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AULA 04
SOCIEDADE ANïNIMA.
Sum‡rio
Sum‡rio ................................................................................................. 1!
1 Ð Considera•›es Iniciais......................................................................... 2!
2 Ð Sociedade An™nima ............................................................................ 2!
2.1. Antecedentes hist—ricos e aspectos introdut—rios ................................ 2!
2.2. Legisla•‹o aplic‡vel ........................................................................ 4!
2.3. Principais caracter’sticas ................................................................. 4!
2.4. Mercado de capitais ........................................................................ 7!
2.5. Constitui•‹o de sociedade an™nima aberta ........................................10!
2.6. Cria•‹o de sociedade an™nima fechada.............................................14!
2.7. Subscri•‹o de a•›es ......................................................................14!
2.8. Formalidades complementares ........................................................15!
2.9. Capital social ................................................................................17!
2.10. A•›es ........................................................................................20!
2.11. Outros valores mobili‡rios ............................................................34!
2.12. îrg‹os societ‡rios .......................................................................38!
3 Ð Quest›es .........................................................................................52!
3.1. Quest›es sem Coment‡rios ............................................................52!
3.2. Gabarito ......................................................................................63!
3.3. Quest›es comentadas ....................................................................64!
4 Ð Resumo da Aula ................................................................................88!
5 Ð Jurisprud•ncia Aplic‡vel .....................................................................91!
6 Ð Considera•›es Finais .........................................................................92!
2 Ð Sociedade An™nima
2.1. Antecedentes hist—ricos e aspectos introdut—rios
A doutrina aponta duas origens hist—ricas diferentes para a sociedade an™nima:
as associa•›es de credores da Idade MŽdia (a exemplo do Officium
Procuratorum Sancti Georgio, uma interessante institui•‹o financeira que
funcionou por sŽculos em G•nova), e as companhias das ’ndias (patrocinadas
pelos Estados Nacionais da Idade Moderna).
Adotando uma ou outra orienta•‹o, o que fica claro Ž que essas sociedades
sempre se dedicaram a grandes empreendimentos, e esta Ž uma
caracter’stica marcante das sociedades an™nimas. Justamente por isso as
sociedades an™nimas surgiram como espŽcie de delega•‹o do poder estatal.
Somente a partir do C—digo Comercial franc•s de 1808 passou a ser permitida a
constitui•‹o de sociedades an™nimas independentemente de outorga estatal,
mas ainda sendo necess‡ria autoriza•‹o.
A partir de meados do sŽculo XIX os requisitos passaram a ser ainda mais
flex’veis, permitindo-se que qualquer pessoa constitu’sse uma SA, sendo
necess‡rio somente registro prŽvio e a submiss‹o a um regime legal espec’fico.
No ordenamento brasileiro tambŽm passamos por essas fases. Inicialmente era
necess‡ria uma outorga imperial para criar uma SA, como ocorreu com o Banco
do Brasil, criado por alvar‡ de D. Jo‹o VI em 1808. A partir de 1849 as
sociedades an™nimas passaram a ser constitu’das mediante autoriza•‹o
governamental, regime adotado pelo C—digo Comercial de 1850.
Posteriormente, o ordenamento nacional adotou o regime da regulamenta•‹o.
Transpar•ncia
Equidade
Princ’pios da
Governan•a Corporativa
Accountability
Responsabilidade
corporativa
Por outro lado, temos parte da doutrina nacional afirmando que n‹o se pode
mais dizer que toda e qualquer sociedade an™nima Ž uma sociedade de capital.
ƒ poss’vel que sociedades an™nimas fechadas terminem assumindo car‡ter
mais personalista. No Brasil temos diversos exemplos de sociedades por a•›es
que s‹o empresas familiares e que, por isso, terminam adotando regras pouco
usuais por meio de seus estatutos ou de acordos de acionistas, como a
limita•‹o de circula•‹o de a•›es nominativas e a exig•ncia e aprova•‹o de
assembleia de acionistas para decis›es minimamente importantes.
AlŽm disso, voc• deve lembrar que a sociedade por a•›es, cuja principal
modalidade Ž a sociedade an™nima, Ž sempre uma sociedade empres‡ria, nos
termos do art. 982 do C—digo Civil.
Art. 982. Salvo as exce•›es expressas, considera-se empres‡ria a sociedade que tem por
objeto o exerc’cio de atividade pr—pria de empres‡rio sujeito a registro (art. 967); e,
simples, as demais.
Par‡grafo œnico. Independentemente de seu objeto, considera-se empres‡ria a
sociedade por a•›es; e, simples, a cooperativa.
Na realidade, mesmo antes do C—digo Civil de 2002, j‡ t’nhamos o art. 2o, ¤1o
da Lei das SA prevendo a natureza mercantil da sociedade an™nima.
Art. 2¼ Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, n‹o contr‡rio ˆ
lei, ˆ ordem pœblica e aos bons costumes.
¤ 1¼ Qualquer que seja o objeto, a companhia Ž mercantil e se rege pelas leis e usos do
comŽrcio.
Art. 1.160. A sociedade an™nima opera sob denomina•‹o designativa do objeto social,
integrada pelas express›es "sociedade an™nima" ou "companhia", por extenso ou
abreviadamente.
Assim, podemos concluir que a SA n‹o pode adotar firma. Na realidade isso n‹o
faria nenhum sentido, pois, como seu nome j‡ diz, a sociedade Ž an™nima, e
seu nome deve ser distinto dos nomes dos acionistas, refor•ando sua fei•‹o
capitalista.
No mesmo sentido temos tambŽm o art. 3o da Lei das SA, que ainda veda a
utiliza•‹o da express‹o ÒcompanhiaÓ ao final da denomina•‹o.
Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia Ž aberta ou fechada conforme os valores
mobili‡rios de sua emiss‹o estejam ou n‹o admitidos ˆ negocia•‹o no mercado de valores
mobili‡rios.
A CVM foi criada pela Lei n. 6.385/1976, que estabeleceu como suas atribui•›es
a disciplina e fiscaliza•‹o das seguintes atividades:
a)! A emiss‹o e distribui•‹o de valores mobili‡rios no mercado;
b)! A negocia•‹o e intermedia•‹o no mercado de valores mobili‡rios;
c)! A negocia•‹o e intermedia•‹o no mercado de derivativos;
d)! A organiza•‹o, o funcionamento e as opera•›es das Bolsas de Valores;
e)! A organiza•‹o, o funcionamento e as opera•›es das Bolsas de
Mercadorias e Futuros;
Mercado de Balc‹o
Opera•›es de compra e venda
Secund‡rio dos valores mobili‡rios fora da
Mercado de bolsa de valores
capitais
Somente opera•›es de compra
Bolsa de Valores e venda de valoes mobili‡rios
(mercado secund‡rio)
Pela leitura do inciso I voc• deve perceber que Ž exig•ncia legal a pluralidade
de s—cios para constitui•‹o da sociedade an™nima. A exce•‹o aqui Ž a previs‹o
da subsidi‡ria integral, que Ž sempre uma sociedade an™nima, e cuja exist•ncia
est‡ prevista no art. 251 da Lei das SA.
Art. 251. A companhia pode ser constitu’da, mediante escritura pœblica, tendo como
œnico acionista sociedade brasileira.
¤ 1¼ A sociedade que subscrever em bens o capital de subsidi‡ria integral dever‡ aprovar
o laudo de avalia•‹o de que trata o artigo 8¼, respondendo nos termos do ¤ 6¼ do artigo
8¼ e do artigo 10 e seu par‡grafo œnico.
¤ 2¼ A companhia pode ser convertida em subsidi‡ria integral mediante aquisi•‹o, por
sociedade brasileira, de todas as suas a•›es, ou nos termos do artigo 252.
H‡ ainda quem diga que no caso de sociedades an™nimas de capital aberto s‹o
necess‡rios pelo menos 3 acionistas, pois a legisla•‹o exige a institui•‹o de
Conselho de Administra•‹o com pelo menos 3 membros (arts. 138, ¤2o, 140 e
146 da Lei das SA).
O inciso II exige a realiza•‹o de pelo menos 10% do pre•o de emiss‹o das
a•›es subscritas. O par‡grafo œnico menciona ainda alguns casos especiais, em
que se exige a realiza•‹o de um percentual maior do capital.
O inciso III menciona a necessidade de dep—sito de parte do capital realizado
em dinheiro. Esse dep—sito dever‡ ser feito pelo fundador da companhia, no
prazo de 5 dias contados do recebimento das quantias, em nome do subscritor
e a favor da sociedade. O levantamento dos valores s— poder‡ ser feito depois
que a sociedade adquirir personalidade jur’dica, ou seja, somente depois do
registro de seus atos constitutivos na Junta Comercial. Caso a companhia n‹o
esteja constitu’da formalmente no prazo de 6 meses, o banco restituir‡ os
valores depositados diretamente aos subscritores.
Art. 82. A constitui•‹o de companhia por subscri•‹o pœblica depende do prŽvio registro
da emiss‹o na Comiss‹o de Valores Mobili‡rios, e a subscri•‹o somente poder‡ ser
efetuada com a intermedia•‹o de institui•‹o financeira.
Voc• deve ter percebido que o fundador que desejar constituir uma companhia
aberta precisar‡ de uma institui•‹o financeira intermedi‡ria especializada nesse
tipo de opera•‹o. Esse tipo de servi•o Ž chamado de underwriting.
Uma vez contratada a empresa, poder‡ ser apresentado ˆ CVM o pedido de
registro. Esse pedido dever‡ ser instru’do com os seguintes documentos:
a)! Estudo de viabilidade econ™mica e financeira à deve trazer
elementos que demonstrem que o empreendimento Ž minimamente
vi‡vel e que a companhia operar‡ de maneira razoavelmente saud‡vel;
b)! Projeto do estatuto social à dever‡ satisfazer todos os requisitos
exigidos para os contratos das sociedades empres‡rias em geral e aos
espec’ficos das sociedades an™nimas, e conter‡ as normas pelas quais se
reger‡ a companhia;
c)! Prospecto organizado e assinado pelos fundadores e pela
institui•‹o financeira intermedi‡ria à dever‡ mencionar as
expectativas acerca do empreendimento. ƒ necess‡rio trazer v‡rias
informa•›es detalhadas, que constam no art. 84 da Lei das SA.
