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AULA 00
DO DIREITO DE EMPRESA. DO CONCEITO DE EMPRESA. DO
EMPRESçRIO. DA CARACTERIZA‚ÌO E DA INSCRI‚ÌO. DA
CAPACIDADE. REGISTRO PòBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS.
DOS PREPOSTOS. DA ESCRITURA‚ÌO.
Sum‡rio
Sum‡rio ................................................................................................. 1
1 Ð Considera•›es Iniciais......................................................................... 2
2 Ð Fundamentos do Direito Empresarial..................................................... 4
2.1. Origens do Direito Comercial............................................................ 4
2.2. Nomenclatura ................................................................................ 5
2.3. Princ’pios do Direito Empresarial ...................................................... 5
2.4. Fontes do Direito Empresarial .......................................................... 8
3 Ð Teoria da Empresa ............................................................................. 8
3.1. Teoria dos Atos de ComŽrcio e Teoria da Empresa .............................. 8
3.2. Empresa e Empres‡rio ...................................................................11
3.3. Empres‡rio individual e sociedade empres‡ria ...................................13
3.4. Capacidade ..................................................................................15
3.5. Impedimentos ..............................................................................17
3.6. Exclu’dos do conceito .....................................................................20
4 Ð Obriga•›es do Empres‡rio ..................................................................25
4.1. Registro de Empresa ......................................................................25
4.2. Escritura•‹o Cont‡bil .....................................................................31
4.3. Sigilo empresarial..........................................................................34
5 Ð Quest›es .........................................................................................35
5.1. Quest›es sem coment‡rios .............................................................35
5.2. Gabarito ......................................................................................45
5.3. Quest›es comentadas ....................................................................46
6 - Resumo da Aula ................................................................................63
7 Ð Jurisprud•ncia Aplic‡vel .....................................................................68
8 - Considera•›es Finais ..........................................................................69
2.2. Nomenclatura
A atividade precursora do ramo do Direito que estamos estudando foi o
comŽrcio, e por isso a nomenclatura Direito Comercial Ž consagrada e
tradicionalmente aceita no meio acad•mico e profissional. Hoje, porŽm, h‡
outras atividades negociais que v‹o alŽm do comŽrcio e que tambŽm devem ser
disciplinadas, como a indœstria, os bancos, a presta•‹o de servi•os, entre
outras.
O tradicional Direito Comercial, portanto, passou a n‹o se ocupar apenas do
comŽrcio, mas de praticamente qualquer atividade econ™mica exercida com
profissionalismo, intuito lucrativo e finalidade de produzir ou fazer circular bens
ou servi•os. Por isso muitos sustentam que, diante dessa nova realidade, seria
mais adequado utilizar a express‹o Direito Empresarial.
Este caminho j‡ vem sendo h‡ alguns anos acolhido pela Doutrina, de forma
que boa parte das obras hoje j‡ tratam do Direito Empresarial, assim como as
faculdades de Direito, que, em muitos lugares, promoveram altera•›es na
nomenclatura de suas disciplinas. N‹o se pode dizer, porŽm, que a ado•‹o da
nova nomenclatura Ž un‰nime, tanto que autores importantes, a exemplo de
F‡bio Ulhoa Coelho e Waldo Fazzio Junior, atŽ hoje atualizam seus manuais
utilizando a nomenclatura Direito Comercial.
No mundo dos concursos pœblicos a nomenclatura Direito Empresarial j‡ Ž
adotada quase unanimemente. ƒ muito raro que apare•am editais de concurso
cobrando a disciplina chamando-a de Direito Comercial.
Liberdade de iniciativa
Liberdade de
concorr•ncia
PRINCêPIOS DO DIREITO
EMPRESARIAL
Garantia de defesa da
propriedade privada
Preserva•‹o da empresa
H‡ no Brasil uma sŽrie de —rg‹os pœblico que t•m por objeto a defesa da
concorr•ncia. Estamos falando principalmente do Conselho Administrativo de
Defesa Econ™mica (CADE), que tem a miss‹o de assegurar a liberdade nos
mercados, evitando que haja dom’nio excessivo por parte de um ou poucos
players. Trabalho semelhante tambŽm Ž feito por algumas ag•ncias
reguladoras, que tambŽm se ocupam da prote•‹o do consumidor e do mercado.
A propriedade privada tambŽm est‡ elencada pelo art. 170 da Constitui•‹o
como um princ’pio da ordem econ™mica, e sua defesa Ž pressuposto do regime
capitalista de livre mercado.
O princ’pio da preserva•‹o da empresa, por sua vez, Ž um dos mais
alardeados pela doutrina especializada na atualidade. A difus‹o desse princ’pio
levou a relevantes altera•›es legislativas nos œltimos anos, como Ž o caso da
Lei n. 11.101/2005, a famosa Lei de Fal•ncia e Recupera•‹o de Empresas.
Basicamente tal princ’pio se fundamenta na fun•‹o social da empresa,
considerando que h‡ interesse social em sua preserva•‹o. A circula•‹o de bens
e servi•os Ž interessante para a sociedade como um todo, pois movimenta a
economia do pa’s, gerando emprego e renda e, por isso, mesmo diante de
situa•›es de crise, como a fal•ncia, deve-se buscar ao m‡ximo preservar a
empresa. ƒ por isso que a Lei n. 11.101/2005 d‡ prefer•ncia, por exemplo, ˆ
aliena•‹o do estabelecimento empresarial por completo, de forma a possibilitar
a continuidade do neg—cio sob nova administra•‹o.
3 Ð Teoria da Empresa
3.1. Teoria dos Atos de ComŽrcio e Teoria da Empresa
A codifica•‹o napole™nica dividiu claramente o Direito Civil do Direito Comercial,
colocando de um lado os interesses da nobreza fundi‡ria, com foco na
PERFIL SUBJETIVO
A empresa é o empresário
PERFIL FUNCIONAL
A empresa é uma atividade
Teoria da Empresa de
Alberto Asquini
PERFIL OBJETIVO
A empresa é um conjunto de
bens
PERFIL CORPORATIVO
A empresa é uma comunidade
laboral
Essa œltima acep•‹o s— fazia sentido no regime fascista em que vivia a It‡lia ˆ
Žpoca de Asquini1, mas os tr•s perfis (subjetivo, funcional e objetivo) se
1
Isso Ž o que diz o professor AndrŽ Luiz Santa Cruz Ramos, em sua obra Direito Empresarial
Esquematizado (p. 11).
Quero ainda deixar claro que Ž muito comum que fa•amos uso da palavra
ÒempresaÓ nos referindo ao estabelecimento empresarial, mas, apesar de a
pr—pria legisla•‹o nacional causar essa confus‹o em diversas ocasi›es, do ponto
de vista tŽcnico este Ž um uso inadequado do termo. Na realidade, empresa Ž
atividade, e quem a exerce Ž empres‡rio, seja uma pessoa natural ou um
conjunto de pessoas.
O C—digo Civil n‹o define especificamente o que Ž empresa. Por outro lado,
podemos definir o que Ž empresa a partir do conceito de empres‡rio, este sim
presente no C—digo Civil de 2002.
Atividade
Profissio- econ™mica
nalmente organizada
Produção ou
circulação
de bens ou
serviços
EMPRESÁRIO
S— ser‡ empres‡rio aquele que exercer atividade econ™mica de forma
profissional, fazendo dessa atividade sua profiss‹o habitual. Quem n‹o
exerce atividade econ™mica de forma habitual, portanto, n‹o Ž alcan•ado pelo
regime jur’dico empresarial. Alguns autores mencionam ainda a necessidade de
essa atividade ser composta por uma sucess‹o cont’nua de a•›es no sentido da
realiza•‹o do objeto, e n‹o por apenas um ou alguns atos.
2
REQUIÌO, Rubens. Curso de direito comercial. 24. Ed. S‹o Paulo: Saraiva, 2000, v. 1, p. 75.
EMPRESçRIO SOCIEDADE
INDIVIDUAL EMPRESçRIA
Aqui vale mencionar tambŽm a Lei n. 12.441/2011, por meio da qual foi criada
no Brasil a figura da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI).
Essa modalidade empresarial veio atender a uma demanda hist—rica pela
possibilidade de limita•‹o patrimonial da entidade empres‡ria que conte com
apenas uma pessoa em seu quadro constitutivo.
AtŽ ent‹o havia previs‹o legal apenas do exerc’cio de empresa individual, em
que o patrim™nio pessoal do empres‡rio se confundia com aquele destinado ao
desempenho da atividade econ™mica. Com o advento da EIRELI, Ž poss’vel a
cria•‹o de entidade com patrim™nio pr—prio, por meio do qual se desenvolve a
atividade empresarial, independente do patrim™nio pessoal do titular da
empresa.
3.4. Capacidade
Art. 972. Podem exercer a atividade de empres‡rio os que estiverem em pleno gozo da
capacidade civil e n‹o forem legalmente impedidos.
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada ˆ
pr‡tica de todos os atos da vida civil.
Par‡grafo œnico. Cessar‡, para os menores, a incapacidade:
I - pela concess‹o dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento
pœblico, independentemente de homologa•‹o judicial, ou por senten•a do juiz, ouvido o
tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exerc’cio de emprego pœblico efetivo;
IV - pela cola•‹o de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela exist•ncia de rela•‹o de
emprego, desde que, em fun•‹o deles, o menor com dezesseis anos completos
tenha economia pr—pria.
O incapaz, portanto, pode continuar empresa exercida por ele pr—prio quando
era capaz (nos casos em que a incapacidade Ž resultante de doen•a ou
senilidade, por exemplo), por seus pais ou pelo autor de heran•a. Em qualquer
desses casos, porŽm, a continuidade da empresa depende de autoriza•‹o
judicial, e o incapaz dever‡ ser representado ou assistido.
Em raz‹o dos riscos envolvidos, os bens do incapaz que j‡ existam antes que
ele assuma a continuidade da empresa ficam protegidos em rela•‹o aos seus
resultados.
Perceba que tanto os casos de impedimento quanto a incapacidade civil n‹o
impedem que essas pessoas figurem como s—cios em sociedades empres‡rias.
O racioc’nio aqui Ž muito simples: a sociedade Ž empres‡ria, e n‹o o s—cio. ƒ
necess‡rio, porŽm, assegurar-se de que o incapaz n‹o tenha poderes de
administra•‹o, e que o capital esteja completamente integralizado.
3.5. Impedimentos
Embora sejam plenamente capazes, algumas pessoas n‹o podem exercer
atividade empresarial em raz‹o de outras circunst‰ncias. ƒ o caso do falido,
que n‹o pode exercer empresa desde a fal•ncia atŽ a senten•a que extingue
suas obriga•›es. Caso seja condenado por crime falimentar, o falido fica
impedido atŽ 5 anos ap—s a extin•‹o da punibilidade ou reabilita•‹o penal.
Vejamos o que dizem os dispositivos da Lei n. 11.101/2005, conhecida como
Lei de Fal•ncias.
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a
partir da decreta•‹o da fal•ncia e atŽ a senten•a que extingue suas obriga•›es, respeitado
o disposto no ¤ 1o do art. 181 desta Lei.
Par‡grafo œnico. Findo o per’odo de inabilita•‹o, o falido poder‡ requerer ao juiz da
fal•ncia que proceda ˆ respectiva anota•‹o em seu registro.
[...]
Art. 181. S‹o efeitos da condena•‹o por crime previsto nesta Lei:
I Ð a inabilita•‹o para o exerc’cio de atividade empresarial;
II Ð o impedimento para o exerc’cio de cargo ou fun•‹o em conselho de administra•‹o,
diretoria ou ger•ncia das sociedades sujeitas a esta Lei;
III Ð a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gest‹o de neg—cio.
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o
inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato pœblico eletivo.
Para encerrarmos este tema, Ž importante ainda que voc• tenha em mente que
o fato de alguŽm ter exercido atividade empresarial irregularmente n‹o a isenta
das obriga•›es contra’das, alŽm de eventuais san•›es administrativas cab’veis.
N‹o h‡ proibi•‹o no ordenamento ao exerc’cio de atividade empresarial por
parte do analfabeto, mas obviamente ele precisar‡ de procurador alfabetizado,
que deve ter poderes constitu’dos por instrumento pœblico.
