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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FCH - PSICOLOGIA

Eduardo Felipe Chideroli


Leandro Reis Dalmas
Rogerio Pistilli Motoyama
Samara Vitória Dantas Queiroz
Thaís Carvalho Ortiz

TRABALHO SOBRE CENTROS DE REFERÊNCIA DA


ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)

Dourados
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................4.
2 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................6.
3 METODOLOGIA .......................................................................................................7.
4 DESENVOLVIMENTO...............................................................................................8.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................9.
6 REFERÊNCIAS............................................................................................................10.
INTRODUÇÃO
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, houve uma reorganização no que tange a
economia e a sociedade. A globalização apresentou novos meios de trabalho, principalmente
urbano em fábricas, ocasionando em um grande êxodo rural em direção às cidades, que com a
falta de planejamento, essa massificação nos grandes centros gerou uma nova forma de
compreender a sociedade, junto a novos e diferentes problemas sociais. Com a Declaração
Universal dos Direitos Humanos (1948), todos indivíduos passaram a ter garantia de direitos
fundamentais como acesso a: Saúde, educação, religião, que até então pertenciam apenas ao
campo teórico. A partir da formulação do documento da ONU, o Estado passou a ter a
obrigação de certificar o cumprimento desses direitos.
Dessa maneira as políticas públicas foram pensadas para assegurar que esses direitos
sejam alcançados por toda a população. O governo, junto aos servidores e profissionais da
área da saúde, tiveram como tarefa, identificar e planejar de maneira, universal, integral, e
também descentralizada, como atender as necessidades da população.
O CRAS, entra como um dispositivo de atendimento sócio-assistencial. Tem seus
espaços físicos distribuídos em sua maior parte nas periferias, onde comumente são locais em
que as demandas são mais altas. Agindo, portanto, como um instrumento importante dentro
da rede de proteção e promoção social no Brasil através da identificação das necessidades dos
indivíduos e das famílias de cada região, acolhendo-as e se necessário, encaminhando os
integrantes da família para outros atendimentos da rede SUS.
Ao final da leitura espera-se que o leitor entenda o modo de funcionamento do CRAS,
desde sua forma teórica, e aliado ao relato prático de duas entrevistas realizadas com duas
psicólogas, na qual uma compõem o CRAS Canaã 1 e o CRAS Jóquei Clube, duas
profissionais que atuam e vivenciam a realidade desses espaços, e que agem a fim de que os
direitos das pessoas possam ser assegurados, esperamos também, que se entenda como é
formada a equipe desses profissionais, como eles trabalham e a partir disso criam vínculos e
se relacionam com a comunidade.
JUSTIFICATIVA
No que diz respeito à justificativa sobre a realização da presente pesquisa, é evidente a
contribuição para a construção da ética social e senso comum das próximas gerações, e é
claro, para o reforço de conceitos em prol dos Centros de Referência da Assistência Social,
sobre o que ela é e quem ela atende. Expor a realidade social Brasil evita que o fato da
existência do preconceito em relação aos projetos de assistência social torne-se desprezado
com o passar dos anos.
Nesse sentido, a pesquisa tem como objetivo proporcionar mais uma afirmação sobre
como surgiu, porque surgiu e como existem atualmente as assistências sociais do nosso país
com um foco no CRAS (Centros de Referência da Assistência Social), e reforçar o
conhecimento sobre a existência do preconceito e desigualdades no campo social. Um reforço
de informações e conhecimentos sobre o CRAS é, sem dúvidas, algo importante o suficiente
para gerar esta e mais outras pesquisas acadêmicas futuras, visto que o combate à
desigualdade é um processo gradual e contínuo que não deve ser pausado até que os direitos
escritos tornem-se os direitos reais da população.
No que se refere a futura atuação do profissional em psicologia, torna-se indispensável
falar sobre assistência social, independente da área a seguir, motivo pelo qual este trabalho foi
realizado. Como o psicóloga(o) é um profissional que atua em contato direto com seus
pacientes, existe aqui uma necessidade de conhecer as assistências sociais e o motivo pelo
qual elas existem, tendo em vista que, poderá haver atendimentos com pessoas que usufruem
de alguma assistência social, nota-se então a importância de se conhecer as mesma pois este
conhecimento terá total relevância no processo de tratamento do paciente. Traça-se assim
evidente a relevância da realização deste trabalho, tanto para os futuros profissionais de
psicologia quanto para qualquer outro indivíduo da sociedade brasileira.
Deste modo, destaca-se o grande valor desta pesquisa como um fator contribuinte para
identificar, compreender e difundir a realidade vivenciada pelas comunidades de baixa renda
que utilizam as assistências sociais e como elas trabalham em prol dessas populações.
METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho, usamos como método de análise acerca do tema,
pesquisa bibliográfica para construir a parte escrita e também foram realizadas duas
entrevistas, uma remota, na qual houve dificuldade para marcar a entrevista por email e
ligação, sendo necessária ida de um dos integrantes na tentativa de marcar, e uma presencial
com profissionais de psicologia com o intuito de conhecer o CRAS e a atuação do
profissional de psicologia. Utilizando ferramentas como email, mensagens de texto, busca por
artigos acadêmicos, cartilhas e materiais online, conseguimos construir o conhecimento aqui
exposto. Primeiramente, o grupo focou na obtenção de conhecimento teórico sobre o CRAS,
além de formular quatorze questões para a entrevista. Foram feitas visitas ao local e a
descrição da entrevista remota e dos eventos que cercaram a produção do trabalho.
DESENVOLVIMENTO
A assistência social é parte do Sistema de Seguridade Social, somente a partir da
década de 1940 que ela se consolidou como organização institucional onde foi criada a
Legião Brasileira de Assistência (LBA), na qual se fornecia assistência médica, jurídica,
social, programas educacionais, desenvolvimento social e a distribuição de benefícios. A
assistência social foi apresentada pela Constituição Federal de 1988, onde ela passa a ser
acessível para toda a população, isso só foi possível devido a diversas lutas dos movimentos
sociais e revoltas populares, apesar dela estar presente no Brasil desde o período colonial,
uma vez que ela era ligada a valores e interesses morais, religiosos, práticas com interesses
eleitorais, etc. segundo Pereira (2007), ela não era acessível para toda a população.
A necessidade de se criar assistências sociais para a população vem do fato de se
existir uma grande desigualdade social por conta das grandes concentrações de terra e renda
desde o período colonial, sem contar todo o período de escravidão, já que o Brasil foi o
último país da América Latina a abolir a mesma, que gerou e mantém uma desigualdade
racial estruturada, essa desigualdade é salientada com o passar do tempo, principalmente em
1930 onde a industrialização ganhou força, com um maior desenvolvimento na região
Sudeste, se tem uma reprodução das desigualdades regionais sociais e econômicas.
Neste contexto de proteção social de incluir os injustiçados pela disparidade, em 2005
é criado o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), na qual se tem uma proposta análoga
ao Sistema Único de Saúde (SUS), neste modelo de gestão (SUAS) existe uma
operacionalização das ações de assistência social no Brasil, ele é um modelo de gestão
descentralizado e participativo, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
(MDS) trabalha pelo fortalecimento do mesmo. O SUAS efetiva o conteúdo da Lei Orgânica
da Assistência Social (LOAS) onde o estado deverá promover os mínimos sociais com o
objetivo de garantir o atendimento às necessidades humanas, que foi promulgada durante o
governo de Itamar Franco, com o intuito de empregar direitos de cidadania e inclusão social e
ampliar os direitos já existentes. Foi através da Política Nacional de Assistência Social
(PNAS) que o LOAS pôde buscar materializar suas diretrizes, uma vez que o mesmo traduz
as determinações da IV Conferência Nacional da Assistência Social realizada em 2003, pois
apresentou como principal propósito a construção e implementação do SUAS (Sistema Único
