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Para além disso, o autor usa deste artigo para fazer uma critica a dois dogmas do
empirismo moderno, a saber, a crença em uma distinção fundamental entre
verdades analíticas e sintéticas e o reducionismo, o reducionismo aqui compreendido
como a crença de que todo enunciado com sentido, tomado isoladamente, seria uma
construção lógica sobre termos que fazem referência à experiência imediata e direta. Ao
abandonar tais dogmas, Quine espera que seja obscurecida a fronteira existente entre
metafisica especulativa e ciência natural, além de dar passos rumo ao pragmatismo.
Para garantir as trocas por sinônimos é preciso ter aquilo que garante a
sinonímia, e assim ele tenta primeiro pelo dicionário, ou seja, fundamentar a sinonímia
pelo lexicografo, mas isso cai em uma explicação vista por ele como frágil, pois o
lexicografo só registra casos antecedentes e assim ele não a explica, todavia somente a
registra. Uma segunda possibilidade esboçada e investigada por ele, é relacionada a
definição feita por filósofos e cientistas, onde estes buscam definir algo, e para tal
partem de sinonímias já existentes, como no caso do dicionário, não sendo uma total
analiticidade. Aqui ele define a intersubstitutibilidade, ou melhor a insuficiência desta,
pois não se pode se trocar um termo por um sinônimo sem levar em consideração o
contexto.
Vale a pena ressaltar que ele não queria que fosse eliminado o termo analítico,
mas queria demonstrar que tais argumentos, distintamente do que se tinha em mente não
tem um caráter epistemológico superior em relação as verdades sintéticas. E quer
demonstrar que as verdades podem ser decompostas m dois componentes distintos, o
componente linguístico e componente factual.
Sendo assim, Quine propõe no final de seu artigo um empirismo sem dogmas,
onde a distinção entre as margens da ciência e da metafisica e epistemologia, fica de
certa maneira encoberta, e assim a filosofia pode ser reduzido a ciência e ser definida
como naturalizada. Assim, a conclusão por ele alcançada é a de que sem essa distinção
entre analítico e sintético o pragmatismo é ampliado por completo, e o homem fica com
uma herança cientifica de tudo aquilo já teorizado, e para além disso, sofre um
bombardeio continuo de incitações sensoriais, formando o pragmatismo.
Desta forma não há verdades analíticas que não possam ser modificadas, pois a
seu ver todas as verdades podem ser reavaliadas e modificadas pela novidade trazida
por novas experiencias, e assim nenhuma verdade tem um caráter de universalidade e
necessidade extrema, mas podem ser revistas e alteradas, e desta formas mesmo as
verdades matemáticas e logicas estão sujeitas as mudanças.