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Dosimetria da pena

1. Conceito de pena

Trata-se da sanção penal de caráter aflitivo aplicada ao autor culpado por uma
infração penal

Sanção penal é gênero que possui duas espécies, no caso a pena e a medida de
segurança. A pena é aplicada ao imputável, ao passo que a medida de segurança é
imposta ao inimputável do art. 26, caput, CP, por meio de uma sentença absolutória
imprópria.
Já para o semi imputável, o juiz aplica pena reduzida de 1/3 a 2/3 ou aplica medida de
segurança até porque foi adotado o sistema vicariante

2. Penas proibidas
Art. 5º, XLVII

a) Pena de morte: EXCEÇÃO, em caso de guerra declarada.


b) Penas de caráter perpétuo: vale lembrar que o limite máximo que uma pessoa
pode ficar presa é de 30 anos. De acordo com a SÚMULA 715, STF a pena unificada
para atender ao limite de 30 anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do
CP, não é considerada para concessão de outros benefícios, como o livramento
condicional ou regime mais favorável de execução. De acordo com o STF, o limite
de 30 anos também foi estendido à medida de segurança, porém, se após 30 anos
o indivíduo continuar perigoso deve ser propor uma ação de interdição civil
c) Penas cruéis
d) Penas de trabalhos forçados
e) Banimento: é a expulsão do nacional do território brasileiro. Quem pode ser
expulso é o estrangeiro, por exemplo, condenado por um crime. E caso ele retorne
ao Brasil, comete o crime de REINGRESSO DE ESTRANGEIRO EXPULSO, aliás contra
a administração da justiça.

3. Espécies de pena

As espécies são as seguintes:

a) Penas privativas de liberdade: inclui as penas de reclusão, detenção e prisão


simples [para contravenções penais].
A principal diferença entre as penas de reclusão e detenção reside no regime
inicial de cumprimento da pena. Assim sendo, o condenado por crime apenado
por reclusão pode cumprir sua pena nos regimes fechado, semi aberto ou aberto.
Já o condenado por crime apenado com detenção pode iniciar o cumprimento de
sua pena nos regimes semi aberto ou aberto, mas não no fechado! Posteriormente
pode ser transferido para o fechado durante a execução de sua pena (regressão de
regime).
b) Penas alternativas: incluem as penas restritivas de direitos e a de multa.
4. Requisitos para a escolha do regime prisional

Reclusão Detenção
Reincidente Ñ reincidente Reincidente Ñ reincidente
PPL>8anos Fechado Fechado Semiaberto Semiaberto
PPL>4-8anos Fechado Semiaberto** Semiaberto Semiaberto
PPL=<4anos Semiaberto/fechado* Aberto Semiaberto Aberto**

* SÚMULA 269, STJ: é admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos


reincidentes condenados, a pena igual ou inferior a 4 anos se favoráveis as
circuntancias judiciais,

**Se as circunstâncias judiciais do art. 59 forem desfavoráveis, o juiz poderá aplicar


regime inicial mais rigoroso

5. Penas alternativas

Compreendem as penas restritivas de direitos e a pena de multa.


Por sua vez, as penas restritivas de direitos englobam:
a) A prestação pecuniária
b) Perda de bens e valores
c) Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas.
d) Interdição temporária de direitos
e) Limitação de fim de semana

6. Características das penas restritivas de direito

a) Substitutividade: sentença condenatória. É o método pelo qual a pena restritiva de


direito é aplicada. O juiz, na sentença condenatória faz a dosimetria da pena,
aplica a pena privativa de liberdade e fixa o regime inicial. Ao final, preenchidos os
requisitos do art. 44 do CP, a pena privativa de liberdade é substituída pela pena
restritiva de direitos.
Há casos excepcionais em que a pena restritiva de direitos está prevista no
preceito secundário, não havendo a característica da substitutividade, como, por
exemplo, o porte de drogas para consumo pessoal (Art. 28, da lei 11343/06).
b) Conversibilidade em prisão: refere-se a algo que ocorre durante a execução de
uma pena, é a troca inversa, em que converte a pena restritiva de direitos em
pena privativa de liberdade. Todas as penas privativas de liberdade podem ser
convertidas em prisão, salvo a do art. 28 da lei 11343/06.

7. Dosimetria da pena

Foi adotado um critério trifásico de fixação da pena.


1ª fase: O juiz fixa a pena base com fundamento nas circunstâncias judiciais do art. 59,
CP. Uma das circunstancias judiciais refere-se aos antecedentes do réu. Conforme
SÚMULA 444, STJ, é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso
para agravar a pena base.

2ª fase: o juiz fixa a pena provisória, com fundamento nas atenuantes e agravantes.
Nas duas primeiras fases, o juiz não pode extrapolar os limites legais.

3ª fase: o juiz fixa a pena definitiva com fundamento nas causas de diminuição e de
aumento de pena (é a única fase em que o juiz pode extrapolar os limites legais.

8. Progressão de regime

Pode progredir de regime desde que cumpra 1/6 da pena e tenha bom
comportamento.
CUIDADO!!! Não é possível a progressão por salto, conforme SÚMULA 491, STJ.
Já para os condenados por crimes hediondos e equiparados, o agente terá que cumprir
2/5 da pena se for primário ou 3/5 se for reincidente.
Até a data de 29 de março de 2007, o condenado por crime hediondo terá que cumprir
1/6 da pena. Nesse sentido existe a Súmula vinculante nº 26 e se for desrespeitada
cabe reclamação junto ao presidente do STF.

9. Remição

Significa que a cada 3 dias trabalhados ou 12 horas de frequência escolar (divididas, no


mínimo, em 3 dias) desconta-se um dia da pena.

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