Art. 84. O prospecto dever‡ mencionar, com precis‹o e clareza, as bases da companhia e
os motivos que justifiquem a expectativa de bom •xito do empreendimento, e em
especial:
I - o valor do capital social a ser subscrito, o modo de sua realiza•‹o e a exist•ncia ou n‹o
de autoriza•‹o para aumento futuro;
II - a parte do capital a ser formada com bens, a discrimina•‹o desses bens e o valor a
eles atribu’dos pelos fundadores;
III - o nœmero, as espŽcies e classes de a•›es em que se dividir‡ o capital; o valor
nominal das a•›es, e o pre•o da emiss‹o das a•›es;
IV - a import‰ncia da entrada a ser realizada no ato da subscri•‹o;
V - as obriga•›es assumidas pelos fundadores, os contratos assinados no interesse da
futura companhia e as quantias j‡ despendidas e por despender;
VI - as vantagens particulares, a que ter‹o direito os fundadores ou terceiros, e o
dispositivo do projeto do estatuto que as regula;
VII - a autoriza•‹o governamental para constituir-se a companhia, se necess‡ria;
VIII - as datas de in’cio e tŽrmino da subscri•‹o e as institui•›es autorizadas a receber as
entradas;
IX - a solu•‹o prevista para o caso de excesso de subscri•‹o;
X - o prazo dentro do qual dever‡ realizar-se a assembleia de constitui•‹o da companhia,
ou a preliminar para avalia•‹o dos bens, se for o caso;
XI - o nome, nacionalidade, estado civil, profiss‹o e resid•ncia dos fundadores, ou, se
pessoa jur’dica, a firma ou denomina•‹o, nacionalidade e sede, bem como o nœmero e
espŽcie de a•›es que cada um houver subscrito,
XII - a institui•‹o financeira intermedi‡ria do lan•amento, em cujo poder ficar‹o
depositados os originais do prospecto e do projeto de estatuto, com os documentos a que
fizerem men•‹o, para exame de qualquer interessado.
Art. 85. No ato da subscri•‹o das a•›es a serem realizadas em dinheiro, o subscritor
pagar‡ a entrada e assinar‡ a lista ou o boletim individual autenticados pela institui•‹o
autorizada a receber as entradas, qualificando-se pelo nome, nacionalidade, resid•ncia,
estado civil, profiss‹o e documento de identidade, ou, se pessoa jur’dica, pela firma ou
denomina•‹o, nacionalidade e sede, devendo especificar o nœmero das a•›es subscritas, a
sua espŽcie e classe, se houver mais de uma, e o total da entrada.
Par‡grafo œnico. A subscri•‹o poder‡ ser feita, nas condi•›es previstas no prospecto,
por carta ˆ institui•‹o, com as declara•›es prescritas neste artigo e o pagamento da
entrada.
Art. 88. A constitui•‹o da companhia por subscri•‹o particular do capital pode fazer-se
por delibera•‹o dos subscritores em assembleia-geral ou por escritura pœblica,
considerando-se fundadores todos os subscritores.
Art. 89. A incorpora•‹o de im—veis para forma•‹o do capital social n‹o exige escritura
pœblica.
Art. 94. Nenhuma companhia poder‡ funcionar sem que sejam arquivados e publicados
seus atos constitutivos.
¤ 4¼ Os bens n‹o poder‹o ser incorporados ao patrim™nio da companhia por valor acima
do que lhes tiver dado o subscritor.
¤ 5¼ Aplica-se ˆ assembleia referida neste artigo o disposto nos ¤¤ 1¼ e 2¼ do artigo 115.
¤ 6¼ Os avaliadores e o subscritor responder‹o perante a companhia, os acionistas e
terceiros, pelos danos que lhes causarem por culpa ou dolo na avalia•‹o dos bens, sem
preju’zo da responsabilidade penal em que tenham incorrido; no caso de bens em
condom’nio, a responsabilidade dos subscritores Ž solid‡ria.
Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores ou acionistas que contribu’rem com bens
para a forma•‹o do capital social ser‡ id•ntica ˆ do vendedor.
Par‡grafo œnico. Quando a entrada consistir em crŽdito, o subscritor ou acionista
responder‡ pela solv•ncia do devedor.
O acionista que contribui com o capital social com bens tem a responsabilidade
sobre a licitude dessa opera•‹o. Isso significa que ele tem responsabilidades
semelhantes ˆs do vendedor, respondendo, por exemplo, pela evic•‹o. AlŽm
disso, se a integraliza•‹o se der por meio de crŽdito, o acionista responder‡
pela solv•ncia do devedor.
Caso opte pela execu•‹o dos valores, a companhia ter‡ ainda a op•‹o de,
mesmo ap—s iniciada a cobran•a judicial, mandar vender a a•‹o em bolsa de
valores, podendo ainda promover a cobran•a judicial se as a•›es oferecidas em
bolsa n‹o encontrarem comprador, ou se o pre•o n‹o bastar para pagar os
dŽbitos do acionista.
Caso a sociedade n‹o consiga, de forma alguma, obter os valores, poder‡
declarar as a•›es caducas e integraliz‡-las com os lucros e reservas sociais, nos
termos do ¤4o do art. 107 da Lei das SA.
¤ 4¼ Se a companhia n‹o conseguir, por qualquer dos meios previstos neste artigo, a
integraliza•‹o das a•›es, poder‡ declar‡-las caducas e fazer suas as entradas realizadas,
integralizando-as com lucros ou reservas, exceto a legal; se n‹o tiver lucros e reservas
suficientes, ter‡ o prazo de 1 (um) ano para colocar as a•›es ca’das em comisso, findo o
qual, n‹o tendo sido encontrado comprador, a assembleia-geral deliberar‡ sobre a
redu•‹o do capital em import‰ncia correspondente.
1
2.10. A•›es
Agora trataremos com detalhes das disposi•›es da Lei das SA acerca das a•›es.
Como voc• j‡ est‡ cansado de saber, as a•›es s‹o o principal valor mobili‡rio
emitido pela companhia, e isso porque o acionista detŽm parte do capital social,
ostentando a condi•‹o de verdadeiro s—cio da companhia.
Quanto aos direitos e obriga•›es, podemos dizer que as a•›es s‹o ordin‡rias,
preferenciais ou de frui•‹o.
As a•›es ordin‡rias s‹o aquelas que conferem aos seus titulares direitos
comuns. Seu possuidor (chamado de ordinarialista) n‹o tem nenhum direito ou
vantagem em rela•‹o aos demais s—cios, mas tambŽm n‹o est‡ sujeito a
nenhuma restri•‹o.
O ordinarialista tambŽm tem direito a voto (que nem todos os acionistas t•m!)
e por isso normalmente a maioria controladora e os acionistas minorit‡rios
pertencem a essa categoria. Lembre-se de que toda a legisla•‹o acerca das SA
Ž constru’da com a finalidade de compatibilizar os interesses entre esses dois
grupos. Voc• aprender‡ mais sobre isso quando falarmos sobre o poder e
controle na companhia.
As a•›es preferenciais, por sua vez, conferem aos seus titulares uma
vantagem em rela•‹o aos titulares de a•›es ordin‡rias. Seus detentores s‹o
chamados preferencialistas, e normalmente o privilŽgio vem acompanhado de
algumas restri•›es de direitos, como o direito a voto, que normalmente n‹o
existem para esses acionistas. As vantagens e restri•›es dessas a•›es dever‹o
ser especificadas no estatuto, conforme art. 17 da Lei das SA.
Art. 15, ¤ 2o O nœmero de a•›es preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restri•‹o
no exerc’cio desse direito, n‹o pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total das
a•›es emitidas.
Essa restri•‹o faz bastante sentido, pois n‹o h‡ cabimento em imaginar uma
sociedade na qual mais de metade dos acionistas n‹o pode votar, n‹o Ž
mesmo? Ter’amos a’ uma maioria que n‹o poderia decidir nada e que tambŽm
n‹o estaria protegida pelas disposi•›es acerca dos acionistas minorit‡rios.
Por fim, devemos falar sobre as a•›es de frui•‹o, que s‹o emitidas para
substituir as a•›es ordin‡rias ou preferenciais que foram totalmente
amortizadas, conferindo aos seus titulares apenas direitos de gozo ou frui•‹o.
A amortiza•‹o Ž uma espŽcie de antecipa•‹o dos valores que ser‹o pagos aos
acionistas no caso de liquida•‹o da companhia. Sendo determinada a
amortiza•‹o de uma a•‹o preferencial ou ordin‡ria, calcular-se seu valor
patrimonial naquele momento e paga-se esse valor ao titular da a•‹o. Uma vez
totalmente amortizada, a a•‹o preferencial ou ordin‡ria poder‡ ser substitu’da
por uma a•‹o de frui•‹o, e a partir de ent‹o seu titular ter‡ apenas direitos de
gozo e frui•‹o contra a companhia.
Ordin‡rias
CLASSIFICA‚ÌO De frui•‹o
DAS A‚ÍES
Nominativas
Quanto ˆ forma de
transfer•ncia
Escriturais
Art. 15. As a•›es, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus
titulares, s‹o ordin‡rias, preferenciais, ou de frui•‹o.
¤ 1¼ As a•›es ordin‡rias da companhia fechada e as a•›es preferenciais da companhia
aberta e fechada poder‹o ser de uma ou mais classes.
a) Valor nominal
Esse valor Ž obtido dividindo-se o capital social pelo nœmero de a•›es. Lembre-
se de que a SA n‹o Ž obrigada a conferir um valor nominal a suas a•›es,
permitindo-se que sejam emitidas a•›es sem valor nominal.
Voc• deve estar pensando que n‹o faz diferen•a que o estatuto confira ou n‹o
valor nominal ˆs a•›es, pois esse valor pode ser obtido por meio da divis‹o do
capital social pelo nœmero de a•›es, n‹o Ž mesmo? Na pr‡tica, porŽm, existe
uma vantagem para os acionistas quando o estatuto prev• o valor nominal de
cada a•‹o. Nesses casos h‡ a garantia contra a dilui•‹o injustificada do
valor patrimonial das a•›es por ocasi‹o da emiss‹o de novas a•›es.
Se a companhia emite novas a•›es com valor patrimonial inferior ˆs antigas,
todos os acionistas que j‡ est‹o no quadro terminam sendo prejudicados, pois
suas a•›es passam a representar uma parcela menor do capital social. Por
outro lado, se as a•›es t•m valor nominal, o patrim™nio acion‡rio n‹o ser‡
diminu’do, j‡ que o art. 13 da Lei das SA pro’be a emiss‹o de a•›es por pre•o
inferior ao seu valor nominal.
ƒ importante ainda salientar que nada impede que o pre•o de emiss‹o das
novas a•›es seja superior ao seu valor nominal. Nesse caso a diferen•a entre os
dois valores, chamada de ‡gio, dever‡ obrigatoriamente compor reserva de
capital (art. 13, ¤2o).
b) Valor patrimonial
TambŽm chamado de valor real, Ž calculado levando-se em conta o patrim™nio
l’quido da sociedade. Em vez de dividir o capital social pelo nœmero de a•›es,
divide-se o patrim™nio l’quido. Caso voc• n‹o esteja familiarizado com o
c) Valor de negocia•‹o
Na sociedade an™nima Ž livre a negocia•‹o da participa•‹o societ‡ria. Essas
transa•›es, como voc• j‡ sabe, normalmente ocorrem no mercado de capitais
secund‡rio, no qual os acionistas vendem suas a•›es a investidores
interessados, cobrando valores que oscilam em fun•‹o das mais variadas
circunst‰ncias.
