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No.

 370 AGOSTO/2022
SEMESTRAL PORTUGAL 2,50€
SN 0949-6998

A GERAÇÃO SEGUINTE
Vivemos tempos extraordinários. É disso que falamos nesta edição da
Mercedes-Benz me. Conversámos com Norman Foster, o arquiteto do século,
sobre a sua visão de mobilidade e o seu amor pelo automóvel. E também
revelamos o AMG Vision, que mostra o caminho que a nossa marca desportiva
está a percorrer rumo à eletromobilidade.

O mundo está a mudar. Como podemos continuar a ter um desempenho


sustentável? No final da década, queremos reduzir em 50% as nossas emissões
de CO2. Mas a sustentabilidade é muito mais do que isso. A componente social
Foto: Mercedes-Benz AG, foto de capa: Mercedes-Benz AG

também é uma parte integrante da mesma. A minha colega do Conselho,


Renata Jungo Brüngger, debate este assunto com o consultor Phil Bloomer.

Ninguém pode prever o futuro. O que conta hoje, porém, é a coragem e a


paixão de fazer a diferença. Juntem-se a nós nesta viagem empolgante.

Com os melhores cumprimentos,

Britta Seeger
Membro do Conselho de Administração da Mercedes-Benz Group AG

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SUMÁRIO
COMEÇAR DE NOVO  6
Como o espírito inovador cria novas
oportunidades na vida

Fotos:Magdalena Wosinska, Simon Puschmann, Dirk Bruniecki, ullstein bild - JT Vintage/Glasshouse Images, Weston Wells
ALIANÇA ICÓNICA  12
Andy Warhol e a Mercedes-Benz: UMA NOVA SENSAÇÃO DE LAR 32
uma colaboração fascinante Sustentatibilidade e o EQS –
encontro em Portugal

UMA NOVA DIMENSÃO  46


Os detalhes de um ícone: o novo
Mercedes-AMG SL

VIDA EM MOVIMENTO  22
Norman Foster, o arquiteto do
século, fala da ligação entre a
mobilidade, a arquitetura e a
arte, que considera fantástica
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SOBRE A BELEZA  56
AMG Vision mostra-nos o futuro
da marca desportiva. Fascinante

OCEANIC LOUNGE  68
Espaço de debate e de defesa dos
oceanos e da vida marinha

VOAR SOBRE AS ÁGUAS!  70


A tecnologia ao serviço de novas
formas de diversão
1ZERO2 60
EQS na N2. Percorremos a estrada
O FUTURO DO LUXO  72
mais longa de Europa com uma só
Virgil Abloh e Gorden Wagener
carga de bateria
– redefinição do luxo na Maybach

RENATA JUNGO BRÜNGGER


SHE’S MERCEDES  64 ENCONTRA PHIL BLOOMER  80
Mulheres inspiradoras Uma conversa sobre a importância
comprovam as capacidades dos direitos humanos nas
dos Mercedes-Benz 4MATIC organizações

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COMEÇAR
DE NOVO
Texto de Josefine Klatt

O que é preciso para mudar de vida? Três pessoas


para quem as respostas foram coragem, espírito
inovador e autoconfiança. ANGELITA ERIKSEN,
TAMARA SINGER e DAVID ZILBER seguiram novas
direções e estão a preparar o caminho para que
outros façam o mesmo. Porque a viagem é, muitas
vezes, mais rica do que o destino
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Foto: Morten Munthe

7
8
Foto: Morten Munthe
AS ENCANTADORAS DE ALGAS:
ANGELITA ERIKSEN E TAMARA SINGER

"Se tiver ao menos uma pessoa consigo que acredita na sua ideia, con-
segue fazer qualquer coisa." Quando Angelita Eriksen e Tamara Singer se
conheceram, durante a formação em fisioterapia, na Austrália, nunca
pensaram que um dia estariam a gerir juntas um negócio alimentar
inovador. A norueguesa e a neozelandesa vivem há vários anos em Napp,
uma aldeia piscatória com apenas 200 habitantes no arquipélago norue-
guês das Ilhas Lofoten. Eriksen ansiava por um lar, Singer foi atraída pelo
amor ao extremo norte. Foi aqui que estabeleceram a sua empresa, a
Lofoten Seaweed, em 2016. Colhem e processam sete tipos diferentes
de algas marinhas que crescem no mar, mesmo à sua porta, para pro-
duzir especiarias, chocolates, aditivos para pão, sabonetes e, o desen-
volvimento mais recente, massas. "No início, todos achavam que éramos
loucas. Mas, com o tempo, desenvolvemos uma maravilhosa parceria
com as empresas de pesca no porto. Agora, os pescadores idosos
chamam à nossa ideia o futuro dos alimentos. Estou realmente orgulhosa
disso," diz Eriksen, que cresceu numa família de pescadores. Já Tamara
Singer sabe tudo sobre as plantas marinhas desde tenra idade; graças à
sua mãe japonesa, elas integraram sempre a sua dieta.
"As algas estão entre as plantas mais ricas em nutrientes do planeta.
São ricas em iodo, têm pouca gordura e diz-se que têm propriedades
antibacterianas e até anticancerígenas," diz Singer.
As duas empreendedoras querem encorajar as pessoas a integrar as
ANGELITA ERIKSEN (pág. 7) e algas nas suas dietas através de receitas fáceis ou como complemento
TAMARA SINGER (esq.) querem de um prato – por exemplo, como sal enriquecido. A sua estreita amizade
revolucionar a cozinha à base de é a receita-chave para o sucesso. "É a combinação do temperamento e
algas marinhas com a LOFOTEN criatividade dos noruegueses com o sentido para a qualidade e detalhe
SEAWEED. Saiba mais em: dos japoneses. Complementamo-nos perfeitamente e assim aproveita-
lofotenseaweed.no mos os pontos fortes de cada uma."

9
O GÉNIO DA FERMENTAÇÃO:
DAVID ZILBER

Quando lhe perguntam quanta coragem foi necessária para


deixar o seu emprego, no início da pandemia, embora não
tivesse um plano específico em mente na altura, David Zilber
responde: "Uma citação do livro da Julia Cameron, ‘O Caminho
do Artista’, estava presa na minha mente: ‘salta e a rede apare-
cerá.’ Por vezes podemos não ter todas as respostas no devido
momento, mas é preciso ter a fé de que as podemos
encontrar."
Zilber é um chef de cozinha formado, que durante muitos
anos fez parte da equipa principal do famoso restaurante
Noma, cuja cozinha foi várias vezes eleita a melhor do mundo.
Quando assumiu a gestão do Laboratório de Fermentação no
restaurante, em 2016, o seu fascínio por micróbios e processos
de fermentação floresceu. Aprendeu rapidamente com os erros
e experienciou muitos "momentos viciantes", como quando
começou a perceber a complexa designação das enzimas – a
nomenclatura – em toda a sua profundidade. Depois veio a
primavera de 2020, quando Zilber se apercebeu que era o
momento certo para mudar. "A pandemia agravou muitos
problemas no consumo alimentar e em torno dele. Por exem-
plo, a logística ‘just-in-time’ que colapsou em vários lugares
deixou colheitas inteiras a apodrecer nos campos dos agricul-
tores. Sinto a responsabilidade de trazer a mudança que quero
ver no mundo em tudo o que faço. É por isso que comecei a
questionar como poderia usar o meu tempo," diz o artista
nascido no Canadá. Tem feito isto, desde há um ano e meio,
com a Chr. Hansen, uma empresa global de biotecnologia.
Ambos querem explorar o potencial da fermentação para
desenvolver novos sabores e, em última análise, impulsionar a
produção alimentar sustentável para o benefício das pessoas e
do planeta.
A mudança da gastronomia para a ciência faz todo o
sentido para Zilber. Isto porque a Ch. Hansen dá-lhe acesso a
mais de 40 mil cepas microbianas, que abrem possibilidades
quase infinitas de inovação. Utiliza a tecnologia de fermentação
DAVID ZILBER quer usar o seu num laboratório especialmente equipado para desenvolver
trabalho na empresa de biotecno- soluções saudáveis e saborosas, com o objetivo de conseguir
Foto: Petra Kleis

logia CHR. HANSEN para tornar a mudanças sustentáveis no sistema alimentar. "Para mim, a
produção alimentar mais sus- fermentação é uma metáfora para a ecologia. A própria
tentável. Mais informações: definição da palavra implica a interação entre micróbios,
@david_zilber no Instagram plantas e seres humanos," diz Zilber, de 37 anos.

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MERCEDES-BENZ ART COLLECTION

ALIANÇA
ICÓNICA

Foto: © 2022 A Fundação Andy Warhol para as Artes Visuais, Inc./Licenciado pela Artists Rights Society (ARS), Nova Iorque
Texto de Renate Wiehager

ANDY WARHOL é um dos maiores artistas


do século XX. Os lendários veículos
da Mercedes-Benz também inspiraram
o criador da arte pop. Um olhar retrospetivo
sobre a ligação entre dois ícones

Mercedes-Benz 300 SL Coupé (1954), 1986


Serigrafia, acrílico sobre tela
152,5 x 127,5 cm
Mercedes-Benz Art Collection
Adquirido em 1987

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Mercedes-Benz W 196 R Streamline
Formula 1 (1954), 1986
Serigrafia, acrílico sobre tela
102 x 152,5 cm
Mercedes-Benz Art Collection
Adquirido em 1987

Foto: © 2022 A Fundação Andy Warhol para as Artes Visuais, Inc./Licenciado pela Artists Rights Society (ARS), Nova Iorque

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Warhol pediu aos amigos dicas
sobre como combinar os
motivos mais marcantes da
época com as preferências
então dominantes

Uma nota no diário de Warhol, na primavera de 1986, fotografias de teste do lendário Mercedes 300 SL por
dava conta do envolvimento do artista com o mundo sua própria iniciativa, com vista a sensibilizar tanto
automóvel: "Fred telefonou e disse que tinha almo- Warhol como a administração de Estugarda para este
çado no bar do Harry Cipriani com Hans Mayer e o projeto. Em maio de 1986, trouxe as primeiras quatro
sujeito da Mercedes-Benz. O tipo era bonito e o pinturas em serigrafia de Nova Iorque, conquistando
almoço foi divertido. Acho que vou tentar (risos) o entusiasmo do Conselho de Administração liderado
obter um automóvel e um condutor deles, como por Edzard Reuter. De tal forma que o contrato foi
inspiração para os quadros. Estou a pintar Mercedes assinado em setembro do mesmo ano. Foi planeado
antigos para eles." (Citação de: "The Andy Warhol um total de 80 fotografias para documentar a histó-
Diaries", ed. de Pat Hackett, Nova Iorque 1989). Hans ria do automóvel com base em 20 modelos Mercedes
Mayer, um galerista de Düsseldorf, deu o impulso selecionados: desde o Daimler Motor Carriage e o
para a série de retratos. O "tipo bonito" era o curador Benz Patent Motor Car de 1886, até 1986.
de longa data da Mercedes Art Collection, Hans J. O contrato previa 40 quadros para a Daimler-
Baumgart. Contudo, o ponto de partida para o pro- -Benz e outros tantos para Warhol, que concedeu à
jeto partiu de um anúncio que a empresa tinha empresa uma opção de compra de cinco anos para os
colocado: "1986 – O automóvel está a fazer 100 anos. que lhe estavam destinados. Deveriam ser criadas
Vamos homenagear a genialidade dos engenheiros". duas versões do motivo único e duas representações
Foram apresentados 17 modelos tidos como repre- múltiplas de cada modelo.
sentativos da história do automóvel, incluindo o Benz Hans J. Baumgart tinha selecionado fotografias
Patent Motor Car de 1886, o Daimler Motor Carriage de modelos produzidos entre 1886 e 1970 para o
de 1886, um camião Mercedes-Benz de 1931 e um primeiro grupo de oito automóveis, para que o artista
Classe E de 1984. não ficasse "aborrecido" tendo apenas desenhos
A proposta original de Hans Mayer de ter os 17 para os modelos mais antigos. É bem conhecida a
automóveis retratados foi rejeitada pela Daimler- preocupação de Warhol de evitar que as suas pintu-
-Benz AG, como era chamada na altura. Só queriam ras reflitam as suas próprias preferências ou gosto
ver representados os automóveis da sua própria pessoal. Por isso mesmo, Warhol pediu aos amigos
marca. Mayer começou por encomendar as primeiras que lhe dessem dicas sobre os motivos que

