Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RIO DE JANEIRO
MANUAL PARA
CONTROLE E PREVENÇÃO DO
TABAGISMO POR
CIRURGIÕES-DENTISTAS
Apoio:
Tammy Martins de Oliveira
Maria Cynésia Medeiros de Barros
Rio de Janeiro
Abóborax Design
2020
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
IBibliografia
SBN 978-65-991610-0-1
20-39442 CDD-617.6
Índices para catálogo sistemático:
MANUAL PARA
CONTROLE E PREVENÇÃO DO
TABAGISMO POR
CIRURGIÕES-DENTISTAS
1ª Edição
Rio de Janeiro
Abóborax Design
2020
Apoio:
CRÉDITOS
O QUE É TABAGISMO? 16
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS 24
INTERFERÊNCIA DO TABAGISMO
NA MATERNIDADE E FERTILIDADE 36
TABAGISMO PASSIVO 38
COVID-19 E TABAGISMO 40
FICHA DE ANAMNESE 50
REFERÊNCIAS 56
O QUE É
TABAGISMO?
SUBSTÂNCIAS
NOCIVAS
PRESENTES E
FORMAS DE
APRESENTAÇÃO
DO TABACO
CIGARRO
Forma industrializada de tabaco enrolado em folha de seda
ou outro material (exceto em folha de tabaco), podendo ou
Ilustração: Luah Figueiredo.
CACHIMBO
Dispositivo feito em madeira ou outro material, utilizado
para fumar. O fumo é colocado em uma das extremidades e
Ilustração: Luah Figueiredo.
CIGARRILHA
Ilustração: Luah Figueiredo.
Pequeno charuto.16
CHARUTO
Enrolado em folha de tabaco e sem filtro, podendo ser arte-
sanal ou industrializado.16 Apesar dos cigarros apresentarem
as mesmas substâncias tóxicas e cancerígenas encontradas
Ilustração: Luah Figueiredo.
CIGARRO DE PALHA
Tabaco enrolado em palha de milho de forma artesanal. 16
Ilustração: Luah Figueiredo.
NARGUILÉ
É um utensílio onde o tabaco é aquecido através de um re-
cipiente com água e tragado através de uma mangueira.16
Ilustração: Luah Figueiredo.
CIGARRO ELETRÔNICO
O cigarro eletrônico é um dispositivo que realiza a queima de
fluido contendo nicotina, aromas e solventes. Seu uso tem au-
Ilustração: Luah Figueiredo.
DADOS
EPIDEMIOLÓGICOS
O tabaco mata mais da metade daqueles que o usam regularmente e no
mundo existem mais de um bilhão de fumantes.33,34 Traz diversos prejuízos à
saúde e é responsável por um grande número de óbitos. (Figura 4)
O tabagismo é considerado uma doença pediátrica - pois
de 70 a 80% dos fumantes começam a fumar antes da ida-
de adulta - e deve fazer parte da atenção global à criança e
adolescente.33 Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria,
a especialidade da pediatria abrange tanto a criança (0 a 12
anos) quanto o adolescente (12 a 18 anos), levando, por isto,
este nome de doença pediátrica.36
É a principal causa de morte evitável no planeta e um dos principais fatores
de risco para doenças crônicas não transmissíveis.37,38,39,40 Aproximadamente
80% dos mais de 1,1 bilhão de fumantes em todo o mundo vivem em países
de baixa e média renda, onde a carga das doenças relacionadas ao tabaco e
morte é mais pesada.41 Deste total de fumantes, cerca de 8 milhões morrem
anualmente devido às doenças tabaco relacionadas.42
No Brasil, pesquisa estimou 156.216 óbitos por do algum tipo de cigarro e 26,2% tinham ao
ano por doenças relacionadas ao tabagismo menos um dos pais fumantes.49
ativo ou passivo. Com tratamento, estes
números podem ser reduzidos: a par- A prevalência de adultos fumantes nas capi-
tir de um semestre de tratamento no tais brasileiras em 2018 variou entre 4,8% e
país, as taxas de cessação do tabagis- 14,4% (Tabela 1). A frequência de adultos fu-
mo variam entre 23,5 e 50,8%.43,44,45,46,47 mantes do sexo masculino foi quase
duas vezes maior (12,1%) quando compa-
Dos brasileiros maiores de idade, rado ao sexo feminino (6,9%). A menor
15% utilizavam, em 2013, produ- frequência de fumantes foi encontrada entre
tos derivados do tabaco (cerca de adultos jovens com menos de 25 anos e adul-
21,9 milhões de indivíduos) e o produ- tos com 65 anos ou mais e esta frequência
to mais utilizado era o cigarro, seguido por diminuía com o aumento da escolaridade. A
outros produtos fumados; os não fumados frequência de fumantes passivos variou en-
eram os menos utilizados.48
tre 4,7% e 12,2% nos domicílios (Tabela 2) e
Em 2015, 18,4% dos estudantes do 9º ano do entre 4,1% e 10,2% (Tabela 3) nos locais de
ensino fundamental já tinham experimenta- trabalho.50
Percentual* de adultos (≥ 18 anos) fumantes, por sexo, segundo as capitais dos estados brasileiros e o Distrito Federal. Vigitel, 2018.