3
RAMOS, AndrŽ Luiz Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado. 6. Ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2016, p. 57.
4
MARCONDES, Sylvio. Quest›es de direito mercantil. S‹o Paulo: Saraiva, 1977, p. 11.
deveria ser considerado empres‡rio. Por outro lado, se este mesmo mŽdico
incorpora ˆ sua presta•‹o a organiza•‹o dos fatores de produ•‹o, como capital,
trabalho e equipamentos num hospital, sua presta•‹o perde o car‡ter de
pessoalidade, a ponto de o hospital ou a pessoa f’sica que o organiza ser
considerada como empres‡ria.
As sociedades simples, tambŽm chamadas de sociedades uniprofissionais, s‹o
aquelas constitu’das por profissionais intelectuais cujo objeto Ž justamente a
explora•‹o de suas profiss›es. ƒ o caso de uma sociedade de mŽdicos para
presta•‹o de servi•os mŽdicos, ou de uma sociedade de arquitetos para prestar
servi•os de arquitetura. ƒ por essa unidade de prop—sito que elas s‹o chamadas
uniprofissionais, e n‹o porque sejam constitu’das por apenas uma pessoa, ok!?
Muito cuidado aqui!
No C—digo Civil anterior essas eram chamadas de sociedades civis, justamente
para diferencia-las das sociedades comerciais, mas o C—digo Civil de 2002 as
f
chama de sociedades simples. Vejamos como o C—digo Civil as define em seu
art. 982.
Art. 982. Salvo as exce•›es expressas, considera-se empres‡ria a sociedade que tem por
objeto o exerc’cio de atividade pr—pria de empres‡rio sujeito a registro (art. 967); e,
simples, as demais.
Par‡grafo œnico. Independentemente de seu objeto, considera-se empres‡ria a
sociedade por a•›es; e, simples, a cooperativa.
Por fim, temos as regras do art. 16, segundo o qual n‹o pode haver registro de
sociedades de advogados que apresentem formas ou caracter’sticas de
sociedades empres‡rias, que adotem denomina•‹o de fantasia (denomina•‹o
social ou nome de fantasia), que realizem atividades estranhas ˆ advocacia ou
que icluam como s—cio ou titular pessoa n‹o inscrita como advogado ou
proibida de exercer a advocacia.
O nome utilizado pela sociedade unipessoal de advocacia Ž necessariamente o
nome do titular, completo ou parcial, seguido da express‹o ÒSociedade
Individual de AdvocaciaÓ.
Art. 971. O empres‡rio, cuja atividade rural constitua sua principal profiss‹o, pode,
observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus par‡grafos, requerer
inscri•‹o no Registro Pœblico de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que,
depois de inscrito, ficar‡ equiparado, para todos os efeitos, ao empres‡rio sujeito a
registro.
3.6.4. Cooperativas
Como voc• j‡ sabe, a cooperativa nunca ser‡ considerada empres‡ria,
independentemente de seu objeto. Isso ocorre basicamente porque a
cooperativa n‹o tem o intuito lucrativo, sendo constitu’da para prestar servi•os
aos associados, nos termos do art. 4o da Lei n. 5.764/1971.
A atividade econ™mica desenvolvida pela cooperativa, portanto, visa ao proveito
comum dos cooperados. Se houver lucro, este ser‡ dividido entre todos os
cooperados.
4 Ð Obriga•›es do Empres‡rio
4.1. Registro de Empresa
A primeira e elementar obriga•‹o imposta pela lei ao empres‡rio (seja
empres‡rio individual ou sociedade empres‡ria) Ž a inscri•‹o no Registro
Mercantil. Esse registro Ž regulado pelos arts. 967 e 970 do C—digo Civil.
Art. 969. O empres‡rio que instituir sucursal, filial ou ag•ncia, em lugar sujeito ˆ
jurisdi•‹o de outro Registro Pœblico de Empresas Mercantis, neste dever‡ tambŽm
inscrev•-la, com a prova da inscri•‹o origin‡ria.
De acordo com o art. 32, as Juntas Comerciais praticam tr•s atos de registro: a
matr’cula, o arquivamento e autentica•‹o.
A matr’cula se refere a alguns profissionais espec’ficos, conhecidos como
auxiliares do comŽrcio. ƒ o caso dos leiloeiros, tradutores pœblicos, intŽrpretes,
trapicheiros e administradores de armazŽns-gerais. Nesses casos, de forma
geral, podemos dizer que a Junta funciona de forma muito semelhante a um
—rg‹o regulador da profiss‹o.
O arquivamento diz respeito aos atos constitutivos da sociedade empres‡ria,
da EIRELI ou do empres‡rio individual. Voc• deve ter percebido que a al’ne ÒaÓ
estranhamente menciona o arquivamento dos atos constitutivos das
cooperativas. Previs‹o semelhante Ž trazida pela Lei n. 5.764/1971, que trata
especificamente das cooperativas e determina o arquivamento de seus atos
constitutivos na Junta Comercial. Na pr‡tica esse tipo de registro continua
acontecendo, ainda que as cooperativas sejam, por expressa determina•‹o do
C—digo Civil, sociedades simples.
A autentica•‹o, por sua vez, refere-se aos instrumentos de escritura•‹o
cont‡bil do empres‡rio (livros empresariais) e dos agentes auxiliares do
comŽrcio.
Inscri•‹o de empres‡rios
ATOS DE REGISTRO Arquivamento individuais, EIRELI e sociedades
empres‡rias
Registro de instrumentos de
Autentica•‹o escritura•‹o (livros empresariais
e fichas escriturais)
Art. 29. Qualquer pessoa, sem necessidade de provar interesse, poder‡ consultar os
assentamentos existentes nas juntas comerciais e obter certid›es, mediante pagamento
do pre•o devido.
Art. 1.152. Cabe ao —rg‹o incumbido do registro verificar a regularidade das publica•›es
determinadas em lei, de acordo com o disposto nos par‡grafos deste artigo.
¤ 1o Salvo exce•‹o expressa, as publica•›es ordenadas neste Livro ser‹o feitas no —rg‹o
oficial da Uni‹o ou do Estado, conforme o local da sede do empres‡rio ou da sociedade, e
em jornal de grande circula•‹o.
¤ 2o As publica•›es das sociedades estrangeiras ser‹o feitas nos —rg‹os oficiais da Uni‹o
e do Estado onde tiverem sucursais, filiais ou ag•ncias.
¤ 3o O anœncio de convoca•‹o da assemblŽia de s—cios ser‡ publicado por tr•s vezes, ao
menos, devendo mediar, entre a data da primeira inser•‹o e a da realiza•‹o da
assemblŽia, o prazo m’nimo de oito dias, para a primeira convoca•‹o, e de cinco dias,
para as posteriores.
N‹o vou entrar nos detalhes cont‡beis acerca da natureza desses documentos,
mas voc• deve saber que o empres‡rio deve manter um sistema de registro dos
atos e fatos cont‡beis, e, anualmente, elaborar duas demonstra•›es: o balan•o
patrimonial e o de resultado econ™mico.
Os livros comerciais s‹o equiparados, para fins penais, a documento pœblico,
constituindo crime a falsifica•‹o da escritura•‹o comercial, no todo ou em parte
(art. 297 do C—digo Penal).
A atividade de escritura•‹o cont‡bil cabe ao contabilista, profissional que deve
ser legalmente habilitado para exercer a fun•‹o, com inscri•‹o ativa no —rg‹o
regulador da profiss‹o.
A legisla•‹o prev• uma grande quantidade de livros, mas apenas o Di‡rio Ž
considerado como obrigat—rio para todos os empres‡rios. AlŽm dele, h‡ certos
livros obrigat—rios para empres‡rios que exercem atividades espec’ficas.
Registro de
OBRIGATîRIOS duplicatas, para
quem as emite
Registro de a•›es
LIVROS nominativas, para
Caixa
COMERCIAIS as S/A
Estoque
FACULTATIVOS Raz‹o
Borrador
Conta-corrente
Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo l’cito ao empres‡rio,
todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lan•amentos n‹o
correspondem ˆ verdade dos fatos.
Art. 418. Os livros empresariais que preencham os requisitos exigidos por lei provam a
favor de seu autor no lit’gio entre empres‡rios.
Contra o empres‡rio, o livro empresarial faz prova mesmo que n‹o esteja
corretamente escriturado. Por outro lado, para fazer prova a favor do
empres‡rio, o Novo C—digo de Processo Civil exige a escritura•‹o correta.
Essa escritura•‹o correta deve obedecer aos requisitos do art. 1.183 do C—digo
Civil, segundo o qual Òa escritura•‹o ser‡ feita em idioma e moeda corrente
nacionais e em forma cont‡bil, por ordem cronol—gica de dia, m•s e ano, sem
intervalos em branco, nem entrelinhas, borr›es, rasuras, emendas ou
transportes para as margensÓ.
O œltimo ponto que quero enfatizar Ž que a for•a probat—ria dos livros
empresariais Ž relativa, sendo poss’vel que sua veracidade seja questionada por
outros meios de prova.
Art. 68. Considera-se pequeno empres‡rio, para efeito de aplica•‹o do disposto nos arts.
970 e 1.179 da Lei n¼ 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (C—digo Civil), o empres‡rio
individual caracterizado como microempresa na forma desta Lei Complementar que aufira
receita bruta anual atŽ o limite previsto no ¤ 1o do art. 18-A.
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal,
sob qualquer pretexto, poder‡ fazer ou ordenar dilig•ncia para verificar se o empres‡rio
ou a sociedade empres‡ria observam, ou n‹o, em seus livros e fichas, as formalidades
prescritas em lei.
Como voc• pode ver, o dispositivo cria o sigilo mas tambŽm faz ressalva aos
casos previstos em lei. Na realidade o pr—prio C—digo Civil traz uma dessas
exce•›es, quando prev•, em seu art. 1.193, que as restri•›es ao exame da
escritura•‹o n‹o se aplicam ˆs autoridades fazend‡rias, quando estas estejam
no exerc’cio da fiscaliza•‹o tribut‡ria.
O C—digo Tribut‡rio Nacional tambŽm traz disposi•‹o no mesmo sentido, mas o
STF j‡ tratou de limitar a exce•‹o ao sigilo empresarial, entendendo que o
exame dos livros e documentos constantes da escritura•‹o deve ater-se ao
objeto da fiscaliza•‹o.
AlŽm dessa hip—tese, o sigilo sobre os livros empresariais tambŽm pode ser
ÒquebradoÓ por ordem judicial, que poder‡ determinar a exibi•‹o total ou
parcial dos livros. Cada uma das hip—teses tem tratamentos legais diferentes,
conforme podemos compreender do exame dos dispositivos do Novo C—digo de
Processo Civil que se aplicam ao tema.
Art. 420. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibi•‹o integral dos livros
empresariais e dos documentos do arquivo:
I - na liquida•‹o de sociedade;
II - na sucess‹o por morte de s—cio;
III - quando e como determinar a lei.
Art. 421. O juiz pode, de of’cio, ordenar ˆ parte a exibi•‹o parcial dos livros e dos
documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao lit’gio, bem como reprodu•›es
autenticadas.
5 Ð Quest›es
Agora resolveremos algumas quest›es sobre os temas que estudamos na aula
de hoje. Em minhas aulas costumo colocar tanto quest›es do tipo certo ou
errado quando quest›es de mœltipla escolha. Tenha certeza de que coloquei o
maior nœmero de quest›es que me foi poss’vel encontrar.
Primeiramente voc• vai encontrar a lista das quest›es sem coment‡rios, para
que voc• possa praticar, e em seguida temos a lista com as mesmas quest›es
adicionadas dos meus coment‡rios, para ajuda-lo a saber melhor em que voc•
est‡ indo bem e no que pode melhorar.
