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Luz.

Luz Oliveira é um garoto engraçado e tranquilo, que adora tocar seu violão na oraça, falar com
os vendedores do centro, conversar e ser feliz. Desde cedo, sempre teve o desejo de fugir das
masmorras junto a seu irmão gêmeo, seu único e melhor amigo. Esse desejo exacerbado de
fuga das muralhas se devia pelo fato de que eles eram diariamente espancados pelo pai, e a
mãe deles mal ficava em casa. Durante uma infância sofrida, eles tiveram apenas um ao outro
para sobreviver aos perigos da vida real. Isso também ocorreu pois o irmão mais velho dos
gêmeos, o Pedro, fugiu para a muralha 12 com todo o dinheiro dos gêmeos em busca de uma
vida melhor. Após isso, luz sentiu um sentimento que não é natural dele. Nos dias depois, e até
semanas, luz foi movido por um ódio sanguinário, mesmo que não demonstrasse. Diante disso,
Luz começou a formular um plano, mas ele não poderia levar jacinto junto nessa empreitada.
Era perigoso demais e ele não arriscaria a vida do irmão por isso. Pesquisando na área, Luz
achou um lugar onde seu irmão poderia ficar seguro: O manicômio. De coração apertado, Luz
convenceu seu irmão a ficar no manicômio, prometeu que voltaria depois, prometeu que
acabaria com aqueles que infernizaram os 2, um por um. Custe o que custar. Depois de uma
despedida triste, Luz então partiu. Morou diversos dias em barracos e embaixo de pontes, para
se acostumar com o ambiente. Algumas semanas depois, decidiu colocar seu plano em prática.
Na calada da noite, Luz invadiu a casa de seus pais, e indo até o armário que secretamente
sabia o que estava escondido: Um revolver. Ouvindo o tilintar das coisas, o pai bêbado foi até o
cômodo e deu de cara com Luz, seu filho que a tanto não tinha contato. E a visão de seu filho,
sorrindo com um olho brilhante e sonhos em frente, se esvanesceu ao ver seu filho, crescido o
olhando com ódio do escuro. Seu sorriso substituído por uma feição de repugnância, e o brilho
de seu olho desaparecido por completo. Essa figura num ódio inflamado foi a última coisa que
viu, segundos antes de apenas ouvir um alto barulho de disparo, acompanhado de uma
pequena frase:

"Então é isso, acabou. Te vejo no inferno."

Fugindo dali rapidamente, antes que os vizinhos pudessem intervir, luz se esgueirou até um
dos cantos que vem conhecia, moradia de muitos garotos sem teto. Chegando lá, ficou
sabendo de um novo visitante no local, e o ver o deixou imensamente surpreso. Ao longe,
pode ver seu irmão Pedro, usando farrapos e todo machucado. Pedro quando o viu, foi até ele
e foram conversando até um canto vazio. Mas luz sabia o que iria fazer, sabia que Pedro estava
fingindo felicidade em ver o irmão. As últimas coisas que Pedro ouviram foram, por último, um
barulho de tiro. Mas por penúltimo, uma frase que amaldiçoou sua alma para sempre:

"Nós não nos esquecemos."

