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ESTATÍSTICA APLICADA ÀS

ANÁLISES CONTÁBEIS
AULA 2

Profª Aline Purcote


CONVERSA INICIAL

Podemos apresentar os dados por meio de um valor único com a


finalidade de descrever ou resumir um fenômeno. Assim surge a utilização de
medidas como as Medidas de Posição, que são altamente aplicáveis nas
organizações, pois proporcionam a compreensão e interpretação das
informações que servirão como base para tomadas de decisão.

CONTEXTUALIZANDO

Constantemente utilizamos a média para realizar análises em casa ou


dentro das organizações. Verificamos a média de consumo realizada por um
automóvel para comparar modelos e até para tomar a decisão de comprar ou
vender determinado veículo. Verificamos a média de consumo de energia, média
de preço e média de vendas de um determinado produto. Logo, utilizamos a
média em diversas situações. Mas como calcular essa medida?
Além da média, temos outras medidas que podemos utilizar, como a
mediana, a moda e as separatrizes. Nesta aula vamos estudar como calcular
essas medidas e como interpretar os resultados obtidos.

TEMA 1 – MEDIDAS DE POSIÇÃO

Uma forma mais sintética de descrever um conjunto de dados pode ser


feita por meio de um valor único, que representa em termos “médios” todo o
conjunto. Esse valor tende a se localizar no centro do conjunto de dados, em
torno do qual os dados tendem a se agrupar facilitando a interpretação e geração
de informações em uma pesquisa.
Segundo Pereira (2014), as medidas de posição são as medidas de
tendência central e as separatrizes, as quais determinam o posicionamento dos
valores em uma distribuição de frequência, que permitem analisar o fenômeno
estudado com mais exatidão. As medidas de tendência central dividem-se em
média, mediana e a moda. Já as separatrizes se dividem em quartis, decis e
percentis.
As medidas de posição podem ser aplicadas em três situações: dados
não agrupados, distribuição de frequência e distribuição de frequência por classe
ou intervalo.

2
Tabela 1 – Dados não agrupados

15 13 10 14 15 15 14 14 12 13

Saiba mais
Significa que os dados não estão dispostos em uma distribuição de
frequência. Observe que nem toda tabela é uma distribuição. A tabela
apresentada não é uma distribuição de frequência, pois não possui a informação
de frequência, e sim os meses e o valor em R$.

Tabela 2 – Dados agrupados em uma distribuição de frequência

Veículos Número de
Negociados Vendedores
1 1
2 3
3 5
4 1
Total 10

Tabela 3 – Dados agrupados em uma distribuição de frequência por classe

Salário Nº Funcionários
1000|--- 2000 20
2000|--- 3000 18
3000|--- 4000 9
4000|--- 5000 3

TEMA 2 – MÉDIA

2.1 Média ou média aritmética

De acordo com Pereira (2014), a média aritmética é uma medida


estatística que representa o grau de concentração dos valores em uma
distribuição, ou seja, é onde a maioria dos valores está posicionada.

3
A média aritmética ou apenas média é a medida de centralidade mais

comum e representada pelo símbolo X . É a soma dos resultados obtidos


dividido pela quantidade de resultados, ou seja, somamos todos os valores e
dividimos pela quantidade de dados que temos.
Para calcular a média, em dados não agrupados, utilizamos a fórmula:

X 
X
N

em que, X são os dados, N a quantidade de observações, e o símbolo 


representa o somatório, ou seja, a soma de todos os valores.

2.1.1 Exemplo 1

Uma empresa apresentou durante o ano os seguintes volumes de vendas,


em reais: 2.500; 2.600; 3.100; 15.100; 4.600; 4.000; 4.100; 3.700; 3.400; 3.600;
3.900; 4.200. Qual a média anual de vendas dessa empresa?
Para encontrar a média, precisamos somar os valores fornecidos e dividi-
los por 12, pois temos 12 valores apresentados.

2500  2600  3100  15100  4600  4000  4100  3700  3400  3600  3900  4200
X 
12
54800
X   4.566,67
12

Logo, a média anual de vendas dessa empresa é de R$ 4.566,67.

2.1.2 Exemplo 2

As exportações de determinado porto brasileiro registraram o seguinte


movimento, em bilhões de reais, durante um ano. Qual foi a média mensal de
exportações, em bilhões de reais? (Castanheira, 2010).

