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Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

B213z

Barbosa, Thalys Eduardo Aparecido Silva, 1991-


Zee Griston e o fogo negro / Thalys Eduardo Aparecido Silva Barbosa. -
1. ed. - Salto, SP : Schoba, 2015.
116 p. ; 23 cm.

Sequência de: Zee Griston e os olhos do armagedom


ISBN 978-85-8013-394-3

1. Novela brasileira. I. Título.

15-22049 CDD: 869.93


CDU: 821.134.3(81)-3
P.S.: O vidro da esfera quebrará depois que a mensa-
gem for lida. As estrelas estavam mais que apaixona-
das e se amando naquele momento.

Zee acabara de receber uma esfera mensageira com um papiro


de Nina, que não via há muito tempo — desde que voltara para
casa nas férias escolares. O garoto sentia quase — ou mais — os
mesmos sentimentos pela menina.
— Hey, garoto imbecil! Cortou-se com esse vidro, né? —
perguntou Caveirinha.
— Não, senhor, é molho de tomate — mentiu Zee.
Zee estava brincando com sua locomotiva de colecionador e
ouvindo samba. No dia seguinte, iria ao dentista.
Zee estava entediado em casa; um grande temporal o prendia.
Não pôde se encontrar com seus amigos, que ainda estavam ten-
tando explicar aos pais por onde estiveram e o que era Kimbulân-
dia. Eles não aceitavam de maneira nenhuma esse novo mundo, o
mundo mágico; já para Zee, o mais difícil era conviver com o chato
do seu padrasto, que estava curioso para saber como uma ave tão
grande e diferente como Amorá e o cãozinho, Futrica, não existiam
nos livros e documentários de animais. A mãe do garoto estava ex-
tremamente orgulhosa por tudo que o filho havia feito. Agora, mais
do que nunca, eles estavam unidos como melhores amigos. Zee
havia apenas ido tomar sorvete de maracujá com seu primo, Gui-
lherme, que era muito legal, gostava de jogos, break e sanduíche.
Sorte. Amizade. Zee sempre sentia isso ao sentar em seu ba-
lanço de pneu. Ela observava a imortalidade de sua ave, Amorá, e
via, também, um anjo ao olhar sua avó; um anjo que ele sempre
cultivou dentro de seu coração, comendo algumas bolachas e em-
padinhas de talento em meio à natureza de sua alma selvagem.

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— Esse garoto está muito rebelde! Como pôde permitir que
ele fizesse essa tatuagem, Keila? — perguntou ele para a esposa.
— Eu não permiti nada, deve ser de henna — respondeu a
kimbulo, com medo de que o marido descobrisse seu mundo.
Zee havia treinado, às escondidas, vários feitiços e tinha, ago-
ra, habilidades incríveis, como o feitiço Lectius, que bania os Incu-
bos, terríveis demônios salientes.
Zee gostava de assistir a desenhos.
Os dias se passaram muito devagar e a volta de Zee e de seus
amigos para a escola já se aproximava. A única notícia que o garo-
to tinha de seu mundo vinha de sua avó, que adorava lhe contar
suas aventuras contra kimbulos do mal usando nuvens tibérias, já
que ela sabia que o inverno chegaria com crueldade até a escola
para onde o neto logo retornaria.
Os dias logo se passaram. Zee retornaria para sua viagem no
dia seguinte e ainda não tinha notícias de seus amigos. O garoto
foi até a casa de Doug e o pai do garoto disse que ele estava na
Alameda Himalaia com o resto de seus amigos. Zee deixou sua
mala e seus animais engaiolados prontos para a viagem. Tinha um
casaco de tricô na cor azul e vermelho e gostava de jogar pôquer
com seu primo Ruan.
Zee era adepto à reciclagem; ele adorava reciclar as coisas,
gostava de cuidar do planeta e sempre ajudava a levar o lixo para
fora de casa; também lavava a louça e limpava a casa para sua fa-
mília. Sua avó era como sua tutora; ela o educava e sempre dava
um jeito de serem uma família honesta e honrada.
Zee, agora, mesmo sem entender, carregava uma coroa, e isso
lhe fazia ter responsabilidades. Sempre que está em perigo, sua
coroa brilha como gelo.
— Mãe, vou até a Alameda Himalaia para tentar encontrar os

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nas negras e olhos muito roxos meio escondidos pelo capuz negro.
— Estava me observando por quê? E o que exatamente o se-
nhor é? — perguntou Zee, com os olhos arregalados e com sua face
cor de neve, de tão pálido que estava por debaixo da roupa negra.
— Fui amigo de seu pai, Zee. Fomos inseparáveis antes...
Antes... Antes de ganhar essa maldição — falou o homem com
seus enormes olhos roxos mostrando um brilho triste trazido por
lembranças.
— Como se chama, senhor, e de que maldição está falando? —
perguntou Zee, agora muito curioso ao olhar para o homem-coruja.
— Quando as trevas ganharam força, mantive-me fiel e leal
aos meus amigos, ao meu mundo e, principalmente, a Zedom.
Escondi-me o máximo que pude, mas fui encontrado por um
kimbulo muito cruel chamado Mascareyde. Ele estava à procura
de um objeto mágico muito poderoso e sabia que eu era o único
kimbulo guardião, então, ele me prendeu e me torturou esperan-
do que eu dissesse onde esse objeto estava, mas eu não disse. Ele
não me matou; ao invés disso, lançou uma maldição irreversível e
me transformou em um animal. Esperava que assim eu revelasse
onde estava o que ele procurava, mas não tive coragem; preferi vi-
ver aprisionado nesse corpo. Antes, chamava-me Silas Lowdberg,
hoje, prefiro ser chamado apenas de Lowd — disse Lowd, olhando
em direção à lua minguante sobre o céu cheio de estrelas cadentes.
— Mas, senhor Lowd, por que está me observando? No que
posso lhe ajudar? — perguntou Zee, observando Lowd comer
um rato.
— Não é me ajudar, é te ajudar, pequeno Zee. Sei tudo sobre
seu último ano em Kimbulândia. Merlin me revelou seu ato de bra-
vura junto aos seus amigos, e sei que tem algo que Mascareyde quer
muito, Griston — respondeu Lowd de uma forma assustadora.

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velho amigo, certo?
— Amigo? Que amigo? — perguntou Otávio com cara de leão.
— Não me faça perguntas, rapaz. Logo todos vocês verão —
disse Bilba ao revirar sua bolsa de ganso.
— O que é aquilo? — perguntou Zee.
Ao longe, um enorme trenó voava pelo céu vindo em direção
ao grupo que ali estava. Um trenó negro puxado por ursos polares
brancos, porém, extremamente sujos de carvão, que rapidamente
desceu ao chão.
— Bem, pessoal, devo-lhes apresentar o irmão do Papai Noel.
Este é Baltos Noel, o irmão do nosso bondoso velhinho. Antes só
temos que passar no trevão — apresentou-lhes Bilba.
Baltos Noel era muito corpulento e tinha vestes sujas e sur-
radas e graxa por todo o rosto e mãos. Tinha um jeito ranzinza e
exalava um forte bafo de cerveja de bárbaros. Ele espantou algu-
mas moscas que o rodeavam e mexeu com a cabeça indicando ao
grupo para subir no trenó.
Viajaram a madrugada toda voando bem alto, até a feira dos
queijos no Egito. Todos chegaram e desembarcaram. Logo o velho
gordo e muito ranzinza se foi, sem ao menos se despedir, largando
os garotos em meio a um monte de areia à beira das pirâmides.
— Aqui mesmo, meninos, juntem-se.
Todos fizeram uma roda e Bilba revirou sua bolsa, retirando
um estranho espelho portátil, um espelho de mão. Ela colocou o
espelho no chão e murmurou “pé de pombo”.
— Vamos, meninos, entrem — Bilba chamou os quatro
amigos.
Zee colocou seu dedo indicador no espelho e logo atravessou
o mini espelho portátil, parando no subterrâneo mágico de Kim
novamente, mas, agora, acompanhado de seus melhores amigos.

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CAPÍTULO 2
O dia dos Kimbulos

O
sol estava a favor de Zee. “Por sorte!”, ele imaginou.
Os garotos seguiram Bilba até algumas lojas para as
compras dos novos livros para o segundo ano em Kim-
bulândia. Entraram em várias livrarias.
— Vejam, pessoal, aquela loja é a famosa livraria Book Cramb,
com certeza encontraremos o material pra aula de Lapidação Má-
gica — chamou Loryn.
Os garotos, acompanhados por Bilba, entraram na livraria,
onde havia vários kimbulos fazendo suas compras escolares. No
alto da loja havia um enorme corpo de peixe separado o corpo
da cabeça onde estava escrito Book Cramb. A livraria havia sido
fundada em 1567, “o dia da mobilização”.
Dentro da livraria, eles se depararam com Mocco, sorrindo e
com a pele enrugada por causa do grande sorriso.
— Olá! Sou Mocco — apresentou-se o pequenino para os
outros amigos além de Zee.
— Oi, Mocco, o que faz por aqui? — perguntou Zee.
— Bem, eu estou à procura de um perfume. Arranjei uma

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ao normal, retorcendo os quadris e queixos. Agora que tudo
estava pronto, eles pararam no restaurante Abóbora Mágica e
tomaram refrescos, pois, em alguns instantes, embarcariam no
grande balão. A noite agora estampava pela lona a imagem de
uma linda lua brilhante.
Bilba estava bem mais calma após ter guiado os amigos com
excelência.
— Bem, garotos, aqui estão seus passes para o balão que os
levará para Kimbulândia — explicou Bilba. Ela entregou um pe-
daço de pergaminho com o desenho de um tijolo alado.
Após dar um tchauzinho engraçado, Bilba retornou ao corpo
de Zee na forma de uma simples sombra. Os quatro amigos cor-
reram rumo à fila de embarque, aproximaram-se da roca e espeta-
ram seus dedos indicadores um a um.
— Nossa! Jéssica Rardy está muito magra — disse Loryn.
— Talvez ela seja um esqueleto — brincou Doug.
Zee e seus amigos entraram em uma cabine vazia e se acomo-
daram. Em minutos, o balão já estava ao ar ganhando uma velo-
cidade estranhamente mágica, riscando as nuvens e iluminando o
céu, que estava bastante estrelado naquela noite.
Zee notou uma porção de guloseimas dentro da cabine, como
luvinhas de abóbora, pirulitos de bolhas, biscoitos recheados com
amor e uma cesta com a cabeça de um porquinho de porcelana
com o seguinte bilhete:

Nossos votos de Feliz Dia dos Kimbulos! Que nossos


porcos de porcelana sempre estejam doces e que todos
nossos amados kimbulos sempre continuem fazendo
magia em seus sonhos.
Kimbulândia.

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vejo, inclusive você, Zee, está mais gato a cada dia, né? — disse
Patrícia, jogando-se para cima dele.
— Também sentimos saudades, Patty, mas o Zee está com
saudade mesmo é da Nina — contou Loryn.
— Acabei de cruzar com ela agorinha mesmo. Está linda —
disse Patty.
Mocco estava se lambuzando com pirulitos de bolhas e foi
quando, mais uma vez, a porta da cabine se abriu e entrou Mari-
na Capucci. A menina continha inúmeras lágrimas nos olhos. Ao
ver Zee dentro da cabine, deu um forte impulso e correu até ele,
dando-lhe um abraço muito forte e apaixonado. Todos ficaram
quietos e tímidos perto do casal, como se estivessem segurando
uma vela de lua.
— Zee, não sabe como é difícil ficar longe de você — falou
Nina.
— Eu senti muito sua falta também, Nina — disse Zee.
Em seguida, a menina tirou um broche de seus bolsos e arras-
tou Zee para o canto para que ninguém pudesse ouvir.
— Zee, isso aqui é um gira-alma, fique com ele como presen-
te de reencontro.
— Nina, obrigado, mas eu não te trouxe nada. Da próxima
sou eu, ok? — disse Zee com os olhos apaixonados.
Eles se despediram e Zee voltou para a cabine para ficar junto
de seus amigos. Doug e Otávio estavam brigando para ver com
quem ficaria o último pirulito de bolhas e Loryn já estava dor-
mindo. Deitou-se ao lado da amiga e adormeceu. Enquanto isso,
o balão já chegava à Europa.
Todos acordaram e viram uma claridade forte entrando pela
janela. Já era dia e eles estavam chegando. Ao anoitecer, todos
desembarcaram em Firenze, em Hallred, onde fazia bastante frio

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ouro; à mesa, havia muitas delícias do mundo todo, uma verda-
deira e grandiosa ceia. Na gigantesca mesa circular estavam alguns
professores dos quais que Zee sentia falta: o ranzinza professor
Will Stik, a professora sênior Rose Marry, Alejandro Volps, e o ze-
lador Severino, que era muito cauteloso, o pequenino Linde Frow,
Armênio Milbe, com seu apito de juiz, Raimunda Zolou e, ao
centro, Zee notou a presença de Merlin.
Alguns alunos do primeiro ano ficaram boquiabertos ao sabe-
rem que estavam estudando no mesmo colégio que Zee Griston,
o dono das lágrimas de ouro dos Luminarius.
Todos estavam sentindo um ar de bruxaria em Kimbulândia,
mas que passou rápido e depois voltou a ser puro oxigênio.
Zee viu um lindo lustre de cristal em Kimbulândia. Ele teve a
impressão de estar olhando para ele uns cinco anos.
Tapetes arábicos.
Duendes do Papai Noel se agitavam.
Rain man, chovia.
Na plantação de morango, uma bola de basebol titãs.
O campo das flores vermelhas e das folhas verdes era sagrado.
Pomos viriam, baby, eu estou aqui.
Zee estava carregando um brilho boreal.
Oráculo da montanha da coruja.
— Pessoal, é incrível que Merlin tenha vindo, não acham? —
perguntou Zee, muito feliz, bebendo seu suco de maçã.
— Mas, Zee, não vejo Merlin em lugar algum — disse Doug.
— Sim, ele está ali, vejam, ele está sentado bem ali — dis-
se, com certeza, Zee. Continuou vendo Merlin como se visse um
grande navio, uma grande embarcação.
— Não, Zee, ele não está aqui — informou Loryn.
Zee estava bastante confuso, como poderia estar vendo Mer-

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Zee com um olhar bastante agressivo. Gustavo d’Badia, Luminarius;
Gayo Rodrigues, Luminarius também; e Gisele Teka, Americus.
A noite passou rápido. Após o jantar comemorativo do Dia
dos Kimbulos, Zee e seus amigos foram para seu quarto, que es-
tava intacto, com suas camas exageradamente macias, seus criados
de cerejeira, cortinas estreladas, um grande tapete pomposo com
pele de animal e seu sofá muito negro.
Os Zlod se reuniram mais uma vez. Ficaram a noite toda com
suas incríveis luvas mágicas treinando feitiços para desenferrujar.
Zee deitou-se em sua cama sobre seu travesseiro mágico, que tinha
muita história para contar, e logo começou a dizer um segredo seu
para seus amigos.
— Eu preciso lhes contar algo — disse ele.
— Então conta, Zee; o que tem de tão importante que ainda
não tenha nos contado? — perguntou Otávio.
— Bem antes de virmos para Kimbulândia fui procurar vocês
em uma alameda perto de casa. Adormeci e acordei em cima de
uma árvore e um homem me encontrou. Bem, ele não era especi-
ficamente um homem, era metade coruja, metade homem. Ele me
disse que estava me observando, disse que tem uma pessoa com o
nome de Mascareyde que o torturou e o jogou essa maldição. Ele
também falou que era amigo de Merlin, disse-me que sou a chave,
uma chave que Mascareyde está procurando — contou Zee.
— Mas, Zee, você não acreditou nisso tudo não é? Depois
de Crack agora esse Mascareyde? Isso mais parece uma piada —
falou Doug.
— É, eu sei, mas não acham que preciso ficar atento, caso
essa história seja verdade? E se for mesmo, e se Mascareyde existir?
Preciso estar preparado — explicou Zee aos amigos.
Zee viu um cartaz que dizia “impacto no chão foragido”.

24
CAPÍTULO 3
Gira-alma

Z
ee passou por Alex Serpente, cabelos puxados pra trás, foi
para um riacho, um lago, e mergulhou em meio a milha-
res de borboletas que o levitaram magicamente até seu
encontro com Nina.
Passou pelas plantações de milho e mandioca, viu um espan-
talho em meio a muitas hortaliças e saiu quase atrasado para sua
aula de Lapidação Mágica. Quando as portas de seu quarto se
abriram, encontrou Nina. A garota empurrou Zee para o canto,
com medo de que alguém dos Americus os visse juntos. Ele viu
uma relva linda, um bosque cheio de flores em um véu de jardim
élfico muito hospitalar e acolhedor. Cheiro de chá vinha de uma
da cantina e também um aroma de torradas com bastante geleia
de morango. Colinas, muitos coelhos e borboletas rodeadas por
uma brisa que dominava o bosque do brasão.
Merlin enviou uma carta para Zee:

Zee, estou cavalgando para o Norte, perto da água que


cai nos poderes dos magos de carvalions. Fique bem,

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— Vá para a aula de Animais Mágicos, com a professora Ele-
na Dorbs, e eu me encontrarei com Loryn, Otávio e Douglas.
Lembre-se: no jantar, voltamos ao normal — explicou Capucci.
Zee e Nina deram um grande beijo e ele seguiu as amigas de
Nina, com medo e andando totalmente desajeitado, como se aquilo
fosse a pior coisa do mundo. As amigas de Nina logo o receberam.
— O que houve com você, Nina, está tudo bem? — pergun-
tou Amanda Bond.
— Estou bem, acho que estou — falou Zee com a voz de Nina.
— Vamos para a floresta de Gregório, hoje vamos alimentar
unicórnios — disse Amanda.
— Sério? Que legal, nunca alimentei unicórnios!
— Não? Mas havia me dito que sim, Nina, você mentiu?
Zee ficou todo desconcertado, explicando-se para Amanda,
imaginando como seria bom estar com seus amigos, mas, ao mes-
mo tempo, sentindo sua amada Nina dentro e fora dele, como se
eles fossem um só.
A turma do terceiro ano entrou a fundo na floresta. Vários
corvos voavam no céu, cada um levando consigo várias cestas
cheias de frutas frescas e capim. Seguindo em uma fila única, a
professora extremamente gorda que carregava consigo um porco
à cintura, em uma espécie de bolsa de canguru, todos os alunos
pularam um riacho e, ao longe, já se via um bando de lindos
cavalos com crinas muito lisas e brancas que exalavam um poder
divino e supremo, com majestosos chifres perolados e lindos e
enormes olhos azuis em um vento que tocava o orvalho das ca-
choeiras e montanhas.
— Bem, pessoal, hoje aprenderemos como ganhar a con-
fiança de um unicórnio. Cada aluno deve aprender que um
unicórnio é um ser sagrado no mundo da magia Kim. Se um

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— Tirando o fato de sabermos que gosta de colar glitter nas
suas anotações, sim — falou Doug debochando.
Zee contou tudo sobre o gira-alma e o unicórnio para seus
amigos, que ficaram espantados em saber que tal objeto tinha
grande poder.
— Bem que notei o modo como andava, muito estranho —
disse Loryn.
Os amigos foram para seus quartos cedo naquela noite. Loryn
havia contado como fez um ponto em círculo facilmente na aula
de Lapidação Mágica; Zee estava totalmente sem informação so-
bre aquela aula, a única coisa que pensava era em descansar depois
do dia cheio que tivera. Sem perceber, ele apanhou um dos traves-
seiros em sua cama e adormeceu. Quando acordou, às margens de
um laguinho, viu, espelhado, o reflexo da noite. Nas margens do
laguinho, havia várias pedras que quase escondiam por completo
uma caverna misteriosa. Zee se levantou do monte de capim e en-
trou na caverna, para a qual havia sido levado pelo travesseiro má-
gico. Zee via pelo chão vários pequenos sapos cobertos de pedras.
Quanto mais o garoto penetrava na caverna, mais escuro ficava.
Zee, em meio à escuridão, retirou um par de suas luvas mágicas
que estava no bolso de seu pijama.
— Iluminati uivos — murmurou Zee para a escuridão e logo
se ouviu a resposta de um forte eco e, na palma de sua mão, surgiu
uma luz forte, como um dedo de lanterna.
Zee via vários rochedos e, ao fundo, havia uma enorme pa-
rede de Acácia sobre a madeira e nela, algumas inscrições com
a imagem do olho de Zedom e, abaixo, um enorme diamante
esculpido sobre a madeira. Zee observou curioso, imaginando o
que realmente seria aquilo. Foi quando apareceu um duende com
a face mais enrugada que de costume.