Sexo
Total
Capitais/DF Masculino Feminino
% IC 95% % IC 95% % IC 95%
Aracaju 5,6 3,7 - 7,5 8,4 4,6 - 12,2 3,3 1,9 - 4,7
Belém 4,9 3,5 - 6,3 6,7 4,1 - 9,3 3,4 1,9 - 4,8
Belo Horizonte 10,8 9,0 - 12,6 14,9 11,6 - 18,1 7,4 5,5 - 9,2
Boa Vista 7,2 4,4 - 9,9 9,8 4,6 - 15,1 4,7 2,9 - 6,5
Campo Grande 10,8 8,6 - 13,1 15,6 11,4 - 19,8 6,6 4,8 - 8,4
Cuiabá 7,5 5,9 - 9,0 9,7 7,0 - 12,4 5,4 3,8 - 7,0
Curitiba 11,4 9,3 - 13,5 13,6 10,1 - 17,1 9,5 7,1 - 12,0
Florianópolis 11,2 9,3 - 13,1 15,4 12,0 - 18,7 7,4 5,5 - 9,4
Fortaleza 5,7 4,2 - 7,3 7,5 4,7 - 10,3 4,3 2,7 - 5,8
Goiânia 8,8 6,9 - 10,6 12,6 9,1 - 16,0 5,4 3,7 - 7,2
João Pessoa 7,1 5,1 - 9,2 11,2 7,1 - 15,3 3,8 2,4 - 5,2
Macapá 5,5 3,2 - 7,8 7,1 3,2 - 11,0 4,1 1,6 - 6,5
Maceió 6,9 4,4 - 9,4 11,6 6,5 - 16,8 3,0 1,7 - 4,3
Manaus 6,4 4,2 - 8,6 9,6 5,5 - 13,8 3,4 1,6 - 5,3
Natal 7,2 5,0 - 9,4 11,6 7,3 - 16,0 3,4 2,2 - 4,7
Palmas 6,5 4,5 - 8,5 9,1 5,4 - 12,8 4,1 2,5 - 5,7
Porto Alegre 14,4 11,8 - 16,9 17,3 12,8 - 21,9 11,9 9,2 - 14,6
Porto Velho 8,7 6,2 - 11,1 11,5 7,4 - 15,6 5,6 3,1 - 8,1
Recife 7,2 5,6 - 8,8 10,0 6,9 - 13,0 4,9 3,3 - 6,6
Rio Branco 9,0 5,8 - 12,2 9,6 4,9 - 14,4 8,3 4,0 - 12,6
Rio de Janeiro 10,0 8,0 - 12,0 12,3 8,7 - 15,9 8,2 6,1 - 10,2
Salvador 4,8 3,4 - 6,1 6,5 4,1 - 8,9 3,3 1,9 - 4,8
São Luís 4,8 3,3 - 6,3 7,3 4,5 - 10,1 2,8 1,5 - 4,2
São Paulo 12,5 10,4 - 14,5 15,6 12,0 - 19,2 9,8 7,7 - 11,9
Teresina 5,5 3,8 - 7,1 8,0 4,9 - 11,1 3,4 1,8 - 5,0
Vitória 7,6 6,1 - 9,2 9,5 6,8 - 12,1 6,1 4,3 - 7,9
Distrito Federal 8,3 6,6 - 9,9 11,0 8,1 - 14,0 5,8 4,3 - 7,4
*Percentual ponderado para ajustar a distribuição sociodemográfica da amostra Vigitel à distribuição da população adulta da
cidade projetada para o ano de 2018 (ver Aspectos Metodológicos).
Nota: IC: Intervalo de confiança.
Percentual* de adultos (≥ 18 anos) fumantes passivos no domicílio, por sexo, segundo as capitais dos estados brasileiros e o Distrito
Federal. Vigitel, 2018.
Sexo
Total
Capitais/DF Masculino Feminino
% IC 95% % IC 95% % IC 95%
Aracaju 5,8 4,2 - 7,3 6,6 3,8 - 9,4 5,1 3,5 - 6,7
Belém 7,6 5,5 - 9,7 8,0 4,8 - 11,1 7,3 4,5 - 10,2
Belo Horizonte 10,1 8,3 - 12,0 8,8 6,1 - 11,4 11,3 8,8 - 13,9
Boa Vista 7,2 5,2 - 9,3 5,8 2,9 - 8,7 8,6 5,6 - 11,6
Campo Grande 5,7 4,0 - 7,3 6,3 3,5 - 9,2 5,0 3,1 - 6,9
Cuiabá 7,0 5,3 - 8,8 5,7 3,2 - 8,2 8,3 5,8 - 10,7
Curitiba 5,7 4,2 - 7,2 5,6 3,2 - 8,0 5,8 3,9 - 7,7
Florianópolis 5,7 4,3 - 7,2 5,6 3,4 - 7,7 5,9 4,0 - 7,9
Fortaleza 8,3 6,3 - 10,4 8,5 5,1 - 11,9 8,2 5,7 - 10,6
Goiânia 7,1 5,4 - 8,8 5,6 3,2 - 7,9 8,5 6,1 - 10,9
João Pessoa 8,7 6,6 - 10,7 8,7 5,3 - 12,1 8,6 6,1 - 11,1
Macapá 11,8 8,8 - 14,8 14,6 9,3 - 19,9 9,3 6,2 - 12,3
Maceió 6,8 4,9 - 8,7 2,5 1,0 - 3,9 10,3 7,1 - 13,4
Manaus 7,0 4,6 - 9,3 6,4 3,0 - 9,7 7,5 4,2 - 10,9
Natal 7,1 5,4 - 8,8 5,6 3,3 - 7,9 8,3 5,8 - 10,8
Palmas 4,7 3,4 - 6,1 5,0 2,9 - 7,1 4,4 2,7 - 6,2
Porto Alegre 6,5 4,6 - 8,3 5,7 3,0 - 8,5 7,1 4,6 - 9,6
Porto Velho 9,5 6,8 - 12,2 9,6 5,3 - 14,0 9,4 6,4 - 12,3
Recife 10,1 8,1 - 12,1 10,4 7,1 - 13,8 9,9 7,5 - 12,3
Rio Branco 12,2 8,2 - 16,2 13,4 6,2 - 20,6 11,0 7,2 - 14,9
Rio de Janeiro 8,7 6,7 - 10,7 10,9 7,4 - 14,4 6,8 4,7 - 8,9
Salvador 6,0 4,6 - 7,5 5,0 2,9 - 7,1 6,9 4,9 - 8,9
São Luís 6,2 4,5 - 7,8 6,3 3,4 - 9,1 6,1 4,2 - 8,0
São Paulo 6,8 5,3 - 8,3 7,3 4,8 - 9,8 6,4 4,5 - 8,2
Teresina 8,7 6,7 - 10,8 9,9 6,4 - 13,5 7,8 5,4 - 10,1
Vitória 6,6 4,9 - 8,2 6,6 3,9 - 9,3 6,5 4,5 - 8,6
Distrito Federal 7,9 6,2 - 9,7 7,4 5,0 - 9,8 8,4 6,0 - 10,8
*Percentual ponderado para ajustar a distribuição sociodemográfica da amostra Vigitel à distribuição da população adulta da
cidade projetada para o ano de 2018 (ver Aspectos Metodológicos).