Com seu trabalho feito, Luz finalmente conseguiu voltar a uma rotina normal, mas acabou por
desenvolver uma mania: conversar com um ser que não existe. Apelidado de Hunter, era um
homem que se vestia todo de preto e usava uma máscara branca, que sempre aparecia direto
das sombras. Sempre conversou com esse ser fantasmagórico, pois não tinha jacinto ali para o
apoiar, e os crimes que cometeu ainda estavam de pé, ele nunca iria arriscar a vida do irmão
pelos próprios crimes. Memorável dia, ele estava escondido em um galpão que tinha achado,
enquanto esperava a poeira baixar. Enquanto conversava com Hunter, luz começou a ouvir
vários passos, e então viu repentinamente, três homens apareceram seguidos de uma silueta
sombria. Um desses três homens, instantaneamente arremessou o que luz identificou como
um Molotov. A granada acertou bem no local onde Hunter estava, segundos antes de
desaparecer. As chamas, que forma muitas, por pouco não consumiram todo o corpo de luz.
Se jogando pro lado ele pode desviar da explosão, mas não por inteiro. Uma grande parte da
esquerda da sua face foi queimada no processo, junto de seu braço esquerdo e sua perna. O
galpão tinha vários corredores, e luz disparou ante eles. Os dois homens correram atrás, e a
silueta continuou lá, parada. Por conhecer o local, luz tinha várias vantagens estratégicas no
combate. Triunfantemente, luz conseguiu matar os três homens que estavam o perseguindo, e
ele foi até a silueta confrontá-la. Chegando lá, descobriu que era sua mãe, apontando uma
faca para luz. A mãe tremia muito, pois não sabia o que fazer nesta situação, ela então largou a
faca e desatou a chorar. Luz, surpreendentemente não sentiu mal algum em ver a própria mãe
chorando no chão. Invés disso, ele apontou sua arma para a mãe e, antes do tiro ressoar, uma
voz foi ouvida.

"É, mãe. Pra uma vingança funcionar, é preciso querer causar dor"

Ante 6 assassinatos, luz não aguentava mais. Tanto sangue em suas mãos, tantos cranios
abaixo os seus pés, e então o próprio revolver apontando para a própria cabeça. Lembranças,
sorrisos e felicidade pareciam como uma distante realidade. A vida real só oferecia tristeza e
ódio, morte e sangue. E inconscientemente, mexeu seus dedos para apertar o gatilho.

Vazio.

Luz, num último suspiro de vida, viu seu irmão. Abandonado e maltrapilho em um lugar que
nem conhecia. Ele não merecia isso, ele não fez nada. A culpa é de luz, que se deixou levar
pelo ódio. Ele deve pagar.

Machucado, ele saiu do local onde estava. Semanas se passaram, roubando utensílios médicos
e afins. Ele não andava mais com a pistola, não tinha mais por que. Depois de tanto tempo, o
que ele mais queria fazer na vida: rever o irmão. Na data de um ano da despedida, ele debateu
com Hunter sobre e decidiu que era seguro aparecer as ruas, e nisso ele percebeu algo
diferente: ele estava conseguindo transfigurar a própria aparência, de forma consciente.
Treinando isso, dias depois, ele decidiu então ir até o manicômio, em plena luz do dia. Ele não
foi impedido ou interrompido. O sentimento de ser tratado como uma pessoa quase o fez
chorar no meio da rua, sempre acompanhado de Hunter. O ser, na porta do manicômio,
comunicou a luz que não poderia entrar, que seria um momento dos gêmeos, e luz concordou.
Segundos depois Luz olhava para jacinto, maltratado e magro, sem felicidade alguma no corpo
e maltrapilho. E jacinto viu luz, com aparência transfigurada, metade da face queimada e com
um olhar perante a morte, mas não se importaram. Extremamente felizes em se reencontrar,
voltaram então a viver onde viviam, contando tudo o que tinham passado no último ano.
Viveram tranquilamente, até o aniversário de luz. Jacinto não estava em casa, e luz estava
desatento ao seu violão, e não viu 3 homens que invadiram a casa e começaram a saquear
tudo. A mania de proteção de luz fez com que fosse pra cima dos ladrões, mas foi desacordado
por um golpe.

Sonhou com seu pai. Seu irmão. Os três homens que depois matou. Sua mãe. Todos mortos, e
chegou a hora de luz. Mas então, ele repentinamente acorda desorientado, deitado sob uma
maca. Olhando para o lado ele vê jacinto, adormecido. Depois disso, ele se tranquiliza e dorme
também. Em companhia daquele que mais confia. Após anos desse ocorrido, eles se separam
com outro desafio, que desta vez enfrentarão juntos...

Que a aventura fora das muralhas comece!

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