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Estatística
Profª Maira Mendias Lauro
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Introdução à Estatística

As estatísticas aparecem nos jornais, nos noticiários de TV, nos relatórios das
empresas, nos relatórios dos serviços de saúde etc. Entendê-las, é uma necessidade
para um indivíduo que vive em sociedade. As estatísticas facilitam a compreensão
dos fatos através de dados referentes a amostras numerosas, como podemos ver nos
seguintes exemplos:
1) Verificar se um programa de TV tem ou não audiência;
2) Conferir se um determinado tratamento surte o efeito desejado e mesmo avaliar
os efeitos colaterais;
3) Analisar o desempenho dos alunos de uma escola no fim do ano letivo.
Os exemplos são numerosos e voltaremos a eles no transcorrer das aulas.

Definição
Estatística é uma ciência através da qual se obtém informações de dados
numéricos.
Ela trata do conjunto de métodos utilizados para a obtenção desses dados, sua
organização em tabelas e gráficos e a análise e interpretação desses dados.
A análise e a interpretação dos dados estatísticos tornam possível o diagnóstico
de, por exemplo, uma empresa, o conhecimento de seus problemas e a formulação
de soluções para tais problemas.

Organização dos dados estatísticos


Um dos objetivos da Estatística é sintetizar os valores que uma ou mais
variáveis podem assumir, para que tenhamos uma visão global da variação dessa
variável. E isso ela consegue, inicialmente, apresentando esses valores em tabelas e
gráficos, que irão nos fornecer rápidas e seguras informações a respeito das variáveis
em estudo.

Tabelas:
Uma tabela deve apresentar a seguinte estrutura:
- cabeçalho
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- corpo
- rodapé
O cabeçalho deve conter o suficiente para que sejam respondidas as questões:
- O que está representado?
- Onde ocorreu?
- Quando ocorreu?
O corpo da tabela é representado por colunas e subcolunas dentro dos quais serão
registrados os dados numéricos e informações.
O rodapé é reservado para observações pertinentes à tabela, bem como para o
registro e identificação da fonte dos dados.

Exemplo:
PRODUÇÃO DA COMPANHIA ALFA – junho/2015
PRODUTOS QUANTIDADE (%)
A 32,4
B 21,6
C 43,2
D 10,8
Fonte: Departamento de Marketing da Companhia

Distribuição de frequências:
1. Conceitos fundamentais:
População: é um conjunto de indivíduos ou objetos que apresentam pelo menos uma
característica em comum.

Amostra: considerando-se a impossibilidade, na maioria das vezes, do tratamento de


todos os elementos da população, retira-se uma amostra, ou seja, a amostra é um
subconjunto finito de uma população.

Variável: é qualquer característica de uma população que se está interessado em


pesquisar. As variáveis podem ser:
a) Qualitativas: se os valores tomados não são números.
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Exemplos: sexo, estado civil, cor dos olhos etc.


b) Quantitativas: se os valores tomados são números.
Exemplos: altura, peso, preço de produto etc.

As variáveis quantitativas subdividem-se em:


Discretas: se os valores associados são números inteiros.
Exemplos: número de filhos, número de sócios de um clube etc.
Contínuas: se os valores associados são números reais.
Exemplos: altura, peso etc.

Exemplo:
Uma concessionária de automóveis tem cadastrados 3500 clientes e fez uma
pesquisa sobre a preferência de compra em relação à cor (branco, vermelho ou
azul); preço; número de portas e estado de conservação (novo ou usado).
Foram consultados 210 clientes. Diante essas informações, responda:
a) Qual é a população estatística e qual é a amostra dessa pesquisa?

b) Quais são as variáveis e qual é o tipo de cada uma?

2. Representação da Amostra:
Quando se estuda uma variável, o maior interesse do pesquisador é conhecer
a distribuição dessa variável através das possíveis realizações (valores) da mesma.
Vamos ver uma maneira de dispor os dados através de tabelas:

2.1. Frequência absoluta e frequência absoluta acumulada:


Consideremos o quadro seguinte, que nos mostra as notas de 20 alunos do
quarto semestre do curso de Matemática da Uninove:
1 8 4 9 6 6 9 10 2 3
8 4 9 6 5 5 6 9 8 7
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Esse tipo de tabela, cujos elementos não foram numericamente organizados,


denominamos tabela primitiva ou dados brutos.
O primeiro passo será colocar esses dados em ordem crescente (ou
decrescente). Dessa maneira, obtemos uma nova tabela, denominada rol:

A diferença entre o maior e o menor valor da amostra denomina-se amplitude


total, amplitude do rol ou Range e será denotada com a letra R.
No exemplo acima, temos:
R=

A partir desses dados, podemos elaborar uma tabela onde na primeira coluna
aparecerão os valores da variável estatística (xi) que, nesse caso, são as notas; na
segunda coluna aparecerá o número de vezes que cada valor se repete, essa coluna
é chamada frequência absoluta que representaremos por Fi.
Assim, N = nº de elementos da população = F(1) + F(2) + F(3) + ... + F(10) = 20. Que
pode também ser escrito por:
10
N =  Fi = 20
i =1

Observação: O símbolo Σ (somatório) é usado para escrever abreviadamente


expressões que envolvem adição. Assim, indicamos a adição dos termos F i, com i
variando de 0 até n (nIN*), com:
n

F
i=0
i

Na terceira coluna, chamada frequência absoluta acumulada (Fac),


aparecerão os valores obtidos adicionando a cada frequência absoluta os valores das
frequências anteriores:
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notas (xi) Fi Fac

total

Usando a frequência acumulada, podemos fazer algumas observações como:


• 11 alunos obtiveram nota menor que 7,0 nessa turma, ou
• 20 – 11 = 9 alunos obtiveram nota 7,0 ou acima de 7,0 nessa turma etc.

