Letícia, de 29 anos, vive em situação de rua e sofre de dependência química há mais de 20 anos. Ela recebeu atendimento no CAPSad por 5 anos e melhorou seus sintomas, mas ainda usa cola nos finais de semana. O acolhimento de Letícia e o auxílio para obter benefícios foram importantes para sua autonomia, e estratégias de vínculo com o serviço de saúde mental são cruciais para seu tratamento.
Letícia, de 29 anos, vive em situação de rua e sofre de dependência química há mais de 20 anos. Ela recebeu atendimento no CAPSad por 5 anos e melhorou seus sintomas, mas ainda usa cola nos finais de semana. O acolhimento de Letícia e o auxílio para obter benefícios foram importantes para sua autonomia, e estratégias de vínculo com o serviço de saúde mental são cruciais para seu tratamento.
Letícia, de 29 anos, vive em situação de rua e sofre de dependência química há mais de 20 anos. Ela recebeu atendimento no CAPSad por 5 anos e melhorou seus sintomas, mas ainda usa cola nos finais de semana. O acolhimento de Letícia e o auxílio para obter benefícios foram importantes para sua autonomia, e estratégias de vínculo com o serviço de saúde mental são cruciais para seu tratamento.
Letícia possui 29 anos, é solteira, em situação de rua, caçula de dois
irmãos, sem vínculos familiares. Seu pai faleceu na infância e desconhece o nome e paradeiro da mãe, lembrando-se apenas do irmão mais velho. Relatou que vivia em ambiente hostil, sofrendo agressões e por isso foi morar nas ruas com oito anos de idade. Nesse momento passou a fazer uso de inalante (cola) e de outras substâncias. Em 2005 compareceu ao CAPSad com uso de substâncias psicoativas chegando a realizar o uso diário ininterrupto de cola. Ao longo de 5 anos seus sintomas agravavam ou reduziam, sendo a instabilidade emocional o fator mais prejudicial. Perdeu a visão em razão do uso da cola. A deficiência possibilitou a concessão de benefício assistencial e foi encaminhada à Sociedade Beneficente dos Cegos de Recife para reeducação de atividades diárias. Com um quadro de melhoras no quadro motor, sociabilidade, compreensão intelectual, expressividade, reconstituição da história pessoal e autonomia econômica obteve a alta clínica do CAPSad em 2010. Atualmente permanece em tratamento e acompanhamento no CAPS de Transtorno Mental, e faz uso de cola apenas nos finais de semana, sem desejo de abandonar o uso total da substância. A dependência é algo que todos temos, porque somos seres interdependentes. Contudo, a dependência de álcool e drogas suprimem as outras dependências/vínculo e tornam a pessoa dependente de uma coisa só, e giram em torno apenas do uso da substância. Um sinal de alerta para o uso de álcool e drogas é se a substância for necessária para que os outros vínculos possam existir. O acolhimento de Letícia em razão de sua situação de rua e a busca pela estabilização emocional, bem como o auxílio para obtenção de benefício assistencial foram de fundamental importância para gerar autonomia à paciente. A elaboração de estratégias de construção de vínculo do usuário com o serviço, linhas de projeto terapêutico individual, construção de percurso de tratamento em conjunto do usuário, facilitando o acesso a profissionais da medicina e outros serviços, mas respeitando sua autonomia são cruciais para o bom atendimento em saúde mental.