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Como todos sabemos a sociedade brasileira é constituída por uma grande variedade de etnias

resultante do seu processo histórico de formação. Desta forma, desde o início tornou-se uma
sociedade marcada por desigualdades sociais, educacionais e econômicas e isso ao passar do
tempo ficou ainda mais acentuado prevalecendo até os dias de hoje.

O processo de modernização ocorrido no Brasil se deu de forma incompleta, isto é, ocorreram


mudanças de ordem econômica e matérias, porem mantiveram-se antigas estruturas políticas
e sociais, repetindo, assim, padrões de desigualdade, é comum no pensamento sociológico a
ideia de que o Brasil sofreu um processo de modernização conservadora.

(EXEMPLO DOS ESCRAVOS)

E COMO ISSO SE DEU?

Na primeira metade do século XX as grandes potências mundiais deram grande importância ao


estudo das ciências exatas, investindo-se no desenvolvimento de arrojados projetos
tecnológicos, como resultado houve um progresso cientifico nunca visto antes e diante desse
progresso tudo se transformou em nossa sociedade.

Enquanto as ciências exatas era estudadas as ciências sociais ficaram esquecidas resultando
num descompasso entre as o progresso cientifico e a evolução social.

Desse desequilíbrio resultou que o progresso cientifico, em vez de resolver os problemas


sociais, os agravou ainda mais, perdendo o foco de seu objetivo que é o próprio homem.

1. Criou superpotências capazes de dominar e destruir as demais


2. Deu origem a uma classe extremamente privilegiada em detrimento as demais
3. Gerando novos planos nas desigualdades sociais

Enquanto o homem se empenhava em conquistar a lua, perdia terreno em seu próprio grupo,
permitindo a formação de um clima propicio a luta de classes, choques ideológicos, aumento
da criminalidade. O pais foi ficando cada vez mais capitalista, as desigualdades se acentuaram
e a pobreza era tida com um fenômeno natural.

Desta forma, houve um despertar da consciência para a importância das ciências sociais e a
necessidade de estuda-las, pesquisa-las e desenvolve-las. Por isso, de algum tempo pra cá,
tornou-se obrigatório o estudo dessa ciência em todos os ensinos.

Considerando essa situação, o ensino da sociologia no ensino médio assume papel relevante
para o estudo das condições da sociedade e estimular o estudo das diversas culturas.

A escola inserida nesse contexto sofre influência dos conflitos entre as classes, reproduzindo
os conteúdos e saberes fortemente marcada pelos interesses da classe dominante e não leva
em consideração a vivencia e a realidade dos sujeitos. A matriz curricular das escolas é única e
eurocêntrica ela não se adapta a realidade social.

Porém, isso nos remete a TEORIA DO CAPITAL HUMANO – o que é isso?

Prega que o maior investimento na educação torna o indivíduo mais competente para
concorrer no mercado de trabalho e que sua escolarização pode garantir uma posição melhor
ou uma mobilidade social. Contudo, esta teoria deposita no indivíduo a responsabilidade por
sua condição social. Esta teoria auxilia o capitalismo em seus anseios, formando a mão de obra
útil e necessária com os valores e atitudes que fomentam e ajudam o capitalismo em sua
perpetuação e que no fundo apenas mantém a estrutura existente e aumenta as mazelas
sociais.

Trata-se de subordinar a função social da educação de forma controlada para responder as


demandas do capital. A educação se apresenta com um papel estratégico no contexto
neoliberal, formar o trabalhador para o processo de produção.

A Teoria do Capital Humana oculta a desigualdade e mostra-se útil para mascarar a realidade e
manter a consciência alienada, pois esta teoria tenta explicar e depositar na educação o fator
essencial para a produtividade. No campo da educação, a Teoria do Capital Humano não
mostra seus verdadeiros objetivos, pois se coloca como um fator predominante para o
desenvolvimento econômico. Sendo assim, “uma das funções efetivas da Teoria do Capital
Humano reside não enquanto revela, mas enquanto esconde a verdadeira natureza dos
fenômenos” (FRIGOTTO, 1993, p. 53).

A Teoria do Capital Humano coloca-se como mascaradora, pois, coloca o investimento na


educação como um fator predominante para levar uma pessoa a se desenvolver
financeiramente e a levar o seu país a crescer também. Não queremos dizer que seja ruim o
investimento na educação e que isso não promova uma mobilidade social, o que queremos
ressaltar é que sob a ótica desta teoria a educação é colocada como panacéia para a
sociedade, é vista como atividade que pode e tem a função de sanar todos os problemas
sociais. E fazendo isto, depositando na educação a função de sanar todos os males da
sociedade, os verdadeiros problemas que causam a desigualdade são deixados de lado.

É nesse momento que se entra na problemática de que no Brasil, em seu ensino base, a
história e complexidade dos povos indígenas e da população negra se encontram resumidos à
descoberta do Brasil e ao período da escravidão, não se dava muita importância ao estudo
dessas culturas.

Em 23 de dezembro de 1996 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –


LDBEN – nº 9394/96 que trata da obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-
brasileira e indígena nos estabelecimentos de ensino.

Essa conquista foi resultado de muitas lutas lutas sociais, mas isso não quer dizer que será
eficaz porque existe muitos elementos envolvidos como a capacitação dos professores a cerca
dessa temática, materiais didáticos, estruturas das escolas entre outros fatores.

Diante disso, para mudar essa realidade, foi aprovada em 2003 a lei 10.639 que altera a Lei das
Diretrizes Básicas da Educação – LDB – inserindo a história e cultura afro-brasileiras como
conteúdo obrigatório. Seis anos depois em 2008, a Lei 11.645 inclui também a história e
cultura dos povos indígenas brasileiras.

Essas leis tem como objetivo promover um processo educacional que reconhece e valoriza a
diversidade social brasileira. Nesse sentido, o espaço escolar, assume fundamental
importância para se pensar a realidade “racial” e social brasileira, visto que nosso pais se
caracteriza como um local de intenso convívio entre diferentes grupos sociais e raciais.

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