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Warhol vê o automóvel como
marca e como um símbolo da
prosperidade económica e liberdade
individual, de realização e desgraça; gera o
desejo de massa e é por vezes um mito

refletissem as preferências dominantes à época. artística e cultural nos EUA tinha sofrido um choque
Inicialmente também confiou na seleção que a profundo com o primeiro caso de SIDA, em 1982.
empresa lhe preparou para a série CARS. Finalizou os Warhol foi diretamente afetado ao perder amigos e
trabalhos da primeira série em janeiro de 1987: oito parceiros. A partir daí, talvez como uma reação, o
projetos em duas versões, cada um com representa- artista passou a usar apenas roupas escuras: calças
ções únicas e múltiplas. Warhol pediu fotos e docu- de ganga pretas, camisolas de gola alta pretas e ténis
mentos para mais 12 automóveis apenas algumas pretos. Foi também a época em que Warhol começou
semanas depois. Porém, a sua morte a 22 de feve- a usar perucas brancas prateadas – diz-se que
reiro de 1987 deixou a série incompleta. Edzard possuía mais de 400 (recentemente, em 2006, uma
Reuter, Baumgart e Mayer viajaram para Nova Iorque das suas perucas foi leiloada por um valor superior a
para ver os quadros finalizados na Factory. Regressa- 10 000 €). Em 1984, dedicou uma edição inteira da
ram a Estugarda muito impressionados. sua revista de culto "Interview" ao seu parceiro de
No final, Warhol completou 36 serigrafias e 13 então, Jon Gould, também infetado com o VIH, que,
desenhos de grande formato representando oito subitamente, falou sobre métodos de cura esotéricos
modelos diferentes que acabaram na atual coleção em vez de retratar o luxo e o charme da cena
da Mercedes-Benz Art Collection. Com exceção artística.
de quatro pinturas em serigrafia, todas as obras e Warhol percorria as discotecas à noite com
desenhos permanecem no âmbito desta magnífica as jovens estrelas da pintura nova-iorquina dos anos
coleção. Warhol trabalhou em mais dois grandes 80 – Jean-Michel Basquiat, Keith Haring e Kenny
formatos nas duas semanas que antecederam a sua Scharf – e inspirava-se no seu estilo de graffiti e
morte. Estes estão atualmente em coleções privadas. na sua irreverente abordagem da pintura a fenóme-
nos da estética quotidiana.
O WARHOL PRIVADO
Antes de olharmos para a atitude de Warhol em O AUTOMÓVEL NA OBRA DE ANDY WARHOL
relação ao automóvel e a sua compreensão da "arte Os automóveis antigos raros podem parecer estar
empresarial", vamos dar uma vista de olhos ao arredados da "iconografia da vida quotidiana" de
Warhol privado nos seus últimos anos. A cena Warhol. No entanto, como produtos de luxo que são

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Mercedes-Benz W 125 R Formula 1 (1937), 1986
Serigrafia, acrílico sobre tela
102 x 152,5 cm
Mercedes-Benz Art Collection
Adquirido em 1987
Foto: © 2022 A Fundação Andy Warhol para as Artes Visuais, Inc./Licenciado pela Artists Rights Society (ARS), Nova Iorque

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Foto: © 2022 A Fundação Andy Warhol para as Artes Visuais, Inc./Licenciado pela Artists Rights Society (ARS), Nova Iorque

“Concept-car” Mercedes-Benz C 111 (1970), 1986


Serigrafia, acrílico sobre tela
152,5 x 127,5 cm
Mercedes-Benz Art Collection
Adquirido em 1987

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O conceito "aurático", muitas vezes
demonizado no modernismo, tornou claro para
Warhol que a aura não pertence aos
objetos em si. É uma projeção do olhar
do consumidor

cobiçados por todos mas indisponíveis para as século XX. A longa abstinência dever-se-á ao facto de
massas, apresentam características típicas enquanto Warhol ter sido capaz de demonstrar os momentos
objetos de desejo que também são inerentes às do "mítico" e "aurático" sob a forma de artigos de
outras áreas temáticas de Warhol. O tema do auto- marca e estrelas da sociedade mediática – seja
móvel como um fetiche de uma sociedade de con- Beuys, Marilyn Monroe ou Mick Jagger. O conceito
sumo em expansão percorre todo o corpo de traba- "aurático", que tinha sido desmantelado várias vezes
lho inicial de Warhol. Encontramos este tema, entre no modernismo, tornou claro para Warhol que a aura
outros, nas telas até ao início dos anos 60, como um não pertence aos objetos ou sujeitos em si, mas é
adereço para desenhos de moda – p. ex. "Shoe on exclusivamente uma projeção do olhar ganancioso do
Wheels" (1955) ou na forma da série "Cadillacs" consumidor – uma perceção que ele, fria e estrategi-
(1962). A impressão "Dead Stop", de 1954, aponta camente, explorou para a comercialização da "aura
para serigrafia da série "Death and Disaster" de Warhol".
1962/63, onde Warhol reinterpretou fotografias de "Recentemente, uma empresa mostrou-se
acidentes de carro publicadas em jornais como interessada em comprar a minha ‘aura’. Não queriam
pinturas em tela ("Car Crash" e "Disaster Series"). o meu produto. Continuavam a dizer: ‘Queremos a
Warhol vê o automóvel como marca e como memo- sua aura’. Nunca descobri o que queriam. Mas esta-
rial, um símbolo da prosperidade económica e de vam dispostos a pagar muito. Então, pensei que se
liberdade individual, de realização, mas, também, de alguém está disposto a pagar assim tanto por isso,
desgraça. Gera um desejo de massa e cria mitos devia tentar descobrir o que é. Penso que a ‘aura’ é
modernos. algo que só outra pessoa pode ver. Porém, só vê
O desafio lançado pela Mercedes-Benz devolveu aquilo que realmente quer. Tudo depende do olhar de
o automóvel ao trabalho de Warhol como um mito do cada pessoa." (Warhol, "The Philosophy" 1975)

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Warhol sentiu-se um produtor de arte por
encomenda cujo objetivo é transferir um
produto para outro contexto: para
o contexto da arte e para o
contexto da "aura Warhol"

ARTE EMPRESARIAL E ARTE ENCOMENDADA a iconicidade do seu tema. O símbolo do dólar, Lenin,
A respeito da denominada arte por encomenda, ou ou Elizabeth Taylor são, por si mesmas, imagens
"arte empresarial" como Andy Warhol lhe chama, ele impressionantes porque o próprio objeto retratado
considera significativo que numa sociedade centrada faz parte da nossa memória cultural, porque é ime-
no produto material as pessoas se comportem como diatamente reconhecido. Quando Warhol fixa os
se fossem partes de um contrato. Os desejos e grandes representantes do nosso tempo, ícones
necessidades do cliente são tão projetados social- contemporâneos, na mira da sua câmara Polaroid, é
mente como o produto do contratante. A “arte” em si manifesto que eles adquirem uma maior notoriedade.
mesma, segundo Warhol, é algo que fica reservado a O que ele pretende é eliminar qualquer ideia de
um círculo restrito de entusiastas, de conhecedores. individualidade na arte. O filósofo Martin Heidegger
A "arte empresarial" não é, nesse sentido, anónima, defendeu que toda a profundidade se deve mostrar
mas analisa e satisfaz necessidades bem definidas. na superfície. Então só é válido o que se mostra a si
Num mundo tão condicionado, existem natural- próprio. Warhol poderia ter concordado com isso.
mente, alianças comissionadas bem-sucedidas e Dois “produtos de topo”, comercialmente
mal-sucedidas. Warhol sentiu que o que lhe foi falando, encontraram-se aqui neste ponto de vista: o
pedido foi que transpusesse um produto para outro nome Warhol gera uma atração mítica no contexto da
contexto: para o contexto da arte e para o contexto arte, como demonstram os números de visitantes das
da "aura Warhol". Para ele, quando os dois objetivos suas exposições. O mesmo se aplica ao nome da
são compatíveis, então o resultado final é positivo. marca Mercedes-Benz – materializado no símbolo da
Alguém que folheie os catálogos de Warhol das duas estrela – que tem um campo seguro de conotações
últimas décadas notará como o interesse pela ima- na sociedade produtora de bens do século XX: bela,
gem individual diminui se o objetivo não for imediata- rápida, moderna e de alta qualidade. A aliança
mente reconhecível. contratual entre Andy Warhol e Mercedes-Benz pode
Pelo contrário, pode-se dizer que o apelo da ser descrita como um golpe de sorte. Um golpe de
pintura de Warhol está diretamente relacionado com sorte para ambas as partes.

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Karl Benz com o seu assistente de vendas Josef Brecht no
Benz Patent Motor Car (1886), 1986
Serigrafia, acrílico sobre tela
102 x 152,5 cm
Mercedes-Benz Art Collection
Adquirido em 1986
Foto: © 2022 A Fundação Andy Warhol para as Artes Visuais, Inc./Licenciado pela Artists Rights Society (ARS), Nova Iorque

Renate Wiehager dirige a Mercedes-Benz Art Collection


em Estugarda, Berlim e noutras localidades desde 2001. Pode encontrar mais
informações em: mercedes-benz.art/en

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ENTREVISTA

VIDA EM
MOVIMENTO
Entrevista de Josefine Klatt e Hendrik Lakeberg

OS EDIFÍCIOS EMBLEMÁTICOS de Norman Foster


moldam cidades em todo o mundo – a sua
abordagem arquitetónica diz-nos como vivemos.
Falámos com ele sobre o poder transformador dos
Foto: Weston Wells

automóveis, ponto de partida para a sua exposição


"Movimento. Automóveis,
Arte e Arquitetura"
22
Estamos ansiosos para ver a exposição "Movi-
mento. Automóveis, Arte e Arquitetura" no "Nenhuma outra invenção
icónico museu Guggenheim de Bilbao, que
co-organizou. Como abordou a exposição? foi tão libertadora para
NORMAN FOSTER: Para tentar resumir o que
caracteriza a nossa época, direi que ela é marcada
os indivíduos e, ao
pelo movimento, velocidade, deslocação e dinâmica mesmo tempo,
– e o automóvel é o epítome disso. Os automóveis são
vistos por alguns, incluindo eu, como esculturas ou transformou a paisagem
pinturas. De facto, muitos foram criados por pessoas
com formação artística, alguns por arquitetos. Basta
de forma tão profunda
recordar que os primeiros protótipos são esculpidos como o automóvel"
em barro, como nos estúdios da Renascença. Há,
além disso, uma ligação cultural entre os artistas que
desenharam alguns dos primeiros veículos – seja
Constantin Brâncusi ou Umberto Boccioni – e as
belas curvas de uma escultura de Henry Moore.
Existe uma dimensão estética do automóvel que se
tornou num símbolo para o século XX. Contudo,
talvez estejamos a chegar ao fim dessa época. Por- O automóvel embelezou e limpou a cidade, mas,
tanto, é tempo de celebrar o impacto do automóvel. com o tempo, tornou-se num vilão, para alguns. Será
Nenhuma outra invenção teve tanto impacto para a que está prestes a reinventar-se?
liberdade do indivíduo e, ao mesmo tempo, transfor- Lembremo-nos do "Moon Buggy", o primeiro
mou tão profundamente a paisagem. Há várias veículo na Lua, em 1971, que definimos como “revolu-
alusões a tudo isto na exposição – algumas óbvias, cionário” por utilizar motores elétricos nos cubos das
outras não tanto. rodas. No entanto, na exposição vemos um automó-
É fascinante a forma como a perceção do vel de 1900 com o mesmo conceito. Outro exemplo:
automóvel mudou durante a última década… atualmente, estamos a preparar, lentamente, os
Descobrirá que, por volta do início do século XX, nossos automóveis para a condução autónoma. Mas,
as cidades eram uma pilha de estrume de cavalo, mais uma vez, essa não é uma ideia nova. Há imagens
carcaças mortas, doenças e mau cheiro. de condução autónoma na exposição – uma família a
jogar um jogo numa mesa redonda num veículo que
está a acelerar por si só ao longo da autoestrada, no
Fotos: Filippo Bacci/Getty Images, picture-alliance/dpa/Arno Burgi

início da década de 1950.