Eventualmente podem surgir quest›es que contenham alternativas acerca de
temas que n‹o tratamos na aula de hoje. Se isso acontecer n‹o se preocupe,
pois ao final do nosso curso voc• ser‡ capaz de responder qualquer quest‹o! J
b) Aquele que tenha impedimento legal para ser empres‡rio est‡ impedido
de ser s—cio ou acionista de uma sociedade empres‡ria.
c) Entre as pessoas impedidas de exercer a empresa est‡ o incapaz, que
n‹o poder‡ exercer tal atividade.
d) Por se tratar de matŽria de ordem pœblica e considerando que a
continua•‹o da empresa interessa a toda a sociedade, quer em raz‹o da
arrecada•‹o de impostos, quer em raz‹o da gera•‹o de empregos, caso a
pessoa proibida de exercer a atividade empresarial o fa•a, poder‡ requerer
a recupera•‹o judicial.
b) o capital.
c) a organiza•‹o.
d) o ativo permanente.
e) o maquin‡rio.
5.2. Gabarito
1. B 18. ERRADO
2. C 19. CERTO
3. C 20. ERRADO
4. A 21. CERTO
5. B 22. B
6. A 23. ERRADO
7. B 24. ERRADO
9. C 26. ERRADO
15. E 32. C
16. B 33. D
17. C 34. D
Coment‡rios:
Nos termos do art. 971 do C—digo Civil, o empres‡rio que tenha como principal
profiss‹o a atividade rural tem a faculdade de registrar-se na Junta Comercial,
caso em que ficar‡ equiparado, para todos os efeitos, ao empres‡rio sujeito a
registro. Quem exerce atividade rural, portanto, somente ser‡ considerado
empres‡rio se requerer seu registro na Junta Comercial.
GABARITO: B
Coment‡rios:
Na aula de hoje voc• aprendeu que a partir do C—digo Civil de 2002 nosso
ordenamento adotou a teoria da empresa, segundo a qual a empresa seria
um fen™meno econ™mico poliŽdrico, correspondendo ˆ atividade econ™mica
organizada para a produ•‹o ou para a circula•‹o de bens ou de servi•os.
Tome cuidado, pois frequentemente utilizamos a palavra empresa de forma
pouco tŽcnica, nos referindo ao empres‡rio individual ou ˆ sociedade
empres‡ria. Na realidade empresa Ž a atividade, enquanto empres‡rio Ž quem
a exerce.
Nossa resposta, portanto, Ž a alternativa C, j‡ que as demais tratam da antiga
teoria dos atos de comŽrcio.
GABARITO: C
Coment‡rios:
Diante da situa•‹o exposta pelo examinador, conclu’mos que Alfredo Chaves
exerce atividade empresarial de forma irregular, j‡ que n‹o tem registro na
Junta Comercial. Lembre-se de que o empres‡rio Ž obrigado a inscrever-se no
Registro Pœblico de Empresas Mercantis, mas a falta da inscri•‹o n‹o lhe retira
a condi•‹o de empres‡rio e sua submiss‹o ao regime jur’dico empresarial.
Coment‡rios:
O fato de alguŽm ter exercido atividade empresarial irregularmente n‹o a isenta
das obriga•›es contra’das, alŽm de eventuais san•›es administrativas cab’veis.
N‹o h‡ proibi•‹o no ordenamento ao exerc’cio de atividade empresarial por
parte do analfabeto, mas obviamente ele precisar‡ de procurador alfabetizado,
que deve ter poderes constitu’dos por instrumento pœblico.
Mas e se o impedido, ainda assim, exercer a atividade empresarial?
Obviamente ele estar‡ sujeito a san•›es de natureza disciplinar e judicial, mas,
nos termos do art. 973 do C—digo Civil, dever‡ responder pelas obriga•›es
contra’das.
GABARITO: A
que a receita bruta anual prevista para a futura atividade ser‡ inferior a R$
60.000,00 (sessenta mil reais). As informa•›es prestadas abaixo est‹o
corretas, ˆ exce•‹o de uma. Assinale-a.
a) Se no curso da atividade empresarial Vanderlei de Assis vier a admitir
algum s—cio, poder‡ solicitar ao Registro Pœblico de Empresas Mercantis a
transforma•‹o de seu registro de empres‡rio para registro de sociedade
empres‡ria.
b) Em raz‹o de sua receita bruta anual prevista, Vanderlei poder‡ solicitar
seu enquadramento como microempreendedor individual Ð MEI, devendo
indicar no requerimento a firma individual com a assinatura aut—grafa.
c) A inscri•‹o de empres‡rio no Registro Pœblico de Empresas Mercantis,
embora obrigat—ria, n‹o Ž constitutiva para fins de sua caracteriza•‹o, mas
permite usufruir das prerrogativas legais concedidas aos empres‡rios
regulares.
d) A inscri•‹o do empres‡rio obedecer‡ ao nœmero de ordem cont’nuo para
todos os empres‡rios inscritos e quaisquer modifica•›es nela ocorrentes
ser‹o averbadas ˆ margem, com as mesmas formalidades.
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ correta. A qualquer momento o empres‡rio individual
poder‡ requerer a altera•‹o do seu registro para a constitui•‹o de sociedade
empres‡ria ou empresa individual de responsabilidade limitada.
A alternativa B est‡ incorreta. A Lei Complementar n. 123/2006 dispensa a
apresenta•‹o de documenta•‹o do microempreendedor individual (art. 4o, ¤1o,
I).
A alternativa C est‡ correta. Realmente o registro n‹o constitui o empres‡rio,
mas apenas regulariza sua situa•‹o. Se o empres‡rio n‹o promove seu registro,
n‹o deixar‡ de ser empres‡rio, mas padecer‡ de irregularidade.
A alternativa D est‡ correta. De fato o nœmero de ordem Ž cont’nuo e
acompanhar‡ o empres‡rio ao longo da vida da empresa.
GABARITO: B
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ correta. O empres‡rio irregular dever‡ ser responsabilizado
pelas obriga•›es contra’das no exerc’cio da atividade, podendo ser declarado
falido. Tome cuidado aqui, pois o empres‡rio irregular n‹o pode requerer a
fal•ncia de outro empres‡rio, mas pode ser declarado falido.
A alternativa B est‡ incorreta. O impedimento neste caso somente alcan•a a
posi•‹o de s—cio administrador. O s—cio que n‹o tenha poderes de
administra•‹o da empresa poder‡ ser alguŽm que est‡ impedido de exercder
atividade empresarial.
