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SACERDÓCIO DE UMBANDA NA ANGOLA

TURMA II

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FERNANDO HENRIQUE DE CASTRO


MIRIAM CARLA DE SOUZA LESSA
RAIMUNDA SOUZA DA SILVA
SÉRGIO BUGOV
WAGNER JOSÉ DE SOUZA JUNIOR

ORIXÁ OXUM
Ora Yê Yê Ô Mamãe Oxum

São Paulo - SP
2019
Trabalho de Grupo do Curso Umbanda na
Angola – Escola de Magia Divina Luz do
Oriente.

Yalorixás:

Zuleide Augusto Carlos


Mônica Berezutchi

São Paulo - SP
2019
ORIXÁ OXUM – Fernando Henrique de Castro, Miriam Carla de Souza Lessa,

Raimunda Souza da Silva, Sérgio Bugov, Wagner José de Souza Junior;

Yalorixás: Zuleide Augusto Carlos / Mônica Berezutchi

São Paulo – SP: COLEGIO DE MAGIA DIVINA LUZ DO ORIENTE, 2019.


Dedicamos este trabalho e nosso respeito a Exu, a mamãe Oxum e a todas as
forças dos Orixás que nos acompanham nessa caminhada e a todas as forças de
Aruanda.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a nossa ancestralidade por nos reunirmos nesse caminhar evolutivo,


agradecemos as nossas Yalorixás Zuleide (mãe Fofa) e Mônica Berezutchi e na
pessoa delas a todos os envolvidos para que esse trabalho fosse confeccionado.
Umbotê Kelembeketá Nzambi Atandú Mukuônso (A beleza é a sombra de Deus
sobre o Universo).
“É do ouro de Oxum que é feita a armadura que guarda meu corpo."
Carta de Amor, Maria Bethânia
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SUMÁRIO

1. CAPITULO 1 – A história de Oxum


a. Trono Feminino do Amor (Universal)
b. Narrativa
2. CAPITULO 2 – Qualidades de Oxum
a. Apetrechos
b. Qualidades de Oxum
c. Entidades de Oxum
3. CAPITULO 3 – Sincretismo
4. CAPITULO 4 – Lendas
a. Oxum é concebida por Iemanjá e Orunmilá
b. Oxum exige a filha do rei em sacrifício
c. Oxum Apará tem inveja de Oyá
5. CAPITULO 5 – Oferendas a Oxum
6. CAPITULO 6 – Ajeum de Oxum
7. CAPITULO 7 – Ndanda Lunda ou Dandalunda
a. Qualidades de Dandalunda
b. Lenda
8. CAPITULO 8 – Exu do Ouro
9. CAPITULO 9 – Pomba Gira Rosa do Ouro
10. CAPITULO 10 – Assentamento da Divina Mãe Oxum
a. Força e Poder
b. O que é um assentamento
c. O que é uma firmeza
d. O assentamento da Divina Mãe Oxum
11. CAPITULO 11 – Ato Devocional
12. CONCLUSÃO
13. REFERÊNCIAS
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CAPITULO 1 – A HISTÓRIA DE OXUM

a. Trono Feminino do Amor (Universal)

• Nome Místico: YÁ – FER – MA – IIM – YÊ (Senhora reluzente do Amor)


• Trono Feminino do Amor (Universal)
• Campo de Atuação: Concepção
• Elemento: Mineral
• Essência: Mineral
• Polo: Positivo (+)
• Trono: Passivo
• Princípio: Amor
• Irradiação: Amor
• Fator: Agregador
• Rege: A União
• Onda: Conceptora
• Alma: Agregadora
• Verbos: Abajulador, abrandador, acachoeirador, acasalador, aderidador,
aglutinador, concavador, concebendor, embelezador, encantador, etc...

b. Narrativa

Nome de um rio em Oxogbô, região da Nigéria, em Ijexá. É ele considerado a


morada mítica da Orixá. Apesar de ser comum a associação entre rios e Orixás
femininos da mitologia africana, Oxum é destacada como a dona da água doce e,
por extensão, de todos os rios. Portanto seu elemento é a água em discreto
movimento nos rios, a água semi parada das lagoas não pantanosas, pois as
predominantemente lodosas são destinadas à Nanã e, principalmente as
cachoeiras são de Oxum, onde costumam ser-lhe entregues as comidas, rituais e
presentes de seus filhos-de-santo.

Oxum domina os rios e as cachoeiras, imagens cristalinas de sua influência:


atrás de uma superfície aparentemente calma podem existir fortes correntes e
cavernas profundas.

Oxum é conhecida por sua delicadeza. As lendas adornam-na com ricas vestes e
objetos de uso pessoal, onde sua imagem é quase sempre associada a
maternidade, sendo comum ser invocada com a expressão “Mamãe Oxum”.
Gosta de usar colares, joias, perfumes, etc.
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Filha predileta de Oxalá e Yemanjá. Nos mitos, ela foi casada com Oxóssi, a
quem engana, com Xangô, com ogum, de quem sofria maus tratos e xangô a
salva.

Seduz Obaluaiê, que fica perdidamente apaixonado, obtendo dele, assim, que
afaste a peste do reino de Xangô. Mas Oxum é considerada unanime como uma
das esposas de xangô e rival de Iansã e Obá.

Segunda mulher de Xangô, deusa do ouro (na África seu metal era o cobre),
riqueza e do amor, foi rainha em Oyó, sendo a sua preferida pela jovialidade e
beleza.

À Oxum pertence o ventre da mulher e ao mesmo tempo controla a fecundidade,


por isso as crianças lhe pertencem. A maternidade é sua grande força, tanto que
quando uma mulher tem dificuldade para engravidar, é à Oxum que se pede
ajuda. Oxum é essencialmente o Orixá das mulheres, preside a menstruação, a
gravidez e o parto.

Desempenha importante função nos ritos de iniciação, que são a gestação e o


nascimento. Orixá da maternidade, ama as crianças, protege a vida e tem
funções de cura.

Oxum mostrou que a menstruação, em vez de constituir motivo de vergonha e de


inferioridade nas mulheres, pelo contrário proclama a realidade do poder
feminino, a possibilidade de gerar filhos.

Fecundidade e fertilidade são por extensão, abundância e fartura e num sentido


mais amplo, a fertilidade irá atuar no campo das ideias, despertando a
criatividade do ser humano, que possibilitará o seu desenvolvimento. Oxum é o
orixá da riqueza – dona do ouro, fruto das entranhas da terra. É alegre, risonha,
cheia de dengos, inteligente, mulher-menina que brinca de boneca, e mulher-
sábia, generosa e compassiva, nunca se enfurecendo. Elegante, cheia de joias, é
a rainha que nada recusa, tudo dá. Tem o título de iyalodê entre os povos iorubá:
aquela que comanda as mulheres na cidade, arbitra litígios.

Oxum tem a ela ligado o conceito de fertilidade, e é a ela que se dirigem as


mulheres que querem engravidar, sendo sua a responsabilidade de zelar tanto
pelos fetos em gestação até o momento do parto, onde Iemanjá ampara a
cabeça da criança e a entrega aos seus Pais e Mães de cabeça. Oxum continua
ainda zelando pelas crianças recém-nascidas, até que estas aprendam a falar.

É o orixá do amor, Oxum é doçura sedutora. Todos querem obter seus favores,
provar do seu mel, seu encanto e para tanto lhe agradam oferecendo perfumes e
belos artefatos, tudo para satisfazer sua vaidade. Na mitologia dos orixás ela se
apresenta com características específicas, que a tornam bastante popular nos
cultos de origem negra e também nas manifestações artísticas sobre essa
religiosidade. O orixá da beleza usa toda sua astúcia e charme extraordinário
para conquistar os prazeres da vida e realizar proezas diversas. Amante da
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fortuna, do esplendor e do poder, Oxum não mede esforços para alcançar seus
objetivos, ainda que através de atos extremos contra quem está em seu caminho.
Seu maior desejo, no entanto, é ser amada, o que a faz correr grandes riscos,
assumindo tarefas difíceis pelo bem da coletividade. Em suas aventuras, este
orixá é tanto uma brava guerreira, pronta para qualquer confronto, como a frágil e
sensual ninfa amorosa. Determinação, malícia para ludibriar os inimigos, ternura
para com seus queridos, Oxum é, sobretudo a deusa do amor.

Ela se entrega por completo quando perdidamente apaixonada afinal o


romantismo é outra marca sua. Da África tribal à sociedade urbana brasileira, a
musa que dança nos terreiros de espelho em punho para refletir sua beleza
estonteante é tão amada quanto à divina mãe que concede a valiosa fertilidade e
se doa por seus filhos. Por todos seus atributos a belíssima Oxum não poderia
ser menos admirada e amada, não por acaso a cor dela é o reluzente amarelo
ouro, pois como cantou Caetano Veloso, “gente é pra brilhar”, mas Oxum é o
próprio brilho em orixá.

A face de Oxum é esperada ansiosamente por sua mãe, que para engravidar
leva ebó (oferenda) ao rio. E tal desespero não é o de Iemanjá ao ver sua filhinha
sangrar logo após nascer. Para curá-la a mãe mobiliza Ogum, que recorre ao
curandeiro Ossãe, afinal a primeira e tão querida filha de Iemanjá não podia
morrer. Filha mimada, Oxum é guardada por Orumilá, que a cria.

Nanã é a matriarca velha, ranzinza, avó que já teve o poder sobre a família e o
perdeu, sentindo-se relegada a um segundo plano. Iemanjá é a mulher adulta e
madura, na sua plenitude. É a mãe das lendas – mas nelas, seus filhos são
sempre adultos. Apesar de não ter a idade de Oxalá (sendo a segunda esposa
do Orixá da criação, e a primeira é a idosa Nanã), não é jovem. É a que tenta
manter o clã unido, a que arbitra desavenças entre personalidades contrastantes,
é a que chora, pois, os filhos adultos já saem debaixo de sua asa e correm os
mundos, afastando-se da unidade familiar básica.

