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1: 193-201, 2022
© Centro Universitário de Patos de Minas
https://revistas.unipam.edu.br/index.php/perquirere
Abstract: Electronic cigarettes reached a lot of space, mainly among the young public, as they
present themselves with a modern and attractive look, offering flavors that, unlike traditional
cigarettes, are pleasant to the user. However, despite the advertisements that can often present
the product as innocuous, there is already evidence that these products are harmful to health,
including through more than one mechanism of aggression. E-cigarette use is associated with the
development of Electronic Cigarette Use Associated Lung Injury or Vaping (EVALI), a disease
whose findings consist of: acute fibrinous pneumonitis, diffuse alveolar damage, and organizing
pneumonia.
Keywords: E-Cigarettes. Health. Lung Disease.
1 INTRODUÇÃO
que o usuário aspire aquele e-liquid que foi vaporizado, resultando no consumo de
nicotina pelas vias aéreas e pulmonar (VARGAS et al., 2019).
A princípio, o farmacêutico chinês Hon Lik desenvolveu o cigarro eletrônico
para ser utilizado como uma ferramenta que auxiliasse na cessação do tabagismo
(BARRETO, 2018). No entanto, o fato de os e-liquid apresentarem sabores agradáveis,
variando do adocicado ao mentol, favoreceu o consumo desse produto entre indivíduos
jovens, pois retomava o hábito de fumar como algo bonito e descolado e ainda
desprendido do odor forte do cigarro tradicional. Nessa perspectiva, identificando seu
novo público, a indústria do tabaco direcionou sua mercadoria para os jovens que
podem iniciar o vício ainda em idade escolar, apresentando dispositivos que evoluíram
a cada geração, adquirindo aspecto moderno e atraente para esse público, sem falar dos
sabores de e-liquid disponibilizados, como Coca-Cola e sobremesa, que são atraentes a
essa classe (ALMEIDA et al., 2017).
Em vários países, houve dificuldades para lidar com aspectos legislativos que
contemplassem a emergente questão dos cigarros eletrônicos, uma vez que não existiam
leis vigentes específicas que pudessem ser aplicadas a esses dispositivos. O Brasil,
todavia, não se inclui nesses países, já que foi um dos primeiros a criar uma resolução
própria para regulação dos e-cigs em seu território. Isso aconteceu quando a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2009, publicou a Resolução RDC 49/2009,
proibindo a comercialização e a propaganda de qualquer Dispositivo Eletrônico para
Fumar (DEF), contendo ou não nicotina, em todo o território nacional até que estudos
científicos e avaliações toxicológicas e clínicas fossem realizados, com objetivo de
comprovar sua suposta efetividade para o tratamento do tabagismo. Como os estudos
sobre tais aspectos ainda são inconsistentes, a comercialização e a propaganda desses
dispositivos seguem proibidas (DA SILVA; MOREIRA, 2019b).
Em análise concreta da realidade, a Anvisa parece ter atrasado a emergência
dos cigarros eletrônicos em larga escala no território brasileiro, mas não parou, de fato,
a chegada desses dispositivos, pois, distante do que é previsto em lei, os e-cigs são
comercializados em sites na internet e possuem considerável adesão pelo público jovem.
Ademais, plataformas nas quais a fiscalização não acontece, como Youtube e Instagram,
permitiram a promoção dos cigarros eletrônicos por pessoas influentes no âmbito
digital, sem considerar os próprios sites de venda que, por meio de um discurso
pseudocientífico, incentivam o uso dos DEFs (ALMEIDA et al., 2017).
Além disso, outro motivo pelo qual os cigarros eletrônicos foram tão bem
aceitos é o fato de que, no Brasil e no mundo, a maioria dos fumantes acredita que esses
dispositivos são menos nocivos à saúde do que os cigarros tradicionais (CAVALCANTE
et al., 2017). Todavia, antes de se afirmar isso, deve-se considerar que o cigarro comum é
altamente lesivo e seu uso implica inalação de mais de 4.000 substâncias tóxicas que
variam desde a nicotina ao monóxido de carbono. Logo, é relativamente possível que os
cigarros eletrônicos, de fato, sejam menos nocivos, mas isso não significa que eles sejam
inócuos ou que seu uso deva ser incentivado (DA SILVA; MOREIRA, 2019a).
Diante do exposto, este estudo tem como objetivos discutir os efeitos do cigarro
eletrônico na saúde e identificar as complicações fisiopatológicas provenientes dos DEFs
já descritas em literatura.
2 METODOLOGIA
supracitados. Após leitura criteriosa das publicações, 7 artigos não foram utilizados
devido aos critérios de exclusão. Dessa forma, 10 artigos foram selecionados para a
análise final e construção da revisão bibliográfica. Tais artigos encontram-se resumidos
no quadro a seguir (Quadro 1).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS