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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI


Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal

Nivaldo de Souza Martins

FERTILIZAÇÃO DE SEGUNDA ROTAÇÃO: PRODUÇÃO VOLUMÉTRICA


EQUIVALENTE À PRIMEIRA ROTAÇÃO

Diamantina – MG
2019
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Nivaldo de Souza Martins

FERTILIZAÇÃO DE SEGUNDA ROTAÇÃO: PRODUÇÃO VOLUMÉTRICA


EQUIVALENTE À PRIMEIRA ROTAÇÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Ciência Florestal da Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como
requisito para obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Reynaldo Campos Santana

Diamantina – MG
2019
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Nivaldo de Souza Martins

FERTILIZAÇÃO DE SEGUNDA ROTAÇÃO: PRODUÇÃO VOLUMÉTRICA


EQUIVALENTE À PRIMEIRA ROTAÇÃO

Dissertação apresentada ao programa de Pós-


Graduação em Ciência Florestal da Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como
requisito parcial para obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Reynaldo Campos Santana

Data de aprovação: 22/02/2019.

Prof. Dr. Reynaldo Campos Santana – UFVJM

Prof. Dr. Marcio Leles Romarco de Oliveira – UFVJM

Dr. Lafayete Gonçalves Campelo Martins


T&M Consultoria Agroflorestal LTDA

Diamantina
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A minha mãe Domingas de Souza Martins


e a toda a minha família.

Dedico
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AGRADECIMENTOS

À minha família, em especial minha mãe, esposa e filhas pelo apoio incondicional.
Agradeço aos meus colegas de trabalho na Aperam pelo incentivo e ao companheiro
Ronaldo Silveira pelo apoio técnico no desenvolvimento de todo o trabalho.
À Aperam pelo apoio proporcionado para realização deste trabalho.
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Agradeço também ao professor Reynaldo Campos Santana por ter dedicado seu tempo
para me orientar na condução do trabalho e à UFVJM pela oportunidade de desenvolver esta
pesquisa.
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BIOGRAFIA

Nivaldo de Souza Martins, nascido aos 19 de julho de 1978, em Itamarandiba–MG. Sou


formado em técnico em agropecuária em 1997 pela Escola Agrotécnica Federal de São João
Evangelista, com licenciatura em biologia pela Faculdade de Tecnologia e Ciências do estado
da Bahia e especialização em manejo de solos e nutrição de plantas pela Escola Superior de
Agricultura Luis de Queiroz – Esalq.
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FERTILIZAÇÃO DE SEGUNDA ROTAÇÃO: PRODUÇÃO VOLUMÉTRICA


EQUIVALENTE À PRIMEIRA ROTAÇÃO

RESUMO GERAL

A produtividade dos povoamentos de eucalipto para a produção de carvão vegetal no Alto


Jequitinhonha evoluiu muito nas últimas décadas. A fertilização florestal é um dos principais
manejos silviculturais que colaboraram para este ganho. Apesar disto, são raros os estudos que
avaliaram o efeito da fertilização em um mesmo povoamento por mais de uma rotação. O
objetivo do presente estudo foi avaliar as fertilizações de fósforo (P) e nitrogênio (N) em
povoamentos conduzidos em primeira e segunda rotações. Dois experimentos foram
desenvolvidos em escala operacional, compreendendo 50 ha cada experimento, na região de
Itamarandiba-MG, um com P e outro com N em cultivo mínimo. O experimento de P, avaliou
9 pacotes nutricionais com base em P conduzidos em blocos ao acaso com 4 repetições. O
experimento de N avaliou 6 pacotes nutricionais com base em N conduzidos em blocos ao acaso
com 4 repetições. Ambos os experimentos utilizaram o Eucalipto urograndis, plantados no
arranjo 3,0m x 2,8m, conduzidos em primeira e segunda rotações, sendo que a mesma
fertilização empregada em primeira rotação foi repetida na segunda. A produção foi avaliada
anualmente até 84 meses de idade na primeira rotação e 72 meses na segunda rotação. Para o
experimento de P, conclui-se que a segunda rotação possui o mesmo potencial produtivo da
primeira rotação; as diferentes fontes de fósforo, solúvel e parcialmente solúvel, proporcionam
adequado desenvolvimento dos plantios; e que a segunda rotação tem que receber a mesma
recomendação de fertilização da primeira rotação. E para o experimento de N, conclui-se que a
resposta do eucalipto à adubação nitrogenada se assemelha-se entre rotações; e o eucalipto não
responde a elevadas doses de adubação nitrogenada em ambas as rotações.

Palavras-chave: Alto fuste. Talhadia. Fertilização florestal. Fósforo. Nitrogênio.


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FERTILIZATION OF SECOND ROTATION: VOLUMETRIC PRODUCTION


EQUIVALENT TO THE FIRST ROTATION

GENERAL ABSTRACT

Eucalypt stands productivity for charcoal production in Alto Jequitinhonha has evolved a lot in
the last decades. Forest fertilization is one of the main silvicultural practices that contributed to
this gain. Despite this, studies that have evaluated fertilization effect of on the same stand for
more than one rotation are rare. This study aimed to evaluate of phosphorus (P) and nitrogen
(N) fertilizations in stands conducted under first and second rotations. Two experiments on an
operational scale were develop, in Itamarandiba-MG region, one with P and one with N in
minimal cultivation. P experiment evaluated nine nutritional packages conducted in randomized
blocks with four repetitions. N experiment evaluated six nutrition packages conducted in
randomized blocks with four replicates. Both experiments used Eucalyptus urograndis, planted
in 3,0m x 2,8m arrangement, conducted in first and second rotations, and the same fertilization
used in first rotation was repeat in second. The production was evaluate annually up to 84
months of age at the first rotation and 72 months at the second rotation. For P experiment, it is
conclude that the second rotation has same productive potential of first rotation; different
phosphorus sources, soluble and partially soluble, provide adequate development of
plantations; and that second rotation has to receive the same fertilization recommendation from
the first rotation. For N experiment, it is conclude that the eucalypt response to nitrogen
fertilization resembles between rotations; eucalypt does not respond to high doses of nitrogen
fertilization in both rotations.

Keywords: High forest. Coppice. Forest fertilization. Phosphorus. Nitrogen.


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

CAPÍTULO I – PACOTE TECNOLÓGICO COM ÊNFASE À FERTILIZAÇÃO


FOSFATADA
Figura 1 - Médias mensais umidade relativa e temperatura em Itamarandiba–MG durante o
desenvolvimento do experimento ............................................................................................ 38
Figura 2 - Curvas de altura, área basal e volume, por tratamento, obtidas com o ajuste do
modelo logístico para diferentes rotações ................................................................................ 45

CAPÍTULO II – PACOTE TECNOLÓGICO COM ÊNFASE À FERTILIZAÇÃO


NITROGENADA
Figura 1 – Médias mensais umidade relativa e temperatura em Itamarandiba–MG durante o
desenvolvimento do experimento.............................................................................................69
Figura 2 – Curvas de altura, área basal e volume, por tratamento, obtidas com o ajuste do
modelo logístico para diferentes rotações.................................................................................76
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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO I – PACOTE TECNOLÓGICO COM ÊNFASE À FERTILIZAÇÃO


FOSFATADA
TABELA 1 – Análise química do solo da área experimental.......................................................33
TABELA 2 – Fertilizações empregadas na primeira e segunda
rotações.....................................................................................................................................35
TABELA 3 – Quantidade de nutrientes aplicados em cada em cada rotação para os diferentes
tratamentos................................................................................................................................36
TABELA 4 – Médias mensais de precipitação em Itamarandiba–MG durante o
desenvolvimento do experimento.............................................................................................37
TABELA 5 – Médias mensais do déficit de pressão de vapor em Itamarandiba–MG durante o
desenvolvimento do experimento.............................................................................................38
TABELA 6 – Custos anuais para os tratamentos na primeira (1ª) e segunda (2ª)
rotações.....................................................................................................................................39
TABELA 7 – Descrição das atividades realizadas que compuseram os custos anuais para os na
primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações.........................................................................................40
TABELA 8 – Coeficientes e qualidade de ajuste do modelo logístico usado para estimar a altura
(m), área basal (m2 ha-1) e volume (m3 ha-1) da primeira rotação de eucalipto para os tratamentos
em função da idade (meses)......................................................................................................42
TABELA 9 – Coeficientes e qualidade de ajuste do modelo logístico usado para estimar a altura
(m), área basal (m2 ha-1) e volume (m3 ha-1) da segunda rotação de eucalipto para os tratamentos
em função da idade (meses).......................................................................................................43
TABELA 10 – Médias anuais por tratamento (T) para altura, área basal e volume em primeira
(1ª) e segunda (2ª) rotações........................................................................................................45
TABELA 11 – Variações percentuais do volume de tronco e custos na idade de corte para os
diferentes tratamentos na primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações.................................................48
TABELA 12 – Variações percentuais dos custos e do volume de tronco comparando a primeira
(1ª) com segunda (2ª) rotação aos 72 meses de idade.................................................................50
TABELA 13 – Custos, volume de tronco e valor de madeira de eucalipto para os diferentes
tratamentos na primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações..................................................................50
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CAPÍTULO II PACOTE TECNOLÓGICO COM ÊNFASE À FERTILIZAÇÃO


NITROGENADA
TABELA 1 – Análise química do solo da área experimental.....................................................65
TABELA 2 – Dosagem, parcelamento e tipo de fertilizantes empregados nas fertilizações
nitrogenadas, aplicadas em primeira e segunda rotações nos povoamentos de eucalipto, para
todos os tratamentos..................................................................................................................67
TABELA 3 – Quantidade de nutrientes aplicados em cada regime de adubação nitrogenada para
eucalipto no município de Itamarandiba–MG, utilizados na primeira rotação e repetidos na
segunda rotação.........................................................................................................................68
TABELA 4 – Médias mensais de precipitação em Itamarandiba–MG durante o
desenvolvimento do experimento.............................................................................................69
TABELA 5 – Médias mensais do déficit de pressão de vapor em Itamarandiba–MG durante o
desenvolvimento do experimento..............................................................................................70
TABELA 6 – Custos anuais para os tratamentos na primeira (1ª) e segunda (2ª)
rotações.....................................................................................................................................71
TABELA 7 – Descrição das atividades realizadas que compuseram os custos anuais para os na
primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações..........................................................................................72
TABELA 8 – Coeficientes e qualidade de ajuste do modelo logístico usado para estimar a altura
(m), área basal (m2 ha-1) e volume (m3 ha-1) da primeira rotação de eucalipto para os tratamentos
em função da idade (meses).......................................................................................................74
TABELA 9 – Coeficientes e qualidade de ajuste do modelo logístico usado para estimar a altura
(m), área basal (m2 ha-1) e volume (m3 ha-1) da segunda rotação de eucalipto para os tratamentos
em função da idade (meses).......................................................................................................75
TABELA 10 – Médias anuais por tratamento (T) para altura, área basal e volume em primeira
(1ª) e segunda (2ª) rotações........................................................................................................78
TABELA 11 – Variações percentuais do volume de tronco e custos na idade de corte para os
diferentes tratamentos na primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações.................................................80
TABELA 12 – Variações percentuais dos custos e do volume de tronco comparando a primeira
(1ª) com segunda (2ª) rotação aos 72 meses de idade.................................................................80
TABELA 13 – Custos, volume de tronco e valor de madeira de eucalipto para os diferentes
tratamentos na primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações..................................................................81
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SUMÁRIO

RESUMO GERAL................................................................................................................... 14
GENERAL ABSTRACT ................................................................................................................... 16
INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................................................... 26
CAPÍTULO I - PACOTE TECNOLÓGICO COM ÊNFASE À FERTILIZAÇÃO
FOSFATADA
RESUMO ............................................................................................................................................. 28
ABSTRACT ........................................................................................................................................ 30
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 32
2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................... 34
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................. 42
4 CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 53
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 53
CAPÍTULO II - PACOTE TECNOLÓGICO COM ÊNFASE À FERTILIZAZAÇÃO
NITROGENADA
RESUMO ............................................................................................................................................. 60
ABSTRACT ........................................................................................................................................ 62
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 64
2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................... 66
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................. 73
4 CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 81
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 81
CONCLUSÃO GERAL ..................................................................................................................... 87
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 89
ANEXOS ............................................................................................................................................. 91
APÊNDICES ....................................................................................................................................... 93
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INTRODUÇÃO GERAL
Com uma participação significativa no PIB nacional e gerando milhões de
empregos diretos e indiretos, principalmente nos setores de celulose e papel, carvão vegetal, é
inquestionável a importância do setor florestal na economia brasileira. O Brasil detém uma das
mais avançadas tecnologias de florestas plantadas do mundo, tendo o eucalipto como dos seus
principais expoentes (SILVEIRA; GAVA, 2003).
De origem australiana, exceto as espécies E. urophylla e E. deglupta que ocorrem
em ilhas na Oceania fora da Austrália, atualmente, já se conhece pelo menos 700 espécies, com
diferentes exigências quanto à fertilidade de solo, tolerância a geadas e a seca, o que vem
possibilitando seu plantio em mais de 100 países e as principais espécies plantadas no Brasil
são o E. grandis, E. saligna, E. urophylla, E. viminalis, E. grandis, C. citriodora, E.
camaldulensis e principalmente híbridos obtidos do cruzamento destas espécies (WILCKEN et
al., 2008).
Quando se pensa em adubação existe a necessidade de se compreender que nem
sempre o solo é capaz de fornecer todos os nutrientes que as plantas precisam para seu adequado
crescimento. A quantidade de adubo a aplicar dependerá das necessidades nutricionais das
espécies florestais plantadas, da reserva do solo, da forma de reação dos adubos com o solo, da
eficiência dos adubos e de fatores de ordem econômica. As recomendações de adubação devem
ser definidas a nível regional para as espécies e tipos de solo mais representativos, envolvendo
experimentação de campo que devem ter por objetivo estabelecer classes de fertilidade do solo
e de resposta da cultivar às adubações (GONÇALVES, 1995).
Devido às necessidades de preservação ambiental e de assegurar os melhores solos
para a produção de alimentos, o eucalipto é, geralmente, cultivado em solos de baixa fertilidade,
como aqueles localizados no Cerrado. Porém, grande maioria dos solos respondem
positivamente à adubação, principalmente, a adubações fosfatadas e nitrogenadas.
A grande maioria das áreas ocupadas por eucalipto principalmente na região de
cerrado, está sob solos muito intemperizados e lixiviados, com baixa disponibilidade de
nutrientes. Como fator negativo, o atendimento da demanda nutricional das árvores é bastante
prejudicado pelos altos índices de deficiência hídrica que ocorrem na maior parte das áreas onde
estão concentrados os maiores blocos de plantios no Brasil (BARROS, 2013).
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CAPÍTULO I

PACOTE TECNOLÓGICO COM ÊNFASE À FERTILIZAÇÃO FOSFATADA

RESUMO

Apesar do expressivo desenvolvimento da silvicultura brasileira nas últimas décadas ainda não
se tem procedimentos de fertilização de segunda rotação bem estabelecidos como a de primeira.
De forma geral considera-se que a segunda rotação pode receber menor quantidade de
fertilizantes em relação à primeira devido a ciclagem de nutrientes dos resíduos não retirados
pela colheita, pela serapilheira formada na rotação anterior e pelo sistema radicular já
estabelecido. Apesar da consolidação deste sistema silvicultural a redução de produtividade em
rotações sucessivas pode atingir mais de 40 %. As seguintes hipóteses foram testadas: i) a
segunda rotação possui o mesmo potencial produtivo da primeira rotação e ii) diferentes fontes
de fósforo, solúvel e parcialmente solúvel, proporcionam adequado desenvolvimento das
plantas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a produção de rotações de eucalipto, clone
AEC 1528, em diferentes regimes de adubação fosfatada em escala operacional. O experimento
foi instalado em Itamarandiba-MG envolvendo nove pacotes tecnológicos com ênfase em
fontes de fósforo (S.S – S.T – Fosfato Natural de Araxá – Fosfato Natural Reativo e Fosfato
natural RLT2) conduzidos por sete anos em primeira rotação e seis em segunda repetindo-se a
mesma adubação em ambas as rotações. Com base nas hipóteses avaliadas, conclui-se que a
segunda rotação possui o mesmo potencial produtivo da primeira rotação; as diferentes fontes
de fósforo, solúvel e parcialmente solúvel, proporcionam adequado desenvolvimento dos
plantios; e que a segunda rotação tem que receber a mesma recomendação de fertilização da
primeira rotação.

Palavras-chave: Talhadia. Alto fuste. Fertilização florestal. Fontes de fósforo.


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TECHNOLOGICAL PACKAGE WITH PHOSPHATE FERTILIZATION EMPHASIS

ABSTRACT

Despite the significant development of Brazilian silviculture in the last decades, there are still
no well-established second rotation fertilization procedures such as the first one. In general, it
is consider that second rotation can receive smaller amount of fertilizers in relation to the first
one due to nutrient cycling of residues not removed by harvest, by litter formed in previous
rotation and by already established root system. Despite the consolidation of this silvicultural
system, productivity reduction in successive rotations can reach more than 40%. The following
hypotheses were test: (i) second rotation has the same productive potential as the first rotation,
and (ii) different phosphorus sources, soluble and partially soluble, provide adequate plant
development. This work aimed to evaluate the production of eucalypt rotations, clone AEC
1528, in different regimes of phosphate fertilization in operational scale. The experiment was
install in Itamarandiba-MG involving nine technological packages with phosphorus sources
emphasis (S.S – S.T – Araxá Natural Phosphate – Natural Reactive Phosphate and Natural
Phosphate RLT2) conducted for seven years in first rotation and six in second with repetition
of the same fertilization in both rotations. Based on the hypotheses evaluated, it is conclude that
the second rotation has same productive potential of first rotation; different phosphorus sources,
soluble and partially soluble, provide adequate development of plantations; and that second
rotation has to receive the same fertilization recommendation from the first rotation.

Key words: Coppice. High forest. Forest fertilization. Phosphorus sources.


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1 INTRODUÇÃO
O eucalipto é a espécie florestal mais plantada no Brasil (BASSACO et al., 2018).
Em 2016, cerca de 5,7 milhões de hectares foram cultivados em uma grande diversidade de
solos (IBÁ, 2017). Em geral, essas plantações encontram-se em solos com baixa fertilidade
natural, sendo a pouca disponibilidade de fósforo (P) um dos fatores limitantes do crescimento
e produção florestal (COMERFORD et al., 2002; PRIETZEL; STETTER, 2010; CROUS;
ÓSVALDSSON; ELLSWORTH, 2015; DIAS et al., 2015; GARAY; AMIOTTI; ZALBA,
2018; VIANA et al., 2018). Nestas circunstâncias, é recomendada a adubação fosfatada
(NOVAIS et al., 2007; CROUS; ÓSVALDSSON; ELLSWORTH, 2015).
A manipulação de recursos que influenciam o crescimento é fundamental para o
sucesso do gerenciamento de plantações com alta produtividade (ALBAUGH et al., 2017;
CARRERO et al., 2018). A fosfatagem tem sido realizada no início do ciclo florestal para o
suporte de uma única rotação a fim de se evitar a depleção nutricional por meio da remoção de
fustes durante a colheita (BENDER et al., 2018). A eficácia da aplicação de adubos a base de
P já foi relatada para a primeira rotação de eucalipto por diversos pesquisadores (GRACIANO
et al., 2006; NOVAIS et al., 2007; STAPE et al., 2010; CROUS; ÓSVALDSSON;
ELLSWORTH, 2015; DIAS et al., 2015; COSTA et al., 2016; BASSACO et al., 2018).
Entretanto, ainda são incipientes ou praticamente inexistentes pesquisas que avaliem a
fosfatagem em rotações sucessivas em um mesmo ciclo de cultivo. Parte da carência de
informações de plantações conduzidas sob talhadia é justificada pelo menor interesse das
grandes empresas na condução de rotações.
A aplicação de fósforo é essencial para o aumento e manutenção da produtividade
das florestas de eucalipto. Para isso, é importante que algumas medidas sejam tomadas para se
aumentar a eficiência da adubação fosfatada como: selecionar genótipos mais eficientes na
absorção e utilização de fósforo, determinar a fonte, dose adequada e econômica em função do
tipo de solo (acidez do solo, quantidade e qualidade das argilas) e do material genético.
Determinar a melhor forma e época de aplicação em busca da melhor resposta quanto a dose e
fonte, em plantio, brotação e em florestas deficientes. (SILVEIRA; GAVA, 2003).
O P por sua vez, é um elemento mineral essencial para vegetais e sua relevância
nutricional foi reconhecida em meados do século XIX, requerido em grandes quantidades por
vegetais (PRIETZEL; STETTER, 2010; CROUS; ÓSVALDSSON; ELLSWORTH, 2015).
Trata-se de um componente estrutural de diversos produtos metabólicos, como ácidos
nucleicos, fosfolipídios de membranas celulares e ésteres de carboidratos, participando de
processos inerentes à produção de energia e ativação enzimática em vegetais (TAIZ; ZEIGER,
33

2013). Além disso, a adubação com P promove o crescimento e melhora, inclusive, a absorção
de outros elementos como N e S (GRACIANO et al., 2006)
A adubação é uma prática comum para a melhoria da produtividade em sítios
florestais (WANG; WANG; LIU, 2008). Atualmente, a adubação balanceada é responsável por
ganhos entre 30% e 50% na produção madeireira (COSTA et al., 2016). No caso específico do
P, sua aplicação é rotineira em solos altamente intemperizados em regiões tropicais dos Estados
Unidos, Nova Zelândia e Brasil (COMERFORD et al., 2002; COSTA et al., 2016). Estima-se
que um terço da área terrestre no mundo é limitada por P, baseando-se na sua disponibilidade e
extensão geográfica de solos altamente intemperizados (CROUS; ÓSVALDSSON;
ELLSWORTH, 2015). A quantidade aplicada operacionalmente ao longo de uma rotação de
eucalipto no Brasil é de, aproximadamente, 41 kg de P ha-1 (STAPE et al., 2010). Em sítios
localizados no cerrado da região Centro-Norte de Minas Gerais, com solos intemperizados, as
aplicações recomendadas variam de 41 a 46 kg de P ha-1 (SANTANA et al., 2014).
O uso da fonte e quantidade apropriada de adubos auxilia o rápido estabelecimento
de sistemas radiculares e estimula a produção de copa e acúmulo de biomassa no tronco
(CROUS; ÓSVALDSSON; ELLSWORTH, 2015). A aplicação de P tem sido realizada com
adubos de baixa reatividade (fosfato de rochas sementares) a altamente reativos (superfosfato)
(BASSACO et al., 2018), a escolha da fonte nutricional é importante para a redução de custos
e incrementos produtivos. Ressalta-se que a aceleração do crescimento a partir de aplicações de
P pode antecipar rotações e, em alguns casos, permite realizar sucessivos cultivos (BASSACO
et al., 2018).
Gestores florestais necessitam de informações metodológicas sobre a alocação de
insumos em cada rotação florestal (ALBAUGH et al., 2017). A aquisição de nutrientes por
vegetais depende da área de absorção radicular (GRACIANO et al., 2006; NOVAIS et al.,
2007), que é maior em rotações sucessivas cujas raízes já se encontram estabelecidas (LIMA et
al., 2017). Contudo, o mesmo esquema de adubação é seguido independentemente da rotação
de cultivo. Enfatiza-se que manter ou aumentar a produtividade de sites em segunda rotação é
uma necessidade para a otimização de suprimentos fabris e rendimentos econômicos.
O povoamento florestal pode ser conduzido sob sistema silvicultural de alto fuste
ou talhadia. No sistema de alto fuste, o ciclo florestal finaliza após a colheita e talhões são
reformados. A talhadia por sua vez, caracteriza-se pela emissão e condução de brotações após
o corte, início de uma nova rotação florestal. Atualmente, o sistema mais empregado nas
empresas do setor florestal é a talhadia em virtude da facilidade de implementação, menor custo
e dispensação da aquisição de mudas, preparo de solo e novo plantio (STAPE et al., 2010;
34

GONÇALVES et al., 2014). Apesar da consolidação deste sistema silvicultural, persistem


dúvidas sobre o efeito do P em rotações sucessivas. Mediante o exposto, as seguintes hipóteses
foram testadas: i) a segunda rotação possui o mesmo potencial produtivo da primeira rotação e
ii) diferentes fontes de fósforo, solúvel e parcialmente solúvel, proporcionam adequado
desenvolvimento das plantas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a produção de rotações
de eucalipto em diferentes regimes de adubação fosfatada em escala operacional.

2 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido em área da Aperam BioEnergia Ltda. no município de
Itamarandiba–MG, localizado a 17º39’58,09” de latitude Sul e 42º50’30,23” de longitude Oeste
(Datum WGS84). O clima da região é do tipo Cwa pela classificação do sistema internacional
de Köppen (KÖPPEN, 1936), com verão chuvoso e inverno seco.
Com o objetivo de reduzir os efeitos do ambiente, o experimento foi instalado em
blocos casualizados com nove tratamentos para avaliar fertilizações fosfatadas em quatro
blocos (Apêndice A). Utilizou-se o clone AEC 1528® de Eucalyptus grandis vs E. urophylla
de polinização controlada. O solo da área foi caraterizado como Latossolo Vermelho-Amarelo
de textura muito argilosa, relevo plano a 889 m de altitude. A descrição química do solo na
camada de 0-40cm de profundidade se encontra na Tabela 1. Determinaram-se o fósforo (P),
potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) utilizando o método da resina trocadora de íons;
enxofre (S, SO4-2) por turbidimetria extraído com fosfato de cálcio, matéria orgânica (MO) por
colorimetria e potencial hidrogeniônico (pH) em CaCl2. Em relação aos micronutrientes, o boro
foi extraído via água quente e Cu, Fe, Mn e Zn em DTPA.

Tabela 1 – Análise química do solo da área experimental


Rotação pH M.O. P(resina) K Ca Mg
CaCl2 g/dm3 mg/dm3 mg/dm3 -- cmolc/dm³ --
1 4,1 39,5 3,7 15,6 0,22 0,08
2 4,3 40,4 4,1 15,6 0,24 0,08
Rotação S - SO4 B Cu Fe Mn Zn
------------------------------------------ mg/dm³ ---------------------------------------
1 7,2 0,6 0,2 109,0 0,9 0,4
2 7,6 0,6 0,2 117,0 1,2 0,6

O CUB (coeficiente de utilização biológica) feito no clone AEC 1528 (Urograndis),


na mesma região dos experimentos, mostraram que a demanda para N é de 1,56 kg para produzir
01 m³ de madeira enquanto para P é de 0,12 kg para cada m³ de madeira produzida.
35

Os tratamentos de fertilização aplicados em cada bloco na primeira rotação foram


repetidos em segunda rotação (Tabelas 2 e 3). As fontes de fósforo foram aplicadas no sulco de
plantio na primeira rotação e em filete contínuo na projeção da copa em segunda rotação. O
NPK 04:26:16 referente à fertilização de plantio foi aplicado em coveta lateral na primeira
rotação e em filete contínuo na projeção da copa em segunda rotação. O agrosilício foi aplicado
a lanço em área total sem incorporação em ambas as rotações. A fertilização de cobertura foi
realizada em filete contínuo na projeção da copa em ambas as rotações.
A primeira rotação encerrou em julho de 2012, aos 84 meses de idade e a segunda
rotação encerrou-se em julho de 2018, aos 72 meses de idade, um ano antes devido a
necessidade de liberação da madeira para a fábrica. A madeira foi retirada do talhão aos 60 dias
após o corte. A desbrota foi realizada aos 6 meses após o corte, deixando-se um broto por cepa
e, em caso de falha, na planta subsequente, dois brotos por cepa. Após mais 6 meses foi
realizada uma segunda desbrota para eliminar broto “ladrão”. A seleção dos melhores brotos se
baseou no vigor fisiológico, nas maiores dimensões de tamanho e qualidade de inserção na
cepa.
Com o intuito de aproximar o resultado experimental da realidade operacional este
experimento foi instalado em 50,5 ha de área para que os mesmos procedimentos operacionais
empregados pela empresa pudessem ser realizados. Cada tratamento possuía seis linhas com
500 metros empregando o arranjo 3,0m x 2,8m. Neste sentido, cada unidade experimental foi
constituída por 4.285 plantas ou 3,6 ha de área (o mesmo tratamento somado nos quatro blocos).
Para efetuar as avaliações, três parcelas contendo 30 plantas foram mensuradas nas duas linhas
centrais, instaladas em posições equidistantes dentro das linhas. Nestas parcelas, anualmente a
circunferência do tronco à 1,30 m de altura do solo (CAP, cm) e a altura total (H, m) das árvores
foram mensurados em ambas as rotações. Para cada parcela experimental, calculou-se a área
basal (B, m2 ha-1), volume com casca (volume, m3 ha-1) e a média de altura. O volume foi
calculado a partir das seguintes equações do material genético, geradas para cada rotação de
cultivo:
Rotação 1: 𝐿𝑛(𝑉) = −11,090325 + 1,766661 𝐿𝑛(𝐷𝐴𝑃) + 1,471862 𝐿𝑛(𝐻); 𝑅 2 = 0,9862
Rotação 2: 𝐿𝑛(𝑉) = −10,488624 + 1,794069 𝐿𝑛(𝐷𝐴𝑃) + 1,292210 𝐿𝑛(𝐻); 𝑅 2 = 0,9923
36

Tabela 2 – Fertilizações empregadas na primeira e segunda rotações


------------------ Fertilização de plantio e pós desbrota ----------- Fertilização de cobertura
Tratamento
06/2005 e 04/2013* 01/2006 e 10/2013* 12/2006 e 10/2014*
T1 500 kg ha-1 FA 130 g planta-1 NPK 2.000 kg ha-1 AG 210 kg ha-1 KCl+0,5%B 210 kg ha-1 KCl+0,5%B
T2 600 kg ha-1 SS 130 g planta-1 NPK 2.000 kg ha-1 AG 210 kg ha-1 KCl+0,5%B 210 kg ha-1 KCl+0,5%B
T3 280 kg ha-1 ST 130 g planta-1 NPK 2.000 kg ha-1 AG 210 kg ha-1 KCl+0,5%B 210 kg ha-1 KCl+0,5%B
T4 860 kg ha-1 FR 130 g planta-1 NPK 2.000 kg ha-1 AG 210 kg ha-1 KCl+0,5%B 210 kg ha-1 KCl+0,5%B
T5 400 kg ha-1 FNR 130 g planta-1 NPK 2.000 kg ha-1 AG 210 kg ha-1 KCl+0,5%B 210 kg ha-1 KCl+0,5%B

-1 -1 -1
210 kg ha-1 KCl+0,5%B 210 kg ha-1 KCl+0,5%B
T6 500 kg ha FA 130 g planta NPK 2.000 kg ha AG
+ 200 kg ha-1 SA + 400 kg ha-1 SA

-1 -1 -1
210 kg ha-1 KCl+0,5%B 210 kg ha-1 KCl+0,5%B
T7 280 kg ha ST 130 g planta NPK 2.000 kg ha AG
+ 200 kg ha-1 SA + 400 kg ha-1 SA
210 kg ha-1 KCl 210 kg ha-1 KCl
T8 500 kg ha-1 FA 130 g planta-1 NPK 1.000 kg ha-1 AG
+0,5%B +0,5%B

-1 -1 -1
210 kg ha-1 KCl+0,5%B 210 kg ha-1 KCl+0,5%B
T9 280 kg ha ST 130 g planta NPK 1.000 kg ha AG
+ 200 kg ha-1 SA + 400 kg ha-1 SA
Fosfato natural de Araxá – FA, Fosfato residual (RLT2) – FR, - Fosfato natural reativo – FNR, Superfosfato simples – SS, Superfosfato triplo – ST, NPK 04-26-16 + 0,5%
Cu + 1,0% Zn, Agrosilício – AG, KCl 56% de K+ 0,5% B, Sulfato de amônio – SA. *Segunda rotação

35
37

Tabela 3 – Quantidade de nutrientes aplicados em cada em cada rotação para os diferentes


tratamentos
Nutrientes - kg/ha
Tratamentos N P K Ca Mg S Cu B Zn
1 6,2 69,9 216 520 84 0 0,8 2,1 1,6
2 6,2 64,7 216 476 84 48 0,8 2,1 1,6
3 6,2 67,7 216 408 84 0 0,8 2,1 1,6
4 6,2 96,4 216 612 84 0 0,8 2,1 1,6
5 6,2 69,9 216 492 84 0 0,8 2,1 1,6
6 126,2 69,9 216 520 84 132 0,8 2,1 1,6
7 126,2 67,7 216 408 84 132 0,8 2,1 1,6
8 6,2 69,9 216 330 42 0 0,8 2,1 1,6
9 126,2 67,7 216 218 42 132 0,8 2,1 1,6

Os dados de altura e diâmetro foram submetidos à análise de regressão não linear


por meio do método iterativo de Gauss-Newton. O modelo logístico de três parâmetros foi
ajustado por rotação para estimar cada atributo biométrico em função da idade, em meses.
Optou-se pelo modelo logístico em virtude da sua fundamentação biológica, facilidade de
interpretação de parâmetros e sucesso na estimativa da produção e hipsometria (CARVALHO
et al., 2011; MELO et al., 2017).

𝛼
𝑌= +𝜀
1 + 𝛽 𝑒 −𝛾𝐼

Em que: Y = atributo biométrico (a altura H, área basal - B e volume - V); I = idade (meses); 𝛼,
𝛽 e 𝛾 = parâmetros do modelo logístico; e = constante neperiana; e 𝜀 = erro aleatório.

A qualidade dos ajustes foi avaliada de acordo com os valores da Média dos Desvios
Absolutos (MDA), Raiz Quadrada do Erro Médio (RQEM) e coeficiente de correlação de
Pearson (r). Menores valores de MDA e RQEM implicam em maior qualidade preditiva. A
aderência das equações aos dados foi avaliada pelo teste Kolmogorov-Smirnov (GIBBONS;
SUBHABRATA, 1992). A análise gráfica consistiu na inspeção estatística das curvas,
comparando o comportamento dos regimes de adubação fosfatada. As análises estatísticas
foram efetuadas com o software R versão 3.3 (R CORE TEAM, 2017), ao nível de significância
de 1% de probabilidade.
As médias anuais de umidade relativa, temperatura, precipitação e déficit de pressão
de vapor, para ambas as rotações, são apresentadas na Figura 1 e Tabelas 4 e 5.
38

Figura 1 - Médias mensais umidade relativa e temperatura em Itamarandiba–MG durante o


desenvolvimento do experimento

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia

Tabela 4 – Médias mensais de precipitação em Itamarandiba–MG durante o desenvolvimento


do experimento
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Ano
----------------------------------------- Primeira rotação - Precipitação média (mm) -------------------------------------------
2005 181,3 166,6 127,3 8,1 16,3 9,5 1,7 3,7 10,5 67,0 286,2 292,3 670,9
2006 41,0 37,4 263,0 54,7 3,5 1,9 0,1 0,6 49,0 133,9 321,2 312,5 1218,8
2007 147,2 179,1 36,7 22,5 1,1 0,0 0,7 0,5 1,6 2,6 94,3 95,4 581,7
2008 114,7 190,7 90,9 35,3 47,1 2,8 0,5 3,6 29,8 29,2 245,8 300,4 1090,8
2009 301,4 73,5 82,1 34,9 0,0 5,3 1,3 6,8 33,5 406,7 66,7 230,6 1242,8
2010 6,7 7,8 142,1 45,3 48,8 2,5 7,1 0,0 0,7 103,5 341,3 150,9 856,7
2011 87,3 12,7 134,8 60,3 8,9 2,6 6,4 3,9 2,7 69,3 259,9 302,1 950,9
2012 168,5 36,1 111,4 19,0 81,8 0,7 0,8 20,4 23,0 9,2 303,8 46,2 820,9
Média 131,0 88,0 123,5 35,0 25,9 3,2 2,3 4,9 18,9 102,7 230,8 240,6
----------------------------------------- Segunda rotação - Precipitação média (mm) -------------------------------------------
2012 168,5 36,1 111,4 19,0 81,8 0,7 0,8 20,4 23,0 9,2 303,8 46,2 820,9
2013 191,5 6,3 83,3 36,4 17,1 30,7 0,5 4,0 9,8 92,5 171,1 819,8 1463,0
2014 27,7 7,7 104,4 56,8 0,6 13,9 16,4 8,5 5,6 96,0 176,6 75,8 590,0
2015 18,8 159,1 47,5 74,1 32,6 1,5 2,2 1,3 15,4 7,6 109,5 117,7 587,3
2016 476,2 27,7 57,5 28,2 19,6 2,9 4,3 1,1 22,8 42,5 345,8 194,0 1222,6
2017 37,3 151,5 98,7 5,6 74,6 3,8 5,7 0,5 5,4 22,0 42,6 203,0 650,7
2018 116,8 355,6 93,2 34,1 8,8 2,9 2,9 614,3
Média 148,1 106,3 85,1 36,3 33,6 8,1 4,7 6,0 13,7 45,0 191,6 242,8
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia
39

Tabela 5 – Médias mensais do déficit de pressão de vapor em Itamarandiba–MG durante o


desenvolvimento do experimento
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
Ano
------------------------------------------ Primeira rotação – Déficit de pressão de vapor (kPa) ----------------------------------
2005 0,55 0,545 0,547 0,476 0,557 0,419 0,446 0,642 0,695 1,272 0,397 0,459 0,584
2006 0,84 1,014 0,45 0,44 0,469 0,361 0,503 0,679 0,635 0,486 0,421 0,495 0,566
2007 0,604 0,461 0,658 0,54 0,501 0,525 0,553 0,693 0,818 1,195 1,112 0,761 0,702
2008 0,645 0,614 0,535 0,634 0,466 0,459 0,522 0,814 0,843 1,144 0,531 0,423 0,636
2009 0,509 0,631 0,75 0,462 0,452 0,45 0,541 0,607 0,824 0,666 0,761 0,558 0,601
2010 0,81 0,883 0,578 0,531 0,449 0,362 0,472 0,699 0,843 0,704 0,437 0,645 0,618
2011 0,577 0,842 0,501 0,452 0,439 0,476 0,512 0,732 0,884 0,568 0,463 0,445 0,574
2012 0,573 0,737 0,7 0,639 0,426 0,444 0,536 0,452 0,883 1,037 0,459 0,881 0,647
Média 0,639 0,716 0,59 0,522 0,47 0,437 0,51 0,665 0,803 0,884 0,573 0,583 0,616
--------------------------------------- Segunda rotação – Déficit de pressão de vapor (kPa) -------------------------------------
2012 0,573 0,737 0,7 0,639 0,426 0,444 0,536 0,452 0,883 1,037 0,459 0,881 0,647
2013 0,657 0,717 0,711 0,452 0,44 0,406 0,543 0,73 0,795 0,642 0,762 0,497 0,613
2014 0,759 0,81 0,553 0,568 0,577 0,437 0,476 0,206 1,044 0,981 0,68 0,707 0,650
2015 1,181 0,709 0,765 0,591 0,415 0,488 0,522 0,713 1,313 1,349 1,169 0,986 0,850
2016 0,561 0,971 0,77 0,856 0,541 0,555 0,611 0,831 0,611 0,991 0,661 0,58 0,712
2017 0,923 0,53 0,621 0,564 0,429 0,455 0,42 0,663 0,83 1,157 0,611 0,538 0,645
2018 0,817 0,546 0,58 0,418 0,48 0,441 0,557 0,548
Média 0,782 0,717 0,671 0,584 0,473 0,461 0,524 0,599 0,912 1,026 0,724 0,698 0,681
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia

A análise econômica foi realizada aos 07 anos para a primeira rotação e aos 06 anos
para a segunda rotação, pelo valor presente líquido – VPL e pela taxa interna de retorno – TIR.
A viabilidade de um projeto analisado pelo VPL é indicada quando a diferença do
valor presente das receitas menos o valor presente dos custos é positiva. Aceitou-se o
investimento que apresentou o maior VPL calculado segundo a expressão:

𝑛 𝑛
−𝑗
𝑉𝑃𝐿 = ∑ 𝑅𝑗 (1 + 𝑖) − ∑ 𝐶𝑗 (1 + 𝑖)−𝑗
𝑗=0 𝑗=0

Em que: Rj = valor atual das receitas; Cj = valor atual dos custos; i = taxa de juros; j= período
em que a receita ou o custo ocorre; e n = número máximo de períodos.
40

A TIR foi calculada segundo a expressão:

𝑛 𝑛
−𝑗
∑ 𝑅𝑗 (1 + 𝑇𝐼𝑅) = ∑ 𝐶𝑗 (1 + 𝑇𝐼𝑅)−𝑗
𝑗=0 𝑗=0

Em que: Rj = valor atual das receitas; Cj = valor atual dos custos; i = taxa de juros; j = período
em que a receita ou o custo ocorre; e n = número máximo de períodos.

A taxa de juros entre 08 e 12% são empregadas em estudos no setor florestal


(OLIVEIRA et al., 1998; CASTRO et al., 2011), neste trabalho considerou-se uma taxa de
10%.
Um projeto é considerado viável economicamente se sua TIR for maior que uma
taxa de desconto correspondente à taxa de remuneração alternativa do capital, usualmente
denominada taxa mínima de atratividade. A tabela 6 apresenta os custos anuais detalhados
relacionados a cada tratamento e suas respectivas rotações de cultivo e a tabela 7, a descrição
das atividades realizadas que compuseram os custos anuais.

Tabela 6 – Custos anuais para os tratamentos na primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações
Ano T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9
----------------------------------------------------------------1ª (R$/ha) --------------------------------------------------------
Implantação Ano 0 2.642,9 3.066,0 2.886,0 3.170,1 2.793,4 2.639,0 2.886,0 2.548,8 2.548,8
Manutenção Ano 1 858,5 858,5 858,5 858,5 858,5 890,8 1.039,5 858,5 858,5
Manutenção Ano 2 341,9 341,9 341,9 341,9 341,9 703,9 703,9 341,9 341,9
Manutenção Ano 3 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9
Manutenção Ano 4 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9
Manutenção Ano 5 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9
Manutenção Ano 6 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9
Manutenção Ano 7 4,8 4,8 4,8 4,8 4,8 4,8 4,8 4,8 4,8
------------------------------------------------------------------2ª (R$/ha) ------------------------------------------------------
Condução Ano 7* 1.354,6 1.781,6 1.601,6 1.996,6 1.620,0 1.354,6 1.601,6 1.244,6 1.244,6
Manutenção Ano 8 644,9 644,9 644,9 644,9 644,9 644,9 644,9 644,9 644,9
Manutenção Ano 9 341,9 341,9 341,9 341,9 341,9 341,9 341,9 341,9 341,9
Manutenção Ano 10 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9
Manutenção Ano 11 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9
Manutenção Ano 12 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9
Manutenção Ano 13 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9
* - Ano 0 para análise econômica da segunda rotação
41

Na segunda rotação, devido as intervenções e fertilizações acontecerem após o


sexto mês, grande parte dos custos caíram ainda no primeiro ano da rotação. Esta variação
espacial, explica as diferenças dos tratamentos 06 e 07 na primeira e segunda rotação.

Tabela 7 – Descrição das atividades realizadas que compuseram os custos anuais para a
primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações
Ano Atividade
Combate a formiga (inicial, 1° e 2° repasses), aplicação herbicida área total,
Implantação fertilização de plantio (preparo, aplicação e produto), mudas, plantio,
irrigação, inventário qualitativo.
Combate a formiga (inicial, 1° e 2° repasses), aplicação herbicida na entre
Condução linha, desbrota, fertilização pós-desbrota (aplicação e produto), inventário
qualitativo.
Combate a formiga manual, gradagem na entre linha para incorporar
1e8 agrosilício e limpeza, manutenção de estradas e aceiros, aplicação herbicida
localizada, adubação cobertura.
Combate a formiga manual, gradagem na entre linha para incorporar
agrosilício e limpeza, manutenção de estradas e aceiros, aplicação herbicida
2e9
localizada, adubação cobertura, inventário florestal, manutenção de estradas
e aceiros, redesbrota apenas no ano 9.
3 a 6 e 10 a Combate a formiga mecanizado, inventário florestal, manutenção de estradas
12 e aceiros, redesbrota apenas no ano 10.
7 e 13 Combate a formiga inicial, inventário florestal.
42

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As equações geradas para a primeira e segunda rotações apresentaram poucos
desvios, com baixos valores de média dos desvios absolutos e raiz quadrada do erro médio
(Tabelas 8 e 9). Os coeficientes de correlação foram altos e significativos (r ≥ 0,98, p ≤ 0,01).
A aderência das estimativas aos dados observados pelo teste de Kolmogorov-Smirnov foi
constatada em todos os ajustes do modelo logístico para a estimativa de altura, área basal e
volume. O comportamento sigmoidal foi verificado em todas as curvas obtidas (Figura 2).
O crescimento em altura, área basal e volume apresentou divergências entre
rotações (Figura 2 e Tabela 10). Após os 48 meses de idade a taxa de crescimento em altura e
área basal reduziu em ambas as rotações para todos os tratamentos. Este comportamento é
esperado, pois já ocorreu o tocar de copas a ocupação da área útil por planta tende a ocorrer em
idades juvenis, reduzindo a taxa de crescimento. Este resultado corroborou com o potencial de
resposta a fertilização descrito por Santana et al. (2014).
Ao analisar ambas as rotações aos 72 meses de idade (Tabela 10) o coeficiente de
variação da altura, área basal e volume foram 2,0, 4,8 e 7,7 para primeira rotação e 2,7, 6,5 e
10,0 para a segunda rotação, respectivamente. Estes coeficientes demonstraram a qualidade do
experimento em escala operacional. A altura oscilou relativamente pouco entre os tratamentos,
demonstrando que esta é uma característica influenciada, principalmente, pela genética. Apesar
da grande variação de fontes de fósforo e dosagens de N, Ca e S, a altura foi pouco influenciada
pelos tratamentos estudados. Em contrapartida, o diâmetro oscilou mais entre os tratamentos.
Mesmo com a pequena magnitude de variação volumétrica entre tratamentos, dentro das
rotações, pequena variabilidade torna-se muito expressiva quando extrapolada para milhares de
hectares.
43

Tabela 8 – Coeficientes e qualidade de ajuste do modelo logístico usado para estimar a altura
(m), área basal (m2 ha-1) e volume (m3 ha-1) da primeira rotação de eucalipto para os tratamentos
em função da idade (meses)
Tratamentos 𝛼 𝛽 𝛾 MDA RQEM r
-------------------------------------- Altura --------------------------------------------
T1 25,4476 13,4987 0,0805 0,91 1,03 0,99
T2 26,5280 13,5130 0,0863 0,72 0,86 0,99
T3 26,4708 13,8505 0,0850 0,93 1,05 0,99
T4 26,4079 11,6065 0,0759 0,77 0,92 0,99
T5 25,7445 13,4929 0,0825 0,88 0,99 0,99
T6 25,8814 15,0192 0,0906 0,67 0,78 1,00
T7 26,7934 13,0253 0,0829 0,62 0,72 1,00
T8 25,7265 12,9390 0,0819 0,48 0,56 1,00
T9 26,3216 12,9884 0,0849 0,74 0,88 0,99
-------------------------------------- Área basal ---------------------------------------
T1 29,5336 18,1245 0,0569 1,58 1,89 0,98
T2 30,3270 16,2453 0,0615 1,25 1,51 0,99
T3 29,4103 16,9437 0,0613 1,27 1,54 0,99
T4 30,8117 18,7080 0,0612 1,04 1,24 0,99
T5 28,7281 18,6778 0,0642 1,35 1,61 0,98
T6 31,0078 20,7075 0,0662 0,98 1,20 0,99
T7 29,8004 17,0466 0,0651 1,42 1,59 0,99
T8 29,6625 18,9324 0,0608 1,27 1,56 0,99
T9 30,3788 17,7586 0,0653 1,29 1,57 0,99
--------------------------------------- Volume -----------------------------------------
T1 434,3286 49,4904 0,0580 16,04 19,92 0,98
T2 408,9646 50,5419 0,0694 12,81 15,37 0,99
T3 418,6802 46,6026 0,0646 15,26 18,01 0,99
T4 448,7831 54,6627 0,0634 11,72 13,39 0,99
T5 443,5112 43,5550 0,0587 18,63 21,34 0,99
T6 384,7184 67,7944 0,0780 8,21 9,80 1,00
T7 404,2187 55,5387 0,0726 13,51 16,11 0,99
T8 360,2595 61,4684 0,0729 12,53 15,75 0,99
T9 395,1711 59,0284 0,0747 10,55 11,82 1,00
T1 a T9 referem-se aos tratamentos conforme descrito na Tabela 2. 𝛼, 𝛽 e 𝛾 são os parâmetros do modelo
logístico. MDA = média dos desvios absolutos; RQEM = raiz quadrada do erro médio; e r = coeficiente de
correlação.
44