Alguns doutrinadores falam em valor de negocia•‹o privada e valor de
mercado, mas no final os dois conceitos s‹o muito semelhantes, um referindo-
se ao mercado de balc‹o e outro ao mercado de capitais.
d) Valor econ™mico
Esse valor Ž aferido por meio de estudos tŽcnicos especializados, nos quais os
peritos concluem o valor que as a•›es possivelmente valeriam se fossem postas
ˆ venda no mercado de capitais.
Essa tŽcnica Ž importante, por exemplo, nos casos de apura•‹o de
responsabilidade dos administradores em rela•‹o ˆ negocia•‹o de a•›es que
eram de propriedade da companhia. Se os administradores decidiram vender
a•›es que pertenciam ˆ companhia e h‡ desconfian•a de que a opera•‹o foi
subvalorada, por exemplo, somente por meio de estudos ser‡ poss’vel verificar
por quanto aquelas a•›es poderiam ter sido vendidas na ocasi‹o.
e) Pre•o de emiss‹o
No mercado de capitais prim‡rio, como voc• j‡ sabe, desenvolvem-se as
opera•›es de subscri•‹o de novas a•›es, o que ocorre quando uma companhia
passa pela abertura de capital ou quando aumenta seu capital social.
Nessas opera•›es o valor pago pelas a•›es Ž o pre•o de emiss‹o, que
representa o valor que o investidor entrega ˆ sociedade como contribui•‹o para
o capital social. O pre•o, bem como as condi•›es de pagamento, Ž estabelecido
pela pr—pria companhia, unilateralmente. Obviamente a companhia tenta ao
m‡ximo estabelecer o pre•o de emiss‹o no patamar suficiente para tornar a
Valor nominal
Valor patrimonial
MƒTODOS DE VALORA‚ÌO
Valor de negocia•‹o
DAS A‚ÍES
Valor econ™mico
Pre•o de emiss‹o
Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembleia-geral poder‹o privar o acionista dos
direitos de:
I - participar dos lucros sociais;
II - participar do acervo da companhia, em caso de liquida•‹o;
III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gest‹o dos neg—cios sociais;
IV - prefer•ncia para a subscri•‹o de a•›es, partes benefici‡rias convers’veis em a•›es,
deb•ntures convers’veis em a•›es e b™nus de subscri•‹o, observado o disposto nos
artigos 171 e 172;
V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.
Art. 110. A cada a•‹o ordin‡ria corresponde 1 (um) voto nas delibera•›es da
assembleia-geral.
¤ 1¼ O estatuto pode estabelecer limita•‹o ao nœmero de votos de cada acionista.
¤ 2¼ ƒ vedado atribuir voto plural a qualquer classe de a•›es.
Art. 111. O estatuto poder‡ deixar de conferir ˆs a•›es preferenciais algum ou alguns
dos direitos reconhecidos ˆs a•›es ordin‡rias, inclusive o de voto, ou conferi-lo com
restri•›es, observado o disposto no artigo 109.
A lei permite tambŽm que o estatuto limite o nœmero de votos de cada acionista
e, ao mesmo tempo, pro’be a atribui•‹o de voto plural a uma classe espec’fica
de a•›es, ou seja, n‹o se pode atribuir mais de um voto a uma mesma a•‹o.
Um acionista que tenha v‡rias a•›es ter‡ direito a v‡rios votos, mas n‹o se
pode estabelecer dois ou mais votos para uma s— a•‹o.
Tome cuidado aqui, pois existe uma previs‹o na Lei das SA de voto mœltiplo,
mas uma coisa n‹o tem nada a ver com a outra. O voto mœltiplo, previsto no
art. 141, pode ocorrer por ocasi‹o da elei•‹o dos membros do Conselho de
Administra•‹o, e consiste na atribui•‹o a cada a•‹o de tantos votos quantos
sejam os membros do conselho.
Vimos aqui que, em regra, os acionistas preferencialistas n‹o t•m direito a
voto, mas essa regra tambŽm conta com exce•›es. Vejamos o que diz os
par‡grafos do art. 111.
Art. 113. O penhor da a•‹o n‹o impede o acionista de exercer o direito de voto; ser‡
l’cito, todavia, estabelecer, no contrato, que o acionista n‹o poder‡, sem consentimento
do credor pignorat’cio, votar em certas delibera•›es.
Par‡grafo œnico. O credor garantido por aliena•‹o fiduci‡ria da a•‹o n‹o poder‡ exercer
o direito de voto; o devedor somente poder‡ exerc•-lo nos termos do contrato.
O acionista que empenha sua a•‹o, em princ’pio, n‹o perde o direito de voto,
mas nada impede que no contrato seja estipulada cl‡usula em sentido
contr‡rio. Por outro lado, quando for o caso de garantia fiduci‡ria, o direito de
voto deve ser exercido pelo devedor, nos termos do contrato.
Art. 114. O direito de voto da a•‹o gravada com usufruto, se n‹o for regulado no ato de
constitui•‹o do gravame, somente poder‡ ser exercido mediante prŽvio acordo entre o
propriet‡rio e o usufrutu‡rio.
Este dispositivo teve sua reda•‹o alterada pela Lei n. 10.303/2001, por ocasi‹o
da reforma legal que teve por finalidade incorporar ˆ Lei das SA os princ’pios da
boa governan•a corporativa. Neste caso perceba que o legislador tentou coibir o
abuso do direito de voto no ‰mbito da companhia, n‹o s— impedindo o acionista
O acionista n‹o pode votar nas delibera•›es que possam trazer-lhe benef’cio
particular. Essa proibi•‹o Ž aplicada, por exemplo, na assembleia que aprecia
laudo de avalia•‹o de bens dados em integraliza•‹o do capital. Nesses casos, o
acionista que ofereceu os bens obviamente n‹o deve votar na assembleia.
Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural ou jur’dica, ou o grupo
de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que:
a) Ž titular de direitos de s—cio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos
votos nas delibera•›es da assembleia-geral e o poder de eleger a maioria dos
administradores da companhia; e
b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o
funcionamento dos —rg‹os da companhia.
Par‡grafo œnico. O acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a
companhia realizar o seu objeto e cumprir sua fun•‹o social, e tem deveres e
responsabilidades para com os demais acionistas da empresa, os que nela trabalham e
para com a comunidade em que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar
e atender.
Art. 116-A. O acionista controlador da companhia aberta e os acionistas, ou grupo de
acionistas, que elegerem membro do conselho de administra•‹o ou membro do conselho
fiscal, dever‹o informar imediatamente as modifica•›es em sua posi•‹o acion‡ria na
companhia ˆ Comiss‹o de Valores Mobili‡rios e ˆs Bolsas de Valores ou entidades do
mercado de balc‹o organizado nas quais os valores mobili‡rios de emiss‹o da companhia
estejam admitidos ˆ negocia•‹o, nas condi•›es e na forma determinadas pela Comiss‹o
de Valores Mobili‡rios.
Art. 117. O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados com
abuso de poder.
¤ 1¼ S‹o modalidades de exerc’cio abusivo de poder:
a) orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao interesse nacional,
ou lev‡-la a favorecer outra sociedade, brasileira ou estrangeira, em preju’zo da
participa•‹o dos acionistas minorit‡rios nos lucros ou no acervo da companhia, ou da
economia nacional;
b) promover a liquida•‹o de companhia pr—spera, ou a transforma•‹o, incorpora•‹o, fus‹o
ou cis‹o da companhia, com o fim de obter, para si ou para outrem, vantagem indevida,
em preju’zo dos demais acionistas, dos que trabalham na empresa ou dos investidores em
valores mobili‡rios emitidos pela companhia;
c) promover altera•‹o estatut‡ria, emiss‹o de valores mobili‡rios ou ado•‹o de pol’ticas
ou decis›es que n‹o tenham por fim o interesse da companhia e visem a causar preju’zo a
acionistas minorit‡rios, aos que trabalham na empresa ou aos investidores em valores
mobili‡rios emitidos pela companhia;
d) eleger administrador ou fiscal que sabe inapto, moral ou tecnicamente;
e) induzir, ou tentar induzir, administrador ou fiscal a praticar ato ilegal, ou,
descumprindo seus deveres definidos nesta Lei e no estatuto, promover, contra o
interesse da companhia, sua ratifica•‹o pela assembleia-geral;
f) contratar com a companhia, diretamente ou atravŽs de outrem, ou de sociedade na
qual tenha interesse, em condi•›es de favorecimento ou n‹o equitativas;
g) aprovar ou fazer aprovar contas irregulares de administradores, por favorecimento
pessoal, ou deixar de apurar denœncia que saiba ou devesse saber procedente, ou que
justifique fundada suspeita de irregularidade.
h) subscrever a•›es, para os fins do disposto no art. 170, com a realiza•‹o em bens
estranhos ao objeto social da companhia.
Art. 257. A oferta pœblica para aquisi•‹o de controle de companhia aberta somente
poder‡ ser feita com a participa•‹o de institui•‹o financeira que garanta o cumprimento
das obriga•›es assumidas pelo ofertante.
Art. 118. Os acordos de acionistas, sobre a compra e venda de suas a•›es, prefer•ncia
para adquiri-las, exerc’cio do direito a voto, ou do poder de controle dever‹o ser
observados pela companhia quando arquivados na sua sede.
podem se alterar ao longo do processo principal. Por isso, ainda que a senten•a proferida
no processo principal tenha sido pela proced•ncia dos pedidos, Ž poss’vel julgar
improcedente o pedido cautelar, em raz‹o da altera•‹o da situa•‹o f‡tica na qual havia
sido deferido. - A sociedade tambŽm tem legitimidade passiva para a causa em
que se busca o cumprimento de acordo de acionistas, porque ter‡ que suportar
os efeitos da decis‹o; como na espŽcie em que o cumprimento do acordo
implicaria na cis‹o parcial da sociedade. Recursos especiais n‹o conhecidos.
REsp 784.267/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 21.08.2007, Terceira Turma, DJ
17.09.2007, p. 256
O acordo de acionistas goza de grande prote•‹o legal, o que lhe confere muita
for•a. A Lei das SA determina, por exemplo, que o presidente da assembleia ou
do —rg‹o de delibera•‹o da companhia n‹o computar‡ o voto proferido em
desrespeito ao acordo de acionistas devidamente arquivado.
2.11.1. Deb•ntures
Art. 52. A companhia poder‡ emitir deb•ntures que conferir‹o aos seus titulares direito
de crŽdito contra ela, nas condi•›es constantes da escritura de emiss‹o e, se houver, do
certificado.
