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Cigarro eletrônico

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Vários tipos de vapes

O cigarro eletrónico (português europeu) ou cigarro eletrônico (português brasileiro), também chamado
de vape, e-cigarro (abreviado e-cig) é um Dispositivo Eletrônico para Fumar que simula o tabagismo[1][2]
um aparelho mecânico-eletrônico alimentado por bateria, baseado na vaporização do e-suco/e-líquido
(normalmente com nicotina), onde o usuário inala o vapor.

Possui um recipiente para a inserção de cartucho ou refil contendo nicotina líquida, disponível nas
concentrações que variam entre zero e 36 mg/ml (ou mais em alguns casos); O atomizador é responsável
por aquecer e vaporizar a nicotina; O sensor acionado durante a tragada, que deflagra a ação do
microprocessador responsável por ativar tanto a bateria e a luz de led (caso exista no modelo).
Os DEF atualmente estão na terceira geração.[2] A primeira geração é composta por produtos
descartáveis não recarregáveis, com formato muito semelhante ao cigarro regular, sendo que uma luz de
led simula a brasa do cigarro durante a tragada. São comercializados com ou sem nicotina.

Ao tragar, os vapers absorvem os vapores gerados a partir de soluções conhecidas como e-liquids ou e-
juices que contêm solventes (os chamados e-liquid base), além de várias concentrações de nicotina,
água e aromatizantes. Os solventes mais populares usados em e-liquids são a glicerina (geralmente de
origem vegetal) e o propilenoglicol. O glicerol pode estar presente ou não nos DEF.

Estimou-se teoricamente que a temperatura de vaporização da resistência pode atingir até 350°C69. Essa
temperatura é suficientemente elevada para induzir reações químicas e mudanças físicas nos compostos
dos e-liquids. Tanto os solventes com glicerina quanto os com propilenoglicol demonstraram decompor-
se a altas temperaturas, gerando compostos carbonílicos de baixo peso molecular, como o formaldeído,
o acetaldeído, a acroleína e a acetona. Essas substâncias foram encontradas em teores até 450 vezes
menores que os encontrados em cigarros regulares.[2]

Os sérios prejuízos à saúde causados por e-liquids falsificados fizeram com que os EUA informassem em
2019 que pretendem vetar a comercialização do produto no país, ano em que 6 jovens usuários
morreram de uma "Doença Pulmonar" ainda pouco conhecida, que causa dificuldade para respirar,
dores abdominais, tosse, náusea, vômito e altas concentrações de acetato de vitamina E.[3]

Componentes e funcionamento

O cigarro eletrônico é constituído basicamente de três partes: uma bateria com alguns componentes
eletrônicos, um vaporizador (também chamado atomizador) e um cartucho, sendo que funciona da
mesma forma que os adesivos e chicletes de nicotina, entregando aos poucos esta substância ao
fumante.[4][5][6][7][8][9][10][11]

Na maioria dos modelos, a bateria dos cigarros eletrônicos está ligada a um sensor que detecta a sucção
realizada pelo usuário, a qual ativa o atomizador e inicia a vaporização do líquido contido no cartucho
(chamado e-líquido ou e-suco), sendo então inalado pelo usuário. Ainda, esse sensor ativa um LED
(pequeno dispositivo luminoso), geralmente de cor laranja, localizado na ponta do cigarro. Com isso, o
cigarro eletrônico simula muito bem o real ato de fumar.[4][5][6][7][8][9][10][11]
E-líquido

O e-líquido ou e-suco (e-liquid ou e-juice, em inglês) é um líquido mais viscoso do que a água, apresenta
uma alta tensão superficial e tem a propriedade de ser facilmente vaporizado, sendo, portanto, usado
como veículo para a nicotina chegar aos pulmões.[12]

Na maioria dos e-líquidos o principal componente é o propilenoglicol, seguido de glicerina, água,


nicotina e flavorizantes, os quais dão o sabor e aroma.

Regularmentação

Brasil

No Brasil a venda, produção, divulgação e distribuição do produto é proíbida em território nacional


desde 2009, a proibição ocorreu através da resolução 46 de 28 de agosto de 2009, que retrata o
seguinte:[13][14]

Art. 1º Fica proibida a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos


eletrônicos para fumar, conhecidos como cigarros eletrônicos, e-cigaretes, e-ciggy, ecigar, entre outros,
especialmente os que aleguem substituição de cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo e similares no
hábito de fumar ou objetivem alternativa no tratamento do tabagismo.

A proibição foi efetivada pois o país já havia em 2006 criado a "Convenção Quadro para Controle do
Tabaco" que tem como objetivo auxiliar e reduzir o tabagismo no Brasil, assim a justificativa dos
produtores de cigarros eletrônicos era a utilzação do dispostivos por tabagistas para redução de danos e
uma gradual diminuição da nicotina consumida diariamente.[15] Porém, como testes científicos não
comprovaram sua eficácia muito menos sua segurança a ANVISA vetou a regularmentação do produto
no Brasil. Em seu segundo artigo da mesma resolução, fica expressa que uma eventual regularmentação
poderia ocorrer caso testes científicos específicos que comprovem as finalidades alegadas:[13]

Art. 2º A admissibilidade pela ANVISA do peticionamento do Registro dos Dados Cadastrais de qualquer
dispositivo eletrônico para fumar, especialmente os destinados ao tratamento do tabagismo ou à
substituição de cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo e similares no hábito de fumar, dependerá da
apresentação de estudos toxicológicos e testes científicos específicos que comprovem as finalidades
alegadas.