Tabela 9 – Coeficientes e qualidade de ajuste do modelo logístico usado para estimar a altura
(m), área basal (m2 ha-1) e volume (m3 ha-1) da segunda rotação de eucalipto para os tratamentos
em função da idade (meses)
Tratamentos 𝛼 𝛽 𝛾 MDA RQEM r
-------------------------------------- Altura --------------------------------------------
T1 22,8172 19,4352 0,1064 0,64 0,79 0,99
T2 22,3021 16,3645 0,1120 0,94 1,04 0,99
T3 24,2432 15,7758 0,0968 0,87 0,97 0,99
T4 23,7775 13,7142 0,0928 0,83 0,93 0,99
T5 23,9078 16,5788 0,0968 0,80 0,88 0,99
T6 23,4925 17,9527 0,1051 0,77 0,88 0,99
T7 24,6193 15,0257 0,0961 0,68 0,76 1,00
T8 24,3997 11,7227 0,0838 1,31 1,41 0,98
T9 23,5040 12,5057 0,0942 1,24 1,42 0,98
-------------------------------------- Área basal ---------------------------------------
T1 19,8440 37,9354 0,0975 1,20 1,33 0,98
T2 21,9239 29,5113 0,0983 1,05 1,33 0,98
T3 20,0689 33,2692 0,1007 0,90 1,04 0,99
T4 21,9843 28,8097 0,0910 1,09 1,36 0,98
T5 20,9734 34,8175 0,0971 1,09 1,24 0,99
T6 21,5628 43,2910 0,1085 0,57 0,81 0,99
T7 24,0787 22,2431 0,0833 1,13 1,34 0,99
T8 21,0738 32,1168 0,0908 0,76 0,94 0,99
T9 24,4659 23,1209 0,0843 1,10 1,29 0,99
--------------------------------------- Volume -----------------------------------------
T1 232,5159 126,5257 0,1109 10,67 13,65 0,99
T2 238,1158 158,9645 0,1293 12,63 16,31 0,98
T3 242,7047 187,5699 0,1261 9,15 12,78 0,99
T4 300,6563 57,5854 0,0838 13,77 17,53 0,98
T5 263,3778 103,7745 0,1038 12,00 15,85 0,99
T6 250,5299 228,5574 0,1342 7,37 10,85 0,99
T7 335,9723 55,0127 0,0831 13,89 16,59 0,99
T8 317,5659 56,5937 0,0772 15,89 19,05 0,98
T9 377,8788 40,6167 0,0693 19,08 22,71 0,98
T1 a T9 referem-se aos tratamentos conforme descrito na Tabela 2. 𝛼, 𝛽 e 𝛾 são os parâmetros do modelo
logístico. MDA = média dos desvios absolutos; RQEM = raiz quadrada do erro médio; e r = coeficiente de
correlação.
45

Figura 2 - Curvas de altura, área basal e volume, por tratamento, obtidas com o ajuste do
modelo logístico para diferentes rotações
Rotação 1 Rotação 2
Altura (m)
Área basal (m2 ha-1)
Volume (m3 ha-1)

Primeira rotação à esquerda e segunda rotação (talhadia), à direita. T1 a T9 se referem aos tratamentos conforme
descrito na Tabela 2
46

Tabela 10 – Estimativas anuais por tratamento (T) para altura, área basal e volume em primeira
(1ª) e segunda (2ª) rotações
------------------------ 1ª Rotação (meses) -------------------- ----------------- 2ª Rotação (meses) ----------------
T
12 24 36 48 60 72 84 12 24 36 48 60 72
------------------------------ Altura (m) ------------------------------
1 4,1 8,6 14,6 19,8 23,0 24,4 25,1 3,6 9,1 16,0 20,4 22,1 22,6
2 4,6 9,8 16,5 21,8 24,6 25,8 26,3 4,2 10,6 17,3 20,7 21,9 22,2
3 4,4 9,5 16,0 21,4 24,4 25,7 26,2 4,1 9,5 16,3 21,1 23,1 23,9
4 4,7 9,2 15,0 20,3 23,5 25,2 25,9 4,3 9,6 16,0 20,5 22,6 23,4
5 4,3 9,0 15,2 20,5 23,5 24,9 25,4 3,9 9,1 15,9 20,6 22,8 23,5
6 4,3 9,6 16,4 21,7 24,3 25,3 25,7 3,9 9,6 16,7 21,1 22,7 23,3
7 4,6 9,6 16,2 21,5 24,6 25,9 26,5 4,3 9,9 16,7 21,4 23,5 24,3
8 4,4 9,1 15,3 20,5 23,5 24,8 25,4 4,6 9,5 15,5 20,2 22,7 23,7
9 4,6 9,8 16,3 21,6 24,4 25,6 26,1 4,7 10,2 16,5 20,7 22,5 23,2
CV (%) 2,0 2,7
------------------------------ Área basal (m2 ha-1) ------------------------------
1 2,9 5,2 8,9 13,5 18,5 22,7 25,6 1,6 4,3 9,3 14,7 17,9 19,2
2 3,5 6,4 10,9 16,4 21,6 25,4 27,8 2,2 5,8 11,8 17,4 20,3 21,4
3 3,2 6,0 10,3 15,5 20,6 24,4 26,8 1,8 5,1 10,6 15,9 18,6 19,6
4 3,1 5,8 10,0 15,5 20,9 25,1 27,8 2,1 5,2 10,5 16,1 19,6 21,1
5 3,0 5,7 10,1 15,5 20,6 24,3 26,5 1,8 4,8 10,2 15,8 19,0 20,3
6 3,0 5,9 10,7 16,6 22,3 26,4 28,7 1,7 5,1 11,5 17,4 20,3 21,2
7 3,4 6,5 11,3 17,0 22,2 25,8 27,8 2,6 6,0 11,4 17,1 20,9 22,8
8 2,9 5,5 9,5 14,7 19,9 24,0 26,6 1,8 4,5 9,5 14,9 18,5 20,1
9 3,3 6,5 11,3 17,1 22,5 26,2 28,3 2,6 6,0 11,6 17,4 21,3 23,2
CV (%) 4,8 6,5
-------------------------- Volume (m3 ha-1) --------------------------
1 16,9 32,7 60,9 107,1 172,2 247,0 315,2 6,8 23,7 69,8 143,9 200,0 222,9
2 17,8 38,8 79,4 145,8 229,2 305,0 356,2 6,9 29,2 94,7 180,3 223,0 234,7
3 18,6 38,4 75,3 135,1 212,8 289,6 347,4 5,7 24,0 80,7 168,3 221,2 237,6
4 16,9 34,7 68,3 124,5 202,4 286,1 354,6 13,6 34,6 78,8 148,2 218,5 264,3
5 19,7 38,1 70,8 123,1 193,9 271,0 337,3 8,5 27,5 75,9 154,0 218,7 248,8
6 14,0 33,7 75,7 147,9 236,4 308,7 350,9 5,4 24,7 88,7 183,6 233,5 246,9
7 16,7 37,7 79,7 149,4 235,8 311,2 359,3 15,8 39,6 89,4 166,6 244,4 295,2
8 13,5 30,9 66,1 126,2 203,2 272,5 317,6 13,6 32,2 70,4 132,8 204,8 260,7
9 15,8 36,5 78,8 149,8 236,9 310,5 355,6 20,2 43,5 86,9 153,8 231,3 296,2
CV (%) 7,7 10,0
T1 a T9 referem-se aos tratamentos (T) conforme descrito na tabela 2. CV – Coeficiente de variação

Todos os tratamentos responderam positivamente as adubações atingindo produção


média de 289 e 256 m³/ha respectivamente para primeira e segunda rotação, aos 72 meses de
idade (Tabela 10). Este resultado está acima da média regional que é de 228 m³/ha para primeira
rotação e 180 m³/ha para a segunda, na mesma idade.
A produção volumétrica segue a seguinte ordem decrescente na primeira rotação,
tratamentos 7, 2, 9, 4, 6, 3, 5, 8 e 1 e para segunda rotação, 9, 7, 4, 8, 5, 6, 3, 2, e 1. A produção
volumétrica total das duas rotações decresceu na seguinte ordem de tratamentos, 7, 9, 4, 6, 2,
5, 3, 8 e 1 (Tabela 10). Ao analisar a produção volumétrica de ambas as rotações aos 72 meses
de idade, considerando-se a primeira rotação como 100%, a redução da produção foi de 23, 20,
18, 10, 8, 8, 5, 5 e 4 %, respectivamente para os seguintes tratamentos, 2, 6, 3, 1, 5, 4, 7, 9 e 8.
47

Esta amplitude de variação demonstra que é perfeitamente possível obter a mesma


produtividade da primeira, na segunda rotação. A queda de produtividade entre as rotações foi,
em média, de 11% (Tabela 10); ocasionada principalmente pelo menor volume de precipitação
que ocorreu durante a segunda rotação do ciclo de cultivo (Tabela 4). Na primeira rotação,
apenas os anos de 2005 e 2007 apresentaram precipitações inferiores à 700 mm/ano, que é um
valor limitante para a produção. Na segunda rotação os anos de 2014, 2015 e 2017 também
apresentaram tal limitação, mas também deve-se considerar como limitante a precipitação do
ano de 2013, pois 56% da precipitação ocorreu apenas no mês de dezembro. Neste sentido,
pode-se inferir que a queda produção obtida em segunda rotação não teve como principal
limitante a fertilização, demonstrando que apesar desta limitação a floresta suportou o estresse
hídrico adequadamente, fato este que sugere o adequado balanço nutricional das fertilizações
empregadas. É provável que a produção entre rotações se manteria estável caso não houvesse a
variação de precipitação durante o ciclo.
Os tratamentos 2, 6, 7 e 9 na primeira rotação foram os mais produtivos (Tabela
10). A produção volumétrica dos tratamentos 7 e 9 reduziram proporcionalmente menos na
segunda rotação (5%, idade de 72 meses), enquanto os tratamentos 2 e 6 tiveram redução de
22%. Esses quatros tratamentos foram os únicos que receberam doses de enxofre (Tabelas 2 e
3), sugerindo ser este um dos elementos limitantes nos demais tratamentos. O tratamento 2
recebeu 48 kg/ha de S enquanto os demais 132 kg/ha, entretanto a produção da primeira rotação
aos 84 meses foi de apenas 2,8%inferior à maior produção. Estes resultados indicam que a dose
de S está mais próxima de 48 do que 132 kg/ha. De acordo com Alvarez et al. (2007), o
requerimento de P e S na maioria das culturas são semelhantes, mas em solos argilosos a
dosagem do P deve ser maior do que a dosagem do S, pois a capacidade de adsorção do P tende
a ser maior do que do S. Os resultados do trabalho corroboram com a recomendação do referido
autor.
A comparação entre os tratamentos 1 e 8, mesma fonte e dose de fósforo, permite
avaliar o efeito da redução de 50% da dose do agrosilício (Tabelas 2 e 3). Esta redução
praticamente não alterou a produtividade aos 84 meses de idade na primeira rotação (Tabela
10). Ao analisar todo o ciclo de cultivo, a redução de 50% da dose (tratamento 8) resultou em
um aumento de 7% da produção total. Esta redução da dose do agrosilício com aumento de
produtividade não era biologicamente esperada. Este resultado evidencia a importância do
balanço nutricional, pois apesar da dose menor a produção foi superior, demonstrando também
que a idade de corte adequada deveria ocorrer aos 72 meses, pois, aos 84 meses a diferença
praticamente inexiste na primeira rotação. O efeito do agrosilício também pode ser observado
48

na comparação dos tratamentos 7 e 9, mais uma vez os resultados demonstram que a dose de 1
ton/ha supre adequadamente a demanda da floresta nas duas rotações, novamente destacando a
importância do balanço nutricional. Os resultados evidenciam que quando utilizadas como
fonte de fósforo o superfosfato triplo não houve diferença de produtividade destes tratamentos
entre rotações (Tabela 10). Demonstrando ser esta a fonte mais indicada para a produção
volumétrica entre os tratamentos estudados em abas as rotações.
O aumento da dose de N e S pode ser observada nos tratamentos 1 e 6 (Tabelas 2 e
3) tendo como fonte de fósforo o fosfato de Araxá. Aos 72 meses, o tratamento 6 foi
volumetricamente 20% e 10% superior ao tratamento 1 na primeira e segunda rotação,
respectivamente. Este ganho de produção pode ser atribuído à adição de N e S suprido pelo
sulfato de amônio. A expressiva diferença na primeira rotação cai pela metade aos 84 meses
(Tabela 10), sugerindo a idade mais jovem para a colheita com base no volume. Quando utilizou
como fonte de fósforo o superfosfato triplo, também se observou o efeito do N e S nos
tratamentos 3 e 7 (Tabela 2 e 3). O tratamento 7 foi volumetricamente 21%% superior ao
tratamento 1 na primeira rotação e 24% na segunda, ambas comparações realizadas aos 72
meses de idade.
Em síntese, o acréscimo de N e S demonstrou que para o P expressar o seu potencial
nutricional na primeira e na segunda rotação é necessário melhorar o balanço N/S. A segunda
rotação expressou maior necessidade de fontes de P que disponibilizam nutrientes de forma
rápida para o crescimento e produção volumétrica. Em uma análise geral observa se que aos 72
meses de idade os tratamentos 7 e 9 foram o de maior produção volumétrica na primeira e na
segunda rotação (Tabela 10). Para uma colheita das duas rotações aos 72 meses de idade, a
utilização do pacote de fertilização (Tratamento 9) proporciona o maior volume de madeira e
redução em 50% da dose a ser aplicada de agrosilício.
Analisando a produção acumulada das duas rotações, a primeira aos 84 meses e a
segunda aos 72 meses, os tratamentos 4, 7 e 9 foram os mais produtivos (Tabela 11). A fonte
superfosfato triplo-ST foi empregada nos tratamentos 7 e 9 que apresentaram a maior produção
tendo como diferencial a dose de agrosilício 50% inferior no tratamento 9. O tratamento 4 foi
representado por uma fonte de P de menor solubilidade (fosfato natural reativo-FNR), ausência
de S e pouco N (Tabela 2), resultando em uma produção total de ciclo 5% inferior àquela do
tratamento T9. Apesar dos solos serem argilosos e o FNR e ST terem sido aplicados no plantio
a produção diferiu pouco. Mas é importante destacar que todos os tratamentos receberam
adicionalmente 155 kg/ha de NPK (04:26:16) no plantio e condução. Neste sentido ao se avaliar
apenas a produção volumétrica, os tratamentos 2, 4, 6, 7 e 9 praticamente não diferiram na
49

primeira rotação apesar das diferentes fontes de fósforo. Isto demonstra a viabilidade de
aplicação de fontes de fósforo solúveis ou de menor solubilidade para o adequado crescimento
da floresta. Na segunda rotação e na produção acumulada das duas rotações, apenas os
tratamentos 9 e 7 mantiveram as maiores produções.
Na escolha da fonte a ser utilizada, devemos analisar os aspectos técnicos,
econômico e aplicabilidade prática no campo. Todas as fontes de fósforo utilizadas são
excelentes e amplamente empregadas nas plantações de eucalipto obtendo adequada
produtividade. Apesar disto, é preciso mencionar que algumas fontes não possuem enxofre na
sua composição nutriente este que poderá limitar a produção futura devido a sustentabilidade
da produção.

Tabela 11 – Variações percentuais do volume de tronco e custos na idade de corte para os


diferentes tratamentos na primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações

Volume de tronco percentuais


--------------1ª ----------- .................. 2ª .................... ----------- 1ª + 2ª ----------
T % T % T %
1 88 1 75 1 82
8 88 2 79 8 88
5 94 3 80 3 89
3 97 6 83 5 90
6 98 5 84 2 90
4 99 8 88 6 91
9 99 4 89 4 95
2 99 7 100 9 100
7 100 9 100 7 100
Custos anuais percentuais
--------------1ª ----------- .................. 2ª .................... ----------- 1ª + 2ª ----------
T % T % T %
8 82 8 76 8 82
9 82 9 76 9 82
1 84 1 80 1 85
5 87 6 80 6 90
3 89 3 88 5 90
6 92 7 88 3 91
2 92 5 88 2 96
4 95 2 93 7 98
7 100 4 100 4 100
Considerou-se como 100 %, o tratamento com o maior valor para cada coluna e variável analisada. T1 a T9
referem-se aos tratamentos conforme descrito na tabela 2.