Para Oxum foi reservado o posto da jovem mãe, da mulher que ainda tem algo
de adolescente. Sua responsabilidade em ser mãe se restringe às crianças e
bebês. Começa antes até na própria fecundação, na gênese do novo ser, mas
não no seu desenvolvimento como adulto. Oxum também tem como um de seus
domínios, a atividade sexual e a sensualidade em si, sendo considerada pelas
lendas uma das figuras físicas mais belas do panteão místico Iorubano.

Tudo que sai da boca dos filhos da Oxum deve ser levado em conta, pois eles
têm o poder da palavra, ensinando feitiços ou revelando presságios.

Desempenha importante papel no jogo de búzios, pois a ela quem formula as


perguntas que Exu responde.

No Candomblé, quando Oxum dança traz na mão uma espada e um espelho,


revelando-se em sua condição de guerreira da sedução. Ela se banha no rio,
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penteia seus cabelos, põe suas joias e pulseiras, tudo isso num movimento
lânguido e provocante

CAPITULO 2 – QUALIDADES DE OXUM

Falangeiro é aquela Entidade que está somente abaixo do Orixá, ele comanda as legiões de
Entidades e Espíritos que se afinizam na vibração do Orixá que os governa. Em algumas
casas podem também ser chamados de “qualidades dos Orixás”.
Pesquisamos alguns Falangeiros na vibração de Oxum com outro Orixá, que listamos
abaixo explanando um pouco sobre as características de cada qualidade, antes frisemos
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alguns apetrechos utilizado pelas diversas qualidades com a explicação para facilitar o
entendimento.

a. Apetrechos:

• Abebé é um leque metálico circular, que contém guizos, que é utilizado por
Oxum como instrumento musical e ao mesmo tempo como insígnia. Abebe é um
dos símbolos das Ìyáàgbá (Mães mais velhas ou anciãs). Que seu significado é
apenas a forma de uma cabaça invertida com desenhos de pássaros, que é de
onde vem sua força mística, símbolo da sociedade Gèlèdè. O abébè é uma
espécie de objeto de metal circular, com um pássaro e um peixe no centro, e
simboliza o poder feminino de gestação e a importância da maternidade para as
sociedades africanas. O abébè reporta à nobreza das rainhas mães africanas
que, ao chegarem ao Brasil, lutaram para criar seus filhos e verem prosperar as
suas famílias. A cabaça imemorialmente representa a barriga - útero, a
sexualidade feminina e o todo emanente dessa simbolização, - marcando
desenho volumoso, sempre lembrando um estado de gravidez - repertório
constante da vida e sua procriação, para os homens e os deuses. O abebê é
objeto yoruba - condicionamento ao amplo imaginário referente a cabaça,
constituindo-se num emblema das Yas, que são as mães ancestrais, divindades
das águas, relacionadas com a vida e a morte. Também, está correta a
afirmação do abebê que contém o ESPELHO e também estamos falando da
evolução deste objeto que evoluiu em sua forma. Podemos afirmar com a
máxima clareza que o conceito cabaça é africano, o leque é de origem cubana, e
da origem do espelho usado Candomblés brasileiros nasce por volta de 1780 ou
1790 com costumes totalmente diferentes do povo de origem.

• Alfanje é um sabre curvo, um tanto curto e de lâmina larga.


• Ofá é uma arco e flecha utilizada por Oxóssi como ferramenta e com o qual
ele caça.
• Erukerê é a cauda de um animal

De 4.000 a 3.000 a.C., povos da Mesopotâmia (onde hoje fica o Iraque) e do Egito
começaram a fabricar espelhos usando chapas de cobre polido. Cerca de mil anos
depois, habitantes da América Central e da América do Sul poliam pedras para que
pudessem ser usadas como espelhos – na China, usava-se bronze.

Durante milênios, olhar o próprio reflexo não era uma tarefa fácil. Não que as
pessoas fossem especialmente feias: o problema era a escassez de bons espelhos.
Felizmente, no século 19, a situação começou a mudar.

O químico Justus von Liebig desenvolveu um método para aplicar uma fina camada
de prata metálica sobre vidro, dando origem aos espelhos modernos. Com o passar
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das décadas, a técnica de von Liebig foi aperfeiçoada e se espalhou pelo mundo, e
hoje há espelhos de incontáveis formatos e tamanhos.

b. Qualidades de Oxum

Oxum Apará: Trabalha em vibração com Ogum. Essa é considerada a mais jovem
Falangeira de Oxum. Sempre ligada a Ogum, ela é vista como a Guerreira. Em
algumas regiões também é conhecida com o nome de Oxum Opará. Ela leva uma
espada na mão, e em algumas vezes pode estar vestida da cor marrom
avermelhada, mas também se utiliza de vestes azul claro ou rosa claro. Muitos a
chamam de "Senhora da Espada". Ela por vezes é confundida com Iansã, pelo jeito
guerreiro. Essa Oxum é a dona dos objetos cortantes, sendo dona da navalha. É
Oxum Apará que dá visão ao Jogo de Búzios, pois ela tem uma relação com o
próprio Exu.

Oxum Ijimum: Trabalha em vibração com Iemanjá. Considerada uma velha Oxum,
também conhecida por Ijimú, Ijumú, Jumu,jumum Ou Ygemum. Ela normalmente se
veste nas cores azul claro ou cor de rosa. Leva nas mãos o Abebé e o Alfanje. Ela
também é considerada como a rainha entre todas as Oxuns e senhora responsável
pelos Otás (pedras) e por tudo que vive no fundo dos rios. É dito que essa Oxum tem
o poder de segurar uma gravidez conturbada. Ela também é a senhora da
fecundidade. Ela tem uma ligação fortíssima com Iemanjá, por essa ligação ela é
vista e considerada como a mãe das Oxuns.

Oxum Iápondá: Trabalha em vibração com Oxaguiã (Oxalá Jovem). Característica


principal de ser guerreira, essa Oxum leva no seu nome a homenagem a sua cidade,
Iápondá, na qual ela era rainha. Ela tem uma espada na mão, e as cores de suas
vestes são amarelo ouro e branco. Ela também pode ser conhecida pelo nome de
Agokusi. Governa a criação infantil, sendo ela a senhora da inocência, e por esse
motivo costuma ter na barra da sua saia uma faixa na cor azul. Ela também é
relacionada ao fogo e a calunga pequena.

Oxum Ifé: Trabalha em vibração com Xangô. Tem a força da cachoeira que cai da
pedreira. Sua demonstração de poder vem com a demonstração das quedas d'água
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e a durabilidade da pedra. Com sua ligação com Xangô, se junta a jovialidade com a
experiência, fazendo assim uma força extrema. Suas vestes têm tons amarronzados
por entre o azul. É sabia e justiceira.

Oxum Abalu: Trabalha em Vibração com Omulú, Iansã, Ogum e Oxossi. Essa é
considerada uma velha Oxum, a que tem um dos mais antigos cultos conhecidos.
Ela normalmente se veste de cores claras, e está sempre com seu Abebé e seu
alfanje, em alguns rituais também pode estar com um Erukerê nas mãos. É dito que
ela é muito severa e autoritária, mas sempre se acalma ao receber um ramo de
hortênsias. É dito também que ela anda junto com Omulú pelos quatro cantos do
mundo em andanças de curas a quem precisa.

Oxum Oxogbo: Trabalha na vibração de Iemanjá e Oxalá. É o aspecto maduro da


Orixá feminina. Muito vaidosa de beleza extrema, também conhecida como Abotô,
Yaboto, Botô ou Ogbo. Ela está relacionada ao parto e ao nascimento, ajuda as
mulheres a terem seus filhos sem traumas. É a Oxum das nascentes dos rios e do
encontro das águas doces e salgadas. Tem o poder de centralizar o líquido
amniótico na gestação em grávidas para que não haja problemas com o feto. Ela é
protetora das futuras mães no período de gestação e também ela que acompanha as
mulheres no momento do parto. Ela se veste predominantemente com a cor branca e
alguns detalhes na cor amarelo ou amarelo ouro e azul claro.

Oxum Ajagura: Trabalha em vibração com Iemanjá e Xangô. Também é


considerada jovem. Tem muita força e beleza. Trabalha sempre em busca da justiça.
Também é conhecida como Ajajira. Ela é a senhora de todas as aves de penas
coloridas e também das aves aquáticas e terrestres. Tem uma ligação muito forte
com Xangô que busca a vibração no fogo. Ela pertence a nação Nagô.

Oxum Yeye Oga: Trabalha em vibração com Nanã Buruquê. Vista também como
uma velha Oxum, tem muita ligação com Nanã Buruquê. Ela sempre traz nas mãos
um Abebé e um alfanje. Uma característica comum é a proteção a seus filhos. Como
uma boa guerreira, a Oxum Yeye Oga nunca deixa uma luta para trás. É dito que
ela é um tanto ranzinza, implicante e cheia de manias. Representa a mulher
envelhecida e também a existência absoluta da humanidade, sendo responsável por
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todo filho a partir dos 60 anos. Ela é protetora dos idosos. Senhora das mandingas,
vive nas florestas tomando conta de mananciais.

Oxum Yeye Petu,: Trabalha em vibração com Ossãe. De culto muito antigo, sempre
observada nas nascentes dos rios e no interior das florestas fechadas. Tem a força
das ervas, protetora da fauna e flora. Muito ligada a Ossãe e a Obaluaiê. É dito
que ela é ingênua e sensual, suas vestes têm tecidos muito estampados que
predomina o amarelo. No seu trabalho com Obaluaiê é dito que ela entra com ele
nos rituais na Calunga Pequena. A Oxum Yeye Petu é a guardiã dos segredos
insondáveis, sobre ela pouco se sabe e nada se diz. O simples pronunciar seu nome
é revestido de muito respeito e por muitas vezes considerado um grande tabu.