Assim a compra destes dispostivos de maneira clandestina no território nacional pode acarretar em um
risco à saúde dos usuários, tendo em vista que não existe um controle regularmentatório das substâncias
presentes dentro dos "e-sucos".[15]
Portugal

Em Portugal a venda do produto é garantida pela legislação de harmonização da União Europeia, tendo
em vista que alguns países europeus são produtores deste tipo de produto. Porém o acesso à estes
produtos estão cada vez mais fiscalizados e limitados por leis nacionais de segurança à saúde. Em
princípio, as leis limitam: as substâncias presentes nos "e-sucos", a nicotina presente nestes líquidos, o
matérial no qual o suco é armazenado e o material que compõe o vaporizador; também são impostas
algumas obrigatoriedades para a venda do produto em território nacional, como: rótulos e as
embalagens destes produtos devem ter anexa informações corretas, possuir avisos adequadas em língua
portuguesa e não deverão incluir características suscetíveis de induzir em erro o consumidor, de modo a
garantir a proteção da sua saúde e segurança.[16]

Efeitos na saúde do uso dos cigarros eletrônicos

Dado que esta é ainda uma tecnologia recente, são necessários mais estudos para uma melhor
compreensão dos impactos do uso de cigarros eletrónicos na saúde, havendo estudos desatualizados,
contradizentes ou que usam dados insuficientes, sendo difícil apurar, por exemplo, os efeitos a longo
prazo.

Em 2016, um estudo realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da


Saúde (Opas/OMS) em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto
Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) revelaram a existência de maleficios na utilização
indiscriminada dos dispositivos de vaporização.[17]

O estudo revelou que o propilenoglicol presente nos e-liquidos quando aquecido e vaporizado, pode
formar o óxido de propileno, uma substância com ação possivelmente carcinogênica. Além deste
problema envolvendo o propilenoglicol, o estudo observou a presença de níveis elevados de óxido
nítrico exalado (um modulador da reação inflamatória pulmonar) entre os usuários de cigarros
eletrônicos com nicotina. O estudo também descobriu que sódio, ferro, alumínio e níquel estavam
presentes em concentrações maiores nos vapores dos cigarros eletrônicos do que nos cigarros regulares.
[17]

Além da existência de componentes tóxicos e possivelmente cancêrígenos, no qual não existe uma
exposição segura para o ser humano o estudo revelou que as células epiteliais normais de glândulas,
órgãos, e cavidades de todo o corpo, incluindo a boca e os pulmões, que foram expostas ao extrato do
vapor, apresentaram vários tipos de danos, entre eles o aumento da ruptura das cadeias de DNA que
compromete o processo de reparação celular sendo, portanto um risco para o surgimento do câncer.[17]
A composição do dispositivo também pode acabar por trazer problemas, uma vez que em quase todos
os dispositivos amostrados, as baterias eram feitas de zinco e possuiam resquícios de cádmio, em caso
de falha na produção do produto estas baterias poderíam vazar e entrar em contato com o líquido à ser
vaporizado, assim intoxicando o usuário.[17]

Os sabores introduzidos aos líquidos também podem acarretar em riscos, o estudo observou uma
grande discrepância de substâncias presentes nos e-líquidos entre produtos de sabores diferentes de
mesma marca e de marcas diferentes, entre as substâncias encontradas nos líquidos destacam-se a
acetamida, o diacetil, o acetil propionil e o acetato de vitamina E; compostos tóxicos ou possivelmente
agressivos ao trato respiratório.[17]

Organização Mundial da Saúde

Em 2019, a OMS publicou um relatório informando aos 180 países signatários da Convenção-Quadro da
Organização Mundial da Saúde para o Controle do Tabaco os riscos da falta de regularmentação destes
produtos, o relatório retrata em um de seus trechos:[18]

Embora os níveis específicos de risco associados aos SEAN (Sistemas Eletrônicos de Administração de
Nicotina) não tenham sido estimados de forma conclusiva, eles são indubitavelmente prejudiciais e
deveriam, portanto, estar sujeitos à regulação

O relatório também invalida a tese criada de que o consumo de cigarros eletrônicos seria benéfico para
tabagistas pois auxiliaria no tratamento da condição, como retratado no trecho:[18]

Na maioria dos países onde estão disponíveis, a maior parte dos que usam cigarros eletrônicos continua
fumando cigarro convencional ao mesmo tempo, o que tem muito pouco ou nenhum impacto benéfico
para a saúde.

Lesão pulmonar relacionada ao uso de cigarro eletrônico

Ver artigo principal: Lesão pulmonar relacionada ao uso de cigarro eletrônico

A lesão pulmonar relacionada ao uso de cigarro eletrônico também conhecida pela sigla EVALI (oriunda
do inglês: E-cigarette, or Vaping, product use–Associated Lung Injury) trata-se de diversos tipos de lesões
no sistema respiratório, principalmente nos brônquios. Desde 2019 quando os estudos sobre a doença
começaram a ser realizados nos Estados Unidos, foram registrados 2558 casos de internações por EVALI
e cerca de 60 óbitos pela injúria.[19][20] Até agosto de 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) havia registrado 7 casos da doença no Brasil.
Os sintomas da enfermidade variam, porém normalmente incluem tosse seca, falta de ar, náuseas,
vômitos, diarreia, febre, perda de peso e fadiga.[21][22] A injúria ocorre principalmente por conta dos
sabores adicionados aos cigarros eletrônicos, também conhecidos como juices e a utilização destes
dispositivos para a vaporização de ervas como tabaco e maconha que não possuem estudos
aprofundados sobre sua vaporização (ao contrário de seu fumo).[19][23]

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