Art. 57. A deb•nture poder‡ ser convers’vel em a•›es nas condi•›es constantes da
escritura de emiss‹o, que especificar‡:
I - as bases da convers‹o, seja em nœmero de a•›es em que poder‡ ser convertida cada
deb•nture, seja como rela•‹o entre o valor nominal da deb•nture e o pre•o de emiss‹o
das a•›es;
II - a espŽcie e a classe das a•›es em que poder‡ ser convertida;
III - o prazo ou Žpoca para o exerc’cio do direito ˆ convers‹o;
IV - as demais condi•›es a que a convers‹o acaso fique sujeita.
Art. 62. Nenhuma emiss‹o de deb•ntures ser‡ feita sem que tenham sido satisfeitos os
seguintes requisitos:
I - arquivamento, no registro do comŽrcio, e publica•‹o da ata da assembleia-geral, ou do
conselho de administra•‹o, que deliberou sobre a emiss‹o;
II - inscri•‹o da escritura de emiss‹o no registro do comŽrcio;
III - constitui•‹o das garantias reais, se for o caso.
Art. 58. A deb•nture poder‡, conforme dispuser a escritura de emiss‹o, ter garantia real
ou garantia flutuante, n‹o gozar de prefer•ncia ou ser subordinada aos demais credores
da companhia.
Por fim, vamos falar sobre os tipos de deb•ntures, que poder‹o ser:
a) com garantia real;
b) com garantia flutuante;
c) quirograf‡rias; ou
d) subordinadas.
N‹o vou entrar em detalhes sobre essas modalidades, mas a Lei das SA
menciona especificamente as deb•ntures com garantia flutuante, que s‹o
aquelas com privilŽgio geral sobre o ativo da companhia, mas n‹o impedem a
negocia•‹o dos bens que comp›em esse ativo. Na pr‡tica, isso significa que o
titular de uma deb•nture com garantia flutuante ficar‡ em quinto lugar na
ordem dos credores, caso a companhia venha a ter decretada sua fal•ncia.
Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, t’tulos negoci‡veis, sem valor
nominal e estranhos ao capital social, denominados "partes benefici‡rias".
Art. 47. As partes benefici‡rias poder‹o ser alienadas pela companhia, nas condi•›es
determinadas pelo estatuto ou pela assembleia-geral, ou atribu’das a fundadores,
acionistas ou terceiros, como remunera•‹o de servi•os prestados ˆ companhia.
Par‡grafo œnico. ƒ vedado ˆs companhias abertas emitir partes benefici‡rias.
Art. 75. A companhia poder‡ emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado no
estatuto (artigo 168), t’tulos negoci‡veis denominados "B™nus de Subscri•‹o".
Par‡grafo œnico. Os b™nus de subscri•‹o conferir‹o aos seus titulares, nas condi•›es
constantes do certificado, direito de subscrever a•›es do capital social, que ser‡ exercido
mediante apresenta•‹o do t’tulo ˆ companhia e pagamento do pre•o de emiss‹o das
a•›es.
Lembre-se de que a opera•‹o por meio da qual novas a•›es s‹o emitidas Ž
chamada de capitaliza•‹o. Nessa ocasi‹o, como regra geral a prefer•ncia na
subscri•‹o Ž dos acionistas da companhia (art. 109, IV), mas, se os neg—cios da
sociedade v‹o bem e h‡ perspectivas futuras de emiss‹o de novas a•›es, pode-
se emitir b™nus de subscri•‹o, captando recursos junto a investidores que
estejam interessados em adquirir preferencialmente novas a•›es por ocasi‹o da
sua emiss‹o.
Perceba que o b™nus n‹o confere, por si s—, a titularidade da nova a•‹o, mas
apenas um direito de prefer•ncia na sua subscri•‹o. No momento oportuno, o
investidor dever‡ pagar o pre•o de emiss‹o das a•›es que tiver a prefer•ncia
para adquirir.
Basicamente, portanto, podemos dizer que quem adquire o b™nus ÒroubaÓ o
direito de prefer•ncia que normalmente Ž dos acionistas, mas acontece que a
pr—pria Lei das SA conferiu aos acionistas a prefer•ncia na aquisi•‹o do pr—prio
b™nus. Veja o que diz o art. 77.
Art. 77. Os b™nus de subscri•‹o ser‹o alienados pela companhia ou por ela atribu’dos,
como vantagem adicional, aos subscritos de emiss›es de suas a•›es ou deb•ntures.
Par‡grafo œnico. Os acionistas da companhia gozar‹o, nos termos dos artigos 171 e
172, de prefer•ncia para subscrever a emiss‹o de b™nus.
Podemos dizer que a assembleia geral tem amplos poderes, e pode tratar
praticamente sobre qualquer assunto de interesse da companhia. O mais
comum Ž que o conselho de administra•‹o trate diretamente de quest›es
menor importantes, mas veremos isso mais adiante.
Normalmente a assembleia s— Ž convocada quando isso Ž obrigat—rio. A Lei das
SA estabelece que certos assuntos s‹o de compet•ncia privativa da assembleia.
Companhia
8 dias de anteced•ncia
fechada
Primeira
convoca•‹o
Companhia
15 dias de anteded•ncia
aberta
Convoca•‹o da
assembleia geral
publicada pelo menos 3x
Companhia
5 dias de anteced•ncia
fechada
Segunda
convoca•‹o
Companhia
8 dias de anteced•ncia
aberta
Voc• deve ter percebido que a convoca•‹o da assembleia geral envolve muitas
formalidades, n‹o Ž? Pois bem, nesse sentido a Lei das SA traz um dispositivo
interessante, que convalida a assembleia realizada em descordo com as
formalidades que acabamos de estudar, desde que estejam presentes todos os
acionistas.
Temos ainda a regra segundo a qual as companhias abertas dever‹o
encaminhar ˆ bolsa de valores onde suas a•›es sejam mais negociadas, por
Uma vez instalada a assembleia, dever‡ ser assinado o livro de presen•a por
todos que comparecerem, e composta a mesa. A’ ent‹o poder‹o ser iniciadas as
discuss›es. As delibera•›es, em regra, s‹o tomadas pela maioria dos acionistas
com direito a voto presentes na sess‹o.
nœmero na segunda. N‹o faria sentido, portanto, imaginar que a Lei das SA
permitiria a instala•‹o de uma assembleia que n‹o pudesse deliberar, n‹o Ž
mesmo?
No caso das companhias fechadas, o pr—prio estatuto pode exigir qu—rum
maior para certas delibera•›es, desde que especifique as matŽrias.
O art. 136 trata de hip—teses em que a Lei das SA exige qu—rum qualificado
para a delibera•‹o. S‹o matŽrias de maior relev‰ncia, cujas decis›es podem
levar atŽ ˆ extin•‹o da companhia, e por isso a lei exige o voto de acionistas
que representem pelo menos metade do capital social.
Feitas as delibera•›es, dever‡ ser lavrada a ata da assembleia, em livro
pr—prio, assinada pelos membros da mesa e pelos acionistas presentes em
nœmero que represente pelo menos a maioria necess‡ria para tomar as
delibera•›es.
Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao tŽrmino do exerc’cio
social, dever‡ haver 1 (uma) assembleia-geral para:
I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstra•›es
financeiras;
Lembre-se de que, apesar dos muitos esfor•os de grupos musicais dos anos 90
para modificar o significado da palavra, Òordin‡riaÓ se refere apenas ao que Ž
comum, corriqueiro, e por isso o art. 132 trata de uma assembleia geral que
dever‡ ser realizada anualmente.
Nada impede tambŽm que a AGO e a AGE sejam convocadas cumulativamente
e realizadas no mesmo local e hor‡rio, registradas em uma œnica ata. Isso
ocorrer‡, obviamente, quando for necess‡rio tratar de diversos assuntos.
Por fim, devemos mencionar que desde 2011 a Lei das SA admite a participa•‹o
em assembleia geral e o exerc’cio do direito de voto ˆ dist‰ncia, mediante
previs‹o dos par‡grafos dos arts. 121 e 127, respectivamente.
Art. 121, par‡grafo œnico. Nas companhias abertas, o acionista poder‡ participar e
votar a dist‰ncia em assembleia geral, nos termos da regulamenta•‹o da Comiss‹o de
Valores Mobili‡rios.
[...]
Art. 127, par‡grafo œnico. Considera-se presente em assembleia geral, para todos os
efeitos desta Lei, o acionista que registrar a dist‰ncia sua presen•a, na forma prevista em
regulamento da Comiss‹o de Valores Mobili‡rios.
Art. 140. O conselho de administra•‹o ser‡ composto por, no m’nimo, 3 (tr•s) membros,
eleitos pela assembleia-geral e por ela destitu’veis a qualquer tempo, devendo o estatuto
estabelecer:
I - o nœmero de conselheiros, ou o m‡ximo e m’nimo permitidos, e o processo de escolha
e substitui•‹o do presidente do conselho pela assembleia ou pelo pr—prio conselho;
II - o modo de substitui•‹o dos conselheiros;
III - o prazo de gest‹o, que n‹o poder‡ ser superior a 3 (tr•s) anos, permitida a
reelei•‹o;
IV - as normas sobre convoca•‹o, instala•‹o e funcionamento do conselho, que deliberar‡
por maioria de votos, podendo o estatuto estabelecer quorum qualificado para certas
delibera•›es, desde que especifique as matŽrias.
Par‡grafo œnico. O estatuto poder‡ prever a participa•‹o no conselho de representantes
dos empregados, escolhidos pelo voto destes, em elei•‹o direta, organizada pela empresa,
em conjunto com as entidades sindicais que os representem.
Art. 146. Poder‹o ser eleitas para membros dos —rg‹os de administra•‹o pessoas
naturais, devendo os diretores ser residentes no Pa’s.
AtŽ 2001 a Lei das SA exigia que os conselheiros fossem acionistas, mas hoje
n‹o h‡ mais essa obrigatoriedade, podendo ser eleitos tambŽm indiv’duos
estranhos ao quadro social.
A vota•‹o para elei•‹o poder‡ ser feita pelo critŽrio majorit‡rio ou pelo critŽrio
proporcional.
A elei•‹o majorit‡ria Ž feita por meio da composi•‹o de chapas, e cada
acionistas ent‹o votar‡ na chapa de sua prefer•ncia. Por outro lado, na elei•‹o
proporcional h‡ apenas uma vota•‹o, cujo resultado ser‡ utilizado para
preencher todos os assentos do conselho.
AlŽm desses, h‡ ainda a previs‹o do voto mœltiplo, segundo o qual os
acionistas que representem pelo menos um dŽcimo do capital social poder‹o ter
a possibilidade de atribuir-se a cada a•‹o tantos votos quantos sejam os
membros do conselho, e o acionista ent‹o poder‡ cumular todos os seus votos
num s— candidato ou distribui-los entre diferentes pessoas. Trata-se, portanto,
de uma hip—tese especial de vota•‹o proporcional, prevista em lei, e que n‹o
pode ser restringida pelo estatuto social.
Por fim, temos as atribui•›es do conselho de administra•‹o, que encontram
previs‹o no art. 142.