As fontes como o SS, FNA e FNR possuem estrutura física na forma de pó, uma
vez aplicada ao solo, possui um maior potencial de fixação de fósforo, oriunda de uma maior
50

área de contato do elemento fósforo com a argila do solo. Na prática da utilização são produtos
de elevada complexidade para trabalhar considerando os equipamentos utilizados hoje. São
fontes cujo o armazenamento e a sua utilização em período chuvoso acarretam vários problemas
operacionais, como o entupimento das saídas dos equipamentos, comprometendo a qualidade
de distribuição e consequentemente o desenvolvimento da floresta. Por outro lado, o ST possui
estrutura granulada, menor fixação de fósforo, além de permitir melhor armazenamento,
distribuição, uniformidade e quantidade além de melhor rendimento operacional. Estudos
mostram que o fosforo lábil, principal fonte de equilíbrio com a solução do solo, passa para o
não lábil e não volta a ficar disponível para a planta, a partir daí é necessário um tempo maior
para que haja a desorção e recuperação de parte desse fósforo (NOVAIS et al., 2007). Porém,
os extratores utilizados para fósforo estão demonstrando que tem algum processo que não
estamos conseguindo explicar, ou os extratores não correlacionam bem com a capacidade das
plantas perenes de absorver o nutriente, ou a eficiência do eucalipto em explorar camadas mais
profundas do solo, suprindo toda a demanda da planta durante o ciclo, conforme observado por
Costa (2014) e demonstrado neste trabalho.
A escolha de um ou outro tratamento, irá depender do momento e da condição
financeira de cada produtor, da necessidade de madeira e da área disponível a ser plantada. Este
trabalho demonstra que houve ganho volumétrico e econômico (Tabela 11, 12 e 13) em todos
os tratamentos e que os volumes alcançados são muito acima da realidade da região,
evidenciando a importância da pesquisa na busca de melhor performance na área florestal. A
empresa ou produtor pode escolher entre produzir um maior volume de madeira em uma área
menor, principalmente quando há restrição da área a ser plantada, daí fará a opção para o
tratamento que alcançou maior volume ou, ainda, optar pelo tratamento de menor investimento,
pois todos os tratamentos possuem viabilidade econômica. Tecnicamente qualquer das fontes
utilizadas supri adequadamente a demanda do eucalipto nos dois ciclos, mesmo em solo com
alto teores de argila que competem diretamente com a planta pelo fósforo.
51

Tabela 12 – Variações percentuais dos custos e do volume de tronco comparando a primeira


(1ª) com segunda (2ª) rotação aos 72 meses de idade

Tratamento Custos Volume de tronco


----------------------------------------- % -----------------------------------------------
1 63 90
2 66 77
3 65 82
4 70 92
5 67 92
6 57 80
7 58 95
8 61 96
9 61 95
Média 63 89
Considerou-se como 100 % a 1ª rotação. T1 a T9 referem-se aos tratamentos conforme descrito na tabela 2.

Tabela 13 – Custos, volume de tronco e valor de madeira de eucalipto para os diferentes


tratamentos na primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9
--------------------------------------------------1ª -------------------------------------------------
Custo total (R$/ha) 4.035,8 4.459,0 4.279,0 4.563,1 4.186,4 4.426,3 4.822,0 3.941,7 3.941,7
Volume tronco (m³/ha) 315,2 356,2 347,4 354,6 337,3 350,9 359,3 317,6 355,6
IMA7 (m³/ha/ano) 45,0 50,9 49,6 50,7 48,2 50,1 51,3 45,4 50,8
Tronco (R$/ m³) 12,8 12,5 12,3 12,9 12,4 12,6 13,4 12,4 11,1
VPL – R$ 3519,0 3810,9 3785,2 3707,1 3680,1 3783,9 3543,2 3720,0 4332,0
TIR - % 23,7 23,4 23,8 22,9 23,7 23,3 22,1 24,5 26,3
----------------------------------------------------2ª -----------------------------------------------
Custo total (R$/ha) 2.529,2 2.956,2 2.776,2 3.171,2 2.794,6 2.529,2 2.776,2 2.419,2 2.419,2
Volume tronco (m³/ha) 222,9 234,7 237,6 264,3 248,8 246,9 295,2 260,7 296,2
IMA6 (m³/ha/ano) 37,2 39,1 39,6 44,0 41,5 41,2 49,2 43,4 49,4
Tronco (R$/ m³) 11,3 12,6 11,7 12,0 11,2 10,2 9,4 9,3 8,2
VPL – R$ 2688,5 2681,4 2697,2 3047,1 2964,5 3215,0 4018,1 3543,7 4446,6
TIR - % 26,5 24,4 25,3 25,0 26,3 28,7 30,3 30,7 34,2
------------------------------------------------1ª +2ª ----------------------------------------------
Custo total (R$/ha) 6.565,0 7.415,1 7.055,1 7.734,2 6.980,9 6.955,4 7.598,1 6.360,9 6.360,9
Volume tronco (m³/ha) 538,1 590,9 585,0 618,9 586,1 597,8 654,4 578,3 651,8
IMA13 (m³/ha/ano) 41,4 45,5 45,0 47,6 45,1 46,0 50,3 44,5 50,1
Tronco (R$/ m³) 12,2 12,5 12,1 12,5 11,9 11,6 11,6 11,0 9,8
VPL – R$ 4898,5 5186,9 5169,3 5270,7 5201,3 5433,7 5605,1 5538,5 6613,7
TIR - % 24,0 23,5 24,0 23,2 24,1 23,9 23,2 25,3 27,2
T1 a T9 referem-se aos tratamentos de acordo com a Tabela 2.
52

A viabilidade econômica de todos os tratamentos foi constatada pelo valor presente


líquido (VPL) e taxa interna de retorno (TIR) apresentados na Tabela 13. De forma geral, os
projetos florestais são avaliados economicamente por critérios que consideram a variação do
capital no tempo. Entre estes destacam-se o VPL e TIR. Entretanto, não se deve basear as
decisões em apenas um critério, pois as informações obtidas por esses se complementam
(SILVA et al., 2005). A TIR é a taxa de desconto que iguala o valor presente das receitas ao
valor presente dos custos, ou seja, iguala o VPL a zero. O critério da TIR está normalmente
associado a estudos de viabilidade econômica que buscam verificar se a rentabilidade de
determinado investimento é superior, inferior ou igual ao custo do capital que será utilizado
para financiar o projeto.
A análise econômica, para plantio, realizada aos 84 meses, mostrou que o
tratamento 9 foi o de melhor viabilidade econômica (Tabela 13). Comparando os tratamentos
de maior (Tratamento 7) e menor produtividade (Tratamento 1), embora haja diferença de 12%
em termos volumétricos, o tratamento menos produtivo apresentou melhor viabilidade
econômica no que se refere à TIR.
A maior viabilidade foi observada para o tratamento 9 em ambas as rotações
(Tabela 13). Apesar de pequenas variações quando se compara o tratamento 9 com os demais,
deve-se atentar para o fato da produção em escala que a empresa trabalha. Considerando-se
apenas a primeira rotação, ao extrapolar o VPL do tratamento 9 para 10.000 ha tem-se um lucro
R$ 43.320.000 com uma TIR de 26,3%. Ao comparar o tratamento 9 com o 7, ambos com
praticamente a mesma produção (Tabela 13) destacando que a única diferença entre estes
tratamentos foi a redução de 50% da dose de agrosilício no tratamento 9, considerando a escala
operacional supra citada, resulta numa diferença de lucratividade de R$ 7.888.000. Se comparar
o tratamento 9 com o 6, ambos com mesma produção, considerando a mesma escala
anteriormente discutida a diferença de lucratividade é de R$ 5.481.000.
Considerando-se apenas a segunda rotação, ao extrapolar o VPL do tratamento 9
para 10.000 ha tem-se um lucro de R$ 44.466.000 com uma TIR de 34,2%. Ao comparar o
tratamento 9 o de maior viabilidade econômica com o 2, o de menor (Tabela 13) resulta numa
diferença de lucratividade de R$ 17.652.000.
A possibilidade de alternância entre fontes fosfatadas é muito importante quando
se considera os aspectos financeiros para aquisição do fertilizante. A decisão deve-se basear no
valor de compra dos fertilizantes, na produção e, consequentemente, em aspectos econômicos
permitindo assim uma flexibilidade operacional dentro da realidade do investidor. Geralmente
as fontes naturais de menor solubilidade são mais difíceis a aquisição devido a oferta ser
53

limitada em função da demanda, enquanto as fontes de maior solubilidade possuem maior oferta
pois são amplamente utilizadas no setor agrário, fato este que as tornam muito competitivas. A
redução de custos sempre deve ser considerada, pois a opção por um ou outro pacote de
fertilização pode acarretar o aumento do custo da madeira que é bem variável no mercado.

4 CONCLUSÕES
Com base nas hipóteses avaliadas nos plantios em escala operacional, conclui-se
que:
• A segunda rotação possui o mesmo potencial produtivo da primeira rotação;
• As diferentes fontes de fósforo, solúvel e parcialmente solúvel, proporcionam adequado
desenvolvimento dos plantios;
• A segunda rotação tem que receber a mesma recomendação de fertilização da primeira
rotação.

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59
60

CAPÍTULO II

PACOTE TECNOLÓGICO COM ÊNFASE À FERTILIZAZAÇÃO NITROGENADA

RESUMO

Apesar do expressivo desenvolvimento da silvicultura brasileira nas últimas décadas ainda não
se tem procedimentos de fertilização de segunda rotação bem estabelecidos como a de primeira.
De forma geral considera-se que a segunda rotação pode receber menor quantidade de
fertilizantes em relação à primeira devido a ciclagem de nutrientes dos resíduos não retirados
pela colheita, pela serapilheira formada na rotação anterior e pelo sistema radicular já
estabelecido. Apesar da consolidação deste sistema silvicultural a redução de produtividade em
rotações sucessivas pode atingir mais de 40 %. As seguintes hipóteses foram testadas: i) a
resposta do eucalipto à adubação nitrogenada assemelha-se entre rotações; ii) o eucalipto
responde a elevadas doses de adubação nitrogenada em ambas as rotações. O objetivo do
presente trabalho foi avaliar a produção de rotações de eucalipto, clone AEC 1528, em
diferentes regimes de adubação nitrogenada em escala operacional. O experimento foi instalado
em Itamarandiba-MG envolvendo seis pacotes tecnológicos com ênfase em doses e fontes de
nitrogênio conduzidos por sete anos em primeira rotação e seis em segunda, repetindo-se a
mesma adubação em ambas as rotações. Com base nas hipóteses avaliadas, conclui-se que a
resposta do eucalipto à adubação nitrogenada se assemelha entre rotações; e o eucalipto não
responde a elevadas doses de adubação nitrogenada em ambas as rotações.

Palavras-chave: Talhadia. Alto fuste. Fertilização florestal. Fontes de nitrogênio.


61
62

TECHNOLOGICAL PACKAGE WITH NITROGEN FERTILIZATION EMPHASIS

ABSTRACT

Despite the significant development of Brazilian silviculture in the last decades, there are still
no well-established second rotation fertilization procedures such as the first one. In general, it
is consider that second rotation can receive smaller amount of fertilizers in relation to the first
one due to nutrient cycling of residues not removed by harvest, by litter formed in previous
rotation and by already established root system. Despite the consolidation of this silvicultural
system, productivity reduction in successive rotations can reach more than 40%. The following
hypotheses were test: (i) eucalypt response to nitrogen fertilization resembles between
rotations; ii) eucalypt responds to high doses of nitrogen fertilization in both rotations. This
work aimed to evaluate the production of eucalyptus rotations, clone AEC 1528, in different
regimes of nitrogen fertilization in operational scale. The experiment was install in
Itamarandiba-MG involving nine six technological packages with emphasis in doses and
nitrogen sources conducted for seven years in first rotation and six in second, repeating the
same fertilization in both rotations. Based on the hypotheses evaluated, it is conclude that the
eucalypt response to nitrogen fertilization resembles between rotations; and eucalypt does not
respond to high doses of nitrogen fertilization in both rotations.

Keywords: Coppice. High forest. Forest fertilization. Nitrogen sources.


63
64

1 INTRODUÇÃO
A área com florestas plantadas vem se expandindo nas últimas décadas,
proporcionado ao mercado mais produtos madeireiros. O aumento da oferta e desenvolvimento
de novas tecnologias, como o amplo emprego de MDF pela indústria moveleira, tem reduzido
a pressão sobre a vegetação nativa. Ou seja, tem contribuído para a preservação das matas
nativas e os biomas naturais de cada região. (VERSINI et al., 2014). O Brasil por sua vez, é um
dos maiores produtores de eucalipto e grande parte de suas plantações distribuem-se em solos
de baixa fertilidade, com disponibilidade limitada de nutrientes e responsivos à fertilização
mineral (LEITE et al., 2011; FERREIRA et al., 2015).
O Nitrogênio (N) é o macronutriente de maior concentração nos vegetais
superiores, apontado um dos mais limitantes do crescimento e desenvolvimento de plantas
(JESUS et al., 2012; FERREIRA et al., 2015; TCHICHELLE et al., 2017; ASSIS et al., 2018).
Além de ser constituinte de moléculas de aminoácidos, proteína, ácidos nucleicos, bases
nitrogenadas, enzimas, pigmentos e vitaminas, atua em processos fotossintéticos, respiração,
absorção iônica, multiplicação e diferenciação celular (MARSCHNER, 2012).
O crescimento de povoamentos depende do genótipo, regimes de fertilização,
espaço e condições edáficas e climáticas (CHRISTINA et al., 2018). A adubação nitrogenada
é rotineiramente empregada para o aumento de área foliar e produtividade (SMETHURST et
al., 2003; ASSIS et al., 2018). Espera-se mais responsividade à aplicação de N em solos com
baixos teores de matéria orgânica ou em locais cujas condições climáticas dificultam sua
decomposição (JESUS et al., 2012; ASSIS et al., 2018). Vegetais requerem grandes
quantidades de N na fase inicial de crescimento, um rápido crescimento facilita operações de
manejo em povoamentos juvenis (MARSCHNER, 2012). Ressalta-se que dosagens excessivas
de N altera o ciclo biogeoquímico de nutrientes, estimulando, inclusive, a mobilidade de nitrato
para camadas profundas do solo ou sua conversão por desnitrificação para formas gasosas
(GILLIAN et al., 2016; SIMPSON et al., 2017; BABST et al., 2018). Estima-se que 50 a 70%
de N adicionado aos solos são perdidos para a atmosfera ou lixiviados do solo (HODGE;
ROBINSON; FITTER, 2000).
Embora haja diversas pesquisas sobre a influência da fertilização nitrogenada na
produção de massa seca, seu efeito tem sido contraditório em povoamentos de eucalipto
(GAZOLA et al., 2015). O incremento em produtividade com aplicação de N é relativamente
baixo ou ausente durante a primeira rotação (PERDOMO et al., 2007; JESUS et al., 2012;
FERREIRA et al., 2015; PULITO et al., 2015), indicativo de que os solos têm sido capazes de
suprir sua demanda (GAZOLA et al., 2015). O suprimento de N é frequentemente atribuído à
65

maior quantidade de N mineralizado da matéria orgânica do solo (PERDOMO et al., 2007;


