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com
Glossário
Para afiliações numeradas, consulte o
final do artigo.
Correspondência para
Dr. Charlie Rioux, Departamento
de Psicologia, Universidade de
Manitoba, Winnipeg, Canadá;
charlie.rioux@umanitoba.ca
Recebido em 20 de abril de 2022
Aceito em 7 de junho de 2022
Publicado online primeiro
20 de junho de 2022
© Autor(es) (ou seu(s)
empregador(es)) 2022. Não
reutilização comercial. Consulte
direitos e permissões. Publicado por
BMJ.
Citar:Rioux C, Paré A, London-
Nadeau K,e outros J
Epidemiologia Saúde
Comunitária 2022;76:764–768.
764
Sexo e terminologia de gênero: um glossário para
epidemiologia inclusiva de gênero
Charlie Rioux ,1,2,3Ash Pare , 4Kira
London-Nadeau,5,6Robert-Paul Juster,7,8,9
Scott Weedon,10Sydney Levasseur-Puhach,1Makayla Freeman,3,11Leslie E Roos,1,2
Lianne M Tomfohr-Madsen3,11,12,13,14
ABSTRATO
Há um interesse crescente na inclusão, diversidade e
representatividade na pesquisa epidemiológica e de saúde
comunitária. Apesar desse progresso, a incompreensão e a
fusão de sexo e gênero impediram a descrição precisa de sexo
e gênero como amostra demográfica e sua inclusão na
investigação científica com o objetivo de distinguir disparidades
de saúde devido a sistemas biológicos, experiências de gênero
ou suas interações sociais e ambientais. O presente glossário
visa definir e melhorar a compreensão da atual terminologia
relacionada ao sexo e ao gênero como um passo importante
para a pesquisa epidemiológica inclusiva de gênero.
Efetivamente, uma compreensão adequada de sexo, gênero e
suas sutilezas, bem como o reconhecimento e inclusão de
diversas identidades e modalidades de gênero podem tornar a
epidemiologia não apenas mais equitativa, mas também mais
cientificamente preciso e representativo. Por sua vez, isso pode
melhorar os esforços de saúde pública destinados a promover
o bem-estar de todas as comunidades e reduzir as
desigualdades em saúde.
INTRODUÇÃO
Embora as discussões públicas e acadêmicas sobre gênero
sejam relativamente recentes, com o interesse da pesquisa
na saúde em nível populacional de pessoas com diversidade
de gênero começando a aumentar na última década,1
a diversidade de gênero não é um fenômeno novo. A diversidade
de gênero tem sido reconhecida há muito tempo em culturas ao
redor do mundo.2Enquanto isso, nos países ocidentais, dados
sobre gênero além do sexo atribuído no nascimento raramente
são coletados,3 4com o Canadá sendo o primeiro país a incluir
gênero em seu censo nacional de 2021.5Apesar dessa
incapacidade de quantificar adequadamente a diversidade de
gênero, identidades e experiências não cisgênero sempre
estiveram presentes nas sociedades ocidentais, mas têm uma
longa história de repressão, opressão e patologização. A
diversidade de gênero gradualmente ganhou visibilidade nas
sociedades ocidentais, primeiro por meio de grupos de direitos
dos transgêneros, seguido por uma maior representação na
política, na cultura popular, na mídia tradicional e nos espaços
online.6 7Isso criou oportunidades para interações e o
desenvolvimento de comunidades onde as pessoas podem
expressar e definir autenticamente seu próprio senso de
identidade, levando, por sua vez, à oportunidade de desenvolver
um léxico que descreva a diversidade humana em modalidades e
identidades de gênero.8 9Este léxico, no entanto, permanece
amplamente ausente na literatura epidemiológica.
Apesar da maior conscientização sobre a importância da
inclusão, diversidade e representatividade, a maioria
Rioux C,e outros J Epidemiologia Saúde Comunitária2022;76:764–768. doi:10.1136/jech-2022-219171
J Epidemiol Community Health: publicado pela primeira vez como 10.1136/jech-2022-219171 em 20 de junho de 2022.http://jech.bmj.com/em 26 de novembro de 2022 por convidado. Protegida pela
da literatura epidemiológica permanece enquadrada de
forma dicotômica quando se refere a sexo e gênero.