4
Para encontrar a média, precisamos somar os valores mensais de
exportações – segunda coluna (R$) – e depois dividir por 12, pois temos 12
meses.

36
X  3
12

Desse modo, a média mensal de exportações é de 3 bilhões de reais.

2.2 Média Aritmética Ponderada ou Média Ponderada

Além da Média Aritmética, temos a Média Aritmética Ponderada ou


apenas Média Ponderada, que é utilizada quando os dados estão agrupados em
uma distribuição de frequências. Usamos a média dos valores ponderados pelas
suas respectivas frequências, pois cada grandeza envolvida no cálculo tem
diferente importância, ou seja, acontece um número diferente de vezes. Para
calcular a média ponderada, utilizamos a fórmula a seguir e os seguintes passos.

X
 (X .f ) , em que N = f
N

1. Multiplica-se os dados (X) pela frequência (f) para cada um dos valores
da distribuição, ou seja, para todas as linhas da tabela.
2. Soma-se os valores obtidos na multiplicação X.f.
3. Encontra-se o valor de N, que é o número de observações, somando a
coluna de frequências.
4. Divide-se o valor encontrado na soma de X.f pelo valor de N.

5
2.2.1 Exemplo 1

Calcule a média das idades representadas na seguinte distribuição de


frequências.

1. Multiplica-se os dados (X) – nesse caso, X são as idades que estão


representadas na primeira coluna – pela frequência (f), que estão
representadas na segunda coluna para cada um dos valores da
distribuição.

2. Soma-se os valores obtidos na multiplicação X.f.

Idade Freqüência x.f


4 4 16
5 6 30
6 6 36
7 4 28
110

3. Encontra-se o valor de N somando-se a coluna de frequências: N= 20.

Idade Frequência x.f

4 4 16

5 6 30

6 6 36

7 4 28

20 110

6
4. Divide-se o valor encontrado na soma de x.f pelo valor de N.

Idade Frequência x.f

4 4 16

5 6 30

6 6 36

7 4 28

20 110

110
X   5,5
20

A idade média desse grupo é de 5,5 anos.

2.2.2 Exemplo 2

Foram inspecionados 30 aparelhos fabricados por certa indústria,


obtendo-se os seguintes números de defeitos por aparelhos:

Número de f
defeitos
0 12
1 8
2 7
3 1
4 2

Qual o número médio de defeitos?


Para calcular a média, vamos multiplicar X.f, somar os valores obtidos,
encontrar o valor de N e por último realizar a divisão.

Número de defeitos f X.f

0 12 0

1 8 8

2 7 14

3 1 3

4 2 8

30 33
33
X   1,1
30

Em média, os aparelhos inspecionados apresentaram 1,1 defeitos.

7
2.3 Distribuição de frequências representada em intervalos ou classes em
média ponderada

Quando temos uma distribuição de frequências representada em


intervalos ou classes, os valores de X, na fórmula da média ponderada, são
representados pelos pontos médios (PM) desses intervalos. Assim:

X =
 (PM.f )
N

Dessa forma, sempre que for necessário calcular a média em uma


Distribuição de Frequência por classe, o primeiro passo será calcular o ponto
médio de cada classe para, depois, seguir com os passos para calcular a média.

Ls  Li
1. Calcula-se o ponto médio de cada classe: Pm  .
2
2. Multiplica-se o ponto médio (PM) pela frequência (f) para cada um dos
valores da distribuição, ou seja, para todas as classes da tabela.
3. Soma-se os valores obtidos na multiplicação PM.f.
4. Encontra-se o valor de N somando-se a coluna de frequências.
5. Divide-se o valor encontrado na soma de PM.f pelo valor de N.

2.3.1 Exemplo 1

Foram medidas as alturas dos funcionários de uma determinada empresa,


obtendo os dados apresentados na tabela a seguir. Qual é a média das alturas?

Para calcular a média, vamos seguir os passos apresentados.

1. Calcula-se o ponto médio de cada classe.

Primeira classe:

Ls  Li 154  150 304


PM     152
2 2 2

Seguindo o cálculo para todas as classes, temos:


8
2. Multiplica-se o ponto médio (PM) pela frequência (f) para todas as classes.