A alternativa C est‡ incorreta. Em algumas situa•›es o incapaz poder‡ exercer
atividade empresarial, a exemplo da previs‹o do art. 974 do C—digo Civil,
segundo o qual poder‡ o incapaz, por meio de representante ou devidamente
assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus
pais ou pelo autor de heran•a.
A alternativa D est‡ incorreta. A recupera•‹o judicial Ž um meio para supera•‹o
da crise, que somente est‡ ˆ disposi•‹o do empres‡rio regular, nos termos do
art. 48 da Lei n. 11.101/2005.
GABARITO: A
Coment‡rios:
Com um atraso consider‡vel, a partir do C—digo Civil de 2002, podemos dizer
que, com a unifica•‹o formal do Direito Privado, houve a transi•‹o da Teoria
dos Atos de ComŽrcio (francesa) para a Teoria da Empresa (italiana).
GABARITO: B
Coment‡rios:
O principal aspecto da teoria da empresa Ž justamente o foco na atividade
empresarial, em vez dos atos praticados. Por isso mesmo nem o C—digo Civil
italiano de 1942, e nem o C—digo Civil brasileiro de 2002 trazem uma defini•‹o
formal do que Ž empresa.
GABARITO: CERTO
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta porque a ado•‹o da teoria dos atos de comŽrcio
se deu com a elabora•‹o do C—digo Comercial franc•s de 1807. Na Žpoca das
corpora•›es de of’cio o Direito Comercial era notadamente privado, aplicando-
se apenas aos membros dessas corpora•›es.
A alternativa B est‡ incorreta porque, como voc• j‡ sabe, o Direito Comercial j‡
existia muito antes do C—digo Comercial franc•s de 1807, aplicado pelas
corpora•›es de of’cio.
A alternativa C est‡ correta e Ž a nossa resposta. De fato, a abertura dos portos
de 1808 foi o marco inicial do Direito Comercial brasileiro, antes mesmo do
C—digo Comercial de 1850.
A alternativa D est‡ incorreta porque a teoria da empresa Ž de origem italiana,
tendo sido primeiramente adotada com o C—digo Civil italiano de 1942.
Coment‡rios:
O C—digo Civil n‹o define empresa, mas sim empres‡rio, que Ž aquele que
exerce profissionalmente atividade econ™mica organizada de produ•‹o ou
circula•‹o de bens ou servi•os. Empresa Ž essa atividade desempenhada pelo
empres‡rio.
GABARITO: A
Coment‡rios:
Ronald Coase foi um economista brit‰nico, e n‹o um jurista norte-americano.
Claro que essa informa•‹o n‹o importa muito para n—s, mas j‡ tornaria a
assertiva incorreta, n‹o Ž mesmo!? A quest‹o traz a ideia do feixe de contratos,
proposta por Coase, mas causa confus‹o ao compar‡-la com a Teoria da
Empresa de Asquini. Este encarava a empresa como um fen™meno poliŽdrico,
com perfis objetivo, subjetivo, funcional e corporativo/institucional. O perfil
funcional estaria relacionado com a atividade econ™mica desenvolvida pelo
empres‡rio, e n‹o necessariamente com as rela•›es jur’dicas por ele firmadas.
ƒ uma assertiva bem confusa, mas podemos dizer que est‡ errada.
GABARITO: ERRADO
Coment‡rios:
A assertiva menciona corretamente a ado•‹o da Teoria dos Atos de ComŽrcio
por ocasi‹o da elabora•‹o do C—digo Comercial de 1850. Essa teoria, como j‡
sabemos, teve origem na Fran•a napole™nica, e por isso a assertiva erra ao
mencionar influ•ncias portuguesas e espanholas. No Brasil foi posta em pr‡tica
a teoria francesa e, posteriormente, a Teoria da Empresa, de origem italiana.
GABARITO: ERRADO
Coment‡rios:
ƒ correto dizer que empresa Ž atividade econ™mica. Lembre-se de que Ž
comum a men•‹o ˆ palavra empresa referindo-se ˆ sociedade empres‡ria ou
mesmo ˆ EIRELI, mas trata-se de um uso pouco tŽcnico do termo. Por isso a
segunda parte da assertiva est‡ errada, j‡ que quem pode ser investido de
direitos e obriga•›es Ž a sociedade empres‡ria ou o empres‡rio, e n‹o a
empresa.
GABARITO: ERRADO
Coment‡rios:
Aqui a banca nos pede para marcar a alternativa incorreta, que Ž a letra D.
Quando se tratar de aliena•‹o de im—vel que perten•a ˆ empresa, n‹o h‡
necessidade de outorga conjugal, independentemente do regime de bens do
matrim™nio. As demais alternativas nada mais s‹o do que reprodu•›es de
dispositivos do C—digo Civil.
GABARITO: D
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta em raz‹o da regra do art. 980 do C—digo Civil,
segundo a qual a senten•a que decretar ou homologar a separa•‹o judicial do
empres‡rio e o ato de reconcilia•‹o n‹o podem ser opostos a terceiros, antes
de arquivados e averbados no Registro Pœblico de Empresas Mercantis. Esse Ž
um tema importante porque a separa•‹o do empres‡rio pode ter repercuss›es
patrimoniais em rela•‹o ˆ empresa.
A alternativa B est‡ incorreta porque, mesmo impedido, aquele que exerce
atividade empresarial dever‡ responder pelas obriga•›es contra’das, nos
termos do art. 973 do C—digo Civil.
A alternativa C est‡ incorreta porque os c™njuges podem contatar sociedade
entre si ou com terceiro, mas isso n‹o poder‡ ocorrer quando tenham casado
no regime de comunh‹o universal de bens ou de separa•‹o obrigat—ria.
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta porque a regra geral Ž a separa•‹o patrimonial
entre os s—cios e a sociedade. Isso Ž o que chamamos de limita•‹o de
responsabilidade.
A alternativa B est‡ correta e Ž a nossa resposta. Este Ž exatamente o conceito
de empres‡rio trazido pelo art. 966 do C—digo Civil.
A alternativa C est‡ incorreta porque a inscri•‹o do empres‡rio no Registro
Pœblico de Empresas Mercantis Ž uma das suas principais obriga•›es, devendo
ocorrer antes do in’cio da atividade empresarial, nos termos do art. 967 do
C—digo Civil.