de Assistência Social ).
Para Sposati (2006) “o SUAS não é produto do inesperado, da genialidade ou da
prepotência da equipe do governo federal. Ele resulta de quase 20 anos de luta na assistência
social e do aprendizado com a gestão da saúde, em particular com o SUS.”, sendo assim não
foi algo repentino e sim derivado de muitas lutas. Em 2004 o PNAS e a NOB/SUAS em
2005, tiveram suas regulações aprovadas e foram definidas as normas necessárias para que a
Assistência Social funcione como um sistema nacional. O CRAS é uma política pública que
tem o intuito de atuar com as famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco
social, ele atua como uma unidade de proteção social básica do SUAS, visando orientar e
realizar o convívio sociofamiliar e comunitário, sendo assim, ele desenvolve programas
socioassistenciais para promover a proteção e a socialização dos seus usuários.
De acordo com o site da Secretaria Nacional de Assistência Social, o número de
CRAS no Brasil é de 8.471 unidades (último valor levantado em 2021, pelo censo SUAS), em
Dourados, atualmente o número de CRAS são 7 unidades (Canaã 1, Parque do Lago 2,
Guaicurus, Cachoeirinha, Jóquei Clube, Vila Vargas e CRAS Indígena). O CRAS faz parte do
modelo de proteção básica, e tem como objetivo dar autonomia ao indivíduo e proporcionar
sustentação para as relações sociais, eles ficam nas regiões mais vulneráveis das cidades,
voltados a atendimentos socioassistenciais. Como foi explicado na matéria do site Portabilis
(2022), os serviços oferecidos pelo CRAS são: serviço de proteção e atendimento integral à
família (PAIF) onde a família tem a oportunidade de mudar sua realidade com alternativas
para intervir e retirar seus filhos do mundo das drogas, outras se realizam ao ver os mesmo
estudando, serviço de convivência e fortalecimento de vínculos (SCFV), serviço de proteção
social básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosos. A matéria também nos
relata que o trabalho do CRAS não se limita ao espaço físico, mas também são feitos
atendimentos à domicílio, e os debates propostos pelo CRAS são levados para diversos
espaços.
No que diz respeito à equipe de profissionais do CRAS, o número de integrantes da
equipe é determinado pela quantidade de famílias que são atendidas naquela região, o quadro
de profissionais é multidisciplinar, podendo contar com assistentes sociais, psicólogos,
técnicos de nível médio, dentre outros. O site Portabilis (2022) nos informa que, unidades de
CRAS de pequeno porte podem ser compostas por dois a três profissionais de nível superior
e, dois a três profissionais de nível médio. Já unidades de médio e grande porte atuam com
quatro profissionais de nível superior e quatro de nível médio, cabe a estes encaminhar a
população local para as demais políticas públicas e sociais, possibilitando ações intersetoriais.
Ao pesquisarmos sobre a atualidade do CRAS, não pudemos deixar de pensar sobre os
impactos da pandemia, considerando que todas as esferas da vida foram atingidas. Não se
pode negar os efeitos que o vigente governo teve na assistência social, considerando que esta
nunca foi uma real preocupação dos atuais governantes. Com a chegada inesperada da
pandemia e todas suas consequências, a população se viu fragilizada, vulnerável e vimos que
essa realidade dolorosa chegou à assistência social. Na verdade, sempre esteve ali, mas neste
momento em específico, cara a cara com uma doença devastadora. Com suas atividades
presenciais suspensas, os profissionais do CRAS precisaram se reinventar para que sua
comunidade de usuários não ficasse desamparada, como no caso do CRAS em Novo Xingu,
no Rio Grande do Sul, que confeccionou sacolas que possuíam atividades de leitura,
cognitivas, máscara e álcool em gel, e que foram distribuídas para seus usuários idosos.
Além de todos os desafios da pandemia, existem também os desafios financeiros
propostos pelo próprio governo. Com verbas sendo utilizadas quase que de acordo com
interesse próprio, o CRAS sofreu e ainda sofre com a falta de verba e suporte. Ao
adentrarmos uma pesquisa sobre esse quesito, nos deparamos com uma entrevista feita pelo
site Brasil de Fato (2022), contando com a entrevistada Priscilla Cordeiro, funcionária do
Sistema Único de Assistência Social e conselheira do Conselho Federal de Serviço Social.
Nesta entrevista impactante, se fala sobre o desdobramento do auxilio Brasil e da assistência
social, Priscilla nos diz que por não ter orientações claras, nem um planejamento em conjunto
com a assistência social, o auxilio Brasil proporciona consequências alarmantes para a mesma
como um todo, reflete sobre a falta de transparência do governo e afirma, “[...] a falta de
informação é um projeto político.” (Priscilla Cordeiro, 2022).
Ao não priorizar a fidelidade dos dados sobre os CRAS, ofertar um auxílio de forma
desorganizada, sucatear serviços e desvalorizar políticas públicas, o presente governo
demonstra como quer nutrir sua relação com a assistência social. Neste trabalho, nota-se o
movimento de enfrentar a realidade e explorá-la da melhor maneira possível. E então,
conclui-se que a atualidade do CRAS é dolorosa, seus profissionais e outras pessoas que
acreditam nos serviços estão diariamente batalhando pela sobrevivência do mesmo.
A população que está em foco nas políticas públicas do CRAS costuma ser de famílias
e pessoas em situação de pobreza ou de vulnerabilidade social; famílias beneficiárias dos
programas de transferências de renda, como auxilio brasil (antigo bolsa família), renda
cidadã, renda mínima, entre outros; Famílias em situação de vulnerabilidade em decorrência
de dificuldades que são vivenciadas por um ou mais membros da família, como pessoas com
deficiência, e/ou idosas que estão em situação de risco social. O CRAS atende as
populações que estão com os vínculos afetivos, familiares e comunitários enfraquecidos, mas
não rompidos completamente, exemplos de vínculos afetivos rompidos, são pessoas em
situação de uso contínuo de entorpecentes e que a família rompe o vínculo com ele,
expulsando-o de casa, ou também em situações de abuso e violência onde a pessoa precisa
romper esses vínculos para sair da situação em que ocorre o abuso.
O CRAS não seria o local recomendado de acolhimento, pois ele trabalha de maneira
preventiva, existem outros órgãos governamentais que realizam esse trabalho para pessoas
que estão sem um vínculo, por exemplo o Centro de Referência Especializado de Assistência
Social (CREAS). O objetivo do CRAS ao atender as necessidades das famílias mais
vulneráveis é garantir muitas vezes direitos básicos, como alimentação através de distribuição
de cestas básicas, por exemplo.
O atendimento no CRAS se inicia com a recepção dos indivíduos, geralmente apenas
um membro da família. Na instituição, o usuário preenche uma ficha de atendimento e se
necessário, é feito o Cadastro Único para continuar o atendimento. Iniciando a assistência, o
trabalho é feito em equipes multiprofissionais, a equipe de referência, que consta na NOB-RH
a quantidade e diversidade de profissionais que vão ser inseridos em cada município
O atendimento no CRAS se inicia com a recepção dos indivíduos, geralmente apenas
um membro da família. Na instituição, o usuário preenche uma ficha de atendimento e se
necessário, é feito o Cadastro Único para continuar o atendimento. Iniciando a assistência, o
trabalho é feito em equipes multiprofissionais, a Equipe de Referência, que consta na
NOB-RH a quantidade e diversidade necessária de profissionais que vão ser inseridos em
cada município, a distribuição de profissionais é baseada na divisão da NOB-RH, que
classifica o CRAS em Pequeno Porte I, Pequeno Porte II e Médio, Grande, Metrópole e DF.
Diversos serviços são ofertados no CRAS, o principal deles é o serviço de Proteção e
Atendimento Integral à Família (PAIF). O trabalho do CRAS visa fortalecer os vínculos
familiares e seu papel protetivo, a fim de prevenir rompimento de vínculos e promover o
acesso e disseminar informações de direitos garantidos por lei. Dessa forma, o CRAS busca
melhorar a qualidade de vida das famílias atendidas por meio do atendimento comum e o
acompanhamento psicossocial, providenciando o acesso aos benefícios, programas de
transferência de renda e serviços assistenciais. O CRAS também promove o encaminhamento
das famílias para outras políticas públicas, informando os usuários a respeito da ampla rede
de saúde que permeia o Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Como exemplo, algumas das estratégias utilizadas pelo CRAS do município de
Dourados-MS;
• Atendimento psicossocial às famílias do território do CRAS;
• Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência
e Idosas;

• Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos formado pelos grupos


de 0 a 6 anos, 7 a 14 anos, adolescentes e jovens, mulheres e pessoas idosas;

• Oferta de oficinas de artesanato, capoeira, capoterapia, pintura em tecido,


violão popular, dança de salão, teatro e circo;

• Acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família e


inserção das famílias no Cadastro Único Federal;

• Mobilização e encaminhamento das famílias aos cursos de qualificação do


Programa Qualifica Dourados/PRONATEC;

• Reuniões socioeducativas ampliadas, mensais, com famílias beneficiárias da


Assistência Social;

• Acompanhamento de pessoas beneficiárias do Benefício de Prestação


Continuada – BPC;

• Concessão de Benefícios Eventuais;

• Encontros mensais da Rede Socioassistencial do Território dos CRAS.

Sobre a população atendida pelo CRAS, as divisões são feitas conforme as demandas,
nos municípios de pequeno porte I (até 20.000 hab.) e II (de 20.001 a 50.000 hab.), o local de
atendimento costuma ficar nas regiões centrais, mas somente se esse significar a maior
acessibilidade das famílias tanto que estão localizadas nas áreas urbanas, quanto rurais. Os
critérios a serem observados na escolha de um ponto de atendimento são: a dispersão
territorial, características mais urbanas ou rurais, presença de população indígena, e outros
aspectos mais diversos que variam de município para município.
Esses, por sua vez, optam ou pela instalação mais centralizada, ou mais afastada nas
regiões periféricas, e quando se vê necessário podem decidir pela instalação de mais de uma
unidade a fim de atender da melhor maneira possível. Nos municípios maiores, de médio e
grande porte, e também as metrópoles, o CRAS deve se instalar nas regiões de maior
vulnerabilidade, como regiões periféricas, e se, por algum motivo nessa região a instalação
esteja impossibilitada por algum motivo, a unidade será alocada em um local próximo e que
consiga abranger a região vulnerável e que possa efetivar o referenciamento da população que
necessita do acesso à proteção social básica.
No caso dos territórios com baixa densidade demográfica onde há grande dispersão
populacional, como por exemplo as áreas rurais, comunidades indígenas, quilombolas,
assentamentos etc. Nesses casos o CRAS deverá ter sua instalação em um local de melhor
acesso para a população, podendo realizar a cobertura dessas áreas por meio de unidades
itinerantes ou equipes volantes responsáveis pelo deslocamento dos serviços. O serviço deve
ser planejado, continuado, monitorado e avaliado. Portanto, não se trata apenas de uma oferta
de atividades esporádicas.
A definição do número de famílias a serem referenciadas ao CRAS deve ser
relacionada ao porte do município, como é previsto no NOB-SUAS. No caso dos municípios
de médio e grande porte e metrópoles, é necessário analisar se todos os territórios têm 5 mil
famílias, ou se a organização urbana dentro do município nos territórios de vulnerabilidade,
acarretou na constituição de territórios menores por consequências de fronteiras geográficas,
por exemplo. E então nesses casos podem ser implantados CRAS que referenciam até 2.500
famílias. Ou seja, o número de famílias que vivem no território, é o que constitui o parâmetro
de capacidade de atendimento do CRAS.
As principais políticas públicas em foco no CRAS são: Serviço de Proteção e Atendimento
Integral à Família (Paif), Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), que
são serviços pertencentes a Proteção Social Básica (PSB). Também são realizados serviços,
como a inscrição no cadastro único para programas sociais do governo federal, por exemplo o
auxílio Brasil, bem como é realizada a orientação sobre os benefícios à assistência que
possuem direito. Além disso, o CRAS realiza o encaminhamento de alguns usuários para a
rede socioassistencial e demais órgãos públicos, e ainda fornece benefícios eventuais como
cesta básica.
O PAIF é o principal serviço da proteção social básica que elabora um trabalho social com
as famílias referenciadas ao CRAS no território que este está inserido. Foi reconhecido pelo
governo federal como um serviço continuado de proteção básica a partir do Decreto de
número 5.085 de 2004, passando a integrar a rede de serviços socioassistenciais do CRAS.
Ele concentra o maior número de serviços, incluindo trabalho social com famílias em
vulnerabilidade social, de forma contínua e com a finalidade de prevenir a ruptura das
relações comunitárias e familiares do sujeito, fortalecendo esses vínculos por meio de ações
protetivas e preventivas, capazes de superar as experiências vivenciadas em vulnerabilidade
social. Além de facilitar o acesso dos usuários a programas de transferência de renda,
benefícios, serviços de assistência social e outros serviços setoriais, também facilita o gozo de
direitos e a inserção das famílias nas redes de proteção social para a assistência social.
Os serviços oferecidos pelo PAIF incluem atendimento às famílias, visitas domiciliares,
orientações e encaminhamento a outros serviços e políticas do Governo Federal. O
acompanhamento familiar consiste em um conjunto de intervenções, desenvolvidas de forma
contínua, a partir do estabelecimento de um Plano de Acompanhamento Familiar com
objetivos individuais para cada família. As atividades que compõem o PAIF podem ser
individuais ou coletivas. os principais são o Acolhimento e Oficinas com Famílias. O
Acolhimento é o processo de primeiro contato do usuário com o PAIF e visa estabelecer o
vínculo necessário entre as famílias dos usuários e o PAIF para a continuidade do serviço
socioassistencial iniciado, em grande parte é realizada no momento em que o sujeito chega ao
CRAS. Consiste em conversar com os usuários mostrando os serviços ofertados que possui
direito, bem como explicar o que são políticas públicas e por fim direcionar para os
atendimentos da rede socioassistencial, caso haja necessidade.
Nessa direção, o PAIF encarna a existência e a responsabilidade do poder público e
reafirma a visão dos direitos sociais, constituindo-se em um dos principais serviços da rede de
proteção social da assistência social, que vem se consolidando e difundindo no país de forma
descentralizada. Essa descentralização, que seria a existência de uma multiplicidade de
serviços oferecidos no CRAS, bem como a inserção dos profissionais no campo, permite
combater a pobreza, a fome e a desigualdade, bem como reduzir a incidência de riscos e
vulnerabilidades sociais que afetam as famílias e seus membros.
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) é um conjunto de
serviços realizados em grupos, de acordo com cada ciclo de vida, tendo em vista as
especificidades de cada etapa do desenvolvimento. Busca complementar o trabalho social
desenvolvido com famílias pelo PAIF, prevenindo a ocorrência de situações de risco social e
fortalecendo a convivência familiar e comunitária junto aos usuários. Se efetua na realização
de um trabalho de base com a comunidade no CRAS. Essas atividades integrativas em grupo
visam estabelecer o desenvolvimento do pensamento acerca da realidade social, como
também a criação de um vínculo afetivo com a comunidade, facilitando e auxiliando no
trabalho dos profissionais. O enfrentamento das situações de vulnerabilidade é realizado por
meio dessas atividades grupais com ações focalizadas no fortalecimento da autoestima, dos
laços de solidariedade e dos sentimentos de pertencimento e coletividade , sendo essa a maior
potência do CRAS.