Além disso, a inclusão de gênero além do conceito de
mulheres e homens ainda está em sua infância.10 11
O primeiro passo para a pesquisa epidemiológica inclusiva
de gênero é uma compreensão adequada de sexo, gênero e
terminologia relacionada. De fato, a distinção adequada de
termos relacionados a sexo e gênero, e o esclarecimento de
seu significado, é essencial para apoiar tanto a descrição
precisa de gênero como uma amostra demográfica quanto
sua inclusão na investigação científica sobre os
determinantes biológicos e sociais da saúde.
Para resolver isso, o presente glossário cobre a
terminologia atual relacionada a sexo e gênero.
Várias fontes foram consultadas como base geral
para as definições fornecidas neste glossário: The
American Psychological Association,12PFLAG,13
Thornee outros,14Change outros15e a experiência dos
direito autoral.
autores deste artigo—referências adicionais que são
específicas de declarações são fornecidas ao longo.
SEXO E GÊNERO
Embora sexo e gênero possam representar construtos
diferentes, eles permanecem frequentemente confundidos na
pesquisa epidemiológica e os termos são frequentemente
usados de forma intercambiável.10 16–18Seus respectivos usos
têm uma longa história que é moldada tanto por forças culturais
e políticas quanto por pesquisas científicas.19 20
Muitos pesquisadores usam 'sexo ' para se referir à classificação
sistemática como masculino, feminino ou intersexo atribuído no
nascimento com base na avaliação da anatomia visual. O sexo
inclui vários processos biológicos que se acredita estarem
ligados à morfologia externa, incluindo órgãos reprodutivos,
genes, hormônios, gônadas, cromossomos, características
sexuais secundárias e o cérebro. Essas características, no
entanto, não estão perfeitamente correlacionadas e podem
mudar ao longo do tempo, sem limite ou marcador biológico
delineando claramente os sexos 'masculino' e 'feminino'.21 22
Assim, enquanto o sexo é frequentemente pensado como uma
característica exclusivamente biológica, é uma classificação
socialmente construída em que o sexo é atribuído
exclusivamente com base na avaliação da genitália externa no
nascimento com base em expectativas de 'normalidade
biológica', onde as normas estatísticas e culturalmente
informadas suposições sobre como os corpos deveriam parecer
transmitem ideias sobre como as características biológicas
coexistem.23 24Isso torna o sexo um julgamento imbuído de
suposições e informado por expectativas e práticas sociais
ancoradas em um quadro epistemológico onde há dois sexos
biológicos e aqueles que não se conformam têm um

'distúrbio do desenvolvimento sexual'.21Essa visão concebe muitas
diferenças biológicas que não afetam a saúde de um indivíduo como um
distúrbio que requer tratamento, em vez de reconhecer que os sistemas
biológicos são complexos e não se alinham perfeitamente com nossa
estrutura social.21 25Uma vez que o sexo atribuído no nascimento pode ou
não corresponder, dentro de uma pessoa e ao longo do tempo, com
cromossomos, hormônios, características sexuais secundárias, genitália e/
ou órgãos reprodutivos, e nem todos os componentes de nossa biologia
estão incluídos no que descrevemos como sexo, as Diretrizes de Prática
Clínica da Endocrine Society recomendam que o termo sexo “biológico”
seja evitado.26
Gênero é uma configuração social que reúne os papéis,
comportamentos, atividades, sentimentos, atitudes e atributos que
uma determinada sociedade normalmente associa ao ser masculino
ou feminino. importante, enquantomacho,fêmeaeintersexualsão
sexos, mulheresehomenssão duas das muitas identidades de gênero
(veja abaixo) — usar os termos 'masculino' e 'feminino' como
substantivos para descrever humanos e sua identidade de gênero é
depreciativo. Gênero difere de orientação sexual eorientação
romântica , que têm implicações separadas e cruzadas para os
resultados e determinantes da saúde27–29e referem-se amplamente ao
grau em que uma pessoa sente atração sexual e/ou atração
emocional ou romântica, bem como à direcionalidade dessas atrações
em termos de gênero(s).12 30Orientações sexuais e românticas são
independentes de sexo e gênero, pois pessoas de todos os gêneros
podem se identificar como heterossexuais ou não heterossexuais, e
não há orientação sexual ou romântica específica de gênero.
