Você está na página 1de 2

Nome: Anna Bárbara Mocelin – RA: 50260-2021

Turma: 6º Semestre – Matutino


Disciplina: Saúde coletiva
Professor: Eduardo Chierrito

CASO LETÍCIA

Letícia possui 29 anos, é solteira, em situação de rua, caçula de dois


irmãos, sem vínculos familiares. Seu pai faleceu na infância e desconhece o
nome e paradeiro da mãe, lembrando-se apenas do irmão mais velho. Relatou
que vivia em ambiente hostil, sofrendo agressões e por isso foi morar nas ruas
com oito anos de idade. Nesse momento passou a fazer uso de inalante (cola)
e de outras substâncias.
Em 2005 compareceu ao CAPSad com uso de substâncias psicoativas
chegando a realizar o uso diário ininterrupto de cola. Ao longo de 5 anos seus
sintomas agravavam ou reduziam, sendo a instabilidade emocional o fator mais
prejudicial. Perdeu a visão em razão do uso da cola. A deficiência possibilitou a
concessão de benefício assistencial e foi encaminhada à Sociedade
Beneficente dos Cegos de Recife para reeducação de atividades diárias.
Com um quadro de melhoras no quadro motor, sociabilidade,
compreensão intelectual, expressividade, reconstituição da história pessoal e
autonomia econômica obteve a alta clínica do CAPSad em 2010.
Atualmente permanece em tratamento e acompanhamento no CAPS
de Transtorno Mental, e faz uso de cola apenas nos finais de semana, sem
desejo de abandonar o uso total da substância.
A dependência é algo que todos temos, porque somos seres
interdependentes. Contudo, a dependência de álcool e drogas suprimem as
outras dependências/vínculo e tornam a pessoa dependente de uma coisa só,
e giram em torno apenas do uso da substância. Um sinal de alerta para o uso
de álcool e drogas é se a substância for necessária para que os outros vínculos
possam existir.
O acolhimento de Letícia em razão de sua situação de rua e a busca
pela estabilização emocional, bem como o auxílio para obtenção de benefício
assistencial foram de fundamental importância para gerar autonomia à
paciente.
A elaboração de estratégias de construção de vínculo do usuário com o
serviço, linhas de projeto terapêutico individual, construção de percurso de
tratamento em conjunto do usuário, facilitando o acesso a profissionais da
medicina e outros serviços, mas respeitando sua autonomia são cruciais para o
bom atendimento em saúde mental.

Você também pode gostar