Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE PSICOLOGIA

PSICOPATOLOGIA GERAL:

Fichamento: Saúde mental no SUS –


Os centros de atenção psicossocial. P. 11-29

BAURU

2021

LAIS DE OLIVEIRA FRANZO BIGI R.A.: T656IE-0


Fichamento: Saúde mental no SUS –
Os centros de atenção psicossocial. P. 11-29

A rede de atenção à saúde mental busca organizar e acolher pessoas,


abrangendo todo o contexto na qual estão inseridas, seus conflitos, interesses,
amigos, vizinhos, famílias, instituições que estão vinculados (igrejas, cultos,
escolas), levando em conta todos recursos afetivos que podem estar voltados para
as relações pessoais, entre familiares, amigos e também o contexto econômico e
social da pessoa, se ela tem acesso a moradia, se recebe algum tipo de auxílio
financeiro, visto que o CAPS deve estar articulado a outras redes de saúde e socias
visando não só a reabilitação por meio da saúde mental como também a reinclusão
social deste indivíduo. Desta forma o CAPS passa a assumir um papel estratégico,
direcionando políticas e programas de saúde mental e desenvolvendo projetos
terapêuticos e comunitários, diminuindo o uso de medicamentos.

O caps surge em contrapartida aos manicômios, buscando melhorias na


assistência dos hospitais psiquiátricos, pela ausência de equipes multiprofissionais
para lidar com as singularidades de cada paciente e visando a diminuição de
internações e a inclusão social do usuário e sua família, nesse contexto o serviço
surge em vários municípios vai se consolidando de maneira eficaz na diminuição de
internações e melhoria assistencial. Além de oferecer um atendimento clínico o
CAPS colabora com a inserção do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer e
exercício de seus direitos com um atendimento multiprofissional com atendimentos
diários e personalizados de acordo com as necessidades de cada um.

Quem o Caps atende?

As pessoas atendidas nos CAPS apresentam intenso sofrimento psíquico, que os


impossibilitam de viver e realizar seus projetos de vida, incluindo também
transtornos relacionado ao uso de substâncias (álcool e drogas), o atendimento se
estende a crianças e adolescentes com transtornos mentais para ser atendida a
pessoa deve procurar diretamente o serviço ou ser encaminhada pelo programa de
saúde da família ou qualquer serviço de saúde. Os CAPS devem buscar uma
integração permanente com as equipes da rede básica de saúde em seu território,
pois têm um papel fundamental no acompanhamento, na capacitação e no apoio
para o trabalho dessas equipes com as pessoas com transtornos mentais.

A princípio a pessoa que busca atendimento será acolhida e terá sua queixa
ouvida, nesse primeiro momento os profissionais tentarão compreender a situação
da melhor maneira possível par a partir daí elaborar uma estratégia terapêutica para
cada usuário de acordo com as suas necessidades, caso necessário o CAPS
também realiza atendimentos em casa.

Tanto as sessões individuais como também as grupais contribuem para a


construção de um ambiente facilitador, no CAPS se leva em conta os vínculos que o
usuário estabelece com o terapeuta por isso o profissional que atende o usuário
inicialmente passa a ser responsável por monitorá-lo, definindo as atividades
realizadas e a frequência, também é responsável pelo contato com a família e pela
avaliação. É de extrema importância esse vínculo pois pode favorecer a relação
com o usuário potencializando resultados, e até mesmo atingindo-os mais rápido,
pois tendo um profissional como referência o usuário passa a estabelecer vínculos
com mais facilidade e a recorrer a este profissional sempre que necessário, pois o
mesmo já terá entendimento do caso e das singularidades do mesmo.

Todo projeto terapêutico é desenvolvido individualmente de maneira personaliza,


justamente pelo fato de que cada usuário é singular e trazem queixa diferentes
umas das outras, no entanto o atendimento pode ser intensivo, semi-intensivo ou
não intensivo a depender da gravidade do sofrimento psíquico. É preciso escutar e
observar a complexidade da vida da pessoa, pois isso faz parte da vida dela e pode
ser maior que o transtorno, questionar conceitos do que pode estar ou não gerando
este sofrimento de maneira ampla, uma pessoa sem acesso ao básico como,
moradia, alimentação de qualidade entre outros pode passar a ter um sofrimento
psíquico decorrente disso ou no mínimo essa situação pode estar contribuindo para
tal.