A alternativa D est‡ incorreta porque a contrata•‹o de sociedade entre
c™njuges n‹o Ž permitida quando o regime de bens do casamento for a
comunh‹o universal ou a separa•‹o obrigat—ria, nos termos do art. 977 do
C—digo Civil.
A alternativa E est‡ incorreta porque a sociedade adquire personalidade jur’dica
com a inscri•‹o dos seus atos constitutivos no Registro Pœblico de Empresas
Mercantis, de acordo com o art. 985 do C—digo Civil.
GABARITO: B
Coment‡rios:
O conceito de empres‡rio cunhado pelo art. 966 do C—digo Civil leva em
considera•‹o tr•s elementos para caracterizar a atividade empresarial:
profissionaliza•‹o, car‡ter econ™mico e organiza•‹o. Dizer que a organiza•‹o Ž
o principal deles talvez possa ser discut’vel, mas apenas a organiza•‹o aparece
entre as alternativas da quest‹o, e por isso voc• acertaria facilmente.
GABARITO: C
Coment‡rios:
A banca aqui fez uma confus‹o entre a figura do empres‡rio individual e da
sociedade empres‡ria. O empres‡rio individual exerce a atividade
pessoalmente, n‹o havendo patrim™nio pr—prio para a empresa. O instituto
jur’dico que recentemente veio resolver esse problema foi a Empresa Individual
de Responsabilidade Limitada (EIRELI), que permite a constitui•‹o de
patrim™nio pr—prio para a atividade empresarial mesmo sem a exist•ncia de
sociedade.
GABARITO: ERRADO
Coment‡rios:
Esta Ž uma boa forma de resumir as possibilidades de exerc’cio de atividade
empresarial por incapazes. Em regra, isso n‹o Ž permitido, mas nas situa•›es
de incapacidade superveniente ou sucess‹o por morte. De qualquer forma o art.
974 do C—digo Civil exige a nomea•‹o de representante para o incapaz.
GABARITO: CERTO
Coment‡rios:
Na realidade a banca aqui tentou fazer refer•ncia ao Defensor Pœblico Federal
(o nome do cargo Ž esse), que est‡ sujeito ˆ Lei n. 8.112/1990, que, por sua
vez, pro’be o exerc’cio de atividade empresarial pelo servidor pœblico. Pois bem,
este Ž um caso de impedimento, e n‹o de incapacidade, n‹o Ž mesmo? Afinal
de contas, o Defensor Pœblico Ž civilmente capaz, e por isso pode exercer
empresa, mas est‡ impedido pela lei.
GABARITO: ERRADO
Coment‡rios:
Esta quest‹o gerou alguma pol•mica por fazer men•‹o ˆ figura do curador, que
poder‡ ser o representante legal do incapaz. No caso de incapacidade
superveniente, voc• j‡ sabe que, por for•a do art. 974 do C—digo Civil, Ž
poss’vel que a atividade continue, mas para isso o incapaz dever‡ ser assistido.
GABARITO: CERTO
Coment‡rios:
O registro de todo e qualquer empres‡rio junto ao Registro Pœblico de Empresas
Mercantis Ž obrigat—rio na condi•‹o de requisito de regularidade. Pode haver
alguma confus‹o em rela•‹o ˆ alternativa C, que sugere a natureza constitutiva
do registro, mas na realidade o empres‡rio que n‹o se registra n‹o deixa de ser
empres‡rio, n‹o Ž mesmo? Ele Ž apenas um empres‡rio irregular.
GABARITO: B
Coment‡rios:
O autor de obra liter‡ria Ž profissional previsto no art. 966 como exce•‹o ao
desempenho de atividade empresarial. Lembre-se de que n‹o se considera
empres‡rio quem exerce profiss‹o intelectual, de natureza cient’fica, liter‡ria ou
art’stica, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exerc’cio da profiss‹o constituir elemento de empresa.
GABARITO: ERRADO
Coment‡rios:
O princ’pio da livre iniciativa Ž importante e significa que a pessoa que deseja
empreender deve ser incentivada a tal, mas isso n‹o significa que ela possa
come•ar a desempenhar a atividade empresarial antes do registro junto ˆ Junta
Comercial. Na realidade o C—digo Civil Ž expresso em seu art. 967 no sentido de
que o registro deve ser feito antes do in’cio da atividade do empres‡rio.
GABARITO: ERRADO
Coment‡rios:
De acordo com o art. 1.150 do C—digo Civil, a sociedade empres‡ria, assim
como o empres‡rio individual, devem registrar seus atos constitutivos no
Registro Pœblico de Empresas Mercantis, enquanto as sociedades simples devem
ser registradas no cart—rio de registro de pessoas jur’dicas.
GABARITO: ERRADO
Coment‡rios:
Na aula de hoje voc• aprendeu acerca da jurisprud•ncia do STJ e do STF acerca
do mandado de seguran•a contra ato praticado por Junta Comercial. As Juntas
Comerciais, em geral, s‹o administrativamente —rg‹os estaduais, vinculados ˆ
administra•‹o pœblica do respectivo Estado. Por outro lado, tecnicamente as
Juntas Comerciais s‹o vinculadas ao —rg‹o central do Sistema Nacional de
Registro de Empresas Mercantis (SINREM), que atualmente Ž o Departamento
de Registro Empresarial e Integra•‹o (DREI). Isso levou os Tribunais Superiores
a adotar o posicionamento de que mandado de seguran•a contra atos de
registro deveriam ser processados e julgados pela Justi•a Federal, em que pese
esse entendimento pare•a estar mudando, de maneira a restringir esses casos
ˆqueles em que a discuss‹o diz respeito ˆ lisura do ato praticado pela Junta ou
aos casos de mandado de seguran•a impetrado contra ato de seu presidente.
De qualquer forma, o caso espec’fico trazido pela quest‹o diz respeito ˆ Junta
Comercial do Distrito Federal, que, diferentemente das Juntas dos Estados, Ž
vinculada administrativa e tecnicamente ao DREI. Neste caso, portanto, n‹o h‡
dœvidas de que a compet•ncia Ž da Justi•a Federal!
