revigora no
cristianismo (upues Calderón),
nal 00 enbauer do poeta Vedanta,
_ cita Sb°Pe. doutrina do
ber n a_jcid°" tade) a
O filósofo da Von irrea lidad
(segundo nsena la
ocidente enbauer] e Dios
de Schop
Borges leitor indeter minada:
"que [para sola cosa (" at
realidad de una u) da alma
cosas y la ^«samsara
de laS transmigração ver da
„64 _ o mito da fiel desta
o el alma a tradução mais
Scncpe nhauer, a qual repousa a
,,) é, segundo si C • ..) sobre
man a coisa- em- razão
ntade como " linguagem da
de - a vo eterna" - Para 3
justiça
existência de uma
89
que, sob a forma da imagem e do sucessivo, guarda, no entanto
90
I
■g 3
J
Í—$
Vontade, origem da dor e da miséria que é o universo como
fenômeno. Em Qué Es el Budismo, Borges traduz as últimas linhas
seu
■ universo tan real con todas sus vias lácteas y soles es, exata
♦
i i_,
■ i» mente la nada").
■ I 9
1 . j,
Sob sua forma esotérica, a doutrina dc Vedanta expressa em duas
I Cm
■. U* fórmulas a idéia do sujeito impessoal e único: Tat twan asi
■ u» ("Isso é você"), pronunciada sobre cada um dos seres que apar£
MMn L-*
MuhLm ce diante dos olhos do iniciado, e Aham brahmasmi ("Sou Brah
■ ; L# man".
% : I_# t
■’ L-*
Se do ponto de vista da representação, na filosofia de
nhauer, um só sujeito é condição suficiente para que haja o mun
do, é porque — nas palavras de Borges intérprete schopenhaueria
no do budismo "el eterno princípio de todo ser
disipa mundos, está en cada uno de nosotros pleno y indivisible".
Schope
que proyeta y
i
Borges escreve espelhando Schopenhauer:
• • • ) nssUó quz czi uniqaz *ujzt pzAczvcuit diápa/i(UA*e.9 et, da
91
mzmz coup, Zz modo. concçu commz fizpKZAZntation diApaAait auAAi";
" Si az dZAtAuyzKa zZ gznzAo huinano y az AaZvaAa un aoZo indivi
68
duo, zZ univztAO az AaZvaAÍa con zZ" .
3
-1
u
L*
afirmação positiva, a Vontade como coisa em si, Borges dirá que
o escritor transforma os males do mundo em "ferramenta de traba
L*
L* lho": "Um escritor e acredito que, em geral, qualquer homem,
93
deve
achar
que isto
Tudo que lhe
0 que n os °corre á
e uma Terr
as Ve?gonh
acontece, amenta de
mesm0 as dumiih trabalho
as> tudo nos p a^as, as
ra que e dado como desventuras,
modelemos matéria^
desta nossa arte"69 0u como
~ "La obra • rambe'm a argila
Que finan
pJa'stiCa perdura es idade Pemo
ambj güed siempre
ad; es todo CaPaz de
espejo Para
que
declara ios todos, como ei Una inpinita y
como uma rasgos dei
Conseqüência, lect
or
'">dst°U es un
nista n° âmbit 0 da Pode ser
de Sebo Ute vista
Penhauer, ratura, da í
esPelh Se9undo a qual ConcePçao
0 indi viduali mo
0 u^0 se di ve •a
rante do
cePção da esPaço rSifÍca no
v°ntade e do temp0#
como reaHdade n Esta wosma
c°ntra~se
Present e na onica, co n
visão e tern o e *
co e o impe
Cr°noltígiCo
são
b°rgiana
da lite ratura,
s$oalf
en tf
”ar9umentos" reJati vizados onde 0 bi°gráfi
> de " em uma história
e de Pdlavr as" ■y*r
escritor ’ de "ima deid<íi = e, de
Que diai
°gam
gens”, de »f
tipos" de
‘tf11
^a. lambe entre si num
em üga- escrit ura
se a Sebo Presente
oritor, a qual Penhauer a eterno í
C°ncepçã0 da lite ratu
aPareceb b°rgiana
decla ração do asicamente num d0 aer do es
text o em w /-
Própri 0 filó i
e9°tismo
literário.
osofo,
para aprosentar a
Qoe dese
nvolve uma c=
Tradu2im0s de
ditas Sua idéia orítica do __ I
PeI° filósofo 8°rges a °itação das
isso ao fim de ^ »
se deve Sua vida; »Se às seguintes
a uma Palavras
Pio, Por
confusã
a°j a um
vezes a°reditei ser C—M-
um erro. Tomei Infeliz,
SuPlente
Sado em um que
nõópode chegar a
pr°cesso Por dif
amação,
~me por
outro,
^ituJar > Ou
Por exem
~
I í *
• %r ’ I
59 m°Ça desd Polo
enba, °u Pelo Ocu et- I
0u Por °u Pelo enamo r3d o
outras
.Pessoa s que
enferm ° que
não Pode a quem es ^; i;. m
essas sair de -/ -
Pessoas; adoecem sua oasa,
iss°, n0 máxim0, de análo 9as miseri
ti as. Não
e que foi * * .
abandonei. °- tecido fui
como Quem
v°ntade e
SOu de-trajes
realmente? S ou que
como ves
90 enigma do ser, ReP«sedtacS ° autor de
Ça°> sou 0 Mundo
Que ° qua deu *
ooupará 0s uma
:;
pe°sadores resPosta
Pos sécul0s
fut uro s.
1
94
Esse sou
• 8°rges
ar9umenta;
"sabia : Precisa
muito bem nente Porque
como um Que escre
Ser um
enferm o ou Pensado
c°isa, um desPrezado e r é tão rlusó
,
Pf0fundamente» P
> e, osando que eie era
do este °PÕ6 à Qinda uma °utra
"unidade e*Press§o do filó
sob sintéti Ca c/a
3 porm 3 do "Eu 50F° Cquan
Penso" apercepçg0
repres er>taç5es, que tran
acompanha, scendental",
uma unidade SsQund 0 Xant,
a v°ntade, Que e' não condia t°das as
onada Pela
a ra-iz da áar'/cre da consciê ocia,
c°nciui; Qual ela
"Outr 3 ccisa; [a aonsciê
• idéi 3 do i enciajé
a vontade,
Poe não lnc°9noscível) a 0Í3scura raiz
Pode ser da realidade
Pito em misteri
9^anas, também Palavras,
que 0Saí do
encontra em atra v essa as
enQuant o o Schopenha dicções
avesso, uer uma bor
cfo. Eofim, 0 outro Isdo da f°nte de expli
a Perspecti Concepç§0 cação,
tos de vista i va °ientí fi
schopenh oo do
Parti 3üeriana ds mun
Jotiya culares, SuPeraçã0 dos
Ção da Mundo nos Pon
v°ntade, Pala vários
recer uma estéti ca (a 9raus de ob
visão °djeti
va do °bra de
c°tomi mundo, arte Pode ofe
a sujeit o é Porque nsla $
objeto) e> desfeita
Cpossível fund
amental a di
Pela mente,
COn'Preensão Pela via
divíd de uma
U°S, do essência comum ética
Mundo
ciment 0 que *n°rglnico ao 3 todos os in
enfr ent a a domem,
Portanto, Por
questã o do sí questã o do um conhe
"enigma„
-i9nificado do Mundo)
e*Plícita m°ral d0 OU
do escrit or, mundo p
e também SeJa, a
sibHidade embora uma
tendendo a ej<trair Preocupação
da Primei
aPós ter como no s a segunda Pos
citado mostra a
Homero (»0s seguinte decla
Para que as deuses trazem reção,
Pr
Serações fut desventura
("tudo uras
r ocaba num
livro"):
tenham 0 Que
cantar”; e
a°s home ns,
tudo' "3 idéia é a
acontece com Ma-tiarmé
uma rezão mesma; é a
de r essa idéia de
estéti ca. que
idéia aos ^gora,
deuses, Poderl amos
°o a Deus; esten
Poderí amos
supor
goe tudo
acontece, não para sofrermos ou gozarmos, mas sim porque tudo
tem um valor estético — com o que já teríamos uma teologia no
va baseada na estética. Enfim, muitas coisas sairiam dessa nova
reflexão". Estas "muitas coisas" que sairiam dessa nova ref le
são" que funde ética à estética, significam, enfim, para Borges,
a afirmação da arte como atividade doadora de sentidos, da libejr
dade artística, possibilidade de "intervir" na realidade: "acre
dito num propósito ético, não sei se do universo, mas sim de ca . >_
96
'T-
ÍIl
gia filológica que faz Nietzsche da .exigência filosófica da "ver
dade". Com o intuito de destacarmos em que ponto Borges e Nietzs
che podem ser correlacionados, é importante passarmos pela críti
3
ca nietzscheana à idéia de uma Vontade livre. Schopenhauer, ào
3
3 conceber a vontade como essência imanente do mundo, porquanto de
I la podemos ter a experiência interna por meio das ações do corpo,
-9
3 estaria ainda preso à crença nas "certezas imediatas", mas, fun
|i damentalmente, na "razão" na linguagem, na gramática, na qual se
3 ;i3
Hf I —3 "oculta uma mitologia filosófica". Desmontando a crença em uma
;: >
causalidade ou liberdade da vontade, Nietzsche dirá que o "qu£
I f—3
B
-3
rer" tem unidade apenas como palavra que generaliza um complexo
■ í: ,:L mecanismo7*5. 0 querer, em cuja fonte existe sempre uma "represen
tação de prazer ou desprazer", implica uma "pluralidade de sensa
çõcs", necessariamente o pensamento, o "intelecto interpretador"
(e portanto só se pode falar em "ato da vontade" em relação aos
r *£
homens), e o "afeto do comando", que proporciona prazer ao "eu"
que quer em relação a "algo" em nós que obedece. "Eu", cuja subs
; ■ L*
tância e unidade são apenas gramaticais, e "querer" do suposto
] I *
I l—» "eu" que confunde o efeito com a causa, ao identificar-se com a
_ * L-* ação e o êxito da ação (em geral a vontade somente se manifesta
I ' *
:Z I■ <C.f>
St# quando já esperada a "eficácia do comando", isto é, a obediência,
isto é, a ação), e com os "instrumentos" (as "sub-slmas" ou "sub^
•retour „75
99
ginas do livro mais importante de Schopenhauer implicam a passja
gem, mas porque na gênese de sua filosofia continua operando "a
oposição de valores", do que ainda era apenas um sistema de ava
liação e orientação vital [o que é o sofrimento, qual á a sua ca£
sa e como nulificá-lo], para uma ontologia, quer dizer, um discur_
so sobre as interpretações [o mundo "como" representação e "como"
vontade], já indevidamente reificadas, que foi forjado por esse
sistema ii 78
100
3 fica dos juízos, enquanto avaliações úteis (o que é "bom" ou "mau")
3 para a vida e a sobrevivência, sob a "exigência de verdade" dó
3 Saber, garantida por uma essência extramundana, graças ao que
3 !
• 101
acreditar Que elas
ser vivo" nada têm a ver
com a
~~ cabendo à f ati vic/ade
caÜzar o investi gação criadora d
moment° (com Pistão) 9enealdgica
~ fiIoIógica 1c
dem Pôde ser e em nome c/e
anulada como Quais valores ••
priori ' ir . imPerativ0, a or
• 0 "ideal" filo e foi
transformada
mundo °Posto e sctico de em >a
Verdade, funda
exteri0r ao mentada em
uma obsessão nosso, um
de segurança, aParecerá como
a ma'scara de
de Proteção" 0 saber das
contra 0 essências, como "
"medo do
nbecido,
0 incerto,
med°" (a POSSIbili0ac(e d0 sistema
che, "do 0 ambíguo, desco
estranho, 0 enigma, ou,
como 9radua
tra d.° nov°, do imprevisto", Nietzs
a desord em, enfim,
0 caos), cujo "
2er ou da Parti PriS" p Prcvenção con
felicidade como e a
to", 0 oposto ou a avaüaçã0 d° pra
Portanto, "ausência
segundo
tebrun em "a Nietzsche (no de .sofrimen
Grand e Suspeit comenta'ri0 o na
c/ete rminaçã0 das a"), sob a citação de
essências "vontade de
uma moral dos - como fundad verdade" _ * 3
fracos"; a e justifi
"Vontad e de cada
iagem", ’ subjaz
na Paráfrase de verdade,
t-ebrunj impotência f"tute
da vontade <
de criar".
P esta idéia <
e esta
de falsifj car,
atitude <3
metod°io'gica _ <2
enquant 0 P°der de fiCci
ferentes avaliações (e 0 Poder de inte onar,
rpretar, do Qual
Posições metafí
que é
cculto 2deologicainente
í resulta m dii e
sicas do " di ve rsas
wundo
Pienam ente
Prcsent es na iite ~~ verdadei
que
pro e-
em ratura de encontr amos
reiaçã0 ao
estatuto artistico E isto, até
ça° füosófica (..a
metafísica é
que o
escritor 0
mesmo
c—1
ca») e um
utorga èa Produ
i mas, ramo da
funda mentalmente, iite ratura
no modo fanta'sti gsbJ
extraíd os de como
sistemas e*Plora
suas ficções fiiosófico "argumentos"
s e de
invenções crenças reügiosas
enquant
0 tais,
Pienamente em
• onde as
máscaras
artísticas P°rque Se
m°stram
í M< I
iingüísticas
Que
poderiam
<21
enco
Procedí
"pode ser" ment°s sintáti COS (»
"é Possível Crei°", "tal
Cor)ject oral, Que») d0
0 artist a doado cético " haced
r de or", do autor
Sa9ens do sentidos
mencionado possíveis. pm duas
a juda -nos "fl Grand pas
a compreender, e Suspeita»
via Niet > Sérard
concebe Borges, zsche, Lebrun
a Üte ratura tal
ti si ca : em termos do uso como a
"Uma litera'ri0
vez insta urado que ele
tant o há de esse faz da meta
Uesti nar sistema de
sCus camuflagem ei e
Pende do Sim usuários (. . Por
°u do Nã01, •) a um
roundo que
em querer n° qual não haverá 'não de
criar um então mais
mundo tal
regime, não como ele deve sentido
haverá ser'
mais lugar • Em
vidad e de Para suma,nesse
cçao se 0 criador, p0is, onde a
l? zer os 'criador es' ?
renega
enquanto tal, o que ati
' --- - —- Somente ■impedi Podem ainda fa
mar r toda
a nulidad criação futura,
e de toda nova
i i tos
de terem 0 que
meta que Procia
;_j :jr: SL* pode ser inventar..
• Aqui,
SurJ'a, dispensar
oossos ne
0 de Pech anento 0 Projeto do
dessa - e a füosofia é fundad or só
_JJ V. |f , msntaiidade: e o
or
ZjLt « MC_ B ca> Hegei em
: °escartes e a testemunho
m«temáti
-/J f /JL B ' Quem ales
sua obra intei
ra Cmort e da
ca> «ant e a
metafísi
UM 'tf m mais
Uetest am é arte, fim da
V. ! € r c/or que
avança sem 0 criador-
e’ acima de
História;.
por nós citada (em "El Primer Wells", O.I., pp.126-127) acerca
da "ambigüidade plástica" da obra de arte, considerada sob o pon
to de vista da recepção: "es un espejo que declara los rasgos
de Pí i
dei lector y es también un mapa dei mundo": "viver em cima
*
hipóteses". Também a relação entre finito e infinito que Borges ■
extrai da experiência literária (combinatória finita de possib_i ; i
1’idades no infinito temporal das leituras), encontra correspon
. dência textual em Nietzsche: "Essa idéia — a de que o mundo evi. _li1
ta intencionalmente alcançar um fim e sabe até como evitar artifi
cialmente ser envolvido num movimento circular — essa idéia d£
ve ser a de todos os que desejariam impor ao mundo a faculdade
de se renovar eternamente; portanto, a de impor a uma força fi_
nita, determinada, que permanece invariavelmente igual a si mes
ma, tal como é o 'mundo', a faculdade maravilhosa de renovar até
to
o infinito suas formas e condições" (Vontade de Potência, op.
104
pioneiro sobre a obra de Borges — no sentido de deslocar o ponto
de vista crítico para a poética que nela se radicaliza, a da re
cepção —, que possibilita aprofundarmo-nos nestas categorias
sob as quais o escritor institui a sua .literatura, "ficções",
"artifícios", condicionando-as também, conforme o projeto de
105
mental que lhes é necessário acima de tudo consoantes e vogais
Ü!
80 é a inversão de uma 1
0 ponto de partida de Benveniste "evidên ■ ; ? 1
106
►
se constitui como sujeito e por sua vez (diz Benveniste questio
na as definições da linguagem como meio de comunicação) "a liin
guagem só é possível porque cada locutor se coloca como sujeito,
remetendo para si mesmo, como eu, no seu discurso". Mas, além de
ser um símbolo sempre renovado, é também um símbolo reversível:
"eu" só se coloca "por contraste", "instituindo" uma outra pes^
soa, um "tu", tornando-se por sua vez "tu" no discurso deste que
-3
se designa por "eu". É esta "polaridade específica" que deternú
na o estatuto lingüístico da "pessoa": "A polaridade das pessoas
é a condição fundamental da linguagem, de que o processo de c£
$
municação (...) não é senão uma conseqüência pragmática. Aliás,
3 polaridade muito singular em si mesma, e que apresenta um tipo
íiUr,
Benveniste detém a sua análise, além de nos pronomes pessoais,
em outros "pontos de apoio" do estabelecimento da subjetividade
na linguagem:%os indicadores dêiticos (os demonstrativos, advéjr
bios e adjetivos, que enfocam o contexto referencial a partir
do ângulo do sujeito falante), a temporalidade (os tempos
verbais sãc balizados em relação ac presente, que "é o tempo em
107
que se fala", o "momento eternamente presente" em relação a ca
da foco discursivo, e ainda — e aqui se mostra mais claramente
a perspectiva, o desmacaramento borgiano, ao tomar tais expres^
soes como "marca" textual — em certos verbos cuja enunciação na
primeira pessoa altera o sentido equivalente que outros verbos
têm segundo o paradigma verbal (eu.../tu... /ele...), exemplifi
cados por Benveniste na língua francesa, e passíveis de tradu
* Esta não é absolutamente uma marca textual borgiana. Mas vejamos um poema
em que faz uso desta formação verbal - justamente referindo - a um "ele"(quan
do, segundo Benveniste conceitua, ao invés de significar compromisso de al_
cance social, vale como uma descrição): "Um pintor nos prometió un cuadro.7
Ahora, en New England, se que ha muerto. Sentí, como otras veces, la tris_
teza de comprender que somos como un sueno. Pensé en el hombre y en el cuã
dro perdidos./(JSólo los dioses pueden prometer, porque son inmortales.)/•
Pensé en un lugar prefijado que la tela no ocupará./ Pensé después: si estu
viera ahí, seria con el tiempo una cosa más,'una cosa, una de las vanidades
r>'g
ci i f
o hábitos de la casa; ahora es ilimitada, incesante, capaz de cualquier for ,i*
ma y cualquier color y no atada a ninguno./ Existe de algún modo. Vivirá y
crecerá como una música v estará conmigo hasta el fin. Gracias, Jorge Lar
co./ (También los hombres pueden prometer, porque en la promesa hay algo
inmortal.) ("The Unending Gift", Elogio de la Sombra, 1969)
108
dermos por uma via propriamente lingüística 3 literatura segun
do Borges — de que uma análise lingüística voltada para esta
questão —a linguagem do ponto de vista da significação, enquan
to língua falada em sociedade, enquanto interlocução — seria uma
$
rs- via fecunda que faria cair por terra "as velhas antinomias" do
"eu" e do "outro", do subjetivo e do objetivo, do indivíduo e da
sociedade, da ciência e do discurso. Duaiidade, diz Benvenist.e
numa formulação similar à de Schopenhauer quando contesta os do£
matismos idealista ou realista, "que é ilegítimo e errôneo redu
zir a um único termo original, quer esse termo único seja q 'eu',
que deveria estar instalado na sua própria consciência para se
abrir então à do 'próximo', quer, pelo contrário, seja asocied£
de, que preexistiria como totalidade ao indivíduo e da qual es
te só se teria separado ã medida que fosse adquirindo consciên
cia de si. É numa realidade dialética que engloba os dois ter
mos e que os define por relação mútua que se descobre o fundamen
to lingüístico da subjetividade".
109
livro é concebido como obra de um escritor que "falsifica"
"tergiversa" histórias alheias, e entre os personagens "inf a
thal).
a a
o 0 "afeto" como avaliação imanente (o bom, o mau), e que se
9
transfere para o lado da recepção, substituindo o julgamento
9
m baseado em um "valor superior" (o Bem, o Mal).
111
moralidade, o homem de ciência..., ou, dito de outro modo, que
passa pelo "homem verídico" (o que pretende julgar a vida em no
me de valores superiores) e pelos "homens superiores" (que pre
tendem julgá-la por si mesmos, por conta própria), cuja vontade
de potência é degradada no querer — dominar, a ponta extrema, a
potência última situa-se no artista, que não alcança, encontra
ou reproduz uma suposta verdade pré-existente, mas que é criador
"de" verdade — a vontade generosa, "a virtude que dá" (Nietzs
che), "a bondade que leva o vivente à criação" (Deleuze) de no
vas possibilidades no devir temporal. Enfim, o próprio Borges
esclarece sua postura estética como falsário: "penso que é me
lhor sentir-se herdeiro que sentir-se dono de algo que se trans^
mi te «82 , palavras que por sua vez remetem à sua atitude de es
critor — leitor que concebe o texto escrito como um modo de ler,
de entoar a tradição literária.
c-1 ■■
i
c ■■ ij-iu*
ir
n
112
I m
I
I
i
)
> NOTAS
>
í 1. Cf. na revista Veja, S.P. (628), 17 set. 1980, a entrevista
?
dada a Alessandro Forro.
)
3
2. Cf. Borges, J.L., Perfis - Um Ensaio Autobiográfico, Porto
>
)
Alegre, Globo, 1971, p.119. Esse texto, do original An Auto
biographical Essay (incluído na antologia norte-americai.a The
)
Aleph, 1970) foi publicado pela Globo juntamente com os poe
)
3 mas de Elogio da Sombra. Borges foi apenas colaborador de seu
3 Autobiographical Essay, texto compilado de diversas fontes
5
3 por Norman Thomas de Giovanni (professor do departamento de
3 espanhol na Universidade de Harvard, que ele conheceu em 1967
e que veio a ser seu secretário, tradutor e agente literário)
*
e publicado pela primeira vez, em 1970, na revista The New
113
___
íWE
^ ■------ — I
"não sa i '
tas palavras repetidas algumas vezes pelo escritor: tf
_
bemos se o universo pertence ao gênero realista ou ao genero
1990, p.91.
114
f. tíez, a própria discussão iiterária entre Borges e Bioy Casjj
S?
res referida no início do conto, um ensaio de 1939, também de
$
Borges, "Quando la Ficción Vive en la Ficción", além das re
£ lações entre a fi^cção de Borges e a ficção científica de Sin
Ü clair Lewis, Out of the Silent Planet, lida pelo escritor a_r
gentino em 1938), cf. Monegal, E.R., Borges - Una Biografia
9
Literaria, op.cit., pp.302-306. Na resenha acima mencionada
-9
-9 Borges distingue a sua ficção, ou melhor, naquele momento, a
-r
115
Jorge Luis Borges - An Index to References and Allusions to
-15
-9 "como reação contra o realismo e o naturalismo de fins do sé
-T
culo XIX e começos do século XX", cf. de Emir Rodríguez Mone
r9
-© gal, "Para Uma Nova 'Poética' da Narrativa", publicado pela
-9 primeira vez em Borges: Uma Poética da Leitura, São Paulo,
117
'1
r
signar a arte italiana que pretendia superar o Futurismo e tam
bém escapar do realismo do século XX - eao seu emprego nas
letras hispano-americanas a partir de 1948, pelo escritor ve
nezuelano Uslar Pietri. Sintetizando, a idéia de Monegal é a
de que tanto no uso originário da expressão pelos teóricos
Franz Roh e Massimo Bontempelli, os quais propunham, contra
os excessos do expressionismo e do futurismo, um retorno ao
Objeto, porém sem renunciar à atividade do Sujeiro, quanto
na conotação que teve designando o romance latino - americano
(por Uslar Pietri. e Alejo Carpentier), o ponto de vista teó ___ j
. 119
tos de "magia" e do fantástico" e de "hasard" e de "surreal1
té", e em termos da diferença entre a concepção borgiana
argumento (rigor, estrutura, teleologia) e a- francesa
"plot" segundo Breton (comandado pelo acaso fortuito), cf.
negai, E.R., Biografia Literaria op.cit. p.319 e Uma Poéti
23. Cf. Monegal, E.R., Uma Poética da Leitura, op. cit. , p.179. £ sí:
24. Cf. Borges, J.L., Prólogos, op.cit., pp.33 e 34, Otras Inqui
siciones, 6§ ed. Bs.As., Emecé 1971, pp.69, 162 e 174 e
p.246.
