Você está na página 1de 3

POEMA:

O fim do mundo
Os vulcões entram em erupção a qualquer
momento
E fazem de cidades inteiras um museu de estátuas:
Bocas de horror anunciam que viram um anjo de fogo
As tempestades rompem os telhados de amianto
E as pedras que seguram as telhas ferem a cabeça da mãe
As vizinhas acodem com água e o chão fica
vermelho
Os vírus atacam os rins, o fígado, o pulmão,
a medula, o diabo
Filhos morrem, irmãos morrem, pais são
atropelados por trens de ferro
Mulheres voltando do trabalho são estupradas
enquanto rezam a ave-maria
Crianças nascem com síndromes inexplicáveis
Aviões caem, barcos afundam, nações declaram guerra
E você vai e mata e morre
Outro dia foi em uma igreja: uma bomba, oito
mortos e trinta e dois feridos
Ordens de despejo, famílias nas ruas, agências
bancárias abrem às 10
Na praia onde construíram um porto tubarões
arrancam pernas
Meninos adolescentes entram em creches atirando
Da polícia, nem falo da polícia, olhai os lírios do campo
De concentração, dos campos de refugiados
Tudo que é fascismo agora vem com o prefixo "neo" Não sei se Deus existe e, se não
existe
Falo muito sozinha.
LIGAÇÃO DO POEMA E RECORTE TEMÁTICO

A relação entre o poema "O fim do mundo" e o tema centra é a abordagem


apocalíptica e crítica das ações humanas que levam à gestão ambiental e social. O
poema "O fim do mundo" narra uma série de eventos catastróficos que impactam a
vida humana e o planeta, abordando questões como desastres naturais, violência,
doenças, injustiças sociais e conflitos armados.
O tema central dos textos é a preocupação com a destruição do ecossistema e a
ameaça à sobrevivência da espécie humana, principalmente devido às ações
negligentes da "elite detentora do capital". Há uma crítica à exploração desenvolvida
dos recursos naturais e à indiferença em relação às consequências para o meio
ambiente e para a humanidade.
Ao mesmo tempo, mesmo diante desse cenário sombrio, alguns poemas também
destacam a esperança que ainda existe enquanto há vida e diversidade na Terra. Os
elementos mencionados, como a "coreografia dos pinguins", "narvais com chifre de
pégaso" e outros seres, simbolizam a beleza e a diversidade da natureza que ainda
podem ser preservadas.

POEMA AUTORAL:

Eu devo ser diferente dos outros


Só eu escuto o zumbido constante de máquinas,
Uma sinfonia dissonante que envenena as almas.
Torres de concreto se erguem como sepulturas,
Onde a esperança desfalece em amarguras.

Rios que eram vida, agora são venenosos,

Florestas em chamas, ou veículos em terreno.

Montanhas de plástico, mares sufocados,

Paisagens marcadas, testemunhas do pecado.

Eu devo ser diferente dos outros


Só eu sei que as florestas, guardiãs
de segredos antigos, são agora
testemunhas de seus próprios perigos.
FIM

AMYLEE DOMINGOS RAMOS DE OLIVEIRA


1 ANO E

Você também pode gostar