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Equipamentos de construção – 2º Trabalho – 1º EE

Equipe: Fábio Fernando, Karla Patrícia, Marcos Paulo e Mário Berlando


Tema: Piso de Concreto acabado

A qualidade de um piso industrial de concreto não depende só de um


projeto correto, mas de materiais, mão-de-obra adequados e, principalmente – por
causa da precisão necessária -, equipamentos específicos. O primeiro passo é
garantir uma sub-base plana, nivelada, com espessura e compactação adequadas
à carga do piso, por meio de rolos compactadores vibratórios lisos ou placas
vibratórias. Posteriormente, deve-se montar as formas, de preferência as
metálicas feitas com perfil “U”, que garantem um bom acabamento superficial. As
de madeira também são indicadas, desde que estejam perfeitamente aparelhadas
e sem empenamentos.
As máquinas e equipamentos são fundamentais na etapa de execução de
pisos, que devem possuir bom nivelamento e planicidade. Aliás a maioria dos
equipamentos utilizados nessa tarefa tem como finalidade mensurar e garantir os
níveis adequados de planicidade e nivelamento para circulação de empilhadeiras
e outros veículos usados em centros de distribuição, indústrias etc. a medição
torna-se mais precisa com a utilização de um equipamento a laser.
Depois de executar as fôrmas, o próximo passo é posicionar corretamente
as armaduras e barras de transferência. A concretagem do piso, em faixas, é
seguida pelo adensamento do concreto, feito por meio de vibradores de imersão.
Réguas vibratórias, aplicadas na seqüência também promovem o adensamento da
massa e garantem o espalhamento uniforme do concreto. Depois dessas fases,
chega a hora do acabamento superficial, processo que se inicia com a
regularização do concreto por meio dos rodos de corte. Os rodos de corte
corrigem as imperfeições de forma a facilitar o trabalho das alisadoras mecânicas.
As acabadoras mecânicas (duplas ou simples) permitem a obtenção de
superfícies lisas e compactas, mas não alcançam as bordas do piso, que devem
ser acabadas manualmente. Por fim acontece a cura do piso, normalmente úmida,
por meio de mantas, ou química.
Abaixo estão alguns equipamentos utilizados no acabamento de pisos de
concreto.

Acabadoras de superfície

Com três pás fixas ou quatro reguláveis, as acabadoras são encontradas


em aço alto carbono. Permitem a instalação de discos de acabamento ou discos
raspadores. A caixa de redução funciona por meio de um sistema de rosca
helicoidal, construída em aço de baixo carbono e uma coroa de bronze fosfórico
fundido. Os rolamentos especiais, de rolos cônicos, resistem aos esforços axiais e
radiais, garantindo perfeito funcionamento do reutor de velocidade sem qualquer
vazamento. A transmissão da rotação do motor à unidade de redução é feita por
meio de duas correias. Todas as máquinas elétricas contam com um sistema que
protege o operador, em caso de perca do controle do equiámento ou abandono do
comando. Por exemplo, as máquinas elétricas só funcionam quando o operador
pressiona a manopla no cabo de comando. Nas máquinas a gasolina, a partida é
por corda auto-retrátil e o acionamento é feito por meio da aceleração do motor,
que ativa a embreagem centrifuga. O combustível a ser utilizado é gasolina
automotiva. Na linha simples, as três pás são montadas em posição fixa, e vêm
com calços para aumentar ou diminuir a inclinação, se necessário. As pás
desgastadas devem ser viradas, de forma a duplicar sua vida útil. Como
manutenção deve-se trocar o óleo do redutor.

Réguas Vibratórias
Equipamentos destinados a operações de regularização superficial e
adensamento do concreto, as réguas podem ser encontradas com 1,8 e 2,8m,
com uma ou duas lâminas. São fabricadas com compensado naval encofrado em
aço, que garante a perfeita horizontalidade do equipamento. Os modelos podem
ser acionados por motovibrador de ½ HP ou 1HP. Isso significa blindagem total
contra pó, pingos e água sob pressão. Se o impacto não estiver de acordo, a
unidade vibratória poderá ser regulada para menor ou maior força. São cinco as
posições progressivas de regulagem das massas excêntricas. Alguns modelos de
réguas são acionadas por motor monofásico de 2 HP (110/220V), montadas com
excêntricos reguláveis. Outros modelos de régua podem ser acionadas por
motores a gasolina, com partida auto-retrátil, de 4 HP e quatro tempos. Também
são montadas em excêntricos reguláveis.

Máquina para cortar pisos

Indicadas para abrir juntas em pistas ou placas de concreto, as máquinas


especiais e robustas impedem as variações direcionais durante o corte. São
encontradas nas versões elétrica e a gasolina (motores de 11 HP). Alguns
modelos são acionados por motores trifásicos, com duplo isolamento para
segurança dos operadores. Além disso, são equipadas com chave magnética para
proteção do motor contra baixa ou supervoltagem. Os discos de corte são
utilizáveis de acordo com a profundidade desejada.

Nível a laser

Os níveis a laser rotativos garantem um nivelamento automático e preciso.