2.12.3. Diretoria
A diretoria Ž composta pelos diretores, que s‹o os verdadeiros executivos da
companhia, respons‡veis pela condu•‹o dos seus neg—cios no dia a dia.
Art. 143. A Diretoria ser‡ composta por 2 (dois) ou mais diretores, eleitos e destitu’veis a
qualquer tempo pelo conselho de administra•‹o, ou, se inexistente, pela assembleia-geral,
devendo o estatuto estabelecer:
I - o nœmero de diretores, ou o m‡ximo e o m’nimo permitidos;
Art. 147. Quando a lei exigir certos requisitos para a investidura em cargo de
administra•‹o da companhia, a assembleia-geral somente poder‡ eleger quem tenha
exibido os necess‡rios comprovantes, dos quais se arquivar‡ c—pia aut•ntica na sede
social.
¤ 1¼ S‹o ineleg’veis para os cargos de administra•‹o da companhia as pessoas impedidas
por lei especial, ou condenadas por crime falimentar, de prevarica•‹o, peita ou suborno,
concuss‹o, peculato, contra a economia popular, a fŽ pœblica ou a propriedade, ou a pena
criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos pœblicos.
¤ 2¼ S‹o ainda ineleg’veis para os cargos de administra•‹o de companhia aberta as
pessoas declaradas inabilitadas por ato da Comiss‹o de Valores Mobili‡rios.
¤ 3¼ O conselheiro deve ter reputa•‹o ilibada, n‹o podendo ser eleito, salvo dispensa da
assembleia-geral, aquele que:
I - ocupar cargos em sociedades que possam ser consideradas concorrentes no mercado,
em especial, em conselhos consultivos, de administra•‹o ou fiscal; e
II - tiver interesse conflitante com a sociedade.
Art. 148. O estatuto pode estabelecer que o exerc’cio do cargo de administrador deva ser
assegurado, pelo titular ou por terceiro, mediante penhor de a•›es da companhia ou outra
garantia.
Par‡grafo œnico. A garantia s— ser‡ levantada ap—s aprova•‹o das œltimas contas
apresentadas pelo administrador que houver deixado o cargo.
Art. 149. Os conselheiros e diretores ser‹o investidos nos seus cargos mediante
assinatura de termo de posse no livro de atas do conselho de administra•‹o ou da
diretoria, conforme o caso.
¤ 1¼ Se o termo n‹o for assinado nos 30 (trinta) dias seguintes ˆ nomea•‹o, esta tornar-
se-‡ sem efeito, salvo justifica•‹o aceita pelo —rg‹o da administra•‹o para o qual tiver
sido eleito.
¤ 2¼ O termo de posse dever‡ conter, sob pena de nulidade, a indica•‹o de pelo menos
um domic’lio no qual o administrador receber‡ as cita•›es e intima•›es em processos
administrativos e judiciais relativos a atos de sua gest‹o, as quais reputar-se-‹o
cumpridas mediante entrega no domic’lio indicado, o qual somente poder‡ ser alterado
mediante comunica•‹o por escrito ˆ companhia.
Art. 150. No caso de vac‰ncia do cargo de conselheiro, salvo disposi•‹o em contr‡rio do
estatuto, o substituto ser‡ nomeado pelos conselheiros remanescentes e servir‡ atŽ a
primeira assembleia-geral. Se ocorrer vac‰ncia da maioria dos cargos, a assembleia-geral
ser‡ convocada para proceder a nova elei•‹o.
¤ 1¼ No caso de vac‰ncia de todos os cargos do conselho de administra•‹o, compete ˆ
diretoria convocar a assembleia-geral.
¤ 2¼ No caso de vac‰ncia de todos os cargos da diretoria, se a companhia n‹o tiver
conselho de administra•‹o, compete ao conselho fiscal, se em funcionamento, ou a
qualquer acionista, convocar a assembleia-geral, devendo o representante de maior
nœmero de a•›es praticar, atŽ a realiza•‹o da assembleia, os atos urgentes de
administra•‹o da companhia.
¤ 3¼ O substituto eleito para preencher cargo vago completar‡ o prazo de gest‹o do
substitu’do.
¤ 4¼ O prazo de gest‹o do conselho de administra•‹o ou da diretoria se estende atŽ a
investidura dos novos administradores eleitos.
Art. 151. A renœncia do administrador torna-se eficaz, em rela•‹o ˆ companhia, desde o
momento em que lhe for entregue a comunica•‹o escrita do renunciante, e em rela•‹o a
terceiros de boa-fŽ, ap—s arquivamento no registro de comŽrcio e publica•‹o, que poder‹o
ser promovidos pelo renunciante.
Art. 152. A assembleia-geral fixar‡ o montante global ou individual da remunera•‹o dos
administradores, inclusive benef’cios de qualquer natureza e verbas de representa•‹o,
tendo em conta suas responsabilidades, o tempo dedicado ˆs suas fun•›es, sua
compet•ncia e reputa•‹o profissional e o valor dos seus servi•os no mercado.
¤ 1¼ O estatuto da companhia que fixar o dividendo obrigat—rio em 25% (vinte e cinco
por cento) ou mais do lucro l’quido, pode atribuir aos administradores participa•‹o no
lucro da companhia, desde que o seu total n‹o ultrapasse a remunera•‹o anual dos
administradores nem 0,1 (um dŽcimo) dos lucros (artigo 190), prevalecendo o limite que
for menor.
¤ 2¼ Os administradores somente far‹o jus ˆ participa•‹o nos lucros do exerc’cio social
em rela•‹o ao qual for atribu’do aos acionistas o dividendo obrigat—rio, de que trata o
artigo 202.
Art. 154. O administrador deve exercer as atribui•›es que a lei e o estatuto lhe conferem
para lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as exig•ncias do bem pœblico e
da fun•‹o social da empresa.
[...]
Art. 155. O administrador deve servir com lealdade ˆ companhia e manter reserva sobre
os seus neg—cios, sendo-lhe vedado:
I - usar, em benef’cio pr—prio ou de outrem, com ou sem preju’zo para a companhia, as
oportunidades comerciais de que tenha conhecimento em raz‹o do exerc’cio de seu cargo;
II - omitir-se no exerc’cio ou prote•‹o de direitos da companhia ou, visando ˆ obten•‹o
de vantagens, para si ou para outrem, deixar de aproveitar oportunidades de neg—cio de
interesse da companhia;
III - adquirir, para revender com lucro, bem ou direito que sabe necess‡rio ˆ companhia,
ou que esta tencione adquirir.
Pena - reclus‹o, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de atŽ 3 (tr•s) vezes o montante da
vantagem il’cita obtida em decorr•ncia do crime.
Agora voltemos ˆ Lei das SA para analisarmos mais um dispositivo que trata
das obriga•›es dos administradores.
Art. 156. ƒ vedado ao administrador intervir em qualquer opera•‹o social em que tiver
interesse conflitante com o da companhia, bem como na delibera•‹o que a respeito
tomarem os demais administradores, cumprindo-lhe cientific‡-los do seu impedimento e
fazer consignar, em ata de reuni‹o do conselho de administra•‹o ou da diretoria, a
natureza e extens‹o do seu interesse.
Em primeiro lugar voc• deve saber que a compet•ncia para decidir pelo
ajuizamento da a•‹o Ž da assembleia geral ordin‡ria, vez que se encontra entre
as atribui•›es do art. 132 a tomada de contas dos administradores. Por outro
lado, se a a•‹o for consequ•ncia direta de tema tratado em assembleia geral
extraordin‡ria, a delibera•‹o pelo ajuizamento da a•‹o pode ser feita
imediatamente.
A partir dessa delibera•‹o, o administrador fica impedido, devendo ser
substitu’do na mesma assembleia.
Cabe ˆ pr—pria sociedade propor a a•‹o, mas caso esta fique inerte por 3 meses
contados da delibera•‹o da assembleia, qualquer acionista poder‡ faz•-lo. Caso
o resultado da assembleia seja negativo, ainda assim a a•‹o poder‡ ser
proposta por acionistas que representem pelo menos 5% do capital social. Isso
evita que a propositura da a•‹o seja ÒenterradaÓ pelo voto abusivo do
controlador, por exemplo.
Importante salientar, contudo, que, seja a a•‹o proposta pela pr—pria sociedade
ou por acionistas, o produto ser‡ revertido para a companhia, cabendo aos
demandantes apenas o ressarcimento das despesas em que tiverem incorrido.
Por fim, o juiz pode reconhecer a exclus‹o da responsabilidade do
administrador se entender que ele agiu de boa-fŽ e no interesse da companhia.
NinguŽm pode ser responsabilizado por ser um mau gestor, desde que tenha
tido as inten•›es adequadas.
Da mesma forma, n‹o ser‡ poss’vel responsabilizar o administrador que tenha
tido suas contas aprovadas sem ressalva pela assembleia geral ordin‡ria.
Art. 161, ¤ 1¼ O conselho fiscal ser‡ composto de, no m’nimo, 3 (tr•s) e, no m‡ximo, 5
(cinco) membros, e suplentes em igual nœmero, acionistas ou n‹o, eleitos pela
assembleia-geral.
Art. 162. Somente podem ser eleitos para o conselho fiscal pessoas naturais, residentes
no Pa’s, diplomadas em curso de n’vel universit‡rio, ou que tenham exercido por prazo
m’nimo de 3 (tr•s) anos, cargo de administrador de empresa ou de conselheiro fiscal.
3 Ð Quest›es
3.1. Quest›es sem Coment‡rios
1. OAB Ð XXI Exame de Ordem Unificado Ð 2016 Ð FGV.
Bernardino adquiriu de Lorena a•›es preferenciais escriturais da companhia
Campos Log’stica S/A e recebeu do(a) advogado(a) orienta•‹o de como se
dar‡ a formaliza•‹o da transfer•ncia da propriedade.
A resposta do(a) advogado(a) Ž a de que a transfer•ncia das a•›es se
opera
a) pelo extrato a ser fornecido pela institui•‹o custodiante, na qualidade de
propriet‡ria fiduci‡ria das a•›es.
b) pela inscri•‹o do nome de Bernardino no livro de Registro de A•›es
Nominativas em poder da companhia.
a) no Banco Central.
b) no Banco do Brasil.
c) na Comiss‹o de Valores Mobili‡rios.
d) na Bolsa de Valores.
e) no Mercado de Balc‹o.
3.2. Gabarito
2. B 13. A 24. C
3. A 14. D 25. D
4. A 15. A 26. E
5. A 16. D 27. A
6. A 17. D 28. B
9. A 20. ERRADO
11. E 22. C
Coment‡rios:
De acordo com o art. 35, ¤1o da Lei das SA, a transfer•ncia de a•›es escriturais
se opera pelo lan•amento efetuado pela institui•‹o deposit‡ria em seus livros, a
dŽbito da conta de a•›es do alienante e a crŽdito da conta de a•›es do
adquirente, ˆ vista de ordem escrita do alienante, ou de autoriza•‹o ou ordem
judicial, em documento h‡bil que ficar‡ em poder da institui•‹o.