120
con delicada puerta cancel de hierro. Cuando las noches imps[
_____j
cientes de octubre sacaban sillas y personas a la vereda y
las casas ahondadas se dejaban ver hasta el fondo y había amai
rilla luz en los pátios, la calle era confidencial y liviana
&
5^ y las casas huecas eran como linternas en fila". r
121
i ii m
Bs. As. ,
32. Cf. Borges, J.L., Historia de la Eternidad, 7a ed.,
194 3
Emecé, 1971, p.92. "El Tiempo Circular" foi escrito em
e portanto não faz parte da primeira edição do livro (1936).
13-14 e 380-384.
122
n
*^
tf r
$ 37. Em La Expressión de la Irrealidad en la Obra de Borges (Bs.
5? As., Paidós, 1967), Ana Maria Barrenechea faz um apanhado das
3
3? diversas vias, entre as quais a exploração do tema do "duplo",
3) de "desintegración de la personalidad" nessa obra. Cf. pp.
3)
120-134. Mas por "desintegração da personalidade" devemos en
a
$ tender não um mero niilismo mas uma visão e uma realização
D da literatura que implica o questionamento crítico de uma con
35
3? cepção ideológica de identidade subjetiva, pressuposta met£
3) fisicamente (atemporalmente, abstratamente) como permanência
35
e estabilidade; ao contrário, a identidade concebida na obra
35
35 de Borges - do autor por ela projetado, do crítico, do fic
35
cionista - é processo de identificação que supõe conflitos(o
35
35 "eu" e o "outro") e a posição de um outro sujeito, subvers_i
5» va na medida em que escapa das redes imaginárias (sociais e
35
35 psicológicas) da representação.
T)
©
38. Cf. Valéry, P., Introducción a la Poética, Bs.As., Rodolfo
©
© Alonso (col. "Planteos Estruturales") 1975, pp. 10, 14 e 15.
©■
A aproximação entre a teoria borgiana e a valeryana da lite
©
© ratura é explicitada por Gérard Genette em dois artigos in
© cluídos em Figures (1966) - livro editado no Brasil em 1972
1 ^.
perspectiva que remete a obra ao leitor: "La obra que perdura
es siempre capaz de una infinita y plástica ambigüedad; es todo
para todos, como el Apóstol; es un espejo que declara los rajs
gos dei lector (...)" (0.Iop. cit., pp.126-127). Lemos também,
em "Arte Poética" (El Otro, El Mismo, 1969): "El arte debe ser
a
como ese espejo/Que nos revela nuestra propia cara."
n
Literaria,
41 . A citação encontra-se em Borges - Una Biografia
op. cit. , p. 154.
op. cit.,
42. Em Monegal, E.R. , Borges: Uma Poética da Le.itux-a
p . 81 .
123
I
op. cit.
44. Em Monegal, E.R., Borges: Uma Poética da Leitura,
P- 81 .
teraria.
■
t
i
i
9
9
9
30. Cf. Schopenhauer, Arthur, Le Monde comme Volonté et cotnme Re
Ê> présentation, 10§ ed., Paris, P.U.F., I, 5, pp. 36 e 38.
i»
ti che.
ti
ti
ti 54. Cf. Schopenhauer, A., Le Monde comme Volonté et comme Repré
ti A., Qué Es el
sentation, I, 3, p.31 e Borges, J.L. e Jurado
ti
ti Budismo, op.cit. p. 23. Desde o ensaio de Inquisiciones (1925),
ti "La Nadería de la Personalidad", a religião budista é fonte
ti
constante dos escritos de Borges. Além do mencionado livro,
ti
ti é tema de "Formas de Una Leyenda" (O.I.), "El Budismo" (Sie
ti
te Noches, 1980) e, não incluído em livro, "La Personalidad
ti
ti y el Buddha" (artigo publicado em 1950, na revista Sur), e apa
ti
■*>, rece como referência fundamental do ensaio de Otras Inquisi.
ti ciones "Nueva Refutación dei Tiempo" (na nota final ao- pr£
ti logo relata, de um livro do século II, As Perguntas do Rei Mi
ti'
© linda, parte do debate - que traduzimos - entre o rei e um monge, onde esteex
í 127
y
■ a ■ inn ni irü
Hi a ni
ra delas
RI :
a
C<6m
va Refutación dei Tiempo" (em Otras Inquisiciones). Na p. 58
%•' ' *
59. Cf. Hobbes, T., S.P. Abril (col. "Os Pensadores"), 1974, p.17.
1
128
i i *
ft
í>
2
& na, publicado (postumamente) em 1967, comenta Davi Arrigucci
i Jr. : "trata-se de uma desordenada multidão de fragmentos,uma
J)
»
sequência inacabada de prólogos a um romance que não se escre
35 veu (...), uma contínua teorização sobre um personagem que
7) um romance tornado impossível pela própria re
não se cria
fi
ft flexão sobre sua possibilidade." (0 Escorpião Encalacrado,
ft S.P., Perspectiva, "Debates", 1973, pp.150-151.) Também na
ft
ft coletânea América Latina en su Literatura, org. por César Fer
ft nández Moreno (México, Siglo Veintiuno, 1972), se ressalta
ft
o papel revolucionário que teve o autor argentino para a li_
ft
ft teratura que se fez na América Latina a partir de 1940 (cf.
ft especialmente Noé Jítrik, "Destrucción y Formas en las Narr£
ft
ft ciones", pp. 219-242). E no já citado Perfis, o próprio d.L.
ft Borges fala da importância de seu re]acionamento com Macedo
ft
ft nio Fernández (cf. pp.89-93).
ft
61. No aforismo 54 de A Gaia Ciência, "A Consciência da Aparência"
ft
ft (na coletânea cit. da Abril, pp.202-203), Nietzsche - cuja filoso
ft fia representaria, segundo a leitura (inversa em relação à de De
ft
ft leuzeede Fcucault, entre outros filósofos franceses contempo
ft râneos, que vêem justamente nesta filosofia uma ruptura radical
ft
ft em relação as filosofias da Representação) que fez Heidegger da
ft frase "Deus morreu", o cume da história da metafísica como
ft,
ft metafísica da suojetividade, ao conceber o ser do existente
ft (isto é, da vida) como vontade de potência (ou devir) que se
tu.- manifesta por meio da posição de valores, isto é, ao conve£
ft
ft ter o ser do "subjectum" (que é o "constanteinente presente")
ft èm subjetividade da autoconsciência que se afirma como vonta
ft
de — define a tarefa do "conhecedor" contemporâneo que, acor
ft
ft
r 129
r
*
Ck
63. Idem, ibidem, IV, 63, p. 443 e 446. Vejamos esta idéia
(que explica éticamente o mundo como um sistema de compens^
ções, a partir de uma concepção monista da Vontade) aplicada
por Borges à questão do nacionalismo, ou melhor, explican
do a atração que pode exercer a política nacionalista. "Le
130
nacionalisme tente les hommes non seulement avec l'or et avec
le pouvoir, mais avec la belle aventure, avec le dévouemenfe
n' est pas outre chose que le revers du Christ" ("El Nacionalis^
66. Cf. Borges, J.L. e Jurado A., Qué Es el Budismo, op. cit. ,
Carlos Lisboa, "0 Amor pela Vida, 'pelos Livros e por Uma Ún_i
ca Mulher", publicado no "Caderno de Sábado" do Jornal da Tar
de, em 24 de abril de 1991.
131
72. Cf. Schopenhauer, A., Le Monde op. cit. , p• 444.
-3>
79. 0 ensaio "L'Infini Littéraire: 1'Aleph" de Maurice Blanchot,
que é de 1953 foi incluído em Le Livre à Venir (1959). Cf.
op. cit., pp. 141 e 142.
-v
~3
-
-T 80. Cf. Benveniste, Émile, 0 Homem na Linguagem (capítulo tradu
-J> zido do vol. I dos Problèmes de Linguistique Génerale, Galli_
-3
mard, 1966), Lisboa, Vega s.d. Cf. especialmente 3. "A Natu
—3
—3 reza dos Pronomes" e 4. "Da Subjetividade na Linguagem", pp.
I
'—3
43_57. Há dois artigos escritos por Roland Barthes, quando da
U©
primeira e da segunda (1974) coletâneas que compõem Problè
L-‘Tt
Bruisse
mes de Linquistique Génerale, ambos incluídos em Le
ment de la Langue (1934), que fazem um apanhado das linhas
133
Paulo,
81. Cf. »As Potências do Falso", em A Imagem-Tempo, São
Brasiliense, 1990, pp.155-188 (tradução de L1Image-Temps, Mi
nuit, 1985).
*"■- i --
82. Cf. vol. 45 do Boletim Bibliográfico - Biblioteca Mário de An
*
drade edição da Secretaria de Cultura da cidade de São Pau
lo, jan./dez. 1984 P- 12.
'•m
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j
*r: :■ %z
'
*
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2
£
£ UMA LEITURA DO CONTO "EL OTRO"
£ "E-aa idza dc contar una lititoita
£ jugando con &Z tizmpo, a vzczò iz_
* cuilizndo a do-i pzucnajzA que
tiznZm ct m-c-iw.o nomb-VL, e-ò una
maneia, de ztabelai o de pzi&zcc to
J5 nal zt cao-ò."
(J.L. Borges)
r>
D
» A situação espaço-temporai que dá o prólogo de "El Otro" e pre
d cisa. Data do acontecimento: fevereiro de 1969. Local: norte de
7i
Boston, Cambridge. 0 relato virá após três anos, 1972. A máquina
D
8 literária dos efeitos, cuja prosa é essencialmente dubitativa,
5> já estabelece o seu terreno: a natureza sobrenatural do fato é
9
D aludida pela reação do personagem-narrador (a qualidade "casi
9 atroz" da vivência, a insônia, o propósito de esquecer "para no
9
5» perder la razón"); o leitor é introduzido metaiingüisticamente
no texto, entrando no jogo ambíguo do real e do irreal que é pro
posto (o fato é burlescamente apresentado como verídico, porém
S
5 escrito, poderá ser lido ccmo ficção e "tal vez", no futuro, ajs
%
sim considerado por aquele que no momento escreve aparentando
5-
5 confiança da linguagem ...) e sendo advertido quanto ao caráter
§ não expressivo (ao menos fundamentalmente) do relato. De ante
5
5 mão, subliminarmente, o tema do tempo.
=
135
sa) e o escritor que, aos setenta anos, já encontrou sua "voz" ,
realizou uma escritura própria — e serão temas da narrativa dos
diálogos dissonantes entre os dois Borges que se encontram, ob
jetos que têm significação familiar, o afeto pelos subúrbios an
tigos de Buenos Aires,.pelo tango, a figura de seu pai, funda
mental na formação intelectual e na opção de Borges de ser es
m
Borges diz ter concebido o conto diante de um rio, o Charles (m
-
cuja visão imediata lhe desperta a lembrança de um outro, distan /
te, o Ródano 1 , e é o rio, imagem do tempo, ou seja, de nós pró
prios enquanto "sujeitos", a paisagem própria e reiterada de "El
Otro". A metáfora do rio, dissipadora da noção de identidade
pessoal (como algo fixo - um'"aliquid inconcussum" - interior) é mT
136
dor que tem nas mãos uma moeda que o outro lhe deu: "El arco
'fí ' J dei escudo de plata perdiéndose en el rio de plata hubiera con
ferido a mi historia una imagen vivida, pero la suerte no lo qu.i
so" (porque o encontro deu-se na vigília para o que "sonhou ri
gorosamente" — o que lembra o seu passado).
-1 ■ t
— * {--j»
__I :L—»5
Outras referências de ressonância ulterior acumulam-se ainda
no início do relato. 0 narrador prestes a tornar-se Jorge Luis
l ci
Borges duplicado, "había dormido bien", o que descarta a expli
cação que apenas qualificaria o acontecimento como "estranho",
enquanto fruto de insônia, debilidade da percepção, cansaço; ele
j i '-j) é professor (o que antecipa a natureza do assunto que correrá
pelos diálogos) e não está no momento pré-ocupado: "mi clase de
3 I íf-‘5$ la tarde anterior había logrado, creo int.ere_.sar a los alumnos";
Si '-3 não haverá testemunhas ("No había un alma a Ia vista"); e o per
: i L®
joiu® sonagem que conta a sua história tem a impressão, antecipando o
encontro "de haber vivido ya aquel momento", fenômeno do "déjá
vu" que traz à tona a questão da memória (tal como é analisado
por Freud quando estuda o problema do "falso reconhecimento" du
rante a análise, e para o qual levanta as seguintes hipóteses
de explicação: trata-se efetivamente de uma lembrança; de urna ilu
são da memória; da prova de uma existência individual anterior,
na teoria de Pitágoras; de uma dissociação da atividade dos dois
hemisférios do cérebro, segundo a explicação anatômica; da mani^
festação de uma debilidade da percepção, provocada por distra
%
ção ou cansaço)"5 — é esta última, a psicológica, a explicação
evocada no início do conto, e que pode, como vimos, ser por nós
recusada como chave dc que acontecerá em seguida. Ern suma, está
pronto c cenário psiccfísico para a entrada do insólito.
137
0 encontro se dá
via sinédoque ?
Presente aos Pela do " outro",
sentidos Que o impressão
fletír em Processo causai se
Paradoxos: a iembr encarrega de
desaparecido" ança de um
e de Iu9ar (um pátio) II
um homem " que ha que ha
üán Lafin muerto"
ur, Parente do Co nome 4iva
escritor ro Me
0 oximoro de Perfis, peI° lado Paterno e,
"um segundo
texto). Este imPortante Poeta
Portanto, "en°r"' é -"^^0 „o
Procedend ° por podemos dizer na
relaçoes Pista de Hurne4-
entre idéias,
05 Princípi0s de relaçoes naturai
associação têm s Cquando
tuinte), o duplo Papel
e filosóficas Ca seletivo e
as efetividade ou a consti
responsáveis pela circunstância são
seieçã0 das i aqui
que entram impressões
fer»açã„ da idéia 0U idéias
simples
1 elaciona complexa, isto é,
arbitrariament e em a imaginação
^emorlzad as; 0 rio, Uma imPressã0 de
0 tempo, Heráclit reflexa a»
tllo criolio»
da v°r que assobia va,
o e 0 tema do
um Pátio
0 as idéias
duplo; o "es £' i i»
e um Poeta.
Ainda dois
JtiJp •-
arti.fíc ios
nesta’ esPe'cie de g •'* i •
Co que
Prepara 0
encontro ffsi
segundo Prólogo do £ !í l •
Primeiro co entre
Borges Jovem
j
cento .V-4Í »
"Prólogo", e
como ic/oso, o
vimos, tendo
reconheciment o do funçã0 fnetalinon
"outro" p Ç/uística). o
O acontecimento e narrado no efeito de »
Provocou sobre dorror" Que •
0 campo do fantástico jn, 0 oarrador,
que assim
mtelectuai, do reanuncia
9ência conceber e, impossível Para a
80 wesmo inteli
tempo, o seu
respeito de Borges Produto: i
que em Já f°i dito a
m°derna forma do sua obra a
erudição » ^r—■3
fantástico. Eis aParece como
texto que se uma
e*plicit a em 0 v°cabulário do
seu Qcnero^; fantástico no
"desveladas "Perder la
coches",
"horror", ra’ón”, "atroz",
"laberintos", Qnsiedad ,f
situación munica", * ,,fniedo",
dor" "imposible",
- fantástico que se temeroso estupor»» ^
a°erca do » "aterra
extrano" e do
maraviih os o
• 138
("milagro")
c> antes g0
é eu), reconhecí mento
0 foco (eu sou 0 outro,
narrativo flui o outro
otra ponta de amente da
mi banco a2yuien terceira f("En ia
se había Puesto sentado (.. .)
a sübar") Para a "El otro
"nunca he sido Primeira
Pessoa, no
mu'y entonado". Parêntese
Há uma linha
Policial
9üe a trave ssa os
0 c°rp0 do relato, Pialogos que
Jorge Luis c°nstituem
este é uma 8crges quer
sombra passada "provar" ao outro
que cumprirá 0 que
de ser o
poe ele e', "inebitable
e busca destino"
' Ções que fa2 ii artinícios
e2 otro" Persuasivos ante as
Que Quer obje
Sua identidade; trata ’ acredita r na
-se de um Permanência de
Jecturalmente ooigma Que se
resolver a investi 9a e de
fie te aquele ^i^i ouldade". (E 0 quebra
Que se -cabeça
c°nstitui er,tre os
e fwedled um e Inquisidores
a confusa Alice fwedled
Do Outro Lodo Do
Espelho.)
40 fl Primeira
Prova p
e uma lista
çôes(ent rs as de objeto S e
Quais o Dom livros,
Quixot e e AS Mil Psrticulariza
sabería um
desconhecido, mas e U»a Noites) que não
© sonho: "5^ que é
yo lo contestad a pelo
0 est°y sonando, argumento do
sé", 3° qual es natural • que
» • Jor9e Luis sepa lo
Borges " Poe yo
| aforismo i primeiro"
J'a citado de responde,
Nietzsche ícf. ecoando 0
"Nuestra evidente nota 61 do is
°bligacio'cn es capí tulo);
Poe também nos aceptar el sueno".
remete Argumento
frsica de 8 Hu”e, à crítica
identidade empirista da
%
sobjetiva. noção meta
ges à sua •" Respcnde
aparição ainda Jorge
espectral";" - Mi Luis Bor
anos. fll fin sueno ha
y ao cabo, al durado
i'a setenta
encucntre recordarse, no hay
consigo misma". Persona pue no se
1 7O
Para Hume, com efeito, a identidade pessoal é uma idéia da memo
ria. Ou melhor, mais do que a memória — como reaparição de
passado ordenado temporalmente e que conseva, mas em menor grau,
a vivacidade das impressões de sensação —, ou ainda, mais do
140
ria para produzir, já que não tem o poder de uitrapassaro dado,
;
condição para a formação da idéia complexa de identidade, É à
imagem de um teatro imaterial e sem diretor que Hume recorre pa
ra visualizar esta concepção atomista (do espírito) e associa
141
cia, uma finalidade intencional, o espírito reduz-se a ser cole_
flHf
ção de átomos, diversidade e mudança contínua de percepções.
Duas definições borgianas de identidade pessoal (já citadas no
primeiro capítulo), e que visavam fundamentar a poética ultraíís
ta, podem facilmente ser corelacionadas às de -Hume:
"entendí ser nada essa personalidade que costumamos
tachar com exorbitância tão incompatível. Ocorreu-
me que nunca justificaria minha vida um instante
pleno, absoluto, abarcador de todos os outros, que %
todos eles seriam etapas provisórias, aniquilado_ f
ras do porvenir [sic], e que fora do episódico, Sm ■ I
do presente, do circunstancial, éramos ninguém *
i se
11 La personalidad, el ijo, es sólo una ancha denomi
nación colectiva que abarca la pluralidad de todos
los estados de conciencia. Cualquier estado nuevo
que se agregue a los otros llega a formar parte
esencial dei yo, y a expresarle: lo mismo lo indi
vidual que lo ajeno. Cualquier acontecimiento, cual
quier percepción, cualquier idea, nos expresa con
igual virtud; vale decir, puede anadirse a noso_
tros... Superando esa inútil terquedad en fijar ver
balmente un yo vagabundo que se transforma en cada
instante, el ultraismo (...) ii 9
CT"
i?
£
i>
5) cessão — não é dado, é, antes, a estrutura mesma do espírito en
2> r
quanto "dado". A constituição do tempo — como duração — (o pas
7)
D sado como impulsor de conseqüências, o presente como éian para
o futuro e o futuro como espera) coincide com a do sujeito — que
é um sujeito que abstrai e generaliza pela linguagem-no espiri
T) . to enquanto este é "afetado" por princípios que lhe são exterio
7)
35 res, os princípios de associação (semelhança, causalidade e con
3? tigüidade são os "princípios unificadores do mundo ideal" — e
35 portanto explicam o grau relativo de correspondência entre as
35
35 diversas línguas) — e os princípios da paixão (ou de utilidade).
35 0 ponto comum a ambos é "fixar." e "ativar" o espírito, no senti_
35
35 do de uma transição fácil, uma tendência, uma disposição ou uma
paixão que, promovendo as regras gerais ("Nero é culpado", "0
35
P sol nascerá amanhã"), está na base do conhecimento do mundoeda
P invenção do mundo moral. 0 sujeito se define então como o "efei.
P
to" da ação dos princípios (são funções), como "impressão de r£
P
v> flexão" que, tanto na crença do conhecimento como na invenção
P de uma cultura, tem o caráter básico de tomar a experiência pas;
P
55 sada "como regra do futuro", ou seja, de promover a síntese do
tempo: o sujeito crê, inventa, espera, ele ultrapassa o dado.
Ç»
Borges sintetiza (usando, no entanto, ao invés de "sujeito", o
termo "eu"): "(...) el hombre, que además tiene el yo: vale d£
cir, la memória de lo pasado y la previsión de lo porvenir, v£
P
JP> le decir, el tiempo" (Discusión, p.41).
&
P
Para Hume a identidade pessoal (que pode ser explicada do mes
P
* mo modo que a identidade que atribuímos às plantas, aos mine
r rais, às casas, aos barcos, enfim, a "todos os produtos compos;
*
146
vidade em sua essência é prática", "os princípios da paixão são
absolutamente primeiros", pois "se os princípios de associação
explicam que as idéias se associam, só os primeiros podem expljl
car que tal idéia seja associada antes que uma outra em tal mo
mento, esta de preferência àquela". Ou seja, a circunstância,
a "afetividade" diferencia os sujeitos entre si, funciona corno
um "princípio de individuação" pois dá, ao sujeito que formal^
mente se caracteriza pela associação, um conteúdo singular 18. Es
clarece enfim Deleuze, em seu ensaio sobre Empirisme et Subjec
tivité: "A associação de idéias não define um sujeito conhece
dor mas, ao contrário, um conjunto de meios possíveis para um
sujeito prático do qual todos os fins reais são de ordem passio
nal, moral, política, econômica ,.19 — e isso é o utilitarismo.
i
)
>i
2. 0 ceticismo da razão: o caráter conjetural, hipotético do C£
i
nhecimento racional, já que a razão não é, para Hume, uma fa
n
> •• culdade de representação do mundo, ou melhor, que o espírit-o
não é razão, esta é uma afecção do espírito, um efeito dos
)
princípios da natureza humana, "uma reflexão do sentimento
)
[que estabelece fins] no espírito qualificado [pela associa
■
147
i
imaginação (e não a razao) que qualifica o homem. Em Borges,
"A nego
desta
m JJ^C-
XI «JL-
i; *
•1L-
148
semelhança entre si, e se nossos raciocínios e a comunicação
são possíveis — apesar de a linguagem não dar conta das di
ferenças, que justamente são recobertas ou simplificadas pe
lo termo geral, apesar do valor universal atribuído ao que é
r
4
Qual
4
"reuni &
mos t°dos
U^ade de seus
Possf
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uma 2veis *
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"a ti
152
:
P
"Fervor«»é o substantivo que qualifica o título do primeiro
í>
livro publicado de Borges, palavra que ele vai repetindo
tradição literária.
P
P Concluímos este item, explicitando ainda uma correlação en
P re
tre Borges e Hume. Se p3ra o filósofo escocês, o retorno
P.- %
P flexivo à experiência é um princípio que serve para corrigir
as idéias gerais absurdas, os preconceitos, enfim, os ultra
r>
passamentos imaginários relativos ao conhecimento do mundo e
P à ação moral, Borges recorrerá às experiências vividas no
153
*
!
é
sentido de "controlar" —fundamentar, visualizar e concreti
zar — as ficções que escreve — veremos isso mais pormenoriza
damente no terceiro capítulo.