O protagonista da exposição é o automóvel?
Sim. A exposição é concebida de forma arquite-
tónica, para que se possa sair de uma espécie de
Caverna do Aladino – muitos veículos, muita ação e
atividade – para um espaço com apenas quatro
veículos e duas esculturas. Nada nas paredes, apenas
uma grande caverna branca. Esta é uma das expe-
riências na exposição. Tentamos contar narrativas
diferentes à medida que atravessamos as galerias,
em vez de seguir uma simples cronologia.
Para o início da exposição, optou por mostrar
três dos automóveis da série do Andy Warhol
BERLIM da Mercedes-Benz Art Collection. Que história
Finalizado em 1999, o icónico "Reichtagskuppel" acrescen- pretende contar com estas peças?
tou a arquitetura moderna ao edifício histórico do São exemplos da forma como estas máquinas
parlamento alemão. Foster salientou a importância do
edifício como um fórum democrático, o seu compromisso
extraordinárias são vistas através dos olhos de
com a acessibilidade e uma agenda ambiental energética. diferentes artistas. Pretendi reunir diferentes pontos
Para além da pesada armação, há luz e transparência. de vista, vozes, imagens e misturar tudo isto de uma

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forma pouco convencional. Por exemplo, normal- Para a exposição, solicitou o primeiro automó-
mente não se misturaria uma pintura com uma vel da Mercedes-Benz e uma serigrafia da
fotografia. Porém, se isso ajudar a sublinhar uma Mercedes-Benz Art Collection que mostra o
determinada ideia, por que não fazê-lo? Ou seja, não 300 SL, bem como uma carroçaria deste
somos inflexíveis. Não estamos limitados por muitas modelo “despida” de todos os elementos. Qual
das convenções que, em geral, regem a montagem de o propósito?
uma exposição. E utilizamos todas as galerias – o que O 300SL foi um avanço extraordinário no que
é, em si mesmo, uma celebração da arquitetura de toca à construção da estrutura de base, destacando-
Frank Gehry. Não as dividimos e não criamos muros. -se, desde logo, a utilização de alumínio reforçado,
Na última galeria convidamos à reflexão sobre os de baixo peso. Mas é claro que o ponto alto é a
pensamentos dos jovens, dando aos estudantes a explicação detalhada da história por detrás das
última palavra. A equipa da Fundação Norman Foster portas "gullwing".
convidou 16 das principais escolas de design e É, de facto, um automóvel fascinante. Para
engenharia do mundo para apresentarem as suas alguns, uma autêntica obra de arte. Muitos
visões sobre a mobilidade do futuro. dizem que, no futuro, não compraremos
Quais são as suas opiniões sobre o futuro da automóveis, mas eles continuarão a fascinar-
mobilidade? -nos. Acredita nisso?
Penso que muitas das marcas tradicionais estão Sou fanático por automóveis e, por isso, espero
agora a responder às tendências. À ideia da mobili- que tenha razão sobre a possibilidade de eles conti-
dade como um serviço, por exemplo. As gerações nuarem a atrair as gerações mais jovens. Quando
mais jovens sentem-se menos atraídas pela proprie- percorremos esta exposição, apercebemo-nos de
dade e mais interessadas nas viagens partilhadas. que um automóvel é muito mais do que quatro rodas,
Não creio que o automóvel, enquanto tal, vá desapa- um motor e um chassis. Particularmente nos anos 50,
recer. Penso que as suas formas evoluirão para algo assistimos a uma incrível explosão de criatividade
diferente daquelas que hoje conhecemos. À medida que determinou o surgimento de diversos tipos de
que as cidades se tornam mais limpas, mais silencio- veículos muito pequenos. A exposição deixa de fora o
sas e mais amigas dos peões, haverá menos veículos
a circular. As horas de ponta que tomamos como
certas podem tornar-se uma coisa do passado.
Todas estas dinâmicas virão acelerar o declínio dos
motores de combustão interna e, mesmo, da propul-
são elétrica, e o advento da condução autónoma.
Alguns poderão dizer que, atualmente, ‘a condução
autónoma parece aborrecida’, mas creio que, no
futuro, olharemos para trás e não conseguiremos
"É bastante provável que
acreditar que para virar uma esquina precisávamos o automóvel evolua para
de acionar uma roda que segurávamos nas mãos e
que travávamos ou acelerávamos com os pés. E formas muito diferentes
alguém acreditará que ocorriam acidentes graves
que atiravam as pessoas para o hospital? Tenho
daquelas que hoje
como certo que muito do que fazemos hoje vai conhecemos"
parecer absurdo dentro de não muito tempo.
Com a pandemia começámos a falar e a pensar
mais sobre um mundo virtual. Como é que isso
o inspira?
Numa das propostas elaboradas pelos estudan-
tes surgem dois cenários para o futuro. Num deles
temos pela frente um mundo em que nos deslocamos
mais depressa, viajando a velocidades supersónicas
e hipersónicas. O segundo cenário é mais estático:
tudo vem até nós. Acredito que a realidade será uma
combinação destas duas visões.

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presente e permite aos estudantes, na galeria final, "MOVIMENTO. AUTOMÓVEIS, ARTE E ARQUITETURA"
viajarem até ao futuro. No presente é muito difícil GUGGENHEIM BILBAO – ATÉ 18 DE SETEMBRO DE 2022
Falámos com Norman Foster, por videochamada, na sua
distinguir uma marca da outra – talvez isto se deva
casa em St. Moritz, na Suíça. Com 86 anos, o arquiteto
aos regulamentos relacionados com a segurança, co-organizou a exposição "Movimento. Automóveis, Arte e
bem como aos aspetos relacionados com a aerodinâ- Arquitetura". A exposição foi organizada pela Fundação
mica. A esperança otimista é que haja uma redesco- Norman Foster, em colaboração com a Mercedes-Benz.
berta da personalidade de cada um dos fabricantes. Explora a relevância do automóvel na sua relação com a
Foto: Notícias Europa Press/Getty Images

história da arte e do design no século passado. "Movi-


Se eu mudasse de profissão e me tornasse designer mento. Automóveis, Arte e Arquitetura" ocupará o segundo
de automóveis, tentaria convencer a direção de uma andar completo do museu Guggenheim. De Andy Warhol a
empresa automóvel de que teria muito a ganhar se os Richard Hamilton, a Mercedes-Benz Art Collection forne-
seus veículos não tivessem o mesmo aspeto que os ceu várias peças. Para mais informações visite: mercedes-
-benz.art/en/motion-autos-art-architecture
dos seus concorrentes. Agora, embora existam
algumas diferenças entre as marcas, as semelhanças
são em muito maior número.
O que mais lhe agrada quando dá uma volta
com o seu 300 SL?
Bem, eu gosto de me zangar com a ventilação
[risos]. Mas esse é um pequeno preço a pagar pelo
prazer de conduzir este belo automóvel.

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Fotos: © R. Hamilton. Todos os Direitos Reservados/VG Bild-Kunst, Bonn 2022, Nigel Young/Foster + Parceiros
RICHARD HAMILTON
A obra icónica "Cinco Pneus remodelados (Portfólio)"
[Fünf runderneuerte Reifen] do artista britânico Richard
Hamilton foi fornecida pela Mercedes-Benz Art Collection
para a exposição de Foster. Em cima mostramos um
excerto da série, em que Hamilton explora as formas
variáveis dos pneus.

LONDRES
O Edifício Gherkin, de Norman Foster, é uma adição
imediatamente reconhecível à linha do horizonte da
cidade. Nos 41 andares, encontramos 46 400 metros
quadrados de espaço de escritório, juntamente com uma
recém-criada praça que melhora a ventilação natural. O
salão do topo oferece uma espetacular vista panorâmica
de 360 graus sobre toda a capital do Reino Unido.

28
É absolutamente fascinante sentir toda a potên-
cia do motor à medida que acionamos a caixa de
"Um automóvel tem
velocidades. À medida que conduzimos com a suavi- todos os ingredientes
dade e precisão necessárias, tornam-se ainda mais
óbvias as origens na competição e todo o apuro da da arquitetura,
engenharia.
Como é que os automóveis e os edifícios se
acrescentando a isso a
relacionam? capacidade para se
O automóvel tem todos os ingredientes da
arquitetura, acrescentando a isso a capacidade para deslocar”.
se deslocar! Tem, ainda, a capacidade única de
responder a muitos dos grandes desafios que se
colocam à arquitetura. É fascinante que tantos
arquitetos, designers e engenheiros tenham encon-
trado inspiração no automóvel.
No mundo do design, sabemos que há potencial
para termos habitações de alta qualidade adotando
os princípios da industrialização que regem a produ-
ção automóvel, mas isso ainda está por acontecer.
Sem qualquer dúvida, esses princípios-base que
ditaram o sucesso do automóvel podem muito bem
ser aplicados, com sucesso, às casas do futuro, com
importantes ganhos qualitativos.
O automóvel permitiu a liberdade individual.
Isso faz dele um símbolo do século XX...
Acho que as suas contradições são fascinantes.
Há a liberdade da estrada aberta, para aqueles que
desfrutam da aventura e da liberdade. Mas os críti-
cos irão salientar os engarrafamentos e o tempo
passado nas filas. Dirão que nada existe de positivo
no facto de se permanecer tanto tempo encapsulado
nessa caixa.
Acredito que, no futuro, poderemos ter o melhor
de todos estes mundos opostos. A mobilidade pode
evoluir de uma forma que aumente a nossa liberdade
individual num mundo autónomo.

Foto: Nigel Young/Foster + Parceiros

COPENHAGA
Com as Copenhagen Towers, Norman Foster deu uma
importante contribuição à cidade. Os edifícios foram
concebidos como uma torre de escritórios de 22 andares e
uma zona inferior ligada por um átrio. O objetivo era ciar Saiba mais sobre o fascinante âmbito de trabalho de Norman
um local de trabalho progressivo e criativo que Foster, as suas iniciativas, projetos e a exposição "Movimento.
satisfizesse os critérios ambientais mais rigorosos. Automóveis, Arte e Arquitetura" em: normanfosterfoundation.org

30
DESTINOS

EQS
UMA NOVA
SENSAÇÃO
DE LAR

Texto de Hendrik Lakeberg


Fotos de Dirk Bruniecki
33
MANUEL AIRES MATEUS desenha casas
que parecem fundir-se na paisagem e,
ao mesmo tempo, representam um
estilo de vida luxuoso. Uma viagem
no EQS em harmonia com a natureza

No início, sentimo-nos algo perplexos em frente à fachada.