3. Soma-se os valores obtidos na multiplicação PM.f.

4. Encontra-se o valor de N somando-se a coluna de frequências.

5. Divide-se o valor encontrado na soma de PM.f pelo valor de N.

6440
X   161
40

9
Em média, os funcionários dessa empresa possuem alturas iguais a
161 cm.

2.3.2 Exemplo 2

Considere a seguinte tabela, que representa o salário (R$) de uma


amostra de 50 funcionários de uma determinada empresa. Qual o salário médio
desses funcionários?
Salário Nº Funcionários
1000|--- 2000 20
2000|--- 3000 18
3000|--- 4000 9
4000|--- 5000 3

Para encontrar a média, calculamos o ponto médio, depois multiplicamos


o ponto médio pela frequência, somamos os resultados obtidos na multiplicação
e, por último, dividimos por N.
Salário Nº Funcionários PM PM . F
1000|--- 2000 20 1.500 30.000
2000|--- 3000 18 2.500 45.000
3000|--- 4000 9 3.500 31.500
4000|--- 5000 3 4.500 13.500
50 120.000

120000
X   2.400
50

Portanto, o salário médio é R$ 2.400.

TEMA 3 – MEDIANA

A mediana é representada por Md e seu valor indica o elemento que


ocupa a posição central, dividindo a distribuição em 50%, ou seja, é o valor que
divide o conjunto de dados em duas partes iguais, sendo que 50% dos valores
ficam abaixo e 50% ficam acima da mediana.

Figura 1 – Mediana

A mediana para dados não agrupados é o valor que divide a série


ordenada em dois conjuntos com o mesmo número de valores. Segundo
10
Castanheira (2010), é necessário observar que a quantidade de dados pode ser
par ou ímpar. Sendo ímpar, o valor da mediana é o valor que está no centro da
série; sendo par, a mediana será a média aritmética dos dois valores que estão
no centro da série.
Para dados não agrupados, os passos para o cálculo da mediana são os
seguintes.

1. Ordena-se a série.
2. Encontra-se a quantidade de dados N que é igual ao número de
observações.
3. Verifica-se se N é ímpar ou par.

N
4. Calcula-se a posição da mediana. Posição = .
2
6. Calcula-se a mediana: ímpar = valor central; par = Média dos valores
centrais.

3.1 Exemplo 1

Considere a série 2,5,6,8,10,13,15,16,18 e calcule a mediana.

1. Ordena-se a série (neste exemplo, a série já está ordenada).


2. Encontra-se o número de observações (N), isto é, conta-se quantos dados
temos na série. Nesse caso, N = 9.
3. Verifica-se se N é ímpar ou par. N = 9 é ímpar.
4. Calcula-se a Posição.

N 9
Posição =   4,5  5
2 2

Sempre que a posição apresentar número com vírgula, arredonda-se para


o inteiro mais próximo.

5. Calcula-se a mediana. Como o N é ímpar, vamos procurar na série


ordenada o número que está na posição 5. Para isso, contamos as
posições, ou seja, o número 2 está na primeira posição, o número 5 na
segunda. Seguindo esse processo, temos o número 10 na quinta posição.

2,5,6,8,10,13,15,16,18

11
A mediana é igual a 10, pois abaixo de 10 temos 4 números (2,5,6,8) e
acima de 10 também 4 (13, 15, 16, 18).

3.2 Exemplo 2

Considere a série 1,6,3,10,9,8 e calcule a mediana.

1. Ordena-se a série.
1, 3, 6, 8, 9, 10

2. Encontra-se o número de observações (N), isto é, conta-se quantos dados


temos na série. Assim, N = 6.
3. Verifica-se se N é ímpar ou par. N = 6 é par.
4. Calcula-se a Posição.

N

6 3
2 2

5. Calcula-se a mediana. Como o N é par, precisamos encontrar os dois


valores que estão no meio da série. Assim, vamos procurar na série
ordenada o número que está na posição 3; a próxima posição que é a
posição 4.

1,3,6,8,9,10

Na posição 3, temos o número 6, e na posição 4, o número 8. Dessa


forma, devemos encontrar a média entre os dois valores, ou seja, somar e dividir
por 2. Logo, a mediana será:
6  8 14
Md =  7
2 2

Podemos também calcular a mediana em uma distribuição de frequências


realizando os seguintes passos.

1. Encontra-se o valor de N, que é igual à soma das frequências.


2. Determina-se se N é par ou ímpar.
3. Calcula-se a Frequência Acumulada (fa).
𝑁
4. Calcula-se a Posição = 2 .

5. Identifica-se na Frequência Acumulada a posição calculada no passo 4.


Sempre buscar um valor igual ou maior que a posição calculada.
6. Calcula-se a mediana.