Devido a cortes de verbas no CRAS do Canaã 1, entre outros presentes no município


de Dourados-MS, podemos dizer que, também, devido a pandemia do COVID-19 que afetou
o país e principalmente as famílias em situação de vulnerabilidade, foi aconselhado ao grupo
do presente trabalho a realização de uma entrevista em formato remoto, tendo em vista que
estava ocorrendo poucos projetos na unidade. Após o contato por mensagem com a psicóloga
do centro de assistência, nós do grupo encaminhamos as questões que seriam apresentadas na
suposta entrevista presencial, ela nos retornou, nos encaminhou para a realização deste
documento a entrevista preenchida e se mostrou acessível para responder a qualquer outra
dúvida do grupo referente ao CRAS. Ao buscarmos contato com o CRAS do bairro Jóquei
Clube com o objetivo de realizar a entrevista, conhecer o CRAS e com isso enriquecer nosso
trabalho com todo o conhecimento que poderia ser absorvido, tivemos a aprovação para uma
visita presencial que ocorreu no dia 23 de setembro de 2022. Todos os integrantes do grupo
estavam presente e todos saíram satisfeitos e enriquecidos com a entrevista, podemos notar
uma grande diferença nas resposta das duas entrevista o que achamos positivo no sentido de
construir um olhar crítico a respeito da realidade vivida nos centros de assistência social,
respectivamente no presente trabalho, está a entrevista remota e a transcrição da entrevista
presencial.

ENTREVISTA REMOTA:
1- Qual seu nome e sua formação? (Opcional)
Joziane Vilela Rodrigues - Formada em Psicologia- Especialista em Terapia Cognitiva
Comportamental.

2- Há quanto tempo você trabalha no CRAS?


11 anos

3- Como você começou a trabalhar no CRAS?


Concurso Público

4- Como é sua rotina de trabalho?


Nós temos um cronograma semanal, cada dia da semana é programado a execução de
um serviço: Atendimento Técnico individualizado, visitas domiciliares de solicitações da rede
de atendimento socioassistencial e intersetorial de famílias acompanhadas do Serviço de
Atendimento e Acompanhamento Integral de Famílias- PAIF, elaboração de relatórios
técnicos, articulação com a rede de serviços sócio assistenciais e Inter setoriais para
acompanhamentos dos encaminhamentos e outros, realização de oficinas com famílias
Acompanhadas do PAIF e Beneficiárias de Programas Sociais(Auxilio Brasil, BPC/LOAS
(idoso, pessoa com deficiência, descumprimento de condicionalidades de programas sociais,
beneficiários BPC/Escola), Ações Sociais e Projetos.

5- Você realiza algum tipo de relatório? Como são eles?


Sim, relatório de atendimento e acompanhamento PAIF, o que é realizado em conjunto
com a Assistente Social. São solicitações de indivíduos e ou famílias em situação de
vulnerabilidade Social, vivenciado situações de fragilidades de vínculos e ou desproteção
Familiar e Social que possa colocar em situação de risco e/ou violação de direitos.

6- Qual a demanda de casos que você recebe?


Indivíduos e famílias vivenciando situações de fragilidades de vínculos, vivência de
negligência e riscos.

7- Como é trabalhar no âmbito social?


A atuação é em conjunto com o Profissional de Serviço Social, o foco é a
vulnerabilidade Social e familiar, com o objetivo de fortalecimento da função Protetiva da
família, incentivo ao desenvolvimento de habilidades e potencialidades para a superação de
vulnerabilidade Social, através de orientações, encaminhamentos, acompanhamentos e acesso
aos serviços aos benefícios sociais e de transferência de renda, inserção de serviços e oficinas
com objetivo do fortalecimento de vínculos familiares assim como o fortalecimento da
convivência social e comunitária para a prevenção de riscos.

8- Como é a dinâmica do profissional de psicologia em relação aos outros funcionários?


Temos os atendimentos técnicos individualizados (que é realizado em conjunto com o
profissional Assistente Social) e temos trabalhos executados em equipe, como nas atividades
coletivas (ações sociais, projetos, oficinas), ou seja intervenções interdisciplinares,
resguardando as competências e atribuições privativas de cada profissão.