Alguns modelos permitem a verificação do prumo, alinhamento e esquadro, de
acordo com a posição que são utilizados. O raio de ação é de 130m, com
receptor, e de 60m, sem receptor. Permite autonivelamento horizontal e vertical de
aproximadamente 8%. O prisma fixo garante uma maior visibilidade e precisão. O
uso de telecomando evita grandes deslocamentos. Alguns sistemas incluem
unidade laser, sensor para marcação, maleta de transporte e proteção, tripé, base
para posicionamento elevado ou vertical do equipamento e anteparos translúcidos
magnéticos
Politriz

Destinada ao serviço de preparação, regularização, desbaste, limpeza e polimento


de pisos e revestimentos. As politrizes trabalham com 1 ou 2 discos multiuso (3
pedras ou insertos diamantados por disco). Acionamento elétrico trifásico ou
monofásico de 3CV 200/380/60Hz.
Peso aproximado de 90Kg.
Saída para aspirador de Ø 2”.
Para aumentar a eficiência no desbaste a politriz pode receber um lastro de até
100Kg.
Opções de ferramentas:
-Pedras abrasivas para polimento e desbaste na presença de água
-Insertos diamantados para polimento e desbaste a seco ou úmido, alta
produtividade e durabilidade.
-Insertos escarificadores para regularização e desbaste grosso.
-Esponja abrasiva para limpeza pesada na presença ou não de detergentes e leve
desbaste.
- Stripers – insertos para remoção de colas e adesivos.

Rodo de Corte

Disponível nos tamanhos de 3,0 e 4,0 m de comprimento, o rodo de corte é de


fundamental importância na concretagem de piso industrias onde uma alta
planicidade é exigida.
De construção robusta e leve em alumínio temperado, o rodo de corte Betomaq
pode ser lastreado com água e deve ser utilizado no corte transversal da pista de
concreto.Acompanham o rodo de corte os tirantes estabilizadores, cabeçote
articulado e tubo prolongador.
Preparação e recuperação de pisos

Para trabalhos leves e semi-pesados de apicoamento e limpeza em pisos de


concreto, pedra, contrapisos, asfalto e aço. Largura de trabalho de até 300mm.
Carretel de ferramentas com 4 ou 8 eixos.
Acionamento:
- Elétrico trifásico 4CV 220/380/440V
- Elétrico monofásico 4CV 220/440V
- Motor a gasolina Honda 6.5CV

Fresa

Para trabalhos leves e semi-pesados de apicoamento e limpeza em pisos de


concreto, pedra, contrapisos, asfalto e aço. Largura de trabalho de até 200mm.
Carretel de ferramentas com 4 eixos.
Acionamento:
- Elétrico trifásico 2CV 220/380/440V
- Elétrico monofásico 2CV 110/220V
Fresa EDCO

Para trabalhos pesados de apicoamento e limpeza em pisos de concreto, pedra,


contrapisos, asfalto e aço. Largura de trabalho de até 200mm. Carretel de
ferramentas com 6 eixos.
Acionamenrto:
- Elétrico trifásico 5HP 230V
- Motor a gasolina 9HP

Ferramentas para fresadoras

Pontas de wídia – para serviços em que se deseja uma agressão ao substrato


como:
- Apicoamento e preparação de pisos de concreto para garantir a ancoragem do
novo revestimento
- Remoção de revestimentos duros e espessos antigos e marcas de sinalização
- Limpeza de pisos industriais com remoção das camadas impregnadas de óleo,
graxa, etc.
- Corte de sulcos antiderrapantes e de drenagem em asfalto e concreto.
Arestas cortantes em wídia- para remoção de demarcações plásticas e
termoplásticas e corte superficial de asfalto danificado.
Raiadas - em aço temperado, para limpeza de tintas e revestimentos, provocando
um leve apicoamento.
Estrela – em aço temperado para limpeza de pisos sem agressão ao substrato.
- Remoção de tintas e revestimentos finos.
- Limpeza de pisos industriais, remoção de óleo, graxa, borracha, cavaco, etc.
- Limpeza de pisos metálicos como deques de navio, passarelas, pisos
industriais,etc, removendo ferrugem e depósitos em geral.
- Regularização de pisos previamente apicoados com ferramentas de wídia.
- Remoção de faixas de demarcação.
Escovas de aço- para limpezas de superfícies
Superfícies metálicas , como pisos industriais, convés de navios, passarelas, etc.
Regularização de pisos previamente fresados.
Jateadora de granalha

Sistema de jateamento captativo


indicado para a limpeza e preparação
e pisos industrias, chapas metálicas e etc.
Disponíveis em modelos manuais ou
autopropelidos com ou
sem aspirador de pó incorporado.

Lixadeira Manual

Adaptável a uma lixadeira angular de 8.500 RPM.


Trabalha com discos diamantados, de ø 7", com 12 ou 24
segmentos ou discos abrasivos semi-fexíveis.
Proteção do disco com coifa retrátil e saída para aspirador de pó.

