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“A Dialética Visual”, psique individual e

sociologia humana.

Introdução
1 - Os modelos
Primeiro de tudo, preciso me desculpar pelo uso que considero ser extremamente
idiossincrático de conceitos e palavras apropriadas e recicladas para que se encaixem em meu
modelo de maneira descritiva, usados como uma via para expressar-me. Isso deve ser um
resultado claro da minha inexperiência na formulação de um conteudo acadêmico próprio (se é
que podemos chamar de acadêmico), portanto, fui levado a tentar aproximar o máximo possivel,
o valor semântico das palavras para as ideias respectivas apresentadas, mesmo ainda assim não
me justifico de forma alguma, para mim, apenas exibe a minha incompetencia e amadorismo em
relação ao montante de conhecimento científico produzido até hoje de maneira empirica e tratado
para ser compreendido objetivamente, seguindo o rigor formal. Logo, eu necessito da avaliação
de pessoas que já estiveram ou estão em contato com esse mundo e que têm critérios (de
compreensão) para que eu possa orientar-me e saber se o caminho que ando não é apenas uma
ilusão criada por mim devido a qualquer fator psicológico o qual não estou consciente ou talvez
não aceito enxergar. Subsequentemente entra a questão de “qual metodologia é usada neste caso
então?”, e preciso esclarecer em seguida, “surge de uma interpretação subjetiva sobre a
epistemologia da dialética materialista junto ao marxismo”; elaborando de uma maneira mais
adequada, não existe uma fonte própria especifica, mas também não surge de uma interpretação
em sentido “textual”, isto é, não é um fruto a partir de uma “análise pelo propósito da análise”
dos trabalhos de Engels e de Marx formando uma nova compreensão, mas sim de uma
“comparação e desenvolvimento de um proto-modelo em relação ao conteúdo marxista”, que se
tornará aparente a medida que se é introduzido os conceitos. Por isso, partindo do princípio em
que os diversos fenômenos e efeitos relacionados a mente humana podem ser tanto no seu meio
individual e social explicados e previstos pelos esquemas apresentados aqui, espero receber
formas de dialogo que critiquem essa compreensão em todas as suas dimensões, me permitindo
crescer como pessoa, melhorando minhas habilidades de autocrítica e me introduzindo ao
formato acadêmico.
São três modelos que saltam de pontos observados a primeira vista diferentes, mas que
escalam e formam uma camada superior coesivamente integral: a memória como sendo o
produto morfologico fundamental da mente humana, onde determino um modelo abstrato de
agente consciente que se torna a unidade basica dessa morfologia; a dialética visual – esse sendo
o termo que uso atualmente – consistindo de um método de pensamento no qual é empregado a
partir de um material-situação, abstrações esquemáticas (vide “visual”) de suas propriedades que
quando postas em relação naturalmente durante o processo de reflexão evidênciam outras demais
propriedades, com caráter complexo e transformativo, possibilitando uma visão mais detalhada e
resolutiva sobre o objeto de pensamento; Por fim, através da união de fenômenos estruturais da
psique humana descritos pelo primeiro e da formação de relações dinâmicas sobre o mundo do
segundo, é gerado um modelo que descreve aqueles fenômenos de carater psicossocial. A ordem
respectiva desses três tópicos apresentados anteriormente não será seguida, embora essa seja de
fato a relação hierárquica entre eles, porque estão emanharados de maneira com que desvincular
determinados pontos para a postulação sequente seja díficil, logo, decidi que será de maior
importância começar pela dialética visual e assim que prover o que julgo ser necessário para um
encapsulamento compreensiivo desta, movo-me em paralélo para o tópico sobre o modelo
psicológico e em seguida concluo com o sociológico. Também devo deixar claro que apesar
desta sequência possa ser percebida como sendo semelhante a forma hegeliana “tése, antítese e
síntese”, se diferencia no sentido dialético de “a primeira explicar a segunda e vice versa”, e o
mesmo para a “segunda e terceira” e “primeira e terceira”, exemplificando: a dialética visual
explica a abstração como sendo uma produção interna resulta do contato do individuo com seu
substrato, enquanto o modelo psicológico explica a abstração consciente como um certo
exemplo de estrutura de memória funcional – puramente derivado da expansão do fenômeno de
associação, porém a dialética visual também explica essas estruturas internas, no caso sendo a
complexidade experiêncial de uma pessoa e sua identidade; a relação social em vista da
identidade dos membros de um grupo em função de flutuadores de memória presentes em
estruturas memória, com conteúdo derivado de um fundo cultural, regulando por exemplo, a
identidade social do grupo ou mesmo sua dinâmica interna. Primordialmente, podemos
considerar esse modelo psicológico como “fenomológico”, a dialética visual como uma
ferramenta de análise que trata e considera o material, e quando pensamos no escopo social,
estamos analisando abstrações formadas dialeticamente, mas originadas através do psicológico
interdependente mas unitário de cada individuo.