154
V
r>i
D
3 as digressões, enfim, a montagem aparente caracterizam-nas
3
"3 também. A "unidade de ação" significa para Borges argumento
'3 rigoroso ou causalidade mágica ou fantástica (cf. o desenvo_l
■3
vimento destes itens no primeiro capítulo). Mas justamente o
3
que Hume denomina por "unidade de ação" implica um "plano",
3® .
um "desígnio", uma "intenção" que traduz-se, apesar do fil£
'3
"3 sofo não usar o termo no fragmento que mencionamos (em que
~3 investiga a poesia épica e dramática), no conceito de "efei^
~3
3 to": "É evidente que numa composição correta todas as emoções
'3 estimuladas pelos diferentes eventos descritos e represent£
'3
dos adicionam suas forças mutuamente: além disso, enquanto
-3 os heróis estão todos empenhados numa cena comum c cada ação
-3 está fortemente ligada ao conjunto, o interesse permanece sem
-3
pre vivo e as paixões passam facilmente de um objeto 2 ou
-3
tro „27 . No prefácio de La Invención de Morei de Bioy Casares,
*9
Borges fala de sua preferência pelas obras de "imaginación ra^
zonada", referindo-se às novelas de aventuras, em contraposi^
*4 ção às psicológicas — e posicionando-se contrário ao ponto
-3
-V de vista de Ortega y Gasset ("La Deshumanización dei Arte",
-3 1925), que "advogava" pelo romance psicológico, partindo do
JS>
• raciocínio que a época contemporânea seria incapaz de criar
histórias interessantes (a questão estudada, na década de
trinta, por Walter Benjamin), enquanto para Borges, por exem
pio, os argumentos dos contos de Chesterton são superiores
JC
(mais rigorosos) aos de Stevenson, assim como os de De Quin
28
cey não se comparam às fábulas de.Kafka —. Lembremos ainda,
I
É sempre o tempo o que está em jogo no conto "El Otro" (como du IC
\C
ração, hábito, espera, memória, esquecimento e morte, ou ainda üC
como mudança, semelhança, identidade, repetição e diferença), u:
,!L
problema que Borges afirma ser "acaso el más vital" da filoso
;j.C
fia (H.E., p. 11): "Repetidas veces me dije que no hay otro eniç] C
;íiL.
ma que el tiempo, esa infinita urdimbre dei ayer, dei hoy, dei
porvenir, dei siempre y dei nunca" (L.A., p. 74).
rí:. iC
Em "Nueva Refutación dei Tiempo", onde podemos ver o humor como C_1Ü I ' i*_
método de extrair as conseqüências (visíveis) de alguns concebí J1 U
tos tomados de empréstimo da metafísica ou da teologia*51, Jor zD i
; > i (.
ge Luis Borges estende as conseqüências das críticas de •Berke Jj I *|IU
ley (à noção de "matéria") e de Hume (à de um "eu") ao "tempo" t; i- !_
concebido como sucessão ou continuidade, o que seria "injustifi
T~í)i[ L.
®ní! i
cable", uma vez negadas aquelas noções. Para Hume, como vimos, rni? i
o tempo é a síntese ("do presente e do passado-em vista do futu rjn i' i
ro") operada pelo hábito, ou seja, pelo sujeito que o organiza
£3 1
como um "presente perpétuo" ou contínuo. Ou ainda: é a experiên
cia (refletida pelo entendimento) que "afeta o tempo de um pas
•-
í*—
158 St
fOt**>
J
*
*
3
*
1> sado", enquanto o hábito determina a nossa imaginação a inferir
2
da experiência o não dado, o futuro, pela crença ("afirmo mais
D
D do que sei") e a invenção (proponho fins), as duas operações que
'3 implicam a síntese fantástica do tempo' que o sujeito — efeito
3
3 dos princípios — constitui no espírito . Eis uma tradução bor
3 giana, em texto de Inquisiciones^, da concepção empirista do
3
3 ternpo: "Eu estou limitado a este vertiginosc presente e é inad
3 missível que possam caber em sua ínfima estreitezada as pavorc
3
sas miríades dos demais instantes soltos". Enquanto a noção do
3
3 tempo é para o filósofo empirista um produto da imaginação, p£
3 ra Borges ela é indissociável do próprio entendimento, conforme
3
3 a "Nueva Refutación dei Tiempo", que, ensaiada como uma exten
3 são das críticas acima mencionadas, se completa com o recurso à
3
3 proposição do segundo ponto de vista da filosofia de Schope
3 nhauer*54 segundo a qual a única realidade ("fixa", "indivisí
3
vel", "eterno meio-dia") é o presente, única forma de manifest£
3
3 ção da vontade de viver, que é a coisa-em-si ("e nós somos esta
3 coisa"), enquanto o passado e o futuro não passam de "noções e
3
3 fantasmas" que fazem parte do fenômeno e que repousam sobre o
3 pressuposto do eu individual como causa da existência do presen
3
te (daí, segundo ainda Schopenhauer —idéia retomada por Borges
3
3 na conferência "0 Budismo" —) a ilusão de se acreditar no suic_í
3
dio, na morte, ou seja, no futuro, como meio de nos livrarmos
3
3 do presente, ou, pelo contrário, de se temer a morte, que é o
3
futuro, que não tem realidade). Schopenhauer compara: o presen
P" %
Ben jamin
i car uma
3 e em pro no va "ob
ust; er)cont &J
memória e da este uniVe ra, Por
*semeib ança, rsaü m°tivos
2ando, opost es»
9uesa 0 Pue Pei os
Pfivada, seria uma ca”inhos da
es9«c1„e„t0i ’ Parti cuiar, mera exPeriè
aPueie,
Suívei esQue
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Pelo caminft «"cia
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das c°Pias o da 0 c°otrá ari0 w ®*4Ül
verdade,
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outro C3mioho do
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^as nária e remetem a
U0Ít^a, a um texto
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en?a ■*f £a va. 0escoiando verdad
-se do e origi
0ü antes 8°rges
> se não Sentid
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da 3 nossa dermos 9uarda fan
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tradi Çao tra Pr°Pigiosa
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uma esta é eânones;
exPs*-iênnf íomada na -Pe to
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conti e sem <,uaU(í«de de ,
nuamente Princípi0 ue Ser
tradi Ção ó rein Ventada; oem
e ser trs Pa ra 3or termo,
ges, isto éc J
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pro ust e se ele i a condi
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t-íuência monót Jo-íga Que uma
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Ret 0rnand0
a Pfcpostg
cados Peia f geraj
inte' Pe (í'aiter
Va r* rprete Sen Jamim,
}
°bJeti Ga9nebin nQ nos term
vidad e" Prefácio
Perlé"«a no narrativa^ acima citado;
ao í
Sentido a°Ve's "da uma
6,<istem „a Pieno, tra nsir.issã0 de
mí1L~& s°ciedade
CuJas c°nPições uma
f ti vas CaPit aÜst Pe reaü
Previamente a.moderna" ■ração i nao
Jã
cia conde ’ a° -invés "
coieti napas de
Va ('Erf «orlar 0 bas
iso radas
! abrung.; tenta
f caior de
Er.lebniss Partir das uma
Ü Srrio en« experi exPeriên
y > oo lências
btJrguês que ainda, "em vividas
bad Pese i
Jaria °POSI?üo ao
!6 ®ubjeti va" Preservar a senti menta
Po. ^S ’ Peia ref\í aparê
vias e*ão n?ia de
apontad SS; um 5entid Uma intimi
"com 0 ,7!°vim 0 s°ciai
c3cfa er'to in Aposto da
texto cbamando e terno d0
suscit reiato
anto ~ memc'ria>
°ntros textos"
e o
movi
0 espião de "El Jardín de Senderos que se Bifurcam", que ;/ê
y es el ahora. Inmóvel como la tangente, ese inextenso punto maj: L_1. V Ui_
suje
3 jt-= *i*_
ca el contacto dei objeto, cuya forma es el tiempo, con el :_j I
to, que carece de forma porque no pertenece a lo conocible y es zj I
previa condición dei conocimiento". Entre as conjecturais filos£
:_j Ji «!£__
:_i
fias (do "Ais Ob", do "Como Se") do planeta idealista "Tlòn" uma :_J I i_
nega o tempo*nestes termos: o presente é "indefinido" e o passa
do e o futuro só têm "realidade" comò "lembrança" e "esperança"
presentes. 0 tempo é fenômeno subjetivo.
D más tiempo.") De tal modo que os dois Jorge Luis Borges, o autor
e sua sombra, jogam sempre com a questão da semelhança e, mais
9
fundamentaimente, da identidade (a unidade que é a dualidade ou
5) número no ternpo) e da diferença: "Salvo que somos dos". Correm as
3
sim durante os diálogos, como em "El Jardín de los Senderos que
5
? se Bifurcan", duas séries em equilíbrio instável ou duas estab_i
lidades em desequilíbrio, em que se põe em jogo o passado que não
3>
7 é, o futuro que igualmente não é, e um presente impossível. Após
3) a família (em dois presentes que equivalem ao passado, para um,
e ao futuro, para o outro) e a história (que o protótipo verá
5»
9 quando tiver setenta anos, como repetição cíclica), a conversa
9 recai "fatalmente" sobre "letras".
9
P
P A primeira referência literária desta conversa é Dostoiévski, de
P 0
quem é citado um duplo do próprio conto. 0 "outro" havia lido
P
9 Sósia - um conto que narra o desdobramento material do perscn£
9 gem, Petróvitch Goliádkin, desdobramento paranóico originado de
P
P um sentimento de culpa e que o leva tragicamente ao manicômio;
P a ambigüidade desta narrativa é crescente — o narrador assume o
9
ponto de vista do personagem —, fundindo-se e baralhando-se o va
P
n zoável e a loucura, a realidade e cs.sonhos, o original e a có
v pia, mas ela também vai, desde o início, caracterizando-se pelo
*
"estranho" dos acontecimentos, passíveis finalmente de serem ex
r plicados pela insanidade — social— de Goliádkim "primeiro". 0
P
r
r
r
161
;
4
4
'é
comentário Que Borges *
0 Projeto
ultraísta
«ri
d0 jovem escritor,
título Que está
simbolista escrevendo, sob
mão, um üvro mas -tes influenciado
Que se Pelo
chamará Los Himnos expressionismo ale
. jos37, e que »se - '
Rojos
referia a la 0U L°s Ritmos Ro
0 outro do outro, gran masa de los
a reflexão da oprimidos y Parias», ,
aquele "se sentia memória
responde
bermano (._ Perguntando se
Pas fúneb res, de todos •^ de todos los
los empresari os de
carteros, pom
P°s los de todos
Que viven en ia los buzos, de to
acera de ios
atônicos, números
etcétera». Pares> de todos
E completa, ainda
nominalista >
â ordem da
•a Seneralidade: "Sôlo los
em termos de uma ** »n
e -
ten, si es ;
Que existe indivíduos
alguien». ou exis 0 >r
0 método da seJa, mais
enumeração caótica uma vez * I
Borges usa
-Paródia do C.—:
enumeração Projeto clássico
completa, da
dem — taxinomia, enfim, da
» Que torna d represent aÇão da
absurda,
exempios por falta de um
Particulares Que se continuum»
entre
ceito, Que é enumera, a idéia abstrat
(definido por 3 ou o i
Queremos Paixar Ríetzsche) »
claro 0 nosso igualação do oèo-iguapi-^B
Poético do jovem
i Ponto de
vista de que,
B°rges impü se o
virá a signifi cava "louva r a Revol Projeto
Car anarquismo" UÇã° Russa [que
da pelo como ideol
escritor], 0gia política
a trate Professa
não* se modifico rnidade dos
bomens e 0 Pacifi
u o alvo ao —smo,f
tato mais Iongo dos anos,
intenso com a lite mas
encontrou num con
satura um
ticamente literário de caminho singula
reali2á-i0? r e especi
uma Poética da com a
leitura. sua Proposta
radicai de
162
A crença do
outro na
vas, Possibiiidâde
Jor5e Luis de se inventar
Borges opõe metáforas no
aquelas que 3 teoria de que as
oorrespond em a r* "verdadeir as” são
5finidaties
ginação iá -1 ótimas " e que
aceitou”, que o "nossa ima
i
outro e>-Poria
"La Metáf ora ” anos deP0is no
CHistoria de ia ensaio
ressalva de Que, ^ternidad, 1936)* _
«pesar de onde
ümitado 0 númerc das aparece a
modos de i
insinuar" tais me-áforas,
afinidad es são M "os
residindo üimitad os",
unicamente no se u
valor
ca de fnansjo das
^verroes" (El Palavras no
^leph, 1949), conto "La Bus
nos ensaios " eí7í Otras
Quevedo" inquisiciones
e "Nsthaniel C19521,
• Poética" Pawthorne"
^1 Otro, c no Poema
^ Mismo, 1969). "Arte
dades" As "
da poesia são, aternidades 0u
Para Borges, tri viaü
o rio, a vida as que «
e o sonho, assimilam” 0
0 sono e tempo e
0 sonho a morte,
e 0 teatro, a velhice e o
a literatura c o sor'ii0 e, ainda ocaso,
as que
assimilam a mulher mais triviai
e 9 flor, olhos e
cristais.
estrelas, áaguas
—‘Ç) Se o
Passado literáario do
autor Privilegia as
_<D ra Cesta
e 0 ritmo virtudes da
S3° os funda metáfo
face a outros mentos formai s da
recursos poética "Ultra”)
mem com uma poéticos,
quando via ”
arma ao
ombro", um bonde como
um ho
* Pôr do sol o nascer do
sendo S°1 como um grito",
orucificado no "o
em Perfis (p. ocidente"* *
rt 89)> Adolfo > foi , segundo
8i°y casares consta
9entino Paul Uroussac mas também o
* e o ««icaoo í!lfonso R _ Prancc -ar
* escrito Quem o levou
** Bis mais três í-n-, em 1952, foi incluído
03 edição de
°oeper^ô Smu" 8 do d°axore
1953 livro. •
STC £í£c?£
Salmos Rojos
?^^21!f*ííSMSS
a2anas" ("Pusia” ,nn'fÜrid’ 192U1 Tias hfJ°S ’
(”Mananã"~
rência à Revolução r™6 3 aIternatiW~menp° 090 Publicado Portan
w I ÍK_-
tura borgiana no terceiro capítulo, por ocasião da abordagem da i iiL_
questão do estilo e nas notas 15, 18 e 39.) fvn !ül_-
^ 11_
Jaime Alazraki sugere a seguinte síntese do funcionamento metafó
rico da prosa de Jorge Luis Borges ^: 1. As narrativas têm uma es
trutura metafórica, a metáfora aparecendo como função geral (po
demos, por exemplo, reduzir "La Biblioteca de Babel" (F.) a uma
crv.ii -
16A
uma linguagem ou um texto ou um livro, a do tempo como um ciclo).
—i
4. Sao constantes as construções metafóricas "sóbrias", de "med_i
da clássica": A cegueira gradual "es como un lento atardecer de
3 verano" ("El Otro"); "En el suelo, apoyado en el mostrador, se
)
acurrucaba, inmóvil como una cosa, un hombre muy viejo. Los muchos
) anos lo habían reducido y pulido como las aguas a una piedra o las. g£
J
J neracionesdelos honores a una sentencia" ("El Sur" , F .); "(...)y su
J tenue imagen se perdió, como el agua en el agua" ("La Otra Muerte",
J
A.); "La llanura, bajo el último sol, era casi abstrata, como vista
-3 en un sueno" ("ElFin", F.) . 5. E, enfim, há o tipo de imagem em que "o
0 veículo é uma cifra de algum aspecto de sua cosmovisão" (como as
0
imagens do espelho, do sonho e do labirinto): "El maestro ruso
-Di ha penetrado más que nadie en los laberintos dei alma eslava"
9
("El Otro"); "De noche, mi delirio se alimentaba de esa metáfora:
3> yo sentia que el mundo es un laberinto, dei cual era imposible
5» fuir (...)" ("La Muerte y la Srújuia", F.); "Schopenhauer ha es
crito que la historia es un interminable y perplejo sueno de las
v> generaciones humanas" ("De Alguien a Nadie", O.I.); II (
\ • ..) quizá
©•
P mi abuela, entonces, pudo percibir en la otra mujer, también arr£
P bataba y transformada por este continente implacable, un espejo
P
r*
monstruoso de su destino ..." ("Historia dei Guerrero ydela Ca£
tiva", A.).
P
P
P
©
P
P Ante a resposta dada pelo narrador-protagonista ("Nuestra eviden
P ' te obligación, mientras tanto, es àceptar el sueno, como hemos
T ojos y
aceptado el universo y haber sido engendradosy mirar con
P
P 165
*
respirar") ao argumento (do sonho) proferido pela sombra do pas
sado com quem se encontra ("Si yo lo estoy sohando, es natural que
sepa lo que lo que yo sé. Su catálogo prolijo es dei todo vano")*,
esta sombra do passado ainda coloca a seguinte dificuldade ao in
terlocutor, invertendo os papéis: se o outro foi ela, se ela re
* Cf. p.133.
166
nimicamente percebe "ei temeroso estupor". Mas à identificação mo
mentânea, segue a divergência sobre o tema sempre retomado pelo
escritor, do valor da linguagem como potência mágica, alusiva, sim
bólica, "manifestación de un anhelo", cultura, interpretação, "fic
3$ i
ção" ou como "representação","historia de un hecho"; mais que "d£
. signação" conforme a crítica de Nietzsche, ou ainda, mais que
tro, do sonho ou do conto. Mas o que julga sonhar rasga essa pr£
va de que haviam simultaneamente e em sentido inverso viajado no
„42 A si
cessariamente existir em-tal lugar em tal momento dado
:
tuação dos personagens de "El Otro" é "única". 0 "ponto dado do
espaço" são dois (Cambridge e Genebra), e o "momento determinado"
também são dois (1969 e 1918); eles coexistem em um estado outro,
j1 %
if "(...) ese mismo banco que está en dos tiempos y en dos sitios".
ut<r
11 Usando o argumento de que o "sobrenatural" deixa de ser "aterra
a
LÍ
167
2
dor" quando repetido (ou seja, conforme Hume: a tranqüilidade ou
normalidade em que vivemos é fundada sobre a crença que vem da
repetição da experiência, ou melhor, do costume) a última tenta
tiva que faz o personagem Jorge Luis Borges para convencer o seu
duplo, sabendo-a, de antemão, vã (isto é, que poderia, mesmo se
efetivada, receber a objeção de que o sonho do encontro repet_i
ra-se), é a proposição de um outro encontro. .
168
,
>
í
»
S
■i
S>
V
=
169
NOTAS
1 Esta colocação de Borges, que ilustra o funcionamento dos prin^
cípios de associação segundo Hume, está no Epílogo de El Libro
de Arena, op. cit., pp. 179-180.
j J i£_
5. Em 0 Escorpião Encalacrado, op. cit. I, 3, Davi Arrigucci Jr.
_j X lí—
define a qualidade ensaística da linguagem borgiana num con _J I lll_
texto onde salienta esta característica medular da literatura
• I lí_
i ■ jM ■ ül__
moderna: o desnudamento de si própria num jogo onde sonda os
seus limites.
! |: |a_
7. Cf. Hume, D., Tratado de la Naturaleza Humana, op. cit., Par
)
I
9. As citações são feitas por Emir Rodrigues Monegal, respectiva^
>
i
mente em Borges: Uma Poética da Leitura, op. cit. , p.81 e Bor
>
ges - Una Biografia Literaria, op. cit., p. 154.
cit., pp.15,
17. Cf. Deleuze, G. , Empirisme et Subjectivité, op.
P 88 e 146. .
P
f
f 18. Idem, ibidem, pp. 9, 10, 116
117 e 137.
f
21 19. Idem ibidem, d. 138.
171
20. Cf. Deleuze, G., Empirisme et Subjectivité, op. cit. p. 14
22. Cf. Hume, D., Tratado, op. cit., Primeira Parte, VII."Acerca
de las Ideas Abstractas", pp. 57 e 59.Em0tras Inquisiciones
há dois ensaios em que Borges explicita seu ponto de vista
23. Cf. Deleuze, G., Empirisme et Subjectivité, op. cit., p. 137 c I = •«'-
e 147-150.
~"VüIM
II L
172
V
*
'si>
v?
'■3
'Jí 28. 0 ensaio que Borges escreveu para prolcgar a novela de Bioy
v-:
Casares foi incluído em Prólogos com Um Prólogo de Prólogos,
-3
_/‘ 31. Por exemplo: aplicados ao sonho (caro a Borges) de Chuang-
S Tzu (que "sonhou que era uma mariposa e ao acordar não sabia
se era um homem que havia sonhado ser uma mariposa ou uma
A
mariposa que agora sonhava ser um homem") os argumentos de Hu
A
& • me, resulta que "o espírito de Chuang-Tzu não existia naque
& le momento; só existiam as cores do sonho e a certeza de ser
&
- ■
2
i
ciones, op. cit. p.252. A idéia de humor (em contraposição
à de ironia como crítica Jos princípios) que usamos no texto
22 173
2
í
Press Universitaires de France, 1968, p.12. Apontamos ainda
343-353).
174
i
)
?■
177
¥ )
1 V.
' ^
i
pp-
op •
cit • >
BorgeS »
luís
de 3°rQe I - x2.
AO.
Em ta
op. cit • 5
% ISN®
' ^
203-205. doxes" ,
pensa Extxa-
»0S
Mietzsche, no Sen tido
c em
NietzscOe,
Sobxe
Vexdade
e MentÜ3
iado
Human o) •
cf. ta^ *0 1
U“\ • Cf- Q6H\3s1'
(§ i de
pp.
55-^6
(.§ ^ de
pu^ano,
ir' .1
Mox al) e
■\ 00-303
*0 \ ..-3>
nota 38. con\n\e Reprâ
béro a
co^o
$ et
Volo°te w ' -1-^—3
Le Monde w • 1
5c^ope°
paoex, ^•’ 33-3^- v"ÍJáSrrí
I, PP‘
A2. Cf. «•"• t
ser-tation , °p- cit • í
ST.' I.
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uinati^Q1ivel" , iqueza". terton:
rável", «intermima ,‘ável T de Ches
colocação tantes,
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inte desc oncer
Borges, tintes más selva
piar, Paro el alma una
que hay en colores de
sabe que los fusiones
hombxe anônimos en todos sus
«El más tintes
eses mecanis
innume rapleS y , gu®
más mbargo pxec isión P°T un interior
Cxee, sim e tables con
otonal- represem dei
sen Cree QUe
ienes, pillidos.
v conversi nidos V de c
ario de QrvJ \19
mo axbi-r
gen, esa burda palabra enriquecida por los desacuerdos humanos
es lo que me propongo historiar" (H.E., p.11). Ainda para dar
1 *
Se, para Borges, e conforme nos diz em um contexto onde critica
o projeto literário realista(5), "la vida no es un texto sino
un misterioso proceso", se a linguagem "é como a lua e tem seu
hemisfério de sombra", é uma "criação estética" e não um meio
transparente de expressão ou representação e, menos ainda, um (
-W
instrumento próprio para captar alguma essência, algum em-si da
=j> realidade, resta ao homem enquanto ser cie linguagem a única po_s
sibilidaae da conjectura. Como sintetiza em "El Idioma AnaJLíti
=3
co de John Wilkins" (O.I.), "ia impcsibilidad de penetrar el es
=3 quema divino dei universo no puede, sin embargo, disuadirnos de
-3 5
-3 planear esquemas humanos, aunque nos conste que éstos son provi_
sorios". E na "conjetural 'Ursprache* de Tion (...) el hecho de
-o
a-~ que nadie crea en la realidad de los sustantivos hace, parad£
--3 jicamente, que sea interminable su número". Nos textos de Borges
veremos portanto em processo a tíesmistificação dos mecanismos
verbais ilusionistas, com um resultado ambíguo de desmoroname£
to radical das pretensões da literatura realista assim como da
atitude idealista da crítica convencional, ao mesmo tempo em que
-*!>■
4
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de eorQeS
005 te*t°s “ itica do ”!>£
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figuxou, a osto co^° Qolón V í°
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V\oxn-a-
Aliás, desde os projetos ultraístas da década de 1920, tratava-
se de, pela exploração da metáfora, superar a oposição entre
idealismo e realismo, daí emergindo a estética do fantástico
em cuja formulação entra a referência ‘a LewisCarroll - que o es_
critor concretizou depois em suas "ficciones":
"Ya no basta decir, a fuer de todos los poetas, que los espejos
se asemejan a un agua. Tampoco basta dar por absoluta esa hip£
tesis e suponer, como cuaquier Huidobro*, que de los espejos S£
pia frescura o que los pájaros sedientos los beben y queda hu£
co el marco. Hemos de rebasar tales juegos. Hay que manifestar
ese antojo hecho forzosa realidad de una mente: hay que mostrar
un individuo que se introduce en el cristal y que persiste en
su ilusorio país (...) y que siente el bochorno de no ser más
que un simulacro que obliteran las noches y que las vislumbres
permiten"(8).