Nota: IC: Intervalo de confiança.
Percentual* de adultos (≥ 18 anos) fumantes passivos no local de trabalho, por sexo, segundo as capitais dos estados brasileiros e o
Distrito Federal. Vigitel, 2018.
Sexo
Total
Capitais/DF Masculino Feminino
% IC 95% % IC 95% % IC 95%
Aracaju 5,1 3,7 - 6,5 8,1 5,4 - 10,9 2,7 1,5 - 3,9
Belém 7,9 5,9 - 10,0 12,8 8,7 - 16,9 3,8 2,5 - 5,1
Belo Horizonte 7,6 6,0 - 9,2 9,1 6,5 - 11,6 6,4 4,5 - 8,3
Boa Vista 6,2 4,3 - 8,0 9,0 5,6 - 12,3 3,6 1,8 - 5,4
Campo Grande 6,7 4,9 - 8,4 10,5 7,3 - 13,6 3,3 1,6 - 4,9
Cuiabá 7,7 5,9 - 9,4 10,4 7,6 - 13,2 5,2 3,1 - 7,3
Curitiba 5,5 4,1 - 7,0 7,9 5,2 - 10,5 3,5 2,1 - 4,9
Florianópolis 4,4 3,2 - 5,7 6,2 3,9 - 8,4 2,9 1,6 - 4,1
Fortaleza 5,5 4,0 - 7,0 9,0 6,1 - 11,9 2,5 1,2 - 3,8
Goiânia 6,3 4,7 - 7,8 9,8 6,8 - 12,7 3,2 1,9 - 4,5
João Pessoa 7,2 5,2 - 9,1 11,2 7,5 - 14,8 3,9 2,1 - 5,6
Macapá 6,6 4,2 - 9,0 8,6 4,3 - 13,0 4,7 2,5 - 6,9
Maceió 7,6 5,1 - 10,1 12,6 7,5 - 17,7 3,6 2,0 - 5,2
Manaus 5,5 3,8 - 7,1 7,0 4,0 - 10,0 4,0 2,3 - 5,7
Natal 6,5 5,0 - 8,1 9,4 6,8 - 12,0 4,1 2,4 - 5,8
Palmas 4,4 3,0 - 5,9 7,2 4,5 - 9,9 1,9 0,7 - 3,1
Porto Alegre 5,5 3,8 - 7,2 7,1 4,1 - 10,2 4,2 2,4 - 5,9
Porto Velho 8,0 5,7 - 10,3 12,0 7,9 - 16,1 3,7 2,2 - 5,3
Recife 9,1 7,0 - 11,2 15,2 11,1 - 19,2 4,2 2,5 - 5,8
Rio Branco 10,2 6,3 - 14,1 15,5 8,0 - 22,9 5,4 3,1 - 7,6
Rio de Janeiro 7,2 5,4 - 9,0 11,8 8,4 - 15,2 3,3 1,8 - 4,7
Salvador 5,7 4,3 - 7,0 7,7 5,2 - 10,2 3,9 2,5 - 5,4
São Luís 7,2 5,1 - 9,3 12,3 8,0 - 16,5 3,1 1,9 - 4,4
São Paulo 6,7 5,3 - 8,1 10,3 7,7 - 12,8 3,6 2,3 - 5,0
Teresina 9,1 6,5 - 11,7 14,5 9,4 - 19,7 4,6 2,9 - 6,4
Vitória 4,1 2,8 - 5,3 5,9 3,5 - 8,2 2,5 1,2 - 3,8
Distrito Federal 8,8 6,9 - 10,7 12,1 8,7 - 15,6 5,9 4,0 - 7,8
*Percentual ponderado para ajustar a distribuição sociodemográfica da amostra Vigitel à distribuição da população adulta da
cidade projetada para o ano de 2018 (ver Aspectos Metodológicos).
Nota: IC: Intervalo de confiança.
Estima-se que em 2018, no Brasil, foram periodontal que variava entre “moderada a
detectados 14,7 mil casos de tumor na ca- grave”, que também apresenta o tabagismo
vidade oral (11,2 mil em indivíduos do sexo como um dos principais fatores de risco, de-
masculino), que tem como o fumo um dos monstrando uma prevalência de 15,3% no
principais fatores de risco.51 Já a doença Brasil em 2010.52
DOENÇAS TABACO
RELACIONADAS
Foto: elements.envato.com
DOENÇAS, LESÕES
E CARACTERÍSTICAS
CLÍNICAS TABACO-
RELACIONADAS NA
CAVIDADE ORAL
O uso do tabaco pode gerar diversas alterações -benignas ou
malignas- na cavidade oral, como:
HALITOSE
Comum em usuários crônicos de tabaco e existe uma prová-
vel relação dose-resposta entre a halitose e a quantidade de
cigarros fumados.32,56
LÍNGUA PILOSA
ESTOMATITE NICOTÍNICA
LEUCOPLASIA
DOENÇA PERIODONTAL
O tabaco atua com o um fator de risco para as doenças pe-
riodontais. Os pacientes tabagistas perdem mais tecido de
suporte e são mais propensos às perdas dentárias. (Figura
9; Figura 10) A fumaça do tabaco estimula a secreção de
citocinas e enzimas inflamatórias com potencial de destrui-
ção e compromete as respostas imunes inatas iniciais, res-
posta dos neutrófilos, dos anticorpos e respostas imunes
celulares.66 Parece haver modulação da função local dos
osteoblastos pela nicotina.67 Apesar disso, os periodontopa-
tógenos parecem ser semelhantes entre os fumantes e não
fumantes com doença periodontal.68
O tabaco diminui a função de reparação do periodonto por
fibroblastos, osteoblastos e cementoblastos, o que leva a
uma maior incidência e gravidade da doença periodontal e a
piores resultados após o tratamento, sendo ele não invasivo
ou cirúrgico, como raspagem, raspagem aberta, enxertos/
procedimentos regenerativos, instalação de implantes os-
seointegráveis e cirurgias plásticas. A cessação traz benefí-
cios aos tecidos periodontais, à progressão da doença e aos
resultados dos tratamentos.66
INTERFERÊNCIA
DO TABAGISMO
NA MATERNIDADE
E FERTILIDADE
MATERNIDADE
O tabagismo materno está associado ao risco de natimortos, parto prematuro,
sangramentos tardios na gravidez, descolamento da placenta e ruptura prematu-
ra da membrana.78,79,80 O fumo durante a gestação também é relacio-
nado a um menor peso, menor comprimento, menor perímetro
encefálico e pode comprometer o desenvolvimento do pulmão e
das pequenas vias aéreas do bebê.81,82
Níveis elevados de monóxido de carbono podem levar à hipoxemia crônica
do feto e o nível elevado de cotinina pode contribuir para aborto espontâ-
neo ou parto prematuro.38,84
Os efeitos do tabaco podem, ainda, ser passados através das gerações de