12
Ímpar = valor central

Par = Média dos valores centrais

3.3 Exemplo 3

Foram inspecionados 30 aparelhos fabricados por certa indústria,


obtendo-se os seguintes números de defeitos por aparelhos.

Qual a mediana dessa distribuição?


Para determinar a mediana, seguimos os passos indicados anteriormente.

1. Encontra-se o valor de N. Para encontrá-lo, somamos as frequências;


temos N = 30.

2. Determina-se se N é par ou ímpar. Nesse caso, N = 30, então N é par.


3. Calcula-se a Frequência Acumulada. Para calcular a Frequência
Acumulada, repetimos a primeira frequência e a somamos com a
frequência seguinte.

Número de defeitos f fa

0 12 12
1 8 20
2 7 27
3 1 28
4 2 30

4. Calcula-se a Posição.

13
N 30
Posição =   15
2 2

5. Identifica-se, por meio da Frequência Acumulada, a posição. Como N é


par, precisamos de dois valores centrais, assim consideramos o valor que
está na posição 15 e posição 16. Procuramos na coluna da Frequência
Acumulada valor igual ou maior a 15 e 16. Esse número está na
Frequência Acumulada igual a 20 que possui dado igual a 1.

Número de defeitos f fa

0 12 12
1 8 20
2 7 27
3 1 28
4 2 30

Posição 15 = 1
Posição 16 = 1

6. Calcula-se a mediana. Soma-se os dados encontrados nas posições.

11 2
Md =  1
2 2

Logo, a mediana dessa distribuição é igual a 1, ou seja 50% dos aparelhos


verificamos possuem até 1 defeito.

3.4 Exemplo 4

Uma pesquisa foi realizada para avaliar o preço de determinado produto


em diferentes supermercados, obtendo a seguinte distribuição. Com base nos
dados coletados, calcule a mediana.
Preço Frequência
73 2
75 10
77 12
79 5
81 2

1. Encontra-se o valor de N. Soma-se as frequências.

14
Preço Frequência
73 2
75 10
77 12
79 5
81 2
31
2. Determina-se se N é par ou ímpar. N = 31, então N é ímpar.
3. Calcula-se a Frequência Acumulada.

Preço Frequência fa
73 2 2
75 10 12
77 12 24
79 5 29
81 2 31
31
4. Calcula-se a Posição.

Posição = N  31  15,5  16
2 2

5. Identifica-se, por meio da Frequência Acumulada, a posição. Procuramos


na coluna da Frequência Acumulada valor igual ou maior que 16. Esse
número está na Frequência Acumulada igual a 24 que possui dado igual
a 77.
6. Calcula-se a mediana: como N é um número ímpar, a mediana é o valor
encontrado na posição 16, ou seja, a mediana é igual a 77.

Logo, a mediana dessa distribuição é igual a 77, ou seja, 50% dos locais
comercializam o produto por até R$ 77.
Para calcular a mediana em uma distribuição de frequências com os
dados agrupados por classes, seguimos os seguintes passos.

1. Encontra-se o valor de N, que é igual à soma das frequências.


N
2. Calcula-se a Posição = .
2
3. Calcula-se a Frequência Acumulada (fa).
4. Identifica-se na Frequência Acumulada a posição calculada no passo 2
(sempre buscar um valor igual ou maior que a posição calculada).
5. Calcula-se a mediana, utilizando a fórmula:

15
Md = Li + (N / 2   f )
ant
.A
fMd

Em que:

 Li = limite inferior da classe que contém a mediana.


 N = número de observações, ou seja, soma das frequências.
 f ant = soma das frequências anteriores à classe que contém a mediana.

 A = amplitude das classes: A = Ls – Li.


 f Md = frequência da classe que contém a mediana.

3.5 Exemplo 5

A tabela a seguir representa as notas obtidas por um grupo de 58 alunos


matriculados em uma determinada disciplina. Calcule a mediana (adaptado de
Shiguti; Shiguti, 2006).

Para calcular a mediana, seguimos os passos mencionados


anteriormente.

1. Encontra-se o valor de N que é igual à soma das frequências.

2. Calcula-se a Posição

N 58
Posição =   29
2 2

3. Calcula-se a Frequência Acumulada (fa).

16
4. Identifica-se na Frequência Acumulada a posição calculada no passo 2.