186
duas últimas citações, caímos de novo neste que constitui o te
ma básico de nosso trabalho, porque a questão do estatuto da lin
guagem na obra literária de J.L.Borges, é inseparável da questão
do estatuto do sujeito - interligação que continuaremos a fazer,
a partir de um novo ângulo, neste capítulo finai. Antes porém
de passarmos à retomada do projeto literário borgiano e dos prc)
cedimentos que o realizam, acrescentamos por ora sobre a questão
Bi" ® das relações entre literatura e realidade, que., se para Borges,
!5r®
a literatura não espelha ou equivale à realidade, se a ficção
'—- -«>,
i não se confunde ou se identifica com a realidade, isto signif^
i vir3 ca, em primeiro lugar, salvaguardar a atitude crítica face à rea
;m 3
■wr x lidade histórica-social, pois que se a aceita enquanto tal. Mas
significa também que essa outra coisa que é a literatura, é "una
cosa más agregada al mundo", ou seja, as suas fábulas e person£
jíl;
gens perdem, nesta perspectiva, o caráter do sagrado e do mira_
m_
■ - -—
í:^
iJL^m
sistemáticas) de "criadores" (de homens excepcionais, marginais,
gênios, profetas, loucos), porque passam a fazer parte das co_i
■Ei sas dc mundo, de experiências reais, passam também a constituir
1^0
a realidade. Portanto, o tópico do Livro-Mundo, tão presente,
em suas várias vertentes, na obra de Borges, e que culmina na
hipótese de um livro que pontualmente coincidisse com o .mundo,
que contivesse a sua complexidade, enfim, que fosse o mundo, não
deve ser tomado literalmente mas dentro de tal perspectiva crí
tica.
187
tor, é o que lhes convém, ou seja, o projeto de explorar liter£
r
riamente argumentos antes empregados ao conhecimento da realida^
de. Ouçamos o autor em duas enunciações desta estética:
maravilloso".
188 •
resulta, para o leitor da obra narrativa (e ensaística) do es
critor argentino. 0 próprio autor, ciente disto comenta, quando
comparado a Cervantes por James IrbyOO): MOui, mais Cervantes
joue avec des choses, non pas avec des* mots. Le concept baroque
de la littérature appartient à la vanité. Malheurereusement mes
contes sont baroques en ce sens-la. Parmi tous mes livres,celui
qui me satisfait le plus c'est El Hacedor (...) Je crains que mes
contes soient quelques 'freaks,n.
• i_
to Carriego, em 1930 e Discusión, em 1932), quando a revista"Me
gáfono" dedica metade de sua ediçãc de agosto a uma "Discusión
: >
sobre Jorge Luis Borges". Exceção feita ao escritor francês Pier_
. ^ $
189
* L-l ToMnvr Ai MI £1 cia los jq?
I
re Drieu La Rochelle (cuja frase "Borges vaut le voyage" tornou
-se conhecida) e ao lingüista e crítico espanhol Amado Alongo
190
I
191
do os inúmeros pontos de contato entre a visão borgiana e a vale
ryana da literatura, explicita-a em termos da proposta de uma
poética da leitura, conforme vimos anteriormente. Já paraMacherey,
a imagem do labirinto mais nos confundiria do que esclareceria
sobre a narrativa de Borges; porque se o labirinto é a imagem
de uma subdivisão complexa que percebemos a partir da saída, no
labirinto invertido dos seus contos não há saída, não há centro,
não há "sequer a sombra de um objetivo",já que a narrativa "re
cua ao invés de avançar". Ou seja, o que faz Borges é uma narra
tiva sobre a narrativa (a escritura), sobre as suas possibilid£
des e impossibilidades, sobre os seus limites, dedicando-se "me
nos a escrever do que a indicar uma narrativa". As ficções te
riam apenas a aparência de uma charada (caso em que o papel do
leitor seria fundamental como investigador-descobridor do eni£
ma, ou seja, produtor do sentido) porque, na verdade, "tudo ti
f. -I
nha sido dado no início" e "tudo será dado no fim", e suas me
sp ^
lhores narrativas seriam não as mais .reticentemente abertas mas
as "perfeitamente fechadas". -Macherey- ironiza: "Se o que escr£
U I
loIEH
«ri
f9
ve Borges, na aparência, faz refletir o leitor (...) é, sem dú
vida, porque retira ao leitor assunto em que pensar". Dito de 0£
rjoirM*»
S_HL(
tro modo: na teoria da narrativa implícita nas ficções, Borges C I
se defronta com duas possibilidades. De um lado, "a idéia de uma , I
:
narrativa totalmente objetiva que tomaria ao mesmo tempo todos i | A
I
os partidos e os desenvolveria até o fim" (de tal narrativa
escritor nos oferece a idéia através, por exemplo, dos
%
o
resumos
c-
■ mm
liI
que faz do romance-labirinto El Jardín de Senderos que se Bifur
* m ,1 w
can e do "regressivo, ramificado" April March, respectivamente
dos escritores fictícios Ts*ui Peh e Herbert Quain). Mas esta
narrativa total é utópica, Borges pode apenas nos dar uma ima
192
gern discursiva dela pois, de fato, "escrever é perder o labirin
to" é escolher uma das bifurcações, á finalizar. Assim, antes
que ao jogo de permutações, à combinatória infinita, éa uma poé
tica da ausência que tenderia a sua obra narrativa: "A narrati
va real determina-se, pois, pela ausência de todas as narrações
possíveis (...) Não é absurdo pensai, neste caso, em vez dc li^
vro total que uniria todas as combinações, que seja possível es
crever um de tal modo insuficiente que, através dele, se revele
a importância do que se perdeu" (desta vez, a síntese de tal pro
jeto pode ser encontrada na introdução de "Tlõn, Uqbar, Orbis
Tertius", quando "Borges" refere o plano de um romance a ser es
crito com "Bioy Casares"). E o autor francês, brilhante e radi
cal na sua análise dos prccedimentos narrativos em Borges, ter
mina, usando de novo o método da ironia, por liquidá-lo (ataque
decisivo, conforme nos diz Luiz Costa Lima em Mímesis e ModernjL
dade, "para sua posição contra o que considera a concepção *bu£
guesa da literatura"): "Esse empreendimento pode ser encarado,
simultaneamente, como um sucesso e como um fracasso, na medida
em que, através das insuficiências duma narrativa, Borges conse
gue mostrar-nos que nada perdemos": o empreendimento e, em suma,
inútil, "puro artifício".
193
literárias (16) (objetando portanto
mento literário a produções r
encaradas quer como expressão da per
que tais produções fossem
representação ou-manifesto da rea
sonalidade do autor, quer como
crí ti
lidade social) a partir da reivindicação dos direitos do
co enquanto leitor tão contextual quanto os textos sobre os
;n)j r.*--
o autor de Inquisiciones (1925) sobre a proposta da "nova lír.i cr í-i t>-
ca", em contraposição à representada pelo nicaraguano Ruben Da
rio: "Para nuestro sentir, los versos contemporâneos eram inuti_
les como incantaciones gastadas y nos urgia la ambición de una
lírica nueva. Harto estábamos de la insolência de palavras y de
la musical imprecisión que los poetas dei novecientos amaron, y
%
solicitamos un arte ímpar y eficaz en que la hermosura fuese in
negable como la alacridade que el mes de octubre insta en ia
p. 154).
195
Borges
oar r ativa de « texto
estilo da P*osa tin°s
estão do p\rgen
Essa Q° Xdioma de l°s mesmo ti
p. 157>■ nSaios: "El Xeva 0
em dois e livro qoe
plicita-se 1928 oo Buenos Rires,
luído em Lenguaje de
escrito em
1927, i°c
da Emecei El autor de
três sTv 1 °
1963, em vol*
Blemente, i
i Bdmundo Ética dei teç
tul° e, em também P°T
dose
ersticioa3 \ m_
inado Sup projeto
que é ass livro’, e "ba lhança do
textos do 1 à seme ecessidade
seis imeiro,
entre os 1932- No Pr defende a n «T 1 C-~
tor", em
Discusión,
Brasil, Bot9«
a concepçã°
estagnada T. i je
í
% \k
nista no
imento moder argentino
ante tificava ser
do mov que jos
do idioma Academia que
de signos C pí v-
de vitali^Ça0 Gram ática da nUmérica
adriodada t» pela riqueza vista «sTv I 4
e ”ap ânico pela
o idioma hisp itério o p°"t0 de identida I $
feito como or
per ÍXssu mindo questão da I
contém
o dicionário-
e antes
de entrar na
ciação na
« v al°rã- cr i
falantes, diferen
sujeitoS em termos de .. que os ar
dos (colocada de voz
"matiz") " am
biente
numerosi c-J *
de ling'òística argumenta: . "ta C- v _t
"con otagão" ,
gão " e
motiva,
idioma espan
hol) sign°s(• • . j
mesmo importa, no 1* de C
gentinos dão ao lo qoe mento o un jò j
repres
entaciones es
tularía on
gran pensa
0 filosófi
Jyi
C
C
dad de idioma pos ética cJT,
fección de un lite ratura P° das
"La P e r decir una gran stilo a P artir E£
gran sentir,
vale
discute a qo
estão do e
franco -arg
entino S
0 segondo
ensaio tugones e o Quix°te
ca"
endereçadas por
Leopoldo
estil^tica
, 30 1
críticas deficiência da leitora
en termos de eficácia
paul
Qtoussac,
o ponto
de vista da de certo mo
Adotando escrito
= um livro
de Cerv
antes
clássico "não e referindo -se ao
Xmente
á depoi5- ssive tradicio.
(como dira certo
modo") 3 po no sentido In
lido de orai, argumenta: No
do mas sim % vantes ser %
Borges
grandeza de Cer istórias, tablecen
fato de a contador de bis quienes r es K
iiterato como í lo 9
firmam
el 1
nal do variar (asx Góngora : pero
_ éÁ
imoune mente pohr
içadas por <
sobrevive
traduc tores V
contra su esçía
batallas cucbot en 988-
póstumas nunca lo es
tasma ale
Qüijote Qana Heine, Pue
1
etsión. el ^an
descu idada v iempre. Mas 10s ansiosos ar ca
a toda
ce].ebrar para s QUÍj°te
en
dei
nol, 1° put10 o indos tánico
0 escandins-'»
tilist3’’-
verbaies dei es preci >y
densai
fecbada i,
narrativa (19) é
prosa compo sição
de uma ocesso de
o escritor
(\ssim, elaborada cujo Pr leitor, o et i.
e extenso s
extrema mente piglota picais U
sa, planejado , o P° estões grama
rigoroso illoso" em du função
lento 0 «guisQO pecedor da
pilista, fundo con
mólogo e es enfim, c Pr° /dessac rali. !
Monegal), mistiUcaddt
essão e=> de desmonta dor/des verbal , ^0
mesmo
linguagem e o linguagem
31 ilusionistas dc as décadas de
3 mecanismos durante
crítie° teroa"
zador dos prabalbo
C.0^0
«a pai*a0
intenso
O' que, em seU invisiível" e tantas vezes
estilo
stuia uo seja, dd»d
que
1920 e 1930, P° Discusi ión). 0ü mais do
aciroa
citado ye a uteratura ed alQ° sé
(no o nsaio elo trutura
verbal ou
então, Para "es coro
desde . ti uroa
■£epe^ io utécnico j trcunsc rito
lavras"> roais é c
de Pa e esse alQ° 0 "dial2.
"um jogo verbais vias para
turas „ üterária,
de estru "sincer idade sintetiza =1
rie " e enf im
de "emoção texto qoe 0 ãá citado
as noções leitores. 0 oluroe l*-*
«encontro w coro os se no início
r
do v
monta
go" OU O encontra- de ftndrade , na
daliteratura, .
pa visão Biblioteca Mário quando es_
" da escritor
ráfio° dadas pelo
d0 "Boietrm BiblioP lestras escrever _ Tampou.
das pa se pode
xealizadaaP leitura não jcg°
gem . "Sero ertamente om
é c
teve em
SãoPaolo a literatura não existe atra
que a uteratura
emoção, Pois diria qoe pante é
co sero mais. Eu linguagem
0 irop°r
lavras. £ muii-a apesar da QUanoo._ uro
de Pa melbor estético
linguagem seja,ofat°
vés da munica, °u
que se co 197
dizer aiQ°
livro encontra o seu leitor, ocorre o fato estético (...) eesse
-
fato estético pode não ser ou não deve ser exatamente o que o au
tor sentiu, mas algo novo, isto é, cada leitor é um criador - um
colaborador, em todo caso do texto (...) Porém, repito, a emo
ção é necessária: sem emoção não se pode escrever. Há escritores
que pensam que, à força de variar os adjetivos, de dizer as me
táforas eternas de um modo novo, podem obter algum escrito, Is
to é falso. 0 importante é sonhar e ser sincero com o sonho quan
do se escreve, ou seja, somente contar fábulas nas quais se acre
dita. Isto viria a ser a sinceridade literária e o único dever
do escritor: ser fiel aos seus sonhos não às meras e cambiantes
circunstâncias". Retomaremos nas conclusões deste trabalho, es
ta questão da finalidade ética - estética à qual o escritor por
tenho consagrou a sua vida-obra.
" 10 j
Í*I__
Passamos agora a abordar as inversões presentes nas ficções de Sjí I i_l
C
iMti' É 5!__
Borges em relação à literatura mimética, a partir da leitura ---1 il
feita por Luiz Costa Lima justamente sob a luz do conceito de * J !!
"mímesis" (20), visando .a elucidar os nós que esta obra coloca
M I!---- •
*11!
Si
mesmo para críticas não conteudistas, como as opostas de Pierre
:#fj!
Macherey e Nicolás Rosa, e salientar neste contexto um critério
para o analista (ponto de vista e critério que complementam, re *
%
lativamente ao estudo de Borges, a teoria crítica abordada no
início deste trabalho, a partir da estudiosa de Roland Barthes
no Brasil, Leyla Perrone-Moisés, isto é, a teoria da intertex
tualidade). Queremos deixar claro que, apesar de considerarmos
i
.
Y
i
199
serão ef e
que
cotpos
madeira e 05 pxes supõe
TeduzidoS de mi^étias
obra que
delos mostra que a na obra
entre 0s mo existe
embalsama dos"), a diterenpa
que
te ceptor i
tivamente
; tema tu*»” pel°
níveis• per
em dois
a diferença »não e todo re ceptor wr^‘
à pbVsis’ ícita por Oi
teiação a iderada impir ista” •
imitai eW á cons tiver prev
diferença
i»5er3 onde ela es emp*e
em ^m
esta cultural situa- se s
mesmo campo mímesis persu adi.
ente ao iência da v de ser
tenc a exper o desejo
outxo modo) e supõe que o ie
to de Xtuxa^-5 dência"
enções ou coxx espo°
de conv de "crer 03 que gera o
quadro ceptor, seja
do re i. (.Coierridge") > oU introduz
úo P°r palte disbe lief Costa Lima
nsion of arte. Luiz é fundamen tal
£ »SOSpe obra de
va a mímesis
exossximil da se é a sus exis
xátex v teóxica"-
ca "proposta litex atuxa
Ar Q SOS âmbito da trás da
seguir tal Cno pox
ociden alQ°
mento ,,P e*is^e sobre
o Peosa de Q°e indagaÇÕeS
Ta a sup° sição
todas as como
_ ou seòa ’ tifica concebida
tência
do texto
_ que jos diante de uma ®3ü!
des
ficie fazer diante
per
obra s) i
o poe se
que
resta àa cx
ítica ^ 3
x/amos
sentido das
a altern ativa iaia,
intxan sitivos? - . 1
anti
, qoal fexenc ência da
antipõVsis auto-te experie
ext>ais ? tadas na funda
... v apon tionar °s
ele ques
rsões P°T yidade iSL
visa a
enumerar as iP<e ,ência qoe de rea
Borges
experie o conc eito im
tanto, (.pois,
physis em , Pot tessuposto
arte mim ética. e eia P estreitam
mentos da leitor P°r
e xealiõade
d0 pomem-
a ela e liter atura
plícito
" em Borges de outra ’’j ’
frisar,
pox tante é falar «uel.O0 «ceE
de uma
dizer lização do
seus laços e bana
pexóico e a mento
aziqmento do 0 reiaci°na com a Pis
\°) 0 esv impedem ceptor
anteparos que do re (invexsão ^
cionali opo siPa°’
seja
eia por perso nagens
tificação, de História (
iden r.arac teres, °s . LÁriaS
r
?80-
infâmia) i
Universal da liter atura
nutre a
tradição de Q'Je se idade
caótica Cã
iccional « da c en
versão f 1 no criador debe sot
erte-se
2Q) ft in Homero conv «Eli0 n0
conto de
ocidental- iectura do guerra
.. (.coni oe cantar 1»
x tal despúes é como »y
de "El lmm° gui xatones.
es fama ranas V 105
i >
preen dernos- , _ aliaS
guerra de laS el caos”
canto í ia y luego
ílion, cosmos impr essos com seU
creara el livros pe s
que «Os
un dios históricas:
ências ações, Peáripl°s e re
da e* refere o cantor de
dia « seU
trazem mais qoe manusc rito
nome não incógorto humana, aque )
Só um argúcia
memor áveis.
I róis Cdisseus, o pai ía dedicara-se depois a
o cantor de deuses,
p verso: von tade dos
3 desa fiara a dc caos (21)»
f?4 cons trutor
le Pue a de
cootr ária, atura dor
O tarefa da litet
texto
o con o medieval
material", tamdém
base
seraá " a clássico (mas berto,
0 1ÍVT° "topos" livro a
3e)
inver tendo 0 tureza
por um a ordem e
giana, tinda a na divino, 0ueI entre
moder no) Pue a escrita <1°
e 0 quer idade recíPr°ca
der ia ler sitiv ausên
que se P° não há tran a verdade
Em Borges ifica, nd será a
a medida- sign
«Rn tipdVsis 0 espelho
e livro: lastro"- iden
natureza erda de ípio de
ondência, P prioc
rresp solvedora do , .„ de
cia de co eriência dis incípi°
desta exp ntia do PT semeldao
imagem 5, a garS
a P*VsiS 6 tficação por
ou seja, se a identi expe
tidade, ibita em uma
a qual poss imeti^ada,
tidade* , coisa mi
iden imética e a
*a obra m
ça entre a
é aqui nomeado da
-r. «tudo o *},l0 que na0 938) .
física* • xelaç^0 aw0qei:niòaue, P-
B da
----------^oTES-. tivrc - e *
* Riiscot—- que 201
aiguma c01 LUÍZ
mo rsis" P
pnv
riência como a borgiana, os objetos podem produzir-se, duplica^
-se e multiplicar-se - o "ur" e os "Kronir" de "Tlòn" sem lei
Diante desse beco sem saída ou com múltiplas saídas que voltam
ao mesmo lugar ausente, ou seja, diante de uma teoria como a de
Macherey que'conclui pela inutilidade desse laboratório a vista
que são as narrativas borgianas (que gravitam em torno do pró
prio processo de constituição do autor, do narrador, dos argumen
contrário,
a qualifica positivamente pelo mesmo motivo, isto é, por não
transcender tais operações dessacralizantes (sendo o labirinto
"la literatura misma, su propia sustancia el espacio don
de (...) puede mostrarse y desarrollar sus propias contradic
ciones"), eis enfim a hipótese de Luiz Costa Lima: "estes ana
listas deixam escapar um dado que nos parece substancial para a
configuração discursiva: o de que um relato cria uma semântica
alheia à previsão autoral" - tese aliás compartilhada por Borges
ensaísta que, por exemplo a respeito do Martin Fierro de Hernán
dez, diz: "Todo poema que no sea un mero mecanismo verbal sup£
ra lo que se propuso el poeta" (Prólogos, p.98).
^ • i
^ igj
Para que a conclusão final de "A Antiphysis em Jorge Luis Borges" Cr I li!
não resulte vazia, vejamos, ainda que sumariamente, a leitura ®J
c
I
l*JJ| 4!
que o autor faz de "La Casa de Asterión" - para dar um exemplo ^j] Jil
204
!
m
:■
Jf!
Conclui Luis Costa Lima: "A inversão de Borges não apaga o las
tro" já que ‘este esperava peló seu "redentor"; lembremos que nas últi-
■ ;
-—
desdo
vemos °
_ 0 u 1 onde
Bifurcan
de senderos oue se histórico (o espia°
„E1 oardin fundo
Em mas de durante a
conto policral late.rra,
bxamento de um d0 Kaiser J na ln9 um W\ I '
a serviço secreta de
mensagem
chinês yu Tsun, enviar a assassinar
mu ndial, Para ftlbert, resolve
primeira guerra na cidade de sobre o tempo
inglês tafisico W
plano de ataque conto me
este nome), em narrativa tui2 Cos i I
idadão que tem a P rópria Cj:\ _
um c üístico sobre onagem que
narra oS
conto metalingo
do PerS
e seguintes dupl°s lança uma
detecta os conto Ca qual
ta Lima nstitui todo o
primeiro
parágrafo íT v Í3i-
nota qua co ferido no íT 1
fatos em oma caso, rei
ecbada luz” sobre o
da o fensiva inglesa) • cT; 1 -
«insosp do atraso ^ I
onisciente
narrador
por um I
*
c i |
Situação iniciai*
catedrático de inglês
+ \Para Tu
Tsun, que
fora
China (P°í- 3) -I
ins talada na
Chine s i d a d e escola alemã a (\iemanha e J
em uma □eirismo),
_ I tanto , duplo
estrang ka. la abyec Cí_
Estrangeirismo meVbbli9ad0 3 CJ “
bárbaro, Que
l"un pais objetivo, como ejr
e seu
espia” "ar C
ción de ser un
pxovar - e» u- »la"° V.; "
era apenas \\
espião odioso" qoe e-3
enfermo y
«hombre
riesgado" iércitos".
salvar a sus ej 3
nun am arillo podia
Situação final
"Alg° eEí
de sua raça:
sente-se orgulhos0 bisnieto %
Vou vano soy
laberintos: no en einodor de Vun *
tiendo de
fué gov *
Chinês idade + „T,sui Pêo. Pue inância em ca
de aquel a uma predomí
dúvida, -
r^ferem-se, sem absoluto.
X sinais de mais e “Taíoi exclusivo ou
f\Q ^ o um
\
oral para es
temp
renuncioí al P°der
nan y que todavia más popu
fuera 988-
una novela que dificax un la
cribir para 8
d— Hung Lu Meng '/ hom .ca
losa que rdieran todos los
se- Pe en
berinto en el due referindo -se ao ca
onagem
_ pensa o Pers .., mas qyâ
bres" de Albert
na casa
vai dar « abomi. iy
minho qoe ato é
«cobarde > o seu
como nsancio"- i.
lifica -se trición y ca
"con
e sente enf im
nabie”
o Kaiser, s
« odioso”
3 *1 Apesar be professor
D Germa nidabe-
Estrang eirismo i "bárbaro d o país» 0 ex
P "Hccbscboie elogi3 o si.
O de uma xando-o a
-3 ftlüert, compa
nólogo bombre de
r3 á de un
S-o Goetbe: uvq se modesto -
un hombre
-3 Ingiaterra Goetbe".
-r_> menos que
i que Para mí n0 eS
,deixa de
é sinólogo
. \ Albert, Que
1-3 Anglicidade
estranho, um
meio para a
IL^ 1 ser um segredo; por
1 transmissão de un
desccbre
licista re
ele o ang
sidade , mas , ao
chine
sua própria estran
Albert é o
mesmo tempo aquil°
revela a Vou
ge ir o que fo
a sua família não
que ele e
entender: o segre
capazes de
ram bisa
deixada por seu
do da obra
ts’ui Pân.
vô,
simultânea
(que
ato de Vou
Costa Lima : por que o
Pergunta Luiz 2Q"7
con
e vinganÇ3
espionagem
E ain
serviço d? 0biema^
itória no 0 seu Pr irlandês
ifica vi resolve
mente si9n iro) não erseguido*.