9- A estrutura condiz com a demanda do CRAS?


Para a implantação e funcionamento de um CRAS é preciso atender aos requisitos
estabelecidos pelo MDS, NOB-SUAS, porém atualmente é necessário a ampliação e
reestruturação para atender a atual demanda.

10- Qual o papel do psicólogo no CRAS?


Atendimento técnico individualizado para orientações e encaminhamentos dos
serviços do CRAS, assim como dos serviços da rede socioassistencial e Intersetorial. Através
dos atendimentos individualizados e/ou coletivos observar e intervir nas questões subjetivas e
de sofrimento que estão presentes por trás das vulnerabilidades vivenciadas, articular
serviços, colaborar na elaboração e execução de Projetos e Oficinas e outras descritas nas
orientações técnicas para atuação de Psicólogos nos CRAS.( CREPOP E CEFETS).

11- Qual suporte você tem em relação ao seu trabalho e quais você acha que deveria ter?
O funcionamento dos serviços do CRAS é administrado e conduzido pela Secretária
Municipal de Assistência Social, como estrutura, recursos, capacitação continuada. Penso que
deveria ser mantido regular e efetivo a disponibilidade deste suporte.

12- Você se sentiu acolhida pelos funcionários e usuários?


Sim, os profissionais do CRAS já são orientados que o trabalho do cras é
multiprofissional, executado individualmente e em equipe.

13- Como você percebe o funcionamento das políticas públicas na prática?


A efetividades das Políticas Públicas é essencial para as famílias em situação de
vulnerabilidade social, porque garante o atendimento das necessidades básicas e essenciais
das quais têm direito.

14- Quais os serviços mais usados? Há algum que você colocaria em destaque?
Os atendimentos de cadastro único para acesso aos serviços e benefícios sociais e de
transferência de renda, Atendimento técnico individualizados para orientações,
encaminhamentos e acompanhamento, para solicitação de Benefícios eventuais e
emergenciais e de transferência de renda. Projetos e Oficinas do Programa de Atendimento e
acompanhamento integral PAIF, Serviço de convivência e fortalecimento de Vínculos
familiares e comunitários –SCFV.

ENTREVISTA PRESENCIAL:
1- Qual seu nome e sua formação? (Opcional)
Meu nome é Vanessa Gonçalves, minha formação é em psicologia, pela Unigran, me
formei em 2011. E de lá para cá, eu trabalhei já na saúde, e aí em 2019 eu vim para
assistência social. Eu tenho percurso clínico, também, nesses dez anos, e sou pós graduada
em psicanálise, faço formação também em psicanálise, na escola do corpo freudiano, e estou
fazendo especialização agora em políticas públicas.

2- Há quanto tempo você trabalha no CRAS?


Estou no CRAS desde janeiro de 2019. São três anos, vai para quatro.

3- Como você começou a trabalhar no CRAS?


Foi por concurso público, né, eu fiz concurso em 2016, e aí depois de três anos, de
muita briga, teve uma questão judicial também envolvida, porque tinha cargos que estavam
livres, mas não tinha a chamada do concurso, aí foi de 2016 até 2019 nessa luta, então três
anos após o concurso eu fui chamada.

4- Como é sua rotina de trabalho?


Bom a gente chega às sete, a gente começa a fazer o acolhimento, e ai o CRAS
funciona da seguinte forma: primeira porta de entrada é o cadastro único, e aí precisa ser feito
o cadastro único, e depois os atendimentos, mas, existem casos em que o atendimento é mais
urgente, então a gente faz e depois encaminha para o cadastro único.
A gente chega, faz a acolhida, geralmente se tem pessoas aguardando os
atendimentos, então são dez senhas para cadastro único, e mais dez senhas por técnico para
atendimento técnico. Na acolhida, a gente conversa com as pessoas, falamos dos serviços do
CRAS, explicamos um pouquinho do que são as políticas públicas, depois a gente direciona
para os atendimentos. E isso é na segunda e na terça que tem os atendimentos técnicos, na
quarta geralmente a gente faz as visitas domiciliares, na quinta a gente fica para
acompanhamento familiar, então as famílias que a gente acompanha a gente geralmente
chama para resolver algumas questões, dar alguns encaminhamentos, fazer atendimentos, e na
sexta a gente faz reunião de equipe.
(Eduardo): Os atendimentos em família vocês fazem em consonância com o NASF?
(Vanessa): Alguns. Alguns atendimentos são encaminhados pelo NASF, daí a gente faz a
visita, o atendimento, e outros a gente também faz o encaminhamento para o NASF, quando é
de saúde.
(Samara): E essas visitas domiciliares são com qual propósito?
(Vanessa): Então, a visita domiciliar é um atendimento que está dentro do PAIF, o programa
de atenção integral à família, que é justamente conseguir ir conhecer a realidade da família,
conversar para saber qual está sendo a demanda naquele momento…
(Rogério): Conhecer a estrutura também?
(Vanessa): Também! Não é algo que a gente vai enquanto uma batida, para fiscalizar nada,
porque esse não é o papel, mas quando a gente tá acompanhando a família a gente vai para
saber um pouco da dinâmica, como que é, como que é a relação dos filhos, quem mora na
casa, quais são as estruturas, onde é o território, para saber como que são feitos os vínculos de
convivência, mais ou menos nesse sentido.

5- Você realiza algum tipo de relatório? Como são eles?


(Vanessa): Então, os relatórios… A gente faz relatórios só quando é um procedimento
judicializado. Ou um relatório de atendimento mais simples quando é para algum
encaminhamento.
(Rogério): Como funciona esse que é judicializado?
(Vanessa): É assim, a gente trabalha e o que acontece, nós somos a ponta, nós que estamos na
comunidade diretamente com o usuário. Existem alguns casos, que por exemplo, a gente não
atendeu ainda a família, às vezes a gente atendeu mas tem vezes que a gente nunca teve
contato com a família, e aí essa família teve alguma questão que aconteceu, que o conselho
tutelar precisou intervir. Quando o conselho intervém, ele faz um relatório comunicando a
vara da infância ou a vara do idoso, ou as promotorias que são relacionadas a esse tipo
específico de atendimento. E aí a promotoria, ou o ministério público, ou a vara da infância,
eles têm o acesso ao caso e eles vão dar alguns encaminhamentos, que vão ser feitos ou para
saúde, ou para educação, ou para assistência social. E quando é um atendimento que eles
precisam que o CRAS acompanhe mais de perto, ai eles fazem o encaminhamento, solicitam
acompanhamento familiar, e às vezes solicitam um relatório pormenorizado dos atendimentos
realizados com a família, é tudo de encaminhamento, tudo que a gente fez de atendimento,
tudo que a gente fez de visita. E aí esses relatórios a gente precisa fazer, a gente precisa fazer
um relatório que a gente chama de psicossocial, então ele é não só um relatório feito pela
psicóloga, mas é um relatório em conjunto, porque a gente tem uma equipe multidisciplinar, e
a assistente social e a psicóloga que vão acompanhar o caso. E a gente faz esses relatórios,
mas quando é judicial! Agora, quando são alguns relatórios que a gente precisa fazer, ou para
o CREAS, que é um outro equipamento, só que é de média complexidade, aí a gente coloca
as informações necessárias, é um relatório mais sucinto, e encaminha para atendimento, que
às vezes não vai ser um caso que vai ser o CRAS que vai acompanhar, mas quando há uma
violação de direito, a gente precisa encaminhar, então a gente encaminha para o CREAS, faz
um relatório também de atendimento e acompanhamento. Agora relatórios psicológicos
mesmo, a gente não faz.