Sexo e gênero são importantes para a pesquisa epidemiológica.
Um forte corpo de pesquisa sustenta que existem diferenças e
semelhanças na epidemiologia, patogênese, manifestação e
diagnóstico de doenças físicas e mentais com base em sexo e gênero.
31–33É importante ressaltar que, quando sexo e gênero não são
examinados separadamente, os resultados podem ser atribuídos ao
sexo quando estão mais especificamente relacionados ao gênero ou à
interação entre sexo e gênero.34
Em geral, sexo e gênero capturam diferentes aspectos da
suscetibilidade epidemiológica. Por um lado, acredita-se que as diferenças
sexuais resultem de fatores genéticos, epigenéticos, hormonais e/ou
fisiológicos, e geralmente examinadas em termos de diferentes sistemas
biológicos que levam a diferenças na suscetibilidade e manifestação de
doenças.32Por outro lado, as diferenças de gênero decorrem de estruturas
de poder, posição social, desigualdades e normas comportamentais
restritivas que influenciam padrões de exposição a riscos, comportamentos
de saúde, acesso a cuidados e outros caminhos para a saúde e o bem-
estar.31Assim, usar 'sexo' e 'gênero' de forma intercambiável leva a
relatórios científicos imprecisos de duas construções importantes que têm
implicações diferentes para a saúde da população.
Ao confundir sexo e gênero na epidemiologia, não se pode
entender adequadamente se as diferenças e semelhanças observadas
se devem a sistemas biológicos, experiências de gênero ou sua
interação, afetando, por sua vez, a qualidade das intervenções de
saúde pública que podem exigir o direcionamento da discriminação
de gênero, comportamento de gênero e socialização de gênero .35
Observe que, embora o sexo atribuído no nascimento possa ser
usado em estudos epidemiológicos de coorte como um proxy de
sistemas biológicos, as limitações dessa medida em termos de
correspondência com genitália, órgãos, genética e hormônios devem
ser reconhecidas. Por exemplo, a pesquisa mostra que, mesmo
quando a genética, os órgãos reprodutivos e a genitália (às vezes
referidos como (sexo genético-gonadal-genital (3G-sexo)) são
dimórficos e consistentes, as características comumente associadas
ao sexo, incluindo hormônios, sistemas cerebrais e anatomia
diferente de genitália (por exemplo, seios, pelos faciais/corporais),
não são dimórficos ou internamente consistentes.36
Rioux C,e outros J Epidemiologia Saúde Comunitária2022;76:764–768. doi:10.1136/jech-2022-219171
Glossário
J Epidemiol Community Health: publicado pela primeira vez como 10.1136/jech-2022-219171 em 20 de junho de 2022.http://jech.bmj.com/em 26 de novembro de 2022 por convidado. Protegida pela
No futuro, distinguir sexo fenotípico, genotípico e hormonal, bem
como medir hormônios, sistemas de órgãos e processos fisiológicos
em si, pode melhorar a compreensão do papel das características
sexuais como determinantes dinâmicos e multidimensionais da saúde
que podem mudar ao longo do tempo em interação com o meio
ambiente para prever resultados de saúde.10 37 38O próprio sexo é um
construto multidimensional que não pode ser englobado por uma
variável categórica dada a ampla variabilidade interindividual e
intraindividual. Ao reconhecer esta multidimensionalidade, pode-se
adotar uma estrutura de contextualismo sexual, na medida em que o
sexo é operacionalizado, contextualizado e justificadamente medido
com base no contexto da pesquisa, ver referência39.
Observamos que estudiosas feministas de estudos de ciência e
tecnologia levaram ainda mais a pensar sobre o relegamento do sexo
à biologia e do gênero aos determinantes socioculturais, como fatos
biológicos aparentemente sólidos que instanciam o sexo ainda podem
ser moldados por determinantes culturais, sociais e econômicos. O
conceito de 'gênero/sexo' foi proposto como uma estratégia
terminológica para enredar socialização, história, biologia, saúde e
evolução e abordar melhor sexo e gênero em sua complexidade
multifacetada.23 38 40 41Esta pesquisa de ciências sociais e humanas
destaca que, à medida que a epidemiologia avança em direção a uma
melhor compreensão do sexo, gênero e sua interação, precisamos
estar cientes de que uma separação completa de sexo e gênero como
determinantes da saúde pode não ser possível devido a emaranhados
biosocioculturais.
O BINÁRIO GÊNERO/SEXO
A tendência das pesquisas epidemiológicas de se referirem apenas a
homens e mulheres quando mencionam gênero10 16–18e usar
direito autoral.
exclusivamente a genitália externa avaliada no nascimento para medir o
sexo reflete como esta pesquisa permanece enraizada no binário gênero/
sexo. o gênero/sexo binário refere-se a umsistema de crençaonde sexo e
gênero são considerados binários, com duas categorias mutuamente
exclusivas representando homens e mulheres.
O viés em relação ao binário gênero/sexo não é exclusivo da pesquisa
epidemiológica e está presente na pesquisa em saúde em geral (por
exemplo, medicina clínica,42psicologia,43neurociência,34
neuroendocrinologia34). Isso decorre do binarismo gênero/sexo ter sido o
principal sistema social das sociedades ocidentais. Este binário não é
inofensivo, pois o binário gênero/sexo ainda é a principal ideologia
ocidental que legitima a atribuição do gênero no nascimento com base nas
características sexuais e na noção de que ter um sexo de nascimento e
identidade de gênero alinhados é 'normal'.44 45Esse binário de gênero/sexo
oprime as pessoas trans, não binárias e com diversidade de gênero em sua
legitimidade para serem entendidas como 'reais' pela sociedade,
mostrando que esses binários influenciam fortemente as discussões
sociais sobre gênero hoje.46O binário gênero/sexo também pode impedir
uma compreensão adequada das influências biológicas na saúde ao
confundir a genitália externa no nascimento com processos fenotípicos,
genotípicos e hormonais.
O restante deste glossário apresenta a terminologia de gênero
comumente usada hoje em países ocidentais de língua inglesa
que não adere ao sistema de crença binária de gênero.
TERMOS PRINCIPAIS RELACIONADOS À DIVERSIDADE DE GÊNERO
modalidade de gênero é umcategoria abrangenteque se refere à
experiência de gênero de alguém em relação (ou seja, congruência ou
não congruência) ao sexo atribuído no nascimento.47Por exemplo,
mulheres trans e mulheres cis têm a mesma identidade de gênero
(mulher), mas não têm a mesma experiência em sua modalidade de
gênero (cisgênero e transgênero). Definições de modalidades
específicas de gênero são fornecidas em uma seção separada abaixo.
765
 Glossário
Identidade de gênero é umcategoria abrangenteque se refere aos
componentes de gênero que correspondem ao senso de identidade de
uma pessoa em relação ao seu senso de gênero sentido e interior. A
identidade de gênero pode ou não corresponder ao sexo atribuído no
nascimento. Homem, mulher ou não-binário são identidades de gênero;
uma lista de várias identidades de gênero é fornecida em uma seção
separada abaixo.
expressão de gênero refere-se aos componentes de gênero que
correspondem à imagem de gênero de uma pessoa (por exemplo, papéis,
comportamentos, atividades, sentimentos, atitudes, atributos) que
comunica aspectos de gênero à sociedade e influencia como os indivíduos
são percebidos e tratados. A expressão de gênero pode ser comunicada
por meio dos nomes, pronomes ou linguagem específica de gênero de
alguém. Embora muitas vezes sejam vistas como correlacionadas, a
expressão de gênero é essencialmente distinta da identidade de gênero.
Pessoas cis, trans, não binárias e com diversidade de gênero, bem como
pessoas de qualquer orientação sexual ou romântica, podem não se
conformar em sua expressão de gênero, independentemente de sua
identidade de gênero. Além disso, a expressão de gênero sempre faz parte
de um contexto social e não é estática, mas pode mudar em diferentes
contextos e em função dos perfis de papéis de gênero.
MODALIDADES DE GÊNERO
Como mencionado acima, a modalidade de gênero refere-se à
experiência de gênero de uma pessoa em relação ao seu sexo
atribuído no nascimento. A modalidade de gênero inclui, mas não está
restrita a modalidades cisgênero e transgênero.Cisgênero (ou cis) é
umadjetivopara pessoas cuja identidade de gênero corresponde ao
sexo atribuído no nascimento. Isso inclui 'homem' e 'mulher' como
identidades de gênero. Transgênero (ou trans) é umadjetivo e termo
guarda-chuvapara pessoas cuja identidade de gênero difere do sexo
atribuído no nascimento. Isso inclui 'homem', 'mulher', 'não-binário' e
outras identidades de gênero descritas mais abaixo.
Como 'cisgênero', 'cis', 'transgênero' e 'trans' são adjetivos, eles são
usados ao lado de um substantivo (por exemplo, homem cisgênero,
homem cis, homem transgênero, homem trans) sem o uso de um hífen
(por exemplo, trans -mulher, mulher cis) e sem fazer o adjetivo e o
substantivo em uma palavra (por exemplo, mulher trans, mulher cis). As
versões com hífen e uma palavra de identidades não cisgênero são
consideradas depreciativas pelas partes interessadas da comunidade, pois
costumam ser usadas para sublinhar como homens e mulheres cisgêneros
têm uma identidade de gênero diferente dos homens e mulheres
transgêneros. O conceito de modalidade de gênero nos ajuda a entender
que as pessoas trans têm as mesmas identidades de gênero que as
pessoas cis e coloca o foco em como ambos tiveram jornadas diferentes na
construção de suas identidades de gênero. O termo cisgênero é benéfico
para a inclusão, pois reconhece que há uma jornada única envolvida na
construção da identidade de todos, e não apenas das pessoas trans. Por
sua vez, contribui para não diferenciar pessoas trans, não binárias e com
diversidade de gênero.
Pessoas com diversidade de gênero de outras modalidades de gênero também
podem ou não se identificar como transgênero.não binário é umadjetivo e termo
guarda-chuvapara pessoas cuja identidade de gênero não está dentro do binário de
gênero (ou seja, homem ou mulher). Portanto, as pessoas não binárias não se
identificam exclusivamente (ou, em certos casos, de forma alguma) como homem ou
mulher. Pessoas não binárias podem se identificar tanto como homem quanto como
mulher, parcialmente em algum lugar no meio, nenhum e outras várias maneiras. 'Não-
binário' também é usado como uma identidade de gênero independente.Diversidade
de gênero ougênero expansivo é umadjetivo e termo guarda-chuvapara pessoas que
expandem noções de expressão de gênero e identidade além das normas sociais de
gênero. Pessoas com gênero diversificado ou expansivo de gênero podem se identificar
como uma mistura de gêneros, mais binariamente como homem ou mulher, como
agênero ou sem gênero.
766 Rioux C,e outros J Epidemiologia Saúde Comunitária2022;76:764–768. doi:10.1136/jech-2022-219171
J Epidemiol Community Health: publicado pela primeira vez como 10.1136/jech-2022-219171 em 20 de junho de 2022.http://jech.bmj.com/em 26 de novembro de 2022 por convidado. Protegida pela
Esses termos também se aplicam a concepções de gênero fora das
influências coloniais e ocidentais.
IDENTIDADES DE GÊNERO
Como acima mencionado, 'cara ' e 'mulher ' são identidades de gênero.
Nesta seção, definimos várias outras identidades de gênero usadas hoje
em países ocidentais de língua inglesa.agente é umadjetivopara pessoas
que não se identificam com nenhum gênero.Bigênero é umadjetivopara
pessoas cuja identidade de gênero engloba dois gêneros ou é fluida, mas
dentro de dois gêneros.Genderqueer é umadjetivopara pessoas que
rejeitam os limites do binário de gênero. Alguns também rejeitam a ideia
de gênero estático.gênero fluido é umadjetivopara pessoas que não
aderem a um gênero estático e que podem se mover entre os gêneros ou
vivenciar o gênero como mutável, dinâmico ou em evolução. Finalmente,
semiboy é umadjetivopara pessoas que se identificam parcialmente como
homens, independentemente do sexo atribuído no nascimento e, da
mesma forma,meia-mulher é umadjetivopara pessoas que se identificam
parcialmente como mulheres, independentemente do sexo atribuído no
nascimento.
CONCEITUAÇÕES NÃO OCIDENTAIS
Muitas comunidades e culturas, em todos os continentes, exceto na
Antártica, possuem uma conceituação de identidade e/ou existência
diferente da cultura ocidental.2Algumas dessas conceituações são
frequentemente descritas como identidades ou modalidades de gênero
nas classificações ocidentais e desafiam o binário de gênero ao sugerir que
os humanos incorporando mais de dois gêneros são naturais e
incontroversos, mas na realidade são frequentemente mais complexos e
vão além da compreensão ocidental de sexo e Gênero sexual. De fato,
essas comunidades podem transcender a noção de gênero e devem ser
direito autoral.
compreendidas fora da taxonomia ocidental. Nos países ocidentais, essas
comunidades podem ou não se identificar como transgênero ou não-
binárias, pois esses rótulos podem contribuir para seu apagamento. Para
uma visão geral detalhada dessas comunidades, consulte a referência2.
Um termo que tem recebido mais atenção nos países ocidentais,
pois é frequentemente incluído nas expansões atuais da sigla Lésbica,
Gay, Bissexual, Transgênero, Queer e/ou Questionador (LGBTQ+)
(consultetabela 1), mas muitas vezes não é bem compreendido, é
Two-Spirit. Desenvolvido em 1990 por líderes indígenas LGBTQ+ na
Intertribal Native American/First Nations Gay and Lesbian Conference
em Winnipeg, Canadá, Two-Spirit é um termo semanticamente
profundo relacionado, mas não restrito a, gênero e sexualidade e
usado em muitos dos Turtle Island ( América do Norte) comunidades
indígenas. Entrelaçado com a espiritualidade, este termo pode
descrever uma identidade autônoma e pode incluir outras identidades
específicas de uma nação. Notavelmente, há uma grande variedade
de terminologia diversa de gênero usada dentro e entre nações e
comunidades indígenas, que existiam antes da colonização, que está
sendo recuperada por meio de processos de descolonização e
recuperação.48 49A adoção pessoal e cultural do termo Two-Spirit pode
ser vista como um ato de resistência contra uma compreensão
colonial da identidade.50Two-Spirit encapsula conceituações
tradicionais da existência além de uma visão de mundo ocidental.
Rejeitando uma perspectiva binária e expandindo as categorizações
LGBTQ+ iniciais, o Two-Spirit pode refletir não apenas várias
identidades e gêneros, mas também papéis comunitários, honrando
assim os modos de ser indígenas, consistentes com as experiências e
valores individuais.
COMENTÁRIOS FINAIS
O presente glossário apresentou como sexo e gênero diferem em
termos de significado e implicações para a epidemiologia, e

tabela 1Acrônimos comuns expandindo sobre LGBTQ+, seu significado e alguns usos comuns*
Acrônimo Significado
LGB Lésbica, Gay, Bissexual
LGBT+ Lésbica, Gay, Bissexual, Transgênero +
LGBTQ+ Lésbica, Gay, Bissexual, Transgênero, Queer e/ou Questionador +
LGBTI+ Lésbica, Gay, Bissexual, Transgênero, Intersexo +
LGBTQI+ Lésbica, Gay, Bissexual, Transgênero, Queer e/ou Questionador, Intersexo +
LGBTQ2+ Lésbica, Gay, Bissexual, Transgênero, Queer e/ou Questionador, Dois Espíritos +
LGBTQIA2+ Lésbica, Gay, Bissexual, Transgênero, Queer e/ou Questionador, Intersexo,
Assexual e/ou Arromântico e/ou Agenter, Two-Spirit +
2SLGBTQ+ Bi-Espírito, Lésbica, Gay, Bissexual, Transgênero, Queer e/ou Questionador +
LGBTQQIP2SAA+ Lésbica, Gay, Bissexual, Transgênero, Questionador, Queer, Intersexo, Pansexual,
Dois Espíritos, Andrógino, Assexual +
* Em todos os casos, o uso de + no final da sigla visa reconhecer que muitas pessoas com diversidade sexual e de gênero não se identificam com os termos incluídos na sigla. Embora esta tabela forneça uma visão
geral dos acrônimos comuns, também são usadas combinações desses acrônimos e outros acrônimos. Dentro dos acrônimos atuais, o uso geralmente depende das preferências pessoais e de grupo, bem como
da geografia e do público.
terminologia-chave definida relacionada a gênero. Vários desses termos são
termos guarda-chuvaque estão em constante evolução. Observamos que as
pessoas podem se identificar com um termo específico, um termo genérico ou
ambos. Por exemplo, algumas pessoas não-binárias se identificam como
transgênero, outras não, e, da mesma forma, algumas pessoas agênero se
identificam como não-binárias e outras não. Além disso, embora este glossário
cubra os termos atuais e frequentemente usados relacionados a sexo e gênero,
a linguagem está em constante evolução e novos termos podem surgir,
enquanto alguns podem ficar desatualizados. Por esse motivo, é essencial
consultar as comunidades que atendemos para usar os termos de sua
preferência.
Agrupar pessoas em populações com características semelhantes é um componente necessário do esforço
epidemiológico, especialmente para estudos de coorte e quantitativos, onde categorias distintas e relativamente
grandes são necessárias para poder examinar grupos com moderação, classificação cruzada, estratificação e
análises interseccionais. Como tal, categorizar humanos em grupos, por exemplo, com sexo atribuído no nascimento
ou modalidade de gênero (por exemplo, comparando participantes cisgêneros e participantes de gênero diverso),
tem sido e pode continuar sendo um componente-chave da pesquisa epidemiológica. A epidemiologia como um
campo precisa reconhecer os propósitos utilitários desses métodos, onde as categorizações são feitas para avançar
o campo, mas não refletem totalmente a realidade, os complexos emaranhados biosocioculturais ou qualquer
existência singular. Podemos buscar o conhecimento em nível populacional, respeitando a diversidade humana,
identificando claramente os conceitos e reconhecendo as limitações de nossos métodos. No geral, evitar a fusão de
sexo e gênero, mas também entender suas interações e sutilezas, ao mesmo tempo em que reconhece a diversidade
de identidades e modalidades de gênero, pode tornar a epidemiologia não apenas mais inclusiva, mas também mais
precisa cientificamente em relação à diversidade de experiências de saúde. Por sua vez, isso pode informar a tomada
de decisões de saúde pública, apoiando os esforços de prevenção pública e comunitária destinados a promover a
saúde de todas as populações e reduzir as desigualdades em saúde. mas também compreender suas interações e
sutilezas, ao mesmo tempo em que reconhece a diversidade de identidades e modalidades de gênero, pode tornar a
epidemiologia não apenas mais inclusiva, mas também mais precisa cientificamente em relação à diversidade de
experiências de saúde. Por sua vez, isso pode informar a tomada de decisões de saúde pública, apoiando os esforços
de prevenção pública e comunitária destinados a promover a saúde de todas as populações e reduzir as
desigualdades em saúde. mas também compreender suas interações e sutilezas, ao mesmo tempo em que
reconhece a diversidade de identidades e modalidades de gênero, pode tornar a epidemiologia não apenas mais
inclusiva, mas também mais precisa cientificamente em relação à diversidade de experiências de saúde. Por sua vez,
isso pode informar a tomada de decisões de saúde pública, apoiando os esforços de prevenção pública e
comunitária destinados a promover a saúde de todas as populações e reduzir as desigualdades em saúde.
Afiliações do autor
1Departamento de Psicologia, Universidade de Manitoba, Winnipeg, Manitoba, Canadá
2Children's Hospital Research Institute of Manitoba, Winnipeg, Manitoba, Canadá
3Departamento de Psicologia, Universidade de Calgary, Calgary, Alberta, Canadá
4School of Social Work, McGill University, Montreal, Quebec, Canadá
5Departamento de Psicologia, Université de Montréal, Montreal, Quebec, Canadá
Rioux C,e outros J Epidemiologia Saúde Comunitária2022;76:764–768. doi:10.1136/jech-2022-219171
Glossário
J Epidemiol Community Health: publicado pela primeira vez como 10.1136/jech-2022-219171 em 20 de junho de 2022.http://jech.bmj.com/em 26 de novembro de 2022 por convidado. Protegida pela
Usos comuns
Frequentemente usado no final dos anos 1980 e nos anos 1990. Agora usado apenas quando
uma declaração referente apenas a pessoas lésbicas, gays e bissexuais é feita.
Comumente usado nos anos 2000. Ainda hoje usado por organizações que
desejam evitar siglas longas.
Comumente usado nos anos 2000. Ainda hoje utilizado por algumas organizações,
grupos ativistas e pela população em geral.
Sigla reconhecida internacionalmente. Usado recentemente, por exemplo, pelos
governos da Austrália e do Reino Unido.
Sigla regularmente usada pelo governo dos Estados Unidos.
Acrônimo oficial usado pelo Governo do Canadá
Regularmente usado por organizações comunitárias e grupos ativistas como um
acrônimo mais inclusivo.
Usado por algumas organizações para reconhecer que as pessoas de Dois Espíritos foram as
primeiras pessoas com diversidade sexual e de gênero da Ilha da Tartaruga
Pretende ser mais inclusivo, mas raramente usado devido ao comprimento, complexidade e
reconhecimento reduzido
6Sainte-Justine
Hospital Pediatric Research Centre, Montreal, Quebec, Canadá
7Departamento de Psiquiatria e Addictology, Université de Montréal, Montreal,
Quebec, Canadá
8Montreal Mental Health University Institute Research Centre, Montreal, Quebec,
Canadá
9Centre on Sex*Gender, Allostasis, and Resilience, Montreal, Quebec, Canadá
10Departamento de Inglês, Texas Tech University, Lubbock, Texas, EUA
11Departamento de Psicologia Educacional e de Aconselhamento e Educação Especial, The
University of British Columbia, Vancouver, British Columbia, Canadá
direito autoral.
12Departamento de Pediatria, Universidade de Calgary, Calgary, Alberta, Canadá
13Alberta Children's Hospital Research Institute, Calgary, Alberta, Canadá
14Libin Cardiovascular Institute of Alberta, Calgary, Alberta, Canadá
TwitterCharlie Rioux @Charlie_Rioux
ContribuintesCR (ela/ela) conceituou a ideia. CR e AP (eles/eles) escreveram o
rascunho inicial. CR, AP, KL-N (ela/ela), R-PJ (ele/ele), SW (ele/ele), SL-P (ela/ela), MF
(ela/ela), LER (ela/ela ) e LMT-M (ela/ela) revisou criticamente o artigo/editou o
rascunho e concordou com a versão final para submissão. CR é fiador da obra. LER e
LMT-M contribuíram igualmente para este artigo.
FinanciamentoCR foi apoiado por bolsas de pesquisa de Manitoba e da
Fundação do Hospital Infantil de Manitoba. KL-N foi apoiado por uma bolsa de
estudos Vanier dos Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde (CIHR). R-PJ foi
apoiado por prêmios de início de carreira do FRQS e detém uma cátedra de
ciência de sexo e gênero do CIHR. O LMT-M foi financiado pelo Canadian Child
Health Clinician Scientist Programme.
Isenção de responsabilidadeAs organizações de financiamento não tiveram nenhum papel na
concepção e condução do estudo; coleta, gerenciamento, análise e interpretação dos dados; preparação,
revisão ou aprovação do manuscrito; e decisão de submeter o manuscrito para publicação.
Interesses competitivosNenhum declarado. Consentimento
do paciente para publicaçãoNão aplicável.
Proveniência e revisão por paresComissionado; revisado externamente por pares.
IDs ORCID
Charlie Riouxhttp://orcid.org/0000-0002-7943-0710
Freixo Paréhttp://orcid.org/0000-0002-2341-1000
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