forma inter ou transgeracional, aumentando o risco de asma. Além do con-
sumo de cigarros aumentar o risco de asma no bebê de uma gestante taba-
gista, o fumo da avó durante a gravidez da mãe é capaz de aumentar o risco
de asma no neto, independente da mãe ser fumante.85
O cigarro também pode gerar efeitos negativos sobre a saúde da mãe. Fumar du-
rante a gravidez pode aumentar a probabilidade de ter trombose venosa profun-
da, acidente vascular cerebral, embolia pulmonar, infarto do miocárdio, influen-
za/pneumonia, bronquite, asma, úlceras gastrointestinais e gravidez ectópica.86
Algumas gestantes podem omitir ou não fornecer informações verdadeiras a
respeito do tabagismo devido à pressão que sofrem decorrente do reconheci-
mento dos malefícios causados pelo tabaco.87 No entanto, as taxas de suces-
so dos programas de cessação são três vezes maiores no grupo de gestantes,
mostrando que as consultas durante a gestação podem ser uma ótima opor-
tunidade para intervenções relacionadas à interrupção do tabagismo.88,89
A nicotina apresenta meia vida curta no leite materno (aproximadamente de
uma hora e meia) e sua concentração não depende apenas da frequência do
fumo, mas do tempo entre o último cigarro fumado e o momento da ama-
mentação. Mães fumantes devem aguardar cerca de duas horas após fumar
para amamentar.90
FERTILIDADE
Nas mulheres, o tabagismo ativo ou a exposição ao tabagismo passivo po-
dem aumentar o risco de infertilidade e menopausa antes dos 50 anos. Nos
homens, o tabagismo é associado a uma menor contagem de espermatozoi-
des e a um aumento no número de defeitos morfológicos dos mesmos.91,92,93
O tabagismo pode ser também um fator de risco para a disfunção erétil exis-
tindo uma relação dose-resposta: quanto maior a quantidade de cigarros
fumados e maior a duração do vício, maior o risco do desenvolvimento da
disfunção. A cessação do tabagismo pode levar à recuperação da função
erétil se a exposição ao fumo durante a vida tiver sido limitada.94
Foto: nd3000 - elements.envato.com
TABAGISMO
PASSIVO
O tabagismo passivo é caracterizado pela inalação da fumaça de produtos
derivados do tabaco por terceiros.95 Dos adultos não fumantes, aproximada-
mente metade são expostos à fumaça do cigarro; dos jovens, cerca de um
terço.7,34
A fumaça inalada pelos fumantes passivos tem, em média, três vezes mais
nicotina e monóxido de carbono do que a inalada pelo fumante ativo e até
50 vezes mais substâncias cancerígenas.96
O tabagismo passivo domiciliar aumenta a probabilidade dos jovens resi-
dentes no domicílio também se tornarem fumantes, das crianças desenvol-
verem doenças das vias aéreas, de haver menor ganho de peso e estatura e
menor comprometimento nas atividades escolares.95,97,98
COVID-19 E
TABAGISMO
COVID-19 é a doença causada pelo vírus de alta transmissibilidade SAR-
S-CoV-2 (Figura 12), capaz de provocar uma síndrome respiratória aguda.
A pandemia iniciou em Wuhan, na China, e rapidamente se espalhou pelo
mundo. Os fumantes tendem a ter pior evolução do quadro, resultados ad-
versos e maior índice de morte.99
O tabagismo é caracterizado pela inalação e movimentos repetitivos mão-
-boca, que são desaconselhados visando evitar a contaminação viral e a qua-
rentena pode aumentar a exposição dos familiares ao tabagismo passivo.99
Fatores de risco de gravidade do COVID-19 (como os distúrbios pulmonares,
cardiovasculares e diabetes) são mais frequentes em fumantes, o que refor-
ça, mais uma vez, a importância da cessação.100,101,102
Foto: elements.envato.com
TIPOS DE
ABORDAGENS
DO TABAGISMO
A cessação do fumo traz diversos benefícios à saúde.10 (Figura 13) Ações de
promoção da saúde incluem também trabalhar com abordagens sobre os
fatores de risco ou de proteção simultâneos tanto para doenças da cavida-
de bucal quanto para outros agravos (diabetes mellitus, hipertensão arterial
sistêmica, obesidade, trauma e câncer). O controle de um número peque-
no de fatores de risco pode ter grande impacto em um número expressivo
de doenças, e a um custo menor que abordagens para doenças específicas.
Uma economia considerável pode ser feita por meio do trabalho coordena-
do e interprofissional.104,105
Com abordagens que podem variar desde a conversa sobre os malefícios cau-
sados pelo fumo e benefícios da cessação até o encaminhamento para os mé-
dicos – os únicos autorizados a prescrever as medicações do tratamento do
tabagismo, o dentista pode ajudar seus pacientes a pararem de fumar, evitar
que outros comecem e tratar os danos causados pelo tabaco à cavidade bucal.