6- Qual a demanda de casos que você recebe?


(Vanessa): Específico?
(Rogério): Não, mais geral.
(Vanessa): É assim, a gente tem uma demanda bem alta aqui, cada técnico acompanha mais
ou menos trinta famílias, e teria muito mais para acompanhar, mas a gente não dá conta. Para
vocês terem uma noção, o CRAS Jóquei Clube atende quarenta e oito bairros, e nós somos
em três técnicos de nível superior, então assim, é uma demanda enorme, tem vezes que a
gente atende cem pessoas em um dia, quando tem benefício eventual…
(Eduardo): Quantas horas semanais é o concurso?
(Vanessa): São trinta horas. E aí é praticamente impossível a gente conseguir dar conta de
todas as demandas, então a gente faz o atendimento técnico, e esse atendimento é feito pelo
assistente social e o psicólogo, então são funções que, o técnico de referência do CRAS, então
tem o PAIF, que é esse programa de atenção integral à família, que a gente vai olhar para a
família como um todo, ver quais são as demandas delas e fazer os encaminhamentos, ir
acompanhando, conseguiu o acesso à saúde? Conseguiu o acesso à educação? Conseguiu o
acesso aos direitos? Aí a gente vai fazendo encaminhamentos conforme vai tendo a demanda.
Só que nunca é numa visão de julgamento da família, ou tipo, você precisa cumprir esse
encaminhamento, se não você vai ser penalizado, nada nesse sentido. É uma questão de
suporte mesmo, para quem está naquele momento passando por uma situação de
vulnerabilidade, seja de qual tipo for. Então a gente faz os atendimentos, é uma demanda
muito alta aqui no território, a gente tem uma demanda de benefício eventual enorme, e aí
nesses quarenta e oito bairros atendidos, às vezes vem cinquenta cestas básicas, cem cestas
básicas, em um território que é extremamente vulnerável, então a gente não consegue
trabalhar tão bem.
(Rogério): Por mês, que vem essas cestas?
(Vanessa): Por mês. Então assim, a gente tem um problema de insegurança alimentar no
município, que é muito grande, a gente não tem um programa de segurança alimentar, a gente
não tem um restaurante popular, a gente não tem né. Por mais que a gente tenha agricultura
familiar, que é bastante atuante, às vezes a gente recebe doação né da (pomes? não achei
pesquisando), a gente às vezes recebe algumas doações da sociedade civil, mas é muito
pouco. Porque as pessoas estão extremamente vulneráveis, principalmente agora, de quatro
anos para cá, as coisas pioraram bastante. Então a gente sofre esse impacto aqui, também.
(Rogério): Vocês fazem bastante solicitação para o governo? Não sei para quem vocês fazem
ou podem fazer…
(Vanessa): A gente faz a solicitação para a gestão municipal. Só que por exemplo, para vocês
terem uma noção, nós estamos em setembro?! Nós estamos sem cesta básica desde março.
Está em processo de licitação há mais de três meses.
(Samara): E não vem retroativo desses meses?
(Vanessa): (som e expressão de negação) Então assim, é muito difícil, a gente teve aí a época
da pandemia, daí a gente teve um quantitativo de cestas que aumentou, mas por conta de
ações que estavam existindo à nível de Brasil, que daí veio do estado né…
(Rogério): Mas que também não satisfazia de forma completa né?
(Vanessa): Não porque às vezes vinha… A gente às vezes faz prestação, vem trezentas cestas
básicas, quinhentas cestas básicas no máximo. Mas quinhentas famílias é só o que tem no
território do assentamento Santa Felicidade, que é o território mais vulnerável que a gente
tem. Então não supre.
(Leandro): De 2019 para cá, você percebeu que teve algum incentivo ou mais desmonte
mesmo?
(Vanessa): Mais desmonte! Isso é bem claro.
(Samara): A gente ia visitar o CRAS do Canaã 1, só que a psicóloga falou que não tava
conseguindo desenvolver projetos, atender as famílias e ela achou melhor a gente visitar outro
CRAS que talvez estivesse funcionando melhor.
(Vanessa): Sim, sim. A gente não parou de atender, só que falar para vocês que a gente
consegue fazer esse acompanhamento sistematizado eu vou estar mentindo, porque falta
equipe, para vocês terem noção, aqui a gente precisaria ter quatro técnicos administrativos,
uma técnica de serviço de convivência, um orientador social, três técnicos de referência e a
coordenação.
(Rogério): Um psicólogo é muito pouco, né?
(Vanessa): Sim. Aí nós temos… São dez né, que eu falei?! Nós temos três técnicos, a
coordenação e duas estagiárias. Um administrativo quando tem, era para ter quatro.
(Rogério): Esses dez que têm é o que está…
(Vanessa): É o que está na Nob-RH.
(Leandro): E aí vocês acabam fazendo papel administrativo também?
(Vanessa): É, a gente faz tudo.

7- Como é trabalhar no âmbito social?


É um desafio muito grande, porque assim, a gente tem que lidar com forças de todos os
lados, e saber como a gente vai fazer para que o usuário que seja atendido tenha garantido um
direito, que seja atendido da melhor forma possível, porque já se chega ao CRAS em uma
situação vulnerável, ninguém vem aqui porque está tudo bem. Então é muito complexo isso
porque a gente precisa lidar com isso, com falta de estrutura, com falta de profissionais, falta
de recursos mesmo para desenvolver os grupos, por exemplo, que é o serviço de convivência,
a gente não tem um lanche para oferecer para os usuários. Aí a gente tem que sempre escutar
isso de que “ah, está resolvendo”, mas efetivamente nunca se resolve. E houveram muitos
cortes e estão previstos muitos cortes, a gente espera que isso não aconteça, mas é um desafio
nesse sentido de as vezes você ser quem viola o direito, porque se a gente está aqui para
garantir direito, uma pessoa vem solicitar um direito que é a alimentação e a gente diz não, a
gente também está violando direito. Então é muito complicado por isso, e também para
conseguir mediar essa questão da força institucional, essa questão de ser um braço do Estado,
e não cair no discurso hegemônico, no sentido de culpabilizar a família, no sentido de julgar.
E a gente escuta muita coisa, nesse sentido, então a gente também precisa mediar isso, tentar
explicar que não é bem assim, e tentar fazer um trabalho com as famílias que seja de
autonomia, de garantia às seguranças, só que como a gente faz um trabalho de autonomia com
a família, se a gente não consegue nem conceder uma alimentação por um tempo até
atravessar esse período?