2.2. Frequência relativa e frequência relativa acumulada:


Chama-se frequência relativa (fi) do valor da variável, o quociente entre a
frequência absoluta (Fi) e o número de elementos da população estatística:
Fi
fi =
N

No exemplo acima, temos:


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notas (xi) Fi Fac fi


1 1 1
2 1 2
3 1 3
4 2 5
5 2 7
6 4 11
7 1 12
8 3 15
9 4 19
10 1 20
total 20

Geralmente, colocamos a frequência relativa na forma de porcentagem, o que


facilita a interpretação. Para colocar as frequências relativas na forma de
porcentagem, é só multiplicar por 100 o valor decimal encontrado:
notas(xi) Fi Fac fi fac
1 1 1
2 1 2
3 1 3
4 2 5
5 2 7
6 4 11
7 1 12
8 3 15
9 4 19
10 1 20
total 20

Observando essa tabela, podemos dizer:


• 5% dos alunos obtiveram nota 7,0
• 55% dos alunos obtiveram nota inferior a 7,0
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• 100% - 55% = 45% dos alunos obtiveram nota igual ou superior a 7,0

Distribuição de frequências com dados agrupados em intervalos de classes:


Quando aparecem muitos valores diferentes para a variável em estudo, torna-se
inviável colocar na tabela uma linha para cada valor. Nesses casos, agrupamos os
valores da variável em intervalos, sendo que, chamamos esses intervalos de classes.
Logo a tabela denomina-se de distribuição de frequências com intervalos de
classes.

Exemplo:
Suponhamos termos feito uma coleta de dados relativos às idades de 30
pessoas, que compõem uma amostra dos alunos de uma faculdade “A”:
24 23 22 28 35 21 23 33 34 34 21 25 36 26 22
30 32 25 26 33 34 21 31 25 26 25 35 33 31 31

Elaborando o rol, temos:


21 21 21 22 22 23 23 24 25 25 25 25 26 26 26
28 30 31 31 31 32 33 33 33 34 34 34 35 35 36

E, organizando estes dados em uma tabela conforme já conhecemos, temos:


Idades (xi) Fi
21 3
22 2
23 2
24 1
25 4
26 3
28 1
30 1
31 3
32 1
8
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33 3
34 3
35 2
36 1
Total 30

Como esta tabela fica com muitas linhas, podemos resumi-la numa tabela com
intervalos de classes:

Elementos de uma distribuição de frequências com dados agrupados em


intervalos de classes:

Range, amplitude total ou amplitude amostral (R): é a diferença entre o maior e o


menor valor da amostra.
No exemplo dado: R =

Número de classes (k): Não há uma fórmula exata para o cálculo do número de
classes. As mais usadas são:
1ª) K = 5 para n  25 ou K  n para n  25
2ª)Fórmula de Sturges: K  1 + 3,22 . log n

No exemplo dado: n = 30, logo, K =

Amplitude das classes (h): é a medida do intervalo que define a classe.


hR:K

No exemplo dado:

Observação: Quando os resultados acima não são exatos, devemos arredondá-


los para o maior inteiro.
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Limites de classes: são os extremos de cada classe (li |---- Li)


li – limite inferior da classe (onde começa o intervalo)
Li – limite superior da classe (onde termina o intervalo)
As classes são obtidas a partir do menor valor, fazendo a adição de h.
No exemplo dado temos:

Observação: 21 |---- 24. Compreende todos os valores de 21 a 24, excluindo o


24.

Pontos médios das classes (Xi): é a média aritmética entre o limite superior e o
limite inferior da classe.
Exemplo: 33 |---- 36
Xi =

Assim, para montar a tabela de distribuição de frequências com intervalos


devemos seguir os itens abaixo:
1º) Calcular a amplitude total;
2º) Saber quantas classes ou quantos intervalos terá a tabela;
3º) Calcular qual será a amplitude do intervalo ou qual a diferença entre o li e o Li.

Voltando ao exemplo, temos:


Idades de 30 alunos da Faculdade “A”
Classes Fi Fac fi fac (%) xi

Total
10
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Exercícios propostos:

1. Foi feita uma coleta de dados relativos às alturas, em centímetros, de 20 pessoas


que compõem uma amostra dos alunos de uma faculdade “A”:
168 168 163 164 160 160 164 166 169 169
166 168 162 165 165 164 168 166 161 168
Determine:
a) o rol
b) a amplitude total
c) a tabela de distribuição de frequências (sem intervalos de classes)

2. A tabela a seguir contém informações sobre estado civil, grau de instrução, número
de filhos, salário, idade (medida em anos e meses) e procedência de 36
funcionários da seção de orçamentos de uma companhia.
Nº Estado Grau de Nº de Salário Idade Região de
Civil Instrução filhos (em reais) Anos Meses procedência
1 solteiro E.Fundam. - 400 26 03 Interior
2 casado E.Fundam. 1 456 32 10 Capital
3 casado E.Fundam. 2 525 36 05 Capital
4 solteiro E. Médio - 573 20 10 Outro
5 solteiro E.Fundam. - 626 40 07 Outro
6 casado E.Fundam. 0 666 28 00 Interior
7 solteiro E.Fundam. - 686 41 00 Interior
8 solteiro E.Fundam. - 739 43 04 Capital
9 casado E. Médio 1 759 34 10 Capital
10 solteiro E. Médio - 744 23 06 Outro
11 casado E. Médio 2 812 33 06 Interior
12 solteiro E.Fundam. - 846 27 11 Capital
13 solteiro E. Médio - 874 37 05 Outro
14 casado E.Fundam. 3 895 44 02 Outro
15 casado E. Médio 0 913 30 05 Interior
16 solteiro E. Médio - 935 38 08 Outro
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17 casado E. Médio 1 977 31 07 Capital


18 casado E.Fundam. 2 980 39 07 Outro
19 solteiro Superior - 1053 25 08 Interior
20 solteiro E. Médio - 1076 37 04 Interior
21 casado E. Médio 1 1106 30 09 Outro
22 solteiro E. Médio - 1159 34 02 Capital
23 solteiro E.Fundam. - 1200 41 00 Outro
24 casado Superior 0 1279 26 01 Outro
25 casado E. Médio 2 1323 32 05 Interior
26 casado E. Médio 2 1360 35 00 Outro
27 solteiro E.Fundam. - 1385 46 07 Outro
28 casado E. Médio 0 1469 29 08 Interior
29 casado E. Médio 5 1471 40 06 Interior
30 casado E. Médio 2 1599 35 10 Capital
31 solteiro Superior - 1622 31 05 Outro
32 casado E. Médio 1 1661 36 04 Interior
33 casado Superior 3 1726 43 07 Capital
34 solteiro Superior - 1875 33 07 Capital
35 casado E. Médio 2 1940 48 11 Capital
36 casado Superior 3 2330 42 02 Interior