Oxum Yeye Karê: Trabalha em vibração com Logum Edé. Oxum guerreira jovem,
lutadora, protetora e sempre atenta. Ligação grandiosa com Odé Karé, ou Logun Edé
como é mais conhecido. É aquela que auxilia e comanda todo e qualquer movimento
ligado a abundância e também a fertilidade. Ela tem o poder da multiplicação do
útero nos casos de gêmeos, trigêmeos, etc. Ela é a dona da bolsa de água e tem o
direito de aumentar o espaço da gestação. Ela também é a rainha da caça e deusa
da pesca, e aquela que mora dentro das águas da cachoeira e ao mesmo tempo nas
entradas das matas. E a protetora dos caçadores noturnos, mas apenas os que
caçam para se alimentar, ou alimentar familiares.

Oxum Yeye Oke: Trabalha em vibração com Oxossi Uma jovem guerreira, com
ligação ao povo das matas e a Oxossi, carrega sempre um Ofá e um Erukerê. Tem
como característica principal a força e a vontade de lutar. Também conhecida como
Loke, Lê Iê Oke ou Eoqu Êh. Muito semelhante a Oxum Yeye Karê fazendo assim
que muitos confundam uma com a outra achando que são a mesma Oxum. Ela se
apresenta como guerreira, mas também é uma caçadora. Vive no interior das matas
e florestas. Se veste de amarelo ouro e por muitas vezes pode trazer uma espada
também nas mãos.

Oxum Yeye Olokô: Suprema guerreira que vive nas florestas nos grandes poços de
água, considerada a padroeira do poço. Também conhecida como Oxum Dôco. É a
Oxum envelhecida, um tanto ranzinza e cheias de manias, assim como a Oxum Yeye
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Oga. Ela tem uma vibração grandiosa com Nanã Buruquê.

Oxum Yeye Merin: Trabalha em vibração com Ibeiji. A Oxum Menina, tem como
característica seu jeito jovial, infantil. Tem toda concentração de vaidade, beleza e
elegância de uma Oxum, numa característica infantilizada. Sorriso meigo e olhos
brilhantes também chamam muito atenção nessa Oxum. Pode ser conhecida
também como Oxum Iperí, Oxum Ibeiji, Oxum Menina, Oxum Merimeri ou Oxum
Nova. É essa Oxum que protege os filhos nos possíveis períodos de pragas. Muito
justiceira, dando o poder de fazer justiça por contra própria a seus escolhidos. É dito
que essa Oxum era a que vibrava na coroa de Mãe Menininha do Gantois.

Oxum Yeye Ayálá: Trabalha em vibração com Ogum. Oxum de forma envelhecida,
aliás uma das mais velhas, retém o poder com a bolsa lacrimal, manifestando
através das lágrimas tanto de alegrias quanto de tristezas, dando forças a quem
passa dificuldade na vida por qualquer motivo. Ela representa o sofrimento e a dor
através da lágrima, assim como representa a felicidade intensa da mesma forma.
Tem as cores azul claro e amarelo em suas vestes, é adepta ao uso de ouro, metal
que lhe pertence por direito na qual está ligada de todas as formas.

Oxum Yeye Lokun: Trabalha em vibração com Iemanjá. Tem uma ligação muito
grande com Iemanjá. A junção do rio com o mar trazendo as forças das águas para
vencer obstáculos. Ela se veste com cores claras, traz nas mãos o Abebé e o alfanje.
Ela herdou o conhecimento do futuro que era só mostrado por Ifá. Tem o poder da
intuição, e por esse motivo muitos filhos a chamam de "Senhora da Intuição.
Oxum Yeye Lokun, que também é conhecida como Popolokun, é revestida por uma
enorme aura de mistérios, tem a morada em lagoas profundas, e a lenda diz que ela
aprisiona em seu reino aqueles que se aventuram a mergulhar em suas águas.

Oxum Yeye Odo: Trabalha em vibração com Omulú/Obaluaiê. Também conhecida


como Oxum Okpaxe Odo e também como Totokusi. Tem ligação com o reino de
Omulú. É dito que ela surgiu plainando nas águas do rio após ser morta. Tem vestes
nas cores mais escuras que as outras Oxuns e auxilia os espíritos das pessoas que
desencarnam por afogamento. Reinando nas nascentes dos rios, tem uma aparência
semelhante à de Iemanjá. É dito que ela é a "Senhora dos Perdões".
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c. Entidades de Oxum

Pretos Velhos de Oxum

São mais lentos na forma de incorporar e até falar. Passam para o médium uma
serenidade inconfundível. Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa
para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a
finalidade não é "chocar" e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto que está
sendo falado.

São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-Velho de


Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior. Às vezes é comum sair até mais
confuso do que quando entrou, mas é necessário para a evolução daquela pessoa.

Caboclos e Caboclas de Oxum

Falamos dos pretos velhos, mas também temos os caboclos e caboclas que
trabalham na irradiação de Mamãe Oxum...Mamãe Oxum representa a linha
d’água assim como Iemanjá a Rainha do Mar, atribuímos á Oxum
as águas doces, dos rios e cachoeiras.

A maioria das entidades ligada a Oxum é feminina e sua incorporação se dá de


maneira suave e tranquila, gostam de molhar as mãos e a cabeça nas águas de
rios e cachoeiras e utilizam dessas águas para os passes das pessoas que as
procuram, trabalham para ajudar nas doenças do trato urinário e genital
principalmente das mulheres, as caboclas e os caboclos indicam unguentos e
banhos feito com ervas encontrado encrustadas embaixo de cachoeiras e
pedras dos rios, também indicam chás de rosas brancas com leite e canela para
infecções e corrimentos feminino e preparos com flores de beijo branco, vinho
branco e mel para problemas de menstruação, as cores do lume utilizado em
suas giras e benzimentos são azul escuro, azul claro e branca.

Na sua maioria falam tupi-guarani e pertencem a linha de Mamãe Oxum.

Erês de Oxum

A criança de Oxum encanta a todos com seu jeito gracioso, meigo, doce e muito
charmoso. Muito comilona, adora experimentar incrementar seus lanches. A
cautela com esta criança está em não a melindrar, pois quando ela sente-se
magoada torna-se arredia e de pouca conversa.
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Alguns nomes de Erês de Oxum:

Pepita, Chuvisco Dourado, Nascente, Mimo de Ouro, Pedrinho da Cachoeira,


Gotinha Dourada, Lagoa Dourada, Queda D'água, Espelho de ouro, Raio de Lua,
Gota de Ouro, Príncipe das Águas, Pedra Dourada, florzinha de ouro.

CAPITULO 3 - SINCRETISMO

Em praticamente todas as culturas em todos os tempos deusas do amor existiram e eram


muito reverenciadas

Falaremos um pouco sobre elas pois acreditamos que Oxum seja uma das divindades mais
cultuados em toda a história das civilizações humanas:
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Afrodite – (Grega) é uma Deusa do amor, do prazer e da beleza. A murta, a romã, a maçã, a
pomba, o pardal e o cisne são-lhe consagrados.

Aine – (Irlandesa) é uma Deusa primária irlandesa do amor, Verão, saúde e soberania. É
associada ao sol e ao Lammas, e, algumas vezes, é representada por uma égua vermelha.
Também lhe são sagradas as plantações férteis, o gado e o ganso selvagem. A
Deusa/Rainha das Fadas.

Arianrhod – (Celta/ Galesa) é a guardiã da “Roda de Prata”, considerada uma Deusa do


amor e da sabedoria, representa os elementos ar e água. É também Deusa da
Reencarnação, do tempo cósmico, do karma, da Lua Cheia, dos namorados e a Grande
Mãe Frutuosa. É filha de Don, a Deusa-Mãe gaulesa (equivalente à Deusa Dana Irlandesa).
Na tradição celta, esta Deusa apresentava-se de dupla forma, como Virgem e Mãe,
padroeira da Lua, da noite, da Sexualidade, da Justiça, da magia e do destino. Mais tarde, é
apresentada como uma Deusa-Mãe, girando a Roda de Prata e transformando-a numa
barca lunar.

Branwen – (galesa) é uma Deusa do amor e da beleza. É considerada a “Vénus dos mares
do Norte”. Ela é uma das três matriarcas da Grã-Bretanha, com Rhiannon e Arianrhod. Filha
do Deus do mar, Llyr ou Lir. Tem como símbolos o caldeirão, a Lua Prateada, o corvo
branco, a pomba e o estorninho. O branco é cor sagrada desta Deusa do Coração Puro.

Cythera – (Grega) é um dos nomes de Afrodite, Deusa do amor, derivado da cidade de


Cythera em Creta, ou da ilha de Cythera, aonde dizem que a Deusa apareceu pela primeira
vez e onde tinha um tempo para celebração.

Dzydzilelya – (polaca/eslava) é uma Deusa do amor, casamento, sexualidade e fertilidade.


Ela é similar a Vénus, Afrodite, Freya e outras deusas desta natureza.

Ezili ou Erzulie – (Africana/Haitiana) é uma Deusa Lunar muito elegante. Gosta de flores,
joias, belos vestidos e delicados perfumes. No seu aspecto luminoso é regente do amor, da
alegria, da beleza, da magia, da cura e da boa sorte; no seu aspecto escuro, em vez de
propiciar o amor, ela provoca ciúmes, egoísmo, discórdias e vingança. Rege a água e é
representada como sereia ou serpente aquática.
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Freya – (nórdica) é a Deusa-Mãe da dinastia Vanir, na mitologia nórdica. Filha de Njord, o


Deus do mar, e de Skadi, a giganta Senhora dos invernos e Caçadora das montanhas. É a
Deusa do amor, sexo e fertilidade, da beleza e da atração, da luxúria, da música e das
flores. Com o seu colar Brinsingamen (que é um equilíbrio da Serpente de Midgard – que
roía as raízes de Yggdrasil, e um símbolo de fertilidade), é associada à Lua Cheia. Já no
seu aspecto de Valfreya, Rainha das Valquírias, esta Deusa é associada à Lua Nova e é a
condutora das almas dos mortos em combate. Freya era a única que cultivava as maçãs
douradas das quais se alimentavam os deuses, conferindo-lhes a graça da juventude
eterna.