A propriedade das a•›es escriturais Ž comprovada mediante registro no extrato
da conta de dep—sito de a•›es do titular junto ˆ institui•‹o financeira. Esse
extrato deve ser entregue ao titular sempre que ele requerer, todos os meses
em que houver movimenta•‹o, e pelo menos uma vez por ano (art. 35, ¤2o da
Lei das SA).
GABARITO: C
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta. A regra Ž que o preferencialista n‹o tenha direito
a voto, mas, dependendo da situa•‹o, esse direito pode ser a ele conferido. Nos
termos do art. 111 da Lei das SA, o estatuto poder‡ deixar de conferir ˆs a•›es
preferenciais algum ou alguns dos direitos reconhecidos ˆs a•›es ordin‡rias,
inclusive o de voto, ou conferi-lo com restri•›es.
A alternativa B est‡ correta. De acordo com o art. 17 da Lei das SA, as
prefer•ncias ou vantagens das a•›es preferenciais podem consistir:
a) em prioridade na distribui•‹o de dividendo, fixo ou m’nimo;
b) em prioridade no reembolso do capital, com pr•mio ou sem ele; ou
c) na acumula•‹o das prefer•ncias e vantagens de que tratam os itens
anteriores.
A alternativa C est‡ incorreta. De acordo com o art. 124, ¤1o, I, o prazo ser‡ de
8 dias.
A alternativa D est‡ incorreta. A exist•ncia de conselho de administra•‹o Ž
obrigat—ria apenas nas companhias abertas, nas de capital autorizado e nas
sociedades de economia mista.
GABARITO: B
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ correta. Nos termos do art. 168, ¤1o da Lei das SA, a
autoriza•‹o dever‡ especificar, entre outros aspectos, os casos ou as condi•›es
em que os acionistas ter‹o direito de prefer•ncia para subscri•‹o, ou de
inexist•ncia desse direito.
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ correta. Realmente o que diferencia uma companhia aberta
de uma fechada Ž a forma como s‹o negociadas suas a•›es. Isso voc• j‡ est‡
cansado de saber, n‹o Ž mesmo!? J
A alternativa B est‡ incorreta. As companhias abertas n‹o podem emitir partes
benefici‡rias, conforme art. 47, par‡grafo œnico da Lei das SA.
A alternativa C est‡ incorreta. O estatuto da companhia fechada pode impor
limita•›es ˆ circula•‹o das a•›es nominativas, contanto que regule
minuciosamente tais limita•›es e n‹o impe•a a negocia•‹o, nem sujeite o
acionista ao arb’trio dos —rg‹os de administra•‹o da companhia ou da maioria
dos acionistas, nos termos do art. 36 da Lei das SA.
A alternativa D est‡ incorreta. As a•›es ordin‡rias da companhia fechada e as
a•›es preferenciais da companhia aberta e fechada poder‹o ser de uma ou
mais classes, de acordo com o art. 15, ¤1o da Lei das SA.
GABARITO: A
Coment‡rios:
A defini•‹o de subsidi‡ria integral Ž trazida pelo art. 251 da Lei das SA. Vamos
relembrar!?
Art. 251. A companhia pode ser constitu’da, mediante escritura pœblica, tendo como
œnico acionista sociedade brasileira.
GABARITO: A
Coment‡rios:
A nossa resposta Ž a alternativa A, trazendo corretamente a defini•‹o de
deb•nture, que nada mais Ž do que um valor mobili‡rio que confere ao seu
titular direito de crŽdito contra a companhia.
A alternativa B est‡ incorreta porque a•›es e deb•ntures s‹o valores mobili‡rios
diferentes, apesar de ser poss’vel, sob certas condi•›es, que sejam emitidas
deb•ntures convers’veis em a•›es.
A alternativa C est‡ incorreta porque quem emite as deb•ntures Ž a pr—pria
sociedade, n‹o sendo necess‡ria escritura pœblica.
A alternativa D est‡ incorreta porque a Lei das SA prev•, em seu art. 57 a
emiss‹o de deb•ntures convers’veis em a•›es.
Art. 57. A deb•nture poder‡ ser convers’vel em a•›es nas condi•›es constantes da
GABARITO: A
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta porque a sociedade por a•›es (g•nero do qual faz
parte a sociedade an™nima) Ž sempre uma sociedade empres‡ria, nos termos
do par‡grafo œnico do art. 982 do C—digo Civil.
Art. 982. Salvo as exce•›es expressas, considera-se empres‡ria a sociedade que tem por
objeto o exerc’cio de atividade pr—pria de empres‡rio sujeito a registro (art. 967); e,
simples, as demais.
Par‡grafo œnico. Independentemente de seu objeto, considera-se empres‡ria a
sociedade por a•›es; e, simples, a cooperativa.
GABARITO: C
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta. O valor nominal Ž obtido dividindo-se o capital
social pelo nœmero de a•›es, mas a SA n‹o Ž obrigada a conferir um valor
nominal a suas a•›es, permitindo-se que sejam emitidas a•›es sem valor
nominal. Voc• deve estar pensando que n‹o faz diferen•a que o estatuto confira
ou n‹o valor nominal ˆs a•›es, pois esse valor pode ser obtido por meio da
divis‹o do capital social pelo nœmero de a•›es, n‹o Ž mesmo? Na pr‡tica,
porŽm, existe uma vantagem para os acionistas quando o estatuto prev• o
valor nominal de cada a•‹o. Nesses casos h‡ a garantia contra a dilui•‹o
Coment‡rios:
A alternativa A Ž a nossa resposta. A exist•ncia de conselho de administra•‹o Ž
obrigat—ria apenas nas companhias abertas, nas de capital autorizado e nas
sociedades de economia mista. Essa regra tambŽm torna as alternativas B e E
incorretas.
A alternativa C est‡ incorreta porque o conselho de administra•‹o ser‡
composto por, no m’nimo, 3 membros, eleitos pela assembleia-geral e por ela
destitu’veis a qualquer tempo, nos termos do art. 140.
A alternativa D est‡ incorreta. O prazo de gest‹o dos conselheiros n‹o poder‡
ser superior a 3 anos, permitida a reelei•‹o (art. 140, III).
A alternativa E est‡ incorreta. A defini•‹o trazida pela alternativa se refere ao
art. 46, que trata das partes benefici‡rias, e n‹o do b™nus de subscri•‹o.
GABARITO: A
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta. Se o contrato social for omisso, o s—cio pode
ceder sua participa•‹o na sociedade a qualquer outro s—cio, sem a necessidade
de anu•ncia dos demais. Por outro lado, para ceder as quotas a pessoa
estranha ˆ sociedade, n‹o poder‡ haver oposi•‹o de titulares de mais de 25%
do capital social.
Depois da aula de hoje voc• j‡ est‡ cansado de saber que a entidade da
administra•‹o pœblica que regula o mercado de capitais Ž a CVM, n‹o Ž
mesmo!? J
GABARITO: C
Coment‡rios:
No caso trazido pela quest‹o, temos informa•›es suficientes para dizer
claramente que o administrador agiu de m‡-fŽ, por isso aplica-se o art. 158 da
Lei das SA. Quando pratica atos em nome da companhia, em regra ele faz a
companhia presente, ou seja, para todos os efeitos a sociedade pratica aqueles
atos, e n‹o a pessoa do administrador, e por isso n‹o deve ser pessoalmente
responsabilizado, a n‹o ser, obviamente, que aja em desacordo com a lei ou o
estatuto ou ainda de forma culposa ou dolosa.
TambŽm podemos dizer que, em regra, um administrador n‹o pode ser
responsabilizado por atos praticados por outros administradores, a n‹o ser que
tenha sido com eles conivente, negligente em descobri-los ou se tiver deles
tomado conhecimento e deixado de agir para evita-los.
Diante desse cen‡rio, em alguns casos a companhia pode mover a•‹o contra o
administrador que lhe tenha causado danos. Essa Ž a chamada a•‹o de
responsabilidade.
A compet•ncia para decidir ou n‹o pelo ajuizamento da a•‹o de
responsabilidade Ž da pr—pria companhia, por meio da assembleia geral (art.
159).
GABARITO: E
Coment‡rios:
Esta quest‹o gerou muita pol•mica ˆ Žpoca de sua aplica•‹o. Como a
negocia•‹o das a•›es n‹o depende, em regra, de altera•‹o nos atos
constitutivos da companhia, podemos dizer que existe uma maior flexibilidade
nas rela•›es sociais. Por outro lado, soa exagerado, do ponto de vista
doutrin‡rio, dizer que a ado•‹o do regime das companhias traz maior liberdade,
pois a Lei das SA traz MUITAS regras aplic‡veis aos acionistas, muitas vezes
mais complexas que aquelas aplic‡veis ˆs sociedades de pessoas.
GABARITO: ERRADO
Coment‡rios:
Quando pratica atos em nome da companhia, em regra ele faz a companhia
presente, ou seja, para todos os efeitos a sociedade pratica aqueles atos, e n‹o
a pessoa do administrador, e por isso n‹o deve ser pessoalmente
responsabilizado, a n‹o ser, obviamente, que aja em desacordo com a lei ou o
estatuto ou ainda de forma culposa ou dolosa.
TambŽm podemos dizer que, em regra, um administrador n‹o pode ser
responsabilizado por atos praticados por outros administradores, a n‹o ser que
tenha sido com eles conivente, negligente em descobri-los ou se tiver deles
tomado conhecimento e deixado de agir para evita-los.
Diante desse cen‡rio, em alguns casos a companhia pode mover a•‹o contra o
administrador que lhe tenha causado danos. Essa Ž a chamada a•‹o de
responsabilidade.
A compet•ncia para decidir pelo ajuizamento da a•‹o Ž da assembleia geral
ordin‡ria, vez que se encontra entre as atribui•›es do art. 132 a tomada de
contas dos administradores. Por outro lado, se a a•‹o for consequ•ncia direta
de tema tratado em assembleia geral extraordin‡ria, a delibera•‹o pelo
ajuizamento da a•‹o pode ser feita imediatamente. A partir dessa delibera•‹o,
o administrador fica impedido, devendo ser substitu’do na mesma assembleia.
Cabe ˆ pr—pria sociedade propor a a•‹o, mas caso esta fique inerte por 3 meses
contados da delibera•‹o da assembleia, qualquer acionista poder‡ faz•-lo. Caso
o resultado da assembleia seja negativo, ainda assim a a•‹o poder‡ ser
proposta por acionistas que representem pelo menos 5% do capital social. Isso
evita que a propositura da a•‹o seja ÒenterradaÓ pelo voto abusivo do
controlador, por exemplo.
Importante salientar, contudo, que, seja a a•‹o proposta pela pr—pria sociedade
ou por acionistas, o produto ser‡ revertido para a companhia, cabendo aos
demandantes apenas o ressarcimento das despesas em que tiverem incorrido.