Existem campainhas, mas nenhum nome. Não há qualquer
indicação do que espera os visitantes atrás da pesada
porta de frente. Somos convidados de Manuel Aires
Mateus, um dos arquitetos mais influentes de Portugal,
cujas casas se encontram, principalmente, na região do
Alentejo.
O chão de madeira de uma espaçosa sala de con-
ferências range elegantemente. Pinturas históricas pen-
duradas nas paredes, maquetas sobre a mesa e projetos
empilhados nas prateleiras. Ao lado de Aires Mateus está
um desenho a lápis de filigrana que mais parece um
esboço artístico do que o desenho de uma casa nova. Este
ano, ele e o seu gabinete irão, mais uma vez, participar
numa das Bienais de Veneza – como já fizeram muitas
vezes antes. O que não se vê em lado nenhum é um
computador. Manuel Aires tira do seu bolso o iPhone e
O ARQUITETO ri-se. A sua equipa só no ano passado conseguiu, final-
Juntamente com o seu irmão Francisco, mente, convencê-lo a comprar um. O arquiteto não é
Manuel Aires Mateus fundou o Aires contra as oportunidades abertas pela digitalização.
Mateus e Associados em 1988. A sua
interpretação moderna de casas de campo
Mateus diz que no seu trabalho prefere ser guiado por
luxuosas rapidamente o tornou num dos fontes de inspiração na natureza, a sua intuição, as
arquitetos mais influentes em Portugal. tradições da região e os desejos do cliente.

34
EQS 580 4MATIC | WLTP:
Consumo combinado de
eletricidade:
21,3–18,2 kWh/100 km
Emissões combinadas de CO2:
0 g/km

37
Logo após terminar o curso, Manuel Aires Mateus
fundou um escritório de arquitetura juntamente com o
seu irmão, Francisco Aires Mateus, em 1988. Uma espécie
de empresa familiar. Ambos desenvolveram rapidamente
o seu estilo distinto: minimalista, um fino sentido de estilo
e uma modernidade sensual. As casas de Aires Mateus
são sempre muito mais do que apenas habitações de
design atrativo. Os seus eixos visuais, o sentido do espaço
e a interação que as suas casas têm com a natureza
envolvente criam a impressão de ter acabado de chegar e
de vir para descansar. As suas organizações arquitetóni-
cas são luxuosas, mas de uma forma relaxada. Muitos
lisboetas abastados encomendaram a Aires Mateus o
desenho de casas onde passarão os seus fins-de-semana,
especialmente no verão. Pintadas de branco, erguem-se
na planície alentejana, ou escondem-se entre sobreiros
centenários.

PRESERVAR TRADIÇÕES
A planta da casa que queremos visitar no dia seguinte no
MINIMALISMO NA PERFEIÇÃO modelo elétrico está disposta em frente de Aires Mateus,
É preciso tempo para entender as na mesa de conferências. A história da construção
interrelações da propriedade. Mas
logo o minimalismo arquitetónico
começa com um pedaço de terreno arborizado, a apenas
exala rapidamente uma sensação de duas horas de Lisboa, a uma curta distância de uma das
familiaridade. praias amplas, brancas e desertas.

38
40
42
Conduzimos o EQS através das ruas estreitas do
centro da cidade de Lisboa, para sul, atravessando o rio
Tejo e a sua Reserva Natural. A autonomia da bateria
indica mais de 600 quilómetros – mais do que o suficiente
para as duas horas de viagem que temos pela frente. E
mesmo que tivéssemos de recarregar, há estações de
carregamentos suficientes ao longo do percurso. Depois
de sair da autoestrada, o EQS desliza atleticamente pelas
estradas rurais, através das pequenas
povoações e ao longo das paisagens
Os eixos visuais, o sentido do espaço mais vastas com os seus típicos

e a interação que as casas têm com a pinhais. O hyperscreen, que se


estende ao longo de todo o tablier,
natureza envolvente, criam uma dá-nos todas as informações de que
precisamos. O espaçoso interior,
impressão de tranquilidade que dominado pelo ecrã, e a navegação

convida ao descanso com realidade aumentada, fazem-nos


sentir que estamos sentados num
carro do futuro. Quase como uma
viagem no tempo. Estamos protegidos,
seguros e confortáveis no EQS, que recentemente foi
eleito “Automóvel de Luxo de 2022”. O amplo para-brisas
cria a sensação de que fazemos parte da paisagem. O
ENERGIZING AIR CONTROL, com o filtro HEPA, per-
mite-nos regular a temperatura no interior e tem, também,
a capacidade de filtrar o pólen e os vírus do ar. O sistema
PRE-SAFE® está permanentemente vigilante e fornece
todas as indicações ao condutor para uma viagem mais
segura. A própria arquitetura, com o motor elétrico e o
módulo da bateria, também contribui para uma maior
solidez e resistência em caso de colisão.
O conforto a bordo convida a refletir sobre a manhã
passada no escritório de Manuel Aires Mateus. Passamos
pelos sobreiros. O arquiteto tomou as árvores típicas da
região como pontos de referência e construiu cuidadosa-
mente a casa em seu redor. Aires Mateus escolheu uma
forma quadrada para desenvolver a sua ideia. As quatro
partes que formam o edifício estão localizadas nos
extremos da praça: a casa principal, uma garagem, um
quarto para as crianças e uma piscina – tudo emoldurado
num amplo pátio. Aires Mateus instalou engenhosamente
pequenos terraços em torno de dois sobreiros de
dimensão apreciável. "É necessário um grande esforço
para integrar os sobreiros", explica o arquiteto. Mas o
trabalho vai muito para além de meras considerações
práticas; está, também, profundamente conectado com a
estética do luxo sustentável. Aires Mateus responde a
EM HARMONIA COM A NATUREZA este desafio tentando preservar a essência paisagística
Concebida por Aires Mateus, a casa
respeita em absoluto a paisagem única
da região. Por muito importante que seja o turismo, nin-
do Alentejo marcada pelos sobreiros, que guém aqui quer aglomerados de hotéis como aqueles que
desempenham um papel fundamental na região. dominam a costa.
O Oceano Atlântico aparece ao fundo. As suas ondas
poderosas a rolar sobre a areia clara parecem vir na nossa
direção. A estrada que nos conduz até à casa é pavimen-
tada, como acontece com tantas outras por aqui. Embren-
hamo-nos, cada vez mais, na mancha verde, e quando já
nos perguntamos se existirá, mesmo, alguma coisa, eis
que à nossa frente surge um portão. No Alentejo, as casas
dos ricos estão isoladas e cada uma tem a sua forma
própria. Precisamos, por isso, de tempo para entender a
dinâmica da propriedade. Logo que
isso acontece, as coisas começam a
A condução sustentável do EQS, fazer sentido e a tornar-se familiares
aos nossos olhos. À medida que
tal como o respeito pela natureza vagueamos pelas sucessivas salas
e pela tradição na arquitetura da torna-se mais clara a dimensão da
casa. Corredores estreitos con-
casa no Alentejo, representa um duzem-nos a uma cozinha inundada de
luz, enormes janelas panorâmicas
estilo de vida onde o luxo e o criam a impressão de estarmos rodea-
ambiente estão em harmonia total dos pela floresta.
A vista através de uma das janelas
da cozinha dá diretamente para o pátio
interior onde o EQS está estacionado
ao sol do meio-dia. A forma elegante
do automóvel é quase uma extensão do próprio edifício.
De facto, existem semelhanças entre ambos: a sensação
de espaço, a luz, a atmosfera requintada, a modernidade,
mas também a contenção. A condução sustentável do EQS
corresponde ao respeito pela natureza e pela tradição na
arquitetura da casa no Alentejo. Ambos encarnam uma
atitude para com a vida onde o luxo e o ambiente são
combinados de uma nova forma. E, em alguns casos,
asseguram que podemos apreciar o nosso ambiente em
toda a sua glória.
Na viagem de regresso, decidimos atravessar o rio
Sado de ferry, depois de deixarmos para trás a cada vez
mais procurada aldeia da Comporta. Com o magnífico
Parque Natural da Arrábida em fundo, os olhos percorrem
as águas tranquilas onde de repente surgem dois golfin-
hos brincalhões. Se calhar querem desafiar o EQS para
uma corrida. Ou, provavelmente, pretendem sensibi-
lizar-nos para a importância de preservarmos este nosso
Planeta.
Vamos pensando em tudo isto enquanto percorremos
a autoestrada. Ao fundo já avistamos Lisboa. Um dia cheio
de emoções. Estamos de bem com a vida. O EQS é sofisti-
cado e o conforto que oferece dá um sentido novo à
AO LONGO DA COSTA PORTUGUESA palavra lar. Mas ainda mais importante é a harmonia plena
O EQS torna a viagem de duas horas de Lisboa
até à casa de campo concebida por Manuel
com a natureza. A certeza de que estamos a contribuir
Aires Mateus, no Alentejo, num passeio que para perpetuar aquilo que mais apreciámos nesta viagem.
desejamos que não termine. A comunhão plena com a Natureza.

45
UMA NOVA
DIMENSÃO
Fotos de Simon Puschmann
Texto de Bastian Fuhrmann e Hendrik Lakeberg

O novo Mercedes-AMG SL reinterpreta de forma


perfeita o automóvel desportivo do século.
Combinação sublime de tecnologia e respeito
pela tradição, numa obra de arte assinada pela
designer KASIA BODZIAK-SCHWARZBURGER

46
A arquitetura tecnologicamente
muito evoluída da estrutura em
alumínio assegura uma dinâmica
de condução incomparável.

Os designers combinaram a geometria


analógica e os traços que definem o
chamado mundo digital. É sob a
designação "hiperanalógico” que nasce a
nova geração do Mercedes-AMG SL
49
Atrás da grelha do radiador, Está de volta. A nova geração do Mercedes-AMG SL quer marcar o
específica da AMG, está um fim de uma era e o início de outra. Não apenas para esta gama de
potente motor V8 biturbo de 4,0 modelos mas, também, no que respeita àquilo que a marca
litros com 585 cv, que permite ao
Mercedes-AMG SL atingir uma desportiva pretende fazer para o futuro. "A Estrela Renasce" – o
velocidade máxima de 315 km/h. novo lema do SL anuncia que o ícone está mais desportivo, mais
luxuoso e mais atrativo do que nunca.
Mas, primeiro, vamos revisitar a história da lenda que nasceu
a partir da adversidade. Em junho de 1952, durante as 24 Horas de
Le Mans, os responsáveis pela divisão de competição da
Mercedes-Benz decidiram alterar as portas dos SL participantes
na prova. Esta decisão ousada levou ao nascimento das lendárias
portas "gullwing" e foi coroada com uma dupla vitória na corrida
de resistência francesa. Apenas dois meses depois, seguiu-se uma
quádrupla vitória na corrida Eifel, em Nürburgring. Em 1954, a
Mercedes-Benz introduziu o modelo de produção e voltou fazer
história. Hoje, esse mesmo modelo, o 300 SL Gullwing, de que
apenas foram produzidas 1400 unidades, tem uma cotação que
supera um milhão de euros. Alguns consideram mesmo que o SL é
automóvel desportivo mais importante do século XX, até porque
nenhum outro veículo reflete a sua era de forma tão apaixonante.
Mas a notoriedade alcançada pelo SL Gullwing não resulta

50
unicamente dos sucessos alcançados nas corridas. Também as
O conforto servido por materiais estrelas de Hollywood não tardaram a render-se ao fascínio do
da mais alta qualidade e pelos automóvel que era já um símbolo das estradas da Côte d'Azur.
equipamentos mais evoluídos. A partir dos anos 60 do século passado, o "Pagoda", como
Como os altifalantes Burmester.
ficou conhecido, definiu o rumo para o futuro do SL nas décadas
seguintes, mantendo a vertente desportiva e de grande luxo. Por
diversas vezes, foi o veículo escolhido como montra tecnológica
da Mercedes-Benz. Foi o caso, em 2012, da primeira carroçaria em
alumínio produzida para um automóvel em grande série, repre-
sentando uma redução de peso 140 quilos.