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CAPÍTULO 4
L a d r ã o d e Fa c e s

Z
ee ganhou uma pulseira de Hércules que dava a ele uma
força comparada com à do herói.
No Templo de Hera.
Zee tinha em seu quarto um cisne de cristal.
O herdeiro dos astros, Zee Griston.
Zee deu à Nina um coelho como prova do seu amor, um co-
elho chamado Zeni.
“Panos de prato escondem segredos”, pensou Zee.
“Fones de ouvidos são como unicórnios”, pensou também.
Cata-vento em Kimbulândia.
Quatro dogues alemães andavam soltos na floresta de Gregó-
rio, protegendo o chamado sono do bebê.
Zee mostrou à Nina um segredo, o que ela queria, Ema péta-
la. Bem delicado o encontro de uma borboleta com um unicórnio.
Zee Griston voou com seus tênis mágicos alados até a estátua
da Dama Brilhante e entrou em sua boca. Dentro da estátua havia
uma barreira mágica na qual, para que pudesse entrar, ele teve
que dar um beijo... Ao atravessar, deparou-se com uma gigante

32
Zee contou a Mocco todo o acontecido na caverna com o
duende que dizia ser irmão dele. Mocco ouviu calado, com um
olhar de duende preocupado.
— Querem chá? — perguntou Mocco.
Ele apanhou quatro minúsculas xícaras e colocou um pouco
de chá para cada um deles. Foi até sua pequenina cozinha e trouxe
um pratinho com vários biscoitos de chocolate.
— Zee, devo contar-lhe que eu e meu irmão nunca tivemos
um bom relacionamento; ele sempre foi mau e quem nasce mau,
nunca deixará de ser. Sempre esteve em volta de kimbulos de má
índole, servindo como degrau para a comunidade da magia das
trevas. Não me assusto em saber sobre tudo que imagino que te-
nha feito; ele não é mais meu irmão — falou Mocco.
— Mas, Mocco, sabe sobre uma inscrição de um diamante
sobre uma Acácia? — perguntou Zee.
— Há uma história, Zee, que nunca devia ser revelada. No
Templo de Zedom, que ninguém sabe onde é pra onde ninguém
nunca foi, existe o Diamante da Magia. Esse diamante tem o poder
de devolver a vida a espíritos dos outros mundos, mas esse diaman-
te nunca pode cair em mãos erradas. Lembra-se de quando enfren-
tou Lady Escorpião e Terenzo Crack e eles queriam trazer alguém
para o nosso mundo? — perguntou Mocco olhando para Zee.
— Sim, eu me lembro... Acho que era Éol — confirmou o
garoto.
— Se eles tivessem o Diamante da Magia naquela noite, ele,
a essa hora, já estaria entre nós. Merlin me fez jurar não lhes con-
tar essa história. Mascareyde está atrás de uma chave para abrir o
templo e pegar o diamante, Lowd, Merlin eu e todos os profes-
sores estamos tentando te manter em segurança. Mascareyde não
mostra seu rosto, pode ser qualquer um, até mesmo um amigo

34
— Como explica isso, senhor Hudson? — perguntou o pro-
fessor Will.
— Professor, fui o primeiro a encontrá-la. Achei esta máscara
junto ao corpo, não sei quem fez isso...
— Estar no local exatamente na hora do crime o torna alvo
de culpa, senhor... qual seu nome mesmo? — perguntou Will,
que estava entregando a Cartilha Mágica da Pata Nada, que mais
parecia, quando se prestava atenção, uma surpresa só pros alunos
nobres, dignos e estudiosos.
— Leonardo Hudson, senhor. Mas juro, jamais faria isso,
ainda mais em meu primeiro ano em Kimbulândia.
— Devemos, então, chamar a polícia Kim para encontrar o
culpado. Por enquanto, é a coisa mais sensata a se fazer — disse
Rose Marry aflita com tal ataque.
Toda a escola ficou comovida com tal perda. No jantar, a pro-
fessora Rose Marry fez um discurso de lamentação e deixou todas
as cortinas da catedral negras. Naquela noite de dor, Zee, no cami-
nho de seu quarto, esbarrou em uma garota, que derrubou todos
os seus livros. Os livros tinham na capa a ilustração de um tijolo.
— Oi! Você é o famoso Zee Griston, não é? — perguntou
Bárbara Tarryk.
— É sim, bem, acho que ainda sou o tal do Zee Griston —
respondeu, sem muita graça.
— Sabia que seu cabelo é lindo? Mas não seja tão metido, ok?
— Ok, mas eu já fui à locadora! — respondeu Zee, com bon-
dade, à moça.
Zee se calou e ficou perplexo. Como aquela menina adora-
dora de tijolos podia achá-lo metido? Na opinião dele, sempre foi
um garoto normal, como outro qualquer; talvez ela tivesse se en-
ganado, pensou. Ele não se reuniu com seus amigos naquela noite;

36
O Taro das runas.
O Olhar de Odim.
Macaco negro de bolinhas brancas e olhos azuis que gostava
de comer rabanete.
Zee foi para Alemanha medieval.
Zee agora estava cada vez mais confuso. Primeiro, um ho-
mem-coruja vai até a sua casa, depois, é atacado por um duende
louco, há ataques na escola, e, por fim, um olhar que hipnotiza! Es-
tava se sentindo bastante anormal. Pediu à amiga que não contasse
para os meninos sobre o que estava acontecendo com ele. Havia
provas demais e muita coisa de estranho na escola para que o resto
da turma se preocupasse com “os novos poderes de Zee Griston”.
Zee encontrou um piano na sala do conservatório e começou
a tocar uma música chamada “Clube dos Sentimentos em Mim”.
Do lado de fora, Loryn e Zee se encontraram com Doug e
Otávio.
— Vocês precisam ver isso — disse Otávio.
— O que é isso? — perguntou Loryn.
Eles estavam ao redor de uma espécie de jogo retangular co-
berto por um vidro, era um Pinball.
— Pinball? Isso é hora de jogar pinball? — perguntou Zee.
— Isso não é só um pinball, chama-se Pinball Cobaia, quer
experimentar? — perguntou Doug.
Doug colocou o dedo de Zee em uma espécie de círculo para
polegares e logo o garoto caiu dentro do jogo. Havia se transfor-
mado em uma bolinha prateada de Pinball, rolando e batendo por
quinas minúsculas, travas e buracos.
— Agora, Zee, você só vai sair do jogo quando eu deixar você
cair três vezes no buraco! — debochou Doug.
Zee ficou meia hora preso no jogo; Doug era ótimo em Pinball

38
CAPÍTULO 5
Aprisionando Lâmia

Z
ee encontrou Frankenstein no calabouço de Kimbulân-
dia. Dava para ouvir o barulho e logo foi levado de lá para
bem longe.
Rainha Francisca Emiliana Tiara Primeira era uma rainha
muito amável, doce, elegante e educada.
Zee refletiu e percebeu que sua vida era muito sagrada para
passar em um minuto ou menos que isso. Abriu uma câmera e
começou a tirar fotos. Uma foto segurando o baú de Euria; ele se
lembrava da creche e se lembrava de Kimbulândia. Ele sabia o que
devia fazer: ser apenas o Zee que sua família criara. Ele ganhou
uma moeda com o número 19, a idade em que recebeu a caixa de
Nelver, a qual guardou até agora. Foi então que Zee percebeu a
presença de algo estranho. Sim, era Magnus. Ele fez aparecer um
pequeno sol e, naquele sol gelado, Zee se viu refletir, como em um
espelho, quando Zedom abriu um escudo sobre seu corpo, como
um ovo. Então Zee saiu do ovo, pisando em um solo quadricu-
lado. Deus o abençoou com todo o seu poder. Nas mãos de Zee,
nascia a esperança, em seus olhos, o amor.

40
O Dr. Daves receitou algumas ervas e xaropes. Que Luz estava
totalmente curada da gripe, seus cabelos estavam limpos, sedosos
e cheirosos como uma flor, seu rosto lembrava o de uma criança.
Ela estava namorando o Fernando. Que Luz estava em casa, feliz
com a lembrança de Kimbulândia e com um sorriso lindo.
Zee ganhou um capacete de futebol americano.
Kimboll não era um jogo tão difícil. É muito parecido com
futebol e se resume, basicamente, em fazer kolls. Após os 14 kolls,
um jogador aprisiona uma sereia, se estiver jogando sobre a água,
mas, no caso de Zee, que irá jogar sobre a lava borbulhante de
um vulcão, terá que aprisionar, em uma bola de fogo da marca
patrocinadora dos jogos, Fidelius, um demônio Lâmia que tem
o rosto de uma besta, o corpo de um cavalo e toda a pele e cauda
cobertas com uma espécie de pele de cobra. Isso era o que mais
assustava Zee: ele nunca havia estado frente a um lâmia, visto que
no mundo em que vivia, não era muito normal.
Todos esperaram até chegar a chamada para o jogo do segun-
do ano, que aconteceria em um domingo. Toda a turma de alunos
viajou em um barquinho coberto com uma lona, tal lona suportava
todos os alunos, pois a parte embaixo da lona tinha o tamanho de
uma mansão. Os alunos da torcida já pintavam seus rostos como
índios, trazendo consigo bandeirinhas, uma metade com o emble-
ma dos Luminarius, e a outra metade com os emblemas de cão dos
Americus. Zee mal podia olhar nos olhos de Erick Vilarinho, que
sempre o odiou, tanto ele quanto todos os Zlod. Não desgrudava
de uns meninos do sexto ano, muito mais velhos que ele, e sempre
trazia em uma de seus mãos um soco inglês, olhando de forma
brutal, sempre com um olhar de ameaça para Zee e seus amigos.
— Olha, Zee, já estamos chegando! — mostrou, ansiosíssi-
ma, Loryn.

42
Erick um belo pontapé no traseiro, fazendo-o rodopiar sobre o
rochedo do lâmia. O lâmia prendeu o corpo do garoto com a boca
e quando ia jogá-lo sobre a lava quente, Zee deu um belo arre-
messo com a mão direita em uma bola de fogo que levitava sobre
suas luvas em direção à fera. Em um instante único, o lâmia foi
absorvido pela bola que se abriu, como uma lancheira, e fechou,
guardando o terrível demônio.
— Luminarius vence o primeiro jogo deste ano! — anunciou
Milbe. Por todo o estádio vulcânico, viu-se um lençol gigantesco
com o rosto de Zee Griston segurando o troféu da vitória e ouviu-
se o enorme barulho da torcida enlouquecida dos Luminarius,
como um elefante elétrico.
— Parabéns pelo ótimo jogo, senhor Griston! — parabenizou
a professora Rose Marry.
Dentro do barquinho, que já levava toda a turma de volta à
Kimbulândia, Zee estava sendo cumprimentado por todos os alu-
nos, sendo visto como um perfeito jogador de kimboll. Seus ami-
gos jogavam cereal às alturas, rindo muito da queda de Erick, que
estava com o tronco todo enfaixado indo para a enfermaria. Logo,
todos já estavam de volta ao colégio, onde tiveram um delicioso
jantar, o jantar da vitória. Marina olhava Zee, muito feliz em sa-
ber que namorava um grande esportista famoso dos Luminarius.
Cometas laranjas acendiam em Kimbulândia.
O Cavalo Elza de Ouro.
Cabeça Alada.
A esfinge branca.
Elixir genuíno.
Prometheus.
— Zee, veja! Já estão enfeitando a árvore, o Natal está che-
gando! — contou Doug.

44
O garoto caiu em um bosque enfeitado por inúmeras árvo-
res e, perto dali, observou um belo casebre enfeitado com doces.
Aproximou-se, sem fazer barulho, e deu uma boa olhada pela pe-
quenina janela com vidro que tinha uma cortina florida meio esti-
cada. Nada se via, quando Zee ouviu alguns passos pelo aposento
e, logo, um enorme esquilo, de uns setenta centímetros e muito
gordo, apareceu resmungando pela casinha.
— Eu preciso encontrar ele, eu preciso achar o fogo, preciso!
— disse o esquilo, engraçadíssimo.
— Quando eu encontrar o diamante, poderei entrar no Tem-
plo e pegarei o valioso! Preciso do valioso fogo negro! — disse,
novamente para as paredes, o esquilo mais diferente que Zee já
havia visto.
Zee saiu correndo pelo bosque e voltou até seu quarto com a
cabeça cheia de parafusos em seus pensamentos. Seria o diamante
que o irmão de Mocco tinha gravado sobre a parede de madeira
em sua caverna? E o que seria isso chamado de “Fogo Negro”?
Nunca vira um fogo negro, nem sabia que existia tal fogo, nessa
cor, tal seria impossível? Zee não tinha outra maneira de encontrar
suas respostas; precisava se encontrar com Merlin em sua casa na
pequenina ilha.
No dia seguinte, Zee contou tudo sobre o que vira aos seus
amigos. Loryn sabia que só existia uma maneira de chegar à casa
de Merlin: pelo espelho solar na sala da professora Rose Marry.
— Tem que ser à noite. Ninguém pode nos ver, se não, esta-
mos expulsos! — informou Doug.
Todos foram para suas aulas durante o dia com o professor
Will. Na aula, aprenderam sobre a velocidade do véu. Passando
perto do Daniel Luminarius, Zee pegou quatro desses véus, amar-
rou-os na cintura e, ao anoitecer, ele e seus amigos usaram tais

46
CAPÍTULO 6
O Te m p l o d e Z e d o m

O
s quatro amigos, vestindo seus gorros de inverno, logo
avistaram a casinha de Merlin rodeada de vaga-lumes
perto de uma árvore de magnólia. Todos correram até a
porta e deram três batidas na porta. Logo ela se abriu e lá estava
Merlin, fumando seu cachimbo, com sua longa barba branca, seus
olhos muito azuis e seu cachecol de raposa.
— O que estão fazendo no sereno? Entrem — disse o velho
kimbulo.
— Desculpe-nos, senhor, por virmos incomodá-lo a essa hora
da noite, mas precisamos saber tudo sobre certo diamante e sobre
o Fogo Negro — falou Zee.
Logo Merlin mostrou uma face muito surpresa.
— Por mil tocas de crocodilos, quem lhes falou sobre o Fogo
Negro? — perguntou.
— Bem, ouvimos um esquilo falando, e também tem um
diamante esculpido sobre a madeira de acácia em uma caverna.
O que isso tem a ver com Mascareyde, senhor? — perguntou
Zee novamente.

48
— Zee, estava a sua procura. Meu irmão traiu o segredo dos
duende! — contou Mocco, aos prantos.
— Já imaginávamos, Mocco. Diga-nos: como chegamos ao
Templo de Zedom?
— A gaiola, senhor, apenas passando pela gaiola — contou
Mocco, olhando para Luana, uma menininha da Luminarius que
passava perto dele.
— Gaiola, que gaiola? — perguntou Otávio.
— Entrem nos meus sonhos e verão; é preciso que se trans-
formem em luz — disse o duende de face enrugada.
Zee aproximou-se, disse “Lampadium” e se transformou em
uma pequenina luz branca. Logo seus amigos fizeram o mesmo.
As pequeninas luzes entraram pelas enormes orelhas pontudas e
cheias de cera de ouvido de Mocco, e então caíram em uma sala
escura. Estavam presos dentro de uma gaiola dourada com um
enorme cadeado.
— Como abrimos o cadeado? Temos uma chave? — pergun-
tou Otávio.
— Chave! É isso! Lowd disse-me que eu era a chave! — lem-
brou-se Zee. — Mas como vou abrir?
O garoto se aproximou do enorme cadeado de ouro, que logo
começou a brilhar, e nele apareceu a seguinte inscrição: “o sapo
caiu no poço”.
— O sapo caiu no poço? — perguntou Zee, e logo o garoto
se transformou em uma enorme chave dourada.
Doug apanhou a chave e abriu o cadeado. A sala escura logo
se tornou iluminada, com lindas esculturas, umas em pedra e ou-
tras em ouro, um lindo Templo Sagrado de Zedom era apresenta-
do aos olhos dos quatro.
— Olhem, perto do menino despido está o diamante! —

50
que levitava sobre a escultura do Deus Zedom, a qual tinha longas
barbas de pedra.
Zee apanhou o enorme diamante e virou-se. Foi quando deu
de frente com um homem mascarado com uma linda máscara de
penas de pavão.
— Entregue-me o diamante — pediu, com firmeza, o sujeito
mascarado.
Zee entregou o diamante ao sujeito estranho, que logo sumiu
sob a escuridão. Zee fora enfeitiçado. Ao chão, estavam caídos,
como piche, seus três amigos que rapidamente mostravam a for-
ma de seus corpos.
— Ele pegou o diamante. Ele me usou. Mascareyde. Ele vai
aprisionar o Fogo Negro, eu sei que vai! — disse Zee para o monte
de piche que era seus amigos.
Os garotos voltaram ao normal, correram para a gaiola, trans-
formaram-se em luz e saíram dos sonhos de Mocco, caindo sobre
um pomposo sofá na pequena casinha do duende.
— Mocco, era uma armadilha! Mascareyde nos atraiu para o
plano dele! — disse, chorando, Zee.
— Mas ele não pode achar o Fogo Negro, pois está muito
bem guardado. Posso garantir: uma pessoa como ele não pode ter
acesso ao Fogo Negro — disse o pequenino duende.
— Pessoa? Nem sabemos quem ele é! — disse Doug.
— Agora, só nos resta torcer para que nada de mau aconteça.
Agora preciso me encontrar com Merlin no Conselho dos Duen-
des e lhe dar essa péssima notícia. Até, então! “O sapo caiu no
poço” — disse Mocco aos Zlod.

52
Draum que, agora, estava nas mãos de Mascareyde.
— Precisamos fazer alguma coisa. Já tenho uma ideia: esta
noite usaremos o livro Os Olhos do Armagedom. Quando todos
forem dormir, corram para meu quarto, ok? — combinou Zee
com seus três amigos que estavam muito assustados por usar o
livro mais uma vez.
A noite caiu sobre Kimbulândia. Todos os alunos foram
para seus quartos, mas Doug, Loryn e Otávio já estavam às por-
tas do quarto de Zee que, rapidamente, abriu a porta silenciosa-
mente para os amigos. Sem fazer um pio, apanhou seu livro de
capa dourada e o abriu ao meio, mostrando várias páginas ama-
reladas, quando um grande lampejo alaranjado sugou os quatro
para dentro do próprio livro. Eles caíram sobre um monte de
feno em uma floresta muito escura, onde só se ouvia o barulho
de grilos e animais da noite. Os garotos caminharam sobre a
neblina que escondia a paisagem quando, em meio a ela, Loryn
sumiu como mágica.
— Loryn, onde está você? — perguntou Otávio.
A menina logo apareceu, dominada por um homem de barba
cerrada com cabelos louros e compridos até os ombros. Ele tam-
pava a boca da garota, impedindo-a de gritar.
— Solte nossa amiga! — ordenou Zee ao misterioso homem.
— Não até ter certeza que ela não é uma fada bela — disse o
homem com uma voz rouca e bonita.
— Não seja tonto, ela é uma kimbulo! — disse Doug.
O homem soltou Loryn, que estava tremendo de medo. Ele
ajeitou seu arco e encarou os quatro amigos.
— Quem é você? — perguntou Loryn.
— Sou um caçador, caçador de fadas belas da noite.
— Mas por que caçar fadas? Elas são tão inocentes... — dis-

54
estrada escondida pela neblina, sumindo da visão dos quatro, que
logo voltaram para a escola com muitas perguntas misteriosas em
suas cabeças.
— Por que Mascareyde quer que aquele caçador mate todas
essas fadas? — perguntou Loryn.
— Bem, talvez isso faça parte de algum ritual macabro —
contou Douglas.
Os dias se passaram rápido. Em um belo dia de sábado, Zee
ouviu fortes batidas em sua porta; eram seus amigos.
— Feliz aniversário, Zee! — disse Otávio que, seguido por
Doug e Loryn, trazia consigo um lindo bolo redondo com granu-
lado multicolorido por toda sua cobertura.
— É de chocolate, Zee, sabemos que é seu preferido — disse
Loryn, quando ouviram mais uma pessoa chegar.
Marina Capucci estava linda, segurando um enorme bolo em
forma de coração que trazia escrito em glacê rosa: “Com amor.
Feliz aniversário, Zee”. Todos se reuniram perto da cama de Zee,
que estava dando inúmeros bocejos.
— Assopre as velinhas, Zee, e não se esqueça do desejo, é
muito importante — mandou Otávio.
Zee não sabia o que pedir, mas, perante os últimos aconte-
cimentos, estar bem pra ele era o bastante. Então, lembrou-se de
seu pai, talvez seu pai, que havia sido levado pela morte, poderia
ajudá-lo nessa jornada. Zee deu um forte sopro e todas as velinhas
se apagaram rapidamente. Doug jogou vários confetes sobre Zee
em sua cama.
Logo Zee e seus amigos ficaram mais concentrados nas aulas.
Tudo em Kimbulândia estava em perfeita ordem, mas algo passa-
va pelos pensamentos do garoto, algo o intrigava, um sentimento
estranho o tomava, algo a ver com a paisagem do ambiente. A

56
animais empalhados, cervos, ursos, leões, castores, entre outros,
então, à sua frente, observou um armário enorme, porém, sem
madeira, todo feito de espelhos em suas laterais. Zee se aproximou
lentamente e abriu a porta e viu enormes nuvens, como se aquela
fosse a visão do céu. O garoto sentiu muito medo, mas tomou
muita coragem e entrou no armário espelhar.
Zee havia caído sobre um couro branco com reflexos violeta
perolados. Segurou-se em pelos brancos, como os que haviam por
toda a superfície do couro suspeito.
— Onde estou? — gritou Zee.
Zee viu um castor helicóptero.
— Este lugar se chama Zardiam — disse uma voz forte, po-
tente e muito alta.
— E quem é você? — perguntou o garoto para a forte voz.
— Me chamo Forever, sou o dragão que cuida desse lugar, a
propósito, está em cima de mim — disse o Dragão extremamente
esguio, com pele branca e violeta. Era muito grande e voava con-
tra o vento, tocando as nuvens.
— E por que vim parar aqui? — perguntou Zee.
— Este lugar é para o dono, como se fosse o mundo de cada
um que abre o armário espelhar, esse é o mundo que Deus Zedom
criou para você, Zee Griston, seu mimo, eu pertenço ao senhor
— disse Forever.
— E por que você se chama Forever? — perguntou Zee para
o dragão, como em uma entrevista.
— Aqui, nada muda, ninguém morre, ninguém envelhece,
não há dor ou perdas. Aqui, quem entra não quer mais sair, a hora
não passa, a felicidade reina. Não existe melhor ou pior, apenas
existe o sonho feliz, esse é o mundo que você sonhou sem querer,
pequeno Zee — contou Forever simpaticamente.

58
— Não, está cor-de-rosa, como em um conto de princesas!
—disse Loryn.
— Não vejo nada, do que estão falando? É bem mais que isso,
estou vendo o espaço! — falou Otávio.
Cada um enxergava o seu próprio mundo ao olhar para den-
tro do armário espelhar; cada um tinha seu pequenino mundo
milimetricamente feito como mágica. Zee queria que eles conhe-
cessem Forever, mas não tinha certeza se isso era possível.
— Bem, preciso que conheçam alguém, o nome dele é Fo-
rever, vocês vão adorar. Bem, faremos uma fila, todos darão as
mãos, mas eu entro primeiro, já que esse armário mostra o mundo
de cada um. Como que eu descobri o armário, vão conhecer o
meu mundo primeiro. Zee jogou seus amigos para dentro de seu
mundo. Os quatro caíram sobre Forever, que ficou encantado em
conhecer os amigos de Zee Griston. Eles voaram e viram as belezas
que ali havia. Era confortável, radical e, ao mesmo tempo, mágico.
— Zee, como se chama esse lugar? — perguntou Doug.
— Zardiam, aqui se chama Zardiam, o mundo que criei
sem querer! — falou Zee aos amigos, que estavam deslumbrados.
Logo, todos voltaram para a sala dos animais empalhados e Doug,
Loryn e Otávio ficaram brigando para ver quem seria o primeiro
a entrar em seu mundinho.
Loryn caiu em mundo onde foi recebida por uma fada cha-
mada Pó de Diamante, nome que fazia jus às suas roupas. Lá, exis-
tia um lindo castelo de princesa com guarda-roupas abarrotados
de vestidos medievais e sapatos de cristal. A única coisa que ela
não encontrou no seu mundo foi um príncipe, mas, secretamente,
talvez este já existisse para ela. Doug estava sendo recebido por
um elefante alado que falava ao voar direto para o jogo “Kimboll
Doug”. Já Otávio, caiu sobre um Pégaso que o levou para vestir

60
Zee havia caído em um sonho confuso, mas, dessa vez, não
era apenas um sonho comum, era quase real. Ele caminhava em
um largo gramado de uma propriedade cheia de carruagens, como
se fosse séculos no passado, e à porta de uma linda mansão havia
um homem conferindo os nomes em um papiro que parecia uma
enorme lista de convidados de uma festa.
Zee observava pela vidraça clara e transparente. Era um baile
de máscaras, porém, um baile para o qual, mesmo em sonho, ele
não havia sido convidado. Todos na festa tinham mais idade que
ele e isso o fazia ter uma violenta vontade de ver o que ocorria
nesta festa na qual todos estavam com suas faces mascaradas.
Zee achou uma máscara branca como porcelana no gramado,
vestiu-se de garçom e entrou na festa. Lá, todos dançavam juntos
em uma dança romântica. A festa no sonho de Zee estava ótima.
Ele observou uma dama com um vestido nobre e com uma linda
máscara vermelha; ela dançava com um rapaz alto e elegante. A
moça aproximou-se de Zee e retirou sua máscara, mostrando ta-
manha beleza.
— O que faz aqui? — perguntou a senhorita muito bela.
— Bem, estou entregando drinks — disse Zee sem enten-
der nada.
— Corra, ou eles vão te pegar — disse a moça.
— Mas como se chama? — perguntou Zee.
— Joyce, me chamo Joyce, não se lembra? — perguntou a
moça.
— Não, você não contou! — explicou Zee para Joyce.
Uma das portas se abriu e um homem estranho, sem máscara,
entrou. Ele se aproximou do homem com o qual Joyce dançava e
arrancou-lhe o coração com uma das mãos. Logo, todos os outros
tiraram as máscaras. Todos no baile de máscaras eram vampiros,

62
maça acinzentada que formou uma nuvem sobre o ar, fazendo um
círculo que prendeu os quatro amigos para o ritual.
— Corpirion Pentrus, Corpirion Pentrus, Corpirion Pentrus —
disseram os quatro amigos ao mesmo tempo, conforme o ritual.
Uma grande chama azul saiu do caldeirão, selando o ritual
de proteção. Os amigos voltaram para a Catedral sentindo-se bem
melhores. Zee não queria levar nenhuma mordida de vampiro ou
vampira outra vez, nem em um sonho e nem fora dele.
Zee e seus amigos não se sentiram totalmente seguros com
um simples ritual de proteção, então enviaram um besouro men-
sageiro a Merlin.

Merlin, coisas estranhas estão acontecendo, pesadelos,


algo relacionado a vampiros. Encontre-nos no vale à
meia-noite no sábado.
Zlod.

No sábado, Zee e seus amigos foram para o vale. Merlin já os


aguardava, vestindo uma capa azul muito longa.
— Zee, diga-me sobre o seu sonho — pediu ao garoto.
— Bem, era um baile, um baile de vampiros. Havia uma
moça que disse se chamar Joyce; ela disse que me conhecia, per-
guntou-me o que eu estava fazendo lá.
— Zee, preciso ser franco com você, no mundo da magia,
tudo pode existir e ser feito. As coisas pelas quais está passando,
ocasionalmente você já viveu em outra dimensão, em outro mo-
mento mágico. Se ela te disse isso, você pode ter certeza de que
algo em você deve ter acelerado algum mundo Kim e você deve ter
vivido uma vida diferente. Escute bem: entregarei a você a folha de
Mintra. Coma esta folha, vai doer todo o seu corpo, mas é a única

64
adora te ver dormir.
— Ela o quê?
À frente de Zee, havia uma porta com o nome Joyce Drova.
A porta estava entreaberta. Lá estava tudo muito bem decorado e
iluminado, como em um filme, e havia uma moça loira fazendo
inúmeras anotações em um livro, possivelmente uma secretária.
Aquilo tudo era muito confuso. Zee estava vendo o mundo
individualmente; talvez agora tivesse respostas que nem o próprio
Merlin pudesse lhe dar. A vida e a morte se transformaram, em se-
gundos, em um jogo na visão de Zee. Ele não sabia se era mágico
ou estranho.
Ele caminhou um pouco a fundo, dentro do infinito corre-
dor, e encontrou uma porta que dizia “Zee Griston, Fantasia ou
Guerra”, outra porta que dizia “Zee Griston, era de Aquarius” e
outra, de muitas, “Zee Griston no salão do Mestre”. Cada porta
levava para uma realidade do garoto, em algumas, percebeu que já
era adulto, em outras, ainda estaria para nascer. Zee ficou muito
confuso com aquilo tudo; saiu correndo e entrou pela porta da
qual havia saído, que dizia “Zee Griston”, apenas Zee, que era o
que ele era, apenas um garoto normal e assim pretendia continuar,
um ser humano com defeitos e sentimentos.
Voltou para a casa tipicamente americana. Em cima da cama
havia uma balinha e na embalagem estava escrito “Chupe-me”.
Zee colocou a bala na boca e novamente sentiu seus olhos arde-
rem e sua cabeça dar voltas. Estava novamente acordando de um
desmaio no vale ao lado de seus amigos e de Merlin.
— Zee, imagino que já se sinta melhor — falou o velho Merlin.
— Sim, na verdade, foi tudo muito estranho, eram várias
portas, havia vários “eu” de mim mesmo, como muitas realidades
— contou o garoto.

66
CAPÍTULO 8
A M e n i n a d e C h o c o l at e

Z
ee Griston tomou banho na banheira. A água estava la-
vando sua alma. A banheira era clara e a torneira, de ouro.
Zee mergulhou no seu livro e foi para Camelot, onde jan-
tou. Nos pratos havia um selo real, parecido com o brasão dos pra-
tos de Kimbulândia. Ele vestia uma malha de aço medieval mágica.
Fez um chapéu voar com o feitiço “Acônius Von”.
O tempo passou desde aquele dia em que Zee Griston, um
garoto kimbulo que sangra como qualquer ser humano, como
um toureiro, caiu em um mundo irreal, onde desconhecia as pa-
redes e cortinas de uma realidade paralela. vizy , Ele e seus amigos
se esforçavam nas aulas mágicas da enorme Catedral, tudo estava
indo muito bem, obrigado. Seu romance com Marina Capucci
estava brilhando como um tiro de luz encrenqueiramente mági-
ca, os jogos de Kimboll estavam cada vez mais quentes naquela
estação. Certo dia, voltando do almoço, no refeitório, algumas
meninas dos Americus se aproximaram de Zee com um olhar
tristonho e consolador. Zee saiu e foi com elas, junto de seus
amigos, até o jardim da escola, onde todos os alunos faziam uma

68
— O que quer que eu te mostre, menino? — perguntou o
espelho que, para o espanto de Zee, falava.
— Bem, gostaria de encontrar um antídoto, alguém que amo
muito precisa disso o mais breve possível.
— Qual é o nome dessa pessoa? — perguntou o espelho.
— Marina Capucci — disse Loryn muito rápido.
O espelho se calou por um minuto e logo começou a ofegar.
— Bem, o que ela precisa é nuvem de açúcar. Essa nuvem só
existe no mundo de alguém do mal. Se conseguirem entrar em um
mundo de alguém assim, terão o que buscam — explicou o espelho.
Zee e seus amigos ficaram pensando em muitas pessoas du-
rante horas, quando Doug logo sugeriu Erick Vilarinho.
— Mas como fazer o Erick entrar no armário? Será impossí-
vel, pessoal — disse Otávio.
— Talvez eu possa ajudar nisso também — disse, sorriden-
te, Loryn.
— Bem, percebi que Zee, por ter o olho de Hórus, pode hip-
notizar, eu mesmo fui prova viva disso. Se conseguir hipnotizar o
Erick, ele fará tudo que o Zee mandar instantaneamente — expli-
cou Loryn com muita simplicidade.
Todos os quatro correram para a ala dos Americus e, de longe,
observaram os alunos, um a um, até encontrarem Erick. O me-
nino vinha muito alegre depois de roubar bastantes gold dreams
de uns meninos da Luminarius. Zee correu para frente de Erick e
apertou os olhos.
— Siga-me! — ordenou Zee ao garoto.
Em segundos, Erick ficou em estado de transe e seguiu Zee.
Os cinco foram para a sala de animais empalhados; Zee e seus
amigos abriram a porta e jogaram Erick, em seguida, foram atrás
dele. Caíram sobre um monte de barras de ouro, o céu tinha cor de

70
em um campo mágico, com um castelo de vidro e à frente um
gigantesco rosto, como o que ela havia visto na caixa, o rosto de
um mundo. Ela tinha certeza de que era Zee Griston, mas este
tinha face de pedra e cabelos negros arrepiados e puxados para
cima. Ao seu redor, nada havia além de uma Catedral como a de
Kimbulândia. O piso também era todo quadriculado. Ela sentiu
o beijo, suas bochechas e lábios eram totalmente mutilados pela
sensação daquela linda e perfeita boca de pedra dando-lhe beijos
mágicos, beijos inesquecíveis. Ela sentiu o verde, raios, poder rosa,
sentiu-se uma garota. “Aquela era a face de um anjo?”, ela se per-
guntava. Ela não queria mais saber, só tinha um objetivo agora: ser
essa garota que era e acreditar nas suas próprias leis. Ela não queria
sair daquele mundo, as cachoeiras eram mais que perfeitas, as suas
roupas estavam estampadas para si mesma como em uma vitrine,
ela era a vitrine agora.
Esse mundo era irreal e perfeito para Loryn, aquilo era, para
ela, o monstro da música, essa era a sua primeira lei naquele mun-
do. Mas ela estava como uma vampira, querendo mais. Então, ele
apareceu novamente, roubando a cena, vestido com uma camiseta
vermelha. Ele não disse seu nome, apenas estava dando uma festa,
esse era quem ela realmente estava querendo ver. A música agora
era outra, ela sentia as batidas em suas veias; quando não aguen-
tava mais, pediu para voltar e lá estava ela, Loryn, novamente em
seu quarto, segurando uma caixinha simples de música.
Aquele era e seria para sempre seu maior segredo; ela sempre
voltaria para ver aquele rosto, aquele Deus Segredo. Sentia a selva
invadindo seu corpo quando era surpreendida pela onda do mar,
como se estivesse surfando no Havaí. O astro da música, da beleza
e do poder, um segredo sagrado e azul. Loryn havia acabado de
sair de uma prisão, nem sentia vontade de usar o telefone tigrado

72
CAPÍTULO 9
A Mão Sagrada

C
eltas.
Garrafas de vidro com água fonte mineral.
Lobo mágico.
Taverna estrela negra. Transilvânia.
Zee entrou no seu livro e foi parar em um navio chamado
Mago Azul. Ele encontrou sobre a mesa no navio um mapa chama-
do Field. No mapa, Zee e seus companheiros de bordo. Leu o mapa,
que dizia “mar invisível, fechadura de espartilhos, pedra do cão”.
Atrás do mapa, estava escrito que no fundo de uma duna, atrás da
vedra vinho, bem profundo, há um tesouro: são 90 baús com ouro
e prata, safiras, diamantes, esmeraldas e muitas pedras preciosas. A
senha mágica para entrar é “uva e vento”; Zee conseguiu a senha
com sua família e amigos. Depois de muito trabalho e navegação,
eles levaram todo o tesouro de túnel kabem ao lado de Jesus.
Os gêmeos Todd e Charlie Danzel e Edward Jackson Long
eram ótimos jogadores de pião mágico. E, assim como Zee, iam
bem na aula de Matemágica.
Kimbulândia era cheia de passagens secretas, um folclore kim.

74
se encontrou pela primeira vez com Bilba Dark. O cão lhe dava
grandes lambidas insaciáveis, como se não quisesse se desgrudar
nunca de Zee Griston. O cão cavou e cavou e retirou um osso
com a seguinte inscrição em sua superfície: “Talismã dos Cães”.
Zee segurou o osso nas mãos e, em questão de segundos, suas
mãos se transformaram em um metal negro. Zee deu um espirro e
logo uma grande chama negra acendeu nas palmas de suas mãos.
Agora, Zee era o guardião do Fogo Negro.
Acordou com seus lençóis em chamas, balançou as mãos e
logo sua pele voltou ao normal. No dia seguinte, Zee, Doug, Otá-
vio e Loryn foram procurar Merlin. Ao ouvir tudo sobre o sonho
de Zee, Merlin ficou muito impressionado.
— Zee, você está com a mão sagrada, é o guardião do Fogo
Negro agora e deve fazer de tudo para que Mascareyde não o en-
contre, pois, se ele te encontrar, roubará o Fogo Negro e o aprisio-
nará no diamante de Draum. E você não tem ideia de como seria
perigoso para o nosso mundo se isso acontecesse! — disse Merlin.
— Mas se ele me encontrar, eu serei corajoso e irei enfrentá-lo
— explicou Zee com coragem.
No dia seguinte, os Zlod foram para a aula de Lapidação Má-
gica com o professor Felix Salvatori, um homem muito sério e som-
brio. Logo ele colocou pedras brutas sobre as carteiras de cada aluno.
— Bem, presumo que nenhum de vocês saibam a essência
da Lapidação Mágica. Nesta aula, ensinarei como se lapidar. Pri-
meiro, começaremos com rochas, depois, quero ver suas almas
brilhando como cristais. O feitiço que usarão com suas luvas se
chama “Cristalitus”. Quem vai ser o primeiro? Ah, sim, senhor
Griston, acho que pode se sair bem.
— Ok, senhor...
— Cristalitus! — berrou Zee para seu pedaço de rocha e logo

76
E se eu me sacrificar? — disse Loryn. — É, quando fizemos o
pacto de amizade eterna, unimo-nos; eu dou minha vida para
salvar meu amigo!
—Eu também! — disse Otávio.
—Eu também! — disse Doug.
— Não pessoal, não precisa. Se este for meu destino, eu irei
morrer. Agora Mascareyde não vai deixar nem estudar em paz
mais — disse Zee.
A babá se foi e os garotos voltaram para Kimbulândia com
mil coisas na cabeça.