JESUS et al., 2012; PULITO et al., 2015). Apesar de os trabalhos destacarem a importância do
N na produtividade de eucalipto, faltam informações sobre seu efeito em povoamentos
conduzidos sob talhadia.
Povoamentos de rápido crescimento são particularmente vulneráveis a mudanças
nos padrões climáticos (CHRISTINA et al., 2018). A exigência nutricional oscila conforme
estágio de desenvolvimento vegetal, disponibilidade hídrica e variações térmicas
(MARSCHNER, 2012; GAZOLA et al., 2015). No que se refere às brotações, a produtividade
de Eucalyptus grandis x urophylla é estreitamente relacionada com a quantidade e distribuição
de precipitação; mais precipitação favorece aumento volumétrico superior ao da primeira
rotação e vice-versa (GONÇALVES et al., 2014). As pesquisas concernentes à adubação
nitrogenada além da primeira rotação de eucaliptais são incipientes ou praticamente
inexistentes. É provável que a falta de informações nutricionais na segunda rotação relaciona-
se à indisponibilidade de dados, amplo período necessário de avaliação e/ou falta de
conhecimento técnico.
A decisão em se adotar o alto fuste ou talhadia fundamenta-se em aspectos
econômicos e operacionais, como a disponibilidade de genótipo superior e quantidade e
tamanho de rotações (FERRAZ FILHO et al., 2014). Guedes et al. (2011) demonstraram que a
talhadia pode ser uma opção economicamente viável mesmo que a produtividade seja apenas
70% do povoamento original. Atualmente, a maioria das plantações de eucalipto é conduzida
sob talhadia, manejada em curtas rotações (6 a 8 anos) e estabelecidas em regiões com histórico
de déficit hídrico e/ou nutricional (GONÇALVES et al., 2014). Assim, surge a necessidade de
mais trabalhos que investiguem regimes de adubação por meio da modelagem do crescimento
e produção a fim de manter ou aumentar a produtividade de sucessivas rotações.
A avaliação de doses crescentes de fertilizantes nitrogenados deve ser vista com
cautela, pois parte do efeito pode ser atribuído a elementos acompanhantes, como o enxofre (S)
do sulfato de amônio. Tratamentos adicionais utilizando fontes alternativas de fertilizantes
permitem a análise segura de que a resposta seja exclusivamente devido ao N. Mediante o
exposto, as seguintes hipóteses foram testadas: i) a resposta do eucalipto à adubação
nitrogenada assemelha-se entre rotações; ii) o eucalipto responde à elevação de doses de
adubação nitrogenada em ambas as rotações.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a produção de rotações de eucalipto em
diferentes regimes de adubação nitrogenada em escala operacional.
66

2 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido em área da Aperam BioEnergia Ltda. no município de
Itamarandiba–MG, localizado a 17º39’58,09” de latitude Sul e 42º50’30,23” de longitude Oeste
(Datum WGS84). O clima da região é do tipo Cwa pela classificação do sistema internacional
de Köppen (KÖPPEN, 1936), com verão chuvoso e inverno seco.
O experimento foi instalado em blocos casualizados com seis tratamentos para
avaliar fertilizações nitrogenadas em quatro blocos (Apêndice B). Utilizou-se o clone AEC
1528® de Eucalyptus grandis vs E. urophylla de polinização controlada. O solo da área foi
caraterizado como Latossolo Vermelho-Amarelo de textura muito argilosa, relevo plano a 889
m de altitude. A descrição química do solo na camada de 0-40 cm de profundidade se encontra
na Tabela 1. Determinaram-se o fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg)
utilizando o método da resina trocadora de íons; enxofre (S, SO4-2) por turbidimetria extraído
com fosfato de cálcio, matéria orgânica (MO) por colorimetria e potencial hidrogeniônico (pH)
em CaCl2. Em relação aos micronutrientes, o boro foi extraído via água quente e Cu, Fe, Mn e
Zn em DTPA.

Tabela 1 – Análise química do solo da área experimental


Rotação pH M.O. P(resina) K Ca Mg
3 3 3
CaCl2 g/dm mg/dm mg/dm -- cmolc/dm³ --
1 4,2 40,7 3,1 15,6 0,18 0,08
2 4,2 41,1 3,0 11,7 0,16 0,08
Rotação S - SO4 B Cu Fe Mn Zn
------------------------------------------ mg/dm³ ---------------------------------------
1 7,9 0,5 0,1 109,0 0,6 0,3
2 8,6 0,5 0,1 89,0 0,5 0,3

O CUB (coeficiente de utilização biológica) feito no clone AEC 1528 (Urograndis),


na mesma região dos experimentos, mostraram que a demanda para N é de 1,56 kg para produzir
01 m³ de madeira enquanto para P é de 0,12 kg para cada m³ de madeira produzida.
Os tratamentos de fertilização aplicados em cada bloco na primeira rotação foram
repetidos em segunda rotação (Tabelas 2 e 3). As fontes de fósforo foram aplicadas no sulco de
plantio na primeira rotação e em filete contínuo na projeção da copa em segunda rotação. O
NPK 04:26:16 referente à fertilização de plantio foi aplicado em coveta lateral na primeira
rotação e em filete contínuo na projeção da copa em segunda rotação. O agrosilício foi aplicado
a lanço em área total sem incorporação em ambas as rotações. A fertilização de cobertura foi
realizada em filete contínuo na projeção da copa em ambas as rotações. As fontes nitrogenadas,
67

em ambas as rotações, foram aplicadas sobre o solo, em filete continuo na projeção da copa,
sem incorporação.
A primeira rotação encerrou em julho de 2012, aos 84 meses de idade e a segunda
rotação encerrou-se em julho de 2018, aos 72 meses de idade. A madeira foi retirada do talhão
aos 60 dias após o corte. A desbrota foi realizada aos 6 meses após o corte, deixando-se um
broto por cepa e, em caso de falha, na planta subsequente, dois brotos por cepa. Após mais 6
meses foi realizada uma segunda desbrota para eliminar broto “ladrão”. A seleção dos melhores
brotos se baseou no vigor fisiológico, nas maiores dimensões de tamanho e qualidade de
inserção na cepa.
Com o intuito de aproximar o resultado experimental da realidade operacional este
experimento foi instalado em 50,5 ha de área para que os mesmos procedimentos operacionais
empregados pela empresa pudessem ser realizados. Cada tratamento possuía seis linhas com
500 metros empregando o arranjo 3,0m x 2,8m. Neste sentido, cada unidade experimental foi
constituída por 4.285 plantas ou 3,6 ha de área. Para efetuar as avaliações, três parcelas
contendo 30 plantas foram mensuradas nas duas linhas centrais, instaladas em posições
equidistantes dentro das linhas. Nestas parcelas, anualmente a circunferência do tronco à 1,30
m de altura do solo (CAP, cm) e a altura total (H, m) das árvores foram mensurados em ambas
as rotações. Para cada parcela experimental, calculou-se a área basal (B, m2 ha-1), volume com
casca (m3 ha-1) e a média de altura. O volume foi calculado a partir das seguintes equações do
material genético, geradas para cada rotação de cultivo:
Rotação 1: 𝐿𝑛(𝑉) = −11,090325 + 1,766661 𝐿𝑛(𝐷𝐴𝑃) + 1,471862 𝐿𝑛(𝐻); 𝑅 2 = 0,9862
Rotação 2: 𝐿𝑛(𝑉) = −10,488624 + 1,794069 𝐿𝑛(𝐷𝐴𝑃) + 1,292210 𝐿𝑛(𝐻); 𝑅 2 = 0,9923
68

Tabela 2 – Dosagem, parcelamento e tipo de fertilizantes empregados nas fertilizações nitrogenadas, aplicadas em primeira e segunda rotações
nos povoamentos de eucalipto, para todos os tratamentos
------------------------ Fertilização de plantio e pós desbrota --------------------........................ Fertilização de cobertura .......................
Tratamento
06/2005 e 04/2013* 01/2006 e 10/2013* 03/2006 e 04/2014* 12/2006 e 10/2014*
130 g planta-1 04-26-16 + 210 kg ha-1 KCl 210 kg ha-1 KCl
T1 500 kg ha-1 FA 2.000 kg ha-1AG -
0,5% Cu + 1,0% Zn + 0,5% B + 0,5% B
-1
210 kg ha KCl 210 kg ha-1 KCl
-1 130 g planta-1 04-26-16 + -1
T2 500 kg ha FA 2.000 kg ha AG + 0,5% B - + 0,5% B
0,5% Cu + 1,0% Zn
150 kg ha-1 S.A. 150 kg ha-1 S.A
210 kg ha-1 KCl 210 kg ha-1 KCl +
-1 130 g planta-1 04-26-16 + -1 -1
T3 500 kg ha FA 2.000 kg ha AG + 0,5% B 150 kg ha S.A 0,5% B
0,5% Cu + 1,0% Zn
150 kg ha-1 S.A. 300 kg ha-1 S.A
210 kg ha-1 KCl 210 kg ha-1 KCl
-1 130 g planta-1 04-26-16 + -1 -1
T4 500 kg ha FA 2.000 kg ha AG + 0,5% B 300 kg ha S.A + 0,5% B
0,5% Cu + 1,0% Zn
150 kg ha-1 S.A. 750 kg ha-1 S.A
210 kg ha-1 KCl 210 kg ha-1 KCl
350 kg ha-1 SS + 0,5% 130 g planta-1 04-26-16 +
T5 2.000 kg ha-1AG + 0,5% B 150 kg ha-1 S.A + 0,5% B
Cu + 1,0% Zn 0,5% Cu + 1,0% Zn
150 kg ha-1 S.A. 300 kg ha-1 S.A
210 kg ha-1 KCl 210 kg ha-1 KCl
-1 130 g planta-1 04-26-16 + -1 -1
T6 500 kg ha FA 2.000 kg ha AG + 0,5% B 90 kg ha N.A + 0,5% B
0,5% Cu + 1,0% Zn
90 kg ha-1 N.A. 180 kg ha-1 N.A
Fosfato natural de Araxá – FN, Sulfato de amônio – SA, Nitrato de amônio – NA, Agrosilício – AG, Superfosfato simples – SS. * Segunda rotação

67
68

Tabela 3 – Quantidade de nutrientes aplicados em cada regime de adubação nitrogenada para


eucalipto no município de Itamarandiba–MG, utilizados na primeira rotação e repetidos na
segunda rotação
Nutrientes - kg/ha
Tratamentos N P K Ca Mg S Cu B Zn
1 6,2 69,9 216 520 84 0 2,1 0,77 1,55
2 66,2 69,9 216 520 84 60 2,1 0,77 1,55
3 126,2 69,9 216 520 84 132 2,1 0,77 1,55
4 246,2 69,9 216 520 84 264 2,1 0,77 1,55
5 126,2 45,1 216 436 84 160 2,1 0,77 1,55
6 125,0 69,9 216 520 84 0 2,1 0,77 1,55

Os dados foram submetidos à análise de regressão não linear através do método


iterativo de Gauss-Newton. O modelo logístico de três parâmetros foi ajustado por rotação para
estimar cada atributo biométrico em função da idade, em meses. Optou-se pelo modelo logístico
em virtude da sua fundamentação biológica, facilidade de interpretação de parâmetros e sucesso
na estimativa da produção e hipsometria (CARVALHO et al., 2011; MELO et al., 2017).

𝛼
𝑌= +𝜀
1 + 𝛽 𝑒 −𝛾𝐼

Em que: Y = atributo biométrico (a altura H, área basal - B e volume - V); I = idade (meses); 𝛼,
𝛽 e 𝛾 = parâmetros do modelo logístico; e = constante neperiana; e 𝜀 = erro aleatório.

A qualidade dos ajustes foi avaliada de acordo com os valores da Média dos Desvios
Absolutos (MDA), Raiz Quadrada do Erro Médio (RQEM) e Coeficiente de Correlação de
Pearson (r). Menores valores de MDA e RQEM implicam em maior qualidade preditiva. A
aderência das equações aos dados foi avaliada pelo teste Kolmogorov-Smirnov (GIBBONS;
SUBHABRATA, 1992). A análise gráfica consistiu na inspeção estatística das curvas,
comparando o comportamento dos regimes de adubação nitrogenada. As análises estatísticas
foram efetuadas com o software R versão 3.3 (R CORE TEAM, 2017), ao nível de significância
de 1% de probabilidade.
As médias anuais de umidade relativa, temperatura, precipitação e déficit de pressão
de vapor, para ambas as rotações, são apresentadas na Figura 1 e Tabelas 4 e 5.
69

Figura 1 - Médias mensais umidade relativa e temperatura em Itamarandiba–MG durante o


desenvolvimento do experimento

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia

Tabela 4 – Médias mensais de precipitação em Itamarandiba–MG durante o desenvolvimento


do experimento
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Ano
------------------------------------------ Primeira rotação - Precipitação média (mm) ------------------------------------------
2005 181,3 166,6 127,3 8,1 16,3 9,5 1,7 3,7 10,5 67,0 286,2 292,3 670,9
2006 41,0 37,4 263,0 54,7 3,5 1,9 0,1 0,6 49,0 133,9 321,2 312,5 1218,8
2007 147,2 179,1 36,7 22,5 1,1 0,0 0,7 0,5 1,6 2,6 94,3 95,4 581,7
2008 114,7 190,7 90,9 35,3 47,1 2,8 0,5 3,6 29,8 29,2 245,8 300,4 1090,8
2009 301,4 73,5 82,1 34,9 0,0 5,3 1,3 6,8 33,5 406,7 66,7 230,6 1242,8
2010 6,7 7,8 142,1 45,3 48,8 2,5 7,1 0,0 0,7 103,5 341,3 150,9 856,7
2011 87,3 12,7 134,8 60,3 8,9 2,6 6,4 3,9 2,7 69,3 259,9 302,1 950,9
2012 168,5 36,1 111,4 19,0 81,8 0,7 0,8 20,4 23,0 9,2 303,8 46,2 820,9
Média 131,0 88,0 123,5 35,0 25,9 3,2 2,3 4,9 18,9 102,7 230,8 240,6
------------------------------------------ Segunda rotação - Precipitação média (mm) ------------------------------------------
2012 168,5 36,1 111,4 19,0 81,8 0,7 0,8 20,4 23,0 9,2 303,8 46,2 820,9
2013 191,5 6,3 83,3 36,4 17,1 30,7 0,5 4,0 9,8 92,5 171,1 819,8 1463,0
2014 27,7 7,7 104,4 56,8 0,6 13,9 16,4 8,5 5,6 96,0 176,6 75,8 590,0
2015 18,8 159,1 47,5 74,1 32,6 1,5 2,2 1,3 15,4 7,6 109,5 117,7 587,3
2016 476,2 27,7 57,5 28,2 19,6 2,9 4,3 1,1 22,8 42,5 345,8 194,0 1222,6
2017 37,3 151,5 98,7 5,6 74,6 3,8 5,7 0,5 5,4 22,0 42,6 203,0 650,7
2018 116,8 355,6 93,2 34,1 8,8 2,9 2,9 614,3
Média 148,1 106,3 85,1 36,3 33,6 8,1 4,7 6,0 13,7 45,0 191,6 242,8
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia
70

Tabela 5 – Médias mensais do déficit de pressão de vapor em Itamarandiba–MG durante o


desenvolvimento do experimento
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
Ano
------------------------------------- Primeira rotação – Déficit de pressão de vapor (kPa) -----------------------------------
2005 0,55 0,545 0,547 0,476 0,557 0,419 0,446 0,642 0,695 1,272 0,397 0,459 0,584
2006 0,84 1,014 0,45 0,44 0,469 0,361 0,503 0,679 0,635 0,486 0,421 0,495 0,566
2007 0,604 0,461 0,658 0,54 0,501 0,525 0,553 0,693 0,818 1,195 1,112 0,761 0,702
2008 0,645 0,614 0,535 0,634 0,466 0,459 0,522 0,814 0,843 1,144 0,531 0,423 0,636
2009 0,509 0,631 0,75 0,462 0,452 0,45 0,541 0,607 0,824 0,666 0,761 0,558 0,601
2010 0,81 0,883 0,578 0,531 0,449 0,362 0,472 0,699 0,843 0,704 0,437 0,645 0,618
2011 0,577 0,842 0,501 0,452 0,439 0,476 0,512 0,732 0,884 0,568 0,463 0,445 0,574
2012 0,573 0,737 0,7 0,639 0,426 0,444 0,536 0,452 0,883 1,037 0,459 0,881 0,647
Média 0,639 0,716 0,59 0,522 0,47 0,437 0,51 0,665 0,803 0,884 0,573 0,583 0,616
------------------------------------- Segunda rotação – Déficit de pressão de vapor (kPa) -----------------------------------
2012 0,573 0,737 0,7 0,639 0,426 0,444 0,536 0,452 0,883 1,037 0,459 0,881 0,647
2013 0,657 0,717 0,711 0,452 0,44 0,406 0,543 0,73 0,795 0,642 0,762 0,497 0,613
2014 0,759 0,81 0,553 0,568 0,577 0,437 0,476 0,206 1,044 0,981 0,68 0,707 0,650
2015 1,181 0,709 0,765 0,591 0,415 0,488 0,522 0,713 1,313 1,349 1,169 0,986 0,850
2016 0,561 0,971 0,77 0,856 0,541 0,555 0,611 0,831 0,611 0,991 0,661 0,58 0,712
2017 0,923 0,53 0,621 0,564 0,429 0,455 0,42 0,663 0,83 1,157 0,611 0,538 0,645
2018 0,817 0,546 0,58 0,418 0,48 0,441 0,557 0,548
Média 0,782 0,717 0,671 0,584 0,473 0,461 0,524 0,599 0,912 1,026 0,724 0,698 0,681
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia

A análise econômica foi realizada aos 07 anos para a primeira rotação e aos 06 anos
para a segunda rotação, pelo valor presente líquido – VPL e pela taxa interna de retorno – TIR.
A viabilidade de um projeto analisado pelo VPL é indicada quando a diferença do
valor presente das receitas menos o valor presente dos custos é positiva. Aceitou-se o
investimento que apresentou o maior VPL calculado segundo a expressão:

𝑛 𝑛
−𝑗
𝑉𝑃𝐿 = ∑ 𝑅𝑗 (1 + 𝑖) − ∑ 𝐶𝑗 (1 + 𝑖)−𝑗
𝑗=0 𝑗=0

Em que: Rj = valor atual das receitas; Cj = valor atual dos custos; i = taxa de juros; j = período
em que a receita ou o custo ocorre; e n = número máximo de períodos.
71

A TIR foi calculada segundo a expressão:


𝑛 𝑛

∑ 𝑅𝑗 (1 + 𝑇𝐼𝑅)−𝑗 = ∑ 𝐶𝑗 (1 + 𝑇𝐼𝑅)−𝑗
𝑗=0 𝑗=0

Em que: Rj = valor atual das receitas; Cj = valor atual dos custos; i = taxa de juros; j = período
em que a receita ou o custo ocorre; e n = número máximo de períodos.
A Taxa de juros entre 08 e 12% são empregadas em estudos no setor florestal
(OLIVEIRA et al., 1998; CASTRO et al., 2011), neste trabalho considerou-se uma taxa de
10%.
Um projeto é considerado viável economicamente se sua TIR for maior que uma
taxa de desconto correspondente à taxa de remuneração alternativa do capital, usualmente
denominada taxa mínima de atratividade. Aa tabela 6 apresenta os custos anuais detalhados
relacionados a cada tratamento e suas respectivas rotações de cultivo e a tabela 7, a descrição
das atividades realizadas que compuseram os custos anuais.

