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ESCOLA BÁSICA SECUNDÁRIA MESTRE DOMINGOS SARAIVA

Ano Letivo 2022/2023


FT16_Ficha informativa Matemática A | 12º ano Turma ____

Nome _________________________________________________Nº____ Data ____/11/2022

Probabilidades

O que deves recordar!


• Definição de experiência aleatória (9ºano)
• Espaço amostral ou espaço de resultados (9ºano)
• Conjunto e operações com conjuntos (12ºano)
• Conjunto das partes de um conjunto (12ºano)

Conjunto das partes de um conjunto

Seja o conjunto 𝐴 = {𝑎, 𝑏, 𝑐}

O Conjunto de todos os subconjuntos de A designa-se por conjunto das partes de 𝑨 e


representa-se por P(A).

Neste caso, P(A)={{ }, {𝒂}, {𝒃}, {𝒄}, {𝒂, 𝒃}, {𝒂 , 𝒄}, {𝒃 , 𝒄}, {𝒂, 𝒃, 𝒄}}

#𝐴 = 3 e #P(𝐴) = 8 = 23

• Conceito de função (7º,8ºe 9º anos)


• Regra de Laplace (ou definição de Laplace de probabilidade) (9ºano)

O que vais aprender!


• Espaço de acontecimentos
• Probabilidade
• Espaço de probabilidade
__________________________//________________________//_________________________
❖ Uma experiência aleatória: é um processo que pode ser repetido, nas mesmas condições, tantas
quantas vezes se queira e em que não se pode prever, em cada realização, qual o resultado que se
vai obter de entre o conjunto de resultados possíveis. (ou seja é uma experiência em que se observa
um resultado que não é conhecido à priori).

❖ Espaço de resultados, espaço amostral ou universo de resultados: é o conjunto de


resultados possíveis associados a uma experiência aleatória. Representa-se pela letra  , U ou E .

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Exemplo 1: Indique o espaço amostral em cada uma das experiências:
1.1. Lançamento de uma moeda uma vez.
1.2. Lançamento de uma moeda duas vezes.
1.3. Lançamento de uma moeda três vezes.
1.4. Tiragem sucessiva, sem repetição, de duas bolas de uma urna que contém 1 bola verde, 1
bola azul e uma bola preta.

❖ Acontecimento numa experiência aleatória é qualquer subconjunto do espaço de resultados,


incluindo o vazio (acontecimento impossível) e o próprio espaço (acontecimento certo).
Representa-se geralmente por: A, B , C,....

❖ Regra (Lei) de Laplace: dada um experiência aleatória cujos casos possíveis sejam
equiprováveis, a probabilidade de um acontecimento A, P(A), é o quociente entre o número
de casos favoráveis a A (#A) e o número de casos possíveis (#𝐸):
𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟á𝑣𝑖𝑒𝑠 𝑎 𝐴 #𝐴
𝑃(𝐴) = = (ver manual pg 69)
𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑖𝑠 #𝐸

Exemplo 2: Na figura está representada uma roda da sorte com


três setores de igual amplitude, numerados de 1 a 3.
Considere a experiência que consiste em fazer gira a roda e registar
o número que sai.

Seja E o universo de resultados, ou seja, o conjunto de todos os


resultados possíveis.
2.1. Represente o conjunto 𝐸 em extensão.
2.2. Represente em extensão o acontecimento A: ”Sair número ímpar”.
2.3. Qual é a probabilidade do acontecimento A, P(A)?
2.4. Represente em extensão P (𝐸), o conjunto das partes de 𝐸 .

2.5. A cada um dos acontecimentos associados a esta experiência aleatória, ou seja, a cada um
dos elementos de P (𝐸), faça corresponder a respetiva probabilidade.

Definição de Probabilidade

Dado um conjunto finito 𝐸, uma probabilidade no conjunto P (𝑬) das partes de 𝐸 é uma
função real P de domínio P(E) definida por:

P : P (E) 𝑰𝑹+
𝟎

A P(A)
tal que :

• P (A) ≥ 𝟎 , ∀ 𝐴 ∈ P (𝑬)
• P(𝑬) = 1
• ∀ 𝐴, 𝐵 ∈ P (𝑬) se 𝑨 ∩ 𝑩 = ∅ , tem-se que 𝑷(𝑨 ∪ 𝑩) = 𝑷(𝑨) + 𝑷(𝑩) 2
❖ O conjunto 𝑬 é o espaço de resultados ou o espaço amostral ou ainda o universo de
resultados.

❖ P (𝑬) é o espaço dos acontecimentos. Sabe-se que #P (𝑬)= 𝟐#𝑬

❖ Os elementos de P (𝑬), ou seja, os subconjuntos de 𝐸, são os acontecimentos.

❖ P(A), para A ∈ P (𝑬), é a probabilidade do acontecimento A.

❖ O terno (𝑬, P (𝑬), P) designa-se por espaço de probabilidade.

Classificação de acontecimentos:
Dados um conjunto finito E , uma probabilidade P no conjunto P(E), dois acontecimentos
A , B  E designam-se por:

❖ Acontecimento certo: quando contém todos os resultados do espaço amostral. A = E

❖ Acontecimento impossível: se não contém qualquer resultado do espaço amostral. A =  

❖ Elementar se é constituído por um único resultado. Neste caso diz-se que #A = 1

❖ Composto se é constituído por mais de um resultado. #A ≥ 𝟐

❖ Incompatíveis ou mutuamente exclusivos se forem disjuntos, ou seja, se 𝐴 ∩ 𝐵 = ∅.