T estrangei anto ele
matai seu P
tra ■> v=uipali0 pensa em eivia,
não a Que s . ilei * »:: V-..
que ele a lnglateTTa o autor bras «• •
da: P°r ioal Para segundo fíj, 4 —
«tão matQx ienães u o ieiamente a i, t E®.
dos a pata
Madden,
mesmo, do vdo ponto
de vista
titui-se em
Borges , aP
enas
O texto se
interpo t I &í
v 1 I -
não cons entre esta e é mostra
ro,
o duplo mesmo que aliás i o Que c''riu
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tal « SO
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orque Vovj se contio entes”• í »
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entre. dois - 4
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ceração borgiana’
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tanto,
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Costa Li^a locada sobxe
Luiz- íoimente P°r
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0S de Borges. a antipPV poi «=*
W0isés) como na medida
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tlopolo9ica»
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dada peia seja an
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1 OQÍCa
mente, intenções que os das
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que, esí3 ceinci-Je» antipõysis
sença da litera (Ptr
iudivide”5 ™nC° a Pre texto da
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„ qua "SO =«1U1 44 de tais
ização riiferencí
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„19indo P<* lógica 1
tura, estão a ntropo
erto esta QO pelo
mais de P ostas dadas
pouco as xesp
pordar um ou seja, alismo,
Vam°s a ti^a i naci°°
j ^ r.osta i. í n idade, do
r _literáxi°-
Mstótico
texto
em seu con idade" cul^Ü. 988-
locadas feri°rl
alismo, oo ompisxo de in resultan
do region Borges ollc daí
logi.aS
aborciax v i3 ricano, as ide0 singulares :câ
£f\f 5 sne a resposta »en
Xatin°"
colon izado ectiva,
a versão, con sidera
xal d0 a persp isso, as
rojeto, ando, Para os aE
t.0S > e o P estão, os diretam ente '•
a esta qu abor daram ensaísta
deu Borges que a
que autores sonegai, e o
três
feitas P°r drigoez
ções Sarlo e Emir P°
Beatriz
gentinos i 3r •
Davi (\rr igucCl
bras ileiro
tivismo en
do os
alismo ou d0 mesmo e
alismo,n do°u reçi°n identidade,
>
estão
do nacioo estão da x esia
gaúches
f\ Qu seja, a QO da P°
Borges, 00 tópico
filtrar oo mente na con
3orge uuis vai se e especí'.ifica
__; culturais. XI*. blicada em
do outro do s écul° 2 PU
--3 fxrgeotioe arte e
escrita oa imeixa P estudo, ac
— ca, Fierro (.cuja PT É deste
sidetação do
p.artío & Hern ández • céle
de 3ose energe a
f) 1379')
seguoda . oo pensar
A872 e a amplam ente (26), Pue debemos
que
dedicou -se debemos
temer V teroaS j
Borges todos l°s
qual
uxepino que n0 ensayar
resp osta ei uni
iversoi argeo tinos*.
•• - |ríÇ> bre imonio es para ser
nuestro s entioo 10 sere
arg
que tarnos a lo
.' L# y no P°
demos
es una
fata lidad y
er. e=a caS°
mete afee
tació° j
k LJp ser arge
ntioo
ntioo es una
porque o arge plenituoi de la
o ser
lquier modo, demos a
spirar a Ia
de cua "po
mos
alguoa" CP-
, p-153'-
*
máscara" CD-
uoa exc lusióo
ideotal, comeo tário
cultura occ e o
çauc hesca
idéias coo
nistótia da ociar as
uma de diss
auntameote
propõe -se go9
poemas,
dos
fusas que estão na base da leitura que Leopoldo Lugones (em El
Payador, 1916) e em seguida Ricardo Rojas (em Historia de la Li
teratura Argentina, 1924) fizeram da poesia gauchesca, derivan
Eis alguns nós que são desatados por Borges, e que, segundo ele3
são responsáveis pela leitura errônea que os argentinos vieram
a fazer do poema gauchesco, elucidações que visam em suma a mos
trar que o gênero implica uma convenção:
% i
210
-V
- x:
o seu objeto, o "gaúcho": é como, ironiza Borges, atribuir a ar
te do retrato pictórico aos rostos das pessoas ou o Dom Quixote
a Alonso Quijano. Mostra, afora as convenções de ordem estética
(por exemplo, "en el Fausto un campesino que compreende y cuen
ta una ópera; en el Martin Fierro, la ficción de una extensa
payada autobiográfica, llena de quejas y de bravatas dei todo
ajenas a la mesura tradicional de los payadores")(27) , que, além
da vida no campo, nos pampas, do "estilo vital de los gaúchos",
muitas conjunções foram necessárias ao surgimento da poesia gau
chesca, como a ausência de um dialeto rural específico (ao con
trário do que alguns filólogos, sobretudo espanhóis, afirmaram)
e o contato de homens urbanos com os homens do campo, nestas
circunstâncias históricas: "las guerras que unieran o desgarr£
ran estas regiones. En la guerra de la Independencia, en la guer
ra con el Brasil y en las guerras civiles, hombres de la ciudad
convivieran con hombres de la campana y pudieran concibir y eje
cutar, sin falsificación, la admirable poesia gauchesca"(28) .
211
impres
conta suas r
nod,
ópera de Gou (\ntonio
Lussicft
entação da rUguaio
repres O O seos tei-
uma
assistia junbo de i872’ arram os
quais n no
um ami9°» em 0rientales, °s ricio”
sões Para Gaucbos "Campana de &Pa
LOS Ttes soldados na eixas Pa
publios enquanto e qo
tobio9T áfioaS
atrióticos fidências au Segundo °
tos P ucon
lando o Martin
Uruguai
j_ interca
que anunciam ime d iata
indigoadaS
3oseí Hern ández ? insp ,
1872) <VJ L_ t
téticas ou fins de
BorgaS Fiexxo sai em
que traga tradic
histórico Gaucbo Maxtín
con una vj, 1 L
Lussicb CEl hacer
puede habia U l li_-
mente P°T pomb.xe acentuado el
único que on 0*L
acaso lo
predec edoxes habían desde el Pxi^
><hir° Sus olvió qoo
diÜcó- áodez res
ción • ia mo festivos-, «st"
fines , P-^-
rural, oon gaucbo >' (P-
en setio a so
tomáramos poema
cipi° estética do
lidade
entxe a Qoa critério de
julga
nfusão feita & \Í3
tocado como
A) Mostra a co
valor moral do P
rotago nista,
pgC-
e o
da obra. '5armiento, as
■ mento ZT\V
5) Mostra,
a partir da
enumeração rea
lizada P°r
0 «paqueano
,, (,o con
hecedor das
idor)> 0
r\
C
\
"gaucbo"• ersego
iedades do treador » (.o P
diveTsas var i o "xas
0 "matrero "),
da reg ião) , "maiavo1 ,
Mar
coisas P rópriaS "gaucbo maio" C° rotago nista
tornar o P
"payador ,, (o can veio a se entina
(citan
último, história da Ax9
e que este incomum na -Vigre de Queqo én).
í um tipo Calandria, el lendário.
fierro, f01 Negxa >
tín Hoxmi9a tornado *
Moreira não teria se resu ^
do: 3uan Boxges } ele e fazendo um
contrário, diz txonie j
Caso ainda, com. duxante unos xenglo 1
, ‘ argumenta temos
contrário, arg
Caso Fiexxo: »f\cep eptemos
también,
. ^ ap Maxtí° Idados-, ac
destino de fueron so como el
mo do todos ellos,
10S gaucbos
V odos
„. i r> S \riad, que
y matrs
xtores
pIófug°s
fueran dese hu
, n0 988.
epopsy3 En tal «s0
de Ia salvajes- de
pxotaga nista asaron a los Pinesán o A
se P ias la"zaS ^
fina inente desferto; otras cosas,
xos v dei entre
habid° conqu ista iudades y. carece
biexa .jestras ciu Tambié°
olado n
hadrían as tipógrafo8-
faltado
Colidueo hubiera (P. , p."5í- E-
nández le monumentos al 9auch° sedenta
a 3OS0s Her imente
Itores para fundamenta a,
ríamos de escu foram fugltiv0S do
OS "gaucbos"
também que ando presas ou
Clarece nômades
apenas Qu pierro *, e qoe nas
ando-se o Martin s
crito segui
rios j tom foi eS auebos1'
da época em Que uniitários, OS "g bis
! exército federa
listas e ostânc ias
3 civis
entre joguetes de circu 'el
guerras í foram
5amiento apo daria
0 local, isto e - 1
que
O caudilho IXsca subi celebro a
3 xam '>HilaTÍ0 bataHaS' >
0 ideológro®5: el faego
de laS
combatiendo
hasta
tórico-
cO temp lado en tando y
I
Piata, can ^ P°
Sardo Ple0ey°’
de Ia télites , Per0
- auctios dei Rx° posas y a SUS vida a
Los 9 Manuel dieron su
"> 3uan
al tirano Quemes, óue comam,
pestrar auchos de los Que
si los g diferentes de dimenta
perguntar
demos án sido muy gente ru i
indepsn dencia, habra Itrajarpn. Fuer°n debe ex
ia que la u cosa que no
Pacundo Quirog3 tria, cerca
dó de ia Pa desemba xcaron
sentimiant0
falto 1 el britânicos u con sen
ria- Les asores para ver
Guando los inv se reu
niron
uniforme,
tra narnos- dei lu9ar
gaúchos iliante
de bri
de Quil»es« 105 gombres altos, p0biacrón
esos Buenos Aires, la
curiós idad a descono cido- en
silla idioma huysr
gabiaban un idades, óue .136).
que ias autor-
aires Cno de Liniars
de Buenos direccion povo
civil baio la que o
eleição
de rechaz ari°s aoòo a
cargaria item, expÜc
janto a este
largarse
E termina , 9U pagos/y
dejat sus
y dolores /Mas' rosU®.
. . 5e*iu» é
* c*. a 18 8 2l'>
argentino fez do tipo "matrero", como sinônimo da posição do in
divíduo que se opõe ao Estado (com maiuscula), assinalando, a
partir de Paul Groussac, "arquétipos" eleitos por outros países
(Robin Hood, na Inglaterra, Grettir o Forte, na Islândia, Billy
the Kid, nos Estados Unidos).
21 A
más vivido que nuestra literatura ha sohado, en un hombre tan v_í
vido y tan complejo que ha sugerido interpretaciones contrariai"
(P., pp.93 e 98). (Aí aparece esta concepção que Borges tem da
arte literária, opcndo-se à teoria de Poe sobre a inteira pro
gramação racional dos efeitos: o resultado supera a intenção
consciente do autor, o que, segundo ele, torna no mínimo parcial
o conceito de "arte comprometida", e apraz-lhe citar, entre ou
tros paradoxos que lê na história literária, os seguintes exemplos, além
do de Hernández que, como vimos, propondo-se a denunciar injus^
tiças sociais do seu tempo, acabou igualmente falando do mal,
do destino, da infelicidade, temas universais da literatura -
Cervantes, que apenas projetou fazer uma sátira dos romances de
cavalaria; Shakespeare, que era empresário, peças populares pa
ra serem encenadas pelos cônicos do seu teatro; Sv/ift, que dei^
xou um livro para crianças - As Viagens de Gulliver um arra
. zoado contra o gênero humano). Na leitura que canoniza a obra
iL_*) :
em nome de um realismo "strictu sensu", Borges denuncia em seu
lU») fundo o preconceito contra a poesia popular, ou melhor, a contra
dição entre mitificação e preconceito: "tachar de artificial o
•L»
UP> de inveraz a la literatura gauchesca porque ésta no es obra de
UF gaúchos, seria pedantesco y ridículo; sin embargo, no hay cult_i
vador de ese genero que no haya sido alguna vez, por su genera
L$
LJf ción o las venideras, acusado de falsedad" (D., p.12), contradjL
ção sintetizada nestas palavras de Ricardo Rojas: "tanto valie
lS
uf ra repudiar el arrullo de la paloma porque no es un madrigal, o
B 215
o "overo rosao M que figura como -a cor do cavalo "parejero"
216
%
V/ social
lo aniqu na>
gonista» (D., contadas 0
U.
P-32). Ou sentadas Por el
" seja, mismo
novela para Sorges Prota
um Pooma épiCo. trata-se
”supersti an-es de uma
Aqui einda,
' e uma " ele aPonta
do Martiin Fier sonvenção- que Para uma
ro. estão na
fl Primeira ée a base da canoniZaçãQ
formal (a
ePopéia, neste Pressuposição da
caso) de un superioridade
tr°s (rem
etendo ~n°s, em seu sênero em
reJ-açã0 aos
ParatiV0 argument ou
entre 8 eP°Péia • ■ tragédia0 contrário,
ao estudo com
na poética);
a sagunda, de »índole qUe Aristóteles
oa 1 to c/e reali7Cu
li vro «"SgJce religioso„ rSllgiosaM,
derivada do
origina nos de livro
C°"eÇ0S 110 •'cio x,x. é sagrado, e que
los Países en e a de cada
que ia hi nação (» cada
storia
gazmente ia y sus
esfera") azares han
deve ter dividido
"clássi eo" ou um livro
"canônico" "muito velho", um
idéia e. Borges •livro
de que tal defende, a esse
eleiçã0 é respeito, a
tes Poises e feita por
elegeram °P°sição,
livros que lst° é, os diferen
de eontrav eneno"; seriam 0 se u outro,
"cada país "uma espécie
que não se Procura ■ser
parece com ele, rePresentado P°r alguém
mas Que pade
tendências desse corrigir
país" (30), 05 erros °u as
Sh a ke sPeare, na por exemplo,
inglat erra, Goethe, na
Port ugal. Cervantes, na Alemanha,
Espanha,
Camões, em
para 8°rges,
0 Martin fierro é
to de impli uma
car o ePopéia aPenas no
destino, sentido ia
nao o é, P°is "ia a aventura e a
legislación valentia, mas a
vencidn de los de la épica rigor
dioses, " metros herói
roes - no es destacada Ic°s, inter
aPÜcabl e aqui"
situación Política
de los hé
ti va e do (D-, P.38).
metro ú nico, ^pesa r aa
c Martin Cicrro é forma narra
isto, na
Primeira
Pessoa, da mentalmente 0 re
experiê
uma vida;
0 Protago
0 mostiar-
o fundamen tal
sendo aí quei.
(.ele se
história, sentimentos
conta a sua seus cdo
nisto caráter e os ao. v r
velax o seu em xeloÇão f eli^’
se, o te -se infeliz'» homem bom e
sente medo, estâncias, de um vedete Ce,
xo, circu a soei
mido PalaS :-,ente Para mente o
Xoxm-vPxe ? um delimdu
gou a soCiol°9ica
fugitiv0 piicando
n0 desertor e no Fierro , ex
«Maxtío doce que «r i v
Borges em El general osotr
diz "ese juicio iensam de n t I u-
nagem, que P1-
caráter do petso parec ernos a 1° refere -se,
nos seguiü 1 I—-
ndemos a Borges nos 4
todos prope fala
que proba tóriop, Fierro
empl°s onde Martin
outros ex dei sen
Entre cantos,
abie ve x dsd t ic
aos pz iíT\eir°s ”es ■ia
misex
estsncias o", i -
tes termos,
taigica
mente de um
tempo" •
deso lada
v ida de laS
de oro due
noso
-
iv
*
dei béroe, edad ptesen
timiento es ia miset rrador, su
Cr J J
«no :
el tiempo de
Rosas", sé ir I
es ia destit^z°n
ibiríamos-, com « o negz°"> n° ü- I »
à bri9a momen
percr
tros
,, (0 • , PP-35 e
35)-, e
sación de
pelear ni a ias »> .1.
te nos taigi® ia sen hecho, simo al 1 t
ni a de un
corresp onde
la ^e moria ainda a c~VJ
tin^o: «no ombros que xinde
3us tifica
c wJ
luces V s p.36) • ambi.
taneos
fierro conto ándola"C° •
do l^r°
, pela «M .
paisano
sua convicçS”
Martin
sobre 0 c
aráter novelístlC° tirada basica
(.esta sinte pugones,
mente na
uma
PC
l
noga^ \
e do perso iificando : Para
deste = um bo
guidade ói), e*emp cen trai e A
bxaidor- her per so nagem
Ca
ambi9aida^e , cujo . para
argent^35 arqu étip°
ori9enS iibertador ( um perso nagem
epopéia das bicero V
>< jus idual, cU^°
justo, caso indi^ r hacía el
tipo
mem de um ación
a bistórra
declim
lixto
Oyueia,
con vi;sible leador con la
«hombre matón V Pe
malvado, un _sivo, fernández,
é um maio, *9re Mace donio
qaucbo
istica mente *
Borges, no fim de
.«orei**500’ ^ expressa humor
como *
. . _io«, ou, 'i enfim o XIX,
policia , (iliás, argur novelos
vengotiv0 lência dos
*n é- A r ialin° nnT exce
imente
mitit
puede txans
que
sin esca4ndalo c°n 988-
definición es l3 *ica que
c0ndice
"esta da V
que nos
el
oTden de placeT
su fecha"•
nista
tinha
(a "es
maltratado
que
ica '
len.
■*y
1
0 P itiG33”1 d0 eis
u cu a ' m podia set qerói, gaúchos". •
3 7
cemotear não todos l°s
da Gueir3 fiexe, do
Ministér 1°
pelo si se Pre leituras
lendo as
gaúcho cdal^i®13 °Martin Fierro s
ê
e
ser "un mito, Pue
de sotees do 5e torna
versão Iduo poe isidoto
indiv1-
a história
de um rafía de fade0 oarTa
mítioa- em "3ioQ entes. 0
dimensão
ietado numa simu Itanea mente P*eS _ «uvro in
prol - estão eado em um
> elas li
Ift.) todas conto foi baS pau lo') um
Cruz" que o São
sagem não
de PaS Coríntios mas capaz de
u dor diz (citando « (”pues cs
dizer todos quer
O sí9de”, OueI tudo Para iones
pervers
-O téria f°de 561 iones Cruz
r*) v ro
"cuja ma etioiones,
vets deTadeo Isidoro
rep istória vai
L^) inago tahleS pierro ft his ández
Martin de Hern
Lfi Itado í mbóli
o não c XXI do P°ema momento s-
"CaotGS”" IX\ -
d contada nos no r elato de um como diz
_ que Meph, elato,
conto de £1 ele é. nor ocura
se condensar , no descobre o Que "C30> dapr
HUf ■ perso nagem e da
infâmia quando
c0 em Qoe o "Oa f ama tidade dá-se
I . ~\-r- no ensaio
(XrriQO cci ’ xevc lação da iden desertor
Martin
Davi vida, cuja
1' \JP de uma ou seja, no
do sentido no outro, rural- A
reconhece lícia
Im t/f sargento da P° independên
Isidoro Cruz se enqu anto guerras da
perseguia _ as entre
Fierro, o Qual século XI* erras
ntina no as QO üandos
deserto",
história da f^3s
% «ponqu ista do "caudild05
a c
gamada volvendo os
licitas, nuc ieadas
cia ? unitários, an imp
listas e ideo logras (que re
federa _ e as Her nández
os indios izacas P°r
« e tí simboir
de "ganchos
idaõe, 7^9
campo/o
na opo siçao
e no fa
Fieiro
Marti0
El
federal!5 como subtítu
ideo logia (que col°c°u’
pres
entava a
stino tinos- "Clivillzaci°n e I lv:
Oomin9°
Fau arge° ideolo «V \ ^
cundo, de „disjunti^a ilumiinista e a
^ 1f£y
fi
lo do 1^°’ Utn2
tando 3 Til°s
ofia
invex
tidamente na *" 1
patie".
Teptesen
xsoni
;ficadas
assim
como « -» i r~
tt
o bar
rogxes sista, Ps QUÍt°9S
) (.32) ) «r í -
liberal e P undo lado, e C I L-‘
gia pioja, FaC por um
e Rojas, v
dil^°
de ta LUgones tudO
isto «T 1 c
gora do cau nCionadas que Fierro,
Martin
ituras jaá me fizexam do "biogxat13
u de um
C l '
as lel outro, tizado na
gyvjela , P° texto bis_ íT I ■ •
CaÜ.*t0 ente e sinte deste con
narr ativa mente PT3S ández, inclu
indo, »barbá c I
está
anto de «ern
empl°’ CT I
do c tavras (por ex estas de
perso nagem as P xópriaS pa Borges tez «= PI°P ^ -I
intelee tual, C I
isitora que dv. versão, isto é>
. tóricO'
e emergíindo da a sua P
xópria c I
rie”'), ime diato e $
liter ário
seu con
texto
a identidade-
e^iü
sobre ética da
um conto
itado em sua P°
opõe si
€C1\
iustamente explic
visão que se
c^v,,
é J uma
conto, Pue apres enta porgiana- e
Oo cci õr ficção C i
Davi ^tiQU Macberev íeZ da quanto
leitura, que pergunta,
áÜse lado da
métrica mente a
à an
icio, Pel° o c onto «—
no i° pergunta ? 3a Que
aberto tanto lado da narrador
um conto pelo tador (o
resp osta. comen
pelo da do ieit°T" ge um lí.
no tim, •»imagem” de outras %■
projeta ao
infinito a
com a exp osição conta, a0
junta mente tória que
ersão tido da his identidade: ^
dá a sua v s pergunta do se° sobre a r
estendendo osta à pergunta
num mo mento, ^
vro, resp ifxado
lado da
Isidoro Cruz, or "es
leitor)', e pei° de ladeo face" , em
destino xópria
o sentido do descobre "sua. P Fierro, des
Martin
ele e o de
instante em Que seu Pai’ dimensão mitica,
m
lá
no reflete o de
nome" , indiviãuo em uma p/Before the
O I ,tou seu r* ^ i ha
*
ponto fun
tanto num
Tocamos aqui P°T tobiogT áf'i
9 88-
de Veats. iduais au
made” indivr
-was 1imites tados em um
VíOtl^ baldo: 05 são proje
de nosso tra indiv
íduos mentos sim icQ.
damen tal tais em mo
disso lvidos porque vidas
r ecor tadas oen
COS são as suas
espaço mítico, e
tempo-
bólicos- ronica e dia iy
Fierro sinc 3,
o Martin ando a divi
lendo estion
Borges , QU
que relativiza e inv enção
podemos dizer a como
textuali*a’ lendo-
mente, con obra 1 í stente,e iS
qXOOÍOS dignificS s iderada pr*3*15
cons
efetiva menre uma Cruz"
representa Isidoro
i niraÇ50 i
ladeo
■
,, e não que ugiogra a esse res
stula
que "P° dela faz e” Aliás,
do termo, » Mar
ersão que thesiano da El
que a v bar Iindas
sen tido últimas
(além
ritura « no que as livro
é "esc destac armos leitura do
tante ar ta ración de
é impor uma
peito, ixansf
No Fierro",
fazem
menção a Muerte y
Estrada, Pue’
tín Oyue ia'), em tíoez
Rojas e Mar de or í.
Lugones Ezequ iel
das de nuevo es til°
Fierro ^-\9AS) , «inaugura3 UO disso
■U0 Martin de Borges, impHca a
lavras tarefa, due impiio3
segundo as Pa esta
cdesco". É a ítica, qu3
|l£) gau entre
arte e cr
arados , que
tica dei poeroa convenc mente sep
limites histórica de ■
| \jh lução dos
entre Qe"-
„Biografia
não só
1 vufí tanto uma mescla
Bcrges se
propôs,
Fierro,
mas no
con
| úcrge tuis Martin endo-os
mente ao riquec
relativa lando, e°
Cruz",
Isidoro «sonhar » v ar
ladeo voltar a utros escr itores.
obra-- de o
junto da sua «sonP°s
erspec tivas, oS que juS.
de novas P literário
realis^0 tida
crítica do vezes repe
üa concepÇ30 tantas
tanto uma histórico a ÜteTa
É por rojeto de que
de P cepção
a deciaraÇ30 tanto a con como a dc
que
tifica nela imentoo
lando -se acontecí
por- Borges história dos 221
tura pode j
esta pode ser produto de um projeto dos homens): "Sarmiento si
gue formulando la alternativa: civilización o barbarie. Ya se sQ
be la elección de los argentinos. Si en lugar de canonizar el
222
s5
S
¥
-\ no livro que leva o mesmo título, e em "Nueva Refutación dei
—V
Em "El Truco", que é uma interpretação'poética da teoria do eter
a ação e o trabalho.
í *
u
Ls 0 outro texto, "Sentirse en Muerte", pode esclarecer-nos sobre
223
dos arrabaldes, distantes do centro de Buenos Aires, nas imedia
r
• 224
I
da significação social da arte, que no contexto da Argentina foi
sinstetizada na enquete "Arte, Arte Pura, Arte Propaganda", ot_
' çanizada pela revista "Contra" (n^ 3), em 1933, à qual Borges c
*
lar de geometria vegetariana ou de gastronomia endecassí laba .•
% Tampouco a arte pela arte é uma solução. Para eludir os enganos
l-
*
desse aforismo, convém distinguir os fins da arte e das excita a
*
* ções que a produzem. Há excitações formais, *id est' artísticas.
1=0
h É bem sabido que a palavra 'azul' em ponta de verso produz aos
* =o IS
poucos a palavra 'abedul' e que esta engendra a palavra 'estam
B-.*!
bul', que logo exige reverbaraçces em 'tul'. Há outros estímulos
n
menos evidentes. Parece fabuloso, mas a política é um deles. Há
L
\
construtores de odes que bebem sua melhor inspiração no Imposto
'- —
I & Único e conceituados sonetistas que não segregam nem um primei^
■ ro hemistíquio sem o Voto Secreto e Obrigatório. Todos já sabem
■ que este é um misterioso universo, mas muito poucos desses o sen
■ ;
P tem" (34). Borges repete esta perspectiva no Prólogo que escre
I veu para a Antologia Poética Argentina (1900-1941), realizad3
|
por ele e Bioy Casares: "interminablemente oigo hablar de poe
j
■
f• tas marxistas, neotomistas, nacionalistas. Em 1831 observo Macau
f J£ lay: 'Hablar de gobiernos esencialmente protestantes o esenciaj^
mente cristianos es como hablar de repostería esencialmente pro
testante o de equitación esencialmente cristiana*. No menos ít_
225
e mostrando as opções dos seus contemporâneos enquanto leitores
- da história da Argentina e aí da história literária -?para in
cluir no conceito todo o mundo exterior, o eu, Deus e a morte
(conforme sintetiza Monegal comentando* El Tamano de Mi Esperan
za), contrariando o projeto de uma regressão a uma Idade de Ou
ro pastoril inexistente no passado e no presente argentinos..
! I '__-
Jf | 1__
Beatriz Sarlo, no ensaio "Na Origem da Cultura Argentina"*, es i«:i ú
clarece as perspectivas intelectuais colocadas para o autor du ^ I I L
rante as décadas de vinte e trinta, remontando ao século XIX, e ■jÍli í
c i I !___éS
a partir das conotações que foram dadas na Argentina a algumas
; I I !
palavras como "deserto", "bárbaro", "tierra adentro", "últimas i L--
povoações". A partir da perspectiva de subsidiar uma história C I I : ’__^
C_J J
intelectual voltada para os problemas culturais, a ensaísta afir
CJ í l
ma, acentuando que não se trata de uma proposição descritiva er-,
_ j ;í ú
mas ideológica, que a cultura letrada argentina nasce de uma ®Hjíi' i
Ê
' II: I I__<F
"sensação de abismo"** e de um "exasperado gesto de
mo". Começa esclarecendo a conotação sócio-política e
voluntaris
cultural
aH
c—
C
i í
4=
<F
111
.
no emprego da palavra "deserto", ao longo do século XIX, referida não só
ao território onde habitavam os índios (a Patagônia) mas ao prc5 I I í__ «
prio meio urbano (comparadas à Europa, Buenos Aires e toda a in c I .Ljf
I «
cipiente nação eram consideradas um "deserto"): chamar de deserto
% • i ■ _•
o espaço ocupado-pelos índios, implica que sua cultura não é re
• * • ■
226
I
conhecida como tal, e, mais ainda, "um despojamento de cultura
nhol (36). )S
ev0lución, a troe.ua
de
Domingo
emanei
?en
1
timos «Sabe qu® ia r
arge ntinas en ei p®.
Sarmiento. victorias a ias
Faustino de l°0rar el País
tinente V itoriamente,
todo el con trans nuestro
par abandono, siquiera Sabe qu8
ia rutina. gau
Cbile, nal V ds
rú y en perso indio, dei
ambició® haberes dei cul^
fuerzas de ,1a l?s
ducirse a itud de Ia
no debe re a ia pl®nl
patr imonio odemos aspi*ar .132 e 133) •
dei esp
anoli dae P alguna" (0., Pp
cbo y exc lusión
cidental, sin século
tura oc colocaram -se no
ntinos
ctuais arqe muda nas P*i
O intele ntina,
estão dae 05 cultura arge carência--
R du fundamento de uma versão da
anto ao em uma nova .seja,
«começam
xix qu éculo XX
ssado, ou
décadas do s de um Pa
tneiras [o Passa
timento de psrda de uma
tradiÇa°
sen e defensores não navia
. falta OU 0 arte mento
-se como P até esse mo
a xedarnaT naucho-l «ua a qual a
o* mundo ectiva, Paia
iollo" - (efe
do "o* Desta dretudo itaU»MS
valor izada" • Sar
sido que f«a“ s° mento” , Pue
í\i> dos
imigrantes
ideoló.lt0 1)0
«povoa
i Pr
esença
lítico- siden te) foi
rojeto po como Pre
tivando o P e iniciou radot esto
person ificou tograma repa
testemunho o P por Dor
miento tacados
nos dá o itores des
tor fundame dos escrr suas Me
(um gentina), em
Man siÜa literária ar
çado P°T
Lucio também uma
tradiÇa0 ti Tenho
0 le?tura da -190*0•
sua êxito-
ges em * ser escritas em^
5 cor oada com
começam a sera
(que confio nacional-
morias tensão qu® a tradiçã°
desta pr® de todo sua ti.
pre
tensão, no não P ereça tanto muda
ajudar a QU® entina, QU®
Consiste em terra arg
tanto nossa 229
forma -se
1 rans
sionomia moral e sua figura física como o aspecto de suas vastas
comarcas em todas as direções. 0 gaúcho' simbólico se vai, ode
f
j*
c
serto se vai, a aldeia desaparece, a locomotiva- silva em vez da
-
i
o
carreta, em uma palavra mudam-nos a língua, apodrece (... )
país"(37). E é neste contexto que Beatriz Sarlo situa os proje
*3
!
j
tina; quanto a Güiraldes ( 1886-1927)'*, diferencia Borges que, en
j
quanto os escritores gauchescos - Ascasubi, Hernández, Eduardo -
C- íí 1
Gutiérrez tinham escolhido "uma das espécies do gênero", ogaú
cho mau, o matreiro, Don Segundo Sombra (publicado em 1926) vai,
através do poema que narra uma relação de amizade entre um ve i
lho tropeiro - que é um gaúcho de paz, tranqüilo, cortês - e um
3
menino, apresentar uma visão idealizada de Buenos Aires da infâri I
cia do autor, deixar entrevista "uma vida bastante agradável na pr£ >
V
víncia de Buenos Aires: as estâncias, o rebanho, alguns episó
1
dios crioulos intercalados"(38). 1
*
*
Esta necessidade de construir um passado vai "culminar" em Bor
_1
ges. Eis a síntese contextual feita em "Na Origem da Cultura Ar
*
gentina": "A imigração abre este ciclo; sua presença, ocupando o
« <
lugar do bárbaro, do 'gaúcho" já desaparecido, cria condiçoes ■ í
* Cujo poema "El Cencerro de Cristal", escrito em 1915, inclui estes versos:
"Pero hoy el gaúcho, vencido,/galopando havia el olvido,/se perdió./ Su
triste anima en pena/se fue una noche serena,/y en la Cruz dei Sur, clava
do,/como despojo sagrado,/lo he yo."
230
I
de possibilidade para que os letrados sintam a necessidade de
buscar, ao mesmo tempo, dois fundamentos: o de uma história ns
cional e o de uma relação com a cultura européia". A resposta de 91
1■ 'H
w imitación es un texto visible, no un laberinto inestimable
proyectos pretéritos c la acatada tentación momentânea de
de
una
í gi
231
facilidad. Bertrand Russell define un objeto externo como um sis
tema circular, irradiante de impresiones posibles; lo mismo pu£
de aseverarse de un texto dadas las repercusiones incalcula
situdes que sufre queda en sus traducciones. Qué son las muchas
de la Ilíada de Chapman a Magnien sino diversas perspectivas de
un hecho móvil sino un largo sorteo experimental de omisiones y
de énfasis? (No hay esencial necesidad de cambiar de idioma, ese * O L
w |
deliberado juego de atención no es imposible dentro de una mis
I L
ma literatura.) Presuponer que toda recombinación de elementos ^ I L
es obligatoriamente inferior a su original, es presuponer que 1£
I
el borrador 9 es obligatoriamente inferior al borrador H - ya ^ I _
que no puede haber sino borradores.. El concepto de texto defin^ c I L
c I
tivo no corresponde sino a la religión o al cansancio".
íc
% i
Beatriz Sarlo alarga a questão da intertextualidade colocada nes
•Hll 1 L
li I L
te texto, ao propor-nos que o leiamos a partir do "tópico de um i
sujeito coletivo", isto é, "a escritura argentina em sua rela ij
i í -
ção com a Europa". Dessa perspectiva, a sombra que vela as "es c
í-l5
crituras diretas" pode ser vista como "a resistência a colocar \3‘
de novo a literatura frente ao vazio cultural" e cujo alimento ! I
vai ser procurado, via tradução, na cultura européia. E aqui che
! í -
c- ! I
gamos às operações específicas do escritor argentino em relação c 1
a essa questão, procedimentos que vão aparecer (mas que demor£
i I
mos a perceber por causa das "máscaras" em que se travestem, de r \
%
pois tirad-as, conforme a análise feita por Monegal, a partir do
conto "Pierre Menard, autor dei Quijote", que é diretamente fan
uI -
tástico) nas histórias de gangsters, piratas, cowboys, negreiros,
ladrões de diferentes épocas (da Idade Média ao século XX) e lu
232
■
f
I
w
gares (América do Norte, Asia, Europa) de História Universal de
-- la Infamia (1935):
1^) A alteração e o "acriollamiento" das histórias em re
*U
91
laç.ão às fontes citadas. Nos prólogos à primeira e à edi
ção de 1954, o autor caracteriza o*estiio e o projeto de^ ic
o
ta sua primeira coletânea de prosa narrativa: o livro é barroco, oe
a_
no sentido para Borges, de que é barroca a arte, ou a etapa .fi
nal de toda arte, quando esta "exibe e dilapida seus meios" - ny
e os vários relatos "não são, não pretendem ser, psicológicos" a,
■i dia Britânica, que relata o caso de uma fraude que envolve usur
3 pagão de personalidade, por Arthur Orton, o qual quis passar por
-S
3
. Roger Charles Tichborne (herdeiro de uma rica família inglesa
—~
r
perso pagem
Bogie’ axqox
8or9eS> dei*0
etsão de o vetda
. Ha v toxna'se a u\ão
ncM>°t"e- citado, áti° e
do PaTa o arti9° entxe o fals iense, ®
toxme ontxo paxisl
COO o ene
COn dáxx° Ha Bxxtaânioa’ in v exno seu
pxoje
plano. taxde de st.xand°
teto do em ut"a fxu
cido?
dá-se onde o er,solaiat)a C I ^
do desaPaie me<J° 8 eS° exa
1UZ. e
fica CO^ a taxde de 3a° txax a
Oxton paxa en
nole BoxgeS’ íanelaS Ódi9° v
xódia de at>xo as 3a hU° pX
to’, na Pa Oxton,
acomp xecon ocio
\a wadxo
oogto, Que
mas
piz° de
«ia luz aüxazo « f aO-) • tico,
fxanQoaon 50 iingüi5
lia^xiento" con\ 91
"acxi° loqoiial,
e,eM>l°s de uagew co paiavtaS
iguns u^a ling além de
íamos 3 i7ado P°T tinas ilias"i
Vel
caxac texx^ e entonaQa°
axgeo
COÍflO
"OXl
con texto axge
ptina, BÜ1
popolateS f ala "dos iexto”-
sões ial na
"xas txeax' ,
expreS 10S
de «odo espec pundo de
tadas upeieax"-
cono diU05"’ axte vaQa el
" cao endl° ^ el ^ en
„apx pexdoxo
.'>roaievoa’' > tPe Kid, maestxo
0 BiUV dxito de ^eva
• Hax XÍQ°°’ dei compa
» e " aig° séc • XVlU'» incoxxeg ibie
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txop eros 3apã° d° » el
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, covjP°V nudo tan . "£l P*° *
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eximo oiaS prang 0UaT U° pacHazo"* <
do o capaZ de tixo ^ on 0eianev >
patán exa espada V le ^dv^axd
sóio on sacó ia qoo "es V\oxxis>
ia T°tre tman" gosepP
senox de idades Mon\< EaS VAaxvtn» aUaS pom
miqül gosepd de i°s
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tústát18 de segunda
ViiHiam _ xeiata a Yoxk, °a
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V\on\< EaS alio 3iexos” a do
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«combates c pistóx^-á a?
aÜaS " e texiot a
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séc. «*’• ^ final da a Guexxa
metade do essão lê- se q^e
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lação a x i.n\6 ixa's
^ 988-
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temas me desde
ce ele mo stxa nas ^al5'
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é> 3 cültura
eoxg£S dedica- se a cen.
loção à el6ptU laimente, ados
ati cons idet
ados o fiei a temas
pUbiic-- itores coasse XQOS » o tanQ0’
s se ~ desco nPac
ao l*i0 de «cowpa diito5"’ de
idos e 0“ase pOaastc
squec o ien fatci0’ oS„V\excado de
cxi itoreS 8 arxaba id^S , obre um
caxros co tiVXO S
«tr.enoxes tos ições r.os escrevei
as insCt resoi^e aUtobiogx atia>
lionga 35 arveio sua
a m^ elege, Pu nos diz em Essa ati
s) e como
i) Buenos Rite tino”, isto
Caxtieg0•
também
ÍS talmente axgec Evax marca
-j ibie"i ente
"tema 1,0 casi e abrang opeus e
uiar Itoosa filmes eux
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-X.;
"VjC P desprec xes enba pexspec
demoexa ática> ivex sai: ndo a
Itox a un ntxaria a no
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-O ' exicanoa Ocampo,
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! noxte-am coas
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Cuentos poi.ic , assiffl C0IV'0 30 não só mo
"tos Mejores leitor - observa-ae
o sec Pu
ibÜc° e ist0 rec oibi
idos, ensaios
ampiioU desco nPaC também nos es
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ir.ente como obras qce
crit°res pt a - au
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itica PeX n9uta« «p S° nuit°s
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livros, oficiai' inticeênciaS
cuUuTa
dos e» seUS
catáiogs da fazem P
arte das terton e *1
Cbes
tão foia ÓP _ e g°8 Stev enson,
encon tram
Quinei > 235»
os due como t>e
i tor,
cantes
pling - são, conforme expressão de George Steiner no mencionado
comentário sobre o universalismo de Borges, escritores de "tipo
tangencial" na história literária. Beatriz Sarlo qualifica tal
atitude de Borges como estratégia de política cultural: "os mar
ginais da cultura européia escolhem nessa cultura textos ' meno ^ I
res i H
t |
•mv i a
^ ir
Em "El Escritor Argentino y la Tradición", o próprio Borges co i
c < i
loca as opções literárias manifestas no seu contexto histórico-
^.i i:
cultural: a perspectiva segundo a qual a fonte, a raiz da tradi_ ^ r j'{
ção argentina seria a poesia gauchesca; a segunda perspectiva,
t, i*
C < |
ao contrário, veria esta fonte na literatura espanhola; e enfim
EÍD __>
a opção que a ele pareceu mais "assombrosa", a que postulava a % i
ausência de qualquer tradição e a necessidade de começar do pon
c j •.
to zero. Lembremos a respeito que nas suas primeiras obras lírjl c I a
236
_ I
-
-
_ los temas europeus, manejarlos sin supersticiones, con una irr£
verencia que puede tener, y ya tiene, consecuencias afortunadas”
I 9i
(D., pp.160 e 161).
/
ic
oe
ny
Dissemos anteriormente que o relato "Sentirse en Muerte" assume a,
■
Hjw
bueno ya no es de nadie, sino de la tradición", perspectiva que, wJ J
já na década anterior, Maurice Blanchot apontou em seu ensaio C I 1:1___-
sobre Borges em Le Livre à Venir, ao enfocar a questão da tradu
c; ici >.
CJ I i.
ção tal como foi colocada em -"Pierre Menard, Autor dei Quijote": e_j J»!:
. contrariamente ao que vemos nas traduções, ou seja, a mesma obra £j<_l ^
em duas linguagens diferentes, em Borges nós temos duas obras
diferentes (o Quixote de Cervantes no século XVII e o de Menard
nos princípios do século XX) na identidade da mesma linguagem.
Este seria o infinito que Borges descobriu na literatura pela
virtude da imaginação, que é a faculdade que fundamentalmente a
constitui, e que, em termos borgianos, significará, entre outras
coisas, repetir a experiência de outros escritores, mantendo-se
\
no entanto no seu lugar presente: "Ser, de alguna manera, Cer
vantes y llegar ao Quijote le pareció menos árduo - por consi
guinte, menos interesante - que seguir siendo Pierre Menard y
238
►
■
è
>
i
llegar al Quijote, a través de las experiencias de Pierre Menara".
i
.• Aí é que se produz a diferença entre as obras que fazem parte
198
i da tradição literária, concebida como diálogo infinito e trans
J
pessoal. Já o prólogo à primeira edição de Historia Universal de icj
per
> la Infamia, salienta esta concepção da leitura: "a veces creo
)
que los buenos lectores son cisnes más tenebrosos y singulares
)
ny
) que los buenos autores", que depois se traduzirá na equação ES
i
a,
CREVER = LER COPIAR = DUPLICAR (modificar, traduzir).
)
)
) Em suma, o que estamos colocando é que, no momento em que Borges ns
)
dialoga com as várias tendências de seu meio em termos de defi
)
N nição de uma literatura nacional, que identificasse o povo ar n
gentino, ele já abre a perspectiva abrangente em que o que é ar A
gentino aparecerá sim, "fatalmente", como ele nos diz, mas den
ii tro de uma concepção revolucionária da literatura que passa pe
la negação do direito de autoria, e que ele vincula ao conceito i
fi
que una vez fraguada una imagen, esta-constituye um bien público. Pa
ra el concepto clásico, la pluraliaad de los hombres y de
pos es acesoria, la liberatura es una sola" ("La Postulación de
tiem 1
í>
t
la Realidad", D., p.70). Portanto, não a imortalidade do poeta,
r-
239
*
'"iet
Suai ha
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L*n0s S"° °° Hi ^as
°b?as
eie de
esPer
ta ( 7 o '-n
icas
bilidades" (publicado em "Sur", em 1931), que era o primeiro tex
to na edição original de Discusión (1932) e que depois foi ex
cluído da coletânea (44). No ponto de partida de seu projeto ro
mântico deste período, o de capturar e expressar a alma e a es
sência de sua terra nativa, em sua procura de uma fala nacional,
de um certo tom argentino de voz (e que ele encontra na "nones
I w~
ta habla criolla de los mayores") em suma de uma forma de iden Ti üz
•tidade nacional, há duas recusas: da visão que os argentinos ti_ •Hü i c
nham do "progresso" e do moderno", a qual, para Borges, implic<a
Ic
t I •
va o desejo de ser "outro", isto é, norte-americano ou europeu; I I
• por outro lado, recusa a perspectiva de retorno às origens, fol_ k I•
\ I c
clórica, para ele, porque a realidade pastoril passada foi mi ti i l
ficada e era inexistente nas circunstâncias presentes. Como dirá ^- ■ i
^ i
depois, em "El Escritor Argentino y la Tradición"(texto de 1952, «H i -
incluído em D.), e de modo surpreendente porque mostra a contra fji
dição em tal perspectiva, "el culto argentino dei color local
^ ' I
es un reciente culto europeo que los nacionalistas deberían r£ i
chazar por foráneo". Na base do nativismo de Borges, encontram- Tl
se ainda dois elementos presentes: a consciência das limitações
do homem urbano ("he padecido la vergüenza • de mi borrosa urb<3
nidad", diz em I.), e a nostalgia de um passado que pertenceu a
seus antepassados: também em Inquisiciones, o autor fala de sua
tristeza ao ouvir uma guitarra e de seu amor pelos pátios inte
riores das velhas casas. Se, portanto, a realidade gauchesca
não existia mais naquele momento, será na experiência dos subúr
bios pobres de Buenos Aires, nas andanças pelos arrabaldes, nas
conversas com antigos "compadritos"(por exemplo, Nicolás Paredes),
e na releitura de escritores do século passado e daqueles ime
diatamente anteriores à sua geração, revisando os textos canôni
242
cos da cultura argentina (Ascasubi, Estanislao dei Campo, José
tán en Europa i ii
(45) .
I
em contraposição, o vínculo com a tradiçao cultural espanhola
$ manifesta-se%na exaltação ou "fruição do fracasso" e nos temas
í
Fierro (.1953)
E1 Martin
nclusão de argentina
hispânica" e a co ultuxa
assimila a c
ma da poesia ercepção que las
confusas
clarece tal P está en
também es Fierro no bravata que en 4 • •
Martin
«El pobre w de protesta y
à hispânica: excesos * i i»
entonación
obroí ni en
los
«rv í
muertes que
torpecen la c
rónica de sus
desdicbas.
versos-, en la ro
Está en la
inocência que
rememora mo
ignota que
dbg * »
amizade, e o
da busca da
amizac*e *rm ? t
de sua pro
ca, o tema
da genero
sidade, da
a
dimensão
fundamental
de dogma
*• Ie■ 1
veio a ser alquer tipo
do leit°x
_ a quel
da recusa de
todo e qu
de "Obra" e, i J
termos crítica da noção
pr ia obra, em desco nfiança uj.
falar de "li
começar pela ferindo sempre
tismo (a Completas' , Pr inda r-
«Obras enquanto leitor
Borges
mais ainda, de do autor déstia,
constituição ildade e mo
de humi
vros »), Pela ntal postura quais
fundame textos, os
tem uma são seus
gador que abertas que sobre eles,
esferas escreve
escrita das lê e
pela ininterruptos para quem indagadores
nvertem em i Arrigucci 3r., de
se co comenta
passam, como
leitores que
a indagados). vistos como ^
Argentinos podem ser
£1 idioma de l°s romântico de ^
o projeto
Dois
textos de superam arrabalL
n
ntárias Ce que dos
fragme a e ssência
realizações
capturar a alma e «Sentirse en t
projeto de em-prosa:
base) do poema-
em um longo
. q nU
■
pelearon", uma
««Hombres
mentamos) e
atitos”, que
«« (o relato que íaí co dois «« compa 1988.
Muarts entre
duelo com faca seu pr imei_
so'ore um veio a ser
narraça0 o que
escritor , ou entre dois ica x
conto do o duelo
rimeiro Rosada" Id"116
é o P Esquina relatada pen.
«Hotnbre de Ia história vivida,
ro conto, transforma na aos
adritos se •anônimo que
famosos comp narrador
nciada por un cometeu PB. ny
«Borges11) Pres~ então
o crime que
enfim a texto duelo, a i
elando no seu negado ao
poucos vai rev havia se
deles, que con
a honra de um duelo, do
xa defender sonagem do
- vexdadeiro per enteses sobre nS
elando-se o breve par
ou cpia,
sej^i rev um
duelo)• Fa?amos "Leyenda P°
narrativa de um imeiramente ? como
“ to da apareceu pr título al
0 texto Fietto", td"110 0 \n
este processo. "Martin Argentinos
evista i
i em 1927, na r £1 idioma de los
licial", pelearon", em o pseu dôni
"Hombres 1933, com
terado Para areceraâ em
desenvo ivida ap tor), n0
f\ versão tataravôs do au
(1928) dos
Bustos (nome • de um ««Hombres de las OrU
Pxancisco título
mo de c0”0 é que
Xnfamia (1935)
__
1
do jornal
sup
lemento Universal de Ia texto,
Historia Heste
las” ,
6f enfim, em Esquina Rosada” p°e
««Hombr e de Ia realizad0
argentino,
jLjfP: recebera4 o título Idioma
enco ntrado o dá título ao li.
ter ensaio que
i- Borges parece chegou no
a conclusão a que não existe
seja, Pue
ticamenre incluído, ou uma
rimeiramente falado com
foi P anhol
vro em qoe nativo mas o esp _ - «« Al
ecificam.ente distinto de voz •
um idioma esp "ambiente
definiÇa0 de
» diferente, em um
eratura edores desta
««temp são esclarec decente en
ensaio .) es
xempios do palabra su ábdito C••
guns e »»La fcrmu
üística: invidiado es
identidade lingu palabra
invidia
en América. La
t jactarse de ia
Espana y denigrauiva y' ãquí
Espana alabras de P°®.
elogio en mayores P
lación de Nuestras Nues
ruin.
nos parece ningun espanol.
demas, ntidas P°r
de los no sen se
abai y Pa!°Pa 245
sía de arr
tro lindo es palabra que se juega entera para elogiar; el de los
f
narnos
246
es una de las confirmaciones de que nos habla" (L.B.A.,op.cit. ,
pp.34 e 33). Porém, se a uma concepção ideológica do que seri^
nascida da 198
a argentinidade, Borges quis opor uma, sem ilusões,
experiência, ele também irá criticar duramente o cidadão médio
•icc
de Buenos Aires. No artigo "Nuestras Imposibilidades", em uma per
1
Finalizaremos este capítulo apontando - para ainda dialogar com
£
as objeções levantadas em seu início - o vínculo de alguns con
tos do escritor com experiências vividas, pois, apesar de atua_l
I
mente não ficarem bem na face universal de Borges traços de cor
local (como diz Arrigucci Jr. iniciando seu texto sobre "Borges
247
r•
obra (Que
vividas e a
iências argen
entre expar
há Telações 11 caído no solo
óbvio: que « ae rolito pro
se disse, um algumas, sem
Borges não é, como apon taremos
referirmo
e destas relações1 ape"aS
tino) , interpreta-las, como ao
explicitá- ias ou obra de Bor_
priamente vida e na
lidade na psica
e da sexua etação
ò vivência
bo amor interpr
nos a
sível de
uma
"Georgie", como
era tT r ^
ges,
a qual é P*s
, aqui, alguns
dados.
