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A adolescência é uma importante fase de

mudanças biológicas, cognitivas e psicossociais


que impulsionam a diversas vivências, incluindo
experimentação de drogas. Os motivos que
levam ao uso dessas substâncias são diversos e
complexos. Alguns estão relacionados à sensação
juvenil de onipotência, por desafio à estrutura
familiar e social, à curiosidade e impulsividade;
outros pela pressão e necessidade de aceitação
pelos pares e busca de novas experiências, ou
até mesmo por baixa autoestima.
ÁLCOOL
O álcool é uma substância psicotrópica legalizada,
sendo a mais utilizada por adolescentes no Brasil e no
mundo. O consumo nesse grupo é preocupante, tanto por
sua maior tendência à impulsividade quanto pelo
prejuízo ao desenvolvimento cerebral, o que causa
repercussões na vida adulta. Além disso, a ingestão tende
a ocorrer em conjunto com outros fatores danosos para
a saúde, como uso de tabaco e de drogas ilícitas, além
de comportamentos sexuais de risco. Por isso, a
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda a
proibição do consumo de álcool por menores de 18 anos,
com a decorrente fiscalização dessa medida em todo
território nacional.
Por quais motivos os
adolescentes utilizam
álcool e outras drogas?
Os adolescentes constituem grupo de risco peculiar em dois aspectos
principais: época de início do consumo e a forma como bebem.
A precocidade da ingestão é um dos fatores preditores mais relevantes:
quanto menor a idade de início, legalizada ou não, maiores as
possibilidades de se tornar um usuário contumaz ou dependente ao
longo da vida. Ou seja, o consumo antes dos 16 anos aumenta
significativamente o risco de beber em excesso na idade adulta, em
ambos os sexos.
Quanto à forma de beber, se dá de maneira intensa e única
(bingedrinking), ou seja, cinco ou mais doses na mesma ocasião. Quanto
ao estímulo ao consumo, os jovens apontam curiosidade, diversão e
prazer, a influência de amigos ou namorado(a) ou pelo alívio do estresse
diário. No entanto, deve ser destacado que, além dos impactos futuros,
esse hábito pode implicar em situações negativas imediatas, como
acidentes de trânsito e traumatismos, homicídios, suicídios e
acidentes com armas de fogo, bem como mudanças de
comportamento, perda de rendimento escolar, conflitos familiares,
entre outros.
Quais as repercussões do
consumo de álcool para o
desenvolvimento e o
comportamento de
adolescentes?
Os efeitos danosos do álcool repercutem na
neuroquímica de áreas cerebrais ainda em
desenvolvimento, associadas a habilidades
cognitivo-comportamentais, resultando em
desajuste social e atraso na aquisição de
habilidades próprias da adolescência. São
graves as consequências do uso de álcool em
crianças e adolescentes.
Abaixo listamos as seguintes:
1) Bebida alcoólica está mais associada à morte do que todas as
substâncias psicoativas ilícitas, em conjunto. Os acidentes
automobilísticos associados ao álcool são a principal causa de
morte em jovens de 16 a 20 anos;
2) Estar alcoolizado aumenta a chance de atividades
sexuais sem proteção, de violência sexual, maior exposição
às infecções sexualmente transmissíveis e a risco de
gravidez;
3) Existe também associação entre uso de álcool, maconha e
comportamentos sexuais de risco: início precoce, sem
preservativos e exploração sexual comercializada;
4) A dependência de álcool leva a déficit de memória e queda no
rendimento escolar, o que pode diminuir a autoestima do jovem e
levar ao envolvimento em cadeia com outras substâncias psicoativas,
ao invés de motivá-lo a diminuir ou interromper o uso;
5) A percepção sobre os problemas do consumo de álcool
não acompanha necessariamente a realidade, face ao
prejuízo no pensamento e ao dirigir alcoolizado;
6) O uso precoce de bebidas alcoólicas pode ter consequências
duradouras. Aqueles que começam antes dos 15 anos têm
predisposição quatro vezes maior de desenvolver dependência em
comparação aos que fizeram o primeiro uso com 20 ou mais anos;
7) O álcool pode causar modificações no aprendizado de
normas e tarefas; alteração do sono, provocando acúmulo
de cansaço, maior prejuízo laboral e educacional.
NARGUIL
É
A