❖ Contrários ou complementares, se forem disjuntos e a sua união for igual a 𝐸, ou seja, se


𝐴 ∩ 𝐵 = ∅ e 𝐴 ∪ 𝐵 = 𝐸.

❖ Equiprováveis quando P(A) = P(B) .

̅.
❖ O acontecimento contrário de A representa-se por 𝑨

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Exemplo 3: Considere a experiência que consiste em selecionar, ao acaso, uma letra da palavra
vazio, e registar a letra selecionada.

Classifique cada um dos acontecimentos:


A: “registar uma vogal.” ;
B: “registar uma letra da palavra mãe.” ;
C: “registar uma letra da palavra vez.” ;
D: “ registar uma letra da palavra ele.”
Resolução
𝐸 = { 𝑎 ,  𝑖 ,  𝑜 ,  𝑣 ,  𝑧 }→ é o espaço amostral

A = {a, i, o} ; #A = 3 → A é um acontecimento composto.


B = {a} ; #B = 1 → B é um acontecimento elementar.
C = {v, z} ; #C = 2→ C é um acontecimento composto
Os acontecimentos A e C são contrários (ou complementares), pois 𝐴 ∩ 𝐶 = ∅ e 𝐴 ∪ 𝐶 = 𝐸
Os acontecimentos B e C são incompatíveis (ou mutuamente exclusivos), uma vez que 𝐵 ∩ 𝐶 = ∅
D = { } ; #D = 0→ D é um acontecimento impossível.”

Exercícios: 1→pg 71; 2, 3, e 4 →pg 72.

Propriedades das probabilidades

Seja 𝐸 um conjunto finito e P uma probabilidade em P(E).

❖ Probabilidade de acontecimentos contrários


Seja 𝐴 é o acontecimento contrário de A. Então ̅ ) = 𝟏 − 𝑷(𝑨)
𝑷(𝑨

Demonstração
Como 𝐴 e 𝐴 são acontecimentos contrários então, 𝐴 ∪ 𝐴 = 𝐸 𝑒 𝐴 ∩ 𝐴 = { }.
Assim tem-se: 𝑃(𝐴 ∪ 𝐴) = 𝑃(𝐸) ⟺ 𝑃(𝐴) + 𝑃(𝐴) = 1 ⟺ 𝑃(𝐴) = 1 − 𝑃(𝐴) c.q.d.

❖ Probabilidade de acontecimento impossível 𝑷({ }) = 𝟎

Demonstração
Seja { } o acontecimento impossível.
Sabe-se que 𝐸 ∪ { } = 𝐸 𝑒 𝐸 ∩ { } = { }.
Então, 𝑃(𝐸) = 𝑃(𝐸 ∪ { }) ⟺ 𝑃(𝐸) = 𝑃(𝐸) + 𝑃({ })
⟺ 1 = 1 + 𝑃({ }) ⟺ 𝑃({ }) = 0 c.q.d.

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❖ Probabilidade da diferença de acontecimentos

𝑷(𝑩\𝑨) = 𝑷(𝑩) − 𝑷(𝑨 ∩ 𝑩)

Demonstração: ver o manual pg73

Propriedades que resultam da probabilidade da diferença de acontecimentos

• Se 𝑨 ⊂ 𝑩, então 𝑨 ∩ 𝑩 = 𝑨 e 𝑷(𝑩\𝑨) = 𝑷(𝑩) − 𝑷(𝑨)


Demonstração
Sabe-se que 𝐵\𝐴 = {𝑥: 𝑥 ∈ 𝐵 ∧ 𝑥 ∉ 𝐴}.
Como 𝐴 ⊂ 𝐵 , então 𝐵 = (𝐵\𝐴) ∪ 𝐴 e sabe-se que (𝐵\𝐴) ∩ 𝐴 = { }.

Assim, 𝑃(𝐵) = 𝑃((𝐵\𝐴) ∪ 𝐴) ⟺ 𝑃(𝐵) = 𝑃(𝐵\𝐴) + 𝑃(𝐴) ⟺

⟺ 𝑃(𝐵\𝐴) = 𝑃(𝐵) − 𝑃(𝐴)

Portanto, 𝐴 ⊂ 𝐵 ⟹ 𝑃(𝐵\𝐴) = 𝑃(𝐵) − 𝑃(𝐴) c.q.d.

• Monotonia da probabilidade

Se 𝐴 ⊂ 𝐵, então 𝑷(𝑨) ≤ 𝑷(𝑩)

Demonstração

Por definição de probabilidade, sabe-se que 𝑃(𝐵\𝐴) ≥ 0 .


Como 𝑃(𝐵\𝐴) = 𝑃(𝐵) − 𝑃(𝐴) então, 𝑃(𝐵) − 𝑃(𝐴) ≥ 0 ⟺
⟺ 𝑃(𝐵) ≥ 𝑃(𝐴) ⟺ 𝑃(𝐴) ≤ 𝑃(𝐵) c.q.d.

• ∀𝐴 ∈ P (E) , tem-se 𝑷(𝑨) ∈ [𝟎, 𝟏]

❖ Probabilidade da união de acontecimentos


Sejam A e B ∈ P (E)

𝑷(𝑨 ∪ 𝑩) = 𝑷(𝑨) + 𝑷(𝑩) − 𝑷(𝑨 ∩ 𝑩)

Demonstração: ver o manual pg74.

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