78
“Traculian”. Uma gargantilha feita de jadeite era símbolo sagrado
e precioso guardado pela vó de Zee. Zee entrou em uma igreja em
Gales com acabamentos em ouro... Ele encontrou uma mesa e,
em cima dela havia um anjo segurando um cálice com vinho. Zee
tocou o vinho e encontrou uma pétala de rosa, na qual se dizia,
em uma inscrição dourada: Graal. Zee sentiu a presença de Jesus
Cristo e logo voltou para Kimbulândia com a visão dentro dele.
Como em todo mundo, Zee sentiu uma bondade gigantesca em
seu coração.
A bondade existe no coração do ser humano. Mesmo todos
nós tendo carregado pecados que o próprio mundo conta, nin-
guém perde sua pureza, sua inocência. Sabe quando você fecha os
olhos e se ajoelha no chão em horas bem difíceis? Essas são as ho-
ras em que o poder de Deus vem e te cobre com um manto sagra-
do e santo; abençoadas sejam as crianças e os idosos, os jovens e os
puros de coração, e que Deus nunca se esqueça até da pessoa mais
pecadora do mundo. E quando olhares para um inimigo, sempre
o queira bem, pois nessa vida só levamos nossa alma, então, cuide
bem da sua, plante o bem para, na grande colheita da vida, poder
colher bênçãos e muita luz, simplicidade, humildade, esperança,
sinceridade e amor. Zee coloca a mão no coração e pensa: “Eu
estou aqui; ele sente a dor do mundo junto dele; que eu nunca
perca o trabalho alaranjado de felicidade que carrego e a alegria
dos meus amigos que tanto amo e sempre levo ‘no meu coração’,
que minha família me ame pelo jeito santificado com que nasci, e
que meu amor Marina Capucci seja meu épico amor, que eu seja
um exemplo de educação no mundo, incentivando outros neste
planeta que só necessita de atitudes, como alimentar pessoas com
fome, cuidar do meio ambiente e espalhar a paz.
Zee pegou um pedaço de pergaminho e mentalizou: “Sou

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ganho no amor, sendo cada segundo, amor à vida, como um san-
gue. Exibido no jornal ou na TV, um bebê coberto por um manto
vermelho com uma senha 4659, um chá especial contendo uma
pérola rara. O tigre livre e, ao mesmo tempo, surge um exército e
coelhas em minha direção pedindo voz, suor, amor e tudo o que
eu possa dar, ou um oráculo que só vê meu rosto e uma TV cheia
de coelhas próximas à gelatina de amora em minha colher. Essa é a
sequência de Zee Griston, era o que estava no disquete, oferecen-
do-me balinhas de cereja, uma lanterna em minha mão, um vaso
quebrado e Jesus tocando minhas mãos, eu escolho um cervo. Zee
tinha em mente um jogo de videogame que jogava bastante. De
salto, a ponte estaiada ao Cristo Redentor mostra minha Estátua
da Liberdade, pela grande Muralha da China ou uma regata es-
tampando Las Vegas. Os guardiões das corujas gritavam o nome
de Zee Griston, às vezes vejo meu pássaro na grade, depois, vejo
o chapéu e o guarda-chuva e ainda acredito em Zee, saindo de
uma simples mala com suas luvas encantadas, ou um jeans de um
filho de um rei, um príncipe ou um pássaro. Que tal um cupido
solto em Kimbulândia? Zee saiu dando mais tiros nas nuvens e
encontrou, e logo se apaixonou, mais uma vez, por Marina Ca-
pucci. Nada o fazia tirar de sua mente aquelas mãos, aquele jeito
ou aquela fotografia. Zee, sem medo, deixou Loryn alisar todo
seu cabelo e deixou uma franja caída do lado esquerdo, pois ela
estava me acolhendo como o colo de um pai e de uma mãe. Pó de
diamante, em sonhos dentro de uma escola de segredos dos anjos.
Zee Griston, menino morango, acordou e foi pra sua aula de His-
tória da Magia Kim ao lado dos Zlod. Loryn segurou as mãos de
Zee com muita força e eles seguiram em frente.

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kimboll.
A encanação de Kimbulândia era interligada com a do Vatica-
no. Zee sentia essa santidade, às vezes podia até mesmo acreditar
que o próprio Papa estava ali presente, mas ele é um menino que
vê Deus e bondade no mundo, nos animais.
Ora! Eu mesmo vi o senhor azulado usar um feitiço e virar
comida para peixe! Ele virou natureza, elementos.
Minhocas de ouro.
Merlin adorava pescar.
Atlas segurando o mundo.
Téspis e Dionísio.
Elfo branco.
Tudor, uma pose, borboleta verde, o retrato com lábios de ouro.
Linguado bem preparado. Pão.
Íxon e seu pai.
Sol de diamante.
Os óculos falantes. Zee se impressionou, eles falavam. Bocas
nas lentes, nariz e olhos.
Trajes elegantes, finos, riquíssimos.
Bola de cristal kimbulo lunar.
Srtª. Tamborzinho.
Logo Zee foi para seu quarto, pois este era seu refúgio, onde
se guardava, como em um templo. Pela vidraça, já dava pra ver a
chuva caindo e revelando Zee Griston por completo. Zee aprovei-
tou o barulhinho da chuva, que sempre gostava de ouvir, e come-
çou a ler seu livro, comendo algumas batatas da loja Gostosuras
ou Travessuras.
Zee havia usado o feitiço “Arverus Lu” e se transformou em
uma escultura de pedra branca em movimento, uma estátua que
se mexia. Ele tinha um hamster em casa.

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tou a mão e disse:
— Professora, o que é “o legado da folha de bordo”?
— Oh, sim! Não sei quem mencionou, mas não sei se todos
os alunos sabem. Quando esta escola foi fundada, ha 30 séculos,
existia uma folha da árvore de bordo e, segundo a lenda, essa folha
protegia Kimbulândia, norte, sul, leste e oeste. O sagrado mago
planetário Ninário deu o nome à folha de Santa Folha Bordo. Os
gênios de Kimbulândia a protegem. E também reza uma lenda
que ela tem um templo, mas nunca mais se ouviu nada. Então,
é só. Os amantes por arte, história, filosofia e estudiosos sempre
fizeram buscas e muitas pesquisas para achar a parte ambiental e o
nosso sagrado outono — disse Rose Marry.
A classe ficou curiosa com a explicação da professora.
Zee entrou nos Olhos do Armagedom e foi para 1971. Encon-
trou o Deus Hermes que lhe concedeu um dom.
Zee viu a escultura de Semiramis ao lado da árvore das luzes,
em Kimbulândia. Ela segurava um lindo manto de ouro. Ao lado,
a estátua de Onleosof toda de pedra.
Zee gostava muito de ouvir música pop.
Perto de Kimbulândia era situada a tribo dos índios Kimgoal.
Kimbulândia estava na hora horistaiji.
Kavin Castelos estava adorando.
Logo se ouviu um “boom”. Dimmy e Tommy e seus explosi-
vos são uma encrenca em Kimbulândia.
Homem metade lobo, metade ave lenhador. Doces dançan-
tes. Chocalho, isolamento, segredo, pastilhas, anjo, pic-nic.
Toque no rosto do mágico.
Serra-serra serrador.
A franja sagrada abençoa quem a usa.
Costurando sol nas meias longas.

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CAPÍTULO 12
A J a q u e ta Q u e Fa l a

Z
ee tomava uma poção roxa para ganhar energia morfi zangri.
Ele estava lendo o jornal que dizia claramente “Zee Gris-
ton: será ele o kimbulo da geração?”
Zee foi para o restaurante Cox, cozinha mágica feitiço cox.
Colocou uma ficha dourada em seu fliperama e logo apareceu
na tela Diamond se apresentando. Os Zlod.
Foi se encontrar com Merlin. Ele pediu uma senha; Zee
logo disse:
— Estrela Cadente.
Tijolinhos de dragão.
As estrelas piavam como corujas no céu.
Eles entraram e Merlin ofereceu uma xícara com bastante chá
de camomila. Mr. J. estava saltitante.
Merlin disse:
— Espero que neste momento, Zee, você já saiba este segredo.
— Acho que sim — respondeu Zee.
— Zee, sua mãe me confiou uma jaqueta, esta jaqueta tem
poderes mágicos e santos, ela fala com você. É isso que mandaram

88
Zee estava na floresta. Viu um sapo no lago, atravessou um
tronco e viu um coelhinho sair de lá. Uma coruja voava. Empolei-
rados nas árvores, esquilos e vários passarinhos coloridos. Então,
avistou uma princesa misteriosa no bosque.
Zee foi correndo, com o olhar apaixonado. Ao chegar lá,
Nina estava linda com um vestido azul celeste. Marina deitou-se
sobre as flores perante uma grande árvore de pinheiro. Zee estava
segurando uma rosa e não soltou. Como Marina sempre fez parte
da família Losango da Cruz, o amor por Nina era como deitar em
um oásis paradisíaco e dar beijos inocentes, sentindo as borboletas
brincando com os nossos cabelos.
Zee e Nina se apaixonaram. A sinceridade, o amor e o prin-
cípio de uma flor que nasce no céu, dourada e emoldurada por
anjos, selvagem e afrodisíaca, sagrada e quente. Nina sentiu o fogo
negro nos beijos de Zee, que eram secretos beijos, em segredos de
um menino que só se mostrava ao pôr-do-sol, de um olhar nas
cachoeiras, silenciosas, nas colinas élficas, humanas, o ser por ser.
Agora, mostrava este casal, foi quando eu vi seu olhar e quando eu
me apaixonei por ele.
Eles se beijaram e Zee se foi, sabendo que tinha esse amor,
sagrado como o coração da magia.
Zee dormiu em um domingo, quando apareceu em seu quar-
to uma coruja branca com penas douradas e olhos dourados, a
coruja Clara. Futrica ficou dando latidos para a corujinha, Amorá
ficou um pouco enciumada e foi voar céu afora. Depois voltou,
pois Amorá era imortal e sempre será.
Zee achou um desenho e um carneiro. Ele, às vezes, pensava
nesses tipos de animais; também ficou imaginando os pôneis alados.
Tinha um bar secreto, chamado Rihz Ongon perto dos tijo-
los de ouro, depois do retrato castanho, subindo o vale do latrina

90
CAPÍTULO 13
Concentração

A
polo apareceu para Zee, transformou-se em uma luz ver-
melha e entrou na boca dele. Em alguns minutos, a luz
retornou. Ele era loiro, tinha traços finos, pele corada, usa-
va uma burca negra estampando um gato com um lacinho e seus
olhos eram extremamente azuis. Ele segurava um pedaço de madei-
ra escrito “sim”. Cabelos solares e ele tirou uma cesta de mel puro.
O eletricista com roupas quadriculadas em vermelho e bran-
co e um palito de fósforo.
Moti.
O brinco da luz de Sheva.
Régio, o coelho roxo gigante.
Ptolomeu.
Aristóteles.
Pelo encantado.
Platão, Sócrates. Ell Kent, cachorro mecânico.
Uma sociedade secreta chamada “os Amksta”. Contém o se-
gredo da lâmina de Abraham. Mítica.
O filho das estrelas.

92
Zee se viu dentro de um globo de aros dourados harmônicos.
Uwni.
Keyra Leto.
O colar místico roxo.
Os planetas surgiram como bolhas na cabeça de Zee.
Barras de ouro ondulado como fios de cabelo.
Hebraicos. Mãe natureza, arquiteto zedônico, refos, pitia.
O Halloween foi ótimo.
Os Zlod foram ao bar Ninho dos Escorpiões.
Mão de foguete.
Campos dos trevos de quatro folhas.
Zee olhou o Corvo feito de diamantes Cullinan.
Deusa Nuit.
Zee estava mergulhado nos aposentos em Baviera. Seu novo
amigo, o Sr. Adam Weishaupt, que era cristão, e agora, sem Zee
saber, um parente distante. Ele só conseguiu conhecer este parente
entrando no livro Os Olhos do Armagedom. Adam deu a Zee um
livro chamado Illiminati.
Zee logo se encontrou com a Presidente Mundial de Magia
Kim que estava à procura de Merlin para tratar sobre o planeja-
mento mágico de criaturas como a Anfisbena, uma serpente de
duas cabeças com enormes asas que, segundo a Presidente, estava
solta na floresta de Gregório. De acordo com a Presidente, essa
serpente, que vai e vem dos dois lados, está se alimentando das
formigas gigantes na Floresta de Gregório.
Zee não imaginava o porquê de Merlin ser procurado para
tratar dessa fera, mas indicou a Presidente a professora Rose Mar-
ry. Foi embora depois de ter dado a informação, ficou intrigado; o
que a Presidente Mundial da magia estaria buscando com Merlin?
Zee estava cheio de livros sobre a Deusa Nix, para todas as
aulas, era uma prioridade em Kimbulândia neste ano.

94
Zee foi para a aula de Ginástica Kim. Todos os alunos estavam
se exercitando bastante, respirando ar puro no meio-ambiente.
Zee entrou em um estádio com uma escultura de um homem
de longos cabelos, musculoso, com uma coruja, um livro em uma
mão, uma longa barba, despido, apenas com uma folha tampando
a genitália, de grande sabedoria; a escultura era toda de diamante,
da cabeça aos pés. Zee ficou imaginando que escultura seria aquela.

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Zee encontrou um livro interessante, Especial.
Neste livro havia algumas histórias, por exemplo:
“João Jiló que matou um passarinho”.
“A mulher que não tinha nada e que encontrou uma Santa
Sagrada e foi abençoada”.
“A onça comendo farinha com açúcar”.
Zee amou esse livro, achou bem educativo, e a escritora era
incrível.
Também tinha uma cartilha chamada A Pata Nada muito
educativa em Kimbulândia.
Sua família era adepta de uma educação singular e Kimbulân-
dia seguia isso, sem Zee entender, era como algo familiar.
Zee estava comendo pipoca com seu amigo Gayo Rodrigues.
Eles estavam falando sobre vídeo-games, os cavaleiros coloridos
e brinquedos. Gayo revelou estar apaixonado por Thalyorrane.
Gayo era americano e Thalyorrane, uma Deusa águia.
Zee foi se encontrar com Loryn; ela estava ouvindo uma mú-
sica chamada Assim que Vou.
Zee amava sua amiga mais que tudo na vida. Seus amigos,
para ele, sua família e Kimbulândia era algo mágico e sagrado;
Deus estava presente nisso tudo.
Sinceridade era algo que era preciso ter para olhar nos olhos
de Zee, pois ele é um menino de sentimentos e, principalmente,
esperança.
Zee entrou no seu livro Os Olhos do Armagedom e parou em
um campo angelical com uma atmosfera materna, linda. Viu uma
rua ladrilhada com pedrinhas brilhantes, toda de brilhantes. Sen-
tiu um cheiro de sorvete de morango fresco, na encosta da China
com um sopro americano. Naquele lugar, Zee encontrou uma cai-
xa com fotografias que, para ele, eram muito importantes. Pegou

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CAPÍTULO 15
Outra vez Luar

Z
ee se encontrou com Merlin. Ele entrou em um frasco de
bolhas alaranjadas e foi parar na casinha de Merlin, que
tinha um lindo bosque em pleno luar. Zee saiu carregan-
do sua revista Catboy: um super-herói felino.
— Oi, Merlin — disse Zee.
— Olá, Zee! O que deseja a essa hora? Ah, preciso que me
diga o que viu quando esteve na minha casa pela primeira vez —
perguntou Merlin.
— Areia cobrindo meu tênis na lareira — respondeu o pe-
queno Zee com suas vestes rosadas.
— Saudações ao nosso encontro!
— Entre, Zee Griston.
— Entre — disse Merlin, pegando açúcar em formar de es-
trela cadente.
— Senhor, esta noite tive um sonho estranho; gostaria que
me esclarecesse esse sonho.
— O que você viu no sonho, Zee?
— Vi morcegos, que me lembraram de um desenho que via

100
nhecer, o dia ficará azul com nuvens brancas e um lindo sol. Esse
é o menino dia, Zee Griston.
Tudo que fazemos é por amor, trabalhamos por amor, Kim Kim
Kimbulândia é assim. A lua nunca me deixará só. Ela me faz sonhar.

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e familiares haviam feito para ele, muito especial. Zee Griston,
feliz aniversário. O maior Zee fez um desejo na hora de assoprar
as velinhas, e desejou algo em segredo. Zee Griston é um garoto
caído, jogado em meio ao campo de trigo e cevada, usando roupas
douradas como as lágrimas que saíram de seus olhos. Zee Griston,
acordando como sol. Mercurius.

104
CAPÍTULO 18
Quando eu cheguei

Z
ee tinha um crucifixo que comprara. Ele o protegia e o
guiava nos caminhos de Deus. Ele tinha a imagem de uma
proteção do bem, sagrada, inocente de bebê. Zee não sa-
bia, mas Jesus vive e sempre viveu dentro dele e de Kimbulândia.
Que Jesus esteja sempre conosco em minhas orações, que os anjos
nos protejam sempre de tudo que existe, pois Deus existe e hoje eu
vejo isso. Obrigado. Eu só quero seguir o caminho do bem. Zee.

106
CAPÍTULO 20
E u m e c h a m o H o l ly w o o d

Z
ee passou por um cachorro alado lindo. Gigante.
Zee conheceu um menino chamado Hollywood. Ele era
inocente, representava entretenimento e estava em Kimbu-
lândia. Zee o viu no livro Os Olhos do Armagedom, e agora eles eram
amigos, ou sempre foram. Ele estava indo para perto de sua mãe.

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rolado, na parede. Eles lutaram bravamente, com chamas e garras,
caldas e bufadas, mas Forever caiu no chão e Zee voltou a ser hu-
mano e seus amigos estavam desacordados. Zee retirou a espada
Luminarius e destruiu o Dragão, arrancando-lhe a cabeça, a qual
deixou cair uma pena de pavão. Zee, na mesma hora, sentiu sua
coroa brilhar e as asas de anjo em sua coroa levitarem. Suas mãos
encontraram no chão o diamante de Draum. Zee tocou o diaman-
te, que logo se transformou em uma aliança. Zee transferiu o Fogo
Negro para um isqueiro dourado.

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proteção.
Anjo Laurio.
Swndy vestia uma linda veste roxa e lilás sobre sua pele negra.
Ser um kimbulo é ser selecionado eternamente.
Os anéis kimbulos.
Anões diabos.
Zee atravessou seu espelho e entrou em uma sala, encontrou
uma corrente com um medalhão. Ao colocar o medalhão em for-
ma de dragão, Zee transformou-se em espelho, seu corpo era todo
de espelho, menino espelhar.
Poltergeist.
Blair.
Zee estava no círculo de Salomão quando um jovem veio com
um elixir divino e Zee disse estrondosa e magicamente: “King”.
Robo Little Perfect.

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CAPÍTULO 24
A Lealdade de Kimbulândia

K
imbulândia sempre será leal e fiel a quem for merecedor.
Por Amor.
Deus. Zee ficou ao lado de Marina Capucci, Zlod.
As provas acabaram bem.
Zee, após derrotar o Dragão Vermelho, ganhou uma peque-
na estátua do mago, igual à que havia no governo Mundial Kim,
um mago de pedra segurando uma maçã de ouro sobre uma terra
invisível.
Toda a escola aplaudiu alegremente.
Zee finalizou o ano com decência, honra e dignidade, comen-
do pudim em uma festa dourada.
Vamos nos encontrar no terceiro ano, amigos, unidos, apai-
xonados. E tudo isso, Lowd apareceu novamente, agora como ho-
mem. A maldição se foi, ele era tio de Zee, Gerônimo.
— Essa magia me leva quando estou aqui! — Zee Griston.
Doce mel, doce amor, carrossel. Primórdios da magia.

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Editor responsável
João Lucas da Cruz Schoba

Assistente editorial
Talita Caroline Paes

Projeto gráfico (capa e diagramação)


Francis Manolio

Revisão
Rúbia Pravatta | Talita Caroline Paes

Este livro foi impresso em São Paulo, em novembro de 2015,


pela Bartira Gráfica e Editora para a Editora Schoba.
A fonte usada no miolo é Adobe Garamond Pro, corpo 13/17,5.

Este livro foi impresso em papel Pólen Bold 90 g/m².

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