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De acordo com a teoria analítica junguiana, os complexos que orbitam em torno do ego

podem acarretar diversas posturas e condutas do ser humano, por vezes divergentes. Ao
contrário do início da vida, em que a personalidade é uma simples unidade, no decorrer dos
anos, a partir das relações que construímos, dos desejos e anseios, passamos a somar em
nossas estruturas características daqueles que nos rodeiam, ensejando a existência de diversas
subpersonalidades, ou melhor, diversos traços de personalidade. Duas dessas estruturas
antagônicas mais importantes são a sombra e a persona.

Para Jung, sombra é tudo o que não está na consciência, o inconsciente incontrolável em
grande potencial. Aquilo que o ego rejeita, torna-se sombra, sendo ela traços e qualidades
opostos à persona. A sombra se contrapõe ao ego, gera um padrão compensatório,
alternando-se a partir das atitudes do indivíduo e da defesa empregada contra determinadas
estruturas. Semelhante ao id da concepção freudiana, a medida que é negada pelo ego fixado
em uma persona, a sombra toma mais força e invade a estrutura geral do indivíduo. Difícil de
ser vista pelo ego, é costumeiramente projetada em outra pessoa que manifesta exatamente a
característica que se quer negar. Em contrapartida, tornar-se consciente e integrar as
sombras, difere uma pessoa das demais.

Sendo um arquétipo se apresenta em exposições criativas. Entrar em contato com a sombra


gera aceitação, reconhecimento da situação de humano. Em contrapartida, projetar a sombra
no outro não produz crescimento. Reconhecer a sombra e a característica do ser humano, nos
torna mais tolerante. Quanto mais intolerante, mais ignorante quanto a sombra. O
inconsciente quanto negado, se torna destino. Tudo o que me incomoda demais no outro, está
mal trabalhado em mim.

A persona, por sua vez, é a personalidade publicamente revelada, resultante da educação,


cultura, moral e adaptações do indivíduo. A medida que o ego se relaciona com o outro e
busca alcançar suas expectativas, forma espécie de máscara, expressando condutas aceitas por
aqueles que interagem com o indivíduo. Refere-se ao desempenho do papel de uma pessoa
perante a sociedade, como um conjunto de códigos de conduta, comportamentos, que dão
referência ao ser humano.

Formada pela aspirações do indivíduo e pelas demandas da sociedade, a persona pode sofrer
diversas modificações ao longo da vida, mas possivelmente carregará aspectos da infância, em
decorrência dos fortes complexos materno e paterno.

Quanto mais o indivíduo tem consciência da sua persona e faz um bom uso delas, mais livre é.

Quanto mais inseguros, ficam monotemáticos, utilizando uma única persona.

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