Por fim, o juiz pode reconhecer a exclus‹o da responsabilidade do
administrador se entender que ele agiu de boa-fŽ e no interesse da companhia.
NinguŽm pode ser responsabilizado por ser um mau gestor, desde que tenha
tido as inten•›es adequadas. Da mesma forma, n‹o ser‡ poss’vel
responsabilizar o administrador que tenha tido suas contas aprovadas sem
ressalva pela assembleia geral ordin‡ria.
GABARITO: A
Coment‡rios:
Particularmente considerei esta quest‹o bem dif’cil. Talvez seja a mais
complexa da aula de hoje, pois cada alternativa trata de um tema diferente
relacionado ˆ sociedade an™nima.
A alternativa A est‡ incorreta em raz‹o do art. 105 da Lei das SA, segundo o
qual a exibi•‹o por inteiro dos livros da companhia pode ser ordenada
judicialmente sempre que, a requerimento de acionistas que representem, pelo
menos, 5% do capital social, sejam apontados atos violadores da lei ou do
estatuto, ou haja fundada suspeita de graves irregularidades praticadas por
qualquer dos —rg‹os da companhia. A possibilidade de exibi•‹o dos livros se
refere a suspeitas de irregularidades, e n‹o ao preju’zo.
A alternativa B est‡ incorreta. A posi•‹o de credor do ex-c™njuge em rela•‹o ˆs
a•›es de companhia n‹o garante o direito sobre crŽditos da pessoa jur’dica em
face de terceiros. Na realidade nenhum acionista tem direito a se apossar de
crŽditos pertencentes ˆ companhia, nos termos j‡ decididos pelo STJ.
A alternativa C est‡ incorreta porque, de acordo com o art. 54, a deb•nture
ter‡ valor nominal expresso em moeda nacional, salvo nos casos de obriga•‹o
que, nos termos da legisla•‹o em vigor, possa ter o pagamento estipulado em
moeda estrangeira.
A alternativa D Ž a nossa resposta. A compet•ncia para decidir pelo
ajuizamento da a•‹o Ž da assembleia geral ordin‡ria, vez que se encontra entre
as atribui•›es do art. 132 a tomada de contas dos administradores. Por outro
lado, se a a•‹o for consequ•ncia direta de tema tratado em assembleia geral
extraordin‡ria, a delibera•‹o pelo ajuizamento da a•‹o pode ser feita
imediatamente. A partir dessa delibera•‹o, o administrador fica impedido,
devendo ser substitu’do na mesma assembleia.
Cabe ˆ pr—pria sociedade propor a a•‹o, mas caso esta fique inerte por 3 meses
contados da delibera•‹o da assembleia, qualquer acionista poder‡ faz•-lo. Caso
o resultado da assembleia seja negativo, ainda assim a a•‹o poder‡ ser
proposta por acionistas que representem pelo menos 5% do capital social.
A alternativa E est‡ incorreta. De acordo com o ¤3o do art. 107, Ž facultado ˆ
companhia, mesmo ap—s iniciada a cobran•a judicial, mandar vender a a•‹o em
bolsa de valores.
GABARITO: D
Coment‡rios:
Nossa resposta Ž a alternativa A, que mais uma vez menciona a possibilidade
de, diante da omiss‹o da companhia, os acionistas ajuizarem a•‹o de
responsabilidade contra administrador que tenha causado preju’zo.
A alternativa B est‡ incorreta porque, nos termos do art. 109 da Lei das SA, h‡
alguns direitos dos acionistas que n‹o podem ser limitados, entre eles o direito
de participa•‹o nos lucros da sociedade.
A alternativa C est‡ incorreta. Voc• j‡ sabe que o rol de condutas que importam
em abuso de poder do art. 117, ¤1o Ž meramente exemplificativo. A alternativa
D est‡ incorreta porque os impedimentos aplic‡veis aos membros do conselho
fiscal se encontram no art. 147, ¤3o. Entre as causas de impedimento n‹o est‡
a condi•‹o de acionista controlador.
A alternativa E est‡ incorreta porque os membros do conselho fiscal podem ser
acionistas ou n‹o (art. 161, ¤1o).
GABARITO: A
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta porque as a•›es ordin‡rias conferem ao acionista
o direito a voto, diferentemente das a•›es preferencias, que, em regra, n‹o
conferem esse direito.
A alternativa B est‡ incorreta porque as sociedades distribuidoras de t’tulos e
valores mobili‡rios s‹o constitu’das sob a forma de sociedade an™nima ou por
quotas de responsabilidade limitada, conforme Resolu•‹o CMN n. 1.120/1986.
A alternativa C est‡ incorreta. A sociedade an™nima tem esse nome porque n‹o
pode adotar firma social, n‹o incorporando o nome dos fundadores, por
exemplo. AlŽm disso, hoje nosso ordenamento n‹o permite mais a exist•ncia de
a•›es ao portador.
A alternativa D Ž a nossa resposta. A opera•‹o por meio da qual novas a•›es
s‹o emitidas Ž chamada de capitaliza•‹o. Nessa ocasi‹o, como regra geral a
prefer•ncia na subscri•‹o Ž dos acionistas da companhia (art. 109, IV da Lei
das SA), mas, se os neg—cios da sociedade v‹o bem e h‡ perspectivas futuras
de emiss‹o de novas a•›es, pode-se emitir b™nus de subscri•‹o, captando
recursos junto a investidores que estejam interessados em adquirir
preferencialmente novas a•›es por ocasi‹o da sua emiss‹o, sempre
observando-se o limite de aumento de capital autorizado pelo estatuto.
A alternativa E est‡ incorreta porque, de acordo com o art. 89, a incorpora•‹o
de im—veis para a forma•‹o do capital social n‹o exige escritura pœblica.
GABARITO: D
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta porque a exist•ncia de conselho de administra•‹o
Ž obrigat—ria apenas nas companhias abertas, nas de capital autorizado e nas
sociedades de economia mista.
A alternativa B est‡ incorreta. Entre os direitos dos acionistas que n‹o podem
ser suprimidos pelo estatuto e nem pela assembleia geral (art. 109) est‡ a
prefer•ncia para a subscri•‹o de novas a•›es.
A alternativa C est‡ incorreta porque o acionista controlador responde pelos
danos causados por atos praticados com abuso de poder, independentemente
de dolo ou culpa. Isso Ž diferente da situa•‹o na qual o administrador (e n‹o o
controlador) pratica atos em nome da companhia, em regra ele faz a
companhia presente, ou seja, para todos os efeitos a sociedade pratica aqueles
atos, e n‹o a pessoa do administrador, e por isso n‹o deve ser pessoalmente
responsabilizado, a n‹o ser, obviamente, que aja em desacordo com a lei ou o
estatuto ou ainda de forma culposa ou dolosa.
A alternativa D Ž a nossa resposta. A limita•‹o de um ter•o dos membros do
conselho fiscal encontra-se prevista no art. 143, ¤1o.
A alternativa E est‡ incorreta. Em regra, a assinatura do livro de presen•a Ž
obrigat—ria, mas na aula de hoje voc• aprendeu que a Lei das SA j‡ traz
previs‹o de vota•‹o a dist‰ncia.
GABARITO: D
Coment‡rios:
Particularmente achei a reda•‹o da quest‹o bastante confusa. Voc• sabe que a
Lei das SA prev• a possibilidade de formaliza•‹o do acordo de acionista, que
goza de interessante prote•‹o legal. Por outro lado, nas sociedades contratuais
n‹o h‡ previs‹o legal de acordo de cotistas, mas ainda assim se admite a figura
GABARITO: CERTO
Coment‡rios:
AlŽm das normas que disciplinam a atua•‹o do controlador, tambŽm devemos
conhecer as regras trazidas pela Lei das SA acerca da aliena•‹o do poder de
controle da companhia.
Art. 254-A. A aliena•‹o, direta ou indireta, do controle de companhia aberta somente
poder‡ ser contratada sob a condi•‹o, suspensiva ou resolutiva, de que o adquirente se
obrigue a fazer oferta pœblica de aquisi•‹o das a•›es com direito a voto de propriedade
dos demais acionistas da companhia, de modo a lhes assegurar o pre•o no m’nimo igual a
80% (oitenta por cento) do valor pago por a•‹o com direito a voto, integrante do bloco de
controle.
Coment‡rios:
O art. 89 da Lei das SA Ž expresso no sentido de que a incorpora•‹o de im—veis
para forma•‹o do capital social n‹o exige escritura pœblica.
GABARITO: ERRADO
Coment‡rios:
A constitui•‹o das sociedades an™nimas Ž um processo complexo, mas em
momento algum h‡ a contratualiza•‹o das rela•›es entre os acionistas. O
principal instrumento que rege essas rela•›es Ž o estatuto social.
GABARITO: CERTO
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta. Como a quest‹o se refere ˆ sociedade an™nima,
n‹o h‡ aplica•‹o subsidi‡ria das regras da sociedade em comum. O pr—prio art.
986 do C—digo Civil, que menciona a aplica•‹o subsidi‡ria das normas da
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta. Como regra, os administradores s‹o
solidariamente respons‡veis pelos preju’zos causados em virtude do n‹o
Coment‡rios:
Quando a Lei das SA refere aos administradores da sociedade, est‡ tratando
tanto dos membros do conselho de administra•‹o quanto dos diretores. ƒ
poss’vel, porŽm, que a sociedade n‹o conte com conselho de administra•‹o, a
depender do que dispuser o estatuto. Lembre-se, porŽm, de que o conselho de
administra•‹o Ž obrigat—rio na companhia aberta, na sociedade de capital
autorizado e na sociedade de economia mista), nos termos do art. 138 da Lei
das SA.
GABARITO: C
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta. O credor garantido por aliena•‹o fiduci‡ria da
a•‹o n‹o poder‡ exercer o direito de voto. O devedor, por sua vez, somente
poder‡ exerc•-lo nos termos do contrato (art. 113, par‡grafo œnico).
A alternativa B est‡ incorreta porque a lei permite que o estatuto limite o
nœmero de votos de cada acionista e, ao mesmo tempo, pro’be a atribui•‹o de
voto plural a uma classe espec’fica de a•›es, ou seja, n‹o se pode atribuir mais
de um voto a uma mesma a•‹o. Um acionista que tenha v‡rias a•›es ter‡
direito a v‡rios votos, mas n‹o se pode estabelecer dois ou mais votos para
uma s— a•‹o.
A alternativa C est‡ incorreta. Se todos os subscritores forem cond™minos de
bem com que concorreram para a forma•‹o do capital social, poder‹o aprovar o
laudo, mas ser‹o responsabilizados pelos danos que causarem por culpa ou
dolo na avalia•‹o dos bens.
A alternativa D Ž a nossa resposta. A alternativa copia integralmente o texto do
art. 11 da Lei das SA.