GABARITO: ERRADO
Coment‡rios:
Essa quest‹o gerou pol•mica na Žpoca em que foi aplicada, por causa do uso da
palavra Òinadmiss’velÓ. Se essa palavra for encarada como significando
impossibilidade, a assertiva est‡ errada, pois o fato de o empres‡rio n‹o se
registrar na Junta Comercial n‹o significa que ele n‹o exer•a atividade
empresarial, mas apenas que est‡ em situa•‹o irregular. Acredito, porŽm, que
a palavra Òinadmiss’velÓ tambŽm poderia ser encarada como significando
ilicitude, e neste caso a assertiva estaria certa. Apesar da confus‹o, o gabarito
oficial Ž no sentido de que a assertiva est‡ errada.
GABARITO: ERRADO
Coment‡rios:
De acordo com os arts. 417 e 418 do C—digo de Processo Civil de 2015, os
livros empresariais fazem prova contra o empres‡rio, sendo permitido, porŽm,
que ele demonstre que os lan•amentos n‹o correspondem ˆ verdade dos fatos.
Por outro lado, para fazer prova a favor do empres‡rio, os livros precisam estar
corretamente escriturados, preenchendo todos os requisitos exigidos por lei.
GABARITO: CERTO
Coment‡rios:
Aten•‹o, pois aqui a banca nos cobra a alternativa incorreta. Nossa resposta Ž a
alternativa C, pois as muta•›es patrimoniais das sociedades an™nimas dever‹o
ser registradas segundo o regime de compet•ncia, e n‹o ao regime de caixa,
nos termos do art. 177 da Lei das Sociedades An™nimas.
A alternativa A est‡ correta nos termos do art. 1.118 do C—digo Civil, segundo o
qual, salvo disposi•‹o especial de lei, os livros obrigat—rios e, se for o caso, as
fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Pœblico de
Empresas Mercantis.
Coment‡rios:
Perfeito! Lembre-se sempre de que, nos termos do art. 971 do C—digo Civil, o
empres‡rio que tenha como principal profiss‹o a atividade rural tem a
faculdade de registrar-se na Junta Comercial, caso em que ficar‡ equiparado,
para todos os efeitos, ao empres‡rio sujeito a registro.
GABARITO: CERTO
Coment‡rios:
Os livros empresariais s‹o sujeitos a registro junto ˆ Junta Comercial, mas este
d‡-se na modalidade autentica•‹o. O arquivamento serve para os atos
constitutivos e altera•›es, alŽm de alguns outros documentos previstos no art.
32 da Lei n. 8.934/1994.
GABARITO: ERRADO
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta porque a subordina•‹o das Juntas Comerciais ao
DREI (novo nome do antigo DNRC) Ž apenas tŽcnica, e n‹o administrativa.
A alternativa B est‡ incorreta porque os atos constitutivos n‹o est‹o sujeitos a
matr’cula, mas sim a arquivamento. A matr’cula se refere aos auxiliares do
comŽrcio, que devem registrar-se junto ˆ Junta Comercial para poderem
exercer a profiss‹o.
A alternativa C est‡ correta e Ž a nossa resposta. A legisla•‹o ˆ qual a quest‹o
faz refer•ncia Ž a Lei n. 8.934/1994.
A alternativa D est‡ incorreta porque as declara•›es de microempresas estr‹o
sujeitas a arquivamento, e n‹o a matr’cula.
A alternativa E est‡ incorreta porque a secretaria-geral Ž —rg‹o administrativo,
e n‹o de representa•‹o.
GABARITO: C
Coment‡rios:
Hoje o DNRC n‹o existe mais, tendo sido substitu’do pelo DREI. O Sistema
Nacional de Registro de ComŽrcio (SINREM) Ž constitu’do justamente pelo DREI
e pelas Juntas Comerciais.
GABARITO: D
Coment‡rios:
Os profissionais que est‹o sujeitos a matr’cula na Junta Comercial s‹o os
auxiliares do comŽrcio, entre eles os leiloeiros, tradutores pœblicos, intŽrpretes
comerciais, trapicheiros e administradores de armazŽns gerais. Os corretores de
im—veis, que aparecem nas alternativas A, B e C, contam com seus pr—prios
conselhos profissionais.
GABARITO: D
6 - Resumo da Aula
Liberdade de iniciativa
Liberdade de
concorr•ncia
PRINCêPIOS DO
DIREITO EMPRESARIAL
Garantia de defesa da
propriedade privada
Preserva•‹o da
empresa
PERFIL SUBJETIVO
A empresa é o empresário
PERFIL FUNCIONAL
A empresa é uma atividade
TEORIA DA EMPRESA
DE ALBERTO ASQUINI
PERFIL OBJETIVO
A empresa é um conjunto de
bens
PERFIL CORPORATIVO
A empresa é uma comunidade
laboral
O C—digo Civil de 2002 adotou a teoria da empresa, e n‹o a teoria dos atos de
comŽrcio.
Atividade
Profissio- econ™mica
nalmente organizada
Produção ou
circulação de
bens ou
serviços
EMPRESÁRIO
EMPRESçRIO SOCIEDADE
INDIVIDUAL EMPRESçRIA
Inscri•‹o de empres‡rios
ATOS DE REGISTRO Arquivamento individuais, EIRELI e
sociedades empres‡rias
Registro de instrumentos de
escritura•‹o (livros
Autentica•‹o empresariais e fichas
escriturais)
Registro de
OBRIGATîRIOS duplicatas, para
quem as emite
Registro de a•›es
LIVROS nominativas, para
Caixa
COMERCIAIS as S/A
Estoque
FACULTATIVOS Raz‹o
Borrador
Conta-corrente
A for•a probante dos livros empresariais Ž relativa, podendo ser afastada por
for•a de documentos que contradigam seu conteœdo.
7 Ð Jurisprud•ncia Aplic‡vel
8 - Considera•›es Finais
Chegamos ao final da nossa aula de hoje! Espero que voc• esteja gostando do
nosso curso. Se ficar alguma dœvida n‹o deixe de me procurar, ok!? J
Grande abra•o!
Paulo Guimar‹es
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