Posição = 29, identificada na terceira classe.

5. Calcula-se a mediana, utilizando a fórmula:

Md = Li + (N / 2   f )
.A
ant

fMd

Como a posição foi identificada na terceira classe, essa classe será


utilizada como base para os cálculos, em que:
Li = 55

N 58
  29
2 2

 f ant = soma das frequências anteriores à classe que contém a mediana

= 17.
 f Md = frequência da classe que contém a mediana = 18.

f ant

17
A = Ls – Li = 65 – 55 = 10

Conhecido todos os valores, aplicamos a fórmula e encontramos a


mediana.

A mediana é igual a 61,67, ou seja, 50% dos alunos obtiveram nota até
61,67 pontos.

TEMA 4 – MODA

A moda (Mo) é representada pelo valor que ocorre o maior número de


vezes, ou seja, que mais se repete em uma série de dados, que possui a maior
frequência. A moda pode ter três diferentes situações:

1. Distribuição modal: quando temos apenas um valor para moda;


2. Distribuição bimodal: quando temos dois ou mais valores para moda;
3. Distribuição amodal: quando não existe moda, ou seja, não há repetição
de valores.

Nos dados não agrupados, obtemos a moda pela observação da série, ou


seja, verificamos o valor que mais se repete.

4.1 Distribuição modal

4.1.1 Exemplo

Na série 7, 10, 9, 8, 12, 10, 11, 10, a moda é igual a 10, pois o número 10
aparece 3 vezes.

4.2 Distribuição bimodal

4.2.1 Exemplo

A série 4, 3, 2, 4, 5, 7, 6, 4, 7, 9, 8, 7 apresenta duas modas: 4 e 7, logo a


série é bimodal. Tanto o número 4 como 7 aparecem 3 vezes na série.

18
4.3 Distribuição amodal

4.3.1 Exemplo

A série 3, 5, 8, 10, 12 não apresenta moda, isto é, a série é amodal.

4.4 Distribuição de frequência sem o agrupamento em intervalos ou


classes

Na distribuição de frequência sem o agrupamento em intervalos ou


classes, a moda é o valor que possui a maior frequência. Verificamos na coluna
de frequência o maior valor e a moda será o valor de X que está na primeira
coluna.

4.4.1 Exemplo

Encontre a moda da seguinte distribuição.


Verificando a coluna de frequência, a maior frequência é 12. Assim, a
moda é identificada pelo dado da primeira coluna, ou seja, a moda é igual à zero
(Mo = 0).
Número de defeitos F

0 12
1 8
2 7
3 1
4 2

4.5 Distribuição de frequência com dados agrupados em classes

Quando temos uma distribuição de frequências com dados agrupados em


classes, precisamos dos seguintes passos para calcular a moda.

1. Identifica-se em que classe se encontra a moda, ou seja, a classe que


apresenta a maior frequência.
2. Determina-se o valor da moda utilizando a fórmula:

f post .A
Mo = Li +
f ant  f post

19
Em que:

 Li = limite inferior da classe que contém a moda.


 f post = frequência da classe posterior à classe que contém a moda.

 f ant = frequência da classe anterior à classe que contém a moda.

 A = amplitude das classes: A = Ls – Li.

4.5.1 Exemplo

A tabela a seguir representa as notas obtidas por um grupo de 58 alunos


matriculados em uma determinada disciplina. Calcule a moda. (Adaptação:
Shiguti, Wanderley Akira; Shiguti, Valéria da S. C. Apostila De Estatística)

Passos para determinação da moda:

1. Identifica-se em que classe se encontra a moda, ou seja, a classe que


apresenta a maior frequência de ocorrência. A maior frequência é 18,
assim, a moda está localizada na classe: 55|---- 65.
2. Determina-se o valor da moda utilizando a fórmula:

Li = 55

Em que:

 f post = frequência da classe posterior à classe que contém a moda = 14.

 f ant = frequência da classe anterior à classe que contém a moda = 12.

f ant

f post

20
A = Ls – Li = 65 – 55 = 10
14.10
Mo  55 
12  14
140
Mo  55 
26
Mo  55  5,38  60,38
A moda é igual a 60,38, ou seja, a nota que aparece com mais frequência
ou que mais se repete é 60,38.