Martelete

Utilizado para limpar, apicoar, remover,


romper e raspar.
Com uso na construção e na manutenção em geral
em paredes, pisos, tetos, tanques, navios
e equipamentos.
Utilizado em: concreto, madeira, metal, plástico.
Para remoção de material de revestimento assentados
como placas vínilicas, azulejos,
cerâmica, etc, assim como respingos de massa,
concreto, corrosão, gelo, fibra de vidro,
piche e outras formas de limpeza.
Para apicoamento de superfícies
utiliza ferramentas de 5 ou 9 pontas.
Os marteletes descascadores são acionados
por ar comprimido, min de 6-8 PCM a 80 PSI(5.6 Kg/cm2)
e podem ser fornecidos com uma grande variedade de ferramentas
conforme o serviço a executar.
Curiosidades

Comaro Engenharia executa pisos industriais na China

No final do mês de maio de 2003, a Comaro Engenharia foi procurada por


um antigo cliente do segmento de temperos para avaliar a possibilidade de
execução de um piso industrial em uma unidade com 12.000 m² na China, mais
exatamente na província de Shondong.
Inicialmente, foram realizados estudos sobre a real necessidade do cliente,
da região onde seria realizada a obra, as condições oferecidas e o tamanho do
envolvimento da empresa, já que a contratação seria feita diretamente pela
indústria, sem intermediação de terceiros ou de uma construtora. A equipe da
Comaro limitou-se a apenas um engenheiro, um encarregado e um operador de
máquinas. O engenheiro Rogerio Schettino, sócio da empresa, ficou responsável
pelo acompanhamento e gerenciamento da execução do piso.
O primeiro problema foram os equipamentos. Enviá-los do Brasil era uma
alternativa inviável devido ao prazo de quase 3 meses para entrega. A locação
também não era possível, pois os equipamentos ainda não são encontrados no
mercado chinês (as empresas locais são pequenas e outros países como a
Malásia, também ainda não possuem equipamentos modernos). Optou-se por
comprar novos equipamentos para executar o trabalho. A empresa americana
Whiteman foi escolhida para fornecê-los. Os equipamentos utilizados foram:

•02 acabadoras duplas 36


•02 acabadoras simples 36
•01 régua vibrátoria treliçada com 12 metros
•01 máquina de corte
•01 régua vibratória manual
•01 nivel ótico
• Discos, facas e outros acessórios

Especificações do piso

A Comaro ficou responsável pelo dimensionamento e especificações do


piso. Optou-se por um dimensionamento mais prudente e o piso, basicamente,
teve as seguintes especificações: espessura de 16 cm, armadura dupla de 6 mm,
concreto com fck=30,0 MPA (a/c = 0,50). Faixas com 10m de largura e juntas de
indução a cada 7,50m. A concreteira mais próxima estava situada a mais de 100
km do local de trabalho, portanto, o concreto foi feito na obra com betoneiras de
560l.Foram montadas 6 equipes para atuar em cada etapa da execução do piso.
Cada equipe foi uniformizada com camisas de cores diferentes.

Equipe 1 - Fôrma e acerto final do terreno – 5 pessoas


Equipe 2 - Montagem da armadura (Não havia tela soldada) – 12 pessoas
Equipe 3 – Execução do concreto (3 betoneiras de 560l e 64m³ de concreto por
manhã) – 15 pessoas
Equipe 4 - Transporte do concreto (carrinho de mão) – 12 pessoas
Equipe 5 - Equipe de pista (acerto do concreto lançado e manuseio dos
equipamentos) – 5 pessoas
Equipe 6 - Espargimento do agregado, acabamento do concreto, cortes e cura – 5
pessoas

No primeiro dia foi feito uma placa teste de 60 m² para assegurar o restante do
trabalho. Não foi usado qualquer tipo de aditivo no concreto, para evitar um
comportamento inesperado ou uma incompatibilidade com o cimento e a
possibilidade de erros nas dosagens. Com pequenos ajustes nas equipes, os
serviços eram iniciados às 6:00 hs e o lançamento terminava por volta das 14:00
hs. Após 6 horas do lançamento, o acabamento já estava finalizado.A cura e os
cortes também foram concluídos no mesmo dia. Apesar de algumas dificuldades,
principalmente com os agregados, a obra foi executada sem grandes surpresas.

Execução de placa teste de 60 m²

O mercado chinês

A China e seu crescimento são realidades que impressionam. A quantidade de


obras e a velocidade com que as executam enchem os olhos dos engenheiros
estrangeiros. Contudo, percebe-se que o mercado chinês ainda não se deu conta da
importância e das vantagens de um piso de alta qualidade. Com a entrada de
empreendedores externos, as exigências e as preocupações estão mudando e o
mercado está cada vez mais interessante. “Nos dois meses que estive na China, visitei
diversos lugares e obras e pude perceber que o Brasil encontra-se extremamente
avançado no que se refere a execução de pisos industriais. Temos qualidade,
tecnologia, conhecimento e empresas para atuar e responder a qualquer exigência do
mercado internacional”, salienta o engenheiro Rogério Schettino.

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