A alternativa E est‡ incorreta porque o acionista responde pelos danos causados
pelo exerc’cio abusivo do direito de voto, ainda que seu voto n‹o haja
prevalecido (art. 115, ¤3o).
GABARITO: D
Coment‡rios:
No que se refere ˆ divis‹o das a•›es em classes, voc• deve lembrar que as
a•›es ordin‡rias e preferenciais, em regra, poder‹o ser divididas em classes,
com exce•‹o das a•›es ordin‡rias de companhias abertas. Por isso nossa
resposta Ž a alternativa E, j‡ que estamos diante de uma companhia que
pretende abrir seu capital para negocia•‹o em bolsa de valores.
GABARITO: E
Coment‡rios:
O capital da companhia Ž divido em a•›es. Isso voc• j‡ est‡ cansado de saber,
mas o importante aqui Ž lembrar que, diferentemente das sociedades
contratuais, nas sociedades an™nimas os acionistas n‹o respondem
solidariamente pelo capital a integralizar, mas apenas pelo pre•o de emiss‹o
das a•›es subscritas. Lembre-se do art. 1o da Lei das SA.
Art. 1¼ A companhia ou sociedade an™nima ter‡ o capital dividido em a•›es, e a
responsabilidade dos s—cios ou acionistas ser‡ limitada ao pre•o de emiss‹o das a•›es
subscritas ou adquiridas.
GABARITO: A
Coment‡rios:
A alternativa A est‡ incorreta. As a•›es da companhia nem sempre s‹o
negociadas em bolsa de valores e mercado de balc‹o (mercado de capitais).
Isso somente ocorre nas companhias abertas.
A alternativa B Ž a nossa resposta. O C—digo Civil determina em seu art. 982,
par‡grafo œnico, que a sociedade an™nima Ž sempre empres‡ria.
A alternativa C est‡ incorreta. A sociedade an™nima Ž uma das modalidades de
sociedades por a•›es, juntamente com a sociedade em comandita por a•›es.
A alternativa D est‡ incorreta. A a•‹o Ž considerada um bem como qualquer
outro, e est‡ sujeito a penhora.
A alternativa E est‡ incorreta. Depois da aula de hoje voc• deve achar
engra•ada uma alternativa que diga que pre•o de emiss‹o, valor nominal e
valor de negocia•‹o s‹o a mesma coisa, n‹o Ž mesmo? Vamos aproveitar para
relembrar!
a) Valor nominal
Esse valor Ž obtido dividindo-se o capital social pelo nœmero de a•›es. Lembre-
se de que a SA n‹o Ž obrigada a conferir um valor nominal a suas a•›es,
permitindo-se que sejam emitidas a•›es sem valor nominal.
Voc• deve estar pensando que n‹o faz diferen•a que o estatuto confira ou n‹o
valor nominal ˆs a•›es, pois esse valor pode ser obtido por meio da divis‹o do
capital social pelo nœmero de a•›es, n‹o Ž mesmo? Na pr‡tica, porŽm, existe
uma vantagem para os acionistas quando o estatuto prev• o valor nominal de
cada a•‹o. Nesses casos h‡ a garantia contra a dilui•‹o injustificada do valor
patrimonial das a•›es por ocasi‹o da emiss‹o de novas a•›es.
Se a companhia emite novas a•›es com valor patrimonial inferior ˆs antigas,
todos os acionistas que j‡ est‹o no quadro terminam sendo prejudicados, pois
suas a•›es passam a representar uma parcela menor do capital social. Por
outro lado, se as a•›es t•m valor nominal, o patrim™nio acion‡rio n‹o ser‡
diminu’do, j‡ que o art. 13 da Lei das SA pro’be a emiss‹o de a•›es por pre•o
inferior ao seu valor nominal.
ƒ importante ainda salientar que nada impede que o pre•o de emiss‹o das
novas a•›es seja superior ao seu valor nominal. Nesse caso a diferen•a entre os
dois valores, chamada de ‡gio, dever‡ obrigatoriamente compor reserva de
capital (art. 13, ¤2o).
b) Valor patrimonial
TambŽm chamado de valor real, Ž calculado levando-se em conta o patrim™nio
l’quido da sociedade. Em vez de dividir o capital social pelo nœmero de a•›es,
divide-se o patrim™nio l’quido. Caso voc• n‹o esteja familiarizado com o
conceito, o patrim™nio l’quido Ž calculado deduzindo-se o passivo (obriga•›es)
da companhia do seu ativo (bens e direitos).
No ato de constitui•‹o da companhia, se suas a•›es tiverem valor nominal, este
ser‡ igual ao valor patrimonial, pois no momento da sua constitui•‹o a
sociedade ainda n‹o tem passivo, n‹o Ž mesmo? A partir de sua entrada no
mercado, a companhia passa a titularizar crŽditos e dŽbitos, o que far‡ com que
dificilmente seu capital social e seu patrim™nio coincidam novamente.
O valor patrimonial Ž levado em considera•‹o, por exemplo, quando a
companhia precisa ser liquidada, assim como nas opera•›es de amortiza•‹o de
a•›es ordin‡rias e preferenciais, que podem ser substitu’das pelas a•›es de
frui•‹o.
c) Valor de negocia•‹o
Na sociedade an™nima Ž livre a negocia•‹o da participa•‹o societ‡ria. Essas
transa•›es, como voc• j‡ sabe, normalmente ocorrem no mercado de capitais
secund‡rio, no qual os acionistas vendem suas a•›es a investidores
interessados, cobrando valores que oscilam em fun•‹o das mais variadas
circunst‰ncias.
Alguns doutrinadores falam em valor de negocia•‹o privada e valor de
mercado, mas no final os dois conceitos s‹o muito semelhantes, um referindo-
se ao mercado de balc‹o e outro ao mercado de capitais.
d) Valor econ™mico
Esse valor Ž aferido por meio de estudos tŽcnicos especializados, nos quais os
peritos concluem o valor que as a•›es possivelmente valeriam se fossem postas
ˆ venda no mercado de capitais.
Essa tŽcnica Ž importante, por exemplo, nos casos de apura•‹o de
responsabilidade dos administradores em rela•‹o ˆ negocia•‹o de a•›es que
eram de propriedade da companhia. Se os administradores decidiram vender
a•›es que pertenciam ˆ companhia e h‡ desconfian•a de que a opera•‹o foi
subvalorada, por exemplo, somente por meio de estudos ser‡ poss’vel verificar
por quanto aquelas a•›es poderiam ter sido vendidas na ocasi‹o.
e) Pre•o de emiss‹o
No mercado de capitais prim‡rio, como voc• j‡ sabe, desenvolvem-se as
opera•›es de subscri•‹o de novas a•›es, o que ocorre quando uma companhia
passa pela abertura de capital ou quando aumenta seu capital social.
Nessas opera•›es o valor pago pelas a•›es Ž o pre•o de emiss‹o, que
representa o valor que o investidor entrega ˆ sociedade como contribui•‹o para
o capital social. O pre•o, bem como as condi•›es de pagamento, Ž estabelecido
pela pr—pria companhia, unilateralmente. Obviamente a companhia tenta ao
m‡ximo estabelecer o pre•o de emiss‹o no patamar suficiente para tornar a
opera•‹o vi‡vel financeiramente e, ao mesmo tempo, atrair o nœmero esperado
de investidores que tenham interesse em subscrever as a•›es.
O pre•o de subscri•‹o pode ser superior ao valor nominal da a•‹o. A diferen•a Ž
o ‡gio, que dever‡ obrigatoriamente constituir reserva de capital da companhia.
GABARITO: B
Coment‡rios:
Como voc• aprendeu na aula de hoje, nas sociedades an™nimas n‹o h‡ regras
sobre a responsabilidade ilimitada dos acionistas quanto ao capital a
integralizar. Na realidade o acionista tem sua responsabilidade limitada ao
pre•o de emiss‹o das a•›es subscritas ou adquiridas.
GABARITO: A
Coment‡rios:
De acordo com o art. 7o da Lei das SA, o capital social poder‡ ser formado com
contribui•›es em dinheiro ou em qualquer espŽcie de bens suscet’veis de
avalia•‹o em dinheiro.
GABARITO: A
4 Ð Resumo da Aula
Transpar•ncia
Equidade
Princ’pios da
Governan•a Corporativa
Accountability
Responsabilidade
corporativa
Nas SA cada acionista responde apenas pela integraliza•‹o das suas a•›es, n‹o
havendo qualquer previs‹o de responsabilidade solid‡ria pela integraliza•‹o de
todo o capital social.
Mercado de Balc‹o
Opera•›es de compra e venda
Secund‡rio dos valores mobili‡rios fora da
Mercado de bolsa de valores
capitais
Somente opera•›es de compra
Bolsa de Valores e venda de valoes mobili‡rios
(mercado secund‡rio)
Nas sociedades an™nimas abertas, todo o capital deve ser subscrito, sob pena
de cancelamento do registro de emiss‹o concedido pela CVM.
Ordin‡rias
CLASSIFICA‚ÌO De frui•‹o
DAS A‚ÍES
Nominativas
Quanto ˆ forma de
transfer•ncia
Escriturais
Valor nominal
Valor patrimonial
MƒTODOS DE VALORA‚ÌO
Valor de negocia•‹o
DAS A‚ÍES
Valor econ™mico
Pre•o de emiss‹o
Companhia
8 dias de anteced•ncia
fechada
Primeira
convoca•‹o
Companhia
15 dias de anteded•ncia
aberta
Convoca•‹o da
assembleia geral
publicada pelo menos 3x
Companhia
5 dias de anteced•ncia
fechada
Segunda
convoca•‹o
Companhia
8 dias de anteced•ncia
aberta
5 Ð Jurisprud•ncia Aplic‡vel
administrativas, como a Comiss‹o de Valores Mobili‡rios (CVM), incluir outros atos lesivos
efetivamente praticados pelos controladores.
Para a caracteriza•‹o do abuso de poder de que trata o art. 117 da Lei das Sociedades por
a•›es, ainda que desnecess‡ria a prova da inten•‹o subjetiva do acionista controlador em
prejudicar a companhia ou os minorit‡rios, Ž indispens‡vel a prova do dano. Precedente. -
Se, n‹o obstante, a iniciativa probat—ria do acionista prejudicado, n‹o for poss’vel fixar, j‡
no processo de conhecimento, o montante do dano causado pelo abuso de poder do
acionista controlador, esta fixa•‹o dever‡ ser deixada para a liquida•‹o de senten•a.
Recurso especial provido.
REsp 798.264/SP, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, j. 06.02.2007, Terceira
Turma, DJ 16.04.2007, p. 189.
6 Ð Considera•›es Finais
Chegamos ao final da nossa aula de hoje! Espero que voc• esteja gostando do
nosso curso. Se ficar alguma dœvida n‹o deixe de me procurar, ok!? J
Grande abra•o!
Paulo Guimar‹es
professorpauloguimaraes@gmail.com
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@profpauloguimaraes
(61) 99607-4477