_ além da sua
•TiO S
nalítlca
(47). (Apenas duas «mães” tr ! __
criado Por Hngüisticamen *___
casa, foi formado
chamado em sua inglesa _ e
espa
avó paterna língua
sua falava tanto a
própria, P°r casa se aprendeu
códigos _ em sua rimeiro
te em dois última que ele P utartamu
0 é nesta
a inglesa talvez a sua
nhola como resultou
In conflito a falar em pú
de cujo brigado
a escrever ou o
em
companhia de e
stranhos
«tartamudeo”
segundo <- i :*
dez", quando
até os
45 anos,
e antes do
hablaha de Ia
mane ^ J
isto pequeno
blico, e
u cuando era muy palabras"• A
de sua mãe, muchas
completamente
relato
e -desfiguraba blemática:: a mo J
ra mas rara”
"Georgie" parece
ter sido pro
adolescente, cí
iniciação sexual de quando
ele morou C-
também te
este
ga em supor que
orgasmo rápido e
m—
i indicada por seu Pal> q teve um
foi e Georgie
sexuais com ela, sentiu medo -^2
ve relações a partir de então V
O biógrafo Monegal, exp
eriência do
segundo deduz Também a sua
sexual. texto con
perspectiva do ato mostra um
ante a difícil, como
parece ter sido de una Noche":
próprio corpo "Boletín
entre 1924 e 1926, esquele
scrito con piei negra
fessional e
(me digo), Per0 íntima
hombre palpable fluye por la
«Soy un * negra, que
negras sangue instante) esa
bestia
lo negro } encíaS
Me desvisto, soy
(por un
forma separada
V
de .cierta
carne negro •* * inhumana y
furtiva, ahora também parece >
vergonzosa y desnudo ,,(48). Ambígua
es un ser
A a cí mesma, que
de Borges, ^
/Xcevedo
mãs, Leonor 1988.
rslaçs° com sua prazer da etapa do
ter sido a minadoramente , e 0
o soper-protegeo do de Borges, Q^e,
•ica t
sempre existido nc caso
não ter iência do seu Pr° Pen '
espelho (Lacan) P^ece n consc1
ao invés de tomar de ser ou
espelho1 ciência
n0 reflexo do trário, consj.
ao con
ificado, toma sempre foi exfre my
pr io corpo un de sua
mãe (W). Borges
”cons
arr ancado moradas e f3 7
uro corpo inúmeras na
tro, teve
susceptível
às mulberes. Monegal a par_
maroente locura", diz
enarooxaba con conf es
brev emente se róprio Borges
tante y escritor, 0 P
:
imentos da mãe do reproduzida em L’ Her
tir de depoi
:
r Carlos peralta , toda roí\ vida
- entrevista a Pierto qoe
sando oro
tristeza ? n e d e s c u
‘
fir
ierta estaba vien
"con c pensé que
ne - j que una mujer o
otra
una pan
a nSando en mujer, como
he estado pe siempre había una
ciudades, Per0 estar ena
Quizás sea posible
do países y mismo de dedi.
entre el objeto y y° ido ser capaz
talla í. Habría prefer lingüísti
comportarse asi de Ia
morado y n0 tafísica
a disfrutar de ls me vez em 1967,
aos
£ enteramente
carroe pela ;primeira
temas’", casou-se enamorou- se quan
ca, o de otros Millán.de quem
ftstete -se
v iúva Elsa depois; cetd°u
68 anos, com a três anos
desquitou -se
e de quero Monegal, "al f inali.
do tinha 27 : conforme relata litera •
i JF colaboradoras carreca
de inúmeras de su
durante el resto mujares,
de 1940 y de jóvenes
r zar ia década
vería
rodeado por
un grupo
a ayudarle,
i ria, Borges se inteligeocia
y sensibiüíaú
em
dedicar su casou-se
dispuesta s a 0 enfim
a mimarle ,
cuidadosamente,
protejerle y , secr etária, oolaborâ
discípula
1986 com
Maria Kodama
legou seus bens s a
abril de a quero
várias viagens,. esta, de tos
beira de Cifra 05811 e
dora, compan
a «inscripción »* de La SÓ podemos dar o
quem dedica foi dado
que ja
>'Sü podemos dar o sempre foram
Conjurados: coisas que
estão as
Neste livro
s é do outro
que ja 249
suas . Que mistério é uma dedicatória, uma entrega de símbolos".
r
Um dado também importante é que - segundo Borges em seu Ensaio
Autobiográfico - para "Padre" e "Madre" estava implícito, " taci
tamente", que "Georgie" viria a ser um escritor realizando as
sim a vocação frustrada de seu pai, Jorge Guillermo Borges, advo * I I
gado e professor de Psicologia, que chegou a publicar alguns so 1
netos (pós-simbolistas) e a novela histórica El Caudillo; pe£ p\;
r i i
gunta, a respeito, Monegal: "Cuando Georgie dijo a su padre,
que queria ser escritor [conforme a wev_
a p\
^ 1 V
los seis anos de edad
^J I
são de Leonor Acevedo de Borges], estaba asumiendo consciente ^ i _J
i |
mente por primera vez una máscara que había sido heredada o que
rJ'.i
le había sido legada?"(50).)
■HE*
^ 1 I
Em 1934, Borges fez uma viagem para Salto Oriental(fronteira do
^ i 1
‘ i
Uruguai com o Brasil, apenas perceptível em dois lugares onde * a
‘ um rio largo os separava geograficamente), uma região onde era
ainda viva a vida gauchesca - "los cercos de piedra , el ganado
de cuernos largos, los atavios de plata para los caballos, los
gaúchos barbudos, los palenques, los avestruces", e na qual pre
senciou, em um bar, um "capanga" matar um homem bêbado que apro
ximou-se deste (51)-, em visita ao novelista Enrique Amorin(autor
de El Paysano Aguilar, l-ivro que Borges considera superior a Don
Segundo Sombra, de Güiraldes, em termos de um conhecimento mais
efetivo, menos idealizado do "arriero" o trabalhador camponês
argentino), viagem que foi marcante para o escritor, aos 35 anos,
e cujas experiências aparecerão - mas através do método dos 6es_
locamentos nominais, espaciais e temporais, como nos mostra Mo
negai - em pelo mencs cinco contos, na qualidade de detalhes
circunstancias que concretizam e tornam vividas as narrações. Em
250
"Tlôn Uqbar, Orbis Tertius" (publicado inicialmente em "Sur",
-C 1
‘ Rio da Prata, onde Georgie passava o mês de fevereiro na fazenda
Ljet "San Francisco" de um primo de sua mãe, Francisco Haedo) e "El
€ caballo. Esa vida es nueva para él, y a veces atroz, pero ya es^
£ tá en su sangre, porque lo mismo que los hombres de otras nacio
sf nes veneran y presienten el mar, así nosotros (también el hombre
f que entreteje estos símbolos) ansiamos la llanura inagotable que
L-í resuena bajo los cascos". Em "La Otra Muerte" (A.), mais do que
LS referências específicas, trata-se de.recuperar um modo de vida,
a
ao narrar a história, que se passa entre 1904 e 1946, de um
sejo de valentia do "gaúcho" Pedro Damián, cu melhor, de um de
. 251
y.
v7-
sejo de corrigir um ato passado de covardia, em uma batalha no
Uruguai. E enfim em "El Sur" ("La Nación", 1953, e a partir da
ed. de 1956, em Ficciones), além da referência à experiência dos
pampas, que ressalta na atmosfera geral do conto- e no episódio
final de um duelo gratuito, confluem várias referências auto-bio
gráficas: o conflito entre as armas (a ação) e as letras (de am
bos os lados de sua família, há heróis militares que combateram,
e morreram, pela Independência e nas guerras civis da Argentina,
entre estas, contra os caudilhos federalistas Ricardo López Jor_
dán e Juan Manuel Rosas, o escritor confessando seu sentimento
de frustração e nostalgia de tal passado épico e exorcizando-o,
seguindo interpreta o biógráfo, ao tematizá-lo em muitos de seus
textos); o conflito das origens, em termos de antepassados argen
tinos, por parte de sua mãe, e europeus (ingleses), por parte
do pai; na véspera do Natal de 1938 (o ano em que faleceu seu
pai e também em que Leopoldo Lugones suicidou-se) sofreu um gr£
ve acidente ao bater a cabeça em uma janela envidraçada, quando
subia uma escada para buscar uma moça que almoçaria com ele e
I
sua mãe, teve que ser operado e esteve, conforme nos diz em seu
Ensaio Autobiográfico,"durante um mes, sinsaberlo, entre la v_i r I
da y la muerte", em conseqüência de uma septicemia. Em "El Sur"
- ondeo narrador em 3^ pessoa assume a perspectiva do persona r
gem diante dos acontecimentos ocorridos em fevereiro de 1930 -,
Juan Dalhmann tem antepassados europeus (alemães) e argentinos,
entre estes um avô militar que .morreu defendendo a fronteira de
Buenos Aires contra o ataque dos índios (e entre as duas linha li
gens, opta pela "criolla"), era secretário de uma biblioteca mu
nicipal "y se sentia hondamente argentino", e viaja, após ter
saído do hospital em decorrência de um acidente (todos os deta
252
I
lhes do acidente, da cirurgia e da infecção subseqüente são cal^
cados na experiência sofrida por Borges), com uma tradução al^
mã de As 1001 Noites. Monegal assimila ainda a sensação do pro
tagonista (que em sua viagem para o Sul da Argentina, é intim£
do a um duelo com faca e o aceita, apesar de sua “mão torpe" pa pc=
■ ra a esgrima, sabendo que vai morrer) à de Borges durante os
lü * anos da ditadura peronista (T946-1955). iny.
’a~
253
edição (1935) de Historia Universal de la Infamia - "I ofer her
that Kernel of myself that I have saved, somehow - that central
heart that deals not in worlds, traffics not with dreams and is
intouched by time, by joy, by adversities" depois o são a S.
English Poems" (onde "I ofer you" substitui "I ofer her"), in
254
que parece ter vivido o poeta argentino ao longo de sua vida.
1 98t
Os tigres os espelhos, as máscaras, os labirintos que se tov_
jF
F
F
radas y de ocasos visibles. Lo cierto es que me crie en un
dín, detrás de una verja con lanzas, y en una biblioteca de il_i
mitados libros ingleses. Palermo dei cuchillo y de la
jar
guitarra
i
andaba (me aseguran) por las esquinas, pero quienespoblaron mis
F
F mananas y dieron agradable horror a mis noches fueron el bucane
F ro ciego de Stevenson [A Ilha do Tesouro], agonizando bajo las
f y el traidor que abandono a su amigo en
patas de los caballos
í
[Lalla Rookh, an Eastern Romance de Thomas Moore]" (Prólogo da
.1
dant Green (um livro hoje esquecido) [de Edward Bradley] , As Mil c i
e Uma Noites de Burton" (Perfis, op.cit., p.71). (0 quadro das n
■
liam H. Prescott.)
o
■
e trinta na Argentina, ou a consciência crítica da situação su
balterna do intelectual colonizado latino-americano. A respeito,
em entre 1981
são esclarecedoras duas falas de Borges. A primeira,
vista com Ronaltí Christ (1966) e referida a seu sétimo livro en •ica
saístico (53), Historia de la Eternidad ( 1936): "Recuerdo que pu peri
:
257
2
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19?_9 ,
resenhado Santa Juana em El Tamano de Mi Esperanza) e um livro
de onde extraiu vários detalhes de seus contos e poemas sobre temas
argentinos, Historia de la República Argentina de Vicente Pidel
López (56).)
260
sim como uma percepção absolutamente singular do mundo: "Refie^
re Sv/ift que el emperador de Lilliput discernia el movimiento
dei rninutero; Punes discernia continuamente los tranquilos avan 198
ces de la corrupción, de las caries, de la fatiga. Notaba los
:i
progresos de la muerte, de la humedad. Era el solitário y lúcido ípen
espectador de un mundo multiforme, instantâneo y casi intolera
blemente preciso. Babilônia, Londres y Nueva York han abrumado
con feroz esplendor la imaginación de los hombres; nadie, en sus
torres populosas o en sus avenidas urgentes, ha sentido el ca
lor y la presión de una realidade tan infatigable como la que
dia y noche convergia sobre el infeliz Ireneo, en su pobre arra
bal sudamericano".
I
!
Nesses mesmos anos referidos nos dois últimos parágrafos, em que
f—^ Borges sentia-se infeliz e solitário ("epiceno"), exatamente no
i dia em que completava 35 anos - conforme reconstrução do biogra
fo - decidiu (e disistiu de) suicidar-se, com un revólver, no
L>
mesmo hotel de Adrogué que povoava suas lembranças, episódio que
ficou documentado em alguns textos autobiográficos de 1940 e
ÍUF que se transformará no relato "Veinticinco Agosto, 1983" (texto
escrito em 1976, publicado em março de 19S3 em "la Nación" e in
cluído no volume que leva o mesmo título, da já citada coleção
If "La Biblioteca de Babel"); neste'conto onde reaparece o recurso
«o utilizado em "El Otro" (L.A.), "Jorge Luis Borges" que acaba de
o completar 61 anos encontra-se e conversa com seu duplo que com
*
pletou 84, o*qual aguardava o efeito de pílulas mortíferas que
acabara de ingerir.
261
ve um papel decisivo na geração da ficção "Pierre Menard, Autor
dei Quijote" - que pode ser considerado um conto divisor na sua
—
ns
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L^
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J-
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L?
Lí
•3
‘S I
263
NOTAS
garita Guerrero.
6. Em Stam, Robert, 0 Espetáculo Interrompido - Literatura e Cinema
tíe Desmistificação, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1981, p.118. '
198t
da USP.
any
✓ a,
8. As passagens são do ensaio "Después de Ias Metáforas”, em Inqui.
siciones (1925), citadas por Emir Rodríguez Monegal, em Borges
- Una Biografia Literaria, p.158. ns
Fernán
9. Em "El Barroco y el Neobarroco", no vol. org. por César en
dez Moreno , America Latina en Su Literatura, México, Siglo 2Í
Esta
11. Em Borges - Una Biografia Literaria, pp.255-256e 380-382.
"monumental" (conforme a expressão de Umberto Eco) biografia de
_j
-*
' Emir Rodríguez Monegal foi primeiramente editada em 1978, em in
glês, e só em 1987 editada em língua espanhola, pelo Fondo de
i
r
' ■
c
*7 265
I
Çv
13. A citação é de E.R. Monegal, na Biografia cit., p.398. Na ed.
14. Cf. Para uma Teoria da Produção Literária, Lisboa, Estampa, 1971,
pp.239-47. A ed. original francesa do livro é de 1966 e o cap.
publicados anteriormente):
1921/1922'
o Edita, com a colaboração de outros poetas ultraístas (Franci£
co Pifiero Guillermo Juan Borges, Eduardo Gonzales Lanuza, No
rah Lange), a revista "Prisma", que teve dois números publicja
266
cios. Nesta "revista mural" (ilustrada por sua irmãNorah), que
o grupo colava, à noite, em paredes de diferentes partes da ci_
lo ul
1988.
dade de Buenos Aires, Borges assina o primeiro manifesto
I traísta (dez. 1921). rica
I ?pen
um
I5 o Colabora na revista de vanguarda "Inicial", onde escreveu
1923/1974
o Escreve densos prólogos para inúmeras obras publicadas em Sue
nos Aires, trinta e oito reunidos, em 1973, pelo editor Torres
Agüero em Prólogos con Un Prólogo de Prólogos.
192/t/1927
o Colabora na revista de vanguarda "Martin Fierro", dirigida ps
267
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cano Alfonso Reyes (designado embaixador na Argentina em 1927).
Nesta revista Borges publicou muitas críticas de cinema (entre
outros, comenta filmes de John Ford e de Hitc.hcock, "Luzes da
1936/1937
o Lança, com Bioy Casares (sem que seus nomes apareçam no edito
rial), a revista mensal "Destiempo", com seis páginas e forma
argentino
O filósofo
Moreno,
0 Fernández lin
argentin Mastronardi, 0 1988.
na, o poeta do poeta
Carlos
de Borges,
Fernández três livros
Macedonio ilustrou rica
(que o contista
Klee),
güista 0 pintor -se aos de Paul Casares
;pen
assem elhavara e Bioy
e cujos quadros Borges
(com qoem
8 silvina Ocampo Literatura
Fantástica).
Manuel Peyrou,
a Antologia de la any
compilaram em 1940, va,
«Libros y
a página
1936/1939 ilustrada «El tíogar" contem ,ns
evista de autores
o Escreve para biografias
que inclui3 Vida
tícias "De la
tores recentes e no feito
resenhas de livros ensaios e en
porâneos, blicado vários ai
de ai í ter Pu
ler estes textos
Literária" , além Podemos
come ntados. de leituras,
ritores guia
traduções dos esc de um
□ papel
Borges teve Enrique
Sace í
de "El Hogar", °nde Monegal e
RodríguSi
trabalho de Emir Cautivos (Bs.As. ,
graças ao Textos
tologia Monegal,
compuseram a an aiavras de 1
r io- Gari, Que usar 3 S P
oferecem, para crítica « (entre
Tusquets ,1986), Pue
11 qu i z a s
la mejor
presen tación
relação às pu
de su
mentalidad
blicações an
teriores da revis
trando suas
idios
J
inovações em
outras
3 C
rítica impes soai,
descarta
ta, Borges
leitor)•
sincrasias como
Aires" . AÍ PÜ
de Buenos
1946/19*8 Anales
literária "Los lhidos em
El Alsph
gvista
o Dirige s r serão reco
e ensaios que vários
vários contos Cortázar (pubÜca
blica Julio
mquisiciones lança a ajuda de Bioy
e Otras desconhec ido), e com
escritor então atribuindo 3 ay
contos de onde publica
"Museo" serão
seção s (textos qoe
’ Casares diri9e a próprio
alguns textos
inexistentes
tores 271
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aP.Pe^, a Psrtj J^n
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através dos grupos Florida e Boedo, "fui informado por uno de los
conspiradores - eran- Ernesto Palacio, de Florida, Y Roberto Maria.
ni, de Boedo - que yo era ya uno de los guerreros de Florida y
que era demasiado tarde para cambiar. Todo el asunto fue un inven
to. Algunos escritores pertencían ã ambos grupos, como Roberto
Arlt y Nicolás Olivari por ejemplo (...)". Cf. de Borges, em Per
S3ú
e 1
fis - Un Ensasio Autobiográfico, op.cit., a p.99 e as pp.173-174, • i
180 e 183 da Biografia Literaria de Emir Rodríguez Monegal. •n
crv t
\
40.Cf. as pp.231 e 232 da Biografia acima citada, onde aparecem os
£ »'■
dados para a comparação efetuada. Desta história ("El Impostor Iri
verosímel Tom Castro") pode ser inferida a concepção borgiana da
: \
literatura como ficção que institui realidades e do escritor co
"falsificador" ou "hacedor" paródico, como o fez Paul de Man em
■
"Un Maestro Moderno: Jorge Luis Borges", a partir de um outro con _ *
280
i A
\
■o
n ...
Fanny Haslan, em sua casa o idioma falado era tanto o castelha
281
'x
inevitable destino" e em 1976, em uma conferência dada na Unive£
r
sidade de Maine, nos Estados Unidos declarou que seus modelos
43. Cf. Monegal, E.R. Borges - Una B^iografía Literaria, op. cit.,
p. 364.
4A. Este levantamento será efetuado a partir dos resumos feitos por
* .
E.R. Monegal em Borges - Uma Biografia Literaria (op.cit. PP. *.• . s-i.
173, 183-193, 209, 218-220), dado que o autor proibiu a reedição •'
«■
• ■ -■i "
de Inquisiciones, El Tamano de Mi Esperanza e El Idioma de los
i
Argentinos.
I
I
50. Idem, ibidem, p.81.
f
1988
> 51. As descrições fazem parte das notas que Borges'acrescentouà tr£
* írica
dução norte-americana ( 1970) de El Aleph e da entrevista com Ca£
'epen
los Peralta, ML' Eletricité des Mots", em "L^erne", vol.de 1964
dedicado a Borges; cf. Monegal, p.234. 0 levantamento que vem a
any
seguir no parágrafo do texto da dissertação foi baseado nas pp.
.va,
233-237 da Biografia Literaria.
1982) é ins
52. 0 livro Nueve Ensayos Dantescos (Madrid, Espasa Calpe,
uma recopilação (mal feita) de estudos sobre Dante antes publi.
cados por Borges em periódicos, e o autor desautorizou futuras ;en
livro que foi editado em 1983, no Brasil, S.P. , pela Max Limonad.
%
Sobre a vida amorosa de Borges, cf. .as pp. 166-167, 169, 246 - 249,
281 , 372-375 e 431-432 da Biografia Literaria de Emir Rodríguez
Monegal.
• 283
inevitable destino'1 e em 1976, em uma conferência dada na Univer
r
sidade de Maine, nos Estados Unidos, declarou que seus modelos
P- 364.
44. Este levantamento será efetuado a partir dos resumos feitos por
E.R. Monegal em Borges - Uma Biografia Literaria (op.cit., pp.
Argentinos.
45. Cf. Monegal, E.R. Borges - Una Biografia Literaria, p. 186. «r=
tr )
I
46. Idem, ibidem.
c *> I
47. Nas páginas iniciais de sua Biografia Literaria, Monegal sugere $LT
48. Cf. Monegal, E.R., Borges - Lha Biografia Literaria, op. cit. , p .
252.
. 282
50. Idem, ibidem, p.81.
sicos Jackson, vol. 31 1949) que não foi mais publicado. Uma
il livro que foi editado em 1983, no Brasil, S.p. , pela Max Limonad.
%
246 - 249,
Sobre a vida amorosa de Borges, cf. .as pp. 166-167, 169,
uS 281 , 372-375 e 431-432 da Biografia Literaria de Emir Rodríguez
Monegal.
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Ro 12 üe
& n cf ( T866 Barb
usse;
- 1944); Jeao.
s 2 2 9a d 0 fi]-ósof0^
0s ao ensafsta
movimento
simbolista,
Baudelai
)
dos escritores
ligados ao
Asséns, Ramón moviment
Gómez de 0 ultraísta, Rafael
Cãnsino
tas barrocos
Quevedo,
ia Serna e Guili
ermo cjg
Torre, lê
i
Góngora e Gaspar os poe
rnun°, Manuel Villa
Machad o e
0 n°velista
rr°el, MigueI de
Una
tf
resumo f0i
elaborado a Ja (7874 -1947). /
Partir do Este
°P•cit., 0 flutobi ográfic
PP.78-85, e da
0 be Borges,
s/
Monegal, Biografía
°P•cit Literária de Emir «r
pp•103-151, 166 Rodrí guez
e 448-449
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P°4 um P^ema,
do! í? i2a
*0f}*
i ^ (P. Valér
y j adendo
6e» wiííuttT
a um texto de 78:
"L.J PMmUa tem
i PG-^absiOsb
no ccmo
no ccmo á<ne,i
e* 4-c,
p£SiaP2^ ZT"jiUc-1
4ü opotzo*U.” *«■ - « ÍÈ&
n "(...;
(J.L. Borges,
ÍC
ti.
^-^SSsEsã (R.Barthes, em 1963)
0 conhecimento
Proposto na
se por uma arte Üterá
raria de
visada Borges
_P abs°lutame nte oaracteriza-
Bele 2a" de estética do mundo (o i,
MaÜ arme)
e Pela Pacto com a
JP tético. 0 » fervor" Extração
ético do ye uma ética
tera'ri a da leit dssse labor es
agir literário é
f ora em
Borges.
e raiz da
poética ü
S*:
P Em i
inúmeras ocasiões o
c/em declara Que é
estética um interesse de 0r
que Petermi
mas religios uso Que fa2 de
os e fÜoso'fiCOs .idéia s ou de
siste
mórdios vsnguardistas do As expressões
Creiati vas aos
luta", "arte escritor) » Pri_
límpidan9 Poesia esencial”
ção "osrtitumb "arte abso
^allarmaica de fi re de herm
obra Pura". osura",
remetem à „„
desta atitude, Pejamos aqui
mantida ao í uns POUCOS
longo de exemplos
^ória da sua obra.