Tabela 6 – Custos anuais para os tratamentos na primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações
Ano T1 T2 T3 T4 T5 T6
------------------------------------------------------------1ª (R$/ha) ---------------------------------------------------------
Implantação Ano 0 2.642,9 2.642,9 2.642,9 2.642,9 2.854,9 2.642,9
Manutenção Ano 1 709,82 847,67 847,67 847,67 847,67 829,57
Manutenção Ano 2 153,5 153,5 354,2 490 354,2 338,2
Manutenção Ano 3 341,94 477,74 613,44 1.020,74 613,44 581,34
Manutenção Ano 4 46,94 46,94 46,94 46,94 46,94 46,94
Manutenção Ano 5 46,94 46,94 46,94 46,94 46,94 46,94
Manutenção Ano 6 46,94 46,94 46,94 46,94 46,94 46,94
Manutenção Ano 7 4,8 4,8 4,8 4,8 4,8 4,8
------------------------------------------------------------2ª (R$/ha) ---------------------------------------------------------
Condução Ano 7* 1.381,0 1.807,8 1.627,8 2.022,8 1.646,2 1.380,8
Manutenção Ano 8 688,3 840,3 840,3 840,3 840,3 813,0
Manutenção Ano 9 4,8 4,8 230,8 386,8 230,8 208,0
Manutenção Ano 10 430,2 532,2 683,7 1.138,2 675,7 647,1
Manutenção Ano 11 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9
Manutenção Ano 12 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9
Manutenção Ano 13 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9 46,9
* - Ano 0 para análise econômica da segunda rotação

Os valores diferem entre as rotações, principalmente pelo preço dos insumos


quando utilizados.
72

Tabela 7 – Descrição das atividades realizadas que compuseram os custos anuais para a
primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações
Ano Atividade
Combate a formiga (inicial, 1° e 2° repasses), aplicação herbicida área total,
Implantação fertilização de plantio (preparo, aplicação e produto), mudas, plantio,
irrigação, inventário qualitativo.
Combate a formiga (inicial, 1° e 2° repasses), aplicação herbicida na entre
Condução linha, desbrota, fertilização pós-desbrota (aplicação e produto), inventário
qualitativo.
Combate a formiga manual, gradagem na entre linha para incorporar
1e8 agrosilício e limpeza, manutenção de estradas e aceiros, aplicação herbicida
localizada, adubação cobertura.
Combate a formiga manual, gradagem na entre linha para incorporar
agrosilício e limpeza, manutenção de estradas e aceiros, aplicação herbicida
2e9
localizada, adubação cobertura, inventário florestal, manutenção de estradas e
aceiros, redesbrota apenas no ano 9.
3 a 6 e 10 a Combate a formiga mecanizado, inventário florestal, manutenção de estradas
12 e aceiros, redesbrota apenas no ano 10.
7 e 13 Combate a formiga inicial, inventário florestal.
73

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As equações geradas para a primeira e segunda rotações apresentaram poucos
desvios, com baixos valores de média dos desvios absolutos e raiz quadrada do erro médio
(Tabelas 8 e 9). Os coeficientes de correlação foram altos e significativos (r ≥ 0,97, p ≤ 0,01).
A aderência das estimativas aos dados observados pelo teste de Kolmogorov-Smirnov foi
constatada em todos os ajustes do modelo logístico para a estimativa de altura, área basal e
volume. O comportamento sigmoidal foi verificado em todas as curvas obtidas (Figura 2).
O crescimento em altura, área basal e volume não apresentou a mesma tendência
entre rotações (Figura 2 e Tabela 10). Após os 60 meses, a taxa de crescimento em altura e área
basal reduziram na primeira rotação e, aos 48 meses, na segunda. Em termos médios, a altura e
área basal da segunda rotação aos 72 meses foram 7,4 e 17,0% inferiores àquela da primeira,
respectivamente. O volume na primeira rotação tendeu a reduzir a taxa aos 72 meses para a
maioria dos tratamentos. Por outro lado, na segunda rotação todos os tratamentos estavam com
a taxa em amplo crescimento. Entretanto aos 72 meses o volume da segunda rotação foi, em
média, 7,2% inferior ao da primeira.
Ao analisar ambas as rotações aos 72 meses, o coeficiente de variação da altura,
área basal e volume foram 1,0, 5,1 e 5,9% para primeira rotação e 3,3, 9,2 e 8,3% para a segunda
rotação (Tabela 10), respectivamente. Estes coeficientes demonstraram a qualidade do
experimento em escala operacional. Observa-se que a altura é pouco influenciada pelas
variáveis ambientais entre tratamentos em ambas as rotações, ou seja, é uma característica
determinada principalmente pela genética.
Todos os tratamentos responderam positivamente as adubações atingindo produção
média de 291 ± 17,06 e 270 ± 22,42 m³/ha para primeira e segunda rotação, ambas aos 72 meses
de idade, respectivamente (Tabela 10). Este resultado está acima da média regional que é de
228 m³/ha para primeira rotação e 180 m³/ha para a segunda, na mesma idade. Ao considerar a
produção volumétrica da primeira rotação como 100%, a produção da segunda rotação em
relação à primeira segue a seguinte ordem decrescente entre os tratamentos: 5 (100%), 4 (95%),
6 (94%), 2 (92%), 1 (89%) e 3 (86%). (Tabela 10). Com exceção do tratamento 5, a queda de
produtividade entre as rotações foi, em média de 9%, ocasionada principalmente pelo menor
volume de precipitação que ocorreu durante o ciclo da segunda rotação (Tabela 4). Na primeira
rotação, apenas os anos de 2005 e 2007 apresentaram precipitações inferior à 700 mm/ano que
é um valor limitante para a produção. Na segunda rotação os anos de 2014, 2015 e 2017 também
apresentaram tal limitação, mas também deve-se considerar como limitante a precipitação do
ano de 2013, pois 56% da precipitação ocorreu apenas no mês de dezembro. Neste sentido,
74

pode-se inferir que a queda produção obtida em segunda rotação não teve como único limitante
a precipitação. Demonstrando que apesar desta limitação a floresta suportou o estresse hídrico
adequadamente para o tratamento 5. A configuração dos diferentes tratamentos não permitiu
compreender a razão que suportou tal desenvolvimento.

Tabela 8 – Coeficientes e qualidade de ajuste do modelo logístico usado para estimar a altura
(m), área basal (m2 ha-1) e volume (m3 ha-1) da primeira rotação de eucalipto para os tratamentos
em função da idade (meses)
Atributos T1 T2 T3 T4 T5 T6
---------------------------------------------------- Altura ---------------------------------------------------
𝛼 26,3214 27,0219 26,1491 25,5214 25,8621 25,8097
𝛽 8,9351 8,4512 10,1025 8,6392 10,8644 9,2326
𝛾 0,0689 0,0682 0,0771 0,0777 0,0802 0,0769
MDA 1,32 0,93 0,78 1,13 0,68 0,74
RQEM 1,48 1,11 0,96 1,41 0,86 0,92
r 0,98 0,99 0,99 0,98 0,99 0,99
------------------------------------------------ Área basal --------------------------------------------------
𝛼 25,5494 28,7613 29,9555 29,9936 28,0558 27,4959
𝛽 20,6419 23,3174 21,1437 22,3945 23,7312 24,2648
𝛾 0,0714 0,0743 0,0690 0,0704 0,0746 0,0771
MDA 0,89 0,73 0,90 0,61 0,63 0,63
RQEM 1,07 0,94 1,07 0,76 0,78 0,74
r 0,99 1,00 0,99 1,00 1,00 1,00
---------------------------------------------------- Volume -------------------------------------------------
𝛼 382,3464 413,9662 386,2122 379,3584 349,8395 347,5518
𝛽 49,4432 57,8097 66,1114 56,9474 73,0812 65,0798
𝛾 0,0644 0,0704 0,0763 0,0743 0,0822 0,0803
MDA 10,25 8,74 9,48 10,19 8,57 8,47
RQEM 12,37 9,92 11,98 12,73 10,40 10,31
r 0,99 1,00 1,00 0,99 1,00 1,00
T1, T2, T3, T4, T5 e T6 referem-se a regimes de adubação nitrogenada descritos em detalhes na Tabela 2, que
equivalem a 6, 66, 126, 246, 126 e 125 kg ha -1 de N, respectivamente. 𝛼, 𝛽 e 𝛾 são os parâmetros do modelo
logístico. MDA = média dos desvios absolutos; RQEM = raiz quadrada do erro médio; e r = coeficiente de
correlação.
75

Tabela 9 – Coeficientes e qualidade de ajuste do modelo logístico usado para estimar a altura
(m), área basal (m2 ha-1) e volume (m3 ha-1) da segunda rotação de eucalipto para os tratamentos
em função da idade (meses)
Atributos T1 T2 T3 T4 T5 T6
--------------------------------------------------------- Altura --------------------------------------------------------------
𝛼 22,4553 24,9987 23,3284 24,4198 23,0147 23,1419
𝛽 10,3288 9,1752 11,2979 10,2729 11,7244 11,0908
𝛾 0,0912 0,0778 0,0937 0,0857 0,0963 0,0945
MDA 1,36 1,14 1,14 1,10 1,18 1,00
RQEM 1,51 1,36 1,32 1,31 1,31 1,18
r 0,97 0,98 0,98 0,98 0,98 0,99
----------------------------------------------------------Área basal ------------------------------------------------------------
𝛼 18,2230 23,8923 21,7716 24,2124 25,7937 24,2290
𝛽 14,1500 15,1832 14,5737 14,6115 14,7467 15,5957
𝛾 0,0802 0,0691 0,0710 0,0685 0,0654 0,0698
MDA 1,31 0,97 1,46 1,20 1,27 0,94
RQEM 1,50 1,20 1,67 1,41 1,49 1,17
r 0,97 0,99 0,97 0,98 0,98 0,99
--------------------------------------------------------------Volume -----------------------------------------------------------
𝛼 360,8098 341,0070 353,4038 353,4288 439,3976 332,3059
𝛽 30,3944 51,9376 35,8066 44,2118 38,1595 41,3497
𝛾 0,0553 0,0761 0,0639 0,0723 0,0601 0,0725
MDA 14,04 9,36 13,48 9,72 11,62 6,88
RQEM 16,51 10,97 17,33 11,49 14,38 8,48
r 0,98 0,99 0,98 0,99 0,99 1,00
T1, T2, T3, T4, T5 e T6 referem-se a regimes de adubação nitrogenada descritos em detalhes na Tabela 2, que
equivalem a 6, 66, 126, 246, 126 e 125 kg ha -1 de N, respectivamente. 𝛼, 𝛽 e 𝛾 são os parâmetros do modelo
logístico. MDA = média dos desvios absolutos; RQEM = raiz quadrada do erro médio; e r = coeficiente de
correlação.
76

Figura 2 - Curvas de altura, área basal e volume, por tratamento, obtidas com o ajuste do
modelo logístico para diferentes rotações

Rotação 1 Rotação 2
Altura (m)
Área basal (m2 ha-1)
Volume (m3 ha-1)

Primeira rotação à esquerda e segunda rotação (talhadia), à direita. Os valores tracejados na segunda rotação estão
fora do espaço amostral. T1 a T9 referem-se aos tratamentos conforme descrito na Tabela 2
77

Analisando os resultados em ambas as rotações, o tratamento 1 foi o menos


produtivo em comparação com os demais (Tabela 10). Comparando o tratamento 1 com o 2, ou
seja, 6 kg/ha para 66 kg/ha de N, observa-se uma queda de 15% no volume na primeira rotação
e 18% na segunda (Tabela 11). Esta redução volumétrica pode ser atribuída ao aporte de
nitrogênio e enxofre, uma vez que o fósforo foi igual para ambos (Tabela 03). Apesar de ter
apresentado produtividade superior à média regional nas duas rotações, o tratamento 1
evidenciou a necessidade da aplicação de N para a manutenção da produtividade principalmente
na segunda rotação. A matéria orgânica do solo e ciclagem biogeoquímica não forneceram
quantidade suficiente de N para que este tratamento exibisse produtividade tão elevada quanto
aquela dos demais tratamentos, 2 a 6. O tratamento 2 recebeu praticamente a metade da dose
de N que o 3, apesar disso, a produtividade da primeira rotação foi muito parecida. Estes
resultados corroboram com os obtidos por Perdomo et al. (2007), Jesus et al. (2012), Ferreira
et al. (2015) e Pulito et al. (2015), que explanaram sobre a baixa e, em alguns casos, ausente
responsividade ao aumento das doses de N na produção de eucalipto em primeira rotação.
Os tratamentos 3 e 5 receberam a mesma dose de N e S, sendo que a diferença
volumétrica entre eles foram 6% na primeira rotação (84 meses) e -12% na segunda rotação (72
meses); cálculo feito tendo o tratamento 3 como referencial (Tabela 10). Este resultado pode
ser atribuído ao menor aporte de P, Ca e S do tratamento 5 (Tabela 3). Apesar do tratamento 5
ter recebido a metade da quantidade de fósforo, este veio de uma fonte de alta solubilidade,
provavelmente esta seja uma das razões que suportam a diferença volumétrica (Tabela 2)
enfatizando a relação N/P.
A comparação da produção volumétrica entre os tratamentos 3 e 6, possui como
diferencial a fonte de N e S. O tratamento 6 foi 7% menos produtivo na primeira rotação (84
meses) e não recebeu S. Maior resposta à fonte amoniacal em relação à nítrica para eucalipto
também foi observada por Silva et al. (2003) e Araújo et al. (2003). Na segunda rotação, o
tratamento 6 foi 4% mais produtivo (Tabela 10). Provavelmente, este comportamento pode ser
atribuído ao efeito dos resíduos da primeira rotação que foram decompostos durante a segunda,
suprindo a demanda de S juntamente com o sistema radicular já estabelecido (cepas),
diferentemente da primeira rotação onde as plantas necessitam adaptar às condições do sítio
(SANTANA et al., 2014). O nitrogênio é um dos nutrientes absorvido em maior quantidade
pelo eucalipto (BARROS et al., 1990) e este pode ser absorvido, de acordo com Pinheiro (2014)
de camadas mais profundas do solo, obtido em algumas situações a até de 10 metros de
profundidade, fato este que minimiza o efeito da lixiviação, principalmente na forma de nitrato.
78