8- Como é a dinâmica do profissional de psicologia em relação aos outros funcionários?


A gente é técnico de referência, então nos atendimentos por exemplo, a gente concede
cesta básica, a gente concede cobertores, a gente faz as visitas nesse conjunto com a equipe.
Por exemplo, pedagogo vai desenvolver grupo, mas é no serviço de convivência, numa
questão de ciclos, de informação de direitos, tem toda uma temática que é desenvolvida já
vendo os preceitos, já vendo a cartilha do SUAS, de quais trabalhos precisam ser
desenvolvidos, pelo pedagogo, pelo coordenador, cada um tem a sua função específica. O
assistente social vai ter outros instrumentos, que não da psicologia, para fazer as leituras,
então em um relatório você vê a diferença, que vai ser por exemplo, ele vai olhar mais para a
questão social, de como tem a família, como é a casa, de que forma eles se organizam, então
tem uma outra visão. E aí, a gente enquanto psicólogo, a gente precisa entender um pouco
mais da questão de como são os vínculos, de que forma que esse sujeito se localiza ali na
dinâmica dessa família, o que pode estar acontecendo ali que está tendo um entrave, mediar
conflitos o tempo todo, na escuta principalmente, que não vai ser igual, a gente tem coisas
que a gente presta mais atenção, para além do que aquilo está representando.

9- A estrutura condiz com a demanda do CRAS?


A estrutura não condiz de forma alguma com a demanda, precisaria de mais uma
equipe. Existe uma carência em relação aos recursos para conseguir realizar trabalhos com as
famílias, além é claro, a falta de itens básicos como: copos descartáveis, papel higiênico,
papel toalha, sabonete, entre outros. Conseguir se colocar dentro da instituição junto ao
usuário sabendo que está fazendo um papel do estado é muito difícil, principalmente, sem
uma boa estrutura e materiais.

10- Qual o papel do psicólogo no CRAS?


O papel do psicólogo(a) é realizar uma acolhida que não demonstre em momento
algum que estamos fazendo caridade, o trabalho proposto é mostrar para o usuário os seus
direitos e o auxiliar o mesmo a obtê-los. O psicólogo(a) muitas vezes também vai trabalhar
em outras áreas que precise de ajuda, como a área administrativa, mas em momento algum
vai receber mais por isso, ele também realiza visitas domiciliares para acompanhar as
famílias, sendo assim o trabalho não se resume apenas ao espaço físico do CRAS.
A minha formação em psicanálise me ajudou nas leituras e na escuta, somos
atravessados por um discurso, por uma linguagem, é preciso olhar pra história e seu contexto,
escutando o sujeito e auxiliando o mesmo para que ele encontre soluções para suas
adversidades com o apoio dos programas e de seus direitos exercidos na prática.

11- Qual suporte você tem em relação ao seu trabalho e quais você acha que deveria ter?
Toda a equipe se apoia, isso gera um suporte e um conforto em momentos difíceis,
trabalhar com políticas públicas é uma tarefa desafiadora, seria ótimo ter um suporte em
relação aos materiais básico e os que amparam as famílias, como as cestas básicas, e por fim,
um quadro de funcionários mais amplo para poder atender todas as famílias que nos
procuram.

12- Você se sentiu acolhida pelos funcionários e usuários?


Sim, sempre me senti acolhida, desde o início a equipe foi bem acolhedora, todos nós
nos respeitamos e nos damos bem, até porque nosso trabalho além de individual é
multidisciplinar, então, é necessário ter uma boa convivência para a realização do mesmo.

13- Como você percebe o funcionamento das políticas públicas na prática?


Na prática, as políticas se concretizam como podem. O Estado faz muito menos do
que deveria fazer. Mesmo com a equipe reduzida, falta de materiais e estrutura, ainda se tenta
fazer o trabalho de base, que é a troca de informações e construção de autonomia.

14- Quais as políticas mais usadas? Há alguma que você colocaria em destaque?
Nós temos uma grande taxa de inscrição dos usuários no Cadúnico(Cadastro Único
para Programas Sociais) na qual se estende o acesso para os programas como auxílio Brasil
(antigo bolsa família), desconto na conta de energia, acesso a cestas básicas (quando
disponível), entre outros programas, o que mais se destaca creio que seja o auxílio Brasil
(antigo bolsa família) por conta da grande quantidade de mãe em situação de vulnerabilidade.

Como a política opera no cotidiano?

O trabalho efetuado no CRAS é feito através de um cronograma semanal e que cada


dia é designado um tipo de serviço diferente, além de funções específicas realizadas no local,
sendo elas: Atendimento e acompanhamento familiar; atendimento direto e indireto do
serviço de convivência e fortalecimento de vínculos; atividades envolvendo grupos de
famílias da comunidade; cadastro, recadastro, atualização cadastral e desbloqueio do Cadastro
Único para recebimento do Auxilio Brasil e o acesso a outros programas, como: desconto na
conta de energia, isenção da taxa de inscrição em concursos públicos e pedido de conversor
digital; concedimento de benefícios eventuais, como cesta básica, auxílio funeral, auxílio
natalidade, com o intuito de superar vulnerabilidades temporárias; encaminhamento para o
mercado de trabalho; encaminhamento para a rede socioassistencial e demais órgãos públicos;
agendamento de perícia no INSS.

Dessa forma, é observado que a principal atuação do CRAS é em cima do


acompanhamento das famílias em vulnerabilidade, sem atuação de práticas clínicas (ações
psicoterapêuticas, psicodiagnósticas, psicopedagógicas). Entretanto, é função do CRAS
encaminhar para a rede de saúde ou da educação caso haja a necessidade do uso de práticas
clínicas. Isso porque, a função do CRAS tem o propósito de atuar de forma coletiva e não
individual, é importante entender que a psicologia tem o potencial de intervir em níveis
comunitários e familiares, não se prendendo em práticas clínicas individualizadas. Então, é
papel do psicólogo e de toda a equipe referência do CRAS compreender o sofrimento
psíquico no âmbito social, econômico, geográfico e político, diminuindo a ênfase no
individual.