Dentre as atividades propostas pelo Caps estão: atendimento individual que


envolve prescrição de medicamentos e em alguns casos a psicoterapia, orientação,
atendimento em grupo, oficinas terapêuticas, oficinas geradoras de renda, atividade
esportiva, atividades comunitárias e assembleias e reuniões na qual é aberto para
sugestão de melhorias, além disso é feito um trabalho com a família através de
atendimentos a grupos familiares e atendimentos individualizados a família,
orientações, atividades comunitárias e sociais, visitas domiciliares. Em alguns casos
de uso e abuso de substâncias também é feito um trabalho de desintoxicação
ambulatorial.

Os Caps funcionam por pelo menos cinco dias uteis da semana ( de segunda a
sexta feira) e os horários de funcionamento variam de acordo com a quantidade da
população local, em municípios com mais de 200.000 de habitantes o
funcionamento costuma ser 24 horas incluindo finais de semana e feriados, e
existem vários turnos na qual os usuários podem estar utilizando o caps de acordo
com o que é determinado em seu caso, de acordo com a quantidade de horas que o
usuário fica no caps, ele tem acesso a refeições e atividades.

De acordo com diagnostico do usuário pode ser que seja necessário o uso de
medicamentos, e para isso o caps tem uma organização para distribuir esses
medicamentos, mas focando sempre na importância de uma prescrição racional.

Oficinas terapêuticas:

As oficinas terapêuticas é o principal meio de tratamento utilizado no caps, são


atividades realizadas em grupos com a presença e orientação de profissionais,
geralmente as atividades são definidas de acordo com os interesses dos usuários e
podem variar, e auxiliam na integração social e familiar, a manifestação de
sentimentos e problemas, o desenvolvimento de habilidades corporais, a realização
de atividades produtivas, o exercício coletivo da cidadania. Essas oficinas podem
ser expressivas (artes, dança, poesia), geradora de renda (culinária, venda de
produtos confeccionados por eles etc.) e oficinais de alfabetização que auxiliam no
aprendizado, principalmente para aqueles que não puderam permanecer na escola.

Diferenças dos Caps:

Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, nem todos os Caps são iguais e
existem sim diferenças entre alguns deles, tanto diferenças relacionadas a espaço
físico, disposição de equipamentos como também de profissionais e atividades. Os
caps também se organizam de forma diferente para atender as demandas segundo
as suas especificidades, isto é crianças, adolescentes, usuários de drogas e
aqueles com transtornos psicóticos e neuróticos graves são atendidos em caps
diferentes: Caps I e II atendimento diário de adultos com transtornos mentais
severos, Caps III atendimento noturno e diurno de adultos, durante sete dias da
semana, atendendo à população de referência com transtornos mentais severos e
persistentes. CAPSi atendimento de crianças e adolescentes com transtornos
mentais e CAPSad atendimento de usuários de álcool e drogas. Cada um desses
caps tem suas especificidades de acordo com o público, no geral as atividades
desenvolvidas são bem parecidas, mas as atividades são modificadas de acordo
com as faixas etárias e no caso do CAPSad buscasse ter um olhar mais voltado
para a prevenção e redução de danos, e esse tipo de CAPS possui leitos de
repouso com a finalidade exclusiva de tratamento de desintoxicação.

Geralmente as equipes que atuam no Caps são formadas por: médico


psiquiátrica, enfermeiros, psicólogos, assistente social, pedagogo e profissionais de
nível técnico (administrativo, enfermagem, etc.), além disso tem também os
estagiários. Ambos têm papeis fundamentais, no entanto o protagonismo e
participação dos usuários e da família é de extrema importância para alcançar os
objetivos, os profissionais devem estar abertos para que os usuários tirem suas
dúvidas. A comunidade é de extrema importância no que se diz respeito a inclusão
desse usuário e a projetos que envolva pessoas, ações comunitárias e etc.

Referencias:

BRASÍLIA. Saúde mental no sus. Os centros de atenção psicossocial.


Brasília, 2004. P. 11-29.

Você também pode gostar