2 – Considerações filosóficas
Os leitores deste texto podem simplesmente fazer parte de correntes filosóficas
diferentes, existindo consequentemente variações dentro do campo de interpretação metáfisico.
Sendo assím irei elaborar nesta seção dois conceitos crúciais que seguem certas orientações as
quais o leitor ficará ciente que talvez poderá divergir em sua concordância:
a) O materialismo da mente humana
A materia como compreendemos é algo proveniente da Realidade como uma camada
independente da psique humana em abstrato, a última em sua compreensão física está
absolutamente integrada na realidade, registrada no que todos nós chamamos de “cerébro”, ou
seja, mesmo que tratemos as abstrações como objetos num plano abstrato, estão simplesmente
em função da análise, como objetos mentais, e terão fundamentalmente uma origem na porção
real “cérebro”, consideramos esse “plano abstrato” porque estamos preocupados em tratar sobre
a “relação de conhecimento” sobre a realidade e não obrigatóriamente a causa neurológica desse
processo, o modelo psicológico funciona a partir de abstrações metacognitivas sobre o ato de
pensar, que buscam estabelecer a sua estruturação, e o mesmo vale para as abstrações dentro do
escopo da dialética visual. É possivel desconstruir ou modificar o modelo caso existam
evidências que invalidem criticamente os seus princípios, surgindo ou de uma análise ciêntífica
do cérebro humano ou uma terceira consideração do funcionamento deste modelo implique que
exista uma previsão de certo comportamento que não é propriamente identificalvel – no geral
provendo o apontamento de problemas dentro desse modelo. Toda a falta de uma previsão pode
levar a uma expansão do próprio modelo, logo, não necessariamente o desqualificando.
b) Realidade e Natureza
A Realidade é a totalidade que precede o universo, é a fidedigna e pura expressão da
complexidade absoluta, se manifestando e se mantendo em uma infraestrutura redutivamente
infinita. A mente nunca entra em contato direto com a Realidade, mas pode aproximar o seu
conhecimento sobre ela através de qualquer processo o qual ocorre a internalização de canais de
percepção físicos que capturam as manifestações formadas por alguma fração de uma de suas
facetas - saberiamos da existência da luz infravermelha, ultravioleta ou ondas de rádio antes da
revolução ciêntifica do conhecimento quando se afastamos antes daquele marco e período em
que se fez essa descoberta? Não, mas isso significa que esses não existiram? Não, é claro que
existiram, porém na essência do sentido comum da palavra “existência”, como uma atribuição
inerente a realidade. Mas vejamos, para os individuos naquele momento, não sendo capazes de
dicernir “a luz” nesse sentido pelo seu nível de desenvolvimento técnologico, não existiriam
significativamente em seu cotidiano e mundo, ao ponto de ser criado um conceito próprio para
estes. A palavra “existência” assumirá agora em diante o conhecimento de um indivíduo sobre
uma manifestação da realidade, identificavel como sendo essa manifestação através da natureza
do indivíduo e de seu meio, e consequentemente considerado por esse indivíduo como um
objeto, no sentido de ser para ele uma existência. Se define como Natureza a camada formada
pelo corpo de conhecimento gerado através de processos que geram o conhecimento – o meio
natural e natureza do indivíduo mencionado anteriormente – todo e qualquer objeto se encontrará
como uma manifestação natural criada a partir da compreensão do individuo relativo ao seu
contexto natural que lhe permite observar certa manifestação da realidade. Não vamos fazer
como os idealistas e assimilar a complexidade da realidade como sendo qualquer projeção de
uma substância externa a ela ou sendo ela essa própria substância, a realidade é única, somos
também diluidos como manifestações da complexidade e consequentemente como manifestações
da realidade, não podemos compreender-la de maneira pura e direta, a semanticidade é intrinseca
ao pensamento humano e o mesmo para a nossa compreensão natural da realidade, esta é a causa
de termos pessoas, orgãos, tecidos, células, organelas, macroproteínas e proteínas, moléculas,
atomos, protons e neutrons, e hoje terminarmos em quarks, há algumas decadas atrás não era
acurada a ciência que considerava protons como sendo o de fato limite? A física não estava
quase completa como disse o professor Philipp von Jolly para Max Planck, que o aconselhou a
não entrar no campo da física? Logo em seguida surge então a mecânica quântica e futuramente
a relatividade formando dois antagonismos que estão presentes na física a serem unidos até hoje
na física moderna. A medida que exploramos junto a nossa unidade inteiriça de desenvolvimento
científico e o conhecimento gerado pelo mesmo até hoje, de maneira abstrata se amplia a
resolução da estrutura natural de conhecimento que temos sobre a realidade continuamente, mas
aparentemente apesar desse avanço se mantem estático a unidade dessa estrutúra como sendo
sempre uma unidade semântica. Isto não é uma crítica dizendo que deve haver uma mudança,
Pois essencialmente não mudará, ao menos que se transforme utópico e radicalmente a natureza
da percepção humana.

A Dialética Visual
Observando superficialmente o conceito de “dialética”, vem à tona uma pluridade de
referências a sistemas que apenas compartilham uma linha tênue de significados em “comum”, e
este “comum” se evidência no senso de ser “uma forma de exposição argumentativa entre
diferentes pontos de vista em direção a uma compreensão mais apropriada ou elevação do
conhecimento em relação a um tópico”, a dialética como sendo simplesmente uma forma de
discurso é suficiente para um determinado propósito prático de definição (ex didático), mas não
vai de nada adiantar para definirmos de maneira objetiva e resoluta o conceito “dialética”. Temos
os métodos desenvolvidos pelos filósofos gregos como a dialética socrática, a platônica, a
aristotélica e o que foi posteriormente reciclado e desenvolvido pelos pensadores medievais; logo
temos a dialética kantiana e hegeliana onde o processo de obtenção do conhecimento é posto
nesse sentido em uma relação de forma dupla mas integrada, como “dialética” e “logica”; e por
fim uma última revolução da dialética é dada por Engels e Marx, adaptando-a para as novas
noções geradas pelo periodo de término da revolução industrial; Iremos nessa seção, fazer uma
análise histórica da dialética que servirá como um fundo de comparação para as postulações do
modelo da Dialética Visual.

a) Sócrates

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