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DIREITO DOS CONTRATOS E DAS SOCIEDADES

(1GE102)
2017/18
Teste 1
2017-11-14
Mini-teste 2
### TÓPICOS DE CORREÇÃO 2013-11-29
###

GRUPO I

VERSÃO 1 e 2
V F
1. a) X
b) X
c) X
d) X
2. a) X
b) X
c) X
d) X
3. a) X
b) X
c) X
d) X
4. a) X
b) X
c) X
d) X
5. a) X
b) X
c) X
d) X

VERSÃO 3
V F
1. a) X
b) X
c) X
d) X
2. a) X
b) X
c) X
d) X
3. a) X
b) X
c) X
d) X
4. a) X
b) X
c) X
d) X
5. a) X
b) X
c) X
d) X

1

GRUPO II

Marta, representante de uma Fintech austríaca a atuar no mercado dos seguros e


aproveitando a sua presença na Web Summit 2017 – Lisboa, encetou negociações
com várias empresas tecnológicas participantes. Pretendia adquirir a melhor
tecnologia tendo em vista a otimização do acesso aos seus serviços por parte dos
clientes. Para o efeito, estabeleceu contactos e participou em diversas reuniões de
trabalho. Após a recolha das informações necessárias decidiu fechar negócio com
uma startup tecnológica não representada no evento de quem anteriormente havia
recebido uma proposta negocial.
a) (3,0 val.) Desapontadas, as empresas contactadas por Marta na Web Summit
e preteridas, pretendem ser indemnizadas pelas despesas e pelo tempo que
investiram nas negociações falhadas. Têm razão na sua pretensão?
− Estão em causa meros contactos negociais que antecedem a fase contratual
propriamente dita. Na fase pré-contratual os intervenientes mantem a
liberdade de celebrar ou não o contrato (art. 405.º CC). Daí assistir a Marta o
direito ao rompimento das negociações.
− Contudo, há que ter em conta se Marta respeitou os deveres de conduta
decorrentes das exigências da boa fé e que vinculam os particulares desde os
preliminares do contrato (art. 227.º CC).
− Fora deste contexto, Marta não tem obrigação de suportar as despesas
negociais dos interlocutores (exceto acordo pré negocial de repartição de
encargos e despesas negociais).

A 13 de novembro de 2017, no seguimento da sua decisão, Marta envia um e-mail à


startup tecnológica escolhida com o seguinte conteúdo: “Considerado o mercado e
após análise cuidada da vossa proposta contratual, informo aceitar os termos das
condições contratuais remetidas por V. Exªs no passado dia 2 de novembro de 2017.
Assim sendo, aguardo que tomem as diligências necessárias ao cumprimento das
vossas obrigações no prazo de cinco dias úteis, tal como previsto no contrato
celebrado.”
b) (3,0 val.) Suponha que a startup tecnológica recebe o e-mail de Marta com
surpresa e responde que o contacto estabelecido a 2 de novembro integrava-se
numa campanha promocional que findara a 10 de novembro de 2017, tal como
indicado expressamente na proposta contratual. Foi celebrado algum
contrato? Marta tem algum direito?
− Marta recebeu uma proposta contratual (declaração negocial expressa e
recetícia: art. 217.º 1 e 224.º 1 CC) a 2.11.
− A 10.11 a proposta caduca, deixando de obrigar o proponente (art. 228.º 1 a)
CC).
− A 13.11 Marta aceita (declaração negocial expressa e recetícia: art. 217.º 1 e
224.º 1 CC), mas tardiamente.

2

− O contrato não se concluiu (art. 232.º CC) pelo que não se produzem os
correspondentes efeitos. Assim, a Marta não assiste qualquer direito. A
formação do contrato depende de nova proposta e aceitação (art. 229.º 2,
parte final).

GRU PO III

Em julho de 2017, a Crispim & Lacrau, Lda. aceitou uma encomenda de 500
unidades de camisolas de malha, conforme as especificações definidas pelo cliente
que pretendia oferecê-las aos seus funcionários na festa de Natal do ano de 2017 da
sua empresa. Suponha que, apesar das insistências do cliente, até ao dia da festa de
Natal, a Crispim & Lacrau, Lda. não procede à entrega da encomenda.
a) (3,0 val.) Que direitos assistem ao cliente em relação à Crispim & Lacrau,
Lda.?
- Contrato de Compra e Venda: 874.º C.C.;
- Os contratos devem ser pontualmente cumpridos: 406.º/1 C.C.
- Crispim & Lacrau não cumpriu a sua obrigação (noção de obrigação 397.º
C.C.).
- Falta de cumprimento imputável ao devedor, o que gera responsabilidade
do devedor: 798.º C.C.
- Culpa presume-se imputável ao devedor: 799.º C.C.
- Não se trata de mora porque o credor perdeu o interesse na prestação;
data certa ou evento especial - a festa de Natal: 808.º/1 C.C..
- Incumprimento definitivo: 801.º/2.
- Contrato Bilateral: Cliente pode resolver o contrato e, se já tiver pago as
camisolas (isto é, se já tiver realizado a sua prestação) pode exigir a
restituição por inteiro, mantendo o direito a uma indemnização pelo
interesse contratual negativo (caso demonstre ter sofrido danos).

b) (3,0 val.) A sua resposta seria a mesma se soubesse que, a 15 de outubro de


2017, as instalações fabris da Crispim & Lacrau, Lda. tinham sido atingidas
por um incêndio florestal de grandes proporções, tendo ardido toda a
encomenda que estava concluída e pronta para entrega?

- Não; ocorreu um facto fortuito;


- Impossibilidade do cumprimento não imputável ao devedor;
- Impossibilidade Objectiva: a obrigação extingue-se (790.º C.C.)
- Crispim & Lacrau fica liberado do cumprimento da sua obrigação;
- Contrato Bilateral: Cliente fica desobrigado da contraprestação e, se já a
tiver realizado, tem o direito de exigir a sua restituição nos termos
prescritos para o enriquecimento sem causa, não tendo, neste caso, direito
a qualquer indemnização: 795.º C.C.

3

BOM TRABALHO!

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