Freya era também a Deusa da magia e da adivinhação, sendo ela quem iniciava os deuses
na arte da magia. São lhe sagrados o gato, o falcão e a andorinha

Frigga – (Nórdica/Germânica) é uma Deusa do Amor, da União e do Destino. É a suprema


Deusa-Mãe dos Deuses Aesir. Frigga está associada ao início do Ano Novo. A noite mais
longa do ano (Yule) era-lhe dedicada. Os animais consagrados a esta Deusa são: o ganso,
o gato, o porco, o pardal e o cavalo.

Hathor – (Egípcia) é uma Antiga Deusa Egípcia que personificava os princípios do amor,
maternidade e alegria. Era uma das deidades mais cultuadas e popular da História do Egipto
Antigo. Associada à música, dança, terras estrangeiras e fertilidade, ajudando as mulheres a
dar à luz. Representada por vacas.

Hnoss & Gersemi – (Nórdica) as duas filhas de Freya, Hnoss (que significa tesouro) e
Gersemi (joia), são consideradas a continuidade ou aspectos da beleza materna e eram
reverenciadas como Deusas do amor. O seu dom era o de despertar amor e aumentar a
capacidade de entrega das pessoas. Representadas pela pomba e gata e pela água e o
fogo.

Inanna – (Suméria) é uma Deusa do amor, erotismo, fecundidade e fertilidade. Em termos


de simbologia, é associada à Lua, ao planeta Vénus e à serpente. A Grande Deusa da
Suméria, Rainha do Céu e da Terra.

Isis – (Egípcia) é uma Deusa do amor, da maternidade, da fertilidade, da simplicidade,


protetora dos mortos e Senhora dos eventos mágicos e da natureza. Era uma curandeira.
Os seus símbolos são o trono, o disco solar com hastes de vaca e o sicómoro. São lhe
sagrados o gato e a íbis.
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Isthar – (Babilónica) é a Deusa da Lua, de terra, do amor, relacionada com nascentes e com
o orvalho, sendo, este último, símbolo de fertilidade. Protetora das prostitutas, do parto e do
amor sexual, rainha das estrelas e do céu e, como Deusa Negra é deusa das tempestades e
da guerra, sendo também provedora de sonhos e presságios, de revelação e compreensão
das coisas que estão escondidas, além de Deusa da magia. São lhe sagrados os leões,
touros e dragões.

Juno – (Romana) é a Deusa do amor e do casamento, rainha dos Deuses e esposa de


Júpiter. Protetora das mulheres. É representada pelo pavão.

Libera – (Romana) é uma deusa do amor e da fertilidade. É a consorte de Líber, e muitas


vezes associada a Ceres. Pode ser conhecida por Prosérpina.

Prende – É a Deusa Albanesa do Amor. No folclore Albanês ela é a parte feminina do par da
fertilidade com Prendi, Deus do trovão e do carvalho. Nas lendas da Albânia Prende é
conhecida como zoja e bukuris ("a rainha da beleza").

Qandisa – (Norte Marrocos) é uma jovem Deusa da luxúria e do amor, representada como
um demônio, vive em fontes e rios. Seduz jovens, deixando-os loucos. No Solstício de
Verão, são-lhe oferecidos sacrifícios. É possível que seja uma versão de uma Deusa mais
velha como Astarte.

Tlazolteolt – (Azteca) é a Grande Deusa da Fertilidade, do amor carnal, do parto. É uma


Deusa Bruxa e também é associada à Lua. É muitas vezes representada com uma espiga
de milho na mão e um maracá na outra.

Vênus – (Romana) é uma Deusa associada ao amora, beleza e fertilidade. Idêntica à grega
Afrodite. É associada aos golfinhos, ao ganso, o cisne e a pomba. (ver Afrodite)

Xochiquetzol – (Asteca) é uma Deusa associada à fertilidade, beleza e poder sexual


feminino, protege as mães jovens e é patrona da gravidez, nascimentos e das artes
praticadas pelas mulheres. Representa também o desejo humano, o prazer, e o excesso,
aparecendo também como patroa das prostitutas e artesãos que manufaturem itens de
luxúria. É associada a pássaros e borboletas
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Deusa Benten (ou Benzaiten)

Deusa japonesa do amor, eloquência, sabedoria, artes, música, conhecimento, boa sorte e
água. Ela é a padroeira das gueixas, dançarinos e músicos. Originalmente ela era uma
deusa do mar e das águas, cuja imagem era deixada em muitos locais perto de lagos.

Benten é retratado como uma bela mulher, montada em um dragão tocando um instrumento
com cordas. Ela tem oito braços e têm em suas mãos uma espada, uma joia, um arco, uma
flecha, uma roda, e uma chave. Suas mãos restantes estão unidas em oração. Mas também
pode ser representada com apenas dois braços tocando um alaúde.

Dizem que ela é indicada para evitar terremotos, sendo adorada em muitas ilhas,
especialmente a ilha de Enoshima. Benten, também chamada de Benzaiten, é originalmente
de origem hindu e está associada com Sarasvati (que significa “água corrente” e, portanto,
representando os fluxos), a deusa indiana da música e da sabedoria.

Benzaiten é a única mulher entre os Sete Deuses da Sorte do Japão. Seus templos e
santuários são quase invariavelmente sempre perto de água – o mar, um rio, ou de uma
lagoa. A joia que carrega concede desejos, alguns dizem que é um jade, enquanto outros
dizem que é uma pérola.

De acordo com uma lenda, um dragão marinho destruiu metade da ilha de Enoshima até
que Benten se casou com ele, devido a isso, muitas vezes é representada como uma bela
mulher com o poder de assumir a forma de uma serpente, ou um dragão.

Seu primeiro templo foi construído em Enoshima por Minamoto Yoritomo, o fundador do
Xogunato Kamakura. Mais tarde, Ieyasu Tokugawa fez do templo da deusa na ilha o local
oficial de reza da família. Durante a Restauração Meiji, por causa dessa ligação íntima com
o Xogunato Tokugawa, todas as construções budistas de Enoshima foram completamente
destruídas.

A Deusa Parvati (índia)

é a Deusa indiana do amor e do casamento. Parvati é a segunda esposa de Shiva, o Deus


indiano da destruição e da transformação (a primeira esposa foi Sati, uma encarnação
anterior de Parvati). O casal possui dois filhos: Ganesha e Kartikeya, sendo Ganesha o
Deus da Sabedoria e Kartikeya o Deus da Guerra.

A Deusa Parvati é uma das muitas manifestações da Deusa Durga, a Deusa Hindu que
representa o grande poder feminino. Parvati retrata um lado gentil e maternal da Deusa.
Juntamente com a Deusa Sarasvati (Deusa das artes e da sabedoria) e com a Deusa
Lakshmi (Deusa da riqueza e da prosperidade), Parvati faz parte da trindade de Deusas
Hindus conhecida como Tridevi.
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Atribuições: Deusa do amor, do casamento, da devoção, da fertilidade, da força divina e do


poder, protetora das mulheres

Símbolos: Elefantes, Tigres, Tridente, flor de lótus e a dança

Local: Índia

A Deusa Parvati é uma Deusa Hinduserena, tranquila e cheia de amor. Parvati também é
considerada uma Deusa da fertilidade e seus devotos geralmente pedem por bons
casamentos, para resolver problemas amorosos e para atrair o amor de forma geral.

Deusa Parvati – Deusa do Amor

Existem muitas representações diferentes da Deusa Parvati e a maioria delas mostra a


Deusa usando um vestido avermelhado e ao lado de seu marido, o Deus Shiva.

Sempre que está ao lado de Shiva, a Deusa Parvati possui apenas dois braços e
geralmente segura um lótus em sua mão direita. Quando vista sozinha ela é geralmente
representada com quatro braços e pode segurar diversos itens em suas mãos como uma
concha, um espelho, uma coroa, um rosário, um sino, um prato de arroz, uma ferramenta de
agricultura ou cana de açúcar

Como podem ver o amor a concepção sempre foi muito importante em todas as culturas e
civilizações e podemos notar muitas características parecidas com nossa querida mãe
Oxum
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CAPITULO 4 - LENDAS

a. Oxum é concebida por Iemanjá e Orunmilá

Um dia Orunmilá saiu de seu palácio para dar um passeio acompanhado de todo
seu séquito. Em certo ponto deparou com outro cortejo, do qual a figura principal era
uma mulher muito bonita. Orunmilá ficou impressionado com tanta beleza e mandou
Exu, seu mensageiro, averiguar quem era ela. Exu apresentou-se ante a mulher com
todas as reverências e falou que seu senhor, Orunmilá, gostaria de saber seu nome.
Ela disse que era Iemanjá, rainha das águas e esposa de Oxalá.

Exu voltou à presença de Orunmilá e relatou tudo o que soubera da identidade da


mulher. Orunmilá, então, mandou convidá-la ao seu palácio, dizendo que desejava
conhecê-la. Iemanjá não atendeu o seu convite de imediato, mas um dia foi visitar
Orunmilá.

Ninguém sabe ao certo o que se passou no palácio, mas o fato é que Iemanjá ficou
grávida depois da visita a Orunmilá. Iemanjá deu à luz a uma linda menina. Como
Iemanjá já tivera muitos filhos com seu marido, Orunmilá enviou Exu para comprovar
se a criança era mesmo filha dele. Ele devia procurar sinais no corpo. Se a menina
apresentasse alguma marca, mancha ou caroço na cabeça seria filha de Orunmilá e
deveria ser levada para viver com ele.

Assim foi atestado, pelas marcas de nascença, que a criança mais nova de Iemanjá
era de Orunmilá. Foi criada pelo pai, que satisfazia todos os seus caprichos.

Por isso cresceu cheia de vontades e vaidades, o nome dessa filha é Oxum.

b. Oxum exige a filha do rei em sacrifício

Certa vez, o rei de Oloú, precisava atravessar o rio onde vivia Oxum, o rio naquele
dia se encontrava enfurecido e os exércitos do rei não podiam passar pelas
traiçoeiras correntezas.

Oloú fez um pacto com Oxum para que baixasse o nível das águas, em troca lhe
oferecia uma bela prenda, Oxum entendeu que Oloú estava prometendo Prenda
Bela.

Prenda Bela era o nome da mulher de Oloú, filha dileta do rei de Ibadã. Oxum
baixou o nível das águas e Oloú passou com seu exército. Oloú jogou no rio a bela
prenda: uma grande oferenda com as melhores comidas e bebidas, os mais finos
tecidos, joias luxuosas e raros perfumes, correntes de ouro puro, banhos preciosos.
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Tudo foi devolvido para as areias das margens de Oxum, Oxum só queria Prenda
Bela, a princesa. Tempos depois, Oloú retornou vitorioso de sua expedição e, ao
chegar ao rio, este novamente estava turbulento, o rei ofereceu de novo o mesmo
que ofertara antes: uma bela prenda com as melhores comidas e bebidas os mais
finos tecidos, joias luxuosas e raros perfumes, correntes de ouro puro, banhos
preciosos.

Oxum recusou o oferecido, tudo foi devolvido à praia, intocado, ela queria Prenda
Bela, a esposa de Oloú, que estava grávida, contrariado, mas sem ter outra saída,
Oloú lançou ao rio sua indefesa e grávida consorte, ao ser lançada às águas
revoltas, Prenda Bela deu à luz uma criança, Oxum devolveu a criança; era somente
Prenda Bela que ela queria.

Oloú seguiu seu caminho, retornando muito triste a seu reino, o rei Ibadã logo foi
informado do fim trágico da filha, declarou guerra à Oloú, venceu-o e o expulsou
para sempre do país.

c. Oxum Apará tem inveja de Oyá

Vivia Oxum no palácio em Ijimu, passava os dias no seu quarto olhando seus
espelhos, eram conchas polidas onde apreciava sua imagem bela.

Um dia saiu Oxum do quarto e deixou a porta aberta, sua irmã Oyá entrou no
aposento, extasiou-se com aquele mundo de espelhos, viu-se neles.

As conchas fizeram espantosa revelação a Oyá, ela era linda! A mais bela! A mais
bonita de todas as mulheres! Oyá descobriu sua beleza nos espelhos de Oxum, Oyá
se encantou, mas também se assustou: era ela mais bonita que Oxum, a Bela.

Tão feliz ficou que contou do seu achado a todo mundo, e Oxum Apará remoeu
amarga inveja, já não era a mais bonita das mulheres, vingou-se.

Um dia foi à casa de Egungun e lhe roubou o espelho, o espelho que só mostra a
morte, a imagem horrível de tudo o que é feio, pôs o espelho do Espectro no quarto
de Oyá e esperou, Oyá entrou no quarto, deu-se conta do objeto, Oxum trancou Oyá
pelo lado de fora, Oyá olhou no espelho e se desesperou.

Tentou fugir, impossível, estava presa com sua terrível imagem, correu pelo quarto
em desespero, atirou-se no chão, bateu a cabeça nas paredes, não logrou escapar
nem do quarto nem da visão tenebrosa da feiura. Oyá enlouqueceu, Oyá deixou este
mundo.

Obatalá, que a tudo assistia, repreendeu Apará e transformou Oyá em orixá. Decidiu
que a imagem de Oyá nunca seria esquecida por Oxum. Obatalá condenou Apará a
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se vestir para sempre com as cores usadas por Oyá, levando nas joias e nas armas
de guerreira o mesmo metal empregado pela irmã.

CAPITULO 5 – OFERENDAS A OXUM

Toalha ou pano dourado, azul e rosa


velas rosa, amarela e azul;
fitas rosa, amarela e azul;
linhas rosa, amarela e azul;
pembas rosa, amarela e azul;
flores (rosas brancas, amarelas e vermelhas);
frutas (cereja, maçã, pêra, melancia, goiaba, framboesa, figo, pêssego, etc.)
bebidas (champagne de maçã, de uva e licor de cereja).
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CAPITULO 6 – AJEUM DE OXUM

Omolokum

ingredientes:

• 500gr de feijão fradinho


• 1 cebola
• azeite de oliva
• 8 ovos
• 250gr de camarão fresco
• 1 tigela de louça branca
• 1 quartinha de louça branca
• 1 garrafa de vinho licoroso doce e branco
• 1 Maço de flores do campo amarelas

preparo:

Cozinhe o feijão fradinho (15min) e reserve.


Cozinhe os 8 ovos e reserve.
Limpe o camarão.
Refogue a cebola em azeite de Oliva.
Refogue o camarão até dourar.
Bata o feijão Fradinho já cozido no liquidificador e junte ao refogado, mexendo até
engrossar.
Coloque na tigela de louça, enfeite com os 8 ovos cozidos e regue com bastante
oliva.
Enfeite com algumas flores.

Ipeté
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ingredientes:

• 1Kg de inhame
• 8 camarões frescos graúdos
• 200 gr de camarão seco defumado
• 2 colheres (chá) de azeite de oliva
• 1 cebola
• 1 tigela de louça branca
• 1 quartinha de louça branca
• 1 garrafa de vinho licoroso doce e branco
• 1 Maço de flores do campo amarelas

preparo:

Descasque, lave e corte o inhame em rodelas; cozinhe em água até dar o ponto de
amassar com o garfo.
Rale a cebola e refogue no azeite doce sem deixar escurecer.
Acrescente os camarões secos limpos e deixe-os corar até atingir um tom de cor
avermelhado.
Amasse o inhame até obter um purê homogêneo e acrescente ao refogado; mexa
bem.
Coloque na tigela e enfeite com os camarões frescos.

Abará

ingredientes:

• 500gr de feijão fradinho


• 1 cebola grande
• 2 colheres de sopa de Azeite de Oliva
• 250gr de camarão seco
• 8 pedaços de folha de bananeira (20x20cm)
• 1 tigela de louça branca
• 1 quartinha de louça branca
• 1 garrafa de vinho licoroso doce e branco
• 1 Maço de flores do campo amarelas

preparo:

Quebre (triture) o feijão fradinho em pedaços grandes e coloque de molho na água


para soltar as cascas.
Rale a cebola e reserve.
Limpe o camarão seco, triture bem e reserve.
Quando todas as cascas soltarem, retire-as e moa novamente o feijão até conseguir
uma massa bem fina.
A essa massa, acrescente a cebola ralada, o camarão seco triturado e duas colheres
de sopa de azeite doce.
Misture bem até conseguir uma massa bem homogênea.
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Corte oito pedaços quadrados da folha de bananeira de aproximadamente 20x20cm.


Divida a massa em oito porções iguais e embrulhe-as com as folhas de bananeira de
forma semelhante ao Acaçá.
Cozinhe os embrulho no vapor em banho maria.

CAPITULO 7 – NDANDA LUNDA OU DANDALUNDA

Ndanda Lunda ou Dandalunda não é Oxum!

Durante as pesquisas, deparamos com certa confusão onde atribuem Ndanda Lunda ou
Dandalunda a uma qualidade de Oxum, definitivamente Dandalunda não é Oxum. Oxum é
uma divindade Nigeriana e Dandalunda é uma divindade Congo/Angolana.

Dandalunda é a filha predileta de Mikaia e Lembaraganga. Ela representa as riquezas e tem


suas cores relacionadas ao metal mais precioso da antiguidade que era o cobre. Sua cor
preferida é o amarelo. Mantém profundos laços de amizade com Kassumbenca.

Dandalunda mantem um grande laço de amizade com o Inkice Katende, pois para o
equilíbrio da mistura das ervas para a feitura do amanci, há necessidade das águas de
Dandalunda. Deusa das cachoeiras e das águas doces.

a. Qualidades de Dandalunda

• Mamento Ngiji Ria Danda Dila (Equivalente a Ygemun no Kétu) - É a senhora da


fecundidade e do feitiço, é velha e vira bruxa na beira do rio. Veste azul e rosa claro,
come com Lembaranganga e Kaviungo. Não come bicho fêmea, exceto a pata.

• Mameto Ngiji Ria Dandara (Equivalente a Opara no Kétu) - É jovem e guerreira,


companheira de Mukumbe e Kambaranguange. Veste rosa claro ou amarelo ouro,
tem caminhos muitos fortes com Lembá. Tem fundamento com Egun.

• Mameto Ngiji Ria Apunké (Equivalente a Abalu no Kétu) - É velha, bem idosa, tem
numerosos filhos e netos, é severa e autoritária. Usa o azul claro e é a verdadeira
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dona do leque. Come com Mikaia no rio e na lagoa. Suas contas são azul cristal.
Come tartaruga, cabrito castrado e pata.

• Mameto Ngiji Ria Kissimbi (Equivalente a Pondà ou Ypondà no Ketu) - É guerreira,


casada com Gongobira e mãe de Tere Compenso, vive no mato com seu marido, é
desconfiada, astuta, observadora e intuitiva. Veste amarelo ouro e na barra da saia
azul claro. Relacionada ao fogo e aos cemitérios, pois apesar de não ter nenhum
vínculo com Matamba, tem ligação com o culto a Egun. A pata é uma de suas
grandes Kizila. O seu bicho de fundamento é a tartaruga, que aprecia a carne e os
ovos. Come com Gongobira, Mikaia e seu filho Tere Compenso.

• Mamento Ngiji Ria Dandaewara (Equivalente a Yiaboto ou Boto no Kétu) - É a


Dandalunda das nascentes dos rios e dos encontros das águas doces e salgadas,
muito bonita e vaidosa. tem fundamento com Mikaia e Kambaranguage. É cultuada a
beira das lagoas. Veste o amarelo e, geralmente, seus filhos são Abiku. Tem
fundamento com Zumbarandá devido a lagoa. Ela é consagrada rainha da cumeeira.

• Mameto Ngiji Ria Lundamudila

• Mameto Ngiji Ria Danda Dalu

• Mameto Ngiji Ria Danda Belé

• Mameto Nginji Ria Danda Maiombe

b. Lenda

A lenda da Galinha de Angola

"Numa certa manhã, vinha de cabeça baixa e muito triste uma Kerere, lamentando-se: -
Estou fraca, estou fraca, estou fraca! Resolveu saciar a sede num riacho. Lá deparou-se
com uma linda mulher que se banhava e como só ela sabia, começou a pintar-se. Kerere
quando viu aquilo admirou-se. Era Dandalunda, aquela que dá brilho às joias e se banha e
se pinta antes mesmo de cuidar dos filhos. Dandalunda quando percebeu a tristeza daquela
ave perguntou-lhe: - Porque essa tristeza Kerere? Kerere respondeu-lhe: - Entre os meus
pares eu sou a mais feia! Naquela época Kerere era toda preta. Dandalunda então pediu
para Kerere se aproximar. Ela pegou em oxum e pintou o seu bico, depois, com oxum
vermelho, pintou os brincos. Depois com waji tornou as penas azul escuro e com efum fez
as pinturas brancas. E continuou a pintar Kerere. Esta, ao ver a sua imagem no abebé de
Dandalunda, saiu correndo de tanta felicidade cantando: - Kuéim, kuéim, kuéim. Dandalunda
que ainda não tinha terminado de pintar Kerere pediu a Kakulu, divindade dos gêmeos, para
que corresse atrás de Kerere e a trouxesse de volta pois não tinha pintado o seu peito.
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Kerere lá voltou e pediu para que Dandalunda, ao invés de pintar o peito, lhe desse um
colar. Dandalunda fez-lhe a vontade e ofereceu-lhe um colar em forma de coroa que Kerere
carrega até hoje, e entre os seus pares é a mais linda de todas. Tempos depois, Kerere
voltou e tornou-se o primeiro ser que “tomou” obrigações por aquela que é capaz de
modificar todos com a sua doce magia encantada. Kerere foi o primeiro ser raspado,
adornado e pintado por Dandalunda e é por este motivo que quando um Kerere é sacrificado
temos que tirar este colar em forma de coroa e colocá-lo em evidência! Kerere é também
conhecida por Konquem, “Tô” fraco, E tu ou Galinha de Angola.

CAPITULO 8 – EXU DO OURO

Na primeira turma do curso de sacerdócio do Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de


Aruanda, ministrado por Pai Rubens Saraceni em São Paulo encontramos a origem da
expansão da disseminação desses trabalhadores do astral.
Na ocasião em que celebrava se a iniciação e apresentação da Orixá Oxum àquela turma,
foi dado passagem à esquerda desse mistério e então a linhagem de Exu do Ouro se
apresenta.
Essa informação não diz que antes disso nunca tenha existido a manifestação de Exus do
Ouro por entre os terreiros. A falange de Exu Chama Dinheiro que era muito conhecida
durante um período dentro da religião, mas que com o passar do tempo se recolheu em
consequência da deficiência no desenvolvimento de um culto apropriado a esses espíritos.
O que aconteceu no dia da iniciação do orixá Oxum do curso de sacerdócio citado acima é,
portanto, um marco na vinda dessa linha de trabalho para dentro da Umbanda e é também
nesse momento que um maior número de pessoas começa a tomar conhecimento da
existência dessas entidades e a proporção de espíritos que essa falange integra.

Por que trabalham na força de Oxum?

O elemento ouro é simbolicamente ligado a mamãe Oxum que por usa vez é
a orixá manifestadora do amor divino de Deus. Isso reflete muito da importância que esse
fator (amor) tem para os seres e coloca esse mistério responsável por agregar e viabilizar a
concepção e a realização de tudo o que existe no planeta, como algo precioso a todos nós.
Entretanto, no mistério de Oxum também temos a sua essência que corresponde à um
elemento da natureza e que damos o nome de Trono Mineral assim como acontece com os
demais orixás, tendo Oxalá no Trono Cristalino, Oxóssi no Vegetal, Xangô no Ígneo, Ogum
no Aéreo, Obaluayê no Telúrico e Iemanjá no Aquático.
No conteúdo de estudos orientados pela espiritualidade à Pai Rubens Saraceni vamos ter a
percepção que os orixás possuem falanges de espíritos que trabalham à esquerda do seu
mistério e à direita deles, já que na Umbanda orixá não incorpora para trabalhar. Sendo
assim, a linha de Exu do Ouro vai se encaixar nessa concepção conferindo a ela o
trabalho à esquerda de mamãe Oxum em nosso plano físico.
Como o entendimento dessa linhagem ainda é nova para a maioria das pessoas e pouco se
sabe sobre seus mistérios, a forma com que nos relacionamos com essa força se dá na
maioria das vezes por meio do culto que é estabelecido uma ou duas vezes por ano – mas
isso, claro, pode variar de acordo com os fundamentos da casa de fé.
Como dito a linha de Exu do Ouro está sob a imantação de Oxum e por isso evoluem sob a
frequência, iluminação e axé dessa Orixá e entendendo essa regência já temos diversos
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assuntos à se explorar sobre o trabalho desenvolvido por Exu do Ouro, bem como, que
nesta irradiação encontramos um dos fragmentos das diversas formas de amor propagadas
por Oxum.
Exemplificando essa questão no Treinamento EXU DO OURO dizendo que podemos
entender a manifestação de Exu do Ouro como um trabalho regido por uma das
particularidades do mistério do amor, que para nós se dá por meio da prosperidade.
As entidades da linha de Oxum

As entidades dessa linha são extremamente evoluídas. São externadas pelos seus cavalos.
Possuem vozes infantis e vivas, com modo sereno. No plano de protetores, costumam
sentar no chão para comer coisas doces. Suas melodias são alegres e em algumas
ocasiões tristes. Falam muito em papai e mamãe do céu, bem como de mantos sagrados.
Os exus da linha de Oxum são os que mais representam a pureza extrema das crianças e o
amor. Por isso, são os que mais trazem o tom de “inocente” a essa vibração espiritual.

Os Exus da linha de Oxum

Conhecido como Exus-Mirins, os Exus da linha de Oxum atuam na linha da esquerda da


Umbanda. Nem todos se apresentam na forma de criança, sendo alguns mais próximos da
forma de adolescentes com sua rebeldia da fase transitória para a vida adulta, em busca de
uma identidade, como nós nesse período da vida.
Anteriormente, era comum vê-los ser expulsos dos terreiros por puro preconceito, mas hoje
a aceitação de suas traquinagens é uma forma de encontrar a resolução para diversos
problemas de ordem espiritual.
Ao serem incorporados, os Exus da linha de Oxum costumam expulsar o que há de negativo
em seu médium. Suas travessuras nada mais são do que um reflexo das características
ruins de quem o incorporou. Expor tais comportamentos faz o próprio médium pensar
melhor acerca de seus comportamentos, alguns que sequer sabia nutrir dentro de si.
Dentre alguns exemplos de Exus da linha de Oxum, estão eles:

• Toquinho da Calunga
• Caveirinha
• Calunguinha
• Porteirinha
• Corisco
• Quebra Osso
• Poeirinha
• Covinha
• Joãozinho Navalha
• Brasinha
• Foguinho
• Zezinho da Encruzilhada
• Pedrinho do Cemitério
• Mariazinha do Cemitério
• Chuvisco
• Rosinha do Cemitério
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CAPITULO 9 – POMBA GIRA ROSA DO OURO

Rosa do Ouro é uma linda Flor do Divino Tesouro do Reino do AMOR da Mamãe OXUM!
É a Senhora Pomba gira que nos convida a buscar esse AMOR que limpa e liberta:
Vem auxiliar a quem sofre o peso da mágoa que o nosso coração aperta, a nos impor
restrições...
Vem para endireitar nossos caminhos, um a um,
Apontando que é preciso ter Amor no coração para a Prosperidade alcançar:
Porque o Amor é a maior Riqueza que se pode sonhar!
Por isso, ela fala aos nossos corações que é preciso ter bons sentimentos,
Clarear os pensamentos e dulcificar as emoções,
Pra que a Vida Maior nos responda com chuvas e chuvas de Bênçãos!...
Quando ela pede, faceira, ao aflito que a procura,
A oferenda singela de uma moeda ou de uma rosa amarela,
Está mostrando que a Vida nos pede o primeiro passo:
Pede troca, pede beleza, pede o melhor que nós temos,
Pra se alcançar a Cura de qualquer tipo de dor
E viver pleno da Riqueza Suprema que obtemos
No Regaço da Mãe Divina do AMOR!...
Rosa do Ouro é a Flor-Mulher que exala o doce Perfume do AMOR que a cativou!...
Por isso ela vem nos ensinar a esse Caminho trilhar,
Para também nos brindar com o OURO que a iluminou!...
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Salve, ó Senhora!
Salve o teu giro, a tua dança!
Salve a tua graça que nos encanta!
Salve o AMOR que exala do teu Ser!
Ajuda-nos, ó Querida,
A valorizar nossa vida,
Pra mais do OURO de DEUS receber!
Laroyê, Senhora Pomba gira Rosa do Ouro!

CAPITULO 10 – ASSENTAMENTO DA DIVINA MÃE OXUM

Uma das maiores dificuldades para os médiuns umbandistas encontra-se no campo dos
assentamentos de forças e de poderes que lhes darão a sustentação, a defesa e o amparo
em seus trabalhos ou em suas sessões espirituais.

a. Força e Poder

O assunto é complexo e sua abordagem é delicada porque, tal como no campo das
oferendas, algumas coisas mudam de pessoa para pessoa e o que é certo e necessário
para uma não é para outra força (ou outro poder).

• Usamos a palavra força para o que é espiritual ou provem do espírito.

• Usamos a palavra poder para o que é divino ou provem da divindade.

O que é espiritual não é divino e vice-versa. Logo, é necessário que usemos as palavras
que diferenciem e classifiquem corretamente as entidades que formam o lado invisível da
criação e que estão dando sustentação a Umbanda.

Poder é algo permanente, estável e realiza-se por si só na vida de seus beneficiários, não
dependendo de nada além de Deus para influir sobre tudo e todos em seu campo ou faixa
de atuação.

Força é algo transitório, instável e em permanente evolução, as vezes mostrando-se em seu


estado potencial e outras mostrando-se em atividade, sempre dependendo da existência do
poder para ser colocado em movimento e beneficiar-nos.
Há diferença entre poder e força e entre divindade e espírito.
A divindade é o poder, o espírito é a força!
A divindade realiza-se por si na vida dos seres porque é em si a ação, enquanto o espírito
só pode e consegue agir sobre os seres se a divindade lhe conceder poderes para tanto.

Tomemos como exemplo o Orixá Ogum e os Caboclos de Ogum, para que não fiquem
dúvidas quanto as diferenças que existem entre poder e força.
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• Ogum é Orixá ordenador da criação e modelador do caráter e da moral dos seres, visto
que ele é o poder em si manifestado por Deus para atuar sobre tudo e todos ao mesmo
tempo sem que nunca perca seu poder se atuação; nunca se enfraqueça; nunca deixe de
ser onipotente, onisciente e oniquerente.

Ogum é o poder de Deus em ação permanente, imutável e intransferível; o que Ogum faz só
Ogum pode e consegue fazer.

Ele independe de algo mais de Deus para ser o que é ou como é, e nada posterior ou
inferior a ele influencia-o ou altera esse seu estado de ser e de poder.

Ele modela o caráter e a moral dos seres. Independentemente de sua vontade, sua
influência se faz sentir na própria consciência de todos os transgressores das leis divinas e
humanas, não importando se conhecem ou não Ogum, pois “ogum é um dos nomes
humanos já dados a esse poder, que já recebeu outros nomes e no futuro receberá outros.

Tenha o nome que lhe for dado, ainda assim ele continuará a ser o que é: o poder
modelador do caráter e da moral dos seres e o ordenador divino dos procedimentos.

O poder de Ogum é inalterável, estável, permanente e independe de um nome para atuar


sobre tudo e todos em sua faixa ou campo de atuação na criação.

Isso, para nós, é o poder e está bem definido!

Quanto a força pegamos como exemplo para defini-la os Caboclos de Ogum, para que fique
bem claro o seu significado.

Um Caboclo de Ogum é um espírito em constante evolução consciência e, a partir dessa


sua evolução, novos campos ou faixas de atuação vão lhe sendo abertas pelo Orixá ou
poder Ogum.

Quanto mais o Caboclo de Ogum evolui e se aperfeiçoa consciencialmente, maior é o seu


campo de ação e maior é seu poder de atuação sobre outros seres espirituais, aos quais
ampara, direciona e modela no caráter e na moral.

Enquanto atua de dentro para fora dos seres, o Caboclo de Ogum atua de fora para dentro.

• O poder realiza-se por si só.

• A força só se realiza por intermédio de algo ou de alguém.

• O poder tem atuação permanente e atua “por dentro” das coisas ou dos seres.

• A força tem atuação limitada no tempo e atua “por fora” das coisas ou dos seres.

O poder regula a natureza, seja a de um ser ou do meio em que ele vive, proporcionando-
lhes estabilidade e equilíbrio interior.

A força altera essas naturezas, proporcionando-lhes alterações e reequilíbrios ou


adaptações exteriores.
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Em um meio cuja a natureza é fria, tal como as regiões próximas dos polos, vivem seres
(animais, aves, peixes, plantas, etc.) específicos dele. Já nós, os seres humanos, se
quisermos viver nessas regiões, temos que construir moradias especiais; temos de cobrir
nosso corpo com roupas especiais e temos de trazer de longe alguns artigos indispensáveis
à nossa sobrevivência.

• A natureza terrestre é regulada pelo poder. Nós recorremos à força para alterarmos o meio
natural de alguma forma, adaptando-o externamente às nossas necessidades porque,
“internamente”, as regiões polares sempre serão frias e não conseguiremos mudar esse seu
“estado”.

Recorrendo a esse exemplo, podemos diferenciar o poder e a força porque enquanto poder
ele faz os polos serem como são e esta, enquanto força, só pode alterá-lo se criar
adaptações para que os seres não pertencentes à sua natureza neles sobrevivam.

O poder de Ogum, por modelar de dentro para fora, faz com que os meios sejam como são,
cada um com sua natureza específica. E o mesmo faz os seres, proporcionando uma
natureza intima específica para cada espécie.

• Os peixes são como são.

• As aves são como são.

• Os bichos são como são.

Vivendo em seus habitats naturais, são hoje como eram no passado pré-histórico e esse
“modo de ser” de cada espécie permaneceu inalterado ao longo dos tempos. Se ocorreram
mudanças, elas foram “por fora”, para adaptá-los a algumas mudanças físicas e climáticas.

Conosco também ocorreu isso e “internamente” somos os mesmos que éramos quando
Deus nos criou.

Nossa natureza íntima permaneceu inalterada e, se ocorreram mudanças, foram externas.

• O poder modela as coisas (natureza, seres, espécies inferiores, etc.) de dentro para fora,
dando-lhes um estado específico que é permanente, diferenciando umas das outras e
qualificando-as.

• A força entra em ação quando as alterações exteriores começam a descaracterizar as


coisas, desqualificando-as ou desequilibrando-as.

Por isso Ogum (o poder) tem nos espíritos graduados como instrumentos da lei suas forças,
que são colocadas em ação sempre que as atuações de dentro para fora já não são
suficientes para manter o equilíbrio.

É nesse ponto, nessa necessidade da atuação de fora para dentro, que os espíritos (a força)
adquirem importância e tornam-se indispensáveis para a manutenção do equilíbrio entre o
lado interior e o lado exterior dos seres, dos seres e da própria criação como um todo.

Como o lado divino da criação atua de dentro para fora e os Orixás vivem no seu lado
divino, foi preciso a criação de algo que permitisse a exteriorização desse poder e sua
colocação em ação a partir do próprio meio em que os seres vivem.
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Dessa necessidade surgiram os santuários naturais, os templos, os altares, os


assentamentos, as firmezas, as oferendas, as imagens, os instrumentos mágicos, etc.

Não se trata de animismo, de paganismo, de idolatria, de fetichismo etc., mas de formas de


exteriorização do poder para que melhor ele possa nos auxiliares e nos beneficiar “dentro”
do próprio meio em que vivemos.

Como nosso assunto são assentamento de poderes e de focas pelos médiuns e dirigentes
espirituais umbandistas, cremos que está justificado o ato de assentarem os orixás e guias
espirituais para que melhor possam ajudar as pessoas necessitadas desse auxilio adicional
que Deus nos franqueou e colocou à nossa disposição.

Um assentamento é um local especial porque nele há um portal “tridimensional” que


interage de forma permanente entre as três dimensões ou lados da vida: o lado divino, o
natural e o espiritual.

Essas três dimensões ou lados da vida já interagem de forma permanente nos santuários
naturais consagrados aos poderes e às forças e neles podemos entrar e trabalhar em nosso
benefício ou no dos nossos semelhantes.

Mas em nossa casa ou em nosso centro, aí se faz necessário o auxílio dos assentamentos
para que os três lados possam interagir e realizar ações corretas em benefício dos
necessitados, sem que estes tenham de ir até a natureza continuamente.

Assentam-se forças divinas, naturais e espirituais.

Esses assentamentos são importantes porque são em si portais multidimensionais e


interagem com realidades de vida ainda desconhecidas por nós, os espíritos encarnados.

Mas, como afirmamos no início dessa introdução, uma das maiores dificuldades dos
médiuns e dirigentes umbandistas reside nesse campo porque há um grande
desconhecimento sobre assentamentos e firmezas dos poderes e forças que sustentam e se
manifestam por intermédio da religião e da mediunidade dos seus praticantes.

• Um assentamento é algo abrangente e envolve todo um poder.


• Uma firmeza é algo mais limitado e concentra-se em uma entidade, seja ela divina, natural
ou espiritual.

Firma-se um Orixá, um ser da natureza ou um espírito! Agora, um assentamento é algo tão


abrangente que ele por si só é realizador e é capaz de dar sustentação a todas as ações
realizadas dentro do campo abrangido por ele: o Centro de Umbanda, o terreiro ou
barracão.

b. O que é um assentamento?

Assentamento é o local onde são colocados alguns elementos com poderes magísticos,
com a finalidade de criar um ponto de proteção, defesa, descarga e irradiação.

Um assentamento pode ser destinado a uma só força ou poder ou a várias. Mas, em geral,
faz-se um para cada força ou poder que se deseja assentar.
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- Por que assentar uma força ou poder?

Bom, as forças vivem no plano espiritual e os poderes vivem no plano divino da criação, e,
a partir deles, enviam-nos suas vibrações, auxiliando os trabalhos espirituais que são
realizados nos Centros de Umbanda.

Esse auxílio é natural porque se processa religiosamente. Mas, como em um trabalho


espiritual vem pessoas com poderosas cargas negativas, é preciso que exista no plano
material pontos de descarga que possam absorvê-las e enviá-las de volta à faixas
vibratórias negativas.

Esta é um a das funções de um assentamento de força e de poderes.

A entidade assentada (Orixá ou Guia Espiritual) tem no assentamento elementos com


poderes mágicos, os quais utiliza ativando-os segundo as necessidades do Centro, do
trabalho espiritual e dos médiuns.

Em regra, faz-se um assentamento central e daí em diante começa a firmeza de outras


forças ou de outros poderes ao seu redor, aumentando seu campo de ação e de atuações.

Se é o assentamento de um Orixá, outros não devem ser assentados ao redor ou ao lado


dele, porque cada um é um poder realizador em si mesmo, e dois ou mais assentamentos
dentro de um mesmo ambiente criam dois pontos distintos que farão a mesma coisa e o
recomendado é que, caso alguém queira assentar dois ou mais Guias ou Orixás, então deve
reservar um ambiente para cada um, separando-os e isolando-os para que suas vibrações,
irradiações, ações e atuações não se misturem e não se confundam. Por isso existem os
assentamentos e a firmezas.

Os assentamentos criam vórtices ou “pontos de forças”, enquanto as firmezas de outros


guias e Orixás dotam-no de um maior poder de realização.

Esse aumento de poder de realização deve-se ao fato de que os Guias e os Orixás firmados
ao redor do assentamento central “emprestam-lhe suas forças e poderes e abrem-lhe seus
campos de ações e atuações, aumentando o leque de opções ao Guia ou ao Orixá
assentado, que lhe repassará atribuições às quais exercerão com desenvoltura, porque
terão no assentamento um poderoso ponto de descarga, de proteção e de auxílio nas suas
ações mais profundas.

Normalmente se assentam o guia-chefe e o Orixá regente da coroa do dirigente espiritual,


assim como ao seu Exu e/ou sua Pomba-gira guardiã.

• Os assentamentos do Guia-Chefe e do Orixá devem estar localizados dentro da


construção que abriga o terreiro.

• Os assentamentos do Exu e/ou da Pomba-gira guardiã devem ser feitos do lado de fora da
construção principal que abriga o terreiro, ainda que também possa estar dentro de outra
construção de menor porte.

O ideal (ainda que isso nem sempre seja possível) é que os assentamentos dos Orixás e
dos Guias-Chefes da direita e da esquerda se localizem em cômodos isolados e com
acesso restrito, inacessível ao público.
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Quando o centro não tem espaço para tanto, aí o recomendado é que assentem o Orixá e o
guia-chefe da direita sob o altar e o Exu e/ou a Pomba-gira guardião em uma casinhola na
entrada do terreno que abriga o terreiro.

Centros localizados em terrenos e construções amplas tem mais facilidade para fazê-los. Já
nos menores, aí é preciso um pouco de criatividade para fazer os assentamentos e as
firmezas ao redor.

c. O que é uma Firmeza?

A firmeza de uma força ou de um poder; pode ser feita ao redor de um assentamento ou


independente dele.

Firmar um guia espiritual ou um Orixá significa proporcionar-lhe condições mínimas para


que tenha um ponto fico onde receba os pedidos de auxílio; de oferendas, etc.

A firmeza assemelha-se a um assentamento, mas tem menos recursos ou poderes de


realização, pois é uma simplificação dele e destina-se a facilitar a atuação das entidades.

Um assentamento cria um vórtice e um campo eletromagnético que interagem com outras


dimensões da vida de forma permanente, sendo em si um “ponto de força” localizado nas
dependências do terreiro.

Enquanto uma firmeza cria um ponto de sustentação para as ações da entidade firmada,
dando-lhe um pouco mais de segurança para que possa resistir às reações das suas
atuações em benefício das pessoas necessitadas do seu auxilio.

• Um assentamento assemelha-se a uma fortaleza que abriga um exército completo, com


todas as suas divisões.

• Uma firmeza assemelha-se a instalação avançada de uma divisão.

No assentamento estão todas as divisões, na firmeza está somente uma (a da entidade


firmada).

• Um assentamento é algo definitivo, uma firmeza pode ser transitória.

• Um assentamento deve ser iluminado de forma permanente e deve ser alimentado


periodicamente com elementos predeterminados.

Uma firmeza pode ser iluminada periodicamente e pode ser realimentada de vez em
quando.

Um assentamento deve ter um dia definido na semana para ser iluminado e realimentado; já
uma firmeza, deve ser iluminada e realimentada sempre que o seu zelador fizer um novo
pedido de auxílio à entidade firmada.

Assentamento e firmeza são similares e a segunda é uma simplificação do primeiro, mas


tem as mesmas funções, que é protegerem, sustentarem e ampararem algo ou alguém.

d. O Assentamento da Divina Mãe Oxum


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01. Toalha branca para cobrir a cabeça;


02. Uma quartinha de louça branca feminina (com asas);
03. Um punhado de cristais coloridos, pedras do rio e búzios;
04. Um punhado de pétalas de rosa amarela;
05. Um pedaço de tecido amarelo ou dourado;
06. Um feixe de fitas finas coloridas, com exceção da preta;
07. Sete velas brancas;
08. Sete velas azuis;
09. Sete velas amarelas;
10. Flores e frutos diversos;
11. Champanhe rose;
12. Licor de Cereja;
13. Essências de rosas.

Procedimento:

01. Ir a uma cachoeira e abrir uma oferenda para Mãe Oxum com os itens 07 a 13.
02. Lavar a quartinha, os cristais, pedras de rio, os búzios e as pétalas de rosas na
cachoeira;
03. Banhar-se na cachoeira com a roupa do corpo;
04. Cobrir a cabeça com a toalha branca após o banho;
05. Incorporar ali, com os pés dentro d'água, a Oxum pessoal;
06. Um cambone de confiança deverá passar para as mãos dela esses elementos,
nessa ordem:
• Entregar a quartinha para a Mãe Oxum, colher água da cachoeira e cruzá-la ou
imantá-la;
• Entregar-lhe o punhado de cristais coloridos;
• Entregar nas mãos dela o punhado de pétalas de rosa;
• Entregar-lhe o pano amarelo ou dourado, que será colocado como uma capa na
quartinha.
07. O feixe de fitas deverá ser amarrado pelo cambone de tal forma que as pontas
fiquem enfiadas por dentro das alças e presas ao redor do gargalo;
08. Com as fitas amarradas, o cambone pegará a quartinha das mãos da Mãe Oxum e a
colocará no centro da oferenda para ali receber a imantação da Mãe Oxum Maior;
09. Após 33 minutos a quartinha poderá ser lacrada com plástico ou filme e tampada
para que não derrame sua água durante o transporte até o terreiro;
10. Semanalmente trocar a água e adicionar um punhado de pétalas de rosa amarela.
Usar água da cachoeira, se possível, ou água mineral sem gás.

(Escola de Magia Divina Luz do Oriente – Sacerdócio de Umbanda na Angola – agosto/2018)


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CAPITULO 11 – ATO DEVOCIONAL DE OXUM

Ato devocional é uma ação praticada a partir de nossa fé nos poderes do nosso divino
criador Olorum e nos dos nossos Sagrados Orixás.

Nossa fé é o elo com os poderes deles e além de canaliza-los e direciona-los para


onde e para quem queremos ajudar, a força da nossa fé alimenta toda a ação que estará
sendo realizada para os beneficiários do nosso ato devocional, que tem um momento para
começar, mas que se desdobra no tempo e se prolonga na vida das pessoas beneficiadas.

Todo ato devocional se sustenta nos nossos sentimentos de fé, amor, compaixão e
piedade para com nossos semelhantes, aos quais queremos vê-los bem e atendem aos
propósitos divinos, pois são através deles que os poderes de Olorum e dos Sagrados Orixás
fluem para as pessoas beneficiarias da nossa devoção religiosa, sustentadora de todos os
nossos atos em prol dos nossos semelhantes encarnados e os desencarnados, mas que
também necessitam do nosso auxilio.

O ato devocional umbandista, quando praticado com amor, compaixão e piedade para
com os espíritos sofredores é tão poderoso que de nossas mãos saem feixes de luzes que
os envolvem e cura-os, que os aliviam de seus sofrimentos e pacificam seus íntimos,
atormentados pelos rigores da lei para com os que, aqui na terra, se entregaram de corpo e
alma às coisas mundanas e se esqueceram de que a vida não se acaba com a morte do
corpo físico, mas sim, se prolonga no plano espiritual, onde haveremos de colher os frutos
de nossa passagem terrena, materialista ou espiritualizadora.

O umbandista deve crer no poder do nosso divino Criador Olorum e no dos Sagrados
Orixás, as potencias criadoras e governadoras da Criação.

O poder do ato devocional umbandista é tão grande que, quando direcionado para
alguém necessitado, dispensa a ida da pessoa à natureza e tudo acontece a partir de uma
única vela, de um copo com água, de um ramo de erva e de uma oração em benefício dos
necessitados.
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Poucos prestam muita atenção às recomendações dos guias espirituais quando eles
mandam os consulentes acenderem uma vela em sua casa para Deus e determinado Orixá,
mas o guia está praticando um ato devocional, pois estará na casa da pessoa e, após ela
fazer o que foi pedido, ele ativará, através de um ato devocional, o poder do Orixá em
benefício da pessoa necessitada, inundando sua casa e sua vida com as luzes vivas e
divinas, que tem poder de realização porque proveem diretamente dos seus irradiadores
divinos.

Ato devocional para mamãe Oxum

1. Quartinha de louça branca com asas

2. Três ervas de preferência frescas (vide ervas de Oxum)

3. Água mineral ou da cachoeira

4. Nomes inteiros das pessoas que gostaria de ajudar mais o seu nome

5. Pano branco

Esse ato devocional serve para ajudar na cura, para equilibrar, para abrir caminhos, (boa
para tudo)

Como fazer:

Primeiramente devemos macerar as ervas de oxum junto com a água. Pegar os nomes
completos das pessoas e colocar dentro da quartinha. Colocar o amanci dentro da quartinha
por cima dos nomes.

Em seguida com a quartinha aberta fazer a seguinte oração:

Consagro está quartinha ao meu pai Olorum, ao meu pai Oxalá e a minha mãe Oxum. Peço
lhes reverentemente que irradie para dentro dela vossas vibrações vivas e divinas,
concentrando as no líquido dentro delas, para que assim as pessoas cujos os nomes aí se
encontram , comecem a ser limpas, purificadas de todos os tipos de negativismos , e tanto
seus espíritos quanto seus corpos sejam regenerados , curados e positivados, devolvendo -
lhes o bem estar físico e espiritual.
Peço lhes também que caso algum deles estejam sendo vítimas de perseguições espirituais
ou de magias negativas que estás sejam recolhidas dentro do mistério das 7 quartinhas
sagradas e por sejam descentralizados de seus negativismos e sejam neutralizados para
que deixem de atuar contra suas vítimas e retornarem as suas evoluções em paz, harmonia
e equilíbrio
Amém

Depois da oração tampar a quartinha com o pano branco.


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Após 7 dias derramar o conteúdo na terra e lavar a quartinha para a próxima vez.

(Pai Rubens Saraceni)

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENISTE, José. Mitos yorubas. O outro lado do conhecimento. Rio de Janeiro,


Bertrand Brasil, 2006.

PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás.

CECATO, Solange Aparecida, As Lendas na sala de aula como fonte conhecimento


de culturas.

SOUZA, Marina de Mello, África e Brasil Africano, São Paulo: Ática, 2008.

BARCELLOS, Mário C., Os Orixás e o Segredo da Vida, Pallas

SARACENI, Rubens, Rituais Umbandistas, Editora Madras

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