INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

Disciplina: Cálculo Numérico

Prof. Lurimar Smera Batista

INTEGRAL DUPLA - SOLUÇÃO NUMÉRICA

Introdução
Seja f (x, y) uma função continua no domı́nio D(x, y) , Figura 1.

D(x,y)

x
Figura 1: Representação de D(x,y)

A resultante da aplicação de f (x, y) no no domı́nio D(x,y) é dada por:

ZZ
S = f (x, y) dxdy (1)
D

A integral da Equação 1 possui solução analı́tica se f (x, y) admite uma primitiva. Caso
não, obtêm-se a solução aproximada por métodos numéricos.

Integral Dupla - Limites de Integração Constantes

Conhecendo os integrando em x, [x1 , xn ] e y,[y1, ym ] da integral da Equação 1, Figura 2, têm-se:

Z ym Z xn
S = f (x, y) dxdy (2)
y1 x1

Utilizando a regra dos trapézios composta a integral em x na Equação 2 é obtida como:

n−1
!
xn
∆x
Z X
f (x, y) dx ≈ f (x1 , y) + f (xn , y) + 2 f (xi , y) (3)
x1 2 i=2
 y

D(x,y)
yn

y1

x1 xn x
Figura 2: Representação de D(x,y)

Substituindo a Equação 3 na Equação 2 obtêm-se:

Z ym " n−1
!#
∆x X
S ≈ f (x1 , y) + f (xn , y) + 2 f (xi , y) dy
y1 2 i=2
Z ym n−1
!
∆x X
S ≈ f (x1 , y) + f (xn , y) + 2 f (xi , y) dy (4)
2 y1 i=2
Sabendo que a integral da soma é a soam das integras, então:
Z ym Z ym n−1 Z ym
!
∆x X
S ≈ f (x1 , y) dy + f (xn , y) dy + 2 f (xi , y) dy (5)
2 y1 y1 i=2 y1
Utilizando a regra dos trapézios composta as integrais em y na Equação 5 são obtidas como:

m−1
!
ym
∆y
Z X
f (x1 , y) dy ≈ f (x1 , y1) + f (x1 , ym ) + 2 f (x1 , yj ) (6)
y1 2 j=2

m−1
!
ym
∆y
Z X
f (xn , y) dy ≈ f (xn , y1 ) + f (xn , ym ) + 2 f (xn , yj ) (7)
y1 2 j=2

m−1
!
ym
∆y
Z X
f (xi , y) dy ≈ f (xi , y1) + f (xi , ym ) + 2 f (xi , yj ) (8)
y1 2 j=2

Substituindo as Equações 6, 7 e 8 na Equação 5, obtém-se a regra dos trapézios composta

para integrais duplas.
" m−1
ym xn
∆x∆y
Z Z X
f (x, y) dxdy ≈ f (x1 , y1) + f (xn , y1 ) + f (x1 , ym ) + f (xn , ym ) +
y1 x1 4 j=2
n−1
X m−1
X
+ 2 [f (xi , y1 ) + f (xi , ym)] + 2 [f (x1 , yj ) + f (xn , yj )] +
i=2 j=2
n−1 m−1
#
X X
+ 4 f (xi , yj ) (9)
i=2 j=2
 Z 4 Z 2
Exemplo: Utilizando integração numérica, determinar (2y + 6xy2 ) dxdy.
1 −1
Neste caso f (x, y) = 2y + 6xy 2, x1 = −1, xn = 2, y1 = 1 e ym = 4.
Considerando
xn − x1 2+1
• n = 5, logo ∆x = = = 0, 750;
n−1 5−1
ym − y1 4−1
• m = 6, logo ∆y = = = 0, 600.
m−1 6−1
Como:
∆x∆y
= 0, 1125
4
f (−1, 1) + f (2, 1) + f (−1, 4) + f (2, 4) = 122, 000
n−1
X
2 [f (xi , 1) + f (xi , 4)] = 366, 000
i=2

m−1
X
2 [f (−1, yj ) + f (2, yj )] = 401, 600
j=2

n−1 m−1
X X
4 f (xi , yj ) = 1204, 800
i=2 j=2

Então:
Z 4 Z 2
(2y + 6xy 2) dxdy ≈ 235, 620
1 −1

Integral Dupla - Limites de Integração Não Constantes

Conhecendo os integrando em x, [x1 , xn ] e y,[y1 (x), y2 (x)], da integral da Equação 1, Figura 3,
têm-se:

Z xn Z y2 (x)
S = f (x, y) dydx (10)
x1 y1 (x)

Utilizando a regra dos trapézios simples a integral em y na Equação 10 é obtida como:

y2 (x)
y2 (x) − y1 (x)
Z
f (x, y) dx ≈ [f (x, y1(x)) + f (x, y2 (x))] (11)
y1 (x) 2

Substituindo a Equação 11 na Equação 10 obtêm-se:

Z xn   
y2 (x) − y1 (x)
S ≈ [f (x, y1 (x)) + f (x, y2 (x))] dx (12)
x1 2
 y
y2 (x)

D(x,y)

y1 (x)

x1 xn x
Figura 3: Representação de D(x,y)

Utilizando a regra dos trapézios composta a integral em x na Equação 12 é são obtida como:

xn y2 (x)  
∆x y2 (x1 ) − y1 (x1 )
Z Z
f (x, y) dydx ≈ [f (x1 , y1 (x1 )) + f (x1 , y2 (x1 ))] +
x1 y1 (x) 2 2
 
y2 (xn ) − y1 (xn )
+ [f (xn , y1 (xn )) + f (xn , y2(xn ))] +
2
n−1   )
X y2 (xi ) − y1 (xi )
+ 2 [f (xi , y1 (xi )) + f (xi , y2 (xi ))]
i=2
2
Z 2 Z 2x
Exemplo: Utilizando integração numérica, determinar (x3 + 4y) dydx.
0 x2
Neste caso f (x, y) = x3 + 4y, x1 = 0, xn = 2, y1 (x) = x2 e y2 (x) = 2x.
xn − x1 2−0
Considerando n = 11, logo ∆x = = = 0, 200.
n−1 11 − 1
Como:
 
y2 (x1 ) − y1 (x1 )
[f (0, y1(0)) + f (0, y2(0))] = 0
2
 
y2 (2) − y1 (2)
[f (2, y1(2)) + f (2, y2(2))] = 0
2
n−1  
X y2 (xi ) − y1 (xi )
2 [f (xi , y1 (xi )) + f (xi , y2 (xi ))] = 105, 072
i=2
2

Então:
Z 2 Z 2x
(x3 + 4y) dydx ≈ 10, 507
0 x2