C l ernidade" 0 ensaíst a de
recusa, "His
tao da trindade: sobretudo como feio,
"Imaginada de 0 dogma cris
9°iPe, su
eoncepción de um
padre,
dos escritores ligados ao movimento ultraista Rafael Cansinos-
Asséns, Ramón Gómez de la Serna e Guillermo de Torre, lê os poe
tas barrocos Quevedo, Góngora e Gaspar Villarroel, Miguel de Una
* 1 ■ ^
V
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1 'í
C ãá'
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c
C—
! Ji U=
Í JLJ
1 .1 J
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t 1U?
CONCLUSÃO
■
Beleza" de Mallarmé) e pela extração de uma ética desse labor es
’ tético. 0 "fervor" ético do agir literário é raiz da poética li.
terária da leitura em Borges.
b
b Em inúmeras ocasiões o escritor declara que é um interesse de or
b.
dem estética que determina o uso que faz de idéias ou de siste
H
*í
un hijo y un espectro, articulados en un solo organismo parece ?T
un caso de teratología intelectual, una deformación que sólo el * r
* !
o . ,
horror de una pesadilla pudo parir" . Em dialogo com Osvaldo Fej:
rari dirá "mas, que importa o sentido na poesia?", "o verso exis^
f Ie
H
. «rir
ií>.
te por conta própria", "Eu trato de evitar o 'feísmo', que me pa
rece horrível, não é?", ilustrando, do ponto de vista da produ
•3
rf
ção poética, o que entende por isso, referindo-se, por exemplo, i«
§ntl
ao significado que tem para ele a palavra sul - "Bem, há outra it
razão que é muito importante, é o fato de que o Sul é um monossí_ r.:
!
labo, e um monossílado tônico (...):, o Sur. Em compensação, se o *1
senhor diz 'el Sud' não, perde força, e há muita gente que diz 1
r-
"Sud". Claro, porque está escrito na fachada da rua Constituición: >
'Ferrocarril Sud', é uma pena, hein? (...)" ou ao emprego c
da palavra Deus no poema "Para Una Versión dei I Ching" (que pro
)
Ioga a tradução que David Vogelmann fez do I Ching para a língua
hispânica): "Sim, mas... há também a necessidade de fabricar um
C: V*
I
soneto (ri), de .concluir de um modo eficaz; a palavra 'Deus' é de
absoluta eficácia. Isso existe também sim"^.
c >
Enganaríamos-nos, no entanto, (assim como podemos nos enganar se
i
não lemos as palavras-bombas contra a entrevista indústria cultu zi
ral e a educação populista na "arte pura" de Mallarmé) se fica 1
mos ao nível das aparências, lendo Borges somente como um exercí^ -
• 288
Hat
i a ria da literatura de Valéry, julgamos, é uma influência borgiana
/
lie que simboliza essa fusão entre razão e paixão. Julgamos também
4 jt que uma pesquisa fecunda, aliás iniciada por Gérard Genette, p£
41 Jfc deria resultar da abordagem das correlações entre a obra de Bo£
jl *
ges e as teorias do poeta simbolista francês. Assinalamos, por
ora, que da consideração desta última obra resultaram alguns dos
I ^
mais importantes e interessantes ensaios borgianos, que comentari
■ ?
»~ do 0 seu "Le Cimetière Marin" Valéry fala em "uma espécie de Éti_
• -
ca da forma", e que, assim como para este descobrindo no nome Leoi
r w
I
9 A sinceridade, a crença nas fábulas contadas, ou, dito de outro
modo no valor intrínseco do trabalho, sem que 0 motivo deste
tv 1 ;N
sejam os resultados ou as conseqüências;
í
r
tk 0 0 fervor ético do agir literário significa sobretudo, e abalan
r: *
289
/
d° ?acU
Caln'ente a
e na hi n°Çào
atóri ciantifista
a da
truti Ut erat
Va d° Pass ura, °bJeti
ad o. "•odi r± V'iC'ade "a o*.
°bra d0 esr . A ciê 0 Pas
^ C r x fL'0p ncia da SaPo f X *ica
Port Qr>ho dúviida 9 leit
ta a o C°0s t u?a
esPago si9ni
da lei ca, ruída em coos
sent a9ã0, itura, Peia to<da í
irj}Q a conc abe?tu
9em, ePÇào de ra ?adi a
ci0 nad o nas inv Ú
e"sai e°Çã0 e cuit cai
ura nà0
p• *27) 0 Puòü C0/770
1Cad° em ri/en çS° d0 rePfe *
Gé*ard 1964
Genette Jé b° toen).
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da >i Ht Cah-iers A/q Sr
erat ura aPont . de 1 'Her mert
1*ttè ava «r-
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II kM 1 "La os,
"Del Culto de los Libros", "De las Alegorias a
292
o Há escritores que "exercem as virtudes e os gozos de ambas ca
bém")7.
■r--
L3
e' sas idéias conjugadas é a de destacar, tanto em suas ficções co
ra-
-*ú
mo em ensaios sobre vários escritores a diferença, a distância,
m
Whitroan, o
Walt
vul9ar^' ilimi 4 Jt
sequer e um epritáfio e e fusivo
livro iástico ;
consta um 0f Grass é org O "outrowhi
Leaves intemp oral",
sível " de universal taciturno-«9 • ,f \ Jt-
mem PoS
mente feliz rvado e c_
tada e negli9ente «casto, rese
literato”, foi vista 1
0 "pobre ponto de
tman", ) de um ) herdeira do caudr \
t propondo -se época
i Hernández da sua yT j1'—=
3ose militar escre vendo o
a instituição 1852), acab0U I
a c riticar
(que durou
de 1829 a
O Martin
Fierro n°72- * i
Ihismo de Rosas
o povo arg
entino,
a negação
do tempo,
con •41c
livro
clássico Para
Borges, apoS
fc; ensaiar
El
tiempo • i
hecho.
0 próprio estoy * t
1879) bstancia de que me
* _, ps un tigre que
,,£l tiempo es la su soy el no,
clui'-
me ar
rebata, Per0 y0
fuego que me consume, per°
es on rio que el tigre; es un desgra
. za pero y° s°y iadamente, es real-, Y°
desttoz», desgrac Isidoro
heróis Tadeu
el fuego: El E os
yo soy " (0.1 • , p.296)- Ficcio
Borges o mori°so(de
memu
ciadamente, soy Funes,
/Xlepb) e
Damián (de El imonar”•
Pedro '«congestão Pu
Cruz e
aríola” ou de
nes> morrem de "v
strução da per
larecer a con
-nos a esc Georgie, durante
egal ajuda
Rodrígoez reterir- se a (quando
Emir de Borges, ao seguinte
da década
sona lidade a partir mundialmente
a Borges, 0 tornou
a década de 1920, andi” Qoe década de
0 "modus oper da
descobre fins
artir dos
o e seritor a "Borges", a p ecendo ubíquo,
cnfj par
viaja
conhecíido) e sonagem «« que
ebendo prêmios
torna- se o ”Per ências, rec
1960, quando conf er "uma
continentes dando §) segundo Monegal
pelos vários uma
máscara que e desco
* r e v e stindo scritor"
enfim, quando
e homenagens cantor *
e exaltada do e oral, um
Simpli^cada scritor
versão torna um e um clás ^
ando se
falado, Qu fervor" " ,
bre- um estilo ouvem com "prévio es
admiradas alguém, um
latéias éculo XX-,
que as P do mesmo s
leitores ■ 29 ^ .
seus
sico Para
obra.
absclutamente vida ®
fundiu
critor que voz,
sua própria
_? encontrar
scritor sessenta e
palavras bo a partir de
Se _ agora nas
assadas, foi a emprego, PS.
décadas P
procura nas arranjar um novo
foi uma __ a de Cané
circunstâncias Biblioteca Miguel
premido pelas demitido da
ter sido -1927, quando
xa sobreviver , após omeçado em
embora tenba c escr i
cegueira, que a leitura e a
em 1943, e 3 total Par£
tornou -se ditados a
oito anos a ser
r tinha vinte e
j quando
seus textos passa»
após
b ta a°s
cinquenta e um
fetivamente
a encontra isto e,
- ele e a timidez e
colaboradores — que a insegurança,
dificuldade público
r'- _ vencendo com devia falar em
tornar-se
>*■
t ■
ciadamente, soy Borges" (O.I., p.256). E os heróis Tadeu Isidoro
Cruz e Pedro Damián (de El Aleph) e Funes, o memorioso^de Ficcio P
za
nes), morrem de "varíola" ou de "congestão pulmonar". t ;
1 !
t
Emir Rodríguez Monegal ajuda-nos a esclarecer a construção da per I
sonalidade literária de Borges, ao referir-se a Georgie, durante i-
«
»
a década de 1920, a Borges, a partir da década seguinte (quando
.ti
o escritor descobre o "modus operandi" que ó tornou mundialmente
conhecido) e enfim, a "Borges", a partir dos fins da década de
1960, quando torna-se o "personagem" que viaja, parecendo ubíquo,
pelos vários continentes, dando conferências, recebendo prêmios
e homenagens,' revestindo uma máscara que é, segundo Monegal "uma
versão simplificada e exaltada do escritor", enfim, quando desco
bre- um estilo falado, quando se torna um escritor oral, um cantor
que as platéias admiradas ouvem com "prévio fervor"; um clás l
a
■
295
te porque era diferente. Su quietud, sus gestos precisos, la mo
notonía de su voz, creaban casi un espacio encantado: un espacio
en el que lo importante era en verdad el texto, cuidadosamente
ditado, cuidadosamente estructurado, y sin embargo siempre ines^
perado. La inmovilidad, el volumen bajo, la concentración casi
fanática en las palabras dichas: todo eso integraba la conferen
cia, sin el histrionismo habitual de los oradores" (Monegal Bi o
296
í
I
t
Poética, publicada pela primeira vez em 1943, vai sendo acrescida
nas sucessivas reedições até a década de 1970. Os textos em pro
t
sa por sua vez, como os escritos para-El Hacedor (1960), tornam-
se mais curtes, mais sintéticos (um exemplo de concisão é a nar
rativa fantástica, cujo argumento é o da inserção do sonho na rea
t; lidade "Las Hojas dei Ciprés", em Los Conjurados) . Só em 1970 apa
recerá um novo volume de contos, El Informe de Brodie, e, em 1975,
c- El Libro dc Arena.
=* .
297 •
e a0s
êr- °it s”ta e
CÍD Co
àn0S:
*°b,t ° P«M,
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172-173’’ op-
cit-, PP- (.1923- 1969) .
Oiscusion (1932), op- poética
Obra de Maria
1. Cf. epílogo; entre vista
cit •
nes Cl«3), °P • igual a Sl ' veinticinc°
'«Borges
Prólogo*, 1973 . K»!»1" 6” u 0 BvJ
cit. 79 e 103*,
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que se condensa a posição do autor acerca das relações possí
■ * l~t
veis entre a mística e a literatura: "De ahí que las certidum 13
:
bres jurídicas de la fe, con sus reparticiones brutales de
I.
condenación y de gloria, no sean menos contraTias a la poesia I t
que un ateísmo ecuánime" (Prólogos, op. cit. p.166) .
valdo Ferrari, op. cit., cf. respectivamente pp. 125, 139, 83,
34 e 115.
segund
é\
r o artigo "El Ulises de Joyce" (reproduzido, .no mesmo ano,
mm
:
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**Wir
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) -
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300
NOTAS
30
Inquisiciones); entre 1936 e 1939, na revista ilustrada "El
p. 90. 1*
sas de Jorge Luis Borges com Osvaldo Ferrari, op. cit.
nk
A posição ambígua de Borges a que nos referimos no texto da
!
—i
• 304 .
pírito), que funde com perfeição a realidade e o sonho, o que
é importante e o que á efêmero na vida cotidiana, que conse
10. Cf. "0 Narrador" no vol. XLVIII da col. "Os Pensadores", ed.
i
' Abril, op. cit., p. 65.
V
s
K
'
' 11. A primeira citação encontra-se em Veinticinco Agosto 1983— y
Otros Cuentos, op. cit. p. 79 (trecho da já citada entrevis
%
'■
ta de Maria Esther Vázquez, realizada em 1973); a segunda e a
*
r> com
terceira, na p. 72 e na Introdução de Borges em Diálogo —
Osvaldo Ferrari (livro já citado* que reproduz trinta diálo
gos travados no decorrer de 1984); e a última, também de 1984,
305
J m
APÊNDICE
306
segurança no que afirma - e que são. a expressão simples de quem
detesta o estilo assertivo e o tom enfático o verbo "poder",
construções em modo potencial ("tambien cabría suponer", 11 P£
dríamos inferir", "esto concordaria"), a proposição de duas ou
mais interpretações plausíveis de um acontecimento, a interca
lação - entre parênteses ou entre vírgulas - de uma advertên
cia que põe junto à oração principal o comentário acerca da sub_
jetividade de toda afirmação humana ou de um' esclarecimento,
como se Borges se desdobrasse em dois indivíduos, um que narra
e outro, vigilante e lúcido, que comenta a obra do primeiro;
—
sintaxe de elementos intercalados,
o Temas centrais: o infinito, o caos, a personalidade, o tempo,
a matéria.
litos.
o Jogo com.os temas d3 filosofia idealista.
Caráter conjetural do discurso, minado pela dúvida.
p Forma de comentário (filológico, erudito intelectual) dos tex
avesso ccm fios labirínticos extraí
dos pela leitura de uma multidão de outros textos, projetando
nia corrosiva) .
g A combinação da ficção e do ensaio. Estes gêneros que a conven
ção literária manteve separados são mesclados na visão peculiar
crítica).
o Temas: argentinos, filosóficos, retóricos; intencionada sele
! ção de temas menores.
%
f.
& George Steiner ("Tigres en el Espejo", em Jorge Luis Borges - El
r critor y la Crítica):
W
o Estratégias do universalismo de Borges: alusões bibliográficas,
•V fraqmentos de filosofia, citações literárias, referências cabja
fs.
—-
lísticas , acrósticos matemáticos e filosóficos; ao falar de tí^
tulos fictícios, referências imaginárias, fólios e escritores
que nunca existiram Borges simplesmente volta a agrupar pa£
■*s
•• tes da realidade para que formem outros mundos possíveis; montai
-Tf
gem erudita e humorística,
A
Guillermo Sucre ("Borges: Marginal, Central", em La Máscara, la
Transparência):
o Os métodos da obra apresentada como uma espécie de palirnpsesto:
o deliberado anacronismo, as simetrias, as alusões, as citações
as glosas, a afirmação de sua [de Borges] "pobreza" (o que é
mais do que um método).
o Tema fundamental (e um dos primeiros de sua obra): o da "pe£ i* m
11 -
sona poética".
tina en Su Literatura):
o Encerrou o engano da autenticidade temática (o pitoresco, a
cor local, o folclore são dados que um homem incorpora sem ne:
cessitíade de erigi-los em programa; liberdade dentro de uma
cia".
311
ser fictícios" (O.I., 68-69). Procedimentos que realizam este
Otra Muerte"). *
II
6 Todo homem é dois homens (idéia panteísta que é eixo de "Los
e
S
Teólogos" e sub-tema de "La Otra Muerte").
e-
o 0 mundo como sonho de Alguém (tema dominante em "Las
Circulares", sub-tema em "La Otra Muerte").
Ruinas
tu
EM
o A lei da causalidade: a história universal é "uma intrincada
e m■ ii
concatenação de causas e efeitos" e "modificar um só fato re «Èr
t \âJ:
im
---- -rv
moto é criar duas histórias universais" (respectivamente temas
de "Deutsches Requiem" e "La Otra Muerte"). e Li
e A vitalidade do esquecimento, a morte por excesso de memória
e n.
(central em "Funes, el Memorioso", sub-tema em "La Otra Muer_ e W.—
te").
e '4B
t 'Jj
o "Uma literatura difere de outra, posterior ou anterior, menos e *f
pelo texto que pela maneira de ser lida" (O.I., 218) (central & %
%
em "Pier.re Menard, Autor dei Quijote", sub-tema em "La Otra
e
e * *
Muerte"). -
o A coragem como a primeira virtude para os argentinos (central e 1
em "Hombre de la Esquina Rosada" e "El Sur", aludido em "La
6; I
Muerte"). e
312
%
o A eternidade: sem constituir o eixo de nenhum conto ("El In
mortal" é antes, uma projeção da noção panteísta) , está im
plicada em muitos deles, sobretudo naqueles cujo tema central
é o tempo: o tempo de Deus ["El Milagre Secreto"], da experiê£
cia humana ["La Forma de la Espada" "El Fin"] , o tempo cícli
co ["Tema dei Traidor y dei Héroe", "El Hombre en el Umbral",
"La Trama"], os tempos simultâneos ["El Jartíín de Senderos que
se Bifurcan"].
pios deste, que entre nós conservou o mesmo nome que em França, seu pais
:■
de origem, lhe foi dado: simbolismo. Chamamos aqui, ao contrário, demode_r
nismo ao movimento literário iniciado logo em seguida ao fim da guerra de
1914-1918 e é comum, embora ccm vários nomes, a toda alatinidade eurcpéia
[por exemplo, o cubismo, o futurismo, o surrealismo] e americana [por exem
pio, o criacionismo chileno, o ultraísmo argentino, o estridentismo mexí
cano]". A respeito das relações entre o movimento "modernista" espanhol e
hispano-amerieano, acrescenta Jorge Luis Borges: "esse movimento surge des
te lado do-Atlântico, não do outro. Quer dizer, Darío, Jaime Freyre, Lugo
nes foram anteriores aos grandes poetas espanhóis a quem inspíFam do outro
lado do mar. (...) Claro que sob a sombra de Hugo eVerlaine.(...) mas o.fato
é.que a poesia francesa recente, a poesia francesa do século XIX, foi re
velada a ales pela América e sebretudo por Rubén Darío" (Cf. Borges em
Diálogo - com Osvaldo Ferrari, op.cit., p.15).
o Reagindo ao luxo verbal do modernismo (Darío, Groussac, Oyuela,
Lugones, Ortega y Gasset, Güiraldes) que, para renovar o esp£
nhol, aligeirá-lo de suas adiposidades retoricistas e povoá-lo
de música e cor, criaram o mito do èstilo, Borges propõe um
3i A
1
B
-
Muerte".*
c
o Mescla coisas que têm consistência e espessura tangíveis com
■Sr
formas quiméricas e fantasmais,
o Cita livros que jamais foram publicados,
o Examina obras que seria fatigante escrever.
c Atribui os trabalhos próprios a autores fingidos (como os en
saios sobre John Wilkins e sobre a corrida de Aquiles e da tar
taruga que aparecem na lista dos escritos de Pierre Menard).
316
. 0t
ii
i leva
"Tlón, Uqbar, Orbls Tertius", ou a mensagem cifrada que
i
à morte do sinólogo Stephen Aibert).
I
■
Aleph").
b
»
Jorge Luis Borges
I
I Modos ou métodos da postulação clássica da realidade ("La Postçj
» lación de la Realidad", Discusión):
r-
o Uma notificação geral dos fatos que importam.
0 Imaginar uma realidade mais complexa que a declarada ao leitor
. e referir suas derivações e efeitos,
o A invenção circunstancial (o desenvolvimento de pormenores 1a_
-
: cônicos de larga projeção).
:
317
* A redução da vida inteira de um homem a duas ou três cenas,
g Os exercícios de prosa narrativa não são não pretendem ser
psicológicos.
318
Elementos formais do conto (Perfis - Um'Ensaio Autobiográfico):
b Economia e um começo, meio e fim claramente determinados.
t
C "**.
-
€ Lenira Marques Covizzi (0 Insólito em Guimarães Rosa e Borges):
o Racionalização da ficção,
o Transfiguração dc ensaio.
c Temática insólita (tempo/matéria/espaço/personagens).
o Resolução insólita (suspensão),
o Gênero insólito (ausência de gênero: texto).
g Acúmulo de disparidades.
o Procura da confirmação do caráter caótico do universo em cada
tema tipo de conhecimento, época, lugar, gênero,
o Desenvolvimento de idéias, conceitos, categorias, isto é, abs
trações; suas narrativas não foram fecundadas e nem se desen
Lfr- da erudição.
o Fuga ao teiurismo tradicional nas literaturas do Novo Mundo,
inserindo-se muito rápida e adequadamente na complexa proble
I #;• mática do século.
I f o Linguagem literária insolitamente "científica".
L3b
i * . í o Ironia.
i*
n Q Atitudes céticas diante de doutrinas apaixonantes pelas quais
R
i
suas produções, mas do literato em todas,
e Perspectiva corriqueira, óbvia, do fantástico - Manual de Zoe)
logía Fantástica.
319
infâmia (o plágio"Pierre Menard" -, a falsa representação -
"Tlõn, Uqbar, Orbis Tertius" , ,fLa Forma de la Espada", "El Tin^
e
torero Enmascarado Hákim de Merv" a espionagem - "El Ja£ ar-p
dín de Senderos que se Bifurcan" -), no qual alguém pretende r
ser o que não é, substitui uma aparência enganosa por seu ser ■
real.
. A estrutura: o escritor apresenta a forma inventada como se
possuísse os atributos da realidade, permitindo assim que es
ta, por sua vez, se reproduza imitativamente em outra imagem
refletida no espelho que toma a pseudo-realidade anterior co_
mo seu ponto de partida* (a isto é levado pela intenção blas^
fema de atribuir a divina categoria de ser a meros entes); o
espelho - um motivo que se encontra em toda a literatura do
Ocidente -, sem deixar de ser a metáfora principal para o es «r:
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tilo, adquire poderes fatais, é um espelho que cria o que irrú
ta (porque cada imagem refletida no espelho da arte é estili£
ticamente superior à anterior, como o tecido tingido é mais bo^ 1MJ
nito que o simples, a tradução deformada mais rica que oorigi_ !: M
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nal, o Quixote de Menard esteticamente mais complexo que o de
Cervantes). m-
i
e ,1!
* Em três passagens de La Prosa Narrativa de Jorge Luis Borges, Jaime Alaz J
raki enuncia esta mesma perspectiva crítica do projeto e do proceder bói
gianos: "Não sabemos que coisa é o universo, mas elaboramos intermináveis" J
esquemas para explicá-lo, logo entendemos o universo segundo estes esque
mas"; "0 plano da ficção ganha aparência de realidade porque sobre ele sê"
constrói uma segunda ficção a partir da primeira; acreditamos na primeira
ficção real (sobretudo quando nela transitam seres como Monegal e Borges)
porque transformou-se no material de uma segunda ficção, reproduzindo~a re
lação realidade-literatura dentro do marco da literatura. EnrTlón, UqbarV
Orbis Tertius" um planeta imaginário é apresentado como real"; "A estrutu
. ra ensaística é parte do propósito desrealizaaor não só porque o fictício
e-
é apresentado como real, mas também pcrque acreditamos ler um ensaio quan
do o que na realidade lemos é um relato fantástico" (cf. pp. 32, 34 e 69)7
322 Gr
• 0 desenlace: triunfo - por sua totalidade oniabarcadora e 0£
denada - e natureza enganosa dos mundos poéticos: o estilo s^e
converte no ato ordenador mas desintegrador que transforma a
I €V unidade empírica espaço-temporal na enumeração de suas partes
•3
c. isoladas; daí a preferência de Borges pela lógica gramatical
paratática e pelo estilo barroco, "o estilo que deliberadamen^
te esgota (ou quer esgotar) suas possibilidades”. Dito de ou^
tro modo: o impulso poético em toda sua duplicidade perversa,
é atributo do homem, assinala o homem como essencialmente hij
mano; Deus não é o arquivilão empenhado em enganar o homem com
uma ilusão de eternidade, mas aparece em cena como o poder da
realidade mesma, na forma de uma morte que demonstra o fraca^
so da poesia, ele está do lado da realidade caótica e o esti_
lo é impotente para vencê-lo.
323
—
"7 O /-'i
radoxalmente, é só através dela que podemos arriscar-nos à com
preensão. Nega a pluralidade como diferença, mas aceita-a co
i
Paul de Man ("Un Maestro Moderno: Jorge Luis Borges", em Jorge
Luis Borges - El Escritor y la Crítica):
'
o 0 tema de seus contos é a criação mesma de um estilo; nisto,
»■
321
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as citações, indicadores exteriores da parodia, podem permi
tir-se a falsidade, podem ser apócrifas.
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BIBLIOGRAFIA*
F-tcçãc
Emecé,
Historia Universal de la Infamia. 11§ ed. Buenos Aires,
1972.
325
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