TEMA 5 – SEPARATRIZES

As separatrizes são números que dividem uma distribuição em partes


iguais e determinam o posicionamento de certo valor na distribuição. Podemos
determinar qual o valor que separa a distribuição em 4, 10 ou 100 partes iguais,
ao qual chamamos de quartis, decis e percentis, respectivamente.
Os quartis permitem dividir a distribuição em quatro partes iguais e são
representados por Qi, em que i representa a ordem do quartil. No diagrama
abaixo, o 1.º quartil representa 25% dos dados, o 2.º quartil representa 50% e o
terceiro representa 75% dos dados. Isso ocorre porque dividimos 100% dos
dados por 4, obtendo 25%. Assim, a cada quartil acumulamos 25%.

Figura 2 – Quartis

Quando temos dados não agrupados, encontramos o quartil colocando os


dados em ordem e depois aplicando regra de três, que indicará o posicionamento
do elemento no conjunto de dados. Considerando o seguinte conjunto de dados,
vamos determinar o primeiro quartil:
6, 47, 49, 15, 42, 41, 7, 39, 43, 40, 36
Primeiramente precisamos ordenar o conjunto de dados:
6, 7, 15, 36, 39, 40, 41, 42, 43, 47, 49
Sabemos que o primeiro quartil corresponde a 25% dos dados e, no total,
(100%) temos 11 dados. Assim, montamos a regra de três:
100% --------> 11
25% ---------> X

21
Multiplicando cruzado, temos:
100% X = 25% . 11
100X = 275
X = 275 / 100
X = 2,75
O valor encontrado é a posição do primeiro quartil. Como temos um
número decimal, arredondamos para o imediatamente superior, ou seja, vamos
procurar o número da série ordenada que ocupe a posição 3:
6, 7, 15, 36, 39, 40, 41, 42, 43, 47, 49

Logo, o primeiro quartil é o número 15, que representa 25% do conjunto


de dados. Se aplicarmos a mesma lógica para encontrar o segundo e terceiro
quartil, precisamos alterar o 25% por 50% ou 75%, dependendo do quartil a ser
calculado, e encontramos Q2 = 40 e Q3 = 43.
Para uma distribuição de frequência por classe e intervalos, o cálculo é
muito próximo ao realizado na mediana por classe. A diferença está no cálculo
da posição, que dividimos por 4, e precisamos indicar o quartil a ser calculado
conforme passos a seguir.

1. Encontra-se o valor de N que é igual a soma das frequências.


N
2. Calcula-se a Posição = .i , em que i representa o quartil a ser calculado,
4
assim, i = 1, 2 ou 3.
3. Calcula-se Frequência Acumulada (fa).
4. Identifica-se na Frequência Acumulada a posição calculada no passo 2
(sempre buscar um valor igual ou maior que a posição calculada).
5. Calcula-se o quartil, utilizando a fórmula:

N
( .i   f ant )
Qi  Li  4 .A
f Di

5.1 Exemplo 1

Uma empresa realizou um levantamento para conhecer a distribuição dos


salários de um determinado departamento e obteve a distribuição de frequência
relativa ao salário mínimo indicada na tabela a seguir. Calcule o primeiro quartil.

22
Salários f
0|---- 2 8
2|---- 4 12
4|---- 6 22
6|---- 8 26
8|---- 10 18
10|---- 12 15

Vamos somar as frequências para encontrar N. Calcula-se a posição


considerando-se i=1, pois queremos o 1.º quartil, e calcula-se a Frequência
Acumulada.
N = 101
N 101
Posição = .i = .1  25,25
4 4
Salários f fa
0|---- 2 8 8
2|---- 4 12 20
4|---- 6 22 42
6|---- 8 26 68
8|---- 10 18 86
10|----12 15 101
101
Agora, precisamos identificar na Frequência Acumulada a posição 25,25,
que está na classe 4|---- 6, e aplicamos a fórmula.
N
.i   f ant )
(
Qi  Li  4 .A
f Di

( 25,25  20)
Q1  4  .2
22

(5,25)
Q1  4  .2  4  0,48  4,48
22

Observa-se que 25% dos funcionários desse departamento recebem até


4,48 salários mínimos.
Os decis permitem dividir a distribuição em dez partes iguais e são
representados por Di, em que i representa a ordem do decil (1, 2, 3, ..., 9). No
diagrama a seguir, verificamos que cada decil corresponde a 10% do conjunto
de dados, pois dividimos 100% dos dados por 10, obtendo 10%. Assim, a cada
decil, acumulamos 10%.

23
Já os percentis permitem dividir a distribuição em cem partes iguais e são
representados por Pi, em que i representa a ordem do percentil (1, 2, 3,...., 99).
No diagrama a seguir, verificamos que cada percentil corresponde a 1% do
conjunto de dados, pois dividimos 100% dos dados por 100. Assim, a cada
percentil, acumulamos 1%.

A estrutura de cálculo para os decis e percentis é exatamente igual à dos


quartis, porém temos uma modificação no cálculo da posição, pois estamos
falando de 10 partes ou 100 partes iguais.

N
 Decis: Posição = .i , em que i representa o decil a ser calculado. Assim,
10
i = 1, 2,..., 9.

N
( .i   f ant )
Di  Li  10 .A
f Di

N
 Percentis: Posição = .i , em que i representa o percentil a ser
100
calculado. Assim, i = 1, 2,..., 99.

N
( .i   f ant )
Pi  Li  100 .A
f Pi

Voltando ao exercício 1, vamos utilizar a distribuição de frequência para


calcular o 8.º decil e o percentil 90.
Salários f Fa
0|---- 2 8 8
2|---- 4 12 20
4|---- 6 22 42
6|---- 8 26 68
8|---- 10 18 86
10|----12 15 101
101

24
N 101
 8º decil: Posição = .i = .8  80,80
10 10
Classe: 8|---- 10
(80,80  68)
D8  8  .2
18

D8  8  1,42  9,42

Ou seja, 80% dos funcionários desse departamento recebem até 9,42


salários mínimos.

N 101
 Percentil 90: Posição = .i = .90  90,90
100 100
Classe: 10|----12
(90,90  86)
P90  10  .2
15

P90  10  0,65  10,65

Ou seja, 90% dos funcionários desse departamento recebem até 10,65


salários mínimos.

TROCANDO IDEIAS

Aqui estudamos as principais medidas de posição: média, mediana, moda


e separatrizes. Verificamos que essas medidas estão presentes em diversas
situações do nosso cotidiano.
Você já utilizou algumas das medidas citadas em seu dia a dia, em casa
ou dentro de uma empresa? Como foi essa utilização? Essa medida foi utilizada
para tomadas de decisão?

NA PRÁTICA

Frequentemente utilizamos as medidas para auxiliar na tomada de


decisão. Verificamos o preço médio de um produto, o consumo médio, o tempo
médio de entrega e, assim, geramos informações úteis no nosso cotidiano dentro
e fora das organizações.
As medidas podem ser utilizadas dentro das organizações nas pesquisas.
Por exemplo, uma loja está interessada em conhecer o perfil de seus clientes,
assim coleta as idades de uma amostra de consumidores para estimar qual é a
25
idade média desse grupo. Com essa informação, a empresa pode embasar os
seus anúncios adequando-os para a faixa etária do seu público, ou ainda,
adequando o layout da loja, garantindo assim mais assertividade e conquistando
o seu público principal. Podemos também observar os custos para produção de
certo item chegar a um valor que indica o custo médio de produção para realizar
controle de custos ou comparar com os concorrentes.
Se observarmos, as medidas são utilizadas em diversas áreas, sempre
auxiliando nas análises e decisões. Por meio dessas medidas, podemos também
verificar o número de investimentos que ocorrem em determinada instituição,
qual é o investimento mais procurado, quanto, em média, é investido em cada
situação e conhecer o perfil de investidores em determinada instituição
financeira.

FINALIZANDO

Nesta aula apresentamos as principais Medidas de Posição, seus


cálculos, aplicações e interpretações dos resultados obtidos. Definimos e
calculamos média, mediana, moda, quartil, decil e percentil.

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REFERÊNCIAS

CASTANHEIRA, N. P. Estatística aplicada a todos os níveis. Curitiba:


InterSaberes, 2012.

PEREIRA, A. T. Métodos quantitativos aplicados à contabilidade. Curitiba:


InterSaberes, 2014.

SHIGUTI, W. A.; SHIGUTI, V. da S. C. Apostila de estatística. Brasília, 2006.


Disponível em: <http://www.inf.ufsc.br/~paulo.s.borges/Download/Apostila5
_INE5102_Quimica.pdf>. Acesso em: 22 set. 2019.

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