Determine:
a) Qual é a população estatística? Qual é a amostra?
b) Classificar as variáveis (qualitativa; quantitativa discreta ou quantitativa contínua).
c) Construir as tabelas de distribuição de frequências das variáveis:
1. estado civil
2. grau de instrução
3. número de filhos
4. região de procedência
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3. A pesquisa abaixo foi feita com 20 alunos de uma escola. As variáveis estudadas
foram: idade (em anos), peso (em quilogramas) e altura (em centímetros):
14 a; 49.0 kg; 173 cm 14 a; 49.0 kg; 174 cm
14 a; 46.5 kg; 166 cm 14 a; 46.5 kg; 165 cm
16 a; 53.0 kg; 178 cm 15 a; 48.0 kg; 163 cm
15 a; 50.0 kg; 175 cm 14 a; 48.5 kg; 169 cm
14 a; 51.0 kg; 168 cm 16 a; 50.0 kg; 170 cm
15 a; 49.0 kg; 170 cm 14 a; 52.0 kg; 175 cm
14 a; 44.0 kg; 162 cm 14 a; 46.0 kg; 172 cm
15 a; 51.0 kg; 176 cm 15 a; 47.0 kg; 169 cm
14 a; 48.3 kg; 168 cm 14 a; 51.0 kg; 173 cm
16 a; 52.0 kg; 179 cm 14 a; 49.0 kg; 166 cm

a) para a variável idade, determine:


i) o rol
ii) a tabela de distribuição de frequências sem intervalos
b) para as variáveis peso e altura, determine:
i) o rol
ii) a amplitude total
iii) o número de classes
iv) a amplitude das classes
v) a tabela de distribuição e frequências com dados agrupados em intervalos de
classes
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Representações gráficas

É comum vermos em jornais, revistas etc. os resultados numéricos referentes


a uma pesquisa apresentados por meio de gráficos.
Os gráficos mostram de forma visual, simples e clara, os dados e informações
que contêm.
A escolha do gráfico mais apropriado dependerá do conjunto de dados a serem
organizados e ficará a critério do analista.

1. Gráfico de colunas
Nesse tipo de gráfico, usamos retângulos com bases de mesma medida e
alturas com comprimentos proporcionais às frequências de cada dado.
Os retângulos são representados em um sistema de coordenadas cartesianas
onde os valores distintos da variável são colocados no eixo horizontal e as frequências
são colocadas no eixo vertical.

1.1. Dados agrupados sem intervalos


Consideremos a seguinte tabela:
PRODUÇÃO DE PEÇAS DA COMPANHIA ALFA
PRODUTOS (xi) QUANTIDADE (%) (fi)
A 32,4
B 21,6
C 43,2
D 10,8

Com esses dados, podemos fazer um gráfico de colunas onde os retângulos


são separados por distâncias iguais:
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1.2. Dados agrupados com intervalos (HISTOGRAMA)


Consideremos a seguinte tabela:
Classes Fi
0 |---- 2 3
2 |---- 4 6
4 |---- 6 8
6 |---- 8 5
8 |---- 10 2

Com esses dados, podemos fazer um gráfico de colunas onde os retângulos


são justapostos, esse gráfico recebe o nome de histograma:

Observe que não colocamos o zero do eixo horizontal na origem do sistema cartesiano
por uma questão de clareza da representação gráfica.

2. Gráfico de linhas
Os gráficos lineares são utilizados com a finalidade de oferecer uma impressão
visual nítida de variações numéricas, sob a forma de “subidas e descidas” de uma
linha.
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2.1. Dados agrupados sem intervalos


Para o exemplo citado acima temos:

2.2. Dados agrupados com intervalos (POLÍGONO DE FREQUÊNCIAS)


Para o exemplo citado acima temos:

O polígono de frequências é um gráfico de linhas, onde as frequências são


marcadas sobre retas perpendiculares ao eixo horizontal, levantadas pelos pontos
médios dos intervalos de classes.
Obs.: Sempre sobrepor o polígono de frequências ao histograma construído.
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3. Gráfico de setores
O gráfico de setores é um círculo dividido em partes (setores). É utilizado
principalmente quando se pretende comparar cada valor com o total.
Tal gráfico deve ser construído de modo que a área de cada setor seja
proporcional à respectiva frequência, ou seja, o ângulo de cada setor deve ser
proporcional à frequência que representa, uma vez que a área do setor é diretamente
proporcional ao ângulo que o define.
Lembrando que uma circunferência completa tem 360º, podemos calcular por
meio de uma regra de três simples o ângulo central de cada setor:
total ----- 360º
parte ----- xº

No nosso exemplo temos:

PRODUTOS QUANTIDADE GRAUS GRAUS ACUMULADOS


A 32,4
B 21,6
C 43,2
D 10,8
TOTAL

Com o auxílio de um transferidor, fazemos a demarcação dos setores:


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Exercícios propostos:

1. Construir os gráficos de colunas, linhas e setores das tabelas abaixo:


a)
Vendas da Cia Beta
Ano Vendas (em milhões)
2008 10
2009 13
2010 17
2011 16
2012 19
2013 23
Fonte: Departamento de Vendas da Cia

b)
Nº de acidentes por dia na Rodovia X
em janeiro de 2015
Nº de acidentes por dia Nº de dias
0 10
1 7
2 4
3 5
4 3
5 2
Fonte: Dersa
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2. Construir o histograma e o polígono de frequências da tabela abaixo:

Estaturas (cm) Fi
150 |---- 155 3
155 |---- 160 9
160 |---- 165 17
165 |---- 170 31
170 |---- 175 36
175 |---- 180 40
180 |---- 185 20