É o cachimbo de água de origem árabe e apesar de ter um aroma


agradável e por utilizar mecanismos de filtragem, o consumo de
narguilé é visto como menos nocivo à saúde já que a fumaça é
“filtrada” pela água que fica no recipiente da base. Mas, na
verdade, seu uso é mais prejudicial do que o de cigarro.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma sessão
dura, em média, de 20 a 80 minutos, o que corresponde à
exposição a todos os componentes tóxicos presentes na fumaça
de 100 cigarros. A nicotina nos produtos de narguilé é
responsável por seu potencial de dependência. Além da
nicotina, as mesmas 4.700 substâncias tóxicas do cigarro
convencional estão presentes no narguilé, mas análises
comprovaram que a fumaça contém quantidades superiores
de itens como nicotina, monóxido de carbono e metais
pesados.
CIGARRO
ELETRÔNIC
O
A
Ao contrário dos cigarros convencionais, que queimam tabaco para
gerar fumo, os cigarros eletrônicos vaporizam um líquido, que alguns
chamam de e-líquido, e-suco ou e-juice. São também chamados de
cigarro vape, e-cigarro, e-cig ou e-cigarette.
O cigarro eletrônico é constituído por um atomizador (aquece o líquido e
gera o vapor), um reservatório (que contém o líquido), uma bateria, um
interruptor e um sensor que detecta a sucção. Permite simular o ato de
fumar um cigarro convencional, mas ao contrário deste, no qual a
folha do tabaco é queimada, no cigarro eletrônico, uma solução
líquida é vaporizada para ser inalada.
A maior parte dos líquidos à venda são compostos por nicotina (existem
também e-líquidos sem nicotina), propileno glicol (glicerol) e aromas (há
quase 7000 variações de sabores disponíveis). Porém, uma grande
variedade de outras substâncias já foi identificada, tais como estanho,
chumbo, níquel, crômio, nitrosaminas e compostos fenólicos, alguns
destes com potencial carcinogênico (gerador de câncer).
Aquecido ao máximo e aspirado profundamente, o vapor
com nicotina dos cigarros eletrônicos pode produzir
formaldeído, substância que os torna de cinco a 15 vezes
mais cancerígenos do que os cigarros comuns. Cada
cartucho com o líquido pode gerar de 10 a 250 jatos que
equivale a 5 ate 30 cigarros. Os e-cigarros de 3 ª geração são
capazes de liberar doses maiores de nicotina, aumentando
o risco da dependência. A maioria dos sistemas eletrônicos
de liberação de nicotina imita as formas tradicionais de
utilização do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo e menos
frequentemente tem a forma de um objeto de uso diário como
caneta e pen drive). Os produtos de cigarro eletrônico
comercializados para crianças são pequenos e, muitas vezes,
disfarçados como uma caneta ou USB.
Vaping, a “nova maneira de fumar”, no qual os
adolescentes usam um dispositivo alimentado por bateria
que vaporiza produtos químicos com sabor de doces,
nicotina ou THC (o principal componente psicoativo da
maconha) ou uma mistura de todos os três, para que possa
ser inalado. O vapor é geralmente indetectável, sendo que
ao abrir rapidamente a janela pode eliminar qualquer
vestígio dos fumos tóxicos. É fácil de usar, o que faz com
que pareça ainda mais inofensivo para os adolescentes.
A pressão dos colegas para usar essas coisas é enorme, e
os adolescentes são atraídos pela “diversão” que foi
criada em torno de um hábito com tantos perigos
potenciais.
Os fabricantes de Vape insistem em afirmar que o uso é
uma alternativa segura ao fumo, porque não há fumaça de
verdade (mas substâncias cancerígenas podem estar
presentes em alguns dos cartuchos, dependendo da
marca). O que eles deixam de reconhecer é que os
pulmões foram projetados para inalar uma coisa: o ar.
Muitas receitas de vape contêm produtos químicos que
foram proibidos pelo FDA (Food and Drug
Administration) em produtos alimentícios, como
o diacetyl, ingrediente que desde então foi proibido na
pipoca de microondas porque deu aos operários uma
doença respiratória incurável conhecida como “pulmão
de pipoca”.
Porque os adolescentes
estão aderindo ao
cigarro eletrônico ou ao
narguilé?
A curiosidade faz com que jovens experimentem novidades
como narguilé e cigarro eletrônico. Atualmente, a propaganda
está na TV, nos jornais, nas rádios, na Internet, e em todos os
lugares (sendo uma presença maciça, as vezes prejudicial).
A pressão social, a influência de amigos e a superexposição
a mensagens nas redes sociais, cinema e televisão faz com
que eles tenham a curiosidade de experimentar variações do
tabaco, como o narguilé e o cigarro eletrônico.
A adolescência é uma época de experimentação natural que
leva ao aparecimento de vários comportamentos de risco e
entre eles, uso de tabaco, álcool e outras substâncias
psicoativas entre os mais difundidos como consumo
experimental e recreativo. ao produto.
Depressoras: Diminuem a atividade
cerebral (álcool, calmante, inalantes etc).
Estimulantes: Aumentam/aceleram a
atividade cerebral (cocaína, anfetaminas,
remédios para emagrecer, cafeína e
nicotina).
Perturbadoras: Altera a percepção da
realidade, fazendo com que o cérebro
trabalhe fora do padrão normal (maconha,
LSD e Ecstasy).
O que é
dependência
química?
É quando a pessoa perde o controle sobre o
uso da droga, seja ela qual for, sentindo
necessidade de usá-la cada vez mais. Sente
os prazeres imediatos, mas, na falta da
substância, um grande desconforto e vazio
toma conta. A dependência química é uma
doença, porque o dependente prioriza a
droga ao invés de outras atividades e
compromissos do seu dia a dia.
O uso de maconha pode produzir a síndrome
amotivacional, caracterizada por passividade, apatia, falta
de objetivos, de ambição, de interesses e de comunicação,
podendo levar à queda do desempenho escolar, aumentar a
ansiedade e, consequentemente, aumentar o seu uso.
X
MANEJO DAS
EMOÇÕES

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