Figura 13. Dia Mundial sem Tabaco. Fonte: Prefeitura de São Paulo.106
Foto: elements.envato.com
CUSTOS
ATRIBUÍVEIS
AO
TABAGISMO
No Brasil, 82% dos casos de câncer de pulmão são atribuíveis
ao tabagismo. Em 2006, o tratamento desta, que é uma das principais
doenças relacionadas ao tabaco, teve um custo significativamente mais alto
para o tratamento em hospital público do que o custo para parar de fumar
do Programa de Tratamento do Tabagismo.119
No Brasil, estima-se 156.216 mortes anuais, ou seja, 428 mortes por dia são
atribuídas ao tabagismo, o que corresponde a 12,6% das mortes que ocor-
rem no país (Figura 14). Deste total, 34.999 mortes são por doenças cardí-
acas, 23.762 por câncer de pulmão e 10.812 por acidente vascular cerebral
(AVC). O tabagismo também é responsável por 59.509 casos de AVC, 73.500
novos diagnósticos de câncer e 378.594 pessoas adoecem devido à doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) anualmente (Figura 15). 120
Figura 14. Mortes atribuíveis ao tabagismo. 120 Figura 15. Adoecimentos atribuíveis ao tabagismo. 120
A magnitude deste fator de risco é medida nos custos que ele gera para o
país e que somam 56,9 bilhões de reais ao ano, dos quais, 39,4 bilhões de
reais são referentes aos custos médicos e 17,5 bilhões de reais aos custos por
perda de produtividade. Este montante representa 1% do Produto Interno
Bruto (PIB) e a arrecadação de impostos sobre a venda de cigarros cobre
apenas 23% das perdas geradas pelo tabagismo para o país (Figura 16). 120
X X = R$
365 MAÇOS/ANO 548 MAÇOS/ANO 730 MAÇOS/ANO 913 MAÇOS/ANO 1095 MAÇOS/ANO
Figura 17. Fórmula para calcular valor gasto com cigarros. 121
FICHA DE
ANAMNESE
A ficha de anamnese é um importante registro e fonte de informações a
respeito do histórico de saúde do paciente, como uso de medicamentos,
alergias, tratamentos médicos realizados e/ou em andamento, doenças pré-
-existentes, etc. Para pacientes tabagistas há perguntas importantes que
devem ser incluídas e não estão presentes na maioria dos prontuários utili-
zados nos consultórios. É fundamental coletar informações sobre a história
tabágica do paciente, que irão nortear a abordagem do profissional.
Na ficha complementar à anamnese do paciente tabagista deve conter da-
dos sobre tentativas anteriores para parar de fumar, métodos utilizados –
farmacológicos ou não, motivo do insucesso, entre outros. Com base nestas
informações e na avaliação geral do paciente, pode ser desenvolvido um
plano de ação que, na grande maioria dos casos, irá incluir o encaminha-
mento do paciente para o médico para um tratamento multiprofissional.122
Existem diversas formas para avaliar o grau de dependência à nicotina e
uma das mais utilizadas é o Teste (ou Escala) de Fagerström. Seis questões
compõem a Escala e a pontuação pode variar entre 0 e 10 pontos: quanto
maior a pontuação, maior o grau de dependência.123
Segue a proposta de um modelo complementar para a ficha de anamne-
se de pacientes tabagistas.
c TENTOU POR CONTA PRÓPRIA OU COM AJUDA DE ALGUM PROFISSIONAL DA ÁREA DA SAÚDE? QUAL?
QUEM?
OBSERVAÇÕES:
EM ATÉ 5 MINUTOS 3
DE 6 A 30 MINUTOS 2
APÓS QUANTO TEMPO, LOGO DEPOIS DE ACORDAR, VOCÊ FUMA O 1º
CIGARRO?
DE 31 A 60 MINUTOS 1
APÓS 60 MINUTOS 0
SIM 1
ACHA DIFÍCIL ABSTER-SE DE FUMAR EM LOCAIS ONDE SÃO PROIBIDOS?
NÃO 0
O PRIMEIRO DA MANHÃ 1
QUAL DOS CIGARROS FUMADOS DURANTE O DIA LHE PROPORCIONA MAIS
PRAZER?
QUALQUER OUTRO 0
10 OU MENOS 0
DE 11 A 20 1
EM MÉDIA, QUANTOS CIGARROS VOCÊ FUMA POR DIA?
DE 21 A 30 2
MAIS DE 31 3
SIM 1
VOCÊ FUMA COM MAIOR FREQUÊNCIA NO PERÍODO DA MANHÃ?
NÃO 0
SIM 1
VOCÊ FUMA MESMO DOENTE, QUANDO PRECISA FICAR NA CAMA A MAIOR
PARTE DO DIA?
NÃO 0
TOTAL:
Foto: elements.envato.com
IMPORTÂNCIA
DO CIRURGIÃO
DENTISTA NA
PREVENÇÃO E
CONTROLE DO
TABAGISMO
REFERÊNCIAS
3. ROSE, JE al. PET studies of the influences of nicotine on neural systems in cigarette smokers.
Am J Psychiatry 2003; 160: 232-33.
4. ROMERO, LC; SILVA, VLC. 23 Anos de Controle do Tabaco no Brasil: a Atualidade do Programa
Nacional de Combate ao Fumo de 1988. Revista Brasileira de Cancerologia, Rio de Janeiro, v.
3, n. 57, p.305-314, 2011.
5. PORTES, LH et al. Trajetória da política de controle do tabaco no Brasil de 1986 a 2016. Cad.
Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 34, n. 2, e00017317, 2018.
6. COSTA, SCR et al. Revisão bibliográfica: políticas públicas do tabagismo no brasil. Jornal de
Ciências da Saúde do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, [s.l.], v. 1, n. 2,
p.97104, 13 ago. 2018.
9. WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION (Genebra). Parties to the WHO Framework Convention
on Tobacco Control. Disponível em: <https://www.who.int/fctc/signatories_parties/en/>. Aces-
so em: 18 nov. 2019.
13. INCA. Tabagismo: um grave problema de saúde pública. Rio de Janeiro: Inca, 2007.
15. U.S. Department of Health and Human Services. A Report of the Surgeon General: How Tobacco
Smoke Causes Disease: What It Means to You. Atlanta: U.S. Department of Health and Human
Services, Centers for Disease Control and Prevention, National Center for Chronic Disease Pre-
vention and Health Promotion, Office on Smoking and Health, 2010.
17. IRIBARREN, C ET AL. Effect of cigar smoking on the risk of cardiovascular disease, chronic
obstructive pulmonary disease, and cancer in men. N Engl J Med. 1999 Jun 10;340(23):1773-
80.
18. VIEGAS, CAA. Formas não habituais de uso do tabaco. J. bras. pneumol., São Paulo , v. 34, n.
12, p. 1069-1073, Dec. 2008 .
19. BALBANI, APS; MONTOVANI, JC. Métodos para abandono do tabagismo e tratamento da de-
pendência da nicotina. Revista Brasileira Otorrinolaringologia, São Paulo, v. 71, n. 6, p. 820-827,
dez. 2005.
21. SHIHADEH, A; SALEH, R. Polycyclic aromatic hydrocarbons, carbono monoxide, ‘tar’, and
nicotine in the mainstream smoke aerossol of the narghile water pipe. Food and Chemical
Toxicology, 43, 655-661, 005.
22. Maziak W. The waterpipe: time for action. Addict Abingdon Engl. 2008 Nov;103(11):1763-7.
23. INCA. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Atitudes e crenças, In: Narguilé:
o que sabemos? Martins S. (org.). Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. –
Rio de Janeiro: INCA, 2019, p. 30.
25. SANTOS, UP. Cigarro eletrônico - repaginação e renovação da indústria do tabagismo. Jornal
Brasileiro de Pneumologia, São Paulo, v. 44, n. 5, p. 345-346, out. 2018.
26. KOSMIDER, L et al. Carbonyl Compounds in Electronic Cigarette Vapors: Effects of Nicotine
Solvent and Battery Output Voltage. Nicotine & Tobacco Research, [s.l.], v. 16, n. 10, p.1319-
1326, 15 maio 2014.
27. NOGUEIRA, AS. Efeitos na saúde do uso de cigarros eletrónicos. Revista Portuguesa de Medici-
na Geral e Familiar, Lisboa, v. 30, n. 4, p. 271-273, ago. 2014.
28. LEVENTHAL, A et al. Association of Electronic Cigarette Use With Initiation of Combustible
Tobacco Product Smoking in Early Adolescence. JAMA, [s.l.], v. 314, n. 7, p.700-707, 18 ago.
2015.
29. FERKOL, T et al. Electronic cigarette use in youths: a position statement of the Forum of
International Respiratory Societies. European Respiratory Journal, [s.l.], v. 51, n. 5, p.1800278-
1800287, maio 2018.
30. MCMILLEN, R et al. E-Cigarette Use and Future Cigarette Initiation Among Never Smokers
and Relapse Among Former Smokers in the PATH Study. Public Health Rep. 2019 Sep/
Oct;134(5):528536. doi: 10.1177/0033354919864369. Epub 2019 Aug 16.
32. NEVILLE, B. Patologia Oral e Maxilo Facial. 3. ed. São Paulo: Elsevier, 2009.
33. MATHERS, C; LONCAR, D. Projections of Global Mortality and Burden of Disease from 2002 to
2030. Plos Medicine, [s.l.], v. 3, n. 11, p.442-462, 28 nov. 2006.
34. UNITED NATIONS. Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development.
Disponível em: <https://www.refworld.org/docid/57b6e3e44.html>. Acesso em: 18 nov. 2019.
36. Conselho Regional de Medicina do Estado do Espírito Santo. Parecer Consulta N.º 32/2017.
37. WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Report on the Global Tobacco Epidemic 2008: The
MPOWER Package. Genebra: Who Library, 2008.
38. WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global status report no communicable diseases 2010.
Description of the global burden of NCDs, their risk factors and determinants. Genebra:
Who Library, 2011.
39. WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO report on the global tobacco epidemic 2013. Ge-
nebra: Who Library, 2013.
40. LIM, S et al. A comparative risk assessment of burden of disease and injury attributable to 67
risk factors and risk factor clusters in 21 regions 1990–2010: a systematic analysis for the
Global Burden of Disease Study 2010. The Lancet, [s.l.], v. 380, n. 9859, p.2224-2260, dez. 2012.
42. WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Tobacco – fact sheets. World Health Organization, Ge-
neve, Switzerland, update 26 July 2019. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/
tobacco
43. FOROUZANFAR, MH et al. Global, regional, and national comparative risk assessment of 79
behavioural, environmental and occupational, and metabolic risks or clusters of risks,
1990– 2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. The Lancet,
[s.l.], v. 388, n. 10053, p.1659-1724, out. 2016.
45. SALES, MPU et al. Ambulatório de apoio ao tabagista no Ceará: perfil dos pacientes e fatores
associados ao sucesso terapêutico. Jornal Brasileiro de Pneumologia, [s.l.], v. 32, n. 5, p.410-
417, out. 2006.
50. VIGITEL BRASIL. Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito
telefônico. 2018.
52. VETTORE, MV et al. Desigualdades sociais e doença periodontal. Rev Saúde Pública. 2013; 47
(Supl 3):29-39.
53. UNITED STATES DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES. The Health Consequences of
Smoking: A Report of the Surgeon General. Atlanta: Centers For Disease Control And Preven-
tion, 2004.
54. THUN, M et al. 50-Year Trends in Smoking-Related Mortality in the United States. New En-
gland Journal Of Medicine, [s.l.], v. 368, n. 4, p.351-364, 24 jan. 2013.
55. CARTER, B et al. Smoking and Mortality — Beyond Established Causes. New England Journal
Of Medicine, [s.l.], v. 372, n. 7, p.631-640, 12 fev. 2015.
56. TROGER B, ALMEIDA JR. HL, DUQUIA R. Prevalência de halitose autorreferida e fatores asso-
ciados em recrutas da cidade de Pelotas. Stomatos, Vol. 23, Nº 45, Jul./Dez. 2017.
57. OLIVEIRA, EH et al. Diagnóstico de língua pilosa negra durante campanha de prevenção ao
câncer de boca. IJD, Int. j. dent. vol.9 no.1 Recife jan./mar. 2010.
58. YAN, P; MISTRY N; AU S. Dermacase: can you identify this condition? Black hairy tongue. Can
Fam Phys 2010 May; 56 (5): 439-41.
59. SHEIKH, Z; KHANAS, KS. Lingua villosa nigra. Lancet 2011 Apr 2; 377 (9772): 1183.
60. BOLETO, D. Pêlos na língua – um caso de língua pilosa negra. Rev Port Med Geral Fam. 29:2557;
2013.
61. VAN DER WAAL, I. Potentially malignant disorders of the oral and oropharyngeal mucosa;
terminology,classification and present concepts of management. Oral Oncol, v. 45, n. 4-5, p.
317-23, 2009.
63. DAHER, GC; PEREIRA, GA; OLIVEIRA, ACD. Características epidemiológicas de casos de câncer
de boca registrados em hospital de Uberaba no período 1999-2003: um alerta para a ne-
cessidade de diagnóstico precoce. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 11, n. 4, p.