Tabela 10 – Médias anuais por tratamento (T) para altura, área basal e volume em primeira (1ª)
e segunda (2ª) rotações
------------------------- 1ª Rotação (meses) ------------------- ------------ 2ª Rotação (meses) -----------------
T
12 24 36 48 60 72 84 12 24 36 48 60 72
---------------------------------------------------------- Altura (m) ---------------------------------------------------------
1 5,4 9,7 15,1 19,8 23,0 24,8 25,6 5,0 10,4 16,2 19,9 21,5 22,1
2 5,7 10,2 15,7 20,5 23,7 25,4 26,3 5,4 10,3 16,1 20,5 23,0 24,2
3 5,2 10,1 16,0 20,9 23,8 25,2 25,7 5,0 10,6 16,8 20,7 22,4 23,0
4 5,8 10,9 16,7 21,1 23,6 24,7 25,2 5,2 10,6 16,6 20,9 23,0 23,9
5 5,0 10,0 16,1 21,0 23,8 25,0 25,5 4,9 10,6 16,8 20,6 22,2 22,8
6 5,5 10,5 16,3 21,0 23,6 24,9 25,4 5,1 10,8 16,9 20,7 22,3 22,9
CV (%) 1,0 3,3
---------------------------------------------------------- Área basal (m2 ha-1) --------------------------------------------------
1 2,6 5,4 9,9 15,3 19,9 22,8 24,3 2,8 5,9 10,2 14,0 16,3 17,5
2 2,7 5,8 11,0 17,3 22,6 25,9 27,5 3,1 6,1 10,6 15,4 19,3 21,6
3 2,9 5,9 10,8 16,9 22,4 26,1 28,1 3,0 6,0 10,2 14,7 18,1 20,0
4 2,8 5,8 10,8 17,0 22,6 26,3 28,3 3,3 6,3 10,8 15,7 19,5 21,9
5 2,6 5,7 10,7 16,9 22,1 25,3 26,8 3,3 6,3 10,7 15,7 20,0 22,8
6 2,6 5,7 10,9 17,2 22,2 25,1 26,5 3,1 6,2 10,7 15,7 19,6 22,0
CV (%) 5,1 9,2
-------------------------------------------------------------- Volume (m3 ha-1) -------------------------------------------------
1 16,0 33,1 65,1 117,6 187,4 258,3 312,9 21,7 39,8 69,9 114,8 171,5 230,0
2 16,0 35,5 74,2 139,5 224,4 303,8 358,2 15,6 36,4 78,3 145,4 221,5 280,3
3 14,1 33,3 73,8 143,3 230,1 303,7 348,4 20,0 40,5 77,0 132,6 199,2 260,0
4 15,6 35,9 77,0 145,4 228,5 298,5 341,5 18,1 40,2 82,8 149,0 224,2 284,6
5 12,4 31,3 73,0 144,8 228,9 292,2 325,9 22,5 43,9 81,6 140,3 215,8 292,2
6 13,5 33,2 75,3 146,0 227,6 289,4 322,8 18,1 40,2 82,2 146,0 216,5 271,5
CV (%) 5,9 8,3
T1 a T6 referem-se aos tratamentos (T) conforme descrito na Tabela 2. - = ausência de medição.
79

A viabilidade econômica de todos os tratamentos foi constatada pelo valor presente


líquido (VPL) e taxa interna de retorno (TIR) apresentados na Tabela 11. De forma geral, os
projetos florestais são avaliados economicamente por critérios que consideram a variação do
capital no tempo. Entre estes destacam-se o VPL e TIR. Entretanto, não se deve basear as
decisões em apenas um critério, pois as informações obtidas por esses se complementam
(SILVA et al., 2005). A TIR é a taxa de desconto que iguala o valor presente das receitas ao
valor presente dos custos, ou seja, iguala o VPL a zero. O critério da TIR está normalmente
associado a estudos de viabilidade econômica que buscam verificar se a rentabilidade de
determinado investimento é superior, inferior ou igual ao custo do capital que será utilizado
para financiar o projeto.
A análise econômica, para plantio, realizada aos 84 meses, mostram que os
tratamentos (2 e 3) foram os tratamentos de melhor viabilidade econômica. Comparando o
tratamento 1 de menor produtividade, com o 2 de maior produtividade (Tabela 10, 12 e 13). A
maior viabilidade foi observada para o tratamento 2 na primeira rotação e 5 para a segunda
(Tabela 13). Apesar de pequenas variações quando se compara a produção dos tratamentos 2,
3 e 4 ocorreu diferença econômica entre eles (Tabela 13), pois deve-se atentar para o fato da
produção em escala que a empresa trabalha. Considerando-se apenas a primeira rotação, ao
extrapolar o VPL do tratamento 2 para 10.000 ha tem-se um lucro R$ 30.748.000 com uma TIR
de 22,2%, o 3 apresenta um lucro R$ 27.914.000 com uma TIR de 20,8% e o 4 um lucro de R$
23.155.000 com uma TIR de 18,7%.
Ao avaliar a maior diferença de VPL dentro de cada rotação, extrapolando para
10.000 ha de floresta, tem-se uma diferença de lucratividade de R$ 8.748.000 entre os
tratamentos 2 e 5 na primeira e R$ 10.582.000 entre os tratamentos 5 e 4 na segunda rotação
(Tabela 11).
Quando analisa conjuntamente critérios de produção e econômico, destaca se que o
melhor tratamento de fertilização nitrogenada, na primeira rotação é o T2 ( 500 kg de FNA +
NPK 04-26-16 + 02 toneladas de agrosilício + duas coberturas com KCl e SA), evidenciando
mais uma vez, que a dose de N para eucalipto na região do Jequitinhonha, está próxima de 66
kg/ha. Resultados semelhantes ao observado no presente estudo foi observado por Misra et al.
(1998) em plantios de eucalipto.
80

Tabela 11 – Custos, volume de tronco e valor de madeira de eucalipto para os diferentes


tratamentos na primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações
T1 T2 T3 T4 T5 T6
------------------------------------------------- 1ª ------------------------------------------------------
Custo total (R$/ha) 3.993,8 4.267,4 4.603,8 5.146,9 4.815,8 4.537,6
Volume tronco (m³/ha) 312,9 358,2 348,4 341,5 325,9 322,8
IMA7 (m³/ha/ano) 44,7 51,2 49,8 48,8 46,6 46,1
Tronco (R$/ m³) 12,8 11,9 13,2 15,1 14,8 14,1
VPL – R$ 2414,8 3074,8 2791,4 2315,5 2200,0 2393,7
TIR - % 20,5 22,2 20,8 18,7 18,5 19,6
-------------------------------------------------------2ª ------------------------------------------------------
Custo total (R$/ha) 2.645,2 3.326,0 3.523,5 4.529,0 3.533,9 3.189,8
Volume tronco (m³/ha) 230,0 280,3 260,0 284,6 292,2 271,5
IMA6 (m³/ha/ano) 38,3 46,7 43,3 47,4 48,7 45,2
Tronco (R$/ m³) 11,5 11,9 13,6 15,9 12,1 11,8
VPL – R$ 2202,7 2529,2 2057,2 1669,4 2727,6 2616,5
TIR - % 24,1 23,0 20,9 17,6 23,5 24,3
-----------------------------------------------------1ª+2ª ----------------------------------------------------
Custo total (R$/ha) 6.638,9 7.593,4 8.127,3 9.675,9 8.349,7 7.727,4
Volume tronco (m³/ha) 542,9 638,5 608,3 626,0 618,0 594,2
IMA13 (m³/ha/ano) 41,8 49,1 46,8 48,2 47,5 45,7
Tronco (R$/ m³) 12,2 11,9 13,4 15,5 13,5 13,0
VPL – R$ 3545,1 4372,7 3847,1 3172,1 3056,7 3250,3
TIR - % 21,0 22,3 20,8 18,5 18,3 19,2
T1 a T6 referem-se aos tratamentos de acordo com a Tabela 2.

Tabela 12 – Variações percentuais do volume de tronco e custos na idade de corte para os


diferentes tratamentos na primeira (1ª) e segunda (2ª) rotações
Volume de tronco percentuais
-----------------1ª ---------------- ----------------2ª ---------------- -------------1ª + 2ª --------------
1 87 1 79 1 85
6 90 3 89 6 93
5 91 6 93 3 95
4 95 2 96 5 97
3 97 4 97 4 98
2 100 5 100 2 100
Custos anuais percentuais
----------------1ª ---------------- ----------------2ª ---------------- -------------1ª + 2ª --------------
1 78 1 58 1 69
2 83 6 70 2 78
6 88 2 73 6 80
3 89 3 78 3 84
5 94 5 78 5 86
4 100 4 100 4 100
Considerou-se como 100 %, o tratamento com o maior valor para cada coluna e variável analisada. T1 a T6
referem-se aos tratamentos conforme descrito na Tabela 2.
81

Tabela 13 – Variações percentuais dos custos e do volume de tronco comparando a primeira


(1ª) com segunda (2ª) rotação aos 72 meses de idade

Tratamento Custos anuais Volume de tronco


--------------------------------- % ----------------------------------------
1 66 89
2 78 92
3 77 86
4 88 95
5 73 100
6 70 94
Média 75 93
Considerou-se como 100 % a 1ª rotação. T1 a T6 referem-se aos tratamentos conforme descrito na Tabela 2.

4 CONCLUSÕES
Com base nas hipóteses avaliadas, conclui-se que:
• A resposta do eucalipto à adubação nitrogenada assemelha-se entre rotações;
• O eucalipto não responde a elevadas doses de adubação nitrogenada em ambas as
rotações.

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CONCLUSÃO GERAL
Os experimentos mostraram que a segunda rotação tem potencial de produzir igual
à primeira rotação.
O eucalipto não responde a doses elevadas de N.
Qualquer das fontes de fósforo utilizadas supri adequadamente a demanda do
eucalipto.
Os experimentos mostraram que a melhor estratégia para implantação de novos
plantios é a utilização de superfosfato triplo vinculado a uma fonte de N e S em cobertura,
reduzindo a dose de N de 126 kg/ha para 66 kg/ha.
Para a condução de segunda rotação a melhor estratégia evidenciada nos
experimentos, permite a escolha econômica do momento entre a utilização do superfosfato
triplo (SST) ou fosfato natural de Araxá (FNA), vinculados um aporte de N e S.
Em ambos os experimentos mais resultados interessantes poderiam ser obtidos se
um tratamento com a ausência total dos elementos fosse instalado, como também, se a
padronização das adubações de cobertura tivesse sido realizada quanto à dose e época de
aplicação. Neste caso as doses máximas de P e N poderiam ser calculadas e recomendadas.
Este experimento tem por característica principal a escala operacional no qual foi
conduzido, ou seja, 50 ha cada um, evidenciando que a região do vale do Jequitinhonha tem um
potencial produtivo muito maior que a média obtida hoje, principalmente, em segunda rotação.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dois experimentos mostraram resultados econômicos muito interessantes do
ponto de vista da gestão empresarial e do momento vivido hoje pelo setor florestal, onde a
escassez de madeira em algumas regiões está levando as grandes empresas a comprarem
madeira em regiões distantes das fábricas, onerando o custo do produto final. Os plantios bem
manejados, devem ser conduzidos para a segunda rotação, pois o retorno econômico da talhadia
(2ª rotação) é muito superior ao da primeira rotação. Os experimentos mostraram que o retorno
na talhadia chega a ser, em média, 65% maior que o retorno da primeira rotação.
Outro aspecto muito relevante neste trabalho é que se pode conseguir resultados de
produtividade superiores às médias regionais, pois este foi um trabalho conduzido por 13 anos,
em escala operacional, cujo maior cuidado foi dado à qualidade das operações silviculturais
realizadas sem alterar o procedimento operacional (sem comprometer o rendimento). Neste
sentido, quando as práticas silviculturais são realizadas com o devido cuidado o povoamento
expressa todo o seu potencial produtivo em ambas as rotações.
Conhecer os resultados experimentais da empresa são extremamente importantes na tomada
de decisão, quando se trata de investimento e retorno econômico.
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ANEXOS

ANEXO A – Composição química dos principais fertilizantes fosfatados comercializados no


Brasil
P2O5 P2O5
P2O5 P2O5 Ca Mg S N
PRODUTO TOTAL Ác
CNA+H2O H2O % % % %
(%) Cítrico(%)
Super Simples 18 15 16 8
Suer Triplo 41 36 10
MAP 48 44
DAP 45 38
Termofosfato Mg 17 11 16 7
Fosfato Natural
30 27 28
Reativo
Fosfato Natural de
24 4 28
Araxá
Fosfato RLT2 21 21 27
Agrosilício 19 4,2
Sulfato de Amônio 22 20
Nitrato de Amônio 33
Fonte: Instrução Normativa MAPA nº 05 de 23 de Fevereiro de 2007.
92

ANEXO B – Classes de interpretação da fertilidade do solo

Atributos do solo Muito baixo Baixo Médio Alto/adequado Muito alto


pH (CaCl2) <4 4,0 a 4,5 4,5 a 5,0 5,0 a 6,0 > 6,0
M.O. (g dm-3) < 10 10 a 20 20 a 30 30 a 40 > 40
V (%) <5 5 a 15 15 a 30 30 a 60 > 60
P-resina (mg dm-3) <3 4a6 6a8 8 a 16 > 16
K (mmolc dm-3) < 0,5 0,5 a 1,0 1,0 a 1,5 1,5 a 3,0 > 3,0
K (mg dm-3) < 20 20 a 40 40 a 60 60 a 80 > 80
Ca (mmolc dm-3) <4 4a8 8 a 12 12 a 20 > 20
Mg (mmolc dm-3) <2 2a4 4a6 6a8 >8
SO4 (mg dm-3) <4 4a6 6a8 8 a 15 > 15
B (mg dm-3) < 0,2 0,2 a 0,3 0,3 a 0,6 0,6 a 1,2 > 1,2
Cu (mg dm-3) < 0,2 0,2 a 0,4 0,4 a 0,6 0,6 a 3,0 > 3,0
Fe (mg dm-3) < 20 20 a 30 30 a 40 40 a 80 > 80
Mn (mg dm-3) < 1,5 1,5 a 3,0 3,0 a 5,0 5,0 a 10 > 10
Zn (mg dm-3) < 0,3 0,3 a 0,6 0,6 a 1,0 1,0 a 5,0 > 5,0
Muito tóxico Tóxico Médio Adequado
Al (mmolc dm-3) >7 5-7 4-6 <4
m (%) > 60 40-60 30-40 < 30
Fonte: Raij et al. (1996).

ANEXO C – Classes de interpretação da fertilidade do solo para fósforo (camada 0-20cm)


para plantações de eucaliptos – Resina e Mehlich
Atributos do Muito Baixo Médio Alto/adequado Muito alto
solo baixo
P – resina <4 4a6 6a8 8 a 16 >16
(mg dcm³)
P - Mehlich Muito Baixo Médio Alto/adequado Muito alto
baixo
Argila (g/kg-3) ..................................... mg/dcm-3 ..............................................
< 15 < 10 10,1 a 20 20,1 a 30 30,1 a 45 > 45
15 a 35 < 6,6 6,7 a 12 12,1 a 20 20,1 a 30 > 30
35 a 60 <4 4,1 a 8 8,1 a 12 12,1 a 18 > 18
> 60 < 2,7 2,8 a 5,4 5,5 a 8 8,1 a 12 > 12
Fonte: Raij et al. (1996).
93

APÊNDICES

APÊNDICE A – Croqui Adubação Nitrogenada

Fonte: Aperam BioEnergia Ltda

APÊNDICE B – Croqui Adubação Fosfatada

Fonte: Aperam BioEnergia Ltda


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APÊNDICE C - Script

#Ajuste do modelo logístico


#Y variável dependente (área basal, altura ou volume)
#X variável independente (idade)

inflexao <- 35 #ponto de inflexão (idade aproximada em meses)


starta <- max(Y)
startb <- max(Y)/min(Y) - 1)
startc <- log(max(Y)/min(Y) - 1, exp(1))/inflexao)
logistico <- nls(Y ~ a/(1+b*exp(-c*X)), start = list(a = starta,b = startb,c = startc))))

#Extraindo coeficientes
coef(logistico)

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