3. Uma empresa automobilística selecionou ao acaso, uma amostra de 40


revendedores autorizados em todo o Brasil e anotou em determinado mês o
número de unidades adquiridas por estes revendedores. Obteve os seguintes
dados:

10 15 25 21 6 23 15 21 26 32 9 14 19 20 32 18 16 26 24 20
7 18 17 28 35 22 19 39 18 21 15 18 22 20 25 28 30 16 12 20

a) Monte a tabela de distribuição de frequência com intervalos.


b) Construa o histograma e o polígono de frequências.
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Medidas de tendência central: média aritmética; média


geométrica; média harmônica

Vimos a sintetização dos dados sob a forma de tabelas e gráficos. Dessa forma
podemos localizar a maior concentração de valores de uma dada distribuição.
Contudo, muitas vezes, queremos resumir ainda mais esses dados,
apresentando um ou alguns valores que sejam “representativos” da série toda.
Usualmente, empregam-se as seguintes medidas de posição central: média, moda e
mediana, em torno dos quais tendem a concentrarem-se os dados.
Estudaremos agora os diferentes tipos de médias:

1. Média aritmética x : ()
1º caso: dados não agrupados
A média aritmética dos valores x1, x2, x3, ... , xn é o quociente entre a soma
desses valores e o seu número total n.

x=
x 1 + x 2 + ... + x n
ou simplesmente x =
x i
(onde n é o nº de elementos do
n n
conjunto)

Exemplo: Determinar a média aritmética dos valores: 3, 7, 8, 10 e 11.

2º caso: Dados agrupados sem intervalos


Se os elementos x1, x2, x3, ... , xn apresentam, respectivamente, frequências F1,
F2, F3, ... , Fn, então:

x=
F1x 1 + F2 x 2 + ... + Fn x n
ou simplesmente x =
x F i i

n n
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Exemplo: Dada a amostra: 2, 5, 5, 5, 5, 6, 6, 6, 8, 8.


Construindo a tabela de distribuição de frequências, temos:
xi Fi xiFi

Total

Então a média será:

3º caso: Dados agrupados com intervalos


Quando os dados estão agrupados, aceita-se, por convenção, que as
frequências se distribuem uniformemente ao longo da classe e que, portanto, o seu
ponto médio (xi) é o valor representativo do conjunto. Então:

x=
x F i i

n
Exemplo:
Classe Fi xi xiFi
2 |---- 5 1
5 |---- 8 10
8 |---- 11 8
11 |---- 14 1
Total

Interpretação: O valor médio encontrado é o valor em torno do qual os elementos


desta série se concentram.
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2. Média geométrica (Mg):


Sejam x1, x2, x3, ... , xn valores da variável X, associadas, respectivamente, às
frequências F1, F2, F3, ... , Fn. Então a média geométrica de X é definida por:

Mg = n x1 1  x 2 2  x 3 3  ...  x n
F F F Fn

Em particular, se F1 = F2 = F3 = ... = Fn = 1, temos:

Mg = n x1  x 2  x 3  ...  x n

onde n é o número total de elementos da amostra.

Exemplos:
1. Determinar a média geométrica dos valores: 3, 6, 12, 24, 48.

2. Dada a tabela de distribuição de frequências:


xi Fi
1 8
2 6
3 5
5 3
Total 22
22
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3. Média harmônica (Mh):


Se os elementos x1, x2, x3, ... , xn apresentam, respectivamente, frequências F1,
F2, F3, ... , Fn, então a média harmônica é definida como o inverso da média aritmética
do inverso dos valores:

n n
Mh = =
F1 F2 F3 Fn F
+ +
x1 x 2 x 3
+ ... +
xn
 xi
i

Em particular, se F1 = F2 = F3 = ... = Fn = 1, temos:

n n
Mh = =
1 1 1 1 1
+ +
x1 x 2 x 3
+ ... +
xn
x
i

onde n é o número total de elementos da amostra.

Exemplos:
1. Determinar a média harmônica dos valores: 2, 5, 8.

2. Dada a tabela de distribuição de frequências:


xi Fi
1 8
2 6
3 5
5 3
Total 22
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Exercícios propostos:
1. Calcule a média aritmética para as tabelas abaixo:
a)
xi Fi
2 1
3 4
4 3
5 2
Total
(Resposta: 3,6)

b)
xi Fi
17 3
18 18
19 17
20 8
21 4
Total
(Resposta: 18,84)

2. O salário de 40 funcionários de um escritório está distribuído segundo o quadro


abaixo. Calcule o salário médio desses funcionários.
salários(R$) nº de funcionários
400 |---- 500 12
500 |---- 600 15
600 |---- 700 8
700 |---- 800 3
800 |---- 900 2

(Resposta: 570)
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3. Calcule a média geométrica para a tabela abaixo:


xi Fi
8 2
9 1
10 3
11 2
12 1

(Resposta: 9,80)

4. Calcule a média harmônica para a tabela abaixo:


xi Fi
8 2
9 1
10 3
11 2
12 1

(Resposta: 9,72)

Exercícios complementares:
1) Calcule a média aritmética das séries abaixo:
a) 1, 2, 8, 10, 12, 16, 21, 30 (Resposta: 12,5)
b) 5, 6, 6, 10, 11, 11, 20 (Resposta: 9,86)
c) 3, 4, 7, 8, 9, 23, 12, 15 (Resposta: 10,12)

2) Calcule a média geométrica das séries abaixo:


a) 8, 15, 10, 12 (Resposta: 10,95)
b) 3, 4, 5, 6, 7, 8 (Resposta: 5,22)
25
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3) Calcule a média harmônica das séries abaixo:


a) 5, 7, 12, 15 (Resposta: 8,12)
b) 3, 4, 5, 6, 7 (Resposta: 4,58)

4) Uma imobiliária gerencia o aluguel de residências particulares, segundo o quadro


abaixo. Calcule o aluguel médio.
aluguel(R$) nº de casas
0 |---- 200 30
200 |---- 400 52
400 |---- 600 28
600 |---- 800 7
800 |---- 1000 3

(Resposta: 335)

Medidas de tendência central: moda e mediana

Apesar de ser bastante utilizada a média aritmética nem sempre é a medida


mais adequada para se analisar um agrupamento de dados.
Veja o exemplo:
Numa certa empresa com 200 empregados, os salários são os seguintes:
Salário (x salário mínimo) nº de empregados
1 100
2 30
3 30
4 5
5 25
10 5
25 3
40 2
26
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Calculando o salário médio desses empregados, obtemos 3 salários mínimos.