584-596, Dez. 2008.
64. CURADO, MP; HASHIBE, M. Recent changes in the epidemiology of head and neck cancer.
Current Opinion In Oncology, [s.l.], v. 21, n. 3, p.194-200, maio 2009.
65. VIKRAM, B. Adjuvant therapy in the head and neck câncer. CA: A Cancer Journal for Clinicians.
v.48, n. 4, p. 199-209. 1998.
66. CHAFFEE, BW; COUCH, ET; RYDER, MI. The tobacco‐using periodontal patient: role of the
dental practitioner in tobacco cessation and periodontal disease management. Periodonto-
logy 2000, 71 (1), 52-64, 2016.
67. PEREIRA, ML et al. Tabagismo e diferenciação óssea: efeito de níveis sanguíneos e salivares
de nicotina no comportamento de células osteoblásticas de medula óssea humana. Estudo
in vitro. Arq Med, Porto, v. 21, n. 1, p. 03-14, jan. 2007.
68. GAETTI-JARDIM JUNIOR, E; ZANOLI, T; PEDRINI, D. O tabagismo como fator de risco para as
doenças periodontais: aspectos microbiológicos. Rev Odontol Univ São Paulo, São Paulo,
v. 12, n. 4, p. 315-321, Oct. 1998.
70. SHAJU, JP. Smoking as a risk factor for periodontitis: a literature review. Rev. odonto ciênc.
(Online), Porto Alegre, v. 25, n. 4, p. 406-411, Dec. 2010.
71. HEPP V, TRAMONTINA VA, BEZERUSKA C, VIANNA GP, KIM SH. PERIODONTITE AGRESSIVA: rela-
to de casos e revisão da literatura. Rev. Clín. Pesq. Odontol. 2007 jan/abr;3(1):23-31.
72. FRANCA, MMS et al. Influência do fumo sobre a condição periodontal. Stomatos, vol.16, n.31,
2010, p.23-36.
73. ESPOSITO, M., HIRSCH, J.M., LEKHOLM, U. & THOMSEN, P. Biological factors contributing to failu-
res of osseointegrated oral implants. (1998) Etiopathogenesis. European Journal of Oral Scien-
ces 106, 721-764.
74. KLINGE, B, HULTIN, M, BERGLUNDH, T. Dent Clin N Am. Periimplantitis, v. 49, p. 661-676, 2005.
75. STRIETZEL FP, REICHART PA, KALE A, KULKARNI M, WEGNER B, KÜCHLER I. Smoking interferes
with the prognosis of dental implants treatment: a systematic review and meta-analysis. J Clin
Periodontol. 2007;34(6):523-44.
76. LINDHE, J, MEYLE, J. Peri-implant diseases: Consensus Report of the Sixth European Workshop
on Periodontology. J Clin Periodontol, v. 35, n. 8, p. 282-285, 2008.
77. ZAVANELLI, RA et al. Fatores locais e sistêmicos relacionados aos pacientes que podem afetar a
osseointegração. RGO, Rev. gaúch. odontol. (Online) vol.59 supl.1 Porto Alegre Jan./Jun. 2011.
78. HÖGBERG, L; CNATTINGIUS, S. The influence of maternal smoking habits on the risk of sub-
sequent stillbirth: is there a causal relation?. Bjog: An International Journal of Obstetrics &
Gynaecology, [s.l.], v. 114, n. 6, p.699-704, 16 maio 2007.
79. KYRKLUND-BLOMBERG, N et al. Maternal smoking and causes of very preterm birth. Acta Obs-
tetricia Et Gynecologica Scandinavica, [s.l.], v. 84, n. 6, p.572-577, jun. 2005.
80. CASTLES, A et al. Effects of smoking during pregnancy. American Journal Of Preventive Medici-
ne, [s.l.], v. 16, n. 3, p.208-215, abr. 1999
81. GILLILAND, FD et al. Maternal smoking during pregnancy, environmental tobacco smoke ex-
posure and childhood lung function. Thorax 2000;55:271-6.
82. GILLILAND, FD; LI, YF; PETERS, JM. Effects of maternal smoking during pregnancy and envi-
ronmental tobacco smoke on asthma and wheezing in children. Am J Respir Crit Care Med
2001;163:429-36.
84. RAMA SASTRY, BV; HEMONTOLOR, ME; OLENICK, M. Prostaglandin E2 in human placenta: its
vascular effects and activation of prostaglandin E2 formation by nicotine and cotinine.
Pharmacology 1999, 58:70-86.
85. MAGNUS, M et al. Grandmother's smoking when pregnant with the mother and asthma
in the grandchild: the Norwegian Mother and Child Cohort Study. Thorax, [s.l.], v. 70, n. 3,
p.237-243, 8 jan. 2015.
86. ROELANDS, J et al. Consequences of Smoking during Pregnancy on Maternal Health. Journal
Of Women's Health, [s.l.], v. 18, n. 6, p.867-872, jun. 2009.
87. KLERMAN, LV; ROOKS, JP. A simple, effective method that midwives can use to help pregnant
women stop smoking. J Nurs Midwifery 1999;44:118-23.
88. RIGOTTI, NA. Clinical practice. Treatment of tobacco use and dependence. N Engl J Med
2002;346:506-12.
89. MELVIN, CL et al. Recommended cessation counselling for pregnant women who smoke: a
review of the evidence. Tob Control 2000;9(Suppl 3):III80-84.
90. MASCOLA, MA et al. Exposure of young infants to environmental tobacco smoke: breast-fee-
ding among smoking mothers. Am J Public Health 1998;88:893-6.
91. HYLAND A, et al. Associations between lifetime tobacco exposure with infertility and age
at natural menopause: the Women's Health Initiative Observational Study. Tobacco Control
2016;25:706-714.
92. SANSONE et al. Smoke, alcohol and drug addiction and male fertility. Reproductive Biology and
Endocrinology (2018) 16:3.
93. BUNDHUN PK et al. Tobacco smoking and semen quality in infertile males: a systematic review
and meta-analysis. BMC Public Health (2019) 19:36.
94. MARK G. BIEBEL MD, ARTHUR L. BURNETT MD, HOSSEIN SADEGHI-NEJAD MD. Male Sexual Func-
tion and Smoking. Sexual Medicine Reviews. October 2016.