[...] o sofrimento humano é ético e político, produzido por uma história de


desigualdades e injustiças sociais, vivenciado pelo indivíduo, mas que tem origem
nas relações construídas socialmente. Assim, o sofrimento não é característico do
indivíduo, mas é produto dos processos histórico, político, social e econômico de
exclusão, processo que deve ser denunciado nas práticas psicológicas [...].
(Conselho Federal de Psicologia & Conselho Federal de Serviço Social, 2007, pp.
36-37)

Dessa maneira, o CRAS além de seu viés protetivo, tem como função problematizar
as contradições que permeiam a população em vulnerabilidade e debatê-las de forma conjunta
aos usuários, a fim de informá-los que grande parte das adversidades presentes na vida dessas
pessoas não é culpa delas, através de uma leitura crítica da realidade. O CRAS possui um
grande poder político, e o desmanche progressivo dele é visto como um processo de
silenciamento e ocultação das disfunções políticas de nível regional ao federal.

O que da política pública funciona ou não e quais as razões?

Há uma demanda muito grande no que se diz respeito ao atendimento e suporte no CRAS,
a quantidade de profissionais na equipe referência dessas instituições não conseguem suprir a
necessidade da população em vulnerabilidade. No CRAS Jóquei Clube Dourados-MS, cada
técnico acompanha aproximadamente 30 famílias, e só não é maior esse número devido a
enorme sobrecarga dos técnicos, pois de acordo com a psicóloga do local, existem diversas
famílias que não são atendidas devido a falta de profissionais. O CRAS Jóquei Clube atende
48 bairros e conta com apenas três técnicos de nível superior, chegando a atender 100 pessoas
em 1 dia.
Além da equipe referência não ser suficiente para lidar com a demanda, outro
problema muito grave é exposto, não há programas de segurança alimentar como restaurantes
populares, e a quantidade de cestas básicas está longe de ser suficiente para suprir as
necessidades da população alvo (No CRAS Jóquei Clube, é recebido entre 50 a 100 cestas
básicas por mês, desde março estão sem receber sequer uma cesta, e não é enviado
retroativos).
Por lei, a população vulnerável deveria ter acesso à essas cestas básicas, é
extremamente complicado e delicado ter que lidar com a falta delas, explicar que não há
disponibilidade das cestas para um sujeito que foi até o local para solicitá-la e não conseguir
entregar por falta da mesma, é violar os direitos dessa pessoa, entretanto, a responsabilidade
está para além da equipe operante.
Problemas na estrutura do local também são empecilhos que dificultam o trabalho
dos profissionais e precarizam o atendimento, como: falta de água potável, materiais de
limpeza e higiene, também não são disponibilizados recursos para o desenvolvimento de
atividades em grupo, não há nada para oferecer de alimento nas atividades feitas no local por
exemplo.
Por mais que sejam feitas solicitações das demandas, nunca é resolvido, pelo
contrário, cada vez mais é observado o corte de verbas e o desmonte da rede SUAS.
Após a implementação do auxílio brasil, a solicitação desse auxílio passou a ser
feita de maneira online. Dessa forma, é visto dois problemas com essa mudança, nem todos
possuem acesso a internet e reduz o trabalho do CRAS a função de transferência de renda,
ignorando outras atribuições que a instituição possui, como permitir o direito de convivência,
segurança de acolhida, segurança de autonomia, acesso à informação, conhecimento das
políticas públicas (o que são, como funcionam, para quem e como utilizadas).
O Cras não consegue fazer um acompanhamento sistematizado das famílias, sendo que
essa ação é uma das finalidades do PAIF, por conta da falta de equipe e recursos. O cenário
ideal seriam quatro técnicos administrativos, um técnico de convivência, um orientador
social, três técnicos de referência e a coordenação.

Como foi realizar o trabalho?

Realizar o trabalho foi cansativo, trabalhoso e enriquecedor. O semestre foi longo, o


esforço foi grande e a experiência foi única. Até então, não havíamos tido contato com um
trabalho com parte prática como esse, o fato de irmos a campo coletar informações e nos
depararmos com a realidade que muitas vezes difere da teoria, fez com que a produção do
trabalho valesse a pena e acrescentasse muito em nossa formação. Tivemos obstáculos no
caminho, o primeiro CRAS escolhido não nos recebeu da forma que esperávamos, o que é
compreensível já que a situação de desmonte causa um certo tipo de pânico nos profissionais,
que talvez não queriam se expor ao expor a instituição (e nem era nossa missão, a exposição
do profissional).

Já no segundo, fomos muito bem recebidos, e foi uma escolha certeira, já que
precisávamos fazer outra visita e só conseguimos fazê-la faltando uma semana para
apresentar, e podemos dizer: ainda bem que conseguimos. Os profissionais foram muito
acolhedores, a entrevista foi muito mais fluída do que esperávamos, ao sair de lá percebemos
como aquela visita nos afetou. Conversamos muito sobre nossas expectativas, percepções,
inquietações e conquistas com esse trabalho.

Entregá-lo pronto, tanto a apresentação quanto a parte escrita, é um alívio e um misto


de emoções, já que foram meses de dedicação e sem dúvidas, estudantes que saem dessa
experiência com outros olhos e mentes abertas.

Quais as implicações políticas, éticas e teórico-práticas do trabalho com as políticas


públicas?

As implicações políticas, éticas e teórico-práticas que pudemos observar, se pautam na


questão de violar direitos básicos por falta de verba. Por exemplo, quando uma pessoa chega
com fome ao CRAS e pede comida, o profissional é obrigado a dizer não, pois não há
alimentos para dar. Ao fazer isso, ela está violando um direito constitucional, que é o direito à
alimentação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como objetivo realizar uma pesquisa abrangente sobre a
assistência social com um foco no CRAS, partindo da teoria de se pesquisar sobre o assunto
até a prática com a realização de duas entrevista com psicólogas do CRAS da região de
Dourados-MS, segundo alguns estudos, podemos notar que essa política pública têm um
grande potencial para ser referência no que se diz respeito ao amparo de famílias em situação
de vulnerabilidade no nosso país.
No término deste trabalho, após todas as buscas em plataformas online, materiais
físicos e a realização das entrevistas, tanto remota quanto presencial, ao adentrar na realidade
dessa política pública, notamos o descaso e o processo de desmonte por parte do estado com a
mesma, constatamos a falta de recursos e verbas para atender as famílias, como no CRAS do
Jóquei Clube que atende 48 bairros mas que recebe cerca de 300 cestas básicas por mês para
distribuir entre seus usuários.
Percebemos que a produção deste trabalho é de suma importância para a realização da
nossa graduação, que a partir do mesmo podemos construir uma olhar crítico e moldar nosso
entendimento sobre a importância das políticas públicas, foi gratificante apesar de toda a
indignação a respeito do que está na teoria e o que realmente acontece na prática.
Aos discutirmos sobre o que poderia ser feito para futuros trabalhos a respeito deste
tema, entramos em um consenso que seria indispensável visitar todos os CRAS de
Dourados-MS e trazer em um documento a respeito da realidade de cada um e poder
denunciar através do mesmo a negligência do estado em cumprir o mínimo que está na lei em
relação aos Centros de Assistência Social.
REFERÊNCIAS

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