Esse número está correto do ponto de vista aritmético, mas não é representativo da
condição salarial da maioria dos empregados. Afinal, 130 (65% do total) deles,
ganham menos do que esse valor. Por outro lado, de acordo com a tabela, 5
empregados (2.5%) ganham mais do que 20 salários mínimos, o que “puxa” a média
para cima.
Nesse caso, é mais conveniente usarmos outro tipo de medida como valor
representativo do salário dos empregados. É o que veremos agora!

Moda (Mo):
Dada uma coleção de números, a moda é o valor que ocorre com maior
frequência.
Assim, no exemplo acima, o salário mais frequente é o salário mínimo que é
recebido por 100 empregados, isto é, 1 salário mínimo.

Observações:
1.) Existem casos em que a moda não existe – os valores não se repetem ou
todos os valores tem a mesma frequência (distribuição amodal).
2.) Em alguns casos, pode haver mais de uma moda, ou seja, a distribuição dos
valores pode ser bimodal, trimodal etc.

1º Caso: Dados não agrupados:


É o valor de maior frequência em um conjunto de dados ou que aparece mais
vezes.

Exemplo: 7, 8, 8, 9, 10, 10, 10, 12, 15.

Exemplo: 3, 5, 8, 10, 12 e 13

Exemplo: 2, 2, 5, 5, 8, 9
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2º Caso: Dados agrupados sem intervalos


Basta identificar o elemento de maior frequência.

Exemplo:
xi Fi
0 2
2 4
3 5
4 3
6 1

3º Caso: Dados agrupados com intervalos


Nesse caso, consideramos como moda o valor compreendido entre os limites
da classe modal, ou seja, aquela que apresenta a maior frequência. Tal valor é dado
por:
1
Mo = li + h
1 +  2
onde:
li = limite inferior da classe modal
 1 = diferença entre a frequência (Fi) da classe modal e a imediatamente anterior
 2 = diferença entre a frequência (Fi) da classe modal e a imediatamente posterior.
h = amplitude da classe

Exemplo: Dada a tabela:


Classe Fi
0 |----- 10 1
10 |----- 20 3
20 |----- 30 6
30 |----- 40 2
28
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1º Passo: Identifica-se a classe modal (aquela que possui maior frequência).

2º Passo: Aplica-se a fórmula.


li =
1 =
2 =
h=

Mediana (~
x) :

Dada uma coleção de números colocados em ordem crescente, a mediana ( ~


x
) é o valor que divide a amostra em duas partes iguais:
0 50% 100%

~
x

(50% dos valores da série são valores menores ou iguais a ~


x e 50% dos valores da
série são valores maiores ou iguais a ~
x)

1º caso: Dados não agrupados


Quando temos um número ímpar de elementos, dispostos em ordem crescente,
n +1
a mediana é definida como sendo o elemento central, de ordem .
2
Se a coleção tiver um número par de elementos, também dispostos em ordem
crescente, a mediana é definida como a média aritmética dos dois valores centrais,
n n
de ordens e + 1.
2 2
29
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Exemplos:
1.) Dada a amostra: 5, 13, 10, 2, 18, 15, 6, 16 e 9

2.) Dada a amostra: 2, 6, 7, 10, 12, 13, 18 e 21

2º caso: Dados agrupados sem intervalos


Basta considerar a frequência acumulada e localizar a mediana procedendo da
mesma forma que no caso anterior.

Exemplos:
1.) Dada a distribuição:
xi Fi
12 1
14 2
15 1
16 2
17 1
20 2
Total 9
30
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2.) Dada a distribuição:


xi Fi Fac
7 6
10 12
15 15
20 24
23 9
Total 66

3º caso: Dados agrupados com intervalos


Nesse caso, devemos inicialmente localizar a classe mediana. Para isso
seguimos os seguintes passos:
n
1º Passo: Calculamos a ordem . Independente se n é par ou ímpar.
2
2º Passo: Pela Fac identificamos a classe que contém a mediana (classe Md).
3º Passo: Utilizamos a fórmula:
n 
 − f 
x = li +   .h
~ 2
FMd

Onde: li = limite inferior da classe mediana


n = tamanho da amostra ou número de elementos
f = soma das frequências anteriores à classe mediana
h = amplitude da classe mediana
FMd = frequência da classe mediana
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Exemplo: Dada a tabela:


Classe Fi Fac
3 |---- 6 2 2
6 |---- 9 5 7
9 |---- 12 8 15
12 |---- 15 3 18
15 |---- 18 1 19
Total 19

n
1º Passo: Calcula-se .
2
2º Passo: Identifica-se a classe mediana pela Fac.
3º Passo: Aplica-se a fórmula.
li =
f =
h=
FMd =

Interpretação: 50% dos valores da série são valores menores ou iguais à mediana e
50% dos valores da série são valores maiores ou iguais à mediana.

Exercícios propostos:
1. Calcule a moda das distribuições abaixo:
a)
xi Fi
2 1
3 7
4 2
5 2
Total
(Resposta: 3)
32
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b)
Xi Fi
17 3
18 18
19 17
20 8
21 4
Total
(Resposta: 18)

2. A distribuição abaixo representa o consumo em Kg de um produto colocado em


oferta em um supermercado. Calcule a moda:
consumo nº de clientes
0 |---- 1 12
1 |---- 2 15
2 |---- 3 21
3 |---- 4 32
4 |---- 5 20
(Resposta: 3,48)

3. Calcule a mediana das distribuições abaixo:


a)
xi Fi
2 5
4 20
5 10
6 10
8 2
Total
(Resposta: 4)
33
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b)
xi Fi
17 3
18 18
19 4
20 3
21 2
Total
(Resposta: 18)

4. Determine o valor mediano da distribuição a seguir que representa os salários dos


funcionários selecionados em uma empresa:
salários (R$) nº funcionários
200 |---- 400 2
400 |---- 600 6
600 |---- 800 10
800 |---- 1000 5
(Resposta: 670)

Exercícios complementares:
1) Calcule a moda para as séries abaixo:
a) 2, 2, 3, 4, 5, 5, 5, 7 (Resposta: 5)
b) 3, 4, 4, 5, 9, 12, 12 (Resposta: 4 e 12)
c) 5, 7, 9, 11, 13 (Resposta: não existe)

2) A distribuição abaixo representa o número de acidentes de trabalho por dia em uma


indústria Petroquímica, verificados durante um mês. Calcule a moda:
nº de acidentes nº de dias
0 |----2 20
2 |---- 4 6
4 |---- 6 3
6 |---- 8 1
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(Resposta: 1,18)

3) Calcule a mediana das sequencias abaixo:


a) 2, 5, 8, 10, 12, 15, 18, 20, 21, 25 (Resposta: 13,5)
b) 7, 3, 10, 4, 5, 7, 8 (Resposta: 7)

4) Uma loja de departamentos selecionou um grupo de 54 notas fiscais, durante um


dia e obteve o seguinte quadro. Calcule a mediana.
consumo nº notas
0 |---- 50 10
50 |---- 100 28
100 |---- 150 12
150 |---- 200 2
200 |---- 250 2
(Resposta: 80,36)

5) A distribuição de frequências nos fornece, por faixa etária, a frequência com que
ocorre determinada doença, para um grupo de 100 pessoas estudadas, com idades
entre 16 e 48 anos. Calcule a média, a moda e a mediana.
Idade Fi
16 |---- 20 9
20 |---- 24 18
24 |---- 28 26
28 |---- 32 14
32 |---- 36 10
36 |---- 40 9
40 |---- 44 8
44 |---- 48 6
Total

(Resposta: média = 29,48; moda = 25,6; mediana = 27,54)


35
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Medidas separatrizes

Se estivermos interessados em obter uma divisão de um conjunto numérico em


partes iguais, podemos recorrer às medidas separatrizes. Para dividir um conjunto em
duas partes iguais recorremos à mediana. Estendendo o conceito de mediana,
podemos dividir um conjunto em quatro partes iguais, onde cada parte representa 25%
do conjunto – os quartis. Se quisermos dividir o conjunto em dez partes iguais, onde
cada parte representa 10% do conjunto, teremos os decis, e, para o percentil cada
parte representa 1% do conjunto.

1. Quartis (Qi):
Dividem um conjunto de dados em quatro partes iguais:
Q1 Q2 Q3
I---------------I--------------I---------------I---------------I
0% 25% 50% 75% 100%

Q1: 1ºquartil; deixa 25% dos elementos


Q2: 2ºquartil, coincide com a mediana; deixa 50% dos elementos
Q3: 3ºquartil; deixa 75% dos elementos

Para determinar Q1:


n
1° Passo: Calcula-se
4
2° Passo: Identifica-se a classe Q1 pela Fac
3° Passo: Aplica-se a fórmula:
n 
 − f
+  .h
4
Q1 = l Q1
FQ1

Para determinar Q2: igual à mediana


36
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Para determinar Q3:


3n
1° Passo: Calcula-se
4
2° Passo: Identifica-se a classe Q3 pela Fac
3° Passo: Aplica-se a fórmula:
 3n 
 − f
+  .h
4
Q 3 = l Q3
FQ3

Resumindo, temos:
 in 
 − f 
+  .h
4
Q i = l Qi
FQi

Onde: lQi = limite inferior da classe Qi, i = 1, 2, 3.


n = tamanho da amostra ou número de elementos
f = soma das frequências anteriores à classe Qi
h = amplitude da classe Qi
FQi = frequência da classe Qi

Exemplo: considere o problema:


Na empresa Mercury Ltda foi observada a distribuição de funcionários do setor
de vendas com relação ao salário semestral (baseado em comissões sobre vendas):
salário semestral(R$) n° de funcionários
(x salário mínimo)
7 |----- 17 6
17 |----- 27 15
27 |----- 37 20
37 |----- 47 10
47 |----- 57 5
Total 56
37
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Se a empresa divide os funcionários em quatro categorias, com relação ao


salário temos:
- 0s 25 % menos produtivos = categoria C;
- Os 25% seguintes = categoria B;
- Os 25% seguintes mais produtivos = categoria A
- Os 25% restantes = categoria especial.

Quais são os salários limites das categorias acima?

classes Fi Fac
7 |----- 17 6
17 |----- 27 15
27 |----- 37 20
37 |----- 47 10
47 |----- 57 5
Total 56

Diante desses resultados, pode-se afirmar que, nesta distribuição, tem-se:


25% 25% 25% 25%
I---------------I--------------I---------------I---------------I
7 22,33 30,5 38 57
isto é:
22,33 deixa 25% dos elementos
30,5 deixa 50% dos elementos
38 deixa 75% dos elementos
38
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2. Decis (Di):
Dividem um conjunto de dados em dez partes iguais:

D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9
I---------I---------I---------I---------I---------I---------I---------I---------I---------I---------I
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

in
1° Passo: Calcula-se , em que i = 1, 2, 3, ... , 9.
10
2° Passo: Identifica-se a classe Di pela Fac
3° Passo: Aplica-se a fórmula:
 in 
 − f 
D i = l Di +   .h
10
FDi

Onde: lDi = limite inferior da classe Di, i = 1, 2, 3, ... , 9.


n = tamanho da amostra ou número de elementos
f = soma das frequências anteriores à classe Di
h = amplitude da classe Di
FDi = frequência da classe Di

3. Percentis (Pi):
Dividem um conjunto de dados em cem partes iguais:

P1 P2 P3 P4 P50 P96 P97 P98 P99


I---------I---------I---------I---------I . . . . . .I . . . . . . I---------I---------I---------I---------I
0% 1% 2% 3% 4% 50% 96% 97% 98% 99% 100%

in
1° Passo: Calcula-se , em que i = 1, 2, 3, ... , 98, 99.
100
2° Passo: Identifica-se a classe Pi pela Fac
39
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3° Passo: Aplica-se a fórmula:


 in 
 − f 
Pi = lPi +   .h
100
FPi

Onde: lPi = limite inferior da classe Pi, i = 1, 2, 3, ... , 98, 99.


n = tamanho da amostra ou número de elementos
f = soma das frequências anteriores à classe Pi
h = amplitude da classe Pi
FPi = frequência da classe Pi

Exemplo: Determinar o 4º decil e o 72º percentil da distribuição:


classes Fi Fac
4 |----- 9 8 8
9 |----- 14 12 20
14 |----- 19 17 37
19 |----- 24 3 40
Total 40

Portanto, nesta distribuição, o valor 12,33 divide a amostra em 2 partes: uma


com 40% dos elementos e a outra com 60% dos elementos.
O valor 16,59 indica que 72% da distribuição estão abaixo dele e 28% acima.
40
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Exercícios propostos:
1. A tabela abaixo refere-se ao tempo de serviço de 50 funcionários de uma
determinada empresa:
Tempo de serviço (anos) Fi
1 |----- 5 10
5 |----- 9 12
9 |-----13 15
13 |----- 17 5
17 |-----21 8

A empresa acima vai dar 10 bonificações de salário conforme o tempo de


serviço do funcionário, sendo valores que variam de R$100,00 a R$1000,00.
Quanto tempo de serviço o funcionário precisa ter para receber uma
bonificação de R$500,00, para receber R$300,00 e para receber R$900,00?
(Respostas: D5 = 9,8; D3 = 6,67; D9 = 18,5)

2. A tabela abaixo se refere às notas de 500 alunos do colégio “x”:


Notas Fi
0 |----- 2 50
2 |----- 4 170
4 |----- 6 130
6 |----- 8 110
8 |----- 10 40

Se a escola dividir os alunos em quatro grupos conforme suas notas, quais as


notas limites de cada grupo?
(Respostas: Q1 = 2,88; Q2 = 4,46; Q3 = 6,45)

3. A distribuição abaixo representa o número de acidentes de trabalho por dia em


uma indústria:
41
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nº de acidentes nº de dias
0 |---- 2 20
2 |---- 4 15
4 |---- 6 12
6 |---- 8 10
8 |---- 10 8

Calcule:
a) Q1 (Resposta: 1,625)
b) P92 (Resposta: 8,7)
c) D7 (Resposta: 5,75)

Medidas de dispersão

“Se uma pessoa comeu dois sanduiches e outra não comeu nenhum, em média
cada uma comeu um sanduiche.”
Essa frase, que tem relação com a Estatística, não agradaria muito aquele que
ficou com fome. Ao fazer a média, há sempre informação que se perde. A média,
apesar de ser uma medida muito utilizada em Estatística, é muitas vezes insuficiente
para caracterizar aceitavelmente uma distribuição. A moda e a mediana também são
medidas que nem sempre são suficientes para caracterizar um conjunto de dados.
Em alguns casos, temos que recorrer a outros parâmetros que são chamados
medidas de dispersão.
As medidas de dispersão são medidas estatísticas utilizadas para avaliar o grau
de variabilidade ou dispersão dos valores em torno da média. Servem para medir a
representatividade da média.

Exemplo: Sejam as séries:


a) 10, 1, 18, 20, 35, 3, 7, 15, 11, 10
b) 12, 13, 13, 14, 12, 14, 12, 14, 13, 13
c) 13, 13, 13, 13, 13, 13, 13, 13, 13, 13
42
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Esses dados possuem a mesma média 13. No entanto, são sequencias


completamente distintas do ponto de vista da variabilidade de dados. Na série “c” não
se tem dispersão. Comparando-se as séries “a” e “b”, percebe-se que “a” apresenta
maior dispersão em torno da média do que “b”. Isso indica que necessitamos de outro
tipo de medida para distinguir e comparar os três conjuntos de dados.
O critério frequentemente usado para tal fim é aquele que mede a maior ou
menor dispersão dos dados em torno da média e as medidas mais usadas são: o
desvio médio, a variância, o desvio padrão e o coeficiente de variação.

1. Desvio Médio (Dm):


É a análise dos desvios em torno da média.
Calculamos inicialmente a média da amostra ( x ).
Em seguida identificamos a distância de cada elemento da amostra para sua
média:
(xi - x )
Finalmente, calculamos o desvio médio:

|di| = |xi - x |, logo o desvio médio será


d F i i
ou
x i − x Fi
n n
onde xi é a variável, x a média e n o número de dados da amostra.
Dessa forma, o desvio médio é a média aritmética dos valores absolutos dos
desvios.

Exemplo: Dada a amostra:


xi Fi xiFi |di|=|xi - x | |di|Fi
2 5
3 4
5 4
6 2
7 3
Total 18
43
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2. Variância (Var):
É a média aritmética dos quadrados dos desvios. Logo:

Var =
 di Fi 2

Exemplo: No caso da tabela acima, temos:


xi Fi x i Fi |di|=|xi - x | di2 di2Fi
2 5 10 2,17
3 4 12 1,17
5 4 20 0,83
6 2 12 1,83
7 3 21 2,83
Total 18 75

3. Desvio Padrão (Dp):


Como para calcular a variância trabalhamos com os quadrados dos desvios,
podemos ter uma incompatibilidade em relação às unidades dos valores da
variável considerada.
Para contornar esse problema, temos o desvio padrão que é a raiz quadrada
da variância:
Dp = Var

Exemplo: No caso da tabela acima, temos:

Resumindo: a distribuição possui média 4,17. Isto é, seus valores estão em torno de
4,17 e seu grau de concentração é de 1,72, medido pelo desvio médio e de 1,86,
medido pelo desvio padrão.
44
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4. Coeficiente de variação (CV):


O desvio padrão por si só não nos diz muita coisa; para contornar esta
dificuldade, usamos o coeficiente de variação.
Trata-se de uma medida relativa de dispersão útil para a comparação em
termos relativos do grau de concentração em torno da média de séries distintas.
É expresso em porcentagens e dado por:
Dp
CV = . 100
x
(onde Dp é o desvio padrão e x a média da distribuição)

Diz-se que a distribuição possui pequena variabilidade (dispersão) quando o


CV der até 15%; média dispersão quando estiver acima de 15% até 30% e grande
dispersão quando superar 30%:
Baixa dispersão: CV  15%
Média dispersão: 15% < CV < 30%
Alta dispersão: CV  30%

Exemplo: No caso da tabela acima, temos:

Outro exemplo: Numa empresa, o salário médio dos homens é de R$4000,00, com
desvio padrão de R$1500,00 e, o das mulheres, é em média de R$3000,00, com
desvio padrão de R$1200,00. Então:

1500 1200
CVH =  100 = 37,5% e CVM =  100 = 40%
4000 3000

Logo, podemos concluir que os salários das mulheres apresentam maior


dispersão que os dos homens.

De modo geral, quanto menor o CV, menos dispersos estão os dados em


torno da média, que passa a ser mais representativa do conjunto de dados.
45
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Outro exemplo: Encontre o desvio médio, o desvio padrão e o coeficiente de variação


da distribuição:

classes Fi xi xiFi |di| |di|Fi di2 di2Fi


ponto
médio
2 |--- 4 2
4 |--- 6 4
6 |--- 8 7
8 |--- 10 4
10 |---12 3
Total 20
46
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Exercícios propostos:

1. Calcule o desvio médio das séries abaixo:


a)
xi Fi
2 3
4 8
5 10
6 6
8 2
10 1
Total
(Resposta: 1,13)

b)
salários nº de vendedores
70 |---- 120 8
120 |---- 170 28
170 |---- 220 54
220 |---- 270 32
270 |---- 320 12
320 |---- 370 6
total
(Resposta: 45,20)

2. Calcule a variância, o desvio padrão e o coeficiente de variação para as tabelas


abaixo:
a)
Idade nº de alunos
17 3
18 18
47
Estatística
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19 17
20 8
21 4
Total
(Respostas: 1,05; 1,02 e 5,41%)

b)
Xi Fi
0 30
1 5
2 3
3 1
4 1
Total
(Respostas: 0,84; 0,92 e 204,44%)

3. Calcule a variância, o desvio padrão e o coeficiente de variação para a tabela


abaixo:
Alturas (cm) nº de alunos
150 |---- 160 2
160 |---- 170 15
170 |---- 180 18
180 |---- 190 18
190 |---- 200 16
200 |---- 210 1
Total
(Respostas: 139,26; 11,80 e 6,56%)
48
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Medidas de assimetria

Denomina-se assimetria o grau de afastamento de uma distribuição da


unidade de simetria.
Em uma distribuição unimodal (aquelas que possuem uma única moda) temos
três casos para esse tipo de medida:

1. Distribuição simétrica
Nesse tipo de distribuição temos igualdade dos valores da média, mediana e
moda.

Exemplo gráfico de uma distribuição simétrica:


Fi eixo de simetria

xi
x=~
x = Mo

2. Distribuição assimétrica positiva (ou assimétrica à direita)


Nesse tipo de distribuição temos Mo  ~x  x .

Exemplo gráfico de uma distribuição assimétrica positiva:


Fi

xi
49
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3. Distribuição assimétrica negativa (ou assimétrica à esquerda)


Nesse tipo de distribuição temos x  ~x  Mo .

Exemplo gráfico de uma distribuição assimétrica negativa:


Fi

xi

Existem várias fórmulas para o cálculo do coeficiente de assimetria, mas vamos


destacar o Coeficiente de Pearson:
x − Mo
AS =
S
(onde x é a média, Mo é a moda e S é o desvio padrão da distribuição)

Se AS = 0, a distribuição é simétrica
Se AS > 0, a distribuição é assimétrica positiva ou à direita
Se AS < 0, a distribuição é assimétrica negativa ou à esquerda

Exemplo: Dada a distribuição:


classes Fi
0 |---- 50 80
50 |---- 100 50
100 |---- 150 30

Para calcularmos o coeficiente de Pearson é necessário calcularmos a média,


a moda e o desvio padrão da distribuição:
50
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classes Fi xi xiFi |di|=|xi - x | di2 di2Fi


0 |---- 50 80
50 |---- 100 50
100 |---- 150 30
total

x=
x F i i
=
n

1
Mo = li + h =
1 +  2

S 2
=
 di Fi 2

S= S2 =

Logo, temos:

x − Mo
AS = =
S
51
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Exercícios Complementares

1.) Dada a tabela:


xi Fi
3 1
4 3
5 5
6 6
7 4
8 1
Total

Determine:
a) média
b) moda
c) mediana
d) desvio médio
e) variância
f) desvio padrão
g) coeficiente de variação
h) coeficiente de assimetria

2.) Dada a tabela:


classes Fi
35 |----- 45 5
45 |----- 55 12
55 |----- 65 13
65 |----- 75 14
75 |----- 85 6
85 |----- 95 3
Total
52
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Determine:
a) média
b) moda
c) mediana
d) 30º percentil
e) desvio médio
f) variância
g) desvio padrão
h) coeficiente de variação
i) coeficiente de assimetria

3.) Determine a média, a moda, a mediana, o desvio médio, a variância, o desvio


padrão, o coeficiente de variação e o coeficiente de assimetria para as tabelas
abaixo:
a)
classes Fi
7 |---- 10 6
10 |---- 13 10
13 |---- 16 15
16 |---- 19 10
19 |---- 22 5
Total

b)
classes Fi
1 |---- 3 3
3 |---- 5 5
5 |--- 7 8
7 |---- 9 6
9 |---- 11 4
11 |---- 13 3
Total
53
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c)
Idade nº de
pessoas
10 |---- 14 15
14 |---- 18 28
18 |---- 22 40
22 |---- 26 30
26 |---- 30 20
Total

d)
classes Fi
30 |---- 40 10
40 |---- 50 20
50 |---- 60 35
60 |---- 70 25
70 |---- 80 10
Total

e)
classes Fi
45 |---- 55 15
55 |---- 65 30
65 |---- 75 35
75 |---- 85 15
85 |---- 95 5
Total

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