95. SEABRA, CR; FARIA, HMC; SANTOS, FR. O tabagismo em uma perspectiva biopsicossocial. CES
Revista, [S.l.], v. 25, n. 1, p. 321-336, abr. 2016. ISSN 1983-1625.
96. INCA. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Programa Nacional de Controle
do Tabagismo [Internet]. Rio de Janeiro: INCA; 2013.
97. PARGANA, E et al. Tabagismo passivo e gravidade da asma brônquica na criança. Revista Por-
tuguesa de Pneumologia, v. 7, n. 1, p. 25-33, jan-feb 2001.
98. SIGAUD, CHS; CASTANHEIRA, ABC; COSTA, P. Associação entre tabagismo passivo domiciliar
e morbidade respiratória em pré-escolares. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 50, n. 4, p.
562568, Aug. 2016.
99. BERLIN, I et al. COVID-19 and Smoking. Nicotine & Tobacco Research, 2020, 1-3. Vol. XX, No XX.
100. VARDAVAS, CI; NIKITARA K. COVID-19 and smoking: a systematic review of the evidence. Tob
Induc Dis. 2020;18:20.
104. Livro: Promoção de saúde bucal na clínica odontológica. São Paulo: Artes Médicas, 2000. p.
23-37.
105. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coor-
denação de Prevenção e Vigilância. Deixando de fumar sem mistérios: manual do coordena-
dor. 2ª ed. Rio de Janeiro, 2004.
107. ROSEMBERG, J. Nicotina. Peru: Editora Colégio Médico del Peru, 1999. 1 v.
108. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer - INCA. Coordenação de Prevenção
e Vigilância (CONPREV). Prevenção e Vigilância (CONPREV). Abordagem e Tratamento do Fu-
mante - Consenso 2001. Rio de Janeiro: INCA, 2001. 38p.
109. DIEHL, A et al. Dependência química: prevenção, tratamento e políticas públicas. 2. ed. Porto
Alegre: Grupo A, 2010. 554 p.
110. JOHNSON, M; ANDERSON, P; LOCKHART, I. General practitioner prescribing of single and com-
bination nicotine replacement therapy in the UK: a retrospective database study. Bmc Fa-
mily Practice, [s.l.], v. 15, n. 1, p.15-47, 20 mar. 2014.
111. SILVA, TA et al. Prevalência do tabagismo e terapêutica da dependência de nicotina: uma
revisão integrativa. Cuidado é Fundamental Online, [s.l.], v. 8, n. 4, p.4942-4948, 4 out. 2016.
112. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégi-
cos em Saúde. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias e Inovações em Saúde.
Coordenação de Gestão de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas. Protocolo Clínico e
Diretrizes Terapêuticas do Tabagismo [internet]. Brasília: Ministério da Saúde, março de 2020,
78p. Disponível em: http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2020/Relatrio_PCDT_Tabagis-
mo_520_2020_FINAL.pdf
113. Reichert et al. Smoking cessation guidelines – 2008. J Bras Pneumol. 2008:34(10):845-880.
114. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Instituto de Doenças do Tórax. Núcleo de Estudos
e Tratamento do Tabagismo. Relatório Anual – Taxas de Cessação, Recaída e Abandono do
Tabagismo, período de 2012-2019. Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo, 5 de março
de 2019, update.
115. REDA, A et al. Healthcare financing systems for increasing the use of tobacco dependence
treatment. Cochrane Database Of Systematic Reviews, [s.l.], v. 2, n. 004305. p.1-5. 2009.
116. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Diretri-
zes para Implementação do Artigo 14 da Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde
para o Controle do Tabaco – Medidas de redução de demanda relativas à dependência e à cessa-
ção do consumo do tabaco. Rio de Janeiro: 2016.
118. BALBANI APS, MONTOVANI JC. Monóxido de carbono endógeno e as vias aéreas. Rev Bras Aler-
gia Imunopatol 2002; 25: 116-21.
120. PINTO, M et al. Carga de doença atribuível ao uso do tabaco no Brasil e potencial impacto do
aumento de preços por meio de impostos. Instituto de Efectividad Clinica y Sanitaria, Buenos
Aires, Argentina. Maio, 2017.
121. WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Toolkit for oral health professionals to deliver brief tobac-
co interventions in primary care. Geneva: World Health Organization; 2017.
122. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA et al. Tabagismo: parte I. Rev. Assoc.
Med. Bras. [online]. 2010, vol.56, n.2 [cited 2020-01-27], pp.134-134.
123. CARMO, JT; PUEYO, AA. A adaptação ao português do Fagerström test for nicotine dependen-
ce (FTND) para avaliar a dependência e tolerância à nicotina em fumantes brasileiros. Rev
Bras Med 2002; 59: 73-80.
124. RAW, M; McNEILL, A; WEST, R. Smoking Cessation Guidelines for Health Professionals—A gui-
de to effective smoking cessation interventions for the health care system. Thorax 1998;
53:S1-S18.
125. CARR, AB; JON, OE. “Interventions for tobacco cessation in the dental setting. “The Cochrane
database of systematic reviews 1 (2006): CD005084.
126. ROSA, EF et al. O papel do cirurgião dentista no abandono do hábito do fumo. Manual de
Periodontia, São Paulo, v.19, n.4, p.68-74, dez 2009.
127. EBBERT, JO et al. Nicotine percentage replacement among smokeless tobacco users with ni-
cotine patch. Drug and Alcohol Dependence. Volume 89, Issues 2–3, 10 July 2007, Pages 223-226.
128. SANDHU HS. A Practical Guide to Tobacco Cessation in Dental Offices. J Can Dent Assoc 2001;
67:153-7.
129. PRESHAW, PM et al. The effect of quitting smoking on chronic periodontitis. J Clin Periodon-
tol. 2005 Aug;32(8):869-79.
130. HOOGENVEEN, RT et al. Dynamic effects of smoking cessation on disease incidence, mortali-
ty and quality of life: The role of time since cessation. Cost Eff Resour Alloc 6, 1 (2008).
aboborax.com.br
TAMMY MARTINS DE OLIVEIRA
MARIA CYNÉSIA MEDEIROS DE BARROS
Apoio: