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A análise “Machado de Assis e o Espiritismo” traz uma controvérsia diante o


artigo “A Sátira em Machado de Assis”, isso ocorre devido o texto “A” trazer a ideia
do espiritismo como algo que não apenas o narrador, assim como o próprio
Machado de Assis contar o seu relato pessoal com a cultura espiritista, para
comprovar seus dados análiticos, ele traz esse trecho: “Mal adivinharam os leitores
onde estive sexta-feira. Lá vai, estive na sala da Federação Espírita Brasileira, onde
ouvi a conferência que fez o Sr. M. F. Figueira sobre o espiritismo.” trecho retirado
da crônica “Bala de estalo”.
Já o que ocorre no texto “B” trata-se da ideia em que o autor traz que esse
mesmo conto não passa de uma sátira feito pelo próprio Machado de Assis, diante o
trecho no qual o narrador ao falar sobre o espiritismo, diz: “Portanto, duvidei, e ainda
bem que duvidei de mim mesmo.”(ASSIS, 1992, vol. III, p. 473). O analitico ressalta
o contexto historico no seguinte trecho: “o tema explanado foi a necessidade de se
esquecer por completo das velhas concepções religiosas do passado, a fim de
substituí-las pelas novas idéias (o espiritismo dentre estas novas, é claro).
transcrita, a aceitação da nova doutrina pelo narrador demonstra não só
ingenuidade, em face da inconsistência de suas idéias, como remete satiricamente
ao contexto sócio-histórico do Brasil.”
Naquela época,a manifestação religiosa tinha grande proximidade com a obra
do francês Allan Kardec, que, em 1857, sistematizou o conhecimento da doutrina
espírita em sua obra “O livro dos espíritos”. Em pouco tempo, já na década
seguinte, os primeiros exemplares desta obra apareceram em solo brasileiro.
Concomitantemente, os primeiros grupos espíritas brasileiros tomavam forma. A
nova religião sofreu grande oposição em um contexto histórico no qual o catolicismo
tinha grande presença. Nos códigos da lei da época e no receituário de alguns
psiquiatras, o espiritismo era considerado uma manifestação de insanidade mental.
A forte oposição sofrida foi combatida no momento em que, em 1884, foi criada a
Federação Espírita Brasileira.
Portanto, ressaltando o contexto sócio-histórico da época, pode-se dizer, que
ambos os textos apesar de uma visão contraditória, analisando o fato do
preconceito a cultura espiritista recém chegada poderia sim ter influenciado
Machado de Assis a fazer a sátira sobre o mesmo, no ponto que também o mesmo
poderia ter conhecido a religião mais a fundo, não se sabe ao certo, entretanto o
ponto de vista do autor do Texto “A” vem mais a tona com o aspecto da própria
curiosidade do Machado de Assis.

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