Mercedes-AMG SL 63 4MATIC+
Consumo de combustível comb. (WLTP):
13,0-12,5 l/100 km
Emissões de CO2 comb.: 294-282 g/km

51
DINÂMICO E LUXUOSO
SL significa super leve, mas pode ser, também, adaptado como
super luxuoso, principalmente no caso do modelo mais recente.
A carroçaria em alumínio brilha de forma intensa sob a iluminação
dramática escolhida pela designer Kasia Bodziak-Schwarzburger
para a nossa sessão fotográfica.
"O Mercedes-AMG SL aponta o caminho do
futuro dos automóveis desportivos. A sil-
hueta desportiva transporta-nos para uma
dimensão de dinâmica desafiante. Imagino
uma mulher de classe ao volante, a usar
grandes óculos de sol e um longo lenço à
volta da cabeça, que o vento faz esvoaçar
para fora do carro. Vi, pela primeira vez, essa
imagem, nos longínquos anos 60," explica
Kasia Bodziak-Schwarzburger. "Acredito que,
numa certa medida, consegui transportar o
charme dessa imagem para esta nova ger-
ação do SL, que honra o espírito do modelo
original. Tentei a todo o custo preservar a
tradição de elegância que o SL traz consigo,
ainda que transposta para os novos tempos.
O SL deve exalar, desde o primeiro olhar,
leveza e elegância."
Bodziak-Schwarzburger utilizou uma película dicroica para
acentuar a originalidade das formas. Este é um material sofisticado,
cuja superfície iridescente é agora muito utilizada na arquitetura
moderna. "A forma como trabalhámos essa película permitiu-nos
redefinir as proporções e, assim, alcançar o efeito futurista que
pretendíamos; uma aura que expande o objeto. É transparente e
espelhada, consoante a incidência da luz, conferindo uma sensação
de leveza e suavidade. Atributos que também definem o SL,"
explica Bodziak-Schwarzburger.
Afinal, cada detalhe conta quando o objetivo é reescrever a
história de um ícone, e, ainda mais, quando o que está em causa é
definir o futuro dos utomóveis desportivos de grande prestígio. O
Mercedes-AMG SL representa o futuro. É, mais do que nunca, um
automóvel desportivo único.

ALMA E CORAÇÃO
Reflete isso nas forma mas, também, no apuro tecnológico. Parece
e é! Os engenheiros da Mercedes-AMG dotaram o novo SL de tudo
o que de mais apurado existe. Como o potente motor V8 biturbo
AMG de 4,0 litros com 585 cv. Na versão topo de gama, 63
4MATIC+, a dose massiva de potência é “administrada” pela
transmissão desportiva AMG SPEEDSHIFT MCT 9. Pela
primeira vez em 70 anos, o descapotável tem tração às quatro
rodas. Para garantir total segurança e, também, aquela eficácia
que define os verdadeiros desportivos.

52
Kasia Bodziak-Schwarzburger Tal como no primeiro SL de 1952, o novo SL foi criado a partir
acredita que conseguiu reinterpre- de uma folha de papel em branco, tendo por base uma arquitetura
tar a primeira visão idílica que teve de veículos de 2+2 lugares completamente nova, desenvolvida
do SL, nos anos 60.
pela Mercedes-AMG. Construída numa liga leve à base de alumínio,
a estrutura do tipo autoportante é caracterizada pela alta
resistência e pelo peso reduzido, a base perfeita para a dinâmica
de condução precisa, um nível elevado de conforto e, claro, para a
desejada dinâmica desportiva. O SL 63 4MATIC+ acelera de 0 a
100 km/h em 3,6 segundos e atinge uma velocidade máxima
de 315 km/h.

DESIGN “HIPERANALÓGICO”
“Sou um grande fã do 300 SL Gullwing," diz-nos Gordon Wagener,
Diretor de Design da Mercedes-Benz Group AG, referindo-se ao
modelo original. "No novo SL acredito que conseguimos uma
reinterpretação moderna desse desenho sublime," diz. "O exterior
expressivo dá uma impressão leve e purista, ao harmonizar a
beleza sensual com o design extravagante." Isto é alcançado

53
O SL tem, pela primeira vez, tração através de linhas sensualmente claras e minimalistas, combinadas
às quatro rodas. A pensar na com elementos eficazmente colocados, como a grelha do radiador
segurança e na eficácia desportiva. específica da AMG. As referências históricas e os detalhes de alta
tecnologia reforçam a proximidade aos modelos mais antigos e
enfatizam a natureza vanguardista.
O novo Mercedes-AMG SL é exatamente isso: um ícone dos
automóveis desportivos do século XXI. "Combina os genes
desportivos do SL original com o desempenho de condução e
capacidades dinâmicas que definem a história da AMG. Oferece o
pináculo do luxo e do conforto e, como se não bastasse, esta
combinação reflete-se no interior, marcado pelo conforto e pela
atmosfera desportiva presente em todos os detalhes.
Philipp Schiemer, Presidente do Conselho de Administração
da Mercedes-AMG GmbH, destaca esta combi-
nação única e reforça o posicionamento virado
"O novo modelo combina os para o futuro especialmente evidente no
recurso às mais recente funcionalidades que
genes desportivos do SL original definem a era digital. “Será, por isso, um ícone
com o desempenho de condução da era moderna," assegura.
Só o tempo poderá confirmar esta expec-
pelo qual a AMG é conhecida. Ao tativa. Evidente – isso sim – é a inspiração no
300 SL, que detetamos assim que acedemos
mesmo tempo, oferece o ao interior. Os designers souberam combinar
pináculo do luxo e do conforto” na perfeição a geometria analógica e o mundo
digital, explicação para a expressão "hipera-
nalógico" com que, internamente, os
Philipp Schiemer, Presidente do Conselho responsáveis da marca se referem ao posto de condução do AMG
de Administração da Mercedes-AMG GmbH SL.
Da dinâmica desportiva ao luxo elegante, a Mercedes-AMG
oferece uma impressionante gama de opções de personalização
no interior, acrescentando requinte e funcionalidade. O sistema de
navegação, por exemplo, apresenta funções de realidade aumen-
tada. A sua tecnologia é guiada por uma análise assistida por
computador que acrescenta aspetos virtuais ao mundo real. Já a
capota de tecido de alta qualidade pode ser elegantemente
arrumada na parte de trás do veículo em apenas 15 segundos,
mesmo em andamento (até 60 km/h), dando aos ocupantes a
intensidade total da viagem. Uma viagem rumo ao futuro que não
é apenas despreocupada – é também absolutamente emocionante.
E que incluirá uma variante híbrida de alto desempenho do SL.

55
SOBRE A BELEZA

AMG VISION
Os detalhes que tornam os modelos Mercedes-Benz desejáveis.
ROBERT LEŠNIK, chefe de design exterior na Mercedes-Benz,
sobre o AMG Vision e o futuro dos automóveis desportivos nestes
tempos de eletromobilidade
Texto de Nicolo Fischer
AMG. Três letras que, durante décadas, têm cumprido
ROBERT LEŠNIK
Para o chefe de design exterior da Mercedes-Benz
a promessa de uma condução desportiva incom-
(no cargo desde 2014) o AMG Vision simboliza o parável. Os capôs alongados dos SL e GT há muito
futuro da marca desportiva. que definiram a imagem do típico automóvel despor-
tivo. E o próprio som dos motores poderosos,
construídos à mão, é mais do que suficiente para
provocar arrepios na espinha dos fãs da marca.
A celebrar o seu 55º aniversário, a AMG está a
olhar para o futuro. Como é que a marca desportiva
vai posicionar-se? Uma coisa que parece clara é que
vivemos numa "década de mudança", explica Lešnik.
"Queremos fazer um esforço consciente para diferen-
ciar os automóveis elétricos dos de combustão."
E o AMG Vision, co-concebido por Lešnik, é
uma declaração clara do compromisso com a mobili-
dade elétrica. "O design exterior deve corresponder
às expectativas de quem está a observar. Se alguém
fica desiludido porque não ouviu o som típico dos
nossos potentes motores, então o desenho exterior
do nosso automóvel elétrico não foi suficientemente
arrebatador, não cumpriu o objetivo."
Questionado sobres os detalhes de design mais
marcantes do novo AMG Vision, Robert Lešnik aponta
o capô significativamente mais curto e mais baixo,
bem como o facto de as icónicas barras verticais cor
da carroçaria na grelha frontal, específicas da AMG,
serem agora virtuais. Outro elemento que, segundo
ele, desempenha um papel fundamental: "as luzes
contam uma história por si só. Quando o AMG Vision
é ligado e o hardware ganha vida fica-se com a

Fotos: Mercedes-Benz AG, Stefan Freund


impressão de que o veículo entra em ação."
Um último aspeto sublinhado por Robert Lešnik
é o facto de o AMG Vision ter como objetivo mostrar
aquilo que a marca desportiva pretende fazer para o
futuro. “Ao contrário daquilo que geralmente acon-
tece com os concept-cars, que anunciam as formas
de uma dada gama, neste caso é a definição
estilística da marca que é anunciada”.
Dito de forma ainda mais clara, “o AMG Vision
simboliza o amanhecer emocional de uma nova era.
Uma era cheia de oportunidades – também para os
designers”, conclui Lešnik.

58
1ZERO2 – UMA CARGA. ZERO EMISSÕES. TODA A N2

IMPOSSÍVEIS?
NÃO EXISTEM!
Texto de José de Castro Cruz
Percorrer toda a Estrada Nacional 2 ao volante de um automóvel
100% elétrico com apenas uma carga de bateria foi o desafio que o
Clube Escape Livre colocou ao Mercedes EQS, o topo da gama
elétrica da Mercedes-EQ. “Impossível” – disseram alguns. Mas para
o EQS e para a Mercedes não existem impossíveis!

Percorrer a Estrada Nacional 2, a maior estrada nacio- obras no IP3 têm impacto na N2 na zona de Vila Nova
nal de Portugal e da Europa, com 738 km de extensão, de Poiares, e assim se adicionaram 10 quilómetros ao
com apenas uma carga de bateria, ao volante de um au- percurso original.
tomóvel 100% elétrico com zero emissões. Este foi o Com 248 quilómetros cumpridos, sempre dentro
desafio que a Mercedes-Benz abraçou, cedendo o dos limites legais de velocidade, chegava a hora de re-
Mercedes EQS 450+, que anuncia uma autonomia de temperar forças após a saída madrugadora de Chaves.
717 quilómetros (graças à bateria de 107,8 kWh), com Ironicamente, a pausa para almoçar foi à frente do
zero emissões saídas dos 333 cv do propulsor elétrico. posto de carregamento que permite fazer a N2 com um
A “aventura” ganhou nome: 1ZERO2 – Uma carga. ZERO modelo 100% elétrico de uma ponta à outra. O
emissões. Toda a N2. Mercedes EQS 450+ “sorriu” perante esta ironia, exi-
Após a chancela da Federação Portuguesa de bindo 68% de carga na bateria e um consumo de 13,7
Automobilismo e Karting (FPAK), que selou a tomada de kWh.
carregamento, Luís Coelho, do Clube Escape Livre, ocu- Reabastecidos os elementos da equipa do Clube
pou o lugar ao volante e enfrentou as condições menos Escape Livre, Mercedes-Benz e FPAK, o desafio conti-
propícias para uma aventura destas. Frio e um cenário nuou e poucos quilómetros depois surgiu novo obstá-
apocalíptico, devido às poeiras vindas do norte de culo: a zona de Amieiros, com uma subida aos 800 me-
África. tros de altitude. Seguiu-se a passagem por Pedrógão
Com 715 quilómetros de autonomia afixados no Grande, Sertã e Vila de Rei, até que o Mercedes EQS
computador de bordo, o Mercedes EQS 450+ (com as 450+ passou o Rio Tejo na bela localidade de Abrantes,
jantes AMG de 21 polegadas) iniciou a aventura no local cumprindo 359 quilómetros. Cumprido metade do per-
onde está o marco do quilómetro zero da N2, à saída de curso, o Mercedes-EQ exibia... metade da carga da bate-
Chaves. ria e um consumo de 14 kWh/100 km. O otimismo reinava
na caravana.
PRIMEIRO DESAFIO Provando que Portugal é um país singular, com
O primeiro obstáculo foi a Serra de Bigorne, em Castro paisagens únicas e uma mescla de cores e horizontes, o
Daire, uma subida até aos 1000 metros de altitude, Mercedes EQS 450+ entrou Alentejo dentro desfru-
sempre exigente para um automóvel 100% elétrico. O tando da planície que não castigava a bateria. Por outro
segundo obstáculo surgiu depois de passadas as locali- lado, as oportunidades de regeneração eram também
dades de Rio de Mel, Tondela, Santa Comba Dão: as menores. Um novo desafio para o Mercedes EQS 450+.

60 Mercedes-Benz
Desde Chaves até Faro,
pela N2, a estrada
nacional mais longa da
Europa, com uma única
carga de bateria. Um
desafio que o
Mercedes EQS superou
com distinção. Ainda
por cima garantindo os
mais altos padrões de
conforto. Mais um
testemunho da
competência da
Mercedes-EQ.

Mercedes-Benz 61
Ficha Técnica

Propriedade Edição Final


Mercedes-Benz Portugal, S.A. Editing wordinc GmbH
Arte Final
NIPC 500049424 Jens Paulsen

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e Sede de Redação
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Ola Källenius (Chairman)· 4480-089 Vila do Conde
Gesina Schwengers ·
Natanael Sijanta · Tiragem 10 000 exemplares
Dr. Jens Thiemer ·
Andreas von Wallfeld Depósito Legal 167203/01 Nº de
registo ERC 125408 ISSN 21827- CHEGADA AO SUL
2689
Conceito e Edição As claras vantagens da evoluída aerodinâmica do EQS
Olando GmbH ·
Ainmillerstraße 39 · Estatuto Editorial em: destacaram-se nesta parte do percurso, com o recor-
80801 Munich https://www.mercedes-benz. dista valor de 0,20 de coeficiente de arrasto a permitir
pt/passengercars/the-brand/
Diretores Executivos mercedes-me-magazine.html rolar muitos quilómetros em roda livre, sem qualquer
Dr. Robin Houcken consumo de energia.
Dr. Dominik Wichmann A reprodução total ou parcial de
textos e imagens constantes desta Atravessadas Mora, Montemor-o-Novo, Torrão e
Chefe de Redação
edição só é possível após
autorização dos editores, sendo
Aljustrel, o Mercedes EQS 450+ chegou a Castro Verde,
Rüdiger Barth nesse caso os créditos atribuídos à onde estava marcado o jantar. Chegada à hora certa (20
Diretor de Arte Mercedes-Benz Me. Não nos
Henning Skibbe responsabilizamos por qualquer horas) e com 605 quilómetros percorridos. Na bateria
reprodução que não tenha sido
Editor Chefe
solicitada. Os artigos assinados
estavam 20% de carga, com um consumo de 13,9
Jasmin Emrani
Colaboradores
podem não refletir a opinião dos kWh/100 km.
editores. Todos os preços,
Petra Baumann, equipamentos e datas Holger Marquardt, CEO da Mercedes-Benz
Marc Bielefeld, Jochen Fischer, estão sujeitos a alterações.
Portugal, juntou-se a Luís Coelho do Clube Escape Livre
Dr. Thomas Giesefeld,
Peter Greve, Periodicidade para a etapa final do desafio 1ZERO2 – Uma carga. Zero
A Mercedes-Benz Me é uma
Jörg Heuer, Thomas Röbke,
publicação semestral, com edições emissões. Toda a N2. O último obstáculo seria a infame
Alexandros Stefanidis,
Wencke Tzanakakis,
sob cooperação ou e dura Serra do Caldeirão, onde a tecnologia Digital
licenças em 40 línguas.
Fiona Weber-Steinhaus Light de iluminação faz da noite dia, graças aos 1,3 mi-
Designers
Jens Paulsen, Lina Stahnke
lhões de micro espelhos que refletem a luz LED.
Editores de Fotografia O topo da serra, localizado a 600 metros de alti-
Stefanie Meyer-Stolten, tude, foi ultrapassado com 12% da carga da bateria com
Anna Simdon
um consumo de 14,3 kwh/100 km. Autonomia? Bom, fal-

62 Mercedes-Benz
O Mercedes EQS
despertou natural
curiosidade no
percurso que com-
preendeu a travessia
de 35 municípios.
Foram muitos os
encontros que
serviram para recordar
que a Mercedes-Benz
esteve sempre na
liderança da indústria
e da mobilidade.

tavam 45 quilómetros para chegar a Faro e o computa- permitiu superar este desafio.”
dor de bordo indicava que a energia remanescente era Para Luís Coelho, do Escape Livre, o desafio “foi
suficiente para percorrer 74 km. uma experiência de condução incrível. O percurso exi-
Cumprindo todos os requisitos propostos pelo de- gia estilos de condução diferentes para retirar partido
safio 1ZERO2 – Uma carga. Zero emissões. Toda a N2, o de todas as qualidades e capacidades do EQS. Em todas
Mercedes EQS 450+ alcançou Faro às 23h31m. Ou seja, elas, o Mercedes-EQ mostrou-se à altura do desafio e
toda a N2 foi percorrida em pouco mais de 13 horas ,e as 13 horas de condução foram passadas sem proble-
os 705 quilómetros cumpridos, entre Chaves e Faro, mas, graça ao conforto que o modelo de luxo elétrico
com uma única carga de bateria. da Mercedes-EQ oferece.”
Sobraram, ainda, 9% de carga na bateria de 107,8 Quanto aos números do desafio 1ZERO2 – Uma
kWh, que daria, ainda, para cumprir 83 quilómetros. Ou carga. Zero emissões. Toda a N2, a velocidade média foi
seja, caso fosse possível percorrer os 738 quilómetros de 54 km/h e foram atravessados 35 municípios, cruza-
da Estrada Nacional 2 original – impossível devido às das pontes sobre 11 rios e atravessadas 11 serras, num
sucessivas alterações feitas à via –, o Mercedes EQS custo inferior a 15 euros, carregando a bateria numa
450+ fá-lo-ia sem o mínimo problema. instalação doméstica. Foram 13 horas de condução
para percorrer 703 km, com um consumo médio de 13,7
EXPECTATIVAS SUPERADAS kWh/100 km.
No final, Holger Marquardt não deixou de salientar que O Mercedes EQS 450+ recebeu uma carga rápida
“ficou provado que a mobilidade elétrica para grandes de 34 minutos, que restabeleceu 80% da carga da bate-
distâncias já é uma realidade. Com apenas um carrega- ria de 107,8 kWh e 600 quilómetros de autonomia. Ficou
mento e zero emissões, mais de 700 quilómetros foram provado com este desafio que impossíveis não existem
percorridos na N2. A tecnologia elétrica do novo EQS para a Mercedes-EQ!

Mercedes-Benz 63
OFF-ROAD EXPERIENCE

FORA DE
ESTRADA
NO FEMININO
Texto: José Castro Cruz

O “She’s Mercedes Off-Road


Experience”, aventura fora de
estrada dedicada a mulheres
inspiradoras, organizado pela
Mercedes-Benz com a colaboração
do Clube Escape Livre, chegou à
sexta edição. Uma caravana
composta por 40 veículos Mercedes
ligou a Nazaré a Lisboa

64
65
A sexta edição do “She’s Mercedes Off-Road
Experience” propunha-se ligar o Mercedes-EQ Lounge,
na Nazaré, ao novíssimo Mercedes-Benz Oceanic
Lounge, em Lisboa.
Para Holger Marquardt, o CEO da Mercedes-
Benz Portugal, “o evento destacou-se pelo desafio de
ligar os dois lounges da marca, espaços de partilha de
experiências” os quais, sublinha, integram “os proje-
tos de sustentabilidade que a marca tem vindo a lan-
çar, com o objetivo de alcançar a neutralidade
carbónica.”
As cerca de 100 participantes neste passeio fe- elogiar a participação de todos e abriu caminho para o
minino foram recebidas no Mercedes-EQ Lounge na inesperado espetáculo oferecido por Nuno Violino. O
Nazaré com um “welcome drink”. violinista ofereceu um recital que acompanhou a so-
O tempo ameno e o enquadramento cénico es- bremesa e deixou todos na disposição certa para o
petacular da Nazaré e do Mercedes-EQ Lounge, pro- que estava reservado para o dia seguinte.
porcionaram um jantar ao ar livre muito agradável. Nessa altura, os 40 veículos Mercedes-Benz ini-
A responsável pelo projeto “She’s Mercedes Off- ciaram a aventura tendo como pano de fundo a pre-
-Road Experience”, Cátia Magalhães, aproveitou para servação dos Oceanos. O Clube Escape Livre

66
As participantes nos
eventos “She’s
Mercedes Off-Road
Experience” conhecem
bem as capacidades
dos seus carros
equipados com o
sistema 4Matic,
mesmo nas condições
mais adversas. A
surpresa desta sexta
edição foi a revelação,
em primeira mão, do
novíssimo Mercedes
EQE. E as experiências
vividas no novo
Mercedes-Benz
Oceanic Lounge, nas
Docas, em Lisboa.

concebeu um percurso por estradões e trilhos de


areia que passou pelo Miradouro de São Martinho do
Porto e desceu até à famosa Lagoa de Óbidos, pas-
sando em seguida pela Quinta dos Loridos e pelo
Bacalhôa Budha Eden. Visita feita a bordo de um com-
boio, o almoço retemperou forças para o percurso da
tarde, que culminava no Hotel Oitavos, em Cascais,
com passagem pela Praia de Ribeira d’Ilhas e Cabo da
Roca.
Um dia que terminou com um jantar de gala com
várias surpresas. Foi o caso da revelação do novo
Mercedes EQE, que deixou todos os presentes Mercedes-Benz 4MATIC Experience 2022
boquiabertos. De 21 a 23 de outubro, a caravana Mercedes-Benz com
Sara Pedrão, do Oceanário de Lisboa, lembrou a tecnologia 4MATIC volta à aventura, em mais uma
parceria entre a Mercedes-Benz e o Oceanário, no âm- edição do Mercedes-Benz 4MATIC Experience.
Partindo do Alentejo e com a preservação dos Oceanos
bito do Mercedes-Benz Oceanic Lounge, em Alcântara, como tema da viagem, os aventureiros vão percorrer
que as participantes neste “She’s Mercedes Off-Road magníficos trilhos e desafiar pistas de areia até chegar
Experience” puderam conhecer em primeira mão e ex- a Lisboa para viver experiências únicas no novo
perienciar uma breve regata nos veleiros pertencentes Mercedes-Benz Oceanic Lounge. Junte-se à aventura e
inscreva-se já nos concessionários Mercedes-Benz ou
ao espaço. Um evento diferenciador e marcante para
em www.escapelivre.com
as participantes.

67
MERCEDES-BENZ OCEANIC LOUNGE
SALVAR O MAR, ACREDITAR NO FUTURO
Texto: José Alves

Está na hora de devolver ao mar tudo aquilo que ele nos tem dado ao longo de
séculos. O mar que nos deu novos mundos, bem-estar, futuro. Esse mesmo mar
está doente e de todos nós, sociedade, reclama, tão só, pequenas intervenções
que o ajudem a salvá-lo. Pequenos gestos que invertam o curso dramático que a
ciência há muito identificou e que passam por pararmos com as agressões
constantes que resultam já não da ignorância mas, pior, do egoísmo
A sociedade está convocada e os líderes têm de dar o Um espaço onde a arte e a ciência unem esforços para
exemplo – ninguém pode demitir-se. É esta a grande despertar consciências. Um espaço que deve ser visita-
mensagem do Mercedes-Benz Oceanic Lounge inaugu- do por todos os que acreditam que é urgente salvar os
rado nas Docas, em Lisboa, mesmo de frente para o oceanos – porque disso depende salvarmos o nosso
Tejo. Um espaço de reflexão e partilha de conhecimento. próprio futuro.

68
Holger Marquardt, CEO e Diretor-Geral da
Mercedes-Benz Cars em Portugal, enquadra o espaço
agora inaugurado no trabalho pioneiro de compromisso
com a sociedade e com o futuro que a marca vem de-
senvolvendo, tendo como objetivo a descarbonização
da mobilidade. Um programa que representa um investi-
mento superior a 60 mil milhões de euros, só entre
2022 e 2026, aplicados numa nova geração de automó-
veis elétricos, bem como na modernização de todo a es- O Mercedes-EQ
trutura de produção. Marquardt recorda que o objetivo Lounge, na Nazaré,
destaca-se pela
da Mercedes-Benz é alcançar a neutralidade carbónica
arquitetura e pela
em 2039, estando claramente definido que ainda antes decoração que
do final da presente década toda a sua oferta será 100% privilegia os materiais
elétrica. Não menos importante, salienta, a marca está reciclados.
a acelerar a implementação de novos processos de de-
senvolvimento e fabrico dos seus modelos, tendo como
meta a utilização, em cada vez maior escala, de mate-
riais reciclados e recicláveis. e, em especial, dos oceanos. A parceria com entidades
O Mercedes-Benz Oceanic Lounge convoca-nos a com reconhecido valor científico, como o Oceanário de
todos para esta viagem, num espaço de debate e parti- Lisboa, e o apoio de profissionais especializados, torna
lha de experiências ligadas à preservação do ambiente possível a realização de ações de formação e sensibili-
zação nas áreas mais diversas: cursos de vela e navega-
ção, saídas de mar para a observação dos golfinhos que
regressaram ao estuário do Tejo, limpeza de praias, etc.
Em permanência, poderão, igualmente, ser apreciadas
obras de arte tendo como motivo central o mar e a pro-
teção dos ecossistemas marinhos, muitas delas produ-
zidas, precisamente, a partir do lixo extraído do mar du-
rante ações de sensibilização levadas a cabo junto de
escolas e de outras instituições.
O Mercedes-Benz Oceanic Lounge insere-se no
objetivo da marca de contribuir de forma ativa para um
futuro em que a harmonia entre o Homem e a Natureza
seja uma realidade. Uma visão holística e mobilizadora
que em 2021 presidiu, também, ao Mercedes-EQ
Lounge, na Nazaré, construído e decorado maioritaria-
Recém inaugurado nas mente com materiais reciclados (restos de embarca-
Docas, em Lisboa, o ções ou de redes de pesca, por exemplo). Os dois espa-
Mercedes-Benz ços, embora com abordagens diferentes,
Oceanic Lounge é um
espaço de diálogo e complementam-se. Os surfistas de ondas grandes po-
reflexão para todos os dem ter um papel muito relevante, por exemplo, na am-
que acreditam que o plificação de mensagens essenciais, permitindo que a
nosso futuro coletivo educação ambiental chegue a um público maior e mais
está ameaçado. A arte diversificado. Por outro lado, a equipa e os meios do
e a ciência dão as mãos
para ações de sensibi- Mercedes-Benz Oceanic Lounge podem colaborar em
lização em prol dos ações de carácter ambiental e de proteção dos oceanos
recursos marinhos. no Mercedes-EQ Lounge, na Nazaré.
Visita obrigatória. Dois espaços que vale a pena conhecer e onde
sentimos, claramente, o compromisso da Mercedes-
Benz de devolver à sociedade aquilo que dela tem rece-
bido: confiança no futuro.

69
VOAR SOBRE
AS ÁGUAS!

Caminhar sobre águas não é mais do que uma expressão carregada de


misticismo, de História. Bem diferente é se ouvirmos alguém relatar a
experiência de voar sobre as águas. É a proposta da empresa ElectricDreams
Watersports, com as suas pranchas Fliteboard
70
O mundo mudou. E continua a mudar. O computa-
dor, o telemóvel, as redes sociais, a forma como nos
deslocamos, como agimos e interagimos. E, inevitavel-
mente, a maneira como nos divertimos. Comum a todas
as grandes descobertas que mudaram o mundo, motor
de todas as grandes invenções, é a capacidade, apenas
ao alcance de alguns, de antecipar as necessidades e
desejos coletivos. A competência de empresas como a Existem diversas
Mercedes-Benz, que está a mudar a nossa relação com configurações de
prancha, cada uma
a mobilidade em terra, e a ElectricDreams Watersports,
correspondendo a uma
que nos propões experiências inesquecíveis e surpreen- utilização específica. É
dentes na água, com as suas pranchas Fliteboard. possível um passeio
Considerados os mais eficientes meios de loco- tranquilo na baía de
moção aquática, estes aparelhos movidos a energia elé- Cascais ou, em
alternativa, enfrentar
trica não produzem praticamente ruído, emissão de ga-
as ondas da Nazaré.
ses ou, mesmo, ondulação. Não perturbando, por isso,
todos os demais utilizadores das águas.
Esta nova modalidade tem por base uma prancha todo o nosso percurso que realizámos. A segurança de
com um hidrofoil que, acoplado a um pequeno motor utilização está no topo das prioridades e, por isso, o sis-
elétrico, permite ao seu utilizador, literalmente, voar so- tema detém-se imediatamente ao sentir que o utilizador
bre as águas. já não está em cima da prancha.
Conduz-se utilizando o peso do corpo, para con- De acordo com o fabricante, são possíveis veloci-
trolar a prancha, e um comando, que nos permite ajus- dades da ordem dos 60Km/h e a autonomia da bateria
tar a velocidade. Utiliza vários sensores e um recetor de chega às duas horas, possibilitando a travessia do Canal
GPS incorporados no comando, cujo “display” fornece- da Mancha com uma única carga.
-nos as informações de que necessitamos, tais como ve- A Fliteboard oferece varias configurações de
locidade, distância percorrida, estado das baterias e até pranchas e asas que permitem uma aprendizagem fácil
e segura, passeios descontraídos pela costa, ou uma
utilização mais radical, como surfar as grandes ondas
da Nazaré, (desligando o motor e aproveitando apenas a
energia da onda) ou praticar acrobacias como saltos e
rotações.
Os primeiros passos desta nova forma de diver-
são foram dados em 2018, com o lançamento das pri-
meiras pranchas. Em 2021 surge a segunda versão, com
várias inovações, que viriam a simplificar a montagem e
a tornar o sistema mais robusto. Já este ano assistimos
ao lançamento da Fliteboard ULTRA, o eFoil mais pe-
queno do mundo, uma prancha com apenas 128 cm de
comprimento e um volume de 54 litros. Não menos im-
portante, passou a estar disponível um comando ainda
mais fácil de usar, baterias com proteção em titânio e
nova tecnologia de células mais leves e ainda mais se-
guras.
Sedeada na Praia da Conceição, em Cascais, a
Electricdeams Watersports garante que a aprendiza-
gem é extremamente fácil, mesmo para quem nunca
praticou qualquer desporto com prancha. Isto porque
as pranchas Fliteboard AIR são insufláveis e de grande
volume, aliadas a uma asa de grande dimensão, possibi-
litando o arranque e o voo com grande suavidade.

71
O
FUTURO
DO
LUXO,
IMAGINADO
POR
VIRGIL ABLOH
E
GORDEN WAGENER

Texto de Hiromitsu Ozone e Nicolo Fischer

72
73
Antes da sua súbita morte,
em 2021, o designer
revolucionário VIRGIL ABLOH
trabalhou em vários projetos
em conjunto
com GORDEN WAGENER
e a Mercedes-Benz.
Uma história sobre como
desafiar o status quo e uma
visão do design
automóvel que está a chegar
PROJECT GELÄNDEWAGEN
A primeira colaboração entre Virgil
Abloh e Gorden Wagener foi a
reinterpretação da Classe G, em 2020.

74
CLASSE S EM EDIÇÃO LIMITADA
A colaboração do designer Virgil Abloh, que O expoente máximo do requinte e da
exclusividade: a combinação de duas
faleceu no ano passado, com a Mercedes-Benz,
tonalidades contrastantes. A Classe S
num processo criativo conjunto com o Diretor de segundo Virgil Abloh é uma edição
Design Gorden Wagener, levou o luxo a um nível especial limitada a 150 unidades.
completamente novo. Em 2020, a revelação do
Project Geländewagen marcou a primeira etapa
Mercedes-Maybach
desta viagem com a reinterpretação de um dos Classe S S680 | WLTP:
produtos mais marcantes da Mercedes-Benz: o Consumo combinado:
Classe G. Inspirar outros era a principal motiva- 14,3-13,4 l/100km
ção de Abloh. "O meu objetivo neste projeto Emissões combinadas de CO2:
com a Mercedes-Benz é inspirar jovens artistas, 326-304 g/km
engenheiros e designers a questionar o status
quo, para além de experimentar as minhas
próprias capacidades de design."

PROJECT MAYBACH: LUXO ELETRIFICADO


É como olhar para o futuro daqui a algumas
décadas. Quando o “concept-car” Project
MAYBACH foi revelado, em dezembro de 2021, o
mundo viu um veículo excecional. Como
segundo passo da colaboração entre os dois
designers e a Mercedes-Maybach, tornou-se
claro que, juntos, a sua força criativa ultrapas-
sava todas as fronteiras. Isto também é realçado
pelo “concept-car”: apesar do seu comprimento

75
COLEÇÃO OFF-WHITE
Inspirado pelo Project MAYBACH, e para
além da edição limitada da Classe S, a
etiqueta de moda Off-White, de Abloh,
lançou uma coleção original composta
por peças diversas, como camisolas de
gola alta, botas e luvas.

de seis metros, a cabine do Project MAYBACH aco- marca eletrificada mais luxuosa do mundo", afirma
moda dois passageiros num par de assentos futuris- Gorden Wagener com orgulho.
tas. É um coupé com um design todo-o-terreno, que é Os enormes pneus especiais para todo-o-terreno
ousado e lúdico ao mesmo tempo. E, no entanto, impressionam. Tal como o interior, da mesma cor que
mantém intacta toda a elegância que caracteriza um a carroçaria, que é marcado pela existência de
Mercedes-Maybach. Claro que as preocupações apenas dois lugares, os quais prometem o máximo
ambientais, algo que os automóveis e a moda têm em luxo e conforto e, claro, todas as tecnologias mais
comum, estão no topo das prioridades: prova disso avançadas.
são os painéis solares no capot.
O objetivo do Project MAYBACH era recriar o ABLOH: IMPACTO NA MODA E NO DESIGN
ADN da Mercedes-Maybach num contexto todo-o- Os especialistas de design e da moda de todo o
-terreno. "Com o Project MAYBACH, Juntamente com mundo ficaram chocados ao saber da morte de Virgil
Virgil Abloh, estamos a reposicionar-nos como a Abloh, em novembro de 2021, aos 41 anos. Ao longo

76
PROJECT MAYBACH
Este projeto conjunto de Virgil Abloh e
da Mercedes-Maybach foi revelado em
2021. O interior deste “concept-car”
apresenta muitos detalhes inspirados na
vida ao ar livre.

da sua carreira profissional de mais de dez anos, o


artista criou a sua própria etiqueta de moda, a
Off-White, com sede em Milão, e destacou-se ao
tornar-se Diretor Artístico Masculino da Louis Vuit-
ton. As criações de Abloh depressa ultrapassaram as
convenções, transpondo o vestuário de rua para a
alta moda. Desta forma, não só inspirou a cena da
moda, quase sempre demasiado elitista, como
também deu às comunidades marginalizadas uma voz
para serem ouvidas.
O Virgil Abloh™ "Post-Modern" Scholarship Fund foi
criado pelo próprio Abloh para apoiar a próxima
geração de designers da indústria da moda negra. Em

77
PROJECT MAYBACH
O objetivo do Project MAYBACH foi
recriar o ADN da Mercedes-Maybach
num contexto todo-o-terreno.

2020, um modelo único à escala 1:3 do Project


Geländewagen, foi leiloado por 160 mil dólares e
Virgil Abloh todas as receitas reverteram a favor deste
Virgil Abloh revolucionou a moda de
fundo.
luxo. Após a fundação da sua própria
etiqueta, a Off-White, com sede em
Milão, tornou-se Diretor Artístico O DERRADEIRO LEGADO DO AUTOMÓVEL
Masculino na Louis Vuitton, em 2018. O último capítulo do Project MAYBACH foi
Abloh morreu de cancro em novembro revelado em abril de 2022. Trata-se de uma
de 2021, aos 41 anos de idade.
edição limitada do Mercedes-Maybach Classe S
Gorden Wagener que se destaca imediatamente pela pintura da
Gorden Wagener estudou design carroçaria em duas tonalidades: areia e preto
industrial e de transportes na brilhante. Apenas foram produzidas 150 unida-
Universidade de Essen e no Royal des que estão equipadas com detalhes de luxo
College of Art, em Londres. Em 2016,
únicos e as tecnologias mais avançadas,
tornou-se diretor de design no Merce-
des-Benz Group AG, introduzindo a nova incluindo uma versão ainda mais sofisticada do
filosofia de design de pureza sensual. sistema Maybach MBUX. No mesmo dia em que
esta edição limitada foi revelada foi, igualmente,
apresentada uma coleção especial de peças
assinadas por Abloh que incluía t-shirts, camiso-
las de gola alta e bonés de basebol em lona.
Propostas ousadas e marcantes, como foi
sempre apanágio deste artista.
Quando Gorden Wagener foi questionado
sobre os aspetos mais marcantes da colabora-
ção que nos últimos anos manteve com Abloh,
não hesitou. "Estou muito orgulhoso do trabalho
que desenvolvemos em conjunto, que permitiu
que a colaboração entre a moda e o automóvel
alcançasse patamares inéditos. O nosso icónico
Classe G, bem como o Project MAYBACH, são
Fotos: Mercedes-Benz AG

exemplos dessa colaboração fantástica com o


Virgil; juntos abrimos novos caminhos para a
marca. A edição limitada da Maybach por Virgil
Abloh é a simbiose perfeita entre o design
inovador e aquilo que só a produção artesanal
consegue alcançar: o máximo em luxo e
exclusividade."

78
79
CONVERSAS
RENATA JUNGO BRÜNGGER
ENCONTRA PHIL BLOOMER
Texto de Nicolo Fischer

Perspetivas diferentes, mas unidas por um


compromisso em prol de um mundo mais
sustentável. PHIL BLOOMER, diretor de uma ONG, e
RENATA JUNGO BRÜNGGER, membro do Conselho
da Mercedes-Benz, refletem sobre o papel vital dos
direitos humanos nas empresas globais

Uma das prioridades da Mercedes-Benz é a luta pela


sustentabilidade. O aspeto ecológico é a força motriz
principal, mas a sustentabilidade é muito mais do que
isso: significa, também, lidar de forma responsável
com os aspetos económicos e sociais. O objetivo é
defender os valores sustentáveis no maior número
possível de áreas da vida. Renata Jungo Brüngger,
membro do Conselho de Administração da Merce-
des-Benz Group AG, responsável pela Integridade e
Assuntos Jurídicos, e Phil Bloomer, diretor executivo
do Centro de Informação sobre Empresas e Direitos
Humanos, refletem sobra os desafios que têm de ser
enfrentados neste processo.

O que significa o termo sustentabilidade?


RENATA JUNGO BRÜNGGER: Para mim é muito
importante trabalhar para uma empresa que está a
atuar de forma responsável e holística. O sucesso
económico é um importante pilar e a base para as
empresas. No entanto, a nossa noção de sustentabili-
Renata Jungo Brüngger dade inclui as perspetivas ambientais e sociais, tais
Renata Jungo Brüngger é membro do Conselho do Mercedes- como os direitos humanos, ou a proteção de dados.
Benz Group AG, responsável pela Integridade e Assuntos Como advogada, também tenho de me certificar de
Jurídicos. Entre outros tópicos, está sob a sua responsabilidade
o respeito pelos direitos humanos no seio do Grupo. Antes de se
que a empresa está a respeitar as leis e regulamentos
juntar à Mercedes-Benz, chefiou as áreas jurídicas de várias que regem o mercado de capitais, por exemplo. É um
empresas internacionais. tópico abrangente.

80
"No processo de extração das
matérias-primas é
fundamental a implementação
de análises de risco e
investigar as cadeias de
abastecimento para assegurar
a preservação dos recursos e
a inexistência de custos
sociais"
Renata Jungo Brüngger

sendo um deles os direitos humanos. Há dois


aspetos principais a considerar. Primeiro, quere-
mos assegurar que os direitos humanos são
respeitados na nossa própria organização. Além
Phil Bloomer disso, temos de olhar para as nossas cadeias de
Fotos: Mercedes-Benz AG, Centro de Informação sobre Empresas e Direitos Humanos

Antes de assumir o cargo de diretor executivo no Centro abastecimento. Um bom exemplo é a eletrificação
de Informação sobre Empresas e Direitos Humanos, em da mobilidade e a crescente necessidade de
2013, Phil Bloomer trabalhou para a Oxfam GB. A sua
experiência na direção de operações multimilionárias
baterias, que tem como resultado a procura
e na concretização de mudanças bem conseguidas em crescente de matérias-primas, como o cobalto,
nações emergentes tornaram-no uma figura importante com um risco elevado de possíveis violações dos
na luta pela justiça económica e pelos direitos humanos. direitos humanos, como o trabalho infantil.
Queremos gerir as nossas cadeias de abasteci-
mento com o objetivo de evitar violações dos
PHIL BLOOMER: O primeiro aspeto-chave é a direitos humanos. Porque só queremos produtos
sustentabilidade social. É onde se juntam os direitos que sejam produzidos sem quaisquer violações
humanos, os direitos dos trabalhadores e os direitos dos direitos humanos.
da comunidade, para que as pessoas saibam que estão
a ser tratadas de forma justa. O segundo é a sustenta- Como se certificam de que isso acontece?
bilidade económica. Como podemos assegurar que JUNGO BRÜNGGER: Primeiro, avaliamos os
temos uma economia estável em vez de altos e baixos riscos dentro das nossas cadeias de abasteci-
extraordinários que causam tanto stress às pessoas? mento. Há alguns anos, desenvolvemos aquilo a
Em terceiro, existe a sustentabilidade ambiental e a que chamamos de "Sistema de Respeito pelos
importância de regenerar este ambiente que é tão Direitos Humanos". Só a Mercedes-Benz tem
precioso e do qual depende o nosso futuro. quase 40 mil fornecedores diretos e muitos,
muitos mais, indiretos. A complexidade é muito
Jungo Brüngger, onde é que os direitos huma- elevada. Não podemos controlá-los a todos.
nos entram em cena para a Mercedes-Benz? Seguimos uma abordagem baseada no risco. E
JUNGO BRÜNGGER: Nos últimos anos, a Adminis- temos de estabelecer prioridades. Identificámos
tração desenvolveu uma estratégia empresarial 24 matérias-primas que estão ligadas a riscos
abrangente e sustentável, que assenta em seis pilares, elevados. Depois, começámos a trabalhar nas

81
cadeias de abastecimento. Se necessário, vamos até O tema da mobilidade sustentável está direta-
às minas. As regras estão constantemente a mudar, mente ligado ao da escassez de matérias-pri-
pelo que cada dia é um exercício de aprendizagem mas. Isso não é contraditório?
para entender como estes processos complexos JUNGO BRÜNGGER: Se queremos uma mobilidade
podem ser geridos com eficácia. sustentável temos de utilizar matérias-primas diferen-
Em redes tão complexas, o respeito pelos direitos tes daquelas que vinham a ser usadas. No entanto, no
humanos não pode ser assegurado carregando num caso do cobalto, por exemplo, estamos a tentar usar
botão. Isso deve estar bem claro. cada vez menos. Estou segura de que as novas tecno-
logias irão ajudar e que, no futuro, utilizaremos estes
É, portanto, necessário garantir que os direi- recursos de uma forma mais limitada. Em qualquer
tos humanos são respeitados ao longo de toda caso, o recurso a matérias-primas escassas estará
a cadeia de abastecimento. sempre condicionado a análises de risco rigorosas e à
BLOOMER: Muitas vezes uma empresa dirá a um avaliação cuidadosa das cadeias de abastecimento,
fornecedor que só aceitará os seus bens se tiver uma para garantir a preservação dos recursos e a inexistên-
declaração de conformidade emitida por um auditor cia de consequências para as populações.
externo que confirme que não há trabalho infantil ou BLOOMER: Os minerais raros são estratégicos
violações dos direitos dos trabalhadores. Mas depois para a rápida transição para a denominada energia
insistem que o fornecedor pague por essa auditoria limpa. A sua procura é cada vez maior e os preços
social. O problema é que o auditor poderá estar mais estão a subir em flecha. Além disso, em muitos casos
interessado em conseguir o próximo contrato com provêm de locais com riscos extremamente elevados
esse fornecedor. Ou seja, existe um enorme conflito para os direitos humanos. O que precisamos de
de interesses. O que precisamos é que empresas assegurar é que a transição rápida também é justa.
como a Mercedes-Benz realizem análises profundas Além disso, devemos reciclar e reutilizar o máximo que
através das suas cadeias de abastecimento. Isto pudermos. Quando a única opção for extrair, temos de
inclui falar diretamente com os trabalhadores e as nos dirigir às comunidades locais e assegurar que elas
comunidades no local. Porque se existirem proble- partilham os benefícios, que os mineiros envolvidos
mas, eles serão mais facilmente descobertos. são remunerados de forma justa pelo seu trabalho.
JUNGO BRÜNGGER: Sim, é necessário realizar-
mos as nossas próprias auditorias, mas também é
importante estabelecer uma ligação com as normas e "Precisamos que as empresas
iniciativas internacionais e gerir tudo isto de forma
holística. Participamos na "Iniciativa para Garantia de mergulhem fundo nas suas
Mineração Responsável", por exemplo, com o intuito
de garantir que só obtemos matérias-primas, tais
cadeias de abastecimento.
como o cobalto, a partir de minas certificadas. Isto inclui falar diretamente
Se a Mercedes-Benz descobrir que as empresas com os trabalhadores e as
não estão em conformidade com os direitos
humanos, o que acontece depois?
comunidades. Porque o seu
JUNGO BRÜNGGER: Se descobrirmos que os conhecimento ajudar-nos-á a
fornecedores não estão a adotar ou a aceitar as
nossas normas, a primeira coisa que fazemos é iniciar descobrir os problemas que
um diálogo com eles. Porque se, simplesmente, os
bloquearmos num dado local, não estamos a evitar o
possam existir"
seu surgimento noutro ponto qualquer dessa mesma Phil Bloomer
cadeia. Ou seja, estaremos a deslocar o problema
para outro lado, sem o resolver. Portanto, o primeiro
Esta é uma entrevista editada com base num episódio de "Let’s
passo na nossa abordagem é levá-los até às nossas talk Mercedes", o podcast da Mercedes-Benz com Yasmine Blair.
normas e contribuir para melhorar, realmente, a Todos os episódios aqui: media.mercedes-